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1.1 INTRODUÇÃO
O propósito desse capítulo é delinear, a partir de conceitos mais abrangentes, a definição de Banco de
Dados dentro do contexto da Tecnologia da Informação.
A seguir, serão estabelecidas as características genéricas, comuns a todo e qualquer Banco de Dados.
Dessa forma, Informação pode ser definida, de forma simplista, como a interpretação do Dado.
O papel da Tecnologia da Informação, nessa arquitetura, é dar suporte a Informação em todo o seu ciclo
de vida, compreendendo:
• Captura da Informação;
• Transmissão da Informação;
• Processamento da Informação;
• Armazenamento da Informação;
• Exibição da Informação.
Dentro desse contexto, Banco de Dados é o componente da Tecnologia da Informação voltado para o
Armazenamento da Informação.
Com a finalidade de dar um entendimento inicial e simplificado do termo Banco de Dados (BD), podemos
defini-lo como: "Um conjunto de arquivos relacionados".
O termo arquivo pode ser facilmente entendido se fizermos uma analogia com o mesmo termo
empregado num contexto mais usual, como, por exemplo, um arquivo de fichas utilizadas para controlar estoque
de uma empresa.
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O arquivo de fichas pode ser visto como um conjunto de fichas, cada ficha por sua vez é um conjunto de
campos a serem preenchidos de acordo com regras previamente estabelecidas.
No momento, dentro dessa empresa hipotética, existem dois arquivos de fichas, contendo conjuntos
distintos de tipos de ficha:
• Ficha de Material: contendo campos voltados para a descrição do Material de interesse da empresa; e
• Ficha de Controle de Estoque: onde serão registradas de forma histórica, todas as entradas e saídas de
Material.
Quanto ao termo relacionamento, empregado na definição inicial de BD, ele pode ser visto como uma
associação ou ligação entre os "arquivos de fichas", pode-se dizer que ele é estabelecido através do campo
Código do Material, existente nas fichas pertencentes aos dois arquivos.
Esse campo permite que a partir do Código Material seja possível obter uma descrição detalhada do
material percorrendo o Arquivo de Fichas de Material até que seja localizada a ficha que contem o Código do
Material desejado. Pode-se ainda obter todas as entradas e saídas do Material desejado ao se percorrer o Arquivo
de Fichas de Controle de Estoques e encontrar-se a ficha que contem aquele Código de Material.
Nesse momento, pode-se fazer uma analogia entre um Banco de Dados manipulado por Computador e o
"Banco de Dados de Material" acima descrito.
Num Banco de Dados em computador os Arquivos são vistos como um conjunto de Registros e residem
em algum dispositivo magnético ou ótico. Um Registro pode ser visto como um agregado ("soma" ou composição)
de campos e equivale a uma ficha, do exemplo acima citado.
Num Banco de Dados em computador, com o mesmo propósito (Gerência de Material), teríamos, então,
dois Arquivos Relacionados (através do Código do Material). Cada Arquivo teria um conjunto de Registros com
seus respectivos campos, cujo "layout" pode ser observado abaixo.
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Uma das principais motivações para a filosofia de Banco de Dados (BD) é a constante necessidade de
aumento da abrangência dos Sistemas de Informação (SI) apoiados em computadores.
Na década de 60, os equipamentos eram caros e a tecnologia primária, resultando em aplicações
pequenas, basicamente automatizando processos isolados. Dentro desse enfoque, os dados eram tratados como
"propriedade particular" do sistema de informações que o manipulava. Depois de algum tempo, começou a existir
uma certa redundância de dados (replicação ou cópia desnecessária) entre as diversas aplicações, em
decorrência da falta de um planejamento e controle centralizado dos dados.
Na década de 70, os custos dos equipamentos começaram a cair e a tecnologia a se sofisticar, resultando
em aplicações maiores e que consistiam na automação de conjuntos de processos cada vez mais abrangentes.
Neste estágio, se iniciaram as tentativas de integração de aplicações, visando eliminar redundâncias e aumentar o
compartilhamento dos dados. Devido ao aumento do número de aplicações construídas, tornou-se crescente a
necessidade de reaproveitamento dos dados existentes em novas aplicações. Para tal, percebeu-se como
requisito fundamental a existência de um controle centralizado de dados, permitindo que as informações sobre os
dados existents fossem obtidas. Sem a necessidade de uma análise detalhada das aplicações existentes, fase
essa tipicamente conhecida como levantamento de dados.
Na década de 80, com a continuidade das evoluções da década de 70, somadas a uma grande
diversificação dos tipos de aplicações e um maior nível de informatização da sociedade, tivemos um aumento na
dependência das empresas em relação ao seu acervo de dados. Com isso, os dados passaram a ser vistos como
um recurso importante, de cuja administração eficaz dependeriam os sistemas de informação e por conseguinte, a
sobrevivência da própria empresa.
Nos últimos anos, o interesse sobre a área de Banco de Dados tem aumentado consideravelmente e,
hoje, esta "nova atividade" começa a ser caracterizada como uma tendência irreversível, principalmente em
empresas de médio e grande porte, que já utilizam processamento eletrônico de dados há muito tempo e que, por
conseguinte, já possuem muitas aplicações desenvolvidas.
Esta tendência pode ser explicada por alguns fatores que, de modo geral, são característicos na evolução
da utilização de computadores em aplicações administrativas.
Entre estes fatores, pode-se citar o fato que depois de terem sido desenvolvidos muitos sistemas de
aplicação, o acervo de dados existentes em computador tornou-se bastante abrangente e significativo e, portanto,
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o potencial teórico de desenvolvimento de novas aplicações sobre os dados já existentes tornou-se também
grande.
No entanto, a falta de um controle centralizado torna difícil a reutilização desses dados e, com isto, as
redundâncias aumentam e com elas, os custos. Além disso, é comum a dificuldade na reutilização dos dados
existentes provocar certo grau de insatisfação por parte dos usuários, para os quais é difícil compreender a
demora na obtenção de certas informações, para as quais os dados já existem no computador.
A evolução no número de tipos diferentes de dados no "CPD", em função do número de projetos
executados, é praticamente linear no caso de aplicações convencionais (arquivos isolados). Com a utilização de
sistemas de informação apoiados em bancos de dados, esta evolução tende a diminuir, devido ao
reaproveitamento de dados existentes em novas aplicações. Finalmente, com uma administração efetiva das
definições dos dados, o potencial atingido com a integração dos dados é mais aproveitado, resultando numa maior
capacidade de reutilização dos dados em novas aplicações.
Os Depósitos de Dados foram implementados através dos seguintes Arquivos Seqüenciais, acessados
através de programas em COBOL.
FD ALUNO
01 REG_ALUNO
03 COD_ALUNO
03 NOME_ALUNO
03 DATA_NASCIMENTO
03 MATRICULA
05 COD_MAT_1
05 COD_MAT_2
05 COD_MAT_3
03 CONCURSO
05 COD_CURSO
05 DATA_INSCRICAO
FD MATERIA
01 REG_MATERIA
03 COD_MATERIA
03 NOME_MATERIA
03 PRE_REQUISITO
05 COD_MAT_1
05 COD_MAT_2
FD CURSO
01 REG_CURSO
03 COD_CURSO
03 NOME_CURSO
Supondo que o Setor de Controle Acadêmico foi contemplado posteriormente com outro SI, isolado do SI
de Controle de Matrículas. Tal SI pode ser visto, em alto nível de abstração, através do Diagrama de Fluxo de
Dados abaixo
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Os Depósitos de Dados foram implementados através dos seguintes Arquivos Seqüenciais, acessados
através de programas COBOL.
FD MATERIA
01 REG_MATERIA
03 COD_MATERIA
03 NOME_MATERIA
03 COD_CURSO
FD PRE_REQUISITO
01 REG_PRE_REQ
03 COD_MAT
03 COD_MAT_PRE_REQ
FD CURSO
01 REG_CURSO
03 COD_CURSO
03 DENOMINAÇÃO_CURSO
03 COD_DEP_COORDENADOR
FD DEPARTAMENTO
01 REG_DEP
03 COD_DEP
03 NOME_DEP
03 LOCALIZACAO_DEP
Supondo que em um determinado momento do tempo o Setor de Controle Acadêmico tenha criado mais
um pré-requisito para uma determinada Matéria e tenha esquecido de avisar ao Setor de Controle de Matrícula de
tal acontecimento. Tal fato pode levar a uma situação de um Aluno se matricular em uma Matéria sem que tenha
cumprido o novo pré-requisito ou até mesmo acarretar informações inconsistentes entre os dois sistemas se for
solicitado aos dois a emissão de um relatório contendo dados sobre pré-requisitos de Matérias.
A resolução de tal problema passa pela integração dos conjuntos de arquivos ("Banco de Dados") dos
Sistemas envolvidos com a eliminação da repetição desnecessária (redundância) de Dados.
• Bancos de Dados Relacionais: um Banco de Dados Relacional, suporta tudo o que pode ser
implementado num Banco de Dados de Redes, porém, de forma mais simples. Nele os ponteiros físicos são
abandonados e substituídos por chaves estrangeiras ("ponteiros lógicos"). Um Banco de Dados Relacional pode
ser visto como um conjunto de Tabelas (Relações), relacionadas através de chaves estrangeiras. Sua proposição
baseou-se num ramo da teoria matemática (Álgebra Relacional) e visava tornar mais simples a manipulação dos
Banco de Dados pelos usuários finais.
• Bancos de Dados Orientados a Objetos: os BDOO são a evolução natural dos Bancos de Dados
Semânticos, com a incorporação da filosofia de Orientação a Objetos pela filosofia de Banco de Dados. Aspectos
como Identificação, Encapsulamento, Herança e Polimorfismo são incorporadas as características dos Bancos de
Dados. Bancos de Dados Orientados a Objetos são o casamento das áreas de: Banco de Dados e Linguagens de
Programação. Nesse ponto o Banco de Dados e as Aplicações passam a ser uma "única coisa".
encarar esses dois componentes é através de uma analogia que permite que se estabeleça que os fatos
correspondem a OBJETOS REAIS e que as regras propiciam a derivação (dedução), de novos fatos ou OBJETOS
VIRTUAIS, consistentes com os OBJETOS REAIS. Bancos de Conhecimentos são o casamento das áreas de
Banco de Dados com Inteligência Artificial. Um Banco de Conhecimento, de forma simplista, seria um Banco de
Dados compartilhado por vários Sistemas Especialistas.
1.4.6 WAREHOUSE
1.4.6.1 DATA WAREHOUSE
Um Banco de Dados pode ser visto como um conjunto de dados relacionados. Os Banco de Dados de um
modo geral apoiam Sistemas de Informação Transacionais ou Operacionais. Um DATA WAREHOUSE pode ser
visto como um conjunto de dados relacionados, integrados e sumarizados.
Integrado significa que os dados nele contidos são o resultado da integração de dados existentes em
diferentes Bancos de Dados Operacionais.
Sumarizado significa que os dados são trabalhados, pré-processados, antes de serem armazenados no
DATA WAREHOUSE no sentido de se acrescentar ao mesmo algum conteúdo informacional.
Outras definições, baseadas em pontos de vista diferentes, procuram dar uma conotação diferente aos
termos dado e informação:
Mundo correspondente naquele momento do tempo. As mudanças de estado do Mini-Mundo são provocadas por
eventos, as mudanças de estado num Banco de Dados são provocadas por transações;
• Persistência: de uma maneira simplista pode-se dizer que os dados são persistentes se eles continuarem
existindo mesmo depois das aplicações terminarem a sua execução;
• Consistência: as mudanças de estado de um Banco de Dados devem corresponder as mudanças de estado de
uma parcela do mundo real. Se um banco de dados representa uma parcela do mundo real, então toda e qualquer
mudança naquela parcela do mundo real deve acarretar mudanças no banco de dados. Não podem existir
mudanças no Banco de Dados sem que estas correspondam a mudanças na parcela do mundo real respectivo.
Como as mudanças de estado do Banco de Dados são efetuadas por transações, uma transação deve sempre
levar um banco de dados de um estado consistente a outro estado consistente.