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Mussá Maria Cossa*

CATEQUESE RENOVADA ORIENTAÇÕES E CONTEÚDO**


A primeira paste do documento, faz um resgate histórico do desenvolvimento da catequese,
com o objetivo de destacar apenas algumas das suas linhas fundamentais, pois os bispos
acreditam que a “história nos ajuda a revalorizar estes diversos aspectos que, aos poucos,
foram compondo o complexo processo da Catequese, que hoje procura levá-los em conta”
(nº2).

Como primeira fase da catequese na história, destaca-se a catequese do século I ao


século V a qual era tida como iniciação à fé e vida da comunidade. Nesta época, a “catequese
introduzia progressivamente na participação da vida cristã dentro da comunidade” (nº7). Ou
seja, a catequese na era apostólica manifestou um grau de evolução partindo de uma catequese
breve à uma Catequese prolongada e organizada, que tinha como objetivo levar os
convertidos à iniciação na vida cristã. Desta forma, “criou-se o catecumenato com seus vários
graus, que preparava os candidatos à vivência na comunidade cristã, através da escuta da
Palavra, das celebrações e do testemunho” (nº 6).

Na segunda fase, mais ou menos do século V ao século XVI, a catequese foi tida como
processo de imersão na cristandade. Nesta época, a catequese, já não consistia tanto numa
iniciação à comunidade de fé, como verificamos na fase anterior. A sociedade inteira, em
todos os seus aspectos, se considerava animada pela religião cristã, a ponto de se estabelecer
uma aliança entre o poder civil e o poder eclesiástico. Foi o que se chamou de cristandade na
história eclesial (nº8).

A terceira faze, se caracteriza pela valorização do aprendizado individual, no qual já


não era tão marcante a ligação com a comunidade. Como fruto dessa valorização do
aprendizado individual; a preocupação com a clareza e a exatidão das formulações doutrinais,
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Académico do III semestre [2020] do Curso de Teologia-Bacharelado, na Faculdade Palotina. E-mail:
mussa.cossa@yahoo.com / mussa.cossaa@gmail.com
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O presente trabalho é um resumo da primeira e segunda parte do Documento Aprovado pelos Bispos do
Brasil na 21ª Assembleia Geral 15 de abril de 1983, o qual é intitulado CATEQUESE RENOVADA:
ORIENTAÇÕES E CONTEÚDO. De uma geral, dir-se-ia que o documento oferece diretrizes catequéticas para
a educação da fé das comunidades em colaboração com os pastores das Igrejas locais e Particulares. Este
resumo, é um trabalho desenvolvido na disciplina de Pastoral Catequética, durante o período de suspensão das
aulas presenciais na Faculdade Palotina-FAPAS. O trabalho foi desenvolvido sob a orientação do Prof. Luis
Carlos da Costa Leite | lcostaleitesac@hotmail.com
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em face das divisões no meio dos cristãos, no tempo da reforma protestante; a preocupação
com a formulação e difusão dos principais mistérios da fé cristã através dos catecismos de
maneira clara e pedagógica; e a influência do iluminismo; tornaram-se temas de destaque e de
suma importância na defesa e instrução ortodoxa

A quarta fase apresentou a catequese como educação permanente para a comunhão e


participação na comunidade de fé. Nesta fase, descobriu-se a importância fundamental da
iniciação cristã e do lugar primordial que nela cabe à comunidade de fé. Por esse motivo,
vários elementos foram reforçados dos quais podemos destacar os seguintes:

A revalorização da Bíblia, da Liturgia e do anúncio de Jesus Cristo, que foi o


fruto dos movimentos bíblicos, patrístico, litúrgico e querigmático;
As descobertas da psicologia, da pedagogia e de outras ciências humanas;
A renovação inspirada no Concílio Vaticano II (1962-65), o qual teve como
frutos as exortações apostólicas Evangelii Nuntiandi (EN) de Paulo VI, sobre a
Evangelização no mundo de hoje (1975) e Catechesi Tradendae (CT) de João
Paulo II, sobre a Catequese hoje (1979);
O resgate dos valores do relacionamento interpessoal, num mundo caraterizado
pelo progresso tecnológico-científico, explosão demográfica, urbanização, e
pela secularização, fruto do positivismo e do tecnicismo.
Além dos pontos acima indicados, os bispos relembram que a mesma sociedade também foi
marcada pelos ateísmos práticos e teórico-militantes, por diversos tipos de neopaganismo,
pelas formas fanáticas e sectárias de religiosidade de origem recente e pelo indiferentismo
religioso. Segundo eles, tudo isso precisou de um tipo de Catequese que, além de uma sólida
fundamentação da fé, fosse capaz de ajudar o cristão a converter-se e a comprometer-se no
seio de uma comunidade cristã para a transformação do mundo (nº 19). É por isso a Catequese
na américa latina, desde a 2ª Conferência Episcopal realizada em Medellín (1968), vem
procurando realizar-se em estreita ligação com a realidade da vida, para a construção de
comunidades de fé. Neste sentido vem levando os catequistas a caminharem com os mais
pobres e oprimidos e a partilharem as suas angústias, lutas e esperanças (nº 20). Num notável
esforço de renovação nestas últimas décadas, a Catequese no Brasil passou por diversas fases
onde, sucessivamente, os acentos e as preocupações recaíam sobre o conteúdo, método,
sujeito e, mais recentemente, sobre o objetivo da catequese.

