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PREFÁCIO

Este trabalho analisa a trajetória histórica brasileira na exploração de petróleo,

com foco na evolução tecnológica da PETROBRAS na produção de petróleo em

águas profundas e ultraprofundas.1 O estudo apresenta, como temas centrais, a

evolução das explorações de petróleo na plataforma marítima brasileira, análises

do sistema de gestão tecnológica adotado no desenvolvimento dos campos de

petróleo da Bacia de Campos, descrições e avaliações das principais inovações

efetivadas em equipamentos e sistemas de produção submarinos, e uma apreciação

dos desenvolvimentos iniciais na exploração e na produção de petróleo no

Pré-sal: o histórico das descobertas, os desafios tecnológicos e os campos testados

e implantados até 2012.

O livro é dividido em três Partes quanto à unidade temática das análises: a

Parte I, constituída pelo Capítulo 1, examina brevemente a história do petróleo,

no Brasil e no mundo; a Parte II, composta pelo Capítulo 2, trata das atividades

de pesquisas e desenvolvimento (P&D) e das políticas de capacitação de recursos

humanos na PETROBRAS; a Parte III, constituída pelos Capítulos 3 a 8, tem

como focos o desenvolvimento das atividades de exploração de petróleo pela

PETROBRAS e os avanços tecnológicos que empreendeu na produção de

petróleo em águas profundas e ultraprofundas.

Com o objetivo de iniciar o leitor na matéria, a Introdução traz duas abordagens

preliminares sobre a evolução do setor de petróleo no Brasil, um tema

que sempre foi acompanhado de complexas implicações políticas e econômicas,

a exemplo do que ocorreu, ao longo do século passado, em diversos países. Na

primeira análise, apresenta-se uma visão geral da história do petróleo no País, do

século XIX aos dias atuais, desdobrada em cinco fases cronológicas, delimitadas

segundo a motivação predominante que impulsionou a busca por petróleo em

cada uma das fases. Na segunda abordagem, discute-se o papel representado pelos

riscos econômicos e tecnológicos na exploração e na produção de petróleo, um

tema que será retomado em outros capítulos do livro.

O Capítulo 1 examina a história do petróleo no Brasil, do século XIX até a criação

da estatal brasileira de petróleo, em 1953; o tema é precedido, na primeira seção


1. Nas atividades de exploração e produção de petróleo, as medidas de profundidade no mar,
isto é, a distância vertical

entre a superfície do mar e o solo marinho (ou lâmina d´água – LDA), são definidas em três
níveis: águas rasas - até 300

metros; águas profundas - entre 300 a 1.500 metros; e águas ultraproprofundas - igual/acima
de 1.500 metros.

Petróleo em águas profundas

Uma história tecnológica da PETROBRAS na exploração e produção offshore

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do capítulo, de um panorama dos principais acontecimentos relativos ao nascimento

e à expansão inicial da indústria do petróleo, nos Estados Unidos, na segunda metade

do século XIX, e dos primeiros passos no processo de inovações tecnológicas no setor.

No Brasil, são descritas as incursões pioneiras em busca de petróleo, realizadas por

pequenos exploradores, a partir da década de 1860, e por órgãos governamentais, nos

anos 1920. No plano político, são analisadas as iniciativas desenvolvidas no Congresso

Nacional e no governo federal, a partir da década de 1920, voltadas à instituição de

políticas de âmbito nacional para o setor de petróleo; nesta mesma linha, são acompanhadas

as disputas ideológicas que precederam a criação da PETROBRAS, em meio

aos embates da Campanha do Petróleo, que se desenvolveu nos meios militares, na

imprensa e em movimentos populares nas ruas, de 1947 a 1953.

No Capítulo 2, são analisados três aspectos do processo de acumulação de

conhecimentos na PETROBRAS – base dos seus avanços tecnológicos e produtivos

– voltados ao desenvolvimento de tecnologias para a produção de petróleo em

águas profundas, à refinação de petróleo e às demais áreas de atuação da empresa:

i) investimentos continuados na ampliação dos seus centros de pesquisas (Centro

de Aperfeiçoamento e Pesquisas de Petróleo – CENAP, até 1965, e Centro de

Pesquisas e Desenvolvimento – CENPES, a partir de 1966); ii) política de contratação

de pesquisas com universidades e instituições científicas; e, iii) ações para

a formação e a capacitação de recursos humanos.

