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ETS – ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONALIZANTE

CURSO TÉCNICO DE PETRÓLEO E GÁS


DISCIPLINA: METROLOGIA APLIACA
ETS – ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONALIZANTE
CURSO TÉCNICO DE PETRÓLEO E GÁS
DISCIPLINA: METROLOGIA APLIACA
Metrologia
1. Introdução
A importância da metrologia na Petrobrás

A PETROBRAS, como detentora do monopólio de execução de exploração e produção de petróleo e gás


natural no Brasil por 44 anos, foi responsável pela medição, arrecadação e distribuição dos royalties
aos estados, municípios e Governo Federal.

A Agência Nacional do Petróleo – ANP, criada pela Lei Federal n° 9.478, de 6 de agosto de 1997,
recebeu como uma de suas atribuições a responsabilidade de aplicação da legislação pertinente para
distribuição dos recursos arrecadados como “Participações Governamentais”.
A partir da nova legislação, particularmente o Decreto-Lei n° 2.705, de 3 de agosto de 1998, foram
regulamentadas as novas formas de “Participações Governamentais” e as definições para as limitações
das concessões de exploração e produção de petróleo e gás natural. Dessa forma, a ANP passou a ter
elementos necessários para estabelecer a política de distribuição de recursos, conforme a legislação
vigente.
As participações governamentais são pagas pelos concessionários à ANP (e daí aos municípios,
governos estaduais, União, Marinha, Ministério de Minas e Energia, etc.) segundo os volumes medidos
nas respectivas concessões (cada concessão corresponde a um campo de produção) e se constituem
de:
Royalties – Lei nº 9.478/97 - Artigo 47
Os royalties serão pagos mensalmente, em moeda nacional, a partir da data de início da produção
comercial de cada campo, em montante correspondente a dez por cento da produção de petróleo ou
gás natural.
Participação Especial – Decreto n° 2.705/98 - Artigo 21
A participação especial constitui compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários de
exploração e produção de petróleo ou gás natural, nos casos de grande volume de produção ou de
grande rentabilidade, e será paga, com relação a cada campo de uma dada área de concessão, a partir
do trimestre em que ocorrer a data de início da respectiva produção (casos de Marlim, Albacora, Marlim
Sul, etc.).
Proprietários de Terra – Lei n° 9.478/97 - Artigo 52
O pagamento aos proprietários de terra é uma participação, paga mensalmente, equivalente a um
percentual de um por cento da produção de petróleo ou gás natural realizada nas propriedades
regularmente demarcadas na superfície do campo.
Segundo a ANP, em 2003 as participações governamentais totalizaram R$ 9,57 bilhões, sendo que R$
4,4 bilhões referem-se a royalties pagos a estados, municípios e outros beneficiários.
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Dentre as diversas atividades desenvolvidas pela maior Companhia de Petróleo do país na extração e
movimentação da produção do petróleo das bacias nacionais e internacionais, onde se faz presente, e
obedecendo à legislação vigente, encontra-se a de medição do petróleo e do gás natural produzidos
nas concessões.

As medições dos volumes produzidos do petróleo e do gás natural e suas propriedades têm seus
procedimentos operacionais, ferramentas e equipamentos, todos regulamentados por uma legislação
normativa nacional e internacional, a fim de garantir a rastreabilidade do que foi mensurado dentro de
uma conotação metrológica.
Com a mudança da legislação no setor petróleo nacional, no final dos anos 90, que aumentou
grandemente os encargos sobre a produção, a Companhia comprometeu-se a aumentar a
produtividade e, conseqüentemente, otimizar seus processos em curto espaço de tempo. Mesmo antes
da concretização dessa mudança, o processo para aumentar a eficiência já tinha começado com o
programa de qualidade total no início dos anos 90, através da mudança na estrutura organizacional da
Companhia, ajuste do corpo técnico em termos de equipes, simplificação de instalações,
questionamento dos procedimentos e adoção de novas práticas.
Dentre estes itens estava o processo de medição dos volumes produzidos, a fim de otimizar a produção
e minimizar as perdas.

Com a transferência da gestão do monopólio nacional do petróleo para a ANP, a PETROBRAS foi
obrigada a passar por grandes mudanças, a fim de enfrentar novos desafios. E direcionou
investimentos para medição, tendo em vista a crescente importância da metrologia na Companhia,
dado que as despesas relativas às Participações Governamentais tendem a ser crescentes nos
próximos anos.
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2. Metrologia e a indústria do petróleo
Para começar a entender como é a relação da PETROBRAS com a metrologia, segue uma descrição
sucinta da atividade petrolífera em relação à medição e captação de dados nos diversos processos
envolvidos no desenvolvimento de uma área produtora.
A Metrologia na indústria do petróleo está presente mesmo antes da definição do local onde será
perfurado um poço. Com base nas características topográficas e geológicas são definidas áreas para
atividades sísmicas, onde leituras são realizadas por meio de cartas para definição do local,
profundidade, objetivo e coordenadas, tudo sendo medido com uma considerável margem de incerteza.
Durante a perfuração de cada poço, a cada metro perfurado e a cada tubo adicionado, as medições são
realizadas e considerações são feitas acerca da quantidade de fluido que está sendo circulado, da
pressão, do peso da coluna de tubos, e então programas são redesenhados conforme os resultados das
medições dos parâmetros.
Após a perfuração, vários testes são realizados para possibilitar o conhecimento do potencial de
produção da rocha-reservatório, e também neste estágio são obtidos os dados de profundidade, vazões
e volumes dos líquidos e gases oriundos do reservatório, etc.
Em seguida, os dados medidos servirão para o dimensionamento e construção das instalações para o
escoamento, armazenamento e transferência da produção de petróleo e gás da respectiva área. Estas
instalações serão munidas de sistemas de medição para a determinação dos dados dos fluidos: vazão,
volume, temperatura, pressão, massa específica, composição do gás, viscosidade, encolhimento e
diversos outros parâmetros, agora com uma margem de incerteza substancialmente menor do que nos
passos da perfuração do poço. Estas medições servirão de base para o pagamento das Participações
Governamentais (royalties, participações especiais, pagamentos aos proprietários de terras), impostos,
encargos contratuais e custo unitário do processo produtivo.
Então, todos os hidrocarbonetos nas fases líquida e gasosa, economicamente aceitáveis, são tratados,
transportados e entregues para um terminal ou parque de armazenamento, e os gases são tratados e
armazenados nas Unidades de Processamento. A partir deste ponto, o gás já especificado segue para o
mercado e o petróleo na fase líquida para o refino, para posteriormente seguir para os postos de
combustíveis e derivados.
No trabalho de refino, as medições dos produtos de saída (gasolina, óleo diesel, querosene, GLP, etc.)
também devem ser mais precisas, tendo em vista que cada produto e suas características devem ser
controlados para se ajustar às especificações previstas nos contratos com os diversos
clientes.
Resumindo, a cada passo do processo produtivo do petróleo, a metrologia se faz presente em diversas
formas: ora para atender aos desígnios da exploração, como o desafio de encontrar petróleo no
subsolo, ora na determinação dos volumes produzidos para possibilitar o exato pagamento das
Participações Governamentais (royalties, etc.) e impostos, ora na segurança do processo e do meio
ambiente, e, finalmente, na venda dos produtos refinados ao consumidor. Ou seja, a medição é a
“caixa registradora” da Companhia, que aumenta de exatidão e exigência a cada passo que se
aproxima dos pontos de entrega, onde diferenças de 0,01% são discutidas.
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3. Medição na área de produção

A ANP e o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade, através de sua Portaria Conjunta
ANP/INMETRO n. 1, de 19 de junho de 2000 (http://www.anp.gov.br/leg/inmetro.asp), aprovaram o
“Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural”, que é aplicado à área de Exploração e
Produção de petróleo no âmbito nacional.
Ficam sujeitos ao Regulamento o projeto, a instalação, a operação, o teste e a manutenção em
perfeitas condições de funcionamento dos seguintes sistemas de medição:

• Medições volumétricas fiscais;


• Medições volumétricas para controle operacional dos volumes consumidos, injetados, transferidos e
transportados;
• Medições volumétricas para controle operacional dos volumes importados e exportados;
• Medições volumétricas de água para controle operacional dos volumes produzidos, captados,
injetados e descartados;
• Medições em testes de poços para apropriação.
Os pontos de medição são definidos no Regulamento quanto à sua finalidade:
• Medição Fiscal – Medição do volume de produção fiscalizada efetuada num ponto de medição da
produção a que se refere o inciso IV do art. 3o do Decreto n° 2.705, de
03/08/1998.
Obs: O ponto de medição fiscal caracteriza a transferência de propriedade do óleo, ou seja, da União
(proprietária do subsolo) para o concessionário.
• Medição para Apropriação da Produção – Medição a ser utilizada para determinar os volumes de
produção a serem apropriados a cada campo em um conjunto de campos com medição compartilhada
ou a cada poço em um mesmo campo (ex.: teste de poços).

