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JOÃO PAULO BATISTA LIMA

MÓDULO:
Controle da Incidência Tributária

SEMINÁRIO I

REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA,
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO
PASSIVA
JOÃO PAULO BATISTA LIMA

Respostas

1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária


(RMIT)? Qual a função do consequente normativo?

A norma jurídica se mostra como o conjunto da imputação deôntica com as


suas condutas/respostas necessárias o efetivo entendimento e cumprimento da unidade
de sentido pretendida.

A regra matriz de incidência tributária nada mais é que uma norma


tributária que designa o impacto jurídica das exações. A RMIT, portanto, é obra do
intérprete, a partir do quanto visto no texto legislativo. Esta é formada pelo vínculo
obrigacional entre o Estado e o contribuinte (critérios material, temporal, pessoal e
espacial), sendo seu conteúdo de cunho econômico (critério quantitativo).

O consequente normativo visa estabelecer a relação obrigacional entre os


sujeitos desta (sujeito ativo e passivo), bem como determinar o quantum exacional por
meio da base de cálculo e da alíquota dos tributos.

2. Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais.


Multa pelo não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique
analisando criticamente o art. 113 do CTN.

Enquanto a obrigação tributária concede cunho patrimonial ao vínculo


tributário entre o sujeito pretensor e o sujeito devedor, os deveres instrumentais tratam-
se de disposições também de ordem fiscal, porém, que se revelam como determinações
de fazer ou não fazer, as quais visam a facilitação do conhecimento, do controle, e da
arrecadação do tributo.

A multa se verifica como uma penalidade pecuniária, a qual fora


equiparada ao principal da obrigação tributária pelo artigo 113 do CTN.
JOÃO PAULO BATISTA LIMA

Verifica-se que ambas apresentam a mesma relação jurídica tributária,


correspondente ao sujeito ativo, sujeito passivo, e o cumprimento de obrigação
patrimonial.

Há, porém, quem entenda que o âmbito desta averiguação deve ser
realizado no terreno da licitude, sendo que não se misturam as obrigações decorrentes
de fatos lícitos, com a relação sancionadora dos ilícitos.

3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito


passivo; (ii) contribuinte; (iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário
– distinguindo: substituição tributária para trás; substituição (convencional);
agente de retenção e substituição para frente. O responsável (art. 121, II, do
CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever
instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória?

A sujeição passiva se mostra como sendo a condição imposta ao sujeito,


tornando-o devedor da obrigação em objeto, em face do sujeito ativo.

(i) Sujeito passivo é o devedor da obrigação tributária, devendo esta


prestar ao credor, sujeito ativo, o objeto da obrigação.

(ii) contribuinte é o titular da riqueza que será alvo da obrigação tributária


estabelecida entre este (sujeito passivo) e o ente tributante (sujeito ativo).

(iii) é sujeito qualquer que, mesmo não tendo efetivamente praticado


evento descrito em eventual fato jurídico tributário, acaba sendo responsável por
promover o recolhimento deste por conta de outrem.

(iv) aquele que, em razão de expressa previsão legal, se vê devedor de


obrigação tributária de pessoa diferente da relação econômica do ato ou negócio
tributado.
JOÃO PAULO BATISTA LIMA

Neste sentido, na substituição convencional, o legislador é quem escolhe a


outra pessoa, não sendo o realizador do único fato jurídico tributário, para ocupar o polo
passivo da obrigação.

Já a substituição para trás não abrangerá apenas um único fato jurídico


tributário, e sim toso os contornos do evento tributário.

Diferentemente, a para frente é aquela que parte da presunção de o fato


tributário ocorrerá no futuro, prescrevendo a obrigação de pagamento antecipado do
tributo devido por toda a cadeia.

Por continuidade, o agente de retenção se mostra como sendo aquele


obrigado a promover a retenção e recolhimento dos valores do tributo, daquele que
realmente pratica o fato jurídico tributário.

Por fim, entende-se que o artigo 121, II do CTN prevê pela


responsabilidade por dever instrumental, haja vista que não confere ao agente a
condição sujeito passivo, apenas de obrigado/responsável por promover o
recolhimento/retenção.

4. A empresa “A” adquiriu estabelecimento industrial da


empresa “B” e continuou sua atividade. Aproximadamente um ano depois da
aquisição, a empresa “A” é demandada pelo Fisco em relação a fatos geradores
realizados pela empresa “B”. No contrato de compra e venda, não há disciplina
a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se:
a) Pode o Fisco, após a indigitada operação de compra e
venda, exigir os tributos, cujos fatos geradores foram realizados por “B” antes
de sua aquisição, diretamente de “A”? Há relevância se houver no contrato
cláusula de responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação?
(Vide anexo I).

Preenchendo os demais requisitos, o caso é de sucessão empresarial


prevista no artigo 133 do Código Tributário Nacional.
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Com isso, verifica-se que as dívidas tributárias contraídas até a data da


aquisição são assumidas pelo adquirente, empresa “A”. Significa dizer que, obedecendo
aos requisitos do artigo supra referenciado, o adquirente assume, de maneira única e
exclusiva, a integralidade das obrigações tributárias, relativas ao estabelecimento,
devidas até a data do ato de aquisição (critério temporal). Repisa-se, ainda, que esta
responsabilidade deve se limitar apenas aos tributos inerentes ao estabelecimento
transmitido (critério objetivo).

Para tal sucessão, independe de previsão contratual em sentido contrário,


haja vista a expressa previsão em lei complementar.

b) A empresa “A” sujeita-se às sanções tributárias materiais:


(i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros e (iv)
multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, se aplicadas antes da
operação de compra e venda? E se aplicadas depois da operação? (Vide anexos
II e III).

