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1 - Apresentação ................................................................................................................

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2 - Balística Forense ........................................................................................................... 2
2.1. Conceito de Balística .................................................................................................................. 3
2.2. Armas de fogo ............................................................................................................................ 3
2.3. Revólver ...................................................................................................................................... 4
2.4. Pistolas semiautomáticas........................................................................................................... 5
2.5. Escopeta e Espingarda ............................................................................................................... 5
2.6. Outras armas de fogo................................................................................................................. 6
2.7. Munição...................................................................................................................................... 7
2.8. Lesões perfuro-contusas (projéteis) ........................................................................................... 9
2.8.1 Ferimentos de entrada ........................................................................................................... 10
2.8.2 Ferimentos de saída ............................................................................................................... 10
2.8.3 Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins) ......................................................... 11
2.8.4 Ferimentos produzidos por projéteis unitários ...................................................................... 11
2.8.5 Orlas ou halos de contusão, escoriação e enxugo ................................................................. 13
2.8.6 Zonas de chamuscamento, esfumaçamento e tatuagem ...................................................... 14
2.8.7 Disparos encostados............................................................................................................... 16
3 - Questões Propostas .................................................................................................... 18
4 - Questões Comentadas ................................................................................................ 24
5 - Gabarito...................................................................................................................... 36

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1 - APRESENTAÇÃO
Olá, meus amigos!
Hoje vou abordar o seguinte tópico: Balística Forense.
Separei questões recentes, vamos fazer uma boa revisão sobre esses tópicos e, também,
aprofundar um pouco nesses pontos que são importantes para prova de vocês.
Façam as questões antes de verem o gabarito e os comentários, depois, mesmo que tenham
acertado, vejam os comentários também.

2 - BALÍSTICA FORENSE

A Balística Forense é uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua
munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou
indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência.
Segundo os estudos que são submetidos à Balística Forense, esta pode ser dividida em: balística
interna, balística externa e balística dos efeitos. Vejamos cada uma:
✓ Balística interna: conhecida também como balística interior, é a parte da balística que
estuda a estrutura, mecanismos e funcionamento das armas de fogo, o tipo de metal
usado na sua fabricação bem como, a sua resistência às pressões desenvolvidas na
ocasião do tiro. As armas de fogo são criteriosamente analisadas nesse ramo da balística
forense, assim sendo, além do estudo do funcionamento das armas, da sua estrutura e
mecanismos, este ramo da balística descreve até mesmo as técnicas do tiro;
✓ Balística externa: conhecida também como balística exterior, estuda a trajetória do
projétil, desde a saída da boca do cano da arma até a sua parada final (repouso). A
balística exterior analisa as condições do movimento, velocidade inicial do projétil, sua
forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da gravidade e os seus movimentos
intrínsecos;
✓ Balística dos efeitos: conhecida também como balística terminal ou balística do
ferimento, estuda os efeitos gerados pelo projétil desde que abandona a boca do cano até
atingir o alvo. Quando nos referimos aos tipos de instrumentos que podem produzir
lesões no homem, citamos os perfuro-contundentes, isto é, aqueles que perfuram e

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contundem simultaneamente, e temos como exemplo as lesões causadas pelas “armas de
fogo”. Esses instrumentos causam lesões perfuro-contusas.

Na balística forense, para armas de fogo, existem dois métodos de identificação: identificação
direta e a identificação indireta. Na identificação direta ou imediata, o exame é realizado nela
própria, ou seja, das suas características e peculiaridades distintivas (tipo, calibre, etc.). Já na
identificação indireta ocorre o exame é feito através de estudo comparativo de características
deixadas pela arma nos elementos de sua munição. Na identificação indireta, usam-se métodos
comparativos macro e microscópicos nas deformações verificadas nos elementos da munição da
arma questionada ou suspeita.

2.1. CONCEITO DE BALÍSTICA

Trata-se da disciplina que estuda basicamente as armas de fogo, as munições, os fenômenos e os


efeitos de seus disparos, com finalidade de auxiliar o Poder Judiciário.
Podemos dizer que a Balística: “é a parte do conhecimento criminalístico e médico-legal que tem
por objeto especial o estudo das armas de fogo, da munição e dos fenômenos e efeitos próprios
dos tiros dessas armas, no que tiverem de útil ao esclarecimento e à prova de questões de fato, no
interesse da justiça”.

2.2. ARMAS DE FOGO

Conceitualmente, armas de fogo são engenhos mecânicos destinados a lançar projéteis no espaço
pela ação da força expansiva dos gases oriundos da combustão da pólvora. Sua principal
característica é a de aproveitar a grande quantidade de gases oriundos da reação química de
combustão da pólvora (propelente), para obtenção de energia mecânica e consequente arremesso
do projétil. (Del Campo).

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2.3. REVÓLVER

O revolver pode ser definido como uma arma curta, de repetição, não automática. O comprimento
do cano, o número de raias e sua direção, capacidade do tambor e o tipo de mecanismo, variam de
arma para arma e são particularidades que servem para sua identificação. Na imagem abaixo
podemos observar um típico revólver calibre 38, cuja característica principal é a de apresentar um
único cano e várias câmaras de combustão (tambor).

O mecanismo de ação de um revólver ocorre da seguinte forma: o disparo ocorre quando o cão é
liberado pela pressão ao gatilho e seu percussor atinge a espoleta na base do cartucho, iniciando o
processo de disparo do projétil. Na sequência, para a realização de um segundo disparo,
novamente é pressionado o gatilho que afasta o cão e ao mesmo tempo rotaciona o tambor,
alinhando nova câmara de combustão (carregada com outro cartucho), e o processo se repete.
Desta forma, os revólveres podem funcionar em ação simples ou dupla: na ação simples o agente
recua manualmente o cão até sua posição máxima posterior, engatilhando a arma, bastando leve
pressão no atilho para que este (cão) se libere, o que irá produzir o disparo. Já na ação dupla, o
agente pela pressão ao gatilho faz com que o cão recue em um primeiro estágio, ao mesmo tempo
em que o tambor é rotacionado, e em segundo momento libera o cão para o disparo, tudo em uma
única sequência. Exemplo de revólveres: 32, 38, Magnum 44, etc.

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2.4. PISTOLAS SEMIAUTOMÁTICAS

A pistola é uma arma de fogo portátil, leve, de cano curto, raiado e que se pode manejar com uma
só mão. É uma arma pequena e de fácil manuseio, feita originalmente para uso pessoal em ações
de pequeno alcance.

Definida também como arma curta, as pistolas apresentam as mesmas características dos
revólveres, porém com diferença básica de não possuírem tambor e sim pente de alimentação da
câmara de combustão única. Por essa característica são chamadas de semiautomáticas, em face de
usarem os gases do disparo anterior para ejetar o cartucho disparado e recarregar um novo em sua
câmara de combustão.
No revólver esta força é perdida uma vez que a culatra é fixa e serve apenas para impedir que o
estojo saia pela parte de trás, já as pistolas utilizam-se desta força, levando para trás o ferrolho,
como dito, retiram e ejetam o cartucho velho e pela força da mola existente no pente posicionam
novo projétil, em uma única e rápida sequência, deixando o cão em posição engatilhado. Bastando,
desta forma leve pressão no gatilho para novo disparo. Existem também alguns modelos
totalmente automáticos, que podem disparar vários tiros enquanto se mantiver o gatilho
pressionado. Exemplos de pistolas: Glock; .40 ; e 9mm.

2.5. ESCOPETA E ESPINGARDA

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O termo escopeta é designado às armas de cano curto e grosso calibre e alma lisa, ou seja, cano
sem raias (diferente dos revólveres e pistolas que os tem raiado), e segundo leciona Del Campo, o
termo espingarda é para as de cano longo, alma lisa e calibres menores. Geralmente de uso militar
ou bélico, possui normalmente um único barril de tiro e um recarregador externo que deve ser
acionado manualmente para preparar o próximo disparo. Costuma-se referir às escopetas como a
famosa “12”, uma alusão ao conhecido modelo PKS-12.

2.6. OUTRAS ARMAS DE FOGO

Carabina

De origem italiana, é uma arma portátil e de repetição, com cano longo e de alma raiada. O
cano mede entre 45 cm a 51 cm. Seu comprimento menor, o a faz diferente das espingardas e
escopetas. A alimentação e o carregamento das carabinas são feitos pelo sistema de alavanca.

Rifle

São armas longas, portáteis, de carregamento manual (não automático) ou de repetição,


cano longo e de alma raiada. O rifle é maior que a carabina (o cano tem aproximadamente 61 cm).

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O rifle possui dois canos e o sistema de carregamento é por alavanca e pode ser também
semiautomático

Fuzil

É uma arma longa, portátil e automática, com alma raiada, calibre potente e que tem,
normalmente, uso militar. Tem uma cadência de tiro entre 650 a 750 disparos por minuto Ex: Ak
47 (Russo), Fal (Belga), AR15 - M16 (EUA).

2.7. MUNIÇÃO

O termo munição é o que designa o cartucho como um todo considerado. Este é composto por:
estojo; espoleta (com mistura iniciadora); pólvora (propelente); projétil (propriamente dito); e o
embuchamento (no caso de arma de alma lisa).
Dessa forma, a munição é o conjunto de cartuchos necessários ou disponíveis para uma arma ou
uma ação qualquer em que serão usadas arma de fogo. Cartucho é o conjunto do projétil e os
componentes necessários para lançá-lo, no disparo.

Estojo

Trata-se de um componente indispensável às armas modernas. O estojo possibilita que


todos os componentes necessários ao disparo fiquem unidos em uma peça facilitando o manejo da
arma e acelera o intervalo em cada disparo. Atualmente, a maioria dos estojos são construídos em
metais não-ferrosos, principalmente o latão, mas também são encontrados estojos construídos
com diversos tipos de materiais como plásticos (munição de treinamento e de espingardas),
papelão (espingardas) e outros. A forma do estojo é muito importante, pois as armas modernas
são construídas de forma a aproveitar as suas características físicas.

Espoleta (com mistura iniciadora)

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A espoleta é um recipiente que contém a mistura detonante e iniciadora. A mistura
detonante, é um composto que queima com facilidade, bastando o atrito gerado pelo
amassamento da espoleta contra a bigorna, provocada pelo percussor (cão). A queima dessa
mistura gera calor, que passa para o propelente, através de pequenos furos no estojo, chamados
eventos.

Pólvora (propelente)

Propelente ou carga de projeção é a fonte de energia química capaz de arremessar o


projétil a frente, imprimindo-lhe grande velocidade, aumentada pelos raios do cano que o faz girar
sobre seu próprio eixo de forma a romper mais facilmente a resistência do ar.
A energia é produzida pelos gases resultantes da queima do propelente, que possuem
volume muito maior que o sólido original e seu rápido aumento de volume de matéria no interior
do estojo gera grande pressão para impulsionar o projétil.
A queima do propelente no interior do estojo, gera pressão suficiente para destacar o
projétil e avançá-lo pelo cano, sem causar danos à arma. Atualmente, o propelente usado nos
cartuchos é a pólvora química ou pólvora sem fumaça. Desenvolvida no final do século passado,
substituiu com grande eficiência a pólvora negra, que hoje é usada apenas em velhas armas de
caça e réplicas. Esse tipo de pólvora produz pouca fumaça e muito menos resíduos que sua
precursora, além de ser capaz de gerar muito mais pressão, com pequenas quantidades.

Projétil

O projétil é o que conhecemos vulgarmente por “bala”. Os primeiros foram esféricos, hoje,
os projéteis podem ser de inúmeros tipos: cilíndricos, cônicos, ogivais, etc.Projétil é qualquer
objeto sólido que pode ser ou foi arremessado, lançado. No universo das armas de defesa, o
projétil é a parte do cartucho que será lançada através do cano.
O projétil pode ser dividido em três partes:
✓ Ponta: parte superior do projétil, fica presa sempre exposta, fora do estojo;
✓ 2- Base: parte inferior do projétil, fica presa no estojo e está sujeita à ação dos
gases resultantes da queima da pólvora;
✓ 3- Corpo: cilíndrico, geralmente contém canaletas destinadas a receber graxa ou
para aumentar a fixação do projétil ao estojo.

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2.8. LESÕES PERFURO-CONTUSAS (PROJÉTEIS)

Após as noções gerais de balística, vamos analisar as lesões causadas por instrumentos perfuro-
contundentes, isto é, aqueles que perfuram e contundem simultaneamente. Esses ferimentos
apresentam bordas irregulares, com grande predomínio da profundidade sobre a superfície e
caráter penetrante ou transfixante.
As lesões perfuro-contusas mais típicas são aquelas produzidas por projéteis acionadas por arma
de fogo, estes, agindo por impulsão e rotação, determinam a formação de um orifício e de zonas
de contorno junto a pele. A forma desse orifício e de suas zonas de contorno depende da
incidência do tiro (oblíquo, perpendicular, tangencial) e de sua distância.
O verdadeiro agente vulnerante das lesões perfuro-contusas, no caso de armas de fogo, é o
projétil, sempre impulsionados pela carga, pela força expansiva dos gases, que ocorre no
momento da deflagração, do disparo ou da detonação do tiro, da combustão da pólvora.
O projétil de arma de fogo é um agente mecânico, perfuro-contundente, que determina uma lesão
de natureza perfuro-contusa. O estudo das lesões produzidas pela ação de projéteis, unitários ou
múltiplos, de arma de fogo apresenta relevância especial, primeiro porque constituem número
expressivo de ocorrências, em grande número de etiologia criminosa.