Obs: Medição fiscal compartilhada é a medição fiscal dos volumes de produção de dois ou mais
campos, que se misturam antes do ponto de medição.
• Medição para Controle Operacional – Medição para controle da produção que inclui medições de
petróleo e gás natural para consumo como combustível ou para qualquer outra utilização dentro do
campo; do gás utilizado para elevação artificial, injeção, estocagem, ventilado ou queimado em tocha;
da água produzida, injetada, captada ou descartada; do petróleo transferido; do gás natural para
processamento; do petróleo e gás natural transportado, estocado, movimentado com transferência de
custódia, importado ou exportado.
Obs: Os pontos de medição para transferência de custódia devem seguir os mesmos requisitos técnicos
que os da medição fiscal.
Os instrumentos de medição, as medidas materializadas e os sistemas de medição utilizados devem ser
submetidos ao controle metrológico do INMETRO, quando houver, ou comprovar rastreabilidade aos
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padrões do INMETRO. Todas as calibrações e inspeções requeridas no Regulamento são executadas por
conta e risco do concessionário e devem ser realizadas por pessoas ou entidades qualificadas.
O grande desafio das medições do petróleo cru (produzido após os poços de petróleo) em seu estado
bruto é a determinação das respectivas parcelas de hidrocarboneto e de água (naturalmente
misturados, criando a denominada “emulsão”) em um volume de petróleo líquido produzido.
Um dos problemas na definição de um sistema de medição é a escolha do processo mais adequado
para a medição do percentual de água no petróleo produzido. Este tem sido motivo de diversos estudos
e conseqüente desenvolvimento de novas tecnologias em nível nacional e internacional. Este
percentual, denominado de water cut ou BSW (basic sediment and water), quando medido por meio de
análises de laboratório químico, apresenta incertezas em torno de 1%, isto incluindo o processo de
amostragem. As medições obtidas nos laboratórios servem de padrão de comparação para os diversos
dispositivos de medição do percentual de água no petróleo instalados em linha (equipamento instalado
diretamente nos dutos de produção e transferência do petróleo). As novas tecnologias dos sistemas em
linha não têm melhorado as incertezas finais, porém possibilitam um melhor acompanhamento do
desempenho do processamento do petróleo, já que medidas instantâneas são disponibilizadas a todo o
momento.
De modo geral, para medir bem o petróleo, é necessário retirar a água associada a este petróleo,
e para isso é fundamental a utilização das Unidades ou Estações de Tratamento de Óleo e Efluentes.
Então, desde o poço até o refino, a água produzida em um campo de petróleo é um elemento que
exige cuidado e investimento para ser separado (gerando um custo de tratamento e logística para
descartar a água, conforme a legislação), de modo a possibilitar a especificação dos produtos finais da
Companhia.
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4. Melhorar sempre é questão de Qualidade

Com o advento da aplicação do programa de qualidade total efetivada em torno de 1992, a Companhia
investiu na padronização das medições para controle de processo, na minimização das perdas e no
aumento da produtividade. Entretanto, a prioridade era fundamentalmente atender aos requisitos dos
clientes, sob os temas:

“Cliente é o rei!”, “fazer muito mais com menos!”, “Planejar, Desenvolver, Controlar, Agir!”, etc.
A certificação do corpo técnico pela American Society Quality Control – ASQC disseminou os
conhecimentos e práticas do controle de qualidade total no âmbito da holding PETROBRAS.
Nesta fase, todos os empregados foram submetidos a uma pesada carga de treinamento, para usar as
ferramentas e os preceitos da qualidade total, como, por exemplo, a “carta de controle”.
Para controlar faz-se necessário elaborar boas previsões de produção, para isso é necessário medir
bem. Daí foi iniciada uma revisão do processo de medição. Neste período a medição de transferência
de custódia entre as Unidades de Produção e as Unidades de Refino do sistema PETROBRAS passou a
ter grande importância, pois era esta medição que definia a receita.
Assim, começou uma aproximação entre as unidades para discutir diferenças e conhecer seus
respectivos sistemas de medição. A medição final (no destino) passava a servir de parâmetro para a
correção da medição anterior (na origem), e quando ocorria uma grande diferença entre o volume de
líquido entregue e o volume recebido, as partes passavam a discutir esses fatos.
Assim, estas práticas levaram a outras discussões, como o sistema de unidades de medição a ser
adotado, pois enquanto a operação media os volumes em metro cúbico, os setores financeiros e as
gerências, influenciadas por outros segmentos (sociedade, mercado, investidores, consumidores, etc.),
trabalhavam com volume de petróleo em barril, passando então os setores de controle de produção a
emitir relatórios com volumes em barril ou em metro cúbico, dependendo da finalidade do relatório. As
discussões desses fatos podem identificar melhoria de padrões, planejamento e até mesmo descobrir
os reais interesses do cliente.
Atualmente, muitos conceitos foram ampliados por todos que contribuem para o processo produtivo.
Os resultados desta busca por melhoria contínua passaram por simplificações de instalações, revisão
de procedimentos e certificações de diversos sistemas, os quais estão submetidos a auditorias
periódicas internas e externas.
A certificação de diversos sistemas, como unidades de Refino, unidades de Injeção de Vapor, unidades
de Processamento de Gás, setor de Estudo de Reservas e Reservatórios, etc., pela ISO 9000, foi feita a
fim de garantir a perfeita operação dos sistemas dentro dos parâmetros internacionais, submetendo os
processos a um rigoroso acompanhamento através da documentação dos registros da medição de
grandezas que compõem os diversos itens de controle e verificação da unidade certificada.
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5. Nova Gestão do Monopólio Nacional do Petróleo


Com a quebra do monopólio do petróleo em 1997, a nova legislação mudou todo o quadro de taxação
dos volumes produzidos, aumentando os royalties do petróleo de 5% do volume produzido para 11%
(sendo 10% relativos aos royalties e 1% para os proprietários de terra), além das participações
especiais que são também devidas nos casos dos campos com grande volume de produção ou de
grande rentabilidade. Naquele ano foi criada a ANP – Agência Nacional do Petróleo – para regular e
gerir o mercado nacional do petróleo. Esta regulação passou a exigir que a medição fosse por
concessão, isto é, por campo de petróleo produtor. Assim, foram reduzidas as medições conjuntas nos
pontos de entrega do produto, e as medições das Estações produtoras aumentaram sua importância,
bem como mais processos de tratamento do petróleo foram instalados nas concessões, a fim de
estabilizar e especificar os volumes produzidos.
Conseqüentemente, todos os sistemas de medição das instalações de produção tiveram que ser
discutidos e adequados à nova realidade.
Enquanto que na legislação anterior cerca de 5% da produção era paga com os encargos e royalties e
eram repassados para os municípios, estados e Federação, a legislação atual adicionou outra entidade
a ser favorecida: os proprietários de terra com 1% sobre o volume produzido. Estes recebiam,
anteriormente, valores fixos pela servidão, aluguel das terras utilizadas e lucro cessante de alguma
cultura desenvolvida em sua propriedade, não participando das receitas da produção obtidas com o
óleo e gás dos poços instalados em suas terras. Então, a forma de apropriar a produção dos campos
aos proprietários foi definida por lei, com base nos últimos testes de produção dos poços destes
campos. Desse modo, pode-se ver que as medições para a realização dos testes de produção dos
poços e as realizadas nas instalações dos campos de petróleo passaram a ter maior importância.
Então, a medição “poço a poço” passou a ter uma importância muito significativa na destinação do
pagamento dos encargos governamentais sobre a produção. Assim, os tanques e vasos separadores de
teste de produção dos poços passaram a ser munidos de mais dispositivos e métodos com caráter
metrológico a fim de aumentar sua precisão (ou melhorar a sua incerteza nos resultados), e também a
medição das estações, plataformas ou outros pontos de medição junto às concessões foi submetida a
um processo de adequação, que ainda está em andamento.
Em vista deste processo de adequação, verifica-se que houve um aquecimento do mercado de
equipamentos e serviços no setor petróleo, devido à entrada de novas empresas e, principalmente, à
busca dos diversos setores da PETROBRAS a fim de se equipar para atender à legislatura vigente.
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6. Mudança nos Paradigmas

