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Fundação Universidade Federal do Rio Grande

Departamento de Ciências Jurídicas


Disciplina: História do Direito
Professor: Francisco Quintanilha
Aluno:
Nº. de matrícula:

Fichamento: LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na História: Lições


Introdutórias. São Paulo: Max Limonad Editora, 2000.

Pg. 347-348 “A fala do senador Cândido Mendes de Almeida, de 26 de


setembro de 1871 [...] Inicia-se pela Constituição do Império, que
no art. 179, parágrafo 22, diz ele, não distingue propriedades,
assim a indenização prévia e justa é necessária mesmo quando se
trata da propriedade de escravos.
[...]
Dizia ainda não aceitar a doutrina do Visconde de S. Vicente [...]
de que por direito natural não há escravos e, pois, a sua
propriedade seria ilegítima podendo ser suprimida sem
indenização. A propriedade do escravo é respeitável como
qualquer uma, concluiu.”
Pg. 348 “A introdução dos escravos fora legítima, preciso era respeitá-la na
sua abolição [...] A ameaça da abolição era vista como um golpe a
mais sobre o capital dos que já haviam aplicado tanto.”

Comentário: como ainda salienta o autor, a visão e opinião de


Cândido Mendes estava baseada no positivismo da lei, que prevê
a indenização por uma propriedade adquirida de maneira legítima.
Pg. 349 “Contra este raciocínio volta-se Perdigão Malheiros [...] a
indenização só tem lugar quando o poder desapropriante vai
conservar ou usar a coisa. Ora, no caso do escravo, dizia, não se
tratava disto. O Estado não iria conservá-lo como escravo para si,
mas libertá-lo [...] A escravidão não era nem de direito natural, nem
de direito eterno, nem de direito divino, mas de direito positivo. Se
a escravidão não era de direito natural, a indenização devida não
era de rigor mas de eqüidade. O direito de ter escravos,
acrescentava ele, era uma tolerância de uma situação [...]”
Pg. 349 “[...] a maioria dos escravos existentes no país havia chegado
ilicitamente, pois 1831 a lei que proibia o tráfico declarava livres
todos os escravos chegados ilegalmente.”

Comentário: entretanto, nem se executava, nem se abolia a lei,


afinal, ninguém ousava abolir liberdades. Os abolicionistas tinham
como argumento o número mínimo de escravos chegados de
maneira lícita num intervalo de 10 anos.
Pg. 350 “[...] a escravidão era uma lacuna completa no ordenamento
jurídico, segundo Nabuco: a Constituição não falava de escravos,
havia cidadãos, havia estrangeiros, mas onde estavam os
escravos? Eram uma classe sem direito algum [...] A escravidão
era um mal social, que atrasava o progresso, influía
perversamente na população, tornava inviável uma nação que
valorizasse o trabalho livre, concluía Nabuco.”
Pg. 350 “No processo de abolição os dois marcos mais importantes talvez
tenham sido a Lei de 4 de setembro de 1850 (Lei Eusébio de
Queiros) e a Lei de 28 de setembro de 1871 (Lei do Ventre Livre).”
Pg. 351 “Tocqueville declara com todas as letras: ‘O perigo mais formidável
ameaçando o futuro dos Estados Unidos é a presença dos negros
no seu território.’”