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Além disso, pela multiplicidade de facetas e características, geralmente fornecem elementos
preciosos à investigação, determinação da causa jurídica do evento ou ainda da possível autoria.
Na análise dos ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo, quatro são os pontos que
devem merecer atenção:
✓ determinação e descrição dos ferimentos de entrada e saída;
✓ a trajetória do projétil no interior do corpo, bem como a descrição das lesões internas;
✓ a orientação do disparo em relação à posição do corpo; e
✓ a distância provável do disparo.

2.8.1 FERIMENTOS DE ENTRADA

As características dos ferimentos de entrada produzidos por projéteis de arma de fogo dependem,
basicamente, de três fatores principais, quais sejam:
✓ tipo de munição empregada (projétil unitário ou projéteis múltiplos);
✓ ângulo de incidência;
✓ e distância de tiro.

2.8.2 FERIMENTOS DE SAÍDA

Os ferimentos de saída somente existem, por óbvio, se o projétil transfixar o corpo. Como regra, o
ferimento de saída é irregular, maior que o de entrada, até porque o projétil frequentemente se
deforma em sua passagem pelos tecidos orgânicos, e tem as bordas voltadas para fora. Alguns
projéteis especiais, de alta energia, com velocidades superiores a 750 m/s, em razão das ondas de
choque produzidas pelo seu deslocamento, costumam produzir ferimentos de saída de grandes
proporções.
Vejamos no quadro abaixo as características dos ferimentos de entrada e saída.

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Entrada Saída

Regular Dilacerado

Invertido Evertido

Proporcional ao projétil Desproporcional ao pojétil (maior)

Com orlas e zonas Sem orlas e zonas

Há pouco sangramento Há muito sangramento

2.8.3 FERIMENTOS PRODUZIDOS POR PROJÉTEIS MÚLTIPLOS (BALINS)

Nos disparos efetuados com cartuchos de munição de projéteis múltiplos (armas de alma lisa), o
aspecto da lesão depende, basicamente, da distância em que foram realizados e da consequente
abertura do cone de dispersão. Em tiros muito próximos ou encostados, os projéteis múltiplos
causam grande destruição tecidual, muitas vezes acompanhada de significativa perda de
substância.
Nos disparos efetuados a distância, o que observamos é a existência de lesões múltiplas, como se
produzidas por vários disparos unitários, distribuídas ao redor de um ponto central, e que se
afastam mais uma da outra quanto maior for a distância entre o atirador e o alvo.
O ângulo de tiro irá determinar o formato da lesão única (se o tiro for a curta distância) ou do
desenho formado pela distribuição das múltiplas lesões (nos tiros a distância), que poderá ser
circular, nos disparos perpendiculares ao alvo, e elíptico ou cônico, quando a carga de projéteis
incidir de maneira oblíqua sobre o alvo.

2.8.4 FERIMENTOS PRODUZIDOS POR PROJÉTEIS UNITÁRIOS

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A lesão de entrada produzida por projétil de arma de fogo é geralmente circular, na dependência
do ângulo de incidência e das linhas de tensão que atuam sobre a pele (Leis de Filhós e Langer).
Excepcionalmente, podem ter formato de diverso, atípico, quando o projétil se deforma, ou perde
sua trajetória, para penetrar no corpo com sua face lateral, cilíndrica, determinando, assim, um
ferimento de entrada com formato de letra “D”.
A lesão também terá conformação atípica quando o projétil atingir tangencialmente a pele, “de
raspão”, hipótese em que o ferimento irá apresentar-se como uma escoriação de formato
alongado. Nesse caso, é claro, não se pode falar em ferimento de entrada, pois o projétil não
penetrou o corpo.
Apesar de haver certa correspondência de forma entre a seção do projétil e o ferimento, não é
possível determinar o calibre da arma pelo diâmetro da lesão, visto que, em razão da elasticidade
da pele e das linhas de tensão, o orifício de entrada pode ser menor, maior ou igual ao diâmetro do
projétil que lhe deu origem.
O ferimento de entrada tem geralmente bordos invertidos, voltados para o interior do corpo,
característica contrária à dos ferimentos de saída, que possuem as bordas evertidas, levantadas,
indicando claramente o sentido de sua trajetória. Como exceção, temos a câmara de Hoffmann
ou câmara de mina, observada nos tiros encostados em regiões que recobrem tábuas ósseas, em
que o ferimento de entrada tem os bordos evertidos, voltados para fora.

Além do aspecto morfológico, ao redor dos ferimentos de entrada produzidos por projéteis de
arma de fogo, podemos observar algumas espécies de orlas (ou halos) e zonas, fenômenos que se
apresentam de fundamental importância tanto para a caracterização da natureza do ferimento
como para a determinação da distância em que foi realizado o disparo. As orlas (ou halos) são
regiões circunscritas, regulares, que circundam o ferimento como pequenas auréolas, dando-lhe
características especiais que permitem diferenciar as lesões produzidas por projétil de outras
determinadas por instrumentos diversos. As zonas compreendem áreas maiores, irregulares, que

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podem ou não estar presentes e que terão importância fundamental na determinação da distância
do disparo.
O diâmetro dessas lesões pode ser maior do que o do projétil em face de explosão dos tecidos pelo
efeito “de mina", e suas bordas algumas vezes voltadas para fora, devido ao levantamento dos
tecidos pela explosão dos gases. Estes tiros ainda podem ser caracterizados pelo sinal do
schusskanol representado pelo esfumaçamento das paredes do conduto produzido pelo projétil
entre as lâminas interna e extema de um osso chato, a exemplo dos ossos do crânio.
O diagnóstico diferenciai entre o ferimento de entrada e o de saída no piano ósseo, principalmente
nos ossos do crânio, é feito pelo sinal de funil de Bonnet ou do cone truncado de Pousold. Na
lâmina externa do osso, o ferimento de entrada é arredondado, regular e em forma de
“sacabocado”. Na lâmina interna, o ferimento é irregular, maior do que o da lâmina externa e com
bisel intemo bem definido, dando à perfuração a forma de um funil ou de um tronco de cone. O
ferimento de saída é exatamente o contrário, como um amplo bisel externo, repetindo a forma de
tronco de cone, mas, desta vez, com a base voltada para fora.