Na PETROBRÁS, a mudança que o “Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural”,


editado através da Portaria Conjunta ANP/INMETRO n° 1, de 19 de junho de 2000, causou no
direcionamento de boletins, relatórios e comunicações foi muito grande.
Nas medições fiscais as paralisações estão sendo informadas. A exigência de que a medição fiscal fosse
realizada com o óleo estabilizado (quase que totalmente dissociado do gás natural) e que possuísse um
percentual de água no petróleo abaixo de 1% teve como conseqüência a elaboração de um plano
básico de adequação e foi iniciado por todas as Unidades de Negócios de produção da Companhia um
processo de negociação com a ANP, a fim de atender ao regulamento e amenizar os impactos do
aumento de custos sobre as atividades produtivas, e que a economicidade e a rentabilidade das áreas
produtivas existentes fossem mantidas.
Paralelamente, outro participante da indústria do petróleo nacional também teve que participar das
mudanças: o fornecedor de bens e serviços na área de medição. Estes fornecedores de equipamentos e
serviços nacionais, bem como os representantes de empresas internacionais, também tiveram que
tomar conhecimento da nova Regulamentação e se adequar. Em alguns casos, passaram a ser parceiro
e a participar de licitações cada vez mais concorridas.
Outro ponto do Regulamento que causou impacto foi a freqüência de calibração para os diversos tipos
de medição, gerando uma demanda que o mercado brasileiro não tinha e ainda não tem como atender.
Em vista disso, a demanda por serviços e equipamentos cresceu e os preços aumentaram como nunca.
Por exemplo: o custo de uma calibração que era de R$ 1.500,00
passou para R$ 9.000,00 em apenas dois meses. Tal fato forçou a Companhia a buscar soluções
internas e externas, através de negociações e parcerias. Um exemplo interessante na resolução do
problema foi o contrato de calibração com uma empresa de serviço para fornecimento de uma unidade
móvel de calibração realizada pela Unidade de Negócios de E&P da Bahia, que trouxe para o Brasil uma
prática adotada nos campos dos Estados Unidos. Outro exemplo foi o investimento no desenvolvimento
de novas tecnologias ao ser construída a Estação Metrológica de Testes de Medidores de Vazão de Óleo
de Atalaia (Aracaju, SE), favorecendo a realização de experimentos metrológicos e estudos de novas
técnicas. Várias Unidades de Negócios passaram a investir em pequenos laboratórios, para a inspeção
de placas de orifício e calibração de medidores menores, através de iniciativa própria ou em parceria.
Nos contratos com parceiros os erros de arredondamento, por exemplo, passaram a ter relevante
importância, pois a substituição de um número por outro pode aumentar a incerteza desta medição e
causar diferenças que, num primeiro momento, podem parecer pequenas, mas que ao longo de um
período o saldo ou a sobra pode prejudicar um dos parceiros. Assim, toda diferença passou a ser
acompanhada e discutida conjuntamente.
Cabe ressaltar a nova demanda por serviços especializados relativos à Metrologia, que até então
tinham pouca expressão: arqueação de tanques pequenos (capacidade menor que 100 m3) de medição
de petróleo; certificação de sistemas de medição de gás natural, incluindo análises dimensionais e de
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rugosidade de superfícies internas dos tubos; análises de incertezas de medição baseadas na norma
ISO GUM; “aprovação de modelo” de medidores segundo a Portaria INMETRO n° 64/2003; etc. Tais
serviços têm motivado a especialização de novos técnicos e até mesmo a criação de empregos em
organizações como IBAMETRO, IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo), IQM (Instituto
de Qualidade e Metrologia), PUC-Rio, UFRN, CEFETSE, entre outras.

7. Especialização dos técnicos

Para atender às mudanças nos procedimentos e na forma de tratar os valores medidos, foram criados
grupos informais de técnicos de medição nas diversas Unidades de Negócios. Em vista da importância,
tais grupos foram submetidos a uma coordenação da Sede da Companhia para uniformizar a
implantação de novos procedimentos técnicos e gerir contratos com entidades metrológicas para
auxiliar as Unidades da PETROBRAS, promover o treinamento e difundir os conhecimentos da
metrologia sob coordenação de Técnicos Especialistas. O Grupo de Medição Nacional foi denominado
GMED, e tem se reunido periodicamente, promovendo discussões sobre o tema, apoiando as boas
práticas de engenharia, buscando a qualidade metrológica nos processos, apresentando soluções,
analisando os contratos, abrindo canais com fornecedores de bens e serviços, promovendo eventos
internos e externos, viabilizando viagens de treinamento e intercâmbio internacional, participando das
negociações com a ANP e com o INMETRO, realizando auditorias internas e, finalmente, gerando e
difundindo procedimentos operacionais padronizados.
A conseqüência destas discussões sobre medição entre os diversos técnicos da Empresa e parceiros,
tanto no meio acadêmico como prestadores de serviço e fornecedores, têm propiciado a organização de
seminários, fóruns sobre o tema e visitas a diversas empresas, conforme mostrado na foto a seguir.

8. Problemas de infra-estrutura de laboratórios de medição, ação da PETROBRAS

O cenário nacional de laboratórios de calibração de vazão segundo a Rede Brasileira de Calibração –


RBC ainda é incipiente (desde a edição da Portaria de Medição da ANP/ INMETRO a situação pouco
mudou), conforme apresentado na Tabela 1:

A Companhia teve que estabelecer certas freqüências de calibração em seus instrumentos e sistemas
de medição conforme o “Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural” da
ANP/INMETRO. As exigências ampliaram e mudaram a cultura de operação e de calibração dos diversos
sistemas de medição, gerando uma demanda que as empresas fornecedoras e os laboratórios nacionais
não estavam preparados para atender. Mesmo os laboratórios existentes não atendiam às exigências
da nova legislação (caso da calibração com água em vez de óleo).
Conseqüentemente, a Companhia firmou contratos e montou pequenos laboratórios para calibrar
instrumentos, e novas tecnologias -* estão sendo usadas para fazer calibrações dos medidores nas
condições de operação. Por exemplo: o contrato firmado pela Unidade de Negócios da Bahia com um
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sistema de calibração móvel (provador móvel com tecnologia muito difundida nos Campos terrestres
dos Estados Unidos) para calibrar os medidores de óleo das concessões baianas.
Ressaltamos os esforços em pesquisa de novas tecnologias, principalmente, na medição
multifásica, isto é, a medição do óleo e gás sem separação, que tem recebido uma grande atenção em
seu desenvolvimento. Atualmente, vem sendo aplicada em alguns poços da Amazônia e no controle
operacional em poços da Bacia de Campos.
Os laboratórios de análises químicas de apoio aos campos e Unidades de Processamento também
tiveram que passar por ampliação e padronização de suas atividades para atender ao aumento da
demanda exigida pelo regulamento técnico de medição da ANP/INMETRO.