Comentário: o mesmo tipo de comentário se percebe quando


relata acerca dos problemas entre os negros libertos e os
europeus. Tanto é que na França, em 1802 (8 anos após ser
decretada a lei da abolição), voltou-se atrás na decisão,
revigorando tanto o uso de escravos como o tráfico nas colônias,
pondo fim ainda à igualdade de direitos.
Pg. 352 “A propriedade da terra tornou-se uma questão fundamental no
direito brasileiro e esteve durante o século XIX associada a dois
outros problemas: o da escravidão e o da imigração, ou seja, à
mão-de-obra [...] as doações feitas durante a expansão atlântica
tiveram nítido caráter senhorial [...] o latifúndio foi desde sempre
um problema nacional e que longinquamente nasceu sob a forma
do exercício de direitos de propriedade do ponto de vista
econômico e político.”
Pg. 353 “A criação das sesmarias data de 26 de junho de 1375 [...] a terra
não cultivada seria obrigatoriamente cedida a quem quisesse e
pudesse lavrá-la. A origem da lei encontra-se na crise provocada
em Portugal pela tragédia demográfica que fora a peste negra
(1348-1350) e que contribuíra para despovoar os campos.”
Pg. 354 “No caso do Brasil, as sesmarias pretendiam ser um fomento para
a ocupação e exploração da terra, dadas a quem tivesse o capital
e a capacidade para explorá-las. Sesmarias eram, pois, doações
de terra cujo domínio eminente pertencia à Coroa.”
Pg. 354 “[...] alguns recebiam mais de uma sesmaria e não as habitavam.
A isto acrescentava-se a doação de várias sesmarias a diferentes
membros de uma mesma família e temos aí a origem dos clãs
oligárquicos de que fala Oliveira Vianna. Os beneficiários recebiam
mais de uma sesmaria e, naturalmente, não as habitavam,
ocupavam ou lavravam todas [...] O titular da Capitania era
encarregado, por sua conta, de governar, administrar, defender e
arrecadar as rendas do rei e suas, ou seja, detinha os tradicionais
poderes majestáticos da justiça, guerra e fazenda.”
Pg. 356 “Para consolidar a legislação relativa ao Brasil, surgiu a Lei das
Sesmarias, pelo Alvará de 5 de outubro de 1795.”

Comentário: entre as principais resoluções estavam a de não


poder conceder-se mais de uma sesmaria a um mesmo donatário;
não se poderia doar sesmarias a estrangeiros; não se permitia o
recebimento de sesmarias por sucessão nas ordens religiosas;
bem como se determinava áreas máximas para as mesmas.
Pg. 356 “Proibidas as doações de sesmarias, a posse ou ocupação pura e
simples foi seu substituto natural [...] no regime de posse, o
posseiro trabalha a terra e depois tenta receber o título.”
Pg. 357 “A reforma, efetivamente, só viria em 1850 e mesmo assim
relativamente mitigada [...] as terras brasileiras achavam-se em
várias situações do ponto de vista legal: havia sesmarias
concedidas e confirmadas, demarcadas e utilizadas, que eram a
minoria; havia sesmarias concedidas, não demarcadas; havia
glebas de simples posse; e, finalmente, glebas sem ocupação, que
seriam revertidas ao Império (terras devolutas).”

Comentário: assim, a regularização da posse certamente


interessava principalmente aos grandes fazendeiros.
Pg. 357-358 “[...] haveria limites territoriais para as posses serem reconhecidas
e seria criado um imposto territorial de 1$500 por meio quarto de
légua em quadra e aquelas terras cujo imposto não fosse recolhido
por três anos contínuos voltariam à propriedade da Coroa, para
venda.”
Pg. 358 “O art. 12 da lei mandava o governo reservar terras devolutas para
o aldeamente de indígenas. Começou assim um debate novo
sobre o estatuto jurídico da posse originária dos índios. Teria ela
sido revogada ou desconsiderada pela nova Lei? Ou seria
aplicável o artigo apenas no caso dos índios aldeados novos?”
Pg. 358 “[...] a Lei de Terras é significativa da transição de um sistema em
que a terra deixa de ser domínio da Coroa e título de prestígio para
transformar-se no que é modernamente, apropriável como
mercadoria.”
Pg. 359 “[...] a Lei de Terras vem não só modernizar o domínio da terra [...]
como especialmente legitimar grandes ocupações, tais como as
dos fazendeiros de café [...] a Lei de Terras, sancionada no auge
do Segundo Reinado, não é a democratização do sistema de
propriedade em evolução, exclusivista e mercantil.”

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