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FACULDADE DE DIREITO

UNIVERSIDADE DE LISBOA
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
2.º ANO – Turma A
19 de Janeiro de 2010

GRELHA DE RESOLUÇÃO DO EXAME FINAL

Responda a três dos seguintes temas:

1. A soberania como essência das relações internacionais.

Nesta questão deve ser referida a formação do conceito de soberania, a definição de


Bodin e a distinção de soberania interna e externa.
A soberania externa permitiu desenvolver os princípios de independência e igualdade
entre os Estados e, a partir destes conceitos, teorizou-se o moderno Direito
Internacional e as relações internacionais pós Conferência de Vestefália.
A soberania externa permitia ao Estado o exercício do Ius tractatum, do ius belli e do ius
legationis.
A construção do Direito Internacional é indissociável da ideia de soberania e de
Estado, razão pela qual se entende como essência das relações internacionais.

2. A influência da Conferência de Berlim de 1885 na divisão do continente


africano.

A Conferência de Berlim de 1885 é denominada por Conferência africana. Deve ser


referido na resposta a esta questão as soluções consagradas no Acto-Geral e
nomeadamente: (i) a repartição e neutralização da região do Congo entre as potências
que nele se encontravam (Portugal, Inglaterra, França, Alemanha e Associação
Internacional); (ii) o sistema de ocupação efectiva; (iii) as esferas de influência e de
interesses. Referir que o sistema de esferas de influência pretendia evitar a ocupação
efectiva e criar um domínio não efectivo sobre várias regiões do interior de África.

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Estas divisões alheias a preocupações étnicas estiveram na génese de muitos conflitos
do século XX.

3. As conferências de Haia de 1899 e 1907 sobre a resolução pacífica de


conflitos e a génese de um Direito Internacional universal.

Referir a importância das conferências de 1899 e 1907 para a resolução pacífica de


conflitos e apresentar algumas das soluções preconizadas, nomeadamente a arbitragem.
Caracterizar a arbitragem internacional preconizada nas conferências e apresentar as
diferenças entre elas.
Referir também que nas conferências de Haia estiveram representados Estados extra
europeus, nomeadamente africanos, asiáticos e americanos, o que permitiu dizer que o
Direito Internacional deixou de ter um cariz europeu, para assumir uma vertente
universal. Na conferência de Haia de 1907 praticamente todos os Estados estavam
representados.

4. A Declaração Universal dos Direitos do Homem como um momento de


construção de um Direito Internacional Humanitário.

Referir a génese e conteúdo da Declaração dos Direitos do Homem e importância que


tem vindo a ter para o desenvolvimento de um Direito Internacional centrado no
Homem. A título exemplificativo pode ser referido como integrante do Direito
Internacional Humanitário o combate à escravatura, ao terrorismo e ao trabalho
infantil. A defesa dos direitos da criança, da mulher e do ambiente são outros temas
que podem ser integrados no Direito Internacional Humanitário.

II

Comente, desenvolvendo, um dos seguintes temas:

Com o comentário pretende-se avaliar a capacidade do aluno em relacionar temas


leccionados nas aulas. Será valorizada a capacidade de investigação do aluno.

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1. A Organização das Nações Unidas e a globalização das relações
internacionais no século XX e início do século XXI.

Pretende-se com esta questão que seja demonstrada a génese das Nações Unidos
(ONU) e referidas as suas características principais, nomeadamente a importância do
direito de veto para o desenvolvimento das relações internacionais. Deve ser referida a
participação da quase totalidade dos Estados na ONU, o que permite defender que as
soluções propostas pela ONU atingem um nível de globalização.
Deve ser analisado o trabalho da ONU de modo a demonstrar a globalização de
soluções: a jurisdição internacional de um Tribunal, o combate ao terrorismo, a ajuda
humanitária, a defesa do ambiente, a resolução pacífica dos conflitos e a guerra.

2. Comente a seguinte frase, atendendo ao período que medeia entre o século


XVII e XIX: “O Direito Internacional como a consciência jurídica do
mundo civilizado.”

Com o comentário a esta frase tem-se em vista aprofundar o devir do Direito


Internacional. O Direito Internacional como uma criação dos Estados civilizados
europeus, que se opunha ao mundo dito não civilizado.
Apresentar as ideias de Vitória e Suárez sobre a génese e aplicação do Direito
Internacional, e referir a evolução construtiva que o Direito Internacional e as Relações
Internacionais tiveram nos séculos XVII a XIX. Nestes séculos o Direito Internacional
era tido como a “consciência jurídica do mundo civilizado” por ser de origem natural.
Era tido como o Direito Natural aplicado às relações entre Estados.
Deve ser demonstrado que o Direito Internacional foi construído até ao século XIX
como um Direito dos povos cristãos civilizados que deveria constituir o garante da
igualdade e independência dos Estados, bem como dos estrangeiros.
O Direito Internacional evoluiu de um Direito europeu para um Direito de cariz
mundial, a partir de meados do século XIX, nomeadamente com a participação da
Turquia nos benefícios do Direito Internacional, conforme definido no Congresso de

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Paris de 1856. Não pode ser ignorada a extensão da sociedade internacional por força
das independências territoriais ocorridas no continente americano nos finais do século
XVIII, inícios do XIX.
A partir de 1856 e com as Conferências de Haia de 1899 e 1907 o Direito Internacional
universaliza-se e tem como função dirimir os conflitos entre Estados, disciplinando a
guerra e apresentando soluções para resolver de forma pacífica os conflitos.
No âmbito do Direito Privado desenvolveram-se institutos como a propriedade
industrial e os direitos de autor, os pesos e medidas, o reconhecimento de sentenças
estrangeiras, etc.

Pedro Caridade de Freitas

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