9. Teste de Produção dos Poços de Petróleo

Esta atividade foi grandemente atingida, tendo em vista as mudanças que a legislação vigente impõe,
tanto em importância como em qualificação da mesma. Recentemente os testes de produção dos poços
tinham uma conotação basicamente operacional, em que a simplificação das instalações de produção e
equipamentos de teste deixava claro que a exatidão do teste de produção não tinha grande
importância. Entretanto, a lei mudou isso e impôs aos testes de produção dos poços uma importância
na distribuição dos encargos e apropriação da produção de óleo e gás para as concessões.
Também a nova realidade do mercado fez com que a PETROBRAS buscasse parceiros para a exploração
e produção de várias concessões. Como em toda relação comercial, a divisão dos lucros e perdas exige
um bom sistema de acompanhamento da produção. Assim, mais uma vez os testes estão sendo
exigidos para apresentar melhores níveis de exatidão.
Basicamente, nos poços produtores dos campos terrestres, os tanques de teste foram padronizados,
arqueados (medição dimensional do tanque para geração de tabela volumétrica) e passaram a ter
conotação metrológica através da utilização de trena de profundidade com registro e acompanhamento
do INMETRO. Entretanto, as exigências do regulamento de medição empreenderam um novo
andamento à execução dos testes de produção. Nos poços marítimos, os vasos de separação de óleo e
gás também passaram por uma padronização, a fim de que atendessem à nova exigência da
legislação. Os equipamentos foram melhorados, procedimentos revisados, toda diferença está sendo
evidenciada, e os diversos instrumentos estão sendo calibrados com uma maior freqüência, entretanto
o item que ainda precisa de estudo e atenção é a forma de coletar as mostras, para determinação do
BSW e da densidade dos fluidos emulsionados. Quanto mais próximo do poço, no caso do teste de
produção, como citado anteriormente, maior a dificuldade da indústria do petróleo em determinar o
percentual de água produzida juntamente com o petróleo. Em vista disso, as normas aconselham a
retirada da água para realização de uma boa medição. Mas não é só este o problema, o óleo encolhe
ao longo do tempo, isto é, perde gás e partículas leves à medida que é submetido a uma transferência
entre tanques, estações ou unidades de transporte. Estas propriedades do óleo geram incertezas, e
conseqüentes diferenças. Assim, estudos são feitos para definir a melhor forma de mensurar este
petróleo próximo do poço, pois alguns casos fogem da forma regular de testar um poço, como é o caso
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dos poços de águas profundas, que precisam de equipamentos especiais. Observamos que o petróleo
líquido é difícil de lidar, não só pelas propriedades inflamáveis que tem, mas também, pelas
propriedades instáveis dos hidrocarbonetos. Então, medir um produto com esta propriedade requer
trabalho e investimento de recursos.

10. Sistema de Unidade na PETROBRAS

A PETROBRAS na busca de empresas de serviço, fornecedores e centros tecnológicos, para execução


da atividade petrolífera no Brasil, lançou mão de empresas do mercado internacional, principalmente
no começo das atividades. Estas entidades trouxeram seus sistemas de Unidades usuais de sua
cultura. Então, o sistema de unidades de medição adotado pela Empresa teve grande influência dos
diversos sistemas de unidades vigentes no mundo, tendo em vista a presença de técnicos e
equipamentos provenientes de diversas nacionalidades, os quais eram os detentores da tecnologia de
produção de petróleo até então. Dessa forma, as unidades, como barril, polegada, galão e outras,
sempre estiveram presentes nas atividades de produção do petróleo nacional.
Depois das crises do petróleo, e do aumento da produção nacional e da necessidade de ficar
independente dos mercados internacionais, nos anos 80, houve a adoção de um programa de
nacionalização de equipamentos, seguido de uma informatização e consolidação do sistema de
informação da produção de óleo, gás e água. Conseqüentemente, o resultado foi a adoção de sistema
de unidades PETROBRAS, com características próprias, conforme o entendimento do corpo técnico,
fornecedores, gerentes, governo e investidores. Atualmente, a orientação na PETROBRAS é para que se
passe a usar o SI – Sistema Internacional de Unidades, originalmente Système Internacional d’Unités.

11. Conclusões

A área de negócios de Exploração e Produção (E&P) da PETROBRAS está em fase final de adequação à
Portaria Conjunta ANP/INMETRO nº 1, de 19 de junho de 2000, que contém o “Regulamento Técnico
de Medição de Petróleo e Gás Natural”. Dado que o Regulamento de medição é considerado como
pioneiro no âmbito nacional, o cenário atual inclui diversas iniciativas com a participação da
PETROBRAS e dos principais fabricantes de sistemas de medição e institutos de pesquisa, para
atendimento a esta legislação, fazendo com que a Metrologia tenha uma importância fundamental em
seus processos.
Não é por acaso que, segundo a ANP, em 2003 as participações governamentais totalizaram R$ 9,57
bilhões, sendo que R$ 4,4 bilhões referem-se a royalties pagos a estados, municípios e outros
beneficiários.
Ao longo dos anos a PETROBRAS tem melhorado continuamente, a fim de acompanhar as exigências
do mercado e da legislação vigente. Estas mudanças implicam no aprimoramento de novas tecnologias
aplicadas, tanto na produção de grandes volumes em águas profundas como na produção de pequenos
volumes economicamente viáveis nos campos terrestres nordestinos, ou no norte capixaba ou no
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interior da Amazônia, ou em outros lugares onde a Empresa esteja presente, em projetos resguardados
por medição dentro dos preceitos metrológicos ditados por normas nacionais e internacionais, para
garantir a perfeita aplicação de investimentos em áreas e blocos produtores de petróleo ainda mais
rentáveis.

Paulo Sérgio e Silva*


*Engenheiro de Petróleo da PETROBRAS
José Alberto Pinheiro da Silva Filho*
*Engenheiro e Consultor da PETROBRAS

Referências
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo; Instituto de Nacional de Metrologia e Qualidade. Portaria
Conjunta ANP/INMETRO, n.1, de 19 de junho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico de
Medição de Petróleo e Gás Natural, que estabelece as condições e requisitos mínimos para os
sistemas de medição de petróleo e gás natural, com vistas a garantir resultados acurados e
completos. Disponível em: < http://www.anp.gov.br/petro/legis_desenv.asp>. Acesso em: out.
2005.
SILVA, P. S. Procedimento de arqueação simplificada em tanque com capacidade menor que 100
m3 aprovado pela Agência Nacional.
Silva Filho, J.A.P.Adequação da PETROBRAS à Portaria Conjunta ANP-INMETRO n° 1/2000”,
workshop sobre Sistemas de Medição Fiscal de Vazão de Óleo e Gás, ISA – Sociedade de
Instrumentação, Sistemas e Automação – Distrito 4, São Paulo, junho de 2004.
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GESTÃO DE ARQUEAÇÃO DE TANQUES – UMA NOVA

PROPOSTA

O Inmetro ainda não regulamentou a arqueação de tanques no Brasil, mas, desde os anos 50 vem
prestando estes serviços às empresas, tendo qualificado seus técnicos executores com referência a
metrologia americana, ou seja, utilizando-se as práticas normativas do que viria a ser no futuro as
normas da API – American Petroleum Institut. No final dos ano 90 o Inmetro iniciou um processo de
pesquisa de satisfação de seus clientes e constatou que seria necessário rever seu modelo de gestão e
execução da atividade de arqueação de tanques, com o objetivo de harmonizar os seus procedimentos
com os paises com os quais comercializa petróleo e derivados

Fica , também, claro neste trabalho que, o que se chama de sistema Inmetro, pois, os Ipems São Paulo
, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Amazonas, já foram treinados para a execução de
arqueação e estão prestando este serviço sobre a supervisão das equipes do Inmetro.

1– BREVE HISTÓRICO

Com a criação da Petrobrás em 1953, e a necessidade de se importar petróleo líquido para o processo
de refino, automaticamente cresceu a demanda do serviço de arqueação de tanques, incrementou-se
também, o número de tanques para armazenamento e transporte dos derivados dele advindos. Com a
falta de pessoal especializado quantitativamente e qualitativamente, e pela inexistência de um
programa específico de treinamento, ou de um curso regular acreditado para a adequação, qualificação
e certificação de pessoal;

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, buscou nos países

desenvolvidos esta formação técnica, a exemplo de tantas outras atividades e, compôs as principais
equipes com um metrologista - chefe da equipe operando como multiplicador, e assim, repassando na
prática o conhecimento adquirido (conhecimento tácito) e o conhecimento teórico ou intrínseco, e um
segundo metrologista da equipe, para que juntos executassem o serviço necessário. Por questões
funcionais, o Inmetro obrigava-se a regularizar a situação deste corpo técnico que, na realidade, não
apresentava o nivelamento e igualdade na proficiência das medições e dos cálculos dos diversos tipos
de tanques arqueados.