2.8.5 ORLAS OU HALOS DE CONTUSÃO, ESCORIAÇÃO E ENXUGO

A pele é constituída por duas camadas distintas, a epiderme e a derme. A primeira é mais fina e
menos elástica, rompendo-se de imediato pelo embate do projétil. A segunda, a derme, mais
elástica, acompanha o projétil, encapsulando-o parcialmente antes de se romper, para depois
voltar à posição original.

Orla de contusão

Em que pese o projétil ser mais ou menos pontiagudo, para ele penetrar ao corpo, tem que forçar
a pele, produzindo ali uma contusão, assim, a primeira orla produzida é a de contusão, que
corresponde a “região equimótica” decorrente da lesão ocasionada pelo embate do projétil na
pele. Trata-se de um halo róseo que circunda o orifício de entrada e que é mais evidente nas
pessoas de pele clara, sendo difícil de observar em peles de tonalidade mais escura.

Orla de escoriação

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Como a epiderme é menos elástica que a derme, após a passagem do projétil é possível observar
uma pequena retração com consequente exposição da derme, como se tivéssemos dois anéis, um,
de diâmetro maior, formado pela ruptura da epiderme (orla de contusão), e um outro, de diâmetro
menor, formado pela exposição da derme.
A esse anel (de exposição da derme) denominamos orla ou halo de escoriação. A orla de
escoriação é originada durante a formação do túnel de penetração do projétil, quando pequenos
vasos sanguíneos são tracionados e rompidos, formando escoriações em torno do ferimento. Esta
orla, que consiste um túnel hemorrágico, permite determinar o trajeto do projétil.

Orla de enxugo

Quando o projétil passa pelo cano da arma, ele “se suja” com as impurezas ali existentes, e ao
atravessar a pele, “se lava e enxuga”, deixando na epiderme a sua marca. É caracterizada por uma
aréola apergaminhada, milimétrica, que circunda a borda do orifício, resultante do impacto e da
pressão rotatória feita pelo projétil contra a pele, antes de rompê-la, limpando-o da ferrugem, óleo
ou fumaça que traz. E geralmente de cor escura, circular nos tiros perpendiculares e ovular ou
elíptica nos tiros oblíquos.
Assim, ao atravessar a derme, o projétil literalmente se enxuga. Limpa-se das sujeiras e impurezas
trazidas do cano da arma, restos de pólvora e fuligem depositados em sua superfície, deixando na
derme um anel enegrecido a que se convencionou chamar de orla de enxugo e que normalmente
impede que observemos a orla de escoriação, que fica parcialmente sobreposta a ela. O chamado
anel de FISCH constitui uma superposição destas duas orlas.

2.8.6 ZONAS DE CHAMUSCAMENTO, ESFUMAÇAMENTO E TATUAGEM

Quando uma arma é disparada, juntamente com o projétil são expelidos pela boca do cano um
considerável volume de gases em alta temperatura e em combustão, certa quantidade de fumaça
(que varia de acordo com o propelente utilizado) e pequenos grãos de pólvora, assim como
micropartículas metálicas oriundas da abrasão do projétil no cano da arma.

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Esses componentes são impelidos juntamente com o projétil, mas, como têm massa infinitamente
menor, não possuem energia cinética para ir além de uns poucos centímetros da boca do cano da
arma, podendo não atingir o alvo.

Zona de chamuscamento

Resulta da ação do calor e dos gases quentes que saem pelo cano da arma, queimando os pelos e a
epiderme. Também é chamada de “zona de queimadura”. Se o disparo for efetuado muito próximo
do alvo, algo em torno de 5 cm, poderemos ter a zona de chamuscamento, que nada mais é que
uma região onde a pele é literalmente queimada pela chama que sai pela boca do cano da arma.

Zona de esfumaçamento

Para uma distância maior, de até 30 cm, a fumaça decorrente do disparo poderá atingir o alvo e
depositar-se ao redor do ferimento de entrada, produzindo a chamada zona de esfumaçamento.
Finalmente, e exatamente porque têm massa maior que as partículas de fuligem, restam os grãos
de pólvora e as partículas metálicas decorrentes da abrasão do projétil no cano da arma, que
incidem sobre o alvo como verdadeiros projéteis secundários, por vezes incrustando-se na pele de
tal maneira que formam verdadeiras tatuagens (zona de tatuagem).

Zona de tatuagem

Finalmente, e exatamente porque têm massa maior que as partículas de fuligem, restam os grãos
de pólvora e as partículas metálicas decorrentes da abrasão do projétil no cano da arma, que
incidem sobre o alvo como verdadeiros projéteis secundários, por vezes incrustando-se na pele de
tal maneira que formam verdadeiras tatuagens (zona de tatuagem).
Os fenômenos aqui observados ocorrem porque o calor, a fumaça e os grânulos de pólvora
combusta ou em combustão, além de outras impurezas que saem do cano da arma, alcançam a
pele. São as hipóteses dos famosos “tiros à queima roupa” (curta distância).

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2.8.7 DISPAROS ENCOSTADOS

Nos disparos encostados temos de diferenciar duas situações distintas: os disparos que atingem
unicamente tecidos moles e os que incidem sobre partes do corpo que recobrem ossos planos, por
exemplo, os do crânio. Quando o disparo encostado atinge unicamente tecidos moles, além do
projétil, todos os demais elementos penetram no ferimento, causando uma lesão interna de
grande monta.
As zonas de chamuscamento, esfumaçamento e tatuagem ficam todas no interior do corpo, mas o
orifício de entrada permanece com sua configuração circular ou elíptica, com bordas invertidas.
Por vezes, na dependência da força com que a arma foi pressionada sobre a região atingida, é
possível evidenciar a marca do cano sobre a pele. Isso é chamado de “Sinal de Werkgaertner”
(imagem abaixo). Esses ferimentos são frequentemente observados em suicídios.

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Neste tipo de disparo, o cano da arma fica intimamente encostado no alvo. O ferimento de entrada
caracteriza-se por ser um orifício de bordas denteadas, desarranjadas e invertidas, sendo este
último elemento decorrente da violenta força expansiva dos gases. A presença de pólvora na
porção inicial do trajeto torna o orifício enegrecido.
Outra característica, que pode aparecer, é Sinal de Benassi que é a Impregnação de pólvora e
chumbo na tábua óssea do crânio nos tiros disparados encostados.
Vamos, agora, fazer algumas questões.
Grande abraço e bons estudos!