No Brasil, diversos pioneiros se dedicaram ao trabalho de sistematização e adaptação


da Catequese às novas exigências, mas os bispos destacaram a imagem do Mons. Álvaro
Negromonte, que criou e difundiu no Brasil o chamado Método integral de Catequese, o qual
se propunha como objetivo formar o cristão íntegro, firme na fé, forte no amor e pleno de
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esperança; o trabalho do secretariado nacional e regionais da catequese; e os Institutos de


Pastoral Catequética. O objetivo que se buscava realizar era de integrar a catequese no
conjunto da renovação pastoral, a fim de pôr em prática os princípios e normas do Concílio,
repetidamente inculcados pelos Papas e pelos Sínodos, adaptados à situação latino-americana
em Medellín e Puebla e à nossa situação brasileira pelas orientações e diretrizes gerais da
CNBB (nº24). No final da primeira parte do documento, os bispos reconhecem os êxodos e
deficiências (luzes e trevas) na implementação do processo de integração da Catequese
seguindo as diretrizes da Igreja desde o Vaticano II.

A segunda parte do documento, oferece os princípios básicos para uma catequese


renovada. Ela inicia fazendo uma reflexão a parir da constituição dogmática Dei Verbum
sobre a revelação e catequese. Destaca-se logo no início que Deus, em sua bondade e
sabedoria, quis revelar-se a si mesmo [...] e fala aos homens como a amigos e com eles
conversa. Desta forma, Deus, para se comunicar com os homens, adotou essas duas
linguagens que se completam mutuamente: a das palavras e a dos gestos ou acontecimentos
(nº 35). Seguindo a mesma linha de pensamento, os bispos insistem que Deus não quer fazer
isso separando as pessoas, mas unindo-as. Deus quis santificar e salvar os homens não
isoladamente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituí-los num povo, que o
conhecesse e o servisse santamente. Por isso, Deus, procura guiar a humanidade de volta.
Procura orientá-la, aproximá-la de si. Torna-se para seu povo como um pai ou uma mãe que
ensina à criança os caminhos da vida. Torna-se um mestre ou educador, que ensina aos alunos
caminhos mais adiantados em busca da verdade e da felicidade. Como um pai educa seu filho,
assim Deus educa seu povo (Dt 8,5). Para melhor explicar esse auto despojamento de Deus à
humanidade, os bispos fazem um resgate breve da economia da salvação, centralizando Jesus
Cristo como plenitude da Revelação e Salvação na sua comunicação pelo Espírito. Citando a
Dei Verbum, os bispos sublinham que o Espírito de Jesus “não age só, livre e
misteriosamente, como o vento da noite, que não se sabe de onde vem e para onde vai (Jo
3,8). Ele, para manter inalterado e vivo o Evangelho, suscitou e conserva na Igreja a Tradição,
a Escritura e o Magistério (DV nº 7-10). Segundo eles, a Tradição Apostólica abrange todas
aquelas coisas que contribuem para santamente conduzir a vida e fazer crescer a fé do Povo
de Deus. E é chamada tradição, porque transmite e perpetua a todas as gerações tudo o que a
Igreja é, tudo o que crê (DV nº 8a).

Destaca-se ainda que acolher a Palavra, aceitar Deus na própria vida, é dom da fé. É
uma opção profundamente pessoal de seguimento a Jesus Cristo o qual se doa gratuitamente à
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humanidade por amor. Por isso, para os bispos, “a fé não é só uma adesão intelectual, um
conheci mento da doutrina de Jesus. Ela é uma opção de vida, uma adesão de toda a pessoa
humana a Cristo, a Deus e a seu projeto para o mundo” (nº64). Por isso, a fé é uma missão,
um envio e testemunho:

Quem crê não pode deixar de testemunhar sua fé. Quem foi escolhido, recebe um
encargo, uma missão. A missão fundamental é pregar o próprio Evangelho, anunciar
Jesus, revelar o amor do Pai pela humanidade. Mas o próprio amor de Deus exige o
amor fraterno, a comunhão e participação nesta terra, o empenho na libertação do
homem (cf. Puebla 327).
Os bispos ainda sublinharam que embora o processo de catequese esteja ligado às
circunstâncias históricas e culturais, é de fundamental importância lembrar que a sua
exigência primeira e fundamental é a fidelidade ao plano de Deus que se revela na História da
humanidade. Por isso que na sua transmissão, a fidelidade às fontes da Revelação divina que
chega até nós através da Sagrada Escritura, dentro da Tradição viva da Igreja, recebida dos
Apóstolos é indispensável (nº83-85). Não se trata simplesmente de tirar da Sagrada Escritura
e da Tradição elementos fragmentários, a serem inseridos numa Catequese de orientação
diferente, mas de respeitar a natureza e o espírito da Revelação bíblica, assim os bispos
explicam. A Catequese tem, entre suas tarefas fundamentais, a entrega do Evangelho (traditio
Evangelii). Ela deve abrir ao catequizando o livro da Sagrada Escritura, que tem por centro o
Evangelho; valorizar a liturgia, abrindo novas perspectivas para o crescimento da fé, através
de orações, reflexão, imitação dos santos; e ensinar o Credo, o qual deve ser memorizado e
aprofundado. Assim, a Catequese será autêntico, isto é, terá sua origem na Palavra de Deus,
que se comunica através da Bíblia, da Liturgia, das diversas expressões da Tradição viva da
Igreja, dos sinais dos tempos e das situações históricas que vivemos (nº 94). Além disso o
conteúdo da catequese deve ser Cristocêntrico, íntegro, explicativo na hierarquia das verdades
e adaptativo quanto a linguagem e ao método. Para os bispos, a Catequese pode ser vista,
também, sob outro enfoque: o das dimensões a saber: a cristológica (referência a Cristo), a
eclesiológica (referência à Igreja, destacando sobretudo a as dimensões comunitária,
vocacional, missionária, e ecumênica) e a escatológica (referência ao dinamismo da História
em direção ao Reino futuro e definitivo).

Quanto ao método, os bispos reconhecem a pluralidade existente na Igreja, mas eles pedem
que todos os métodos obedeçam com ampla possibilidade de diferentes aplicações concretas,
ao chamado ‘princípio da interação’ (ou de interpelação). Isso é porque a catequese tem que
ser interativa, sendo capaz de criar um relacionamento mútuo e capaz. Além de ser interativa,
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a catequese não deve se opor da ortopráxis que é uma extensão da ortodoxia. Referindo-se a
este ponto, eles citam as palavras do Papa João Paulo II o qual afirmou:

A Catequese autêntica é sempre iniciação ordenada e sistemática à Revelação que


Deus faz de si mesmo ao homem em Jesus Cristo; Revelação esta conservada na
memória profunda da Igreja e nas Sagradas Escrituras, e constantemente
comunicada por uma tradição viva e ativa, de uma geração para a outra. E tal
Revelação não está isolada da vida, nem justaposta a ela de maneira artificial. Mas
diz respeito ao sentido último da existência, que ela esclarece totalmente para a
inspirar e para dela ajuizar criticamente, à luz do Evangelho (CT 22).

Quanto aos lugares, os bispos delimitaram que lugar ou ambiente normal da Catequese é a
comunidade cristã. Mas isso não inviabiliza que o processo da catequese pode ser na família,
paróquia ou escola, ou nos grupos juvenis. Sob o mesmo aspecto, eles destacaram a
importância de dar a catequese segundo idades e situações, pois cada etapa da vida do
indivíduo possui um aspecto fundamental que deve ser frisado com mais intensidade. Além
disso, deve-se respeitar o processo de evolução humana nos catecúmenos. Tratando-se de
crianças e jovens, os bispos afirmam que a catequese deverá realçar também a dimensão
vocacional. Deverá ajudá-los, desde cedo, a encontrarem a vocação a que Deus os chamou.
Por isso, deverá orientá-los à oração e à reflexão diante de Deus, para que saibam escutar e
entender os sinais da vocação que os levam a descobrirem qual o seu lugar na Igreja, seguindo
o plano e a vontade de Deus.

Os bispos também estão cientes das realidades humanas que podem afetar algumas
pessoas, como o caso das deficiências físicas ou mentais numa família. Nestas casas, os
bispos colocam como opção a colaboração da família e da comunidade na educação da
pessoa, dispondo os recursos necessários para acolhê-los como membros plenos de sua
comunhão, e para o possível conhecimento de Jesus Cristo.

Tudo isto, mostra que os agentes da catequese devem ser formados e preparados a
encarar as diversas situações nas quais o povo de Deus pode estar inserido. Ele não deve ser
apenas comunicador da palavra de Deus, mas apresentar os meios para ser cristão e mostrar a
alegria de viver o Evangelho. Isto não dizer que ele passa a ser o centro da vida cristã, mas
antes de tudo o primeiro indicador a Jesus Cristo pelo seu exemplo. Por isso é importante que
a sua catequese se baseie sempre nos manuais organizados e reconhecidos pela Igreja, sem
substituir por nenhuma razão a sagrada escritura.

Em suma, podemos afirmar que as duas partes do documento, fazem um resgate


histórico do desenvolvimento da catequese ao longo dos tempos. Com isso, os bispos desejam
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oferecer diretrizes fundamentais no processo da evangelização dos fiéis através da catequese.


Não se trata de uma desvalorização do que se fez até os seus dias, mas uma releitura
construtiva para responder aos desafios que a contemporaneidade apresentava nesta pastoral.

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