Como fora salientado na última questão, o adquirente assume a


integralidade das dívidas fiscais, o que inclui débitos não regulares ou extra contábeis,
sendo indiferente, neste caso, se tais sanções foram aplicadas antes ou depois da
compra e venda.

5. Quanto ao art. 135 do CTN, pergunta-se:


a) Qual a espécie de responsabilidade prevista? Poderia o
fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o
sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V).

Trata-se de responsabilidade de terceiros.

De proemio, deve-se salientar que o referido dispositivo prevê pela sua


utilização somente nos casos em que a inadimplência das obrigações tributárias
decorram de atos contrários à lei, contratos e estatutos, por parte dos sócios, diretores,
gerentes ou representantes com poder de gestão.
JOÃO PAULO BATISTA LIMA

Entende-se que com a configuração deste dispositivo, as pessoas indicadas


passam a ser responsáveis diretas pela obrigação, diferentemente do que ocorre no
artigo 134 do mesmo diploma, sendo que a execução pode ser realizada diretamente em
nome daqueles.

b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à


lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa
jurídica? Em caso positivo qual sócio ou administrador pode ser alcançado: o da
época do inadimplemento do tributo ou do momento em que ocorre a dissolução
irregular? (VI e VII e VIII)

A dissolução irregular configura infração apta a ensejar a responsabilidade


do sócio, desde que se comprove a infração à lei praticada pelo dirigente, ou seja, não
basta simplesmente exercer a gerência.

Neste sentido, o sócio que pode ser atingido é justamente o que está
vinculado ao ato da infração, e não o do momento da dissolução.

c) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo


pode ser justificativa para aplicação do artigo 135 do Código Tributário
Nacional? (Vide anexos IX e X).

Nestes casos devem ser avaliados se ocorrera o excesso de poder ou


infração de lei, contrato social ou estatuto.

Caso se conclua que o inadimplemento da obrigação não fora por


ingerência do sócio, não há que se dizer na responsabilização do artigo 135 do CTN.

6. Quanto à caracterização de grupo econômico, pergunta-se?


JOÃO PAULO BATISTA LIMA

a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação


da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela
pode ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo
econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que
fundamentem a responsabilização do grupo econômico? A caracterização
implica reconhecimento de responsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII).

Trata-se de grupo de pessoas jurídicas que se participam economicamente


de certa atividade em conjunto, existindo relação de dominação entre elas.

Os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica


são o abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de sua finalidade
precípua ou pela confusão patrimonial.

A desconsideração, porém, visa atingir as pessoas físicas responsáveis pela


personalidade jurídica (ou o contrário, na desconsideração inversa), tendo em vista os
requisitos aqui elencados. Neste sentido, não há que se dizer em aplicação deste instituto
para considerar eventual solidariedade de empresa parceira, sob pena de desqualificar
sua finalidade, conforme corrobora não só o artigo 50 do CC, como também o 133 e
seguintes do CPC.

Portanto, a eventual configuração de grupo econômico deve ser realizada


demonstrando o preenchimento dos requisitos discorridos na introdução da presente
resposta.

Não há dispositivo específico acerca desta responsabilização do grupo


econômico, porém, há quem fundamente na solidariedade prevista no artigo 124 do CTN,
tendo em vista a expressão “interesse comum”.

b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da


personalidade jurídica, nos termos dos arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº
13.105 de 2015), a defesa apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada
pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo
econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito
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tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da


execução fiscal?

Vale primeiro frisar a resposta anterior, que entende pela não


responsabilização de grupo econômico por meio da disregard doctrine.

Invariavelmente, o incidente fora criado justamente para discutir a


inclusão, ou não, de “terceiros” no polo passivo da cobrança (no caso execução fiscal).

Assim sendo, não há que se promover qualquer discussão acerca do mérito


da questão ainda no âmbito do incidente. Somente com a efetivação da inclusão no polo
passivo é que abrirá prazo para que esta se manifeste acerca do mérito.

7. Dada a seguinte Lei (fictícia):

Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M.


25/10/2015
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o
custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de
vias públicas.
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de
limpeza das vias públicas.
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel.
Art. 4º A alíquota é de 0,1%.
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel.
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano.
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida
até o décimo dia do segundo mês subsequente.
§ 1º No caso de locação, o locatário é responsável pelo
recolhimento do tributo.
§ 2º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o
pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento
do tributo é o adquirente do imóvel.
JOÃO PAULO BATISTA LIMA

§ 3º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20%


do valor do tributo devido.
Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de
Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10
de novembro de cada ano.
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o
caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRS.
[...].

Pergunta-se:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei,
identificando os critérios do consequente da RMIT.

Assim restará o consequente da RMIT desta lei.

Antecedente.
Critério Material: ser proprietário de imóvel.
Critério Temporal: primeiro dia de cada ano.
Critério Espacial: cidade de São Pedro.

Consequente.
Critério Pessoal: Sujeito passivo proprietário do imóvel (responsáveis,
locatário e adquirente antes do fato gerador), Sujeito ativo Fazenda municipal de São
Pedro.
Critério Quantitativo: Alíquota 0,1% e base de cálculo o valor venal do
imóvel.

b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo


eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve
prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da
hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos
dois?
JOÃO PAULO BATISTA LIMA

A função da base de cálculo é a de mensurar a grandeza econômica da


hipótese de incidência.

No caso é incompatível, tendo em vista que o fato gerador “prestação de


serviço de limpeza das vias públicas”, não demonstra correlação com o valor de venda
dos imóveis. A hipótese tributária também não se encontra em consonância com a lei,
tendo em vista que a prestação do serviço de limpeza não se confunde com o sujeito
passivo da relação, restando ambos incompatíveis.

São Paulo, 01 de Agosto de 2019.

JOÃO PAULO B LIMA


RA nº XXXXXXXXXXXXXXX

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