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3 - QUESTÕES PROPOSTAS

1) (2015 – FUNIVERSA - SPTC-GO - Médico Legista de 3º Classe) A Balística, ao estudar os


projéteis de arma de fogo, englobando o seu movimento, as forças envolvidas na sua
impulsão, a trajetória e os efeitos finais, pode ser dividida em Balística interna, externa e
terminal. Tal estudo fornece elementos importantes para a análise pericial do corpo de
delito, notadamente na avaliação dos efeitos produzidos pelos projéteis de alta energia. Com
relação a esse assunto, assinale a alternativa correta.
A) A Balística interna, ao estudar a estrutura e os mecanismos das armas, bem como a composição
da munição a ser empregada, apresenta relação direta com o conhecimento dos efeitos
produzidos pelo arrasto, pelo coeficiente balístico e pela estabilidade dos projéteis de alta energia.
B) O deslocamento dos tecidos no corpo humano, quando são percutidos por projéteis de alta
energia, resulta na formação das ondas de choque, que são diretamente responsáveis pelo poder
lesivo desses projéteis.
C) A análise do orifício de saída de um projétil de arma de fogo de alta energia não apresenta
relação com os estudos de Balística externa, uma vez que suas características são influenciadas
pelo comportamento do projétil a partir do momento em que atinge o corpo da vítima.
D) A Balística terminal estuda os efeitos e as lesões provocadas pelos projéteis de arma de fogo no
ser humano, apresentando grande interesse ao médico-legista.
E) Estudos de Balística externa, envolvendo a trajetória, os movimentos, os fatores que interferem
na estabilidade, na direção e no alcance dos projéteis, permitiram que se comprovasse que
projéteis de alta e média energia se comportam de maneira idêntica e, com isso, determinam
feridas perfurocontusas semelhantes.

2) (2014 – VUNESP - PC-SP - Médico Legista) Na balística forense, os elementos utilizados na


identificação direta da arma de fogo são:
A) tipo, calibre, deformidade impressa no estojo.
B) brasões, número de série e deformidade do estojo.

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C) fabricante, deformidade da espoleta, calibre.
D) escudos, tipo, deformidade na espoleta.
E) tipo, calibre, número de série.

3) (2012 – FUNCAB - PC-RO - Médico Legista) Um cadáver apresenta um ferimento


transfixante por projétil de arma de fogo na região toracodorsal. Quais as características
observadas no orifício de entrada do projétil?
A) Ausência de orla de escoriação, bordas bem delimitadas.
B) Diâmetro regular, bordas evertidas.
C) Orla de escoriação, bordas invertidas.
D) Bordas evertidas, sangramento profuso.
E) Formato irregular, zona de esfumaçamento.

4) (2012 - PC-SP - Delegado de Polícia) O sinal de Werkgaertner é:


A) o halo fuliginoso deixado sobre as peças ósseas nos disparos encostados.
B) a zona de tatuagem deixada pela pólvora sobre a pele nos disparos a curta distância.
C) o ângulo oblíquo do orifício de entrada nos disparos efetuados a longa distância.
D) o desenho da boca e da alça de mira da arma sobre a pele.
E) o arrancamento da epiderme causado pela rotação do projétil sobre a pele.

5) (2012 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia) Quando o projétil de arma de fogo é


transfixante observa-se, no corpo humano, um segundo orifício, ou seja, o orifício de saída,
cuja lesão apresenta a seguinte característica:
A) orla de escoriação e halo de enxugo.
B) forma e bordas da ferida são regulares.
C) normalmente diâmetro maior do que o de entrada.
D) sangramento menor em relação ao orifício de entrada.

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6) (Médico Legista – 2017 – IGP-PR) Em relação a lesões produzidas por instrumento
perfurocontundente, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Os orifícios de entrada nos tiros encostados têm forma irregular, denteada ou com entalhe.
II. O diâmetro dos orifícios de entrada nos tiros encostados é sempre menor que o do projétil.
III. Os tiros encostados permitem deixar impresso o desenho da boca e da alça de mira na pele,
através de um alo de tatuagem e esfumaçamento, conhecido como sinal de Benassi.
IV. Em geral, nos ferimentos de tiros encostados, não há zona de tatuagem nem esfumaçamento.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) I, III e IV, apenas
c) II e III, apenas
d) III e IV, apenas
e) I e IV, apenas

7) (Médico Legista – 2017 – IGP-PR) Em relação a lesões produzidas por instrumento


perfurocontundente, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Os orifícios de entrada nos tiros a curta distância têm forma arredondada ou ovalar.
II. Nos ferimentos de tiros a curta distância, não podem ser percebidos halo de enxugo e aréola
equimótica.
III. O diâmetro dos orifícios de entrada nos tiros a curta distância é tipicamente menor que o do
projétil.
IV. A zona de tatuagem é um sinal indiscutível de orifício de entrada em tiros a curta distância.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) II e III, apenas
c) I, III e IV, apenas
d) I e IV, apenas
e) III e IV, apenas

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8) (Médico Legista – 2017 – IGP-PR) Assinale a alternativa correta que apresenta as
características de lesão de saída produzida por disparo de projétil de arma de fogo.
a) Forma regular, bordas invertidas, menor sangramento, apresenta orla de escoriação e halo de
enxugo
b) Forma irregular, bordas evertidas, maior sangramento, não apresenta orla de escoriação nem
halo de enxugo
c) Forma regular, bordas evertidas, maior sangramento, não apresenta orla de escoriação nem
halo de enxugo
d) Forma irregular, bordas invertidas, menor sangramento, não apresenta orla de escoriação nem
halo de enxugo
e) Forma regular, bordas evertidas, maior sangramento, apresenta orla de escoriação e halo de
enxugo

9) (2015 – FUNCAB - PC-AC - Médico-Legista) No disparo de arma de fogo produzido por fuzil,
a principal característica que determina a gravidade das lesões é o (a):
A) formato pontiagudo do projétil
B) capacidade de fragmentação do projétil
C) calibre do projétil
D) massa do projétil
E) velocidade do projétil

10) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Balística externa trata do funcionamento das armas, da sua estrutura e mecanismo, e da
técnica do tiro. Já a balística interna estuda o trajeto e a trajetória do projétil, desde sua saída
da arma até seu impacto ou sua parada.

11) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.

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No que tange à identificação das armas de fogo, esta pode ser direta ou indireta. É direta
quando a identificação é feita na própria arma. E indireta quando feita através de estudo
comparativo de características deixadas pela arma nos elementos de sua munição.

12) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
O projétil de uma arma de fogo raiada, ao passar pelo cano, pode ou não deixar gravações de
impressões de cheios e de raias, sob a forma de cavados e ressaltos, os quais produzirão
microdeformações no projétil, conhecidas como estrias.

13) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
As deformações produzidas na base do estojo ou na cápsula de sua espoleta são aquelas
oriundas da ação do percutor ou pelas irregularidades da superfície da culatra.

14) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Para se proceder a um exame comparativo nos elementos da munição, é necessário que se
tenham à mão, por exemplo, em um caso de arma raiada, projéteis-padrão, projétil
questionado e os equipamentos necessários para o exame.

15) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Somente nas armas automáticas, podem-se considerar como elementos para identificação, a
mais, a marca do extrator e a marca do ejetor no culote dos estojos.

16) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Para um diagnóstico seguro de tiro encostado, encontrar carboxi-hemoglobina no sangue do
ferimento, assim como nitratos da pólvora, nitritos de sua degradação e enxofre decorrente
da combustão da pólvora.

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17) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
A zona ou orla de esfumaçamento é decorrente do depósito deixado pela fuligem que
circunscreve a ferida de entrada, formado pelos resíduos finos e impalpáveis da pólvora
combusta.

18) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
A orla de escoriação, ou anel de Fisch, também é conhecida como zona de contusão de
Thoinot, zona inflamatória de Hoffmann, halo marginal equimótico-escoriativo de Leoncini,
orla erosiva de Piedelièvre e Desoille ou orla desepitelizada de França. Essa orla não se
observa na lesão de saída.

19) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
A orla de enxugo, também chamada de orla detersiva de Canuto e Tovo, é representada pelas
pequenas lesões causadas pelo projétil no anel interno do ferimento de entrada.

20) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
O diagnóstico diferencial entre o ferimento de entrada e o de saída no plano ósseo,
principalmente nos ossos do crânio, é feito pelo sinal de funil de Bonnet ou do cone truncado
de Pousold. Na lâmina externa do osso, o ferimento de entrada é arredondado, regular e em
forma de “saca-bocado”.

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4 - QUESTÕES COMENTADAS

1) (2015 – FUNIVERSA - SPTC-GO - Médico Legista de 3º Classe) A Balística, ao estudar os


projéteis de arma de fogo, englobando o seu movimento, as forças envolvidas na sua
impulsão, a trajetória e os efeitos finais, pode ser dividida em Balística interna, externa e
terminal. Tal estudo fornece elementos importantes para a análise pericial do corpo de
delito, notadamente na avaliação dos efeitos produzidos pelos projéteis de alta energia. Com
relação a esse assunto, assinale a alternativa correta.
A) A Balística interna, ao estudar a estrutura e os mecanismos das armas, bem como a composição
da munição a ser empregada, apresenta relação direta com o conhecimento dos efeitos
produzidos pelo arrasto, pelo coeficiente balístico e pela estabilidade dos projéteis de alta energia.
B) O deslocamento dos tecidos no corpo humano, quando são percutidos por projéteis de alta
energia, resulta na formação das ondas de choque, que são diretamente responsáveis pelo poder
lesivo desses projéteis.
C) A análise do orifício de saída de um projétil de arma de fogo de alta energia não apresenta
relação com os estudos de Balística externa, uma vez que suas características são influenciadas
pelo comportamento do projétil a partir do momento em que atinge o corpo da vítima.
D) A Balística terminal estuda os efeitos e as lesões provocadas pelos projéteis de arma de fogo no
ser humano, apresentando grande interesse ao médico-legista.
E) Estudos de Balística externa, envolvendo a trajetória, os movimentos, os fatores que interferem
na estabilidade, na direção e no alcance dos projéteis, permitiram que se comprovasse que
projéteis de alta e média energia se comportam de maneira idêntica e, com isso, determinam
feridas perfurocontusas semelhantes.

Comentários:
Segundo os estudos que são submetidos à Balística Forense, esta pode ser dividida em: balística
interna, balística externa e balística dos efeitos. Vejamos cada uma:

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✓ Balística interna: conhecida também como balística interior, é a parte da balística que
estuda a estrutura, mecanismos e funcionamento das armas de fogo, o tipo de metal
usado na sua fabricação bem como, a sua resistência às pressões desenvolvidas na
ocasião do tiro. As armas de fogo são criteriosamente analisadas nesse ramo da balística
forense, assim sendo, além do estudo do funcionamento das armas, da sua estrutura e
mecanismos, este ramo da balística descreve até mesmo as técnicas do tiro;
✓ Balística externa: conhecida também como balística exterior, estuda a trajetória do
projétil, desde a saída da boca do cano da arma até a sua parada final (repouso). A
balística exterior analisa as condições do movimento, velocidade inicial do projétil, sua
forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da gravidade e os seus movimentos
intrínsecos;
✓ Balística dos efeitos: conhecida também como balística terminal ou balística do
ferimento, estuda os efeitos gerados pelo projétil desde que abandona a boca do cano até
atingir o alvo. Quando nos referimos aos tipos de instrumentos que podem produzir
lesões no homem, citamos os perfuro-contundentes, isto é, aqueles que perfuram e
contundem simultaneamente, e temos como exemplo as lesões causadas pelas “armas de
fogo”. Esses instrumentos causam lesões perfuro-contusas.
Gabarito: D.

2) (2014 – VUNESP - PC-SP - Médico Legista) Na balística forense, os elementos utilizados na


identificação direta da arma de fogo são:
A) tipo, calibre, deformidade impressa no estojo.
B) brasões, número de série e deformidade do estojo.
C) fabricante, deformidade da espoleta, calibre.
D) escudos, tipo, deformidade na espoleta.
E) tipo, calibre, número de série.

Comentários:
Na balística forense, para armas de fogo, existem dois métodos de identificação: identificação
direta e a identificação indireta. Na identificação direta ou imediata, o exame é realizado nela
própria, ou seja, das suas características e peculiaridades distintivas (tipo, calibre, etc.). Já na
identificação indireta ocorre o exame é feito através de estudo comparativo de características

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deixadas pela arma nos elementos de sua munição. Na identificação indireta, usam-se métodos
comparativos macro e microscópicos nas deformações verificadas nos elementos da munição da
arma questionada ou suspeita.
Gabarito: E.

3) (2012 – FUNCAB - PC-RO - Médico Legista) Um cadáver apresenta um ferimento


transfixante por projétil de arma de fogo na região toracodorsal. Quais as características
observadas no orifício de entrada do projétil?
A) Ausência de orla de escoriação, bordas bem delimitadas.
B) Diâmetro regular, bordas evertidas.
C) Orla de escoriação, bordas invertidas.
D) Bordas evertidas, sangramento profuso.
E) Formato irregular, zona de esfumaçamento.