Estudiosos como Ikujiro Nonaka identificam duas formas básicas de conhecimento: conhecimento
tácito e explícito. Conhecimento tácito abrange o que as pessoas sabem, mas não conseguem
expressar prontamente.

Elas o transmitem por meio de ações, símbolos, analogias, metáforas e outras representações
cognitivas.

Conhecimento explícito ou codificado é aquele que as pessoas criam e transmitem mediante a


linguagem formal, sistemática.

2 - INTRODUÇÃO

A globalização da economia impactou significativamente o movimento de abertura da economia do


Brasil, que se viu obrigado a revisar sua política de recursos humanos, a adoção de programas de
privatização, houve a queda de barreiras tarifárias com a extinção do General Agreement for Trade and
Tarifs – GATT; e a desregulamentação setorial, dentre os quais o grande mercado produtor, extrativista
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e transformador do petróleo. Ao mesmo tempo houve uma grande preocupação do governo com as
medições, pois, fundamentado nelas seriam estabelecidos os pagamentos dos royalties aos Estados,
Municípios e demais produtores. Como a metrologia legal é responsável pelas atividades relacionadas
às unidades de medida, métodos de medição e instrumentos de medição, relativas às exigências
técnicas e legais obrigatórias, com o objetivo de garantir publicamente a segurança, a exatidão das
medições e a concorrência legítima, dentre outros.

No campo econômico o objetivo principal é proteger o comprador e o vendedor. Sendo assim temos
que nos referenciar a Resolução do Conselho Nacional de Metrologia - Conmetro nº 11, de 12 de
outubro de 1988, capítulo III, subitem 8, que estabelece as diretrizes para o efetivo controle
metrológico dos instrumentos de medição e das medidas materializadas.

A Organização Internacional de Metrologia Legal – OIML, é a organização internacional que tem por

objetivo promover a harmonização global dos requerimentos da metrologia legal. Para evitar
contradições entre a normalização voluntária e as recomendações internacionais e na sua extensão,
dos regulamentos técnicos, estabelecem-se acordos de cooperação entre associações como a
International Organization for Standardization - ISO, a International Eletrotecnical Commission - IEC e
outras.

A ISO é uma organização não governamental sem fins lucrativos, com sede em Genebra, na Suíça,
cujo objetivo é promover o desenvolvimento de normas nos diversos ramos da atividade humana e
atividades afins em âmbito mundial, procurando facilitar a troca de bens de consumo e serviços, e
desenvolver atividades de cooperação nos campos intelectual, científico, tecnológico e econômico.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, fundada em 1940, é a organização

responsável pela normalização técnica dita voluntária, sendo membro fundador da ISO em 1947,
atualmente sócia da ISO na categoria participante, é o fórum nacional de normalização, e promove a
edição de normas nos diversos ramos da atividade econômico/industrial brasileira.

O Inmetro regulamenta, gerencia, supervisiona e executa as atividades de metrologia, legal e científica


e da qualidade, através do seu pessoal e da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – RBMLQ -
Inmetro, executando verificações metrológicas de instrumentos de medição, medidas materializadas. A
Rede é composta pelos Órgãos Metrológicos Estaduais conveniados (IPEMs). A elaboração da
regulamentação se baseia nas recomendações da OIML à qual estamos filiados, somos o único país na
América do Sul filiado a ela; e trabalhamos em harmonia com centenas de outros países do mundo; e
atuamos em colaboração com fabricantes, com entidades de classe e entidades representativas dos
consumidores.

O API é a maior associação comercial do mundo, representando os interesses da indústria petrolífera


dos Estados Unidos, tendo publicado mais de quinhentas normas técnicas, que são utilizados por um
grande número de companhias de petróleo e gás natural do mundo.

O Instituto do Petróleo - IP é um dos principais centros europeus independentes, voltados para o


avanço e a disseminação de conhecimentos técnicos e econômicos na indústria de petróleo e gás
natural, tendo também publicado diversas prescrições normativas para padronizações no setor
industrial do petróleo líquido e gasoso.

“O conhecimento amplo e satisfatório sobre um processo ou fenômeno somente existirá quando for
possível medi-lo e expressá-lo através de números” (Lord Kelvin, 1883).
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3 – RELEVÂNCIA

Por outro lado, é sabido que a atividade petrolífera diariamente no Brasil, faz circular em números

correspondentes a barris/dia de petróleo, a quantia de aproximadamente $106.000.000,00 USD (Cento


e seis milhões de dólares americanos por dia), considerando os dois milhões de barris necessários ao
cumprimento da sua meta de produção, e o valor de $53,00 USD do barril de petróleo divulgado pela
imprensa no dia 14/10/04, considerando $1.00 USD equivalente a R$3,00 (três reais), chega-se a um
valor aproximado de R$318.000.000,00 (trezentos e dezoito milhões de reais por dia), considerando-se
estes valores percebe-se que pequenos desvios podem significar perdas significativas nas transações
comerciais do petróleo.

Os faturamentos, as movimentações de produtos a granel, o processo de refino, o recebimento e


entregas do petróleo líquido e gasoso e seus derivados, são baseados nas quantidades dos produtos
considerados, que são determinados através da tabela volumétrica de cada tanque de armazenamento
ou do tanque utilizado para o transporte.

As tabelas volumétricas são ferramentas fundamentais para o controle quantitativo dos produtos, se
faz necessário que ofereçam confiança, universalidade e segurança indispensáveis à incolumidade das
pessoas envolvidas na comercialização dos produtos e/ou em suas movimentações.

Dentro das diversas fases da vida de um tanque, existem níveis diferentes de responsabilidades e
obrigações, destaque-se aqui a conclusão das obras, quando o detentor/distribuidor deverá solicitar a
Agência Nacional de Petróleo – ANP, a vistoria das instalações e a emissão de autorização de operação,
somente para as atividades que sejam objeto de fiscalização por parte daquela Agência; entenda-se
que a fiscalização é exercida no cumprimento da função do papel do Estado com referência a legislação
específica, e para isso, na ocasião da vistoria inicial, deverão estar disponíveis no canteiro de obras
vários documentos, entre eles citamos:

� Alvará de funcionamento emitido pela Prefeitura Municipal;

� Licença de operação emitida pelo Órgão do meio ambiente competente;

� Certificado de arqueação e tabela volumétrica dos tanques de armazenamento emitidos pelo


Inmetro;

Como pela legislação metrológica e da qualidade, a arqueação de tanques, ou seja: a determinação da

capacidade volumétrica de tanques, não é uma atividade obrigatória ou compulsória, pelo Conmetro ou

Inmetro, o que leva as empresas a realizá-la é a exigência da Portaria ANP n. º 29, de 09 de fevereiro
de 1999, que estabelece a regulamentação da atividade de distribuição de combustíveis líquidos
derivados de petróleo, álcool combustível e outros, para que possa autorizar a operação dos tanques e
a comercialização com outras empresas.

Os tanques utilizados para medição de petróleo, seus derivados e outros devem atender aos seguintes
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requisitos:

• Os instrumentos de medição, as medidas materializadas e os sistemas de medição devem ser


submetidos

ao controle metrológico do Inmetro, quando houver, ou comprovar a rastreabilidade aos padrões do

Inmetro.

• Serem providos de boca de medição e de amostragem do produto armazenado.

• Serem providos de mesa de medição no fundo e de marca de referência próxima à boca de medição.

As linhas de enchimento devem ser projetadas para minimizar a queda livre de líquido e respingo;

Sendo assim, quando a empresa atende as exigências, ou suas instalações estão conforme os
requisitos estabelecidos, são efetuadas as medições geométricas dos tanques e em seguida os cálculos,
necessários para geração da tabela volumétrica e o certificado específico de arqueação do tanque.

