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O DIA EM QUE CHEGUEI A ESTE

MUNDO

TENHO SETE ANOS.

Hoje, acordei pensando nas estórias que minha mãe contava quando
eu era pequenininha...

Sabe o que eu estou com vontade de fazer?


Estou com vontade de contar uma estória sobre mim mesma. De
contar a estória de quando eu soube que ia nascer. De quando a minha
mãe teve certeza de que tinha em sua barriga um futuro bebê. E que, ao
final de nove meses, nasceria uma criança: eu!

Toda estória que mamãe me contava começava assim: “Era uma


vez...”.
A minha estória também começa assim.
Era uma vez, um homem e uma mulher que se amam muito e
resolvem ter um filho.
Um belo dia, a mulher, minha mãe Alzira conta com alegria a meu
pai, Álvaro, que está grávida. A alegria é total: risos, abraços, beijos,
planos mil...
Eu, na barriga da minha mãe, fico também emocionada e feliz,
participando dos planos que eles fazem sobre a minha existência.

Meus pais conversam muito comigo. Minha mãe, então?!... Ela me


participa de tudo o que acontece com ela: se está triste, alegre... Ela me
diz se é dia ou noite... O que come na hora do almoço, do jantar... Ela me
faz carinho quando acaricia sua barriga... Na hora de dormir, e algumas
vezes durante o dia, canta lindas canções, que eu adoro ouvir, pois me
relaxam e eu durmo gostosamente!
A minha conversa com minha mãe é por meio de movimentos.
Quando alguma coisa não vai bem comigo, começo a me mexer, a dar
pontapés, a ficar inquieta. Ela entende logo! (Lê meus pensamentos.
Parece telepatia. Palavra estranha!). Conversa comigo, muda de posição,
me tranqüiliza, e fica tudo bem!

Esse mundo em que eu vivo é um mundo de sensações e sons: ouço o


coração da minha mãe batendo - tam, tam... Tam, tam... O som do sangue
subindo e descendo, passeando pelas veias e artérias... É um mundo
mágico!
A minha vida é muito boa.
Eu vivo num ambiente aconchegante e seguro!
Minha mãe adora ver a sua barriga crescendo a cada dia! E claro...
que eu cresço, também! – ehehe...

Como é gostosaa barriga da minha mãe...


Eu me sinto tão segura e amada!
Minha mãe está linda! Que barriguinha mais
charmosa!
Eu moro numa ilha, cercada de água por todos os lados.
Os adultos usam uma linguagem estranha quando conversam entre
si. O médico então!... Ele diz assim para a minha mãe:

- O feto está se desenvolvendo bem em seu útero, Alzira.


Hei, seu médico. Escute aqui! Que nome mais esquisito e sem a-feto!
Fique sabendo que para meus pais eu não sou esta "coisa" que o senhor
está falando não! Para os meus pais, eu sou uma pessoinha muito
querida, viu? (Esses nomes científicos me cansam!).
Sabe como o médico chama a minha ilha? De placenta, líquido
amniótico! Pode?!
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Que nomes engraçados e complicados: líquido amniótico, placenta,
útero. Nossa!!! (Começo a rir quando ouço estas palavras).
Hoje minha mãe me disse que vai fazer uma ultra-sonografia (Outro
nome complicado, não consigo nem repetir!) para saber o meu sexo.
Esses adultos são complicados mesmo, não?
Eu, pessoalmente, gostaria de fazer uma surpresa para meus pais;
mas não posso dar nenhuma opinião, não é mesmo?
Finalmente, chegou o dia do exame! Agora, meus pais já sabem que
serei uma menina.
Já escolheram o meu nome – Rita.

Até que é engraçadinho! Se eu pudesse escolher,


gostaria de me chamar Alzirita: o nome da minha mãe Alzira e da
minha avó Rita. Não ficou bonitinho? - Alzirita... (Pensando bem, é tão
diferente!... Acho que Rita é melhor)...

- Olha o nosso bebê! Ele está dormindo,


amor!
- Quanta emoção! Veja os pesinhos, a
mãozinha...
- Ouça o coração batendo!
Que lindo! Tam – Tam...

Meus pais resolveram tirar férias. Minha mãe já está ficando pesada
(Pudera, me carregando na barriga! Eu já estou crescidinha!).
Resolveram passar uns dias em Ibicuí. A casa fica pertinho da praia.
Minha mãe me conta que o lugar é lindo! Que tem muito verde, que a
água é limpa e o mar é calmo. Que é um verdadeiro paraíso! Minha mãe
me diz que vai entrar na água para nadar um pouco:

- Ritinha, eu agora vou boiar. Vou ficar de barriga pra cima. Depois
vou descansar, deitada sobre a areia.

Eu na barriga de minha mãe fico também na mesma posição:


boiando!... Como é gostoso ficar de "papo p’ro ar!”.
Hei! O que será que está acontecendo? Estou sentindo um calor!... O
que será?
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Ouço a voz de meu pai chamando a mamãe:
- Alzira, oh, Alzira! Você dormiu! Saia do sol. Está muito quente! Pode
fazer mal pra a Ritinha! Venha pra a sombra!
Ufa! Que bom, papai querido. Você me salvou de virar churrasco aqui
dentro. Que sufoco! Obrigada, pai, te amo!

