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SÃO BORJA
2010
1
São Borja
2010
2
__________________________________________________________________________
Prof. Ms. Marco Bonito
Orientador
(Comunicação Social – Jornalismo) – (UNIPAMPA)
__________________________________________________________________________
Prof. ______________________
(________________________) – (UNIPAMPA)
__________________________________________________________________________
Prof. _________________
(________________________) – (UNIPAMPA)
3
Andréia Sarmanho
Guilherme Veiga
4
AGRADECIMENTO
Agradecemos a Deus por nos dar força para superar as dificuldades durante esses quatro anos.
Ao nosso orientador, Prof. Marco Bonito, por ter nos mostrado novos caminhos e ter sido
nosso guia durante a realização desse trabalho.
Aos nossos pais e familiares pelo apoio em todas as horas.
Aos amigos, por estarem presentes nos momentos em que necessitamos de ajuda,
academicamente, ou não.
Aos professores, não por nos mostrarem o caminho na escuridão, mas por nos darem a luz
para que achássemos por nós mesmos.
Às pessoas que encontramos durante essa estrada dura e maravilhosa por nos fazerem crescer
como seres humanos, profissionais, e, principalmente como cidadãos.
Agradecemos também aos entrevistados, que contribuíram com suas histórias e nos deram
todo o apoio necessário para sua concretização, bem como toda a comunidade são-borjense,
onde sempre encontramos apoio para sua realização.
5
Claudio Abramo
6
RESUMO
Este trabalho consiste num projeto experimental em comunicação que explora o gênero
vídeo documental, tendo como plataforma a web. A produção do web-documentário se deu
através da realização de entrevistas, com a utilização de equipamento amador, que constitui
uma das características deste gênero. Também foram utilizadas pesquisa bibliográfica e
documental, onde todos os materiais passaram por um processo de triagem na produção
dos roteiros. O web-documentário foi então composto por sete episódios distribuídos entre
quatro períodos históricos da cidade de São Borja: época missioneira, invasão paraguaia no
século XIX, terra dos presidentes e contemporaneidade. Através de uma linguagem
didática e também dinâmica, à medida que o usuário escolhe seus caminhos de interesse
através de um formato interativo, o produto busca a preservação e difusão da história da
cidade.
ABSTRACT
This work is an experimental communication project that explores the genre video
documentary, and as the web platform. The production of web-documentary was made
through interviews, with the use of amateur equipment, which is a characteristic of the
genre. Were also used bibliographic and documental research, all materials have gone
through a triage process in the production of the scripts. The web-documentary was then
composed of seven episodes distributed among four historical periods of São Borja:
missionary time, Paraguayan invasion in the XIX century, the land of presidents and
contemporaneity. Through a teaching language and also dynamic, as the user chooses their
path of interest through an interactive format, the product look up to the preservation and
dissemination of the history of the city.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9
2. FORMATO........................................................................................................................... 11
3. TRAJETÓRIA DE PESQUISA E REALIZAÇÃO DO TCC .............................................. 14
4. DESENVOLVIMENTO....................................................................................................... 22
4.1 Descrição do produto .......................................................................................................... 22
4.2 Circulação ........................................................................................................................... 22
4.3 Equipamentos ..................................................................................................................... 22
4.4 Custos ................................................................................................................................. 23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 25
APÊNDICES ............................................................................................................................ 27
9
1. INTRODUÇÃO
O tema escolhido para a realização desse trabalho é a história de São Borja, que é uma
das cidades mais antigas do estado do Rio Grande do Sul, tendo sua fundação datada no final
do século XVII1. A cidade, fundada por padres jesuítas espanhóis, é considerada
popularmente o primeiro dos Sete Povos das Missões da Companhia de Jesus, e seu nome é
uma homenagem do Padre Francisco Garcia, fundador da redução2, a Francisco de Borja e
Aragão, superior geral da ordem. O município possui o título de Cidade Histórica do Rio
Grande do Sul, por ter sido considerado, pela assembléia legislativa, “palco de importantes
episódios da formação territorial, social e política da nacionalidade”3. Contudo, a riqueza
histórica da cidade, constituída de períodos distintos, cada qual com seus respectivos marcos,
não possui muitos registros que a difundam. Desta necessidade de divulgação, sobretudo
através de abordagens didáticas, resulta a falta de conhecimento por parte do público em
relação à história do município.
A realização de um web-documentário apresenta-se como uma proposta para
contribuir com a divulgação da história de São Borja, de forma didática bem como contribuir
para o registro documental em vídeo desta história. A escolha de um formato que ao mesmo
tempo possui características de entretenimento e, entre as mídias existentes, é a que melhor
reúne poder de difusão e de interatividade, visa aumentar o interesse por parte do público,
sobretudo os jovens, uma vez que divulgado na web.
O trabalho divide-se em quatro períodos históricos, delimitando a produção a uma
linha do tempo. A primeira parte aborda a temática missioneira (final do séc. XVII – meados
do séc. XVIII), contextualizando este período e o legado ainda existente na cidade. A segunda
discorre sobre a então Vila de São Borja, durante a Guerra do Paraguai (1865)4,
contextualizando o conflito e o que este representou a nível local. A terceira parte do trabalho
é direcionada à São Borja “Terra dos Presidentes”, focando a vida de Getúlio Vargas e João
Goulart no município – onde nasceram, viveram, o que faziam – contextualizando sua vida
como são-borjenses à sua representação política para o país. Por fim, a quarta parte do
trabalho se concentra na história recente da cidade, englobando o desenvolvimento e as
transformações decorridas da construção da ponte internacional – São Borja (BR) - Santo
1
Considera-se o ano de 1682 como data de fundação da redução de São Francisco de Borja, porém estudos
recentes apontam que esta tenha surgido no ano de 1690.
2
Povoado, vilarejo.
3
Decreto nº 35.580, de 11 de outubro de 1994 da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
4
O conflito estendeu-se do final do ano de 1864 a 1870, porém a invasão de São Borja data de maio de 1865.
10
pesquisa não receberam nenhum tipo de tratamento analítico, torna-se necessária a análise de
seus dados” (GIL, 2006, p. 88).
No processo de observação são utilizados os sentidos para examinar aspectos da
realidade. É um processo que se aplica no recorte da realidade sobre o qual o trabalho foi
desenvolvido.
Já a técnica da entrevista, chave do desenvolvimento do trabalho, conforme Goode e
Hatt (apud MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 92), “consiste no desenvolvimento de precisão,
focalização, fidedignidade e validade de um certo ato social como a conversação”. As
entrevistas foram gravadas após a realização de uma pré-entrevista para abordagem
condizente com o foco do trabalho.
Durante a realização das pré-entrevistas e entrevistas produzimos arquivos de áudio
para a composição multimídia do trabalho, que é característica do formato escolhido.
Também coletamos material fotográfico, documental e realizamos textos a respeito dos
diversos assuntos abordados no trabalho para melhor caracterizar o formato.
Em relação aos aspectos técnicos do trabalho, a produção do web-documentário foi
realizada através de câmeras de vídeo semi-profissionais digitais, câmeras fotográficas
digitais e players5 de música portáteis. Depois de realizado o processo de edição, obtivemos
sete episódios de aproximadamente cinco minutos, com uma interface dinâmica, que conta
com o suporte dos textos, imagens e áudios de apoio.
2. FORMATO
5
Aparelhos eletrônicos que reproduzem arquivos digitais de música.
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6
Documentarista e autora do livro “O Documentário de Eduardo Coutinho: televisão, cinema e vídeo”, que
reflete sobre as transformações do gênero à luz dos documentários do cineasta Eduardo Coutinho.
7
Termo empregado para designar o usuário no ciberespaço.
13
8
Autores da Teoria Matemática da Informação (1949), um modelo linear de comunicação, onde uma fonte passa
a informação a um transmissor, que a coloca num canal (sujeito a ruído), que a leva a um receptor para que
chegue a um destinatário.
14
9
“Renderização” é o termo mais utilizado para traduzir o processo representado pelo sinônimo estrangeiro
“render”, que significa o tratamento digital dado no processo de edição de áudio ou vídeo para obter melhor
qualidade no produto final.
15
recorrentes durante todo o processo de filmagem: por não possuir entrada para microfones, a
captação do áudio era difícil. A câmera sempre tinha que ser posicionada a cerca de 1,5m do
entrevistado para que a sua fala fosse audível, por ser captada no mesmo canal do som
ambiente.
As duas entrevistas, com Christopher Goulart e Maria Thereza Goulart, foram feitas ao
ar livre, no pátio do Memorial Casa João Goulart. Assim, houve alguns riscos que resolvemos
correr e que acabaram interferindo: pessoas que intervinham nas gravações ao interagir com
os entrevistados durante suas falas e uma série de ruídos que havia ao redor do local das
entrevistas. Porém, felizmente, nenhuma dessas situações atrapalhou o processo de edição,
pois não interferiram nas partes necessárias ao episódio, para o qual obtivemos as
informações que buscávamos, especialmente sobre a convivência da ex-primeira dama com o
presidente Jango e sua relação com a cidade de São Borja, objeto do nosso trabalho.
O próximo entrevistado foi o Sr. Dirceu Dornelles, que freqüentou assiduamente a
casa da família de João Goulart quando criança, e mais tarde, após assumir o cartório de São
Borja, em 1955, se tornou o tabelião do ex-presidente, que possuía várias propriedades na
cidade. A entrevista ocorreu no dia 28 de agosto, após a realização de uma pré-entrevista
fundamental ao esclarecimento de alguns pontos sobre o ex-presidente, que auxiliaram na
condução de todo o processo. Ao contrário das entrevistas anteriores, por ter sido feita em um
local fechado, nesse caso, a residência do Sr. Dirceu, não houve nenhum problema de caráter
técnico. A conversa transcorreu com tranqüilidade, sem problemas de áudio, uma vez que não
fomos interrompidos por ninguém e não houve ruídos que poderiam, também, ser um
problema.
No dia 2 de setembro fizemos a entrevista mais surpreendente em termos de conteúdo
relacionado ao ex-presidente Jango. Agendamos, por telefone, com o Sr. Luthero Fagundes,
contador de João Goulart, e visitante freqüente em suas fazendas durante o exílio. Por não
termos tido uma conversa prévia para saber o quanto ele poderia contribuir conosco, não
sabíamos qual era a profundidade de informações que possuía; sabíamos apenas da relação
próxima que ele havia tido com Jango.
Durante a entrevista, Sr. Luthero Fagundes fez algumas revelações da intimidade de
Jango, como seu medo de ser assassinado, e sobre as perseguições que ambos sofreram.
Porém, durante uma fala importante do entrevistado, as vozes das pessoas presentes na casa
passaram a atrapalhar a gravação. Assim, solicitamos que algumas partes de seu depoimento
fossem refeitas e, para nossa surpresa, o entrevistado lembrou-se de alguns até então
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desconhecidos por nós, o que enriqueceu o trabalho. Também obtivemos com o entrevistado
uma foto de seu acervo pessoal, onde ele se encontra junto do ex-presidente no período do
exílio.
No mesmo dia, entrevistamos o Sr. Viriato Vargas, sobrinho-neto do ex-presidente
Getúlio Vargas, que é o tema do terceiro e quarto episódios do web-documentário.
Começamos assim a produzir os episódios paralelamente, adiantando a etapa de entrevistas. O
entrevistado nos concedeu um depoimento bastante pessoal, por ter convivido quando jovem
com Getúlio, nas ocasiões em que o ex-presidente vinha para São Borja.
Durante a realização desta entrevista, os problemas que tivemos foram relacionados a
ruídos no áudio ambiente, uma vez que chovia e o entrevistado também se movimentava
várias vezes e mexia em objetos na mesa, o que fazia com que o enquadramento da imagem
mudasse, mas nada significativo para que fosse necessária a refilmagem. Com o Sr. Viriato
também tivemos acesso a várias fotos de Getúlio Vargas, além de livros, revistas e outras
fontes impressas para pesquisa.
É importante ressaltar que as decupagens10 de todas as entrevistas eram feitas em
intervalos de dias ou mesmo no exato dia da gravação. Isso agilizava nossa previsão do que
ainda era necessário, já visualizando os pré-roteiros que foram realizados antes da produção
das entrevistas, como guia para as mesmas.
A última entrevista a ser utilizada nos episódios sobre Jango foi feita no dia 16 de
setembro com Jacqueline Cassafuz, historiadora e responsável pelo Memorial Casa João
Goulart. Sendo ela a pessoa mais acessível a prestar orientações sobre a história geral do ex-
presidente, seu depoimento serviu como base para estruturar o roteiro, e principalmente
preencher as lacunas do mesmo. A parte técnica da entrevista transcorreu sem problemas e no
dia seguinte, 17 de setembro, retornamos ao Memorial Casa João Goulart para a realização de
imagens de objetos, painéis e fotos que serviriam como inserts11 de imagens durante o
episódio.
A partir da conclusão das entrevistas para a realização do quarto e quinto episódios,
referentes a Jango, teve início a produção do roteiro final o início de processo de edição.
Inicialmente, estimávamos que seria possível abordar a história do ex-presidente João Goulart
em um único episódio, no entanto, optamos por dividi-lo em duas partes, para que
pudéssemos explorar melhor as informações obtidas. Por ser baseado num passado não muito
10
“Decupagem” é o termo utilizado para designar o ato de transcrever o conteúdo dito nas gravações.
11
“Insert” é o termo estrangeiro utilizado na linguagem televisiva para classificar inserções de imagens estáticas
ou em movimento durante o processo de edição do material.
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distante, contamos com depoimentos de várias fontes que conviveram diretamente com o ex-
presidente, rendendo muitas histórias interessantes e necessitando de um tempo maior para a
construção dos roteiros e consecutivas revisões.
Simultaneamente demos continuidade à produção do terceiro e quarto episódio do
web-documentário, centrado na figura de Getúlio Vargas. No dia 20 de setembro, feriado no
estado do Rio Grande do Sul, realizamos a segunda entrevista, com o Sr. Salvador Mello.
Figura conhecida na cidade, trabalhou como radialista anos atrás e, aos 17 anos de idade,
passou a acompanhar Getúlio Vargas em sua campanha política no ano de 1950. Além de ter
conhecido pessoalmente e convivido algum tempo com o ex-presidente, o entrevistado
colaborou contextualizando o período histórico e político da época abordada no episódio.
Uma preocupação na realização dessa entrevista era que as comemorações do desfile
farroupilha na cidade pudessem interferir no áudio, uma vez que a residência do entrevistado,
onde foi feita a gravação, situava-se no centro da cidade. Contudo não houve problemas de
ordem técnica e a entrevista foi realizada tranquilamente. Além do domínio do entrevistado
sobre toda a trajetória política de Getúlio Vargas, sua clareza de expressão e desenvoltura
resultaram numa contribuição valiosa ao trabalho.
A terceira entrevista dos episódios focados no presidente Vargas, foi realizada no dia
30 de setembro, com a historiadora Mariza Fortes, no Memorial Casa João Goulart. Um
problema apresentado nessa nova visita ao local foi o som ambiente. Na semana anterior
havíamos estado no local, mas fomos impossibilitados de gravar a sonora com a entrevistada
em função de um projeto musical que ocorre no mesmo lugar. Retornamos então no dia 30,
mas também estavam ocorrendo ensaios, que em alguns momentos se tornaram audíveis nas
gravações. Contudo, no processo de finalização de edição foi possível minimizar esses ruídos.
Em outubro começamos a trabalhar na produção das entrevistas dos demais episódios,
iniciando pelo contato com o Cel. Reinaldo Goulart Correia, apontado no 2º RC Mec. João
Manoel com unanimidade para colaborar com o segundo episódio, que conta a invasão do
exército paraguaio a São Borja, em 1865 durante a guerra. A entrevista foi realizada no dia 14
do mesmo mês, no museu militar, onde estão expostos vários artefatos que remontam da
batalha.
Muitas perguntas foram elaboradas para o entrevistado, porém, não houve necessidade
de serem realizadas, pois o seu depoimento foi linear em relação aos acontecimentos e os
períodos em que aconteceram. Assim, conduzir a entrevista teve pouca dificuldade, devido ao
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vasto conhecimento do Cel. Reinaldo para com o assunto e sua capacidade de contá-la sem
perder a linha de raciocínio.
No mesmo dia, realizamos a primeira entrevista necessária ao episódio que abre o
web-documentário, dedicado ao período missioneiro. Conversamos com o professor Rodrigo
Maurer, da Universidade da Região da Campanha (URCAMP). A entrevista foi realizada na
própria universidade, ao ar livre, requerendo alguns cuidados com a iluminação em função do
horário, que já se aproximava do pôr-do-sol. O local de filmagem foi mudado várias vezes
devido a esse problema, além da dificuldade de encontrar um fundo apropriado para
contrastar com o entrevistado.
Como esperado, em seu depoimento, o professor Rodrigo abordou muitas questões
controversas em relação ao período missioneiro, que constitui a sua área de estudos como
pesquisador. A visão do entrevistado era importante para o desenvolvimento do episódio, pois
além do seu conhecimento básico sobre esse período, ele conduz vários estudos que
contradizem muito dessa própria história, como o fato de São Borja ter sido a primeira das
reduções a ser fundada, a não-existência do Cotiguaçu, local onde ficavam as viúvas e as órfãs
da redução, entre outros assuntos polêmicos para o meio acadêmico.
Tentamos contato diversas vezes com um entrevistado que nos era muito importante, a
respeito, tanto do episódio da invasão paraguaia, quanto daquele referente ao período
missioneiro. Por diversas vezes foi marcado local e data, sendo que fomos, inclusive, a sua
casa sem que ele tenha aparecido. Eventualmente, pela dificuldade e pela falta de tempo,
desistimos de fazer essa entrevista.
No dia 20 de outubro, após termos marcado a visita alguns dias antes, fomos até a casa
do Sr. Mário Hoff, historiador formado Universidade da Região da Campanha (URCAMP).
Em um primeiro momento, fizemos a entrevista no pátio da casa, devido à iluminação ser
melhor naquele local. Durante a gravação, por alguns momentos, o entrevistado buscou
documentos que estavam ao seu lado, no chão, mostrando tais papéis para a câmera. Isso
dificultou com que essas imagens fossem usadas posteriormente durante a edição. No pátio,
havia pássaros que cantarolaram durante todo o tempo. Em certo momento esse som se tornou
tão forte que tivemos que transferir o Sr. Hoff para dentro da casa, e terminar a entrevista lá.
No dia 26 de outubro, fomos até o Instituto Federal Farroupilha, para marcar a
entrevista com um professor da instituição, Alexander Machado, indicado pelo prof. Rodrigo
Maurer, como um dos poucos da cidade que estudava a contemporaneidade. Porém, não o
20
Com a falha em fazer contato com uma das fontes sobre o episódio referente à Guerra
do Paraguai, tivemos de procurar uma alternativa. O entrevistado mais próximo com
propriedade para falar sobre o assunto residia na cidade de Itaqui, distante cerca de 90 km de
São Borja. Com isso, marcamos a entrevista e nos deslocamos para lá.
Ataídes Assis é historiador formado na Universidade da Região da Campanha
(URCAMP), e baseia suas pesquisas em São Borja e Itaqui, principalmente, sendo a Guerra
do Paraguai uma dessas pesquisas. A sala onde fizemos a entrevista era pequena, e no fundo
do enquadramento da filmagem sempre havia algo que atrapalhava. Acabamos fazendo-a com
um computador e alguns que papéis que haviam na parede atrás do entrevistado, que pareciam
que não iriam influenciar na imagem, mas depois percebemos que ela acabou por ficar
“poluída”
Alcebíades Paulino, acadêmico de História da Universidade da Região da Campanha,
foi o terceiro e último entrevistado sobre a invasão paraguaia em São Borja. Fizemos a
entrevista ao ar livre, e perto do local havia um supermercado. Com isso o movimento
acontecia de forma constante, e assim, alguns sons atrapalharam a filmagem, principalmente,
carros e motos.
As decupagens feitas, em curto espaço de tempo após as gravações, agilizou a
produção dos roteiros, que eram realizados conforme o número de entrevistas necessárias para
cada episódio eram finalizadas. Foram selecionados os momentos mais importantes das
conversas com cada entrevistado, e dessa forma eram delimitados os assuntos a serem
abordados. Durante a edição, o roteiro era refeito constantemente, devido ao tempo, que
deveria ter média de 5 minutos e geralmente tinha o tempo excedido por uma grande
diferença, e, além disso, novas abordagens para determinada história que, eventualmente,
surgiram.
O processo de edição teve início no mês de outubro, tendo sido iniciado pelos
episódios cinco e seis, referentes ao ex-presidente João Goulart. Um problema que
enfrentamos nesta etapa foi em relação ao software de edição escolhido para a montagem dos
episódios. Devido aos requisitos de sistema trabalhados por ele, só podíamos utilizá-lo nos
computadores da universidade, específicos para trabalhos de edição áudio-visual. Os horários
de funcionamento do local fizeram com que essa etapa se estendesse até meados de
novembro, uma vez que seguimos paralelamente na realização das demais entrevistas.
Temendo que o tempo restante não fosse suficiente para a edição dos demais
episódios, optamos por utilizar um software alternativo, para continuar o processo de edição
22
fora da universidade, ganhando tempo. Assim, foram construídos os episódios um, dois, três,
quatro e sete, que tiveram apenas a finalização realizada no laboratório de edição da
Unipampa. Encontramos dificuldades em relação aos episódios dos séculos XVII, XVIII e
XIX, porque materiais como fotos eram de difícil acesso tanto materialmente, quanto de
forma digital. Isso foi contornado com a utilização das filmagens feitas por nós de
monumentos históricos referentes aos períodos abordados, além das trilhas sonoras que
ajudam na construção de sentidos dos usuários.
4. DESENVOLVIMENTO
4.2 Circulação
4.3 Equipamentos
23
4.4 Custos
Transporte
Total 166,00
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Artigos
Dissertações
Livros
MARCONI, Marina, LAKATOS, Eva M. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
Monografias
Revistas
APÊNDICES
episódio 1:
SONORA Rodrigo Maurer 00’57’’ essas reduções vão ter que ser obrigadas a
transmigrar e a segunda fase ela começa a partir
de 1687.
04’55’’ Ele não foi uma pessoa que teve que ser
aculturada pra se adaptar ao sistema reducional,
pelo contrário o sistema reducional que teve que
se adaptar a cultura desse indígena.
09’40’’ de bichos
24’47’’ a organização
7’52’’ os exércitos
CRÉDITOS FINAIS
32
Logomarca da produtora.
episódio 2:
SONORA REINALDO
SONORA ATAÍDES
3’51’’ cruzando o rio Paraná
SONORA REINALDO
10’45’’ Na época, São Borja uma vila pequena,
poucos habitantes, não estava guarnecida,
SONORA ALCEBÍADES
19’00’’ quando as tropas paraguaias entraram
na cidade, encontraram, pô, alimento, tudo que
tinha sido acumulado pela população. Porém
antes de sair, antes de fugir, a população
envenenou muito alimento que tinha lá. E
muitos soldados paraguaios morreram
envenenados
SONORA REINALDO
19’26’’ Aí foi cercado, por brasileiros,
argentinos e uma tropa uruguaia
SONORA ALCEBÍADES
28’23’’ Inclusive o Solano López,
CRÉDITOS FINAIS
37
Logomarca da produtora.
IMAGEM – Clipe de abertura
episódio 3:
Getúlio Vargas, DO ITÚ PARA O CATETE
SONORA Salvador Mello 01’11’’ tinha pendores pra vida militar e foi
estudar fora de São Borja
GC: SALVADOR MELLO / advogado
e radialista 01’56’’ seu pai, tendo interesse em que ele tirasse
uma faculdade ou coisa parecida, o incentivou e
ele então foi para Porto Alegre e lá se hospedou
numa pensão e optou por direito.
03’51’’ em 1909
SONORA Mariza Fortes
03’54’’ ele se candidata, ele se elege deputado
estadual.
04’08’’ em 1910 ele casa-se com a sra. Darcy
Sarmanho Vargas,
SONORA Mariza Fortes 06’43’’ Que que acontece então, o Getúlio Vargas
06’46’’ o vice dele, era o João Pessoa
06’50’’ então o, matam o João Pessoa, na Paraíba
e então usam essa, essa, essa morte como estopim
pra dar início à revolução que colocou Getulio
Vargas no poder.
07’04’’ então Getúlio Vargas entrou na
presidência através dessa luta armada.
08’32’’ Aquelas mesmas pessoas que em 1930
colocaram ele no poder, como Gois Monteiro,
Eurico Gaspar Dutra,
08’49’’ foram as mesmas pessoas que em 1937
ajudaram ele a dar o golpe, né, que foi o golpe do
Estado Novo
09’03’’ Né, então ele foi assim, tinham muito
medo que ele se perpetuasse no poder, então os
mesmos militares que ajudaram ele em outras
épocas, foram os que tiraram ele do poder.
CRÉDITOS FINAIS
40
Logomarca da produtora
IMAGEM – Clipe de abertura
episódio 4:
Vargas, O ESTADISTA
GC: VIRIATO VARGAS/ Sobrinho- 04’16’’ Inclusive o último Natal da vida dele, ele
Neto de Getúlio Vargas era presidente
SONORA Salvador Mello 20’36” que a fuligem do tempo, que tudo corrói,
destrói, não conseguiu no passar desses anos
atingir a figura expressiva e a personalidade de
43
CRÉDITOS FINAIS
44
Logomarca da produtora
IMAGEM – Clipe de abertura
episódio 5:
GC: JACQUELINE CASSAFUZ / 00’11’’ João Belchior Marques Goulart como era
historiadora e dir. Memorial Casa João o nome completo do presidente Jango, ele nasceu
Goulart na fazenda de Iguariaçá, que era um distrito de
Itacurubi no interior de São Borja.
SONORA JACQUELINE CASSAFUZ 05’00’’ pra São Borja ele veio efetivamente morar
tinha uns 8, 9 anos de idade.
peões.
GC: DIRCEU DORNELLES / tabelião 07’37’’ nas estradas junto com a peonada,
e amigo de Jango comendo da mesma comida, apesar de ser
bacharel em direito né, nunca exerceu a profissão
de advogado.
SONORA JACQUELINE CASSAFUZ
GC: LUTHERO FAGUNDES / 05’28’’ ele tinha muitas casas na cidade, cujo
contador e amigo de Jango patrimônio ele nunca recebia aluguéis ou qualquer
recompensa pela ocupação desses imóveis. A ele
não interessava, só interessava que cuidasse.
SONORA JACQUELINE CASSAFUZ
CRÉDITOS FINAIS
48
Logomarca da produtora
IMAGEM – Clipe de abertura Episódio 6:
Jango: O PRESIDENTE
SONORA CHRISTOPHER GOULART 12’50’’ o meu avô chegou em tão pouco
tempo a presidência da República, em (19)47
ele tinha apenas 26 anos, isso Deputado
Estadual, até ser presidente da República
com 41 (anos), eu não tenho duvida que o
que o conduziu dessa forma tão rápida foi o
homem, foi o carisma, foi a simplicidade
dele.
SONORA DIRCEU DORNELLES 06’35’’ Na época era muito difícil falar com
ele porque não é, existia aquele o governo
revolucionário né na época
SOBE SOM: Trilha suspense João Goulart foi morto a mando da ditadura
brasileira.
Logomarca da produtora
IMAGEM – Clipe de abertura
episódio 7:
CIDADE HISTÓRICA
CRÉDITOS FINAIS