Vous êtes sur la page 1sur 2

Editorial

Da importância das eleições presidenciais

A nível nacional a campanha para as eleições presidenciais tem decorrido a um nível


morno e com poucos pontos de interesse. Ou devido à falta de protagonismo e poder
de acção que a Constituição dá à figura do presidente, ou aos próprios candidatos, os
motivos discutidos durante a campanha não estão a fazer com que os portugueses
despertem para a votação.
Contudo, se analisarmos mais ao pormenor o que se pode vir a passar, tanto a nível
nacional como a nível do concelho de Montemor-o-Novo, poderemos sempre
encontrar motivos de interesse e de análise nas próximas eleições presidenciais.
Assim, ao que tudo indica, a nível nacional estas eleições podem dar início a um novo
ciclo político, pelo que a votação que o candidato apoiado pelos partidos mais à
direita, PSD e CDS, vier a ter, pode dar uma noção de como está a receptividade do
país a uma mudança política ao nível da Assembleia da República e do Governo. Por
parte do partido socialista, é importante verificar até onde pode ir o candidato que
apoia, face à possibilidade de constatar como está o seu suporte eleitoral, depois de
terem sido tomadas muitas medidas que não agradam à maioria da população. Para o
candidato do PCP a estratégia é a mesma do passado, tentando fazer passar a mesma
mensagem, não existindo neste candidato qualquer tipo de novidade. Para os restantes
candidatos, é difícil entender a razão porque estão a concorrer, a não ser a de fazer
parte de uma estratégia de divisão alargada de votos, de modo a impedir uma eleição à

1
primeira volta. Se pensarmos um pouco, esta foi a estratégia de Mário Soares aquando
da sua primeira eleição presidencial, e que resultou na sua vitória na segunda volta.
Neste sentido, estas eleições serão sempre um contar de espingardas dos diversos
partidos depois de um ano de forte crise económica e financeira e onde muita coisa se
passou desde que fomos a votos pela última vez.
Tal como a nível nacional, estas eleições presidenciais também poderão ter a sua
importância relativa no concelho de Montemor-o-Novo. Também aqui, a nível local,
um novo ciclo político vai ter início, embora ainda não se saiba exactamente quando
começa, devido à saída forçada do actual presidente da Câmara Municipal no final
deste mandato autárquico, o deverá provocar alguma agitação política.
Por um lado, estas serão as primeiras eleições desde que Joaquim Bastos e Capoulas
Santos tomaram conta do PS, pelo que também para eles deverá ser importante saber
até onde podem ir, e com o que é que podem contar neste concelho. Por outro lado,
para o PCP também é importante ver como se comporta a sua base de apoio e
constatar se o partido conseguirá manter mais uma vitória nestas eleições. Mas não é
apenas para o PS e para o PCP que estas eleições podem ser importantes. Também
para o PSD é muito importante verificar até onde pode ir a candidatura do seu
candidato em terreno hostil. Se a base de apoio for maior do que a verificada nas
últimas eleições, a concelhia do PSD pode ver qual é, de facto, o seu potencial. A
dinâmica que o PSD tem apresentado, embora mais na Assembleia Municipal do que
no vida civil, por contraponto à falta dela por parte do PS, tem também nestas eleições
um teste acrescido. Por isso, tanto um como outro destes partidos em Montemor têm
necessidade de contar e de tomar o pulso aos seus eleitores, para poderem começar a
definir estratégias para o seu futuro político.
As eleições são sempre actos que medem o pulso político a uma população, quer a
nível nacional quer a nível local, sejam elas presidenciais, legislativas ou autárquicas.
Embora a sua relevância seja diferente e estejam em causa, em cada uma das eleições,
situações, propostas e alternativas diferentes, o voto é sempre um reflexo da vontade
do povo e mostra um sentimento de mudança ou de estabilidade em cada momento,
consoante são as expectativas. Vamos a votos.

A.M. Santos Nabo


Janeiro 2011

Vous aimerez peut-être aussi