Chegou o momento tão esperado!


A hora de nascer!
Estou ficando ansiosa! Tomara que não
demore muito!!!

Nove meses completos.


Chegou o momento de conhecer o mundo lá fora. De conhecer meus
pais. De conhecer a vida!
Minha mãe está calma. Ela me tranqüiliza. Conversa comigo o
tempo todo.
Meu pai está feliz e nervoso! Não pára de andar de um lado para o
outro.
Ouço minha mãe falar:
- Calma, Álvaro, está tudo bem! Calma!
A minha mala já está arrumada. Começa o preparativo rumo ao hospital...
Minha mãe já me disse que eu vou Nascer Sorrindo - um tal de
Leboyer é que inventou este modo de vir ao mundo - deve ser bom, não é
mesmo? Nascer sorrindo!... Estou doida para saber como é isso!
Meu pai está nervoso e preocupado com a minha mãe.
Felizmente, chegamos sãos e salvos no hospital. Que viagem! Ufa!

Acomodados, num quarto confortável, aguardamos a chegada do


médico. Ouço a voz de meu pai:
- Oh! Doutor, que bom que você chegou!
O médico pergunta:
- Alzira, a bolsa d'água já "estourou"?
Hei! Que negócio é esse? Mamãe traduz isso pra mim!!!
Começo a chutar a barriga de minha mãe. Começo a me mexer de um
lado para o outro...
- Filhinha, a bolsa d’água é a sua ilha! Quando acabar a água... Você
nascerá! A água vai facilitar a sua passagem, a sua chegada!
O médico examina a minha mãe e fala:
- Alzira, pra sala de parto, agora! Chegou a hora.
- Vou junto, doutor! – disse, meu pai.

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Minha mãe começa a falar:
- Vamos, filha, não tenha medo. Estarei aqui esperando por você.
Estarei aqui para abraçá-la, beijá-la, aconchegá-la no meu colo.
Aquecê-la com o meu amor - com o nosso amor! Seu pai também a
espera com todo carinho!
Venha!... Venha!...

Epa! Estou indo!... Estou indo!...


Parece que estou num tobogã - estou escorregando. Estou indo!
Mamãe me ajude! Onde estou? Está escuro!... Ah! Vejo uma luz! Que
bonito! Mãe estou indo, estou chegando!... Uau!... Cheguei!!!

- Veja que linda menina!


- Doutor, deixa-me vê-la! Quero pegá-la e beijá-
la com muito amor!

Não é que funciona mesmo?! Estou sorrindo! Mãe, pai, como vocês
são bonitos! Que bom ver vocês! Estou tão feliz! Mal posso abrir os olhos.
Quanta claridade!...
Como é gostoso ficar no seu colo. Que quentinho!

- Amor… Como é linda a nossa filhinha!


- Parece com você, querida!
- Com você também! Veja... os olhinhos, a testa,
o queixo...
- Ela está sorrindo! É o seu sorriso!

Veja querida! Ela segurou no meu dedo! Veja! Ó


Deus...!

- Deixa-me pesá-la, papai! Vamos ver com quilos essa princesinha


nasceu? Hum... Ótimo! Três quilos e meio! Já estou
imaginando... Essa menina vai dar um trabalho... Vai “chover”
pretendentes! Preparem-se! Ahahahá...
- Que idéia, doutor! Não me apavora! Já estou “morrendo”de
ciúmes da minha Ritinha!...

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Mamãe, me tira daqui! Quero voltar para
o seu colo! Estou com uma fome!...
Hum... O que é isto? Que gosto é esse?

Hum... É leite! Comida!!! Como é gostoso!... Hum!...

Meus pais falam comigo, me acariciam, me beijam... Choram de


alegria...
Hum, como é bom! Que docinho...
Queria muito abrir os meus olhos. Participar da alegria
de todos, mas...
Estou com tanto sono!...

Ah!... (Bocejos), que bom é espreguiçar! Ahhhh!... Já ouvi esta música! É


tão calma!...
Queridos pais, agora vou dormir um pouco.
Depois nós conversamos, tá!
Amo vocês.

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Ouço a voz do meu pai me chamando, batendo na porta do meu


quarto:
- Rita! Ritinha, abra a porta! Seus amiguinhos estão esperando!
Vamos!...
- Vamos papai! Estou doida para comer o meu bolo!

Ao chegar à sala, os amiguinhos começam a cantar:


“Parabéns pra você/Nesta data querida/
Muita felicidade/Muitos anos de vida.
(Bis)”...
Viva a Ritinha! Viva!... É big, é big, é big, big, big...
É hora, é hora, é hora, é hora, é hora...

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A alegria é contagiante!

Esqueci de contar, no inicio da estória que hoje é o dia do meu


aniversário!

Cheguei a este mundo no mês de Julho, exatamente às 15h30


minutos de uma bela tarde de quinta-feira.

E assim... Termina a minha estória:

- ERA UMA VEZ UMA MENINA QUE TINHA SETE ANOS,

MAS QUE AGORA TEM OITO ANOS...

E É MUITO, MUITO FE-LIZ!!!

Alzirita C. Travassos

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