Quando o certificado e a tabela volumétrica estiverem disponíveis para a empresa, esta deve
apresentá-las a ANP para assim dar continuidade ao processo de autorização, para que o tanque possa
entrar em operação.

Segundo a Portaria Conjunta ANP/INMETRO Nº: 001/2000, os tanques devem ser medidos com trena

manual ou com sistemas automáticos de medição de nível. A trena manual consiste de uma fita
metálica com escala métrica com dispositivo de enrolamento da mesma com manivela, além do
chamado prumo.

As trenas utilizadas para medição dos tanques devem ser calibradas/verificadas periodicamente pelo
Inmetro, ou calibradas em laboratórios acreditados por ele.

A primeira arqueação de um determinado tanque, com referência à legislação metrológica, Resolução

Conmetro n°. 11 de 12 de outubro de 1988, é considerada verificação inicial, ou seja, verificação de


um instrumento de medição ou medida materializada, após a sua fabricação/construção e antes de sua
utilização e/ou instalação. Só haverá a necessidade de realizar a rearqueação (verificação eventual),
caso o usuário/detentor faça a solicitação ao Inmetro, ou, quando sofrer reparos, ou, quando as
autoridades competentes julgarem necessário.

A rearqueação, a exemplo da verificação periódica é efetuada em intervalos de tempo pré-


determinados, conforme os citados diplomas. No caso da arqueação de tanques a freqüência da
verificação periódica é de 10 (dez) anos, para os tanques que em plena medição e inspeção estiverem
abertos, caso contrário esta freqüência será de 5 (cinco) anos. Os principais tipos de tanque para
armazenamento e/ou transporte de petróleo líquido ou gasoso, seus derivados e outros produtos são:

• Cilíndricos verticais de teto fixo.

• Cilíndricos verticais de teto flutuante ou selo flutuante.

• Cilíndricos horizontais.

• Esféricos.

• De embarcações.
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Com a criação da nova legislação para medição de petróleo – A ANP e o Inmetro, estabeleceram

requerimentos a serem implantados e implementados na determinação da capacidade volumétrica dos


tanques para armazenamento de petróleo e seus derivados, ou seja, aqueles vinculados à medição
fiscal e na transferência de custódia, que devem estar conforme a toda a normalização técnica da
grandeza volume e especialmente as prescrições normativas compulsórias da referida Portaria
Conjunta ANP/INMETRO Nº: 001/2000.

Aqui neste estudo, pretende-se demonstrar como foi estabelecido, desenvolvido, e, implementado em
todo o país, o sistema gerencial da atividade de arqueação de tanques; uma vez que esta atividade,
com o advento da indústria petrolífera nos anos 50 requereu investimentos vultuosos do governo
federal, para dotar o país de tecnologia e método harmonizado com os paises exportadores e
importadores, de produtos na área de petróleo, e dentre estes produtos se incluem as medidas
materializadas de grande porte, estáticas, chamados “Tanques para o armazenamento”, até mesmo as
plantas de canalização que os interligam, bem como as embarcações utilizadas para o transporte,
desde a matéria prima, os que estão em processo, até os produtos processados, resultantes do refino.

"À medida em que empresas se voltam para tecnologias para alcançarem novos pícaros de agilidade no
mercado, devem também acumular e aplicar conhecimento das práticas de gerência centradas em
seres humanos que capacitam as pessoas a serem tudo que podem ser... Verificamos que as empresas
com os históricos mais sustentáveis compartilham dessa crença. Essas organizações são flexíveis,
inovadoras e eficazes, porque suas pessoas o são."

(KLEIN, 1993, p. 38)

4 – CONCEITOS BÁSICOS

“Arqueação, segundo Aurélio Buarque de Holanda-1. É o ato ou efeito de arquear. 2. Medida da


capacidade dos espaços internos de embarcação mercante. Arquear – É curvar em forma de arco. 2.
Fazer arqueação (2) de.P 3. Curvar-se em forma de arco.”

Arqueação – conjunto de operações, efetuadas com vistas a determinar a capacidade de um tanque ou

reservatório até um ou vários níveis de enchimento.

Tanque – reservatório destinado a armazenar produtos a granel

Costado – superfície lateral do tanque, formada por anéis de aço, concreto ou similar.

Mesa de medição – placa de metal de superfície lisa e perfeitamente nivelada, fixada ao fundo ou ao
costado do tanque e localizada na direção de vertical de medição.

Boca de medição – tubo cilíndrico existente na parte superior do tanque, destinado a introdução da
trena para medir a altura do produto nele contido.

Altura de referência – é a distância entre a parte superior do bocal de medição (escotilha) e o ponto
zero.

Altura do produto – é a distância entre o ponto zero e o corte do produto na trena, ou a diferença entre
a altura de referência e a altura do espaço vazio.

Espaço vazio – é a diferença entre a altura de referência e altura do produto. Distância M-H – é a
distância entre a parte superior da boca de medição do teto e o nível de produto nos tanques de teto-
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flutuante. Através dela verifica-se a condição de flutuação do teto e o conseqüente deslocamento do
produto.

Ponto zero – é a parte superior do mês de medição, que corresponde a altura zero da tabela
volumétrica do tanque.

Lastro – volume de líquido contido no fundo do tanque, até o ponto de referência superior.

Vertical de medição (tubo de medição) – linha imaginária, perpendicular a mesa de medição, e


referencial para a medição manual ou automática.

Ponto de referência inferior – interseção de vertical de medição com a superfície superior da mesa de
medição, ou com o fundo do tanque, se não houver mesa de medição.

Ponto de referência superior – ponto situado sobre a vertical de medição, em relação ao qual são
medidos os espaços vazios.

Ponto alto – ponto mais elevado do fundo de um tanque cilíndrico vertical, esse ponto é o último a ser

coberto pelo líquido no enchimento do tanque.

Corpos internos e externos – acessórios de um tanque, cujo volume influi na capacidade do mesmo,
esses volumes gerados são classificados como volume adicional, se sua capacidade é somada à
capacidade efetiva do tanque e, volume morto se o volume dos acessórios diminui sua capacidade
efetiva, em razão do deslocamento de líquido.

Tabela volumétrica – expressão, sob forma de escala, da função matemática v (h) que representa a
relação entre a altura h (variável independente) e o volume v (variável dependente).

Tanque cilíndrico vertical – tanque cilíndrico de eixo vertical com fundo plano, cônico, tronco-cônico,
semiesférico ou de meridiano elíptico.

Tanque cilíndrico horizontal – tanque cilíndrico de eixo horizontal, com ou sem inclinação, com as

extremidades fechadas por seções planas, tronco cônico, semi-esférico ou de meridiano elíptico.

Tanque esférico ou esferoidal – reservatório de forma esférica.

Tanque especial – reservatório sem forma geométrica definida ou cujo formato apresenta duas ou mais

figuras geométricas simultâneas.

Capacidade nominal – valor arredondado de volume máximo de líquido que um tanque pode conter nas

condições normais de uso.

Capacidade total – volume máximo de líquido que o tanque pode conter

Serpentina interna – tabulação de diâmetro reduzido que percorre o interior do tanque ou


compartimento, com objetivo de auxiliar a descarga de determinados produtos através de seu
aquecimento.

Certificado de arqueação – documento de caráter oficial, que acompanha a tabela volumétrica,


certificando que foi procedida à arqueação de um tanque/reservatório, com vistas a atender exigências
de Òrgãos Governamentais.
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Faixa da tabela – intervalos de volumes, entre o lastro e a capacidade nominal, para os tanques, nos
quais é estabelecida uma tabela de arqueação. Volume mínimo menor volume cuja medição é
autorizada para entrega ou recebimento de quantidade de líquido contido, em qualquer ponto da faixa
da tabela. A altura mínima medida de um tanque é a variação de nível que corresponde ao voluma
medido.

Limite inferior da capacidade tabelada – capacidade, abaixo da qual não se aplica o erro máximo
tolerado, considerando –se a forma do tanque e método de arqueação.

Vertical de medição – linha imaginária, perpendicular à mesa de medição, e referencial para a medição

manual ou automática.

Rastreabilidade – propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar


relacionada a referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais através de
uma cadeia contínua de comparações, toda tendo incertezas estabelecidas.

Calibração – conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os
valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores representados por
uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das grandezas
estabelecidas por padrões.

NAO SIM

5. MODELO ATUAL DE GESTÃO

Abaixo apresenta-se o modelo atual de gestão da arqueação de tanques no Inmetro. Esse modelo pode
ser mais bem entendido através do fluxograma a seguir, representando as etapas da prestação de
serviço de arqueação de tanques pelo Sistema Inmetro.

Figura 1 – Fluxo da Arqueação de tanques

Além da execução das atividades realizadas pelos técnicos do Inmetro/Sede, visando aumentar a

produtividade bem como minimizar os custos para os clientes, o Inmetro buscou parcerias para a
realização deste serviço com a RBMLQ, que tem representação em todo o território nacional.

CLIENTE SOLICITA O

SERVIÇO

INMETRO PREPARA ORÇAMENTO

O ORÇAMENTO E ENCAMINHADO

AO SOLICITANTE

ACEITE DO

PEDIDO E SOLICITANTE
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ARQUIVADO

ABERTURA DE

PROCESSO

DESIGNAÇÃO DE

EQUIPE

A EQUIPE DESIGNADA

ORGANIZA OS

ARRANJOS

NECESSÁRIOS

AGENDAMENTO DA

ARQUEAÇÃO

EXECUÇÃO DAS

MEDIÇÕES

OS DADOS DAS MEDICOES SAO

IMPLANTADOS NO SOFTWARE

DE CALCULO

O CALCULO É

EFETUADO

CONFERENCIA DOS

CALCULOS

REVISÃO/APROVAÇÃO

DOS CALCULOS

EMISSÃO DE TABELA

VOLUMÉTRICA E

CERTIFICADO

TRAMITES ADMINISTRATIVOS TRAMITES

FINANCEIROS

CLIENTE EFETUA O

PAGAMENTO E RECEBE

A DOCUMENTACAO
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CLIENTE APRESENTA A

DOCUMENTAÇÃO A ANP PARA

APROVAÇÃO

TANQUE ENTRA EM

OPERACAO

Toda solicitação de arqueação de tanques recebida por essa Rede é comunicada ou repassada ao
segmento do Inmetro responsável pelo serviço para análise e providências, que será conjunta e/ou
supervisão.

5.1 Metodologia

Utiliza-se o método de cintamento Externo (External Strapping), utilizando-se trenas metálicas


previamente calibradas.

Cálculo da Capacidade Volumétrica: Os cálculos da capacidade volumétrica dos tanques são executados

através de softwares específicos desenvolvidos pelos analistas de sistema e programadores do


Inmetro/Dimel, e devidamente validados.

Fundo de Tanque: Utiliza-se o método de enchimento com fluido não volátil, para fundo de tanque
irregular onde não é possível efetuar medições exatas.

Emissão de Documentos: Após a execução dos cálculos, gera-se a tabela volumétrica ou centimétrica e
o certificado de arqueação, que são os documentos comprobatórios requeridos pela Receita da Fazenda
Federal e pela ANP. São também emitidos pelos metrologistas, o relatório de serviço e a comunicação
de serviço executado, que constam dados do cliente, quantidade de tanques arqueados, período de
execução do serviço, equipe metrológica e os valores correspondentes em Reais dos serviços prestados
para pagamento do cliente.

5.2 Critérios para rearqueação

A tabela abaixo identifica critérios para rearqueação de tanques segundo as normas existentes.

CRITÉRIOS

ISO

• a calibração estiver sob suspeita;

• ocorrer deformação do tanque;

• ocorrer movimento das fundações do tanque;

• for requerido pelo regulamento legal; e

• for instalado algum corpo interno ou externo que altere o seu volume.
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OIML • acidente ou deformação que altere a qualidade metrológica do tanque, incluindo mudança de
posição e modificações estruturais.

API

• se for recolocado em operação após ter sido retirado de operação;

• quando desmontado e re-erguido;

• havendo alteração ou inclusão de corpos internos ou externos; e

• tendo o tanque sido afetado de modo a ter seu volume total alterado.

IP

• diâmetro do tanque;

• espessura de chapa;

• inclinação do tanque;

• corpos internos ou externos;

• altura de referência; e

• reparos estruturais que afetem sua capacidade.

Inmetro • Por solicitação do cliente, ou ANP, Receita Federal, outros

Tabela 1 – Critérios X Normas

5.3 Ameaças e Oportunidades

Analisando o sistema de gestão atual, selecionamos abaixo as ameaças e oportunidades geradas pelo
modelo

hoje utilizado na prestação de serviço de arqueação de tanques pelo Inmetro.

Ameaças Oportunidades

Redução da arrecadação da Diretoria de Metrologia

Legal do Inmetro - Dimel

Se houver redução de despesas/custeio incrementar

novos serviços inexplorados, como por exemplo: 1

– treinamento de clientes quanto à utilização da tabela volumétrica, memória de cálculo e Norma

Regulamentadora de Segurança do Trabalho – NR 013.

Aumento das atividades de supervisão e controle. Estabelecer procedimento, lista de verificação,

fundamentados no Regulamento Técnico Metrológico - RTM a ser estabelecido e ampliar força de


trabalho com aproveitamento das equipes já existentes, em conjunto com o pessoal do
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Inmetro.

Divisão física dos arquivos, projetos, tabelas volumétricas, certificados de arqueação anterior, memória
de cálculo.

Selecionar os registros focando a data da próxima arqueação e distribuir para a RBMLQ para

execução da próxima arqueação. Designar a equipe para supervisão, conforme apropriado.

Corporativismo. Oportunidade para outras formas de Gestão. Aumento da distância física do


monitoramento, em função da descentralização.

Estabelecer os procedimentos para execução da atividade, desde análise crítica de contrato, para

execução do serviço, contemplando todas as etapas do processo.

Promover a supervisão no campo e em nível estratégico e financeiro.

Estabelecer pesquisa SAC.

Demanda por treinamento dos técnicos da RBMLQ. Por ser uma nova atividade, a necessidade de

treinamento está definida. As ações corretivas devem ser implantadas através de cursos e

treinamentos teóricos e práticos pelos multiplicadores nas regiões escolhidas.

Demanda por treinamento dos técnicos da DIMEL em Sistema de Auditoria.

Focar o treinamento nos aspectos da gestão descentralizada.

Menos seguro que o método de arqueação com novas tecnologias;

Custos menores para capacitação de pessoal;

A arqueação só é executada pelo Inmetro, cuja sede é no Rio de Janeiro, o que dificulta e até mesmo

impede o atendimento da demanda atual;

Facilidade de monitoramento e controle da execução dos serviços;

Grandes deslocamentos das equipes por um país de dimensões continentais, uma vez que os tanques

estão instalados nos diversos Estados da Federação;

Facilidade para revisão e aprovação dos cálculos diretamente pelo Inmetro, com a necessária

confiabilidade metrológica;

Dificuldade de renovação das equipes de metrologistas;

Conhecimento consolidado e experiência de muitos anos das equipes metrológicas próprias do


Inmetro;

Altos custos com deslocamentos das equipes; Facilidade de controle dos indicadores de desempenho,
da emissão, numeração dos certificados de arqueação;

Dificuldade da adoção de novas tecnologias que utilizam raios-laser, infra-vermelho, e a sua


incompatibilidade com deslocamentos contínuos;
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Arrecadação direta dos valores pecuniários pelo Inmetro.

Insatisfação dos clientes com altos custos e prazos para a conclusão do serviço; Inexistência de
Regulamento Técnico Metrológico.

Tabela 2 – Ameaças X Oportunidades

6 MODELO DE GESTÃO PROPOSTO

6.1 Necessidade para proposição de um modelo para Arqueação de Tanques no Brasil.

A proposta do modelo brasileiro para arqueação de tanques contempla os princípios básicos da


execução, controle e supervisão das atividades pertinentes ao ramo da metrologia legal. Fato é que o
Inmetro é o único executor desta atividade no país, inclusive no que se refere a medição fiscal e
transferência de custódia. Como neste aspecto a demanda reprimida pode ser considerada elevada, o
custo operacional é elevado, pois, os tanques estão espalhados pelo território nacional, a redução no
tempo de atendimento ao serviço é fundamental, na satisfação do cliente.

Através deste estudo e da experiência do pesquisador no ramo da metrologia, normalização e


qualidade industrial, bem como dos seus pares, clientes, e especialistas da área, detectou-se a
necessidade de se desenvolver uma metodologia para utilizar a parceria e a competência técnica
disposta no sistema Inmetro.

Pelo menos na fase inicial, deve-se manter o controle e supervisão através do Inmetro e a execução
pelo Inmetro e pela RBMLQ.

Com isso estabelecer e implantar um modelo que permita atender a demanda, que seja capaz de
garantir a qualidade desejada, a manutenção da conformidade e a credibilidade dos serviços
metrológicos disponibilizados, e, que estes satisfaçam a comunidade envolvida e a sociedade como um
todo.

6.2 São estes aspectos inovadores do modelo proposto:

• Estabelecer e implementar um sistema de gestão da Qualidade com referência a NBR ISO 9001:2000
na Dimel para essa atividade;

• Capacitar técnicos da RBMLQ nesta atividade;

• Após capacitação, atuar em conjunto na execução, visando à uniformidade procedimental, e


concomitantemente deixar a execução a cargo da RBMLQ. Há disponibilidade para emprego de novas

tecnologias e para a regionalização da descentralização da atividade, considerando as cincos regiões

existentes no país, Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Recomendou-se esta metodologia
após os estudos dos modelos apresentados neste trabalho. Em princípio optou-se pela manutenção da
execução conforme estabelecido nas prescrições normativas estudadas, e em virtude da Constituição
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Federal de 1988, da Lei n° 5966/73 de criação do Sinmetro/Conmetro/Inmetro e da Lei n.º 9933/99
que reestrutura o Inmetro e estabelece sua competência, e a Resolução do Conmetro n.º 11/88;

• Com a centralização estratégica no Inmetro, através da regulamentação metrológica,


estabelecimento dos convênios e do controle, bem como da descentralização operacional (ideal de
regionalização) à RBMLQ, padronizando a análise da documentação, arqueação, rearqueações,
inspeção e a supervisão das atividades.

• Executar o serviço de arqueação de tanques em conjunto com a RBMLQ;

• Descentralizar estrategicamente a atividade de arqueação de tanques para a RBMLQ, observando sua

localização nas regiões geográficas do pais.

7 RECOMENDAÇÕES

• Rever a lei 10829 de 23 de dezembro de 2003;

• Regulamentar a atividade de arqueação de tanques fixos;

• Identificar o universo de clientes, sua localização, potencial de crescimento e outros ramos e tipos

correlatos de tanques, que necessitam ser controlados;

• Identificar as competências necessárias para cada atividade, agrupando-as em níveis, conforme

apropriado;

• Elaborar normas, procedimentos, instruções de trabalho, formulários, registros;

• Adquirir material metrológico, como trenas, geradores de nível laser, escalas metálicas, planímetros,
EPI, etc;

• Realizar cursos,

• Selecionar e capacitar pessoal;

• Distribuir o material necessário, e a programação de serviços,

• Promover visitas dos treinandos a bases de tancagem, ao campus avançado do Inmetro, e, promover
troca de experiência através de cálculos alternativos e simulações;

• Divulgar as informações necessárias aos clientes e aos treinandos; pelos meios disponíveis: jornais,

revistas, internet, intranet, cartilhas, etc.

• Programar treinamentos por região no país, programar treinamentos práticos em serviços no campo
"on the job training".

• Avaliar a eficácia dos treinamentos; os novos metrologistas serão inseridos nas atividades, com
acompanhamento e supervisão dos metrologistas experientes, e/ou, trabalharão em equipes mistas.
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DISCIPLINA: METROLOGIA APLIACA
Uma equipe de supervisão e inspeção técnica de todas as fases dos serviços será formada e atuará
neste processo.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dada a relevância e a complexidade do tema, o artigo apresenta proposta de um novo modelo de


gestão para arqueação de tanques, harmonizado com a normalização disponível, de natureza
voluntária e a compulsória, no âmbito da metrologia legal, e que contribuirá para o exercício da
efetividade, também nesta área, uma vez que esta proposta é resultado da pesquisa das prescrições
normativas da ISO, API, IP, OIML, Petrobrás, e do Inmetro.
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Referências

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Acesso em: 23 ago. 2003.

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da atividade de distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool

combustível, mistura de óleo diesel/ biodiesel especificada ou autorizada pela ANP e

outros combustíveis automotivos.

_________.Portaria conjunta ANP/Inmetro 001/2000 19 de junho de 2000. Portaria

Conjunta da Agência Nacional do Petróleo com o INMETRO fica aprovado o Regulamento Técnico de
Medição de Petróleo e Gás Natural, o qual estabelece as condições e requisitos únicos que os sistemas
de medição de petróleo e gás natural devem observar.

BIRKELAND, Knut. Legal Metrology at the Dawn of the 21st Century: the role and

responsibilities of the international organization of legal metrology. Final version presented

at the 33rd CIML Meeting. Seoul. 1998.

BRASIL. Lei 5966, de 11 de dezembro de 1973. Institui o SINMETRO, cria o

CONMETRO e o INMETRO, e dá outras providências. Diário Oficial da República

Federativa do Brasil, Brasília, DF.


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_________. Lei nº 9.933, de 20 de dezembro de 1999. Dispõe sobre as competências do CONMETRO e
do INMETRO, institui a taxa de serviços metrológicos, e dá outras providências. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF.

_________. Lei nº 10829 de 23 de dezembro de 2003. Reajusta os valores da Taxa de Serviços


Metrológicos, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do

Brasil, Brasília, DF.

DE REZENDE, Raimundo Alves. Modelo de gestão aplicado à metrologia legal: Proposta

do modelo brasileiro para arqueação de tanques. Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão) –


Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004, 247p.

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Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998. 253 p.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL. Diretoria de


Metrologia Legal. Reformulação do modelo de metrologia legal (revisão). Rio de Janeiro: DIMEL, 1995,
9p.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL. Vocabulário de


metrologia legal. 2.ed. Brasília, SENAI/DN, 2000. 27p.

_________.Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia. 2.ed.

Brasília, SENAI/DN, 2000, 27p.

_________. Resolução Conmetro nº 11, de 12 de outubro de 1988. Aprovar a Regulamentação


Metrológica, que com esta baixa, para fiel observância.

_________.Resolução Conmetro nº 1, de 14 de agosto de 2003. Aprovar o documento “Diretrizes


Estratégicas para Metrologia Brasileira 2003-2007.”

KLEIN, David A. A Gestão Estratégica do Capital Intelectual: Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998, 360p.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE METROLOGIA LEGAL. OIML Boletim. Volume XLII, 2001

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1985.

PETROBRAS – Disponível em <http://www.petrobras.com.br> Acesso em: 23 jun. 2004. Dos Santos,


João Alberto Neves, Dsc – neves.cln@uol.com.br
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De Rezende, Raimundo Alves, Mestrando UFF/Latec – rarezende@inmetro.gov.br

Universidade Federal Fluminense – UFF

Centro Tecnológico – Escola de Engenharia

Rua Passos da Pátria, 156 – Niterói – Rio de Janeiro – RJ – CEP 45632-070

Tel.: +55 21 2621-5140; +5521 2679-9159

Fax.: +55 21 2621-5137; +5521 2679-9470

Lazari, Renato Ferreira, Msc – rflazari@inmetro.gov.br

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO

Diretoria de Metrologia Legal – DIMEL

Divisão de Instrumentos de Medição de Volume – DIVOL

Av. Nossa Senhora das Graças, 50 – Vila Operária – Xerém – Duque de Caxias – RJ – CEP 25250-020

Tel.: +55 21 2679-9473

Fax: +55 21 2679-9470

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