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Na segunda fase, mais ou menos do século V ao século XVI, a catequese foi tida como
processo de imersão na cristandade. Nesta época, a catequese, já não consistia tanto numa
iniciação à comunidade de fé, como verificamos na fase anterior. A sociedade inteira, em
todos os seus aspectos, se considerava animada pela religião cristã, a ponto de se estabelecer
uma aliança entre o poder civil e o poder eclesiástico. Foi o que se chamou de cristandade na
história eclesial (nº8).
em face das divisões no meio dos cristãos, no tempo da reforma protestante; a preocupação
com a formulação e difusão dos principais mistérios da fé cristã através dos catecismos de
maneira clara e pedagógica; e a influência do iluminismo; tornaram-se temas de destaque e de
suma importância na defesa e instrução ortodoxa
Destaca-se ainda que acolher a Palavra, aceitar Deus na própria vida, é dom da fé. É
uma opção profundamente pessoal de seguimento a Jesus Cristo o qual se doa gratuitamente à
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humanidade por amor. Por isso, para os bispos, “a fé não é só uma adesão intelectual, um
conheci mento da doutrina de Jesus. Ela é uma opção de vida, uma adesão de toda a pessoa
humana a Cristo, a Deus e a seu projeto para o mundo” (nº64). Por isso, a fé é uma missão,
um envio e testemunho:
Quem crê não pode deixar de testemunhar sua fé. Quem foi escolhido, recebe um
encargo, uma missão. A missão fundamental é pregar o próprio Evangelho, anunciar
Jesus, revelar o amor do Pai pela humanidade. Mas o próprio amor de Deus exige o
amor fraterno, a comunhão e participação nesta terra, o empenho na libertação do
homem (cf. Puebla 327).
Os bispos ainda sublinharam que embora o processo de catequese esteja ligado às
circunstâncias históricas e culturais, é de fundamental importância lembrar que a sua
exigência primeira e fundamental é a fidelidade ao plano de Deus que se revela na História da
humanidade. Por isso que na sua transmissão, a fidelidade às fontes da Revelação divina que
chega até nós através da Sagrada Escritura, dentro da Tradição viva da Igreja, recebida dos
Apóstolos é indispensável (nº83-85). Não se trata simplesmente de tirar da Sagrada Escritura
e da Tradição elementos fragmentários, a serem inseridos numa Catequese de orientação
diferente, mas de respeitar a natureza e o espírito da Revelação bíblica, assim os bispos
explicam. A Catequese tem, entre suas tarefas fundamentais, a entrega do Evangelho (traditio
Evangelii). Ela deve abrir ao catequizando o livro da Sagrada Escritura, que tem por centro o
Evangelho; valorizar a liturgia, abrindo novas perspectivas para o crescimento da fé, através
de orações, reflexão, imitação dos santos; e ensinar o Credo, o qual deve ser memorizado e
aprofundado. Assim, a Catequese será autêntico, isto é, terá sua origem na Palavra de Deus,
que se comunica através da Bíblia, da Liturgia, das diversas expressões da Tradição viva da
Igreja, dos sinais dos tempos e das situações históricas que vivemos (nº 94). Além disso o
conteúdo da catequese deve ser Cristocêntrico, íntegro, explicativo na hierarquia das verdades
e adaptativo quanto a linguagem e ao método. Para os bispos, a Catequese pode ser vista,
também, sob outro enfoque: o das dimensões a saber: a cristológica (referência a Cristo), a
eclesiológica (referência à Igreja, destacando sobretudo a as dimensões comunitária,
vocacional, missionária, e ecumênica) e a escatológica (referência ao dinamismo da História
em direção ao Reino futuro e definitivo).
Quanto ao método, os bispos reconhecem a pluralidade existente na Igreja, mas eles pedem
que todos os métodos obedeçam com ampla possibilidade de diferentes aplicações concretas,
ao chamado ‘princípio da interação’ (ou de interpelação). Isso é porque a catequese tem que
ser interativa, sendo capaz de criar um relacionamento mútuo e capaz. Além de ser interativa,
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a catequese não deve se opor da ortopráxis que é uma extensão da ortodoxia. Referindo-se a
este ponto, eles citam as palavras do Papa João Paulo II o qual afirmou:
Quanto aos lugares, os bispos delimitaram que lugar ou ambiente normal da Catequese é a
comunidade cristã. Mas isso não inviabiliza que o processo da catequese pode ser na família,
paróquia ou escola, ou nos grupos juvenis. Sob o mesmo aspecto, eles destacaram a
importância de dar a catequese segundo idades e situações, pois cada etapa da vida do
indivíduo possui um aspecto fundamental que deve ser frisado com mais intensidade. Além
disso, deve-se respeitar o processo de evolução humana nos catecúmenos. Tratando-se de
crianças e jovens, os bispos afirmam que a catequese deverá realçar também a dimensão
vocacional. Deverá ajudá-los, desde cedo, a encontrarem a vocação a que Deus os chamou.
Por isso, deverá orientá-los à oração e à reflexão diante de Deus, para que saibam escutar e
entender os sinais da vocação que os levam a descobrirem qual o seu lugar na Igreja, seguindo
o plano e a vontade de Deus.
Os bispos também estão cientes das realidades humanas que podem afetar algumas
pessoas, como o caso das deficiências físicas ou mentais numa família. Nestas casas, os
bispos colocam como opção a colaboração da família e da comunidade na educação da
pessoa, dispondo os recursos necessários para acolhê-los como membros plenos de sua
comunhão, e para o possível conhecimento de Jesus Cristo.
Tudo isto, mostra que os agentes da catequese devem ser formados e preparados a
encarar as diversas situações nas quais o povo de Deus pode estar inserido. Ele não deve ser
apenas comunicador da palavra de Deus, mas apresentar os meios para ser cristão e mostrar a
alegria de viver o Evangelho. Isto não dizer que ele passa a ser o centro da vida cristã, mas
antes de tudo o primeiro indicador a Jesus Cristo pelo seu exemplo. Por isso é importante que
a sua catequese se baseie sempre nos manuais organizados e reconhecidos pela Igreja, sem
substituir por nenhuma razão a sagrada escritura.