Comentários:
Vejamos a tabela com as diferenças entre o orifício de entrada e de saída.

Entrada Saída

Regular Dilacerado

Invertido Evertido

Proporcional ao projétil Desproporcional ao pojétil

Com orlas e zonas Sem orlas e zonas

Há pouco sangramento Há muito sangramento

Gabarito: C.

4) (2012 - PC-SP - Delegado de Polícia) O sinal de Werkgaertner é:


A) o halo fuliginoso deixado sobre as peças ósseas nos disparos encostados.

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B) a zona de tatuagem deixada pela pólvora sobre a pele nos disparos a curta distância.
C) o ângulo oblíquo do orifício de entrada nos disparos efetuados a longa distância.
D) o desenho da boca e da alça de mira da arma sobre a pele.
E) o arrancamento da epiderme causado pela rotação do projétil sobre a pele.

Comentários:
Por vezes, na dependência da força com que a arma foi pressionada sobre a região atingida, é
possível evidenciar a marca do cano sobre a pele. Isso é chamado de “Sinal de Werkgaertner” Esses
ferimentos são frequentemente observados em suicídios.
Neste tipo de disparo, o cano da arma fica intimamente encostado no alvo. O ferimento de entrada
caracteriza-se por ser um orifício de bordas denteadas, desarranjadas e invertidas, sendo este
último elemento decorrente da violenta força expansiva dos gases. A presença de pólvora na
porção inicial do trajeto torna o orifício enegrecido.
Gabarito: D.

5) (2012 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia) Quando o projétil de arma de fogo é


transfixante observa-se, no corpo humano, um segundo orifício, ou seja, o orifício de saída,
cuja lesão apresenta a seguinte característica:
A) orla de escoriação e halo de enxugo.
B) forma e bordas da ferida são regulares.
C) normalmente diâmetro maior do que o de entrada.
D) sangramento menor em relação ao orifício de entrada.

Comentários:
Vejamos no quadro abaixo as características dos ferimentos de entrada e saída.

Entrada Saída

Regular Dilacerado

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Invertido Evertido

Proporcional ao projétil Desproporcional ao pojétil (maior)

Com orlas e zonas Sem orlas e zonas

Há pouco sangramento Há muito sangramento

Gabarito: C.

6) (Médico Legista – 2017 – IGP-PR) Em relação a lesões produzidas por instrumento


perfurocontundente, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Os orifícios de entrada nos tiros encostados têm forma irregular, denteada ou com entalhe.
II. O diâmetro dos orifícios de entrada nos tiros encostados é sempre menor que o do projétil.
III. Os tiros encostados permitem deixar impresso o desenho da boca e da alça de mira na pele,
através de um alo de tatuagem e esfumaçamento, conhecido como sinal de Benassi.
IV. Em geral, nos ferimentos de tiros encostados, não há zona de tatuagem nem esfumaçamento.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) I, III e IV, apenas
c) II e III, apenas
d) III e IV, apenas
e) I e IV, apenas

Comentários:
O item II está errado, pois o diâmetro é maior. Já no item III, o sinal não é o de Benassi e sim de
Puppe-Werkgaertner.
Gabarito: E.

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7) (Médico Legista – 2017 – IGP-PR) Em relação a lesões produzidas por instrumento
perfurocontundente, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Os orifícios de entrada nos tiros a curta distância têm forma arredondada ou ovalar.
II. Nos ferimentos de tiros a curta distância, não podem ser percebidos halo de enxugo e aréola
equimótica.
III. O diâmetro dos orifícios de entrada nos tiros a curta distância é tipicamente menor que o do
projétil.
IV. A zona de tatuagem é um sinal indiscutível de orifício de entrada em tiros a curta distância.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) II e III, apenas
c) I, III e IV, apenas
d) I e IV, apenas
e) III e IV, apenas

Comentários:
Conforme estudamos, nos ferimentos de tiros a curta distância, são ser percebidos halo de enxugo
e aréola equimótica sim, são os efeitos primários do tiro.
Gabarito: C.

8) (Médico Legista – 2017 – IGP-PR) Assinale a alternativa correta que apresenta as


características de lesão de saída produzida por disparo de projétil de arma de fogo.
a) Forma regular, bordas invertidas, menor sangramento, apresenta orla de escoriação e halo de
enxugo
b) Forma irregular, bordas evertidas, maior sangramento, não apresenta orla de escoriação nem
halo de enxugo
c) Forma regular, bordas evertidas, maior sangramento, não apresenta orla de escoriação nem
halo de enxugo
d) Forma irregular, bordas invertidas, menor sangramento, não apresenta orla de escoriação nem
halo de enxugo

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e) Forma regular, bordas evertidas, maior sangramento, apresenta orla de escoriação e halo de
enxugo

Comentários:
Vejamos, novamente, no quadro abaixo as características dos ferimentos de entrada e saída.

Entrada Saída

Regular Dilacerado

Invertido Evertido

Proporcional ao projétil Desproporcional ao pojétil (maior)

Com orlas e zonas Sem orlas e zonas

Há pouco sangramento Há muito sangramento

Gabarito: B.

9) (2015 – FUNCAB - PC-AC - Médico-Legista) No disparo de arma de fogo produzido por fuzil,
a principal característica que determina a gravidade das lesões é o (a):
A) formato pontiagudo do projétil
B) capacidade de fragmentação do projétil
C) calibre do projétil
D) massa do projétil
E) velocidade do projétil

Comentários:
Os ferimentos de entrada produzidos por esses projéteis de alta velocidade foram mudando de
forma, podendo apresentar vultosas áreas de destruição dos tecidos atingidos, deixando à mostra
regiões ou estruturas mais profundas, com orifícios muito maiores que o diâmetro do

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projétil. Outras vezes, a orla de escoriação está ausente ou pouco nítida, e as bordas do orifício são
irregulares e apresentam radiações. Quando encontram maior resistência, como, por exemplo, no
tecido ósseo, apresentam-se como verdadeiras explosões. Os ferimentos de saída, na maioria das
vezes, têm a forma de rasgões, como se a pele fosse puxada e rasgada.
Gabarito: E.

10) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Balística externa trata do funcionamento das armas, da sua estrutura e mecanismo, e da
técnica do tiro. Já a balística interna estuda o trajeto e a trajetória do projétil, desde sua saída
da arma até seu impacto ou sua parada.