Os Capítulos 3 e 4 constituem leituras de referência para o acompanhamento

das análises seguintes, nos Capítulos 5 e 6, sobre a evolução das explorações na plataforma

marítima brasileira e os avanços tecnológicos na produção de petróleo. No


Capítulo 3, desenvolve-se uma interpretação do processo geral de indução de tecnologias

nas atividades petrolíferas offshore2: por meio da conexão entre os ambientes

e as condições físicas em que se realizam as explorações e a produção de petróleo

e os requerimentos de inovações induzidas por tais condições, foi elaborada uma

sistematização dos principais fatores que condicionam a geração de tecnologias em

águas profundas. A análise procura mostrar como os obstáculos técnicos, decorrentes

das difíceis e arriscadas condições impostas pelos ambientes marinho, climático,

geológico e por outros fatores presentes na exploração de petróleo, não somente determinam

as trajetórias tecnológicas na atividade, como tornam o desenvolvimento

permanente de inovações em equipamentos e sistemas um requisito imprescindível

para a viabilização das atividades petrolíferas em águas profundas e ultraprofundas.

O Capítulo 4 estende a análise anterior a casos concretos de avanços tecnológicos

2. O termo offshore, no setor de petróleo, refere-se às operações de exploração e de produção


efetivadas no mar, isto

é, envolve as operações petrolíferas realizadas tanto ao largo da costa marítima quanto em


alto mar.

Prefácio 13

nas duas regiões que iniciaram o processo de inovações petrolíferas offshore: o Golfo

do México, a partir da década de 1940, e o Mar do Norte, nos primeiros anos da

década de 1970, que se constituíram em referência tecnológica para o desenvolvimento

dos primeiros campos de petróleo na Bacia de Campos.

Abordando o tema principal do livro, o Capítulo 5 descreve o início das

explorações de petróleo na plataforma marítima do Nordeste brasileiro, em 1968,

e na Bacia de Campos, em 1971, e as descobertas, a partir de 1974, de importantes

campos de petróleo em águas rasas, seguidas dos primeiros experimentos

tecnológicos no desenvolvimento de campos marítimos no País. No Capítulo 6,

as análises concentram-se nos programas especiais de capacitação adotados pela

PETROBRAS, a partir de 1986, voltados ao desenvolvimento de tecnologias para

a produção de petróleo nos campos descobertos em águas profundas e ultraprofundas.

O capítulo descreve as principais inovações em equipamentos e sistemas

de produção de petróleo, e apresenta uma síntese dos desenvolvimentos dos grandes

campos de Marlim, Roncador, Jubarte e outros, que levaram à obtenção, pela


PETROBRAS, de seguidos recordes mundiais de produção em águas profundas

e ultraprofundas e a reconhecimentos internacionais das tecnologias inovadoras

desenvolvidas e/ou aplicadas na produção de petróleo naqueles campos.

Na avaliação da exploração de petróleo nos anos recentes, o Capítulo 7 apresenta

o histórico das descobertas e os desenvolvimentos dos primeiros campos na

camada do Pré-sal, as ações para a ampliação das atividades de P&D voltadas à

produção de petróleo naquela área petrolífera, e os principais desafios tecnológicos

que estão sendo superados para a produção em alta escala de hidrocarbonetos

na nova fronteira em exploração.

No Capítulo 8, a partir das informações e avaliações dos capítulos anteriores,

são apresentadas quatro análises conclusivas: uma periodização da história tecnológica

e produtiva da PETROBRAS, de 1955, ano da criação do seu primeiro centro

de pesquisas, a 2010-2012, anos em que foram realizadas as primeiras declarações de

comercialidade de campos de petróleo descobertos no Pré-sal; uma interpretação dos

fatores que levaram a petroleira brasileira a se tornar a principal Companhia na produção

de petróleo em águas profundas; a avaliação do momento histórico que vivia

o setor de petróleo, na primeira metade do século XX, no mundo, e na América Latina,

em particular, e suas relações com a evolução dos acontecimentos políticos no

Brasil, que resultaram na adoção do monopólio na cadeia produtiva do petróleo, na

lei que criou a PETROBRAS como empresa estatal incumbida de exercer o regime;

finalmente, na última análise, avalia-se o desempenho da Companhia, ao longo do

tempo, no cumprimento da missão principal para a qual foi criada, isto é, descobrir

Petróleo em águas profundas

Uma história tecnológica da PETROBRAS na exