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Aula 10

A ditadura foi determinada politicamente pelo bipartidarismo, aliança nacional renovadora


(arena) e o MDB movimento democrático brasileiro, organizados em 1965 pois anteriormente
não havia partidos sendo eles extintos no ato institucional número 2 AI-2, elaborado por
militares e civis que ocupavam o poder Executivo, sem consultas às lideranças políticas e muito
menos à sociedade.

O AI-2 acabou entrando para a história como mais uma prova ou decorrência da desagregação
do sistema partidário vigente entre 1945 e 1965, Alguns articulistas da grande imprensa
imaginavam que o AI-2 apenas precipitava a reorganização dos partidos políticos, tornando o
sistema partidário mais nítido. Esperava-se, então, a formação de um sistema partidário
menos fragmentado, no qual as forças políticas se reuniriam em torno dos maiores partidos: o
Partido Social Democrático (PSD), o Partido Trabalhista Brasileiro, (PTB) e a União Democrática
Nacional (UDN).

Em 1964, após a deposição do presidente João Goulart, muitos políticos e sindicalistas foram
cassados, mas os partidos políticos continuaram em atividade. Após as eleições para
governadores em 1965 e a vitória de candidatos do PSD na Guanabara e em Minas Gerais, o
governo Castelo Branco determinou a extinção de todos os partidos políticos através do AI-2.

O objetivo do governo não era instalar uma ditadura sem partidos, mas alterar profundamente
as forças políticas em jogo. A Arena e o MDB organizaram-se a partir de exigências do AI-2 e do
Ato Complementar n° 4, que limitavam fortemente a organização dos partidos. Estes só
poderiam ser organizados por membros do Congresso Nacional (em número não inferior a 120
deputados e 20 senadores); as novas organizações não poderiam usar quaisquer símbolos dos
partidos extintos e tampouco a palavra partido em seus nomes. O objetivo era criar um
sistema partidário novo, procurando descaracterizar as organizações partidárias em atividade
desde 1945.

Entre os anos de 1964 e 1968, antes mesmo do AI-5, as instituições liberal-democráticas de


representação política foram atingidas por sucessivas medidas autoritárias: a deposição do
presidente da República, as cassações de direitos políticos e a consequente perda de mandatos
parlamentares, a extinção dos partidos políticos em atividade, mudanças na legislação eleitoral
e criação de eleições “indiretas” para governadores de estado e prefeitos de municípios
considerados áreas de segurança nacional, com a consequente perda da autonomia desses
municípios, e até o recesso do Congresso Nacional.

Posicionamento da UDN Em 1963, os contatos entre udenistas e chefes militares se


intensificaram, a conspiração não envolvia apenas os “duros” da UDN, mas também os
“liberais” ou “bacharéis históricos”, como Afonso Arinos, Adauto Cardoso, Aliomar Baleeiro e
Daniel Krieger.

Desde 1963, Adauto atacava a política de mobilização da população através de comícios


realizados pelo PTB com a participação do presidente da República. Para ele, tratava-se de
uma guerra cujo objetivo era “sustentar a superior autenticidade da representação do senhor
presidente da República, da representação do povo em confronto com a nossa representação
[parlamentar]”. Nesta guerra, a alternativa escolhida foi o abandono dos princípios
democráticos em nome das próprias instituições políticas.

Logo nos primeiros dias de abril de 1964, um dos principais temas em debate no Congresso
Nacional era o das cassações de parlamentares. Muitos políticos que apoiaram o movimento
de 1964 participaram do processo de cassações, através da imprensa e dos debates na Câmara
dos Deputados e no Senado; pôde-se observar as divergências existentes.

Posicionamento do PTB Os representantes do PTB no Congresso Nacional procuravam mostrar


as contradições da atuação dos udenistas, ora arautos das liberdades políticas, ora defensores
de cassações de mandatos parlamentares. Alguns petebistas defendiam a retirada dos
deputados do plenário, para não serem submissos aos militares que reclamavam a suspensão
das imunidades parlamentares (Milton pede ao Congresso que resista. Jornal do Brasil, Rio de
Janeiro. 7/4/1964, p. 4). No entanto, no dia 10 de abril, foi publicada a primeira lista de
cassações, composta de 102 nomes.

Por determinação do Comando Revolucionário, a presidência da Câmara dos Deputados


cassou mandatos de parlamentares e convocou os suplentes.

Se, por um lado, o Executivo formado a partir do movimento de 1964 cassava mandatos de
parlamentares e suspendia direitos políticos de muitos cidadãos, por outro lado, também
pretendia governar negociando com o Legislativo, e não apenas através de atos institucionais.
Esperava-se o apoio do Congresso, especialmente para a aprovação de emendas
constitucionais relativas às reformas política e agrária. Trabalhava-se para conquistar uma
ampla base parlamentar formada por cerca de dez partidos; apenas o PTB encontrava-se fora
do bloco governista.

Fim dos Partidos A partir de agosto de 1964, começaram os rumores sobre a extinção dos
partidos em atividade. Muitos líderes da UDN, do PSD e do PTB eram contrários à medida.
Durante o ano de 1964, o governo não editou nenhuma lei relativa ao funcionamento dos
partidos políticos que modificasse o sistema partidário vigente. Apenas em 15 de julho de
1965, mais de um ano após a ascensão dos militares ao poder, e tendo em vista as eleições
que se realizariam no dia 3 de outubro, o governo editou uma nova Lei Orgânica dos Partidos
Políticos. A lei indicava que o projeto era manter.

A lei indicava que o projeto era manter o sistema partidário, mas com uma modificação
fundamental. A nova legislação distinguia-se, basicamente, por aumentar a cláusula de
funcionamento dos partidos para 3% do eleitorado que tivesse votado na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados. Portanto, é bom destacar que o seu objetivo era diminuir o
número de partidos, e não eliminar o sistema existente como um todo.

o resultado das eleições de outubro de 1965 precipitou uma reforma partidária muito mais
profunda. Naquele ano, nas eleições para governadores, a UDN perdeu em 9 dos 11 estados
em disputa, já que nos demais estados, de acordo com o calendário eleitoral, as eleições se
realizariam em 1966.

a derrota da UDN foi interpretada como uma derrota do movimento de 1964, principalmente
pelos militares interessados em radicalizar o processo político (CASTELLO BRANCO, p. 602). Ao
longo do tempo, essa perspectiva foi se consolidando e passou a ser encontrada em estudos
produzidos a posteriori, muito provavelmente influenciados pela organização subsequente dos
partidos em torno do eixo pró ou contra o movimento de 1964.

a UDN procurava artifícios autoritários para combater vitórias eleitorais do PSD e do PTB,
tentando impedir a posse de presidentes eleitos, quer pelo questionamento quanto à
inexistência de maioria absoluta — não prevista constitucionalmente (caso de Vargas, em
1950) —, quer pelo artifício do incentivo à conspiração militar (caso de JK, em 1955).

Logo após a divulgação do AI-2, o PSD, o PTB, o PSB e o PDC distribuíram notas oficiais de
repúdio à concentração de poderes no Executivo e à extinção dos partidos. Na imprensa, a
manchete do Jornal do Brasil destacava: “UDN foi o único dos grandes que não falou da
extinção”

Entretanto, em todos os partidos houve divergências sobre determinados aspectos da medida.


Entre os udenistas, destacouse o apoio ao AI-2, através de declarações de “contentamento” e
de “compreensão” com o governo.

Nesse debate, um dos pontos mais polêmicos era justamente o do desaparecimento das
legendas de cada partido. Entre as lideranças pessedistas e petebistas havia uma certa
“desolação pela liquidação das siglas” (Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 29/10/1965, p. 4).

Percebe-se, assim, que a dissolução do sistema partidário existente entre os anos de 1945 e
1965 não foi o resultado de uma espécie de evolução “natural” advinda do enfraquecimento
do sistema, mas uma intervenção autoritária e casuística que contou com resistências
consideráveis. Tal intervenção foi realizada imediatamente após as eleições de 1965, quando
os partidos e o eleitorado demonstraram que o movimento de 1964 não havia superado a
autonomia e a força das legendas junto ao eleitorado e que outro poderia ter sido o curso da
política se os “antigos” partidos não tivessem sido destruídos como foram.

RESPOSTS

As notas públicas do PSD e do PTB podem ser consideradas verdadeiros manifestos em que as
direções partidárias denunciam o caráter autoritário do Ato Institucional nº. 2. Afirmam seu
protesto, a ausência de consulta prévia e concordância com a extinção de suas organizações,
então com cerca de vinte anos. De acordo mesmo com o perfil político-ideológico de cada um,
o PSD destaca que não faltou ao diálogo com o governo, enquanto o PTB enfatiza a
impossibilidade de continuar fazendo oposição em um estado de exceção. Ambas as direções
procuram, de certa maneira, prestar contas aos seus eleitores, enfatizando seus compromissos
e tradições. O PSD lembra a sua “vocação de servir ao Brasil e ao seu destino de baluartes do
regime republicano e federativo”. O PTB reafirma sua fidelidade à luta pela democracia e a
“defesa intransigente dos trabalhadores e das causas nacionais”. Em contrapartida, o Ato
Complementar nº. 4, ao proibir que as novas organizações partidárias tivessem as mesmas
legendas dos partidos extintos, indica o reconhecimento do valor simbólico das siglas. Ao
proibir sua continuidade, o AC-4 tinha o sentido de procurar desfazer não só a estrutura
partidária, mas, inclusive, os laços simbólicos entre trabalhistas, pessedistas e seus respectivos
eleitorados.

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