Comentários:
O examinador trocou! Balística interna trata do funcionamento das armas, da sua estrutura e
mecanismo, e da técnica do tiro. Balística externa estuda o trajeto e a trajetória do projétil, desde
sua saída da arma até seu impacto ou sua parada.
Gabarito: E.

11) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
No que tange à identificação das armas de fogo, esta pode ser direta ou indireta. É direta
quando a identificação é feita na própria arma. E indireta quando feita através de estudo
comparativo de características deixadas pela arma nos elementos de sua munição.

Comentários:
Isso mesmo! Na identificação direta, leva-se em conta os chamados dados de qualificação,
representados pelo conjunto de caracteres físicos constantes de seus registros e documentos,
como tipo da arma, calibre, número de série, fabricante, escudos e brasões, entre tantos.
Na identificação indireta, usam-se métodos comparativos macro- e microscópicos nas
deformações verificadas nos elementos da munição da arma questionada ou suspeita. Dentre eles,
o mais importante é o projétil, quando se trata de arma de fogo raiada. Nas armas de alma lisa, a

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identificação indireta é feita nas deformações impressas no estojo e suas espoletas ou cápsulas de
espoletamento. Os outros elementos, como buchas e discos divisórios, não apresentam significado
identificador.
Gabarito: C.

12) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
O projétil de uma arma de fogo raiada, ao passar pelo cano, pode ou não deixar gravações de
impressões de cheios e de raias, sob a forma de cavados e ressaltos, os quais produzirão
microdeformações no projétil, conhecidas como estrias.

Comentários:
O projétil de uma arma de fogo raiada, ao passar pelo cano, inevitavelmente deixa-se gravar de
impressões de cheios e de raias, sob a forma de cavados e ressaltos, os quais produzirão
microdeformações no projétil, conhecidas como estrias. As deformações macroscópicas têm valor
insignificante para uma identificação específica.
Gabarito: E.

13) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
As deformações produzidas na base do estojo ou na cápsula de sua espoleta são aquelas
oriundas da ação do percutor ou pelas irregularidades da superfície da culatra.

Comentários:
As deformações produzidas na base do estojo ou na cápsula de sua espoleta são aquelas oriundas
da ação do percutor ou pelas irregularidades da superfície da culatra. Quando da reutilização dos
estojos de munição já utilizada em armas raiadas ou de alma lisa, contanto que seja de percussão
central, é possível que se encontrem as impressões na base do estojo de dois ou mais tiros com
uma mesma ou com diversas armas.
Gabarito: C.

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14) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Para se proceder a um exame comparativo nos elementos da munição, é necessário que se
tenham à mão, por exemplo, em um caso de arma raiada, projéteis-padrão, projétil
questionado e os equipamentos necessários para o exame.

Comentários:
Exatamente! E, para se obterem os projéteis-padrão ou testemunha, deve-se utilizar um método
de coleta que não lhes proporcionem nenhum dano ou deformação. Os mais comuns são a água, a
solução glicosada e o algodão. O projétil questionado é aquele encontrado no corpo da vítima, no
interior de outras estruturas ou nos locais de ocorrência.
Gabarito: C.

15) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Somente nas armas automáticas, podem-se considerar como elementos para identificação, a
mais, a marca do extrator e a marca do ejetor no culote dos estojos.

Comentários:
Nas semiautomáticas também!
Gabarito: E.

16) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
Para um diagnóstico seguro de tiro encostado, encontrar carboxi-hemoglobina no sangue do
ferimento, assim como nitratos da pólvora, nitritos de sua degradação e enxofre decorrente
da combustão da pólvora.

Comentários:

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Isso mesmo! Estudo feito por Gisbert Calabuig.
Gabarito: C.

17) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
A zona ou orla de esfumaçamento é decorrente do depósito deixado pela fuligem que
circunscreve a ferida de entrada, formado pelos resíduos finos e impalpáveis da pólvora
combusta.

Comentários:
Isso mesmo! É também chamada de zona de falsa tatuagem, pois, lavando-se, ela desaparece. Está
sempre presente nesses tipos de ferimentos, a não ser quando a região do corpo está protegida
pelas vestes que retêm o depósito de fuligem.
Gabarito: C.

18) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
A orla de escoriação, ou anel de Fisch, também é conhecida como zona de contusão de
Thoinot, zona inflamatória de Hoffmann, halo marginal equimótico-escoriativo de Leoncini,
orla erosiva de Piedelièvre e Desoille ou orla desepitelizada de França. Essa orla não se
observa na lesão de saída.

Comentários:
Questão difícil, mas é isso mesmo! Essa orla tem aspecto concêntrico nos orifícios arredondados, e
em crescente ou meia-lua, nos ferimentos ovalares. Seu exame detalhado é muito importante, pois
pode esclarecer a direção do tiro. Nos tiros perpendiculares ao corpo, a orla de escoriação é
concêntrica, e, quando inclinados, tem a forma oblíqua. É um sinal comprovador de entrada de
bala a qualquer distância. Nas vísceras, principalmente no pulmão, o ferimento de entrada
apresenta o halo hemorrágico visceral de Bonnet. Não se observa no de saída.
Gabarito: C.

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19) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
A orla de enxugo, também chamada de orla detersiva de Canuto e Tovo, é representada pelas
pequenas lesões causadas pelo projétil no anel interno do ferimento de entrada.

Comentários:
Não! É representada pelas impurezas deixadas pelo projétil no anel interno do ferimento de
entrada.
Gabarito: E.

20) (2019 – Legista e Perito Criminal – Inédita) Com base na Balística Forense, julgue o item
abaixo.
O diagnóstico diferencial entre o ferimento de entrada e o de saída no plano ósseo,
principalmente nos ossos do crânio, é feito pelo sinal de funil de Bonnet ou do cone truncado
de Pousold. Na lâmina externa do osso, o ferimento de entrada é arredondado, regular e em
forma de “saca-bocado”.

Comentários:
Isso mesmo! E para completar, na lâmina interna, o ferimento é irregular, maior do que o da
lâmina externa e com bisel interno bem definido, dando à perfuração a forma de um funil ou de
um tronco de cone. O ferimento de saída é exatamente o contrário, como um amplo bisel externo,
repetindo a forma de tronco de cone, mas, desta vez, com a base voltada para fora. Em outros
ossos chatos, como, por exemplo, a escápula, levando em conta tais características, é plenamente
possível determinar a direção do tiro, se de diante para trás ou de trás para diante.
Gabarito: C.

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5 - GABARITO

1-D 2-E

3-C 4-D

5-C 6-E

7-C 8-B

9-E 10-E

11-C 12-E

13-C 14-C

15-E 16-C

17-C 18-C

19-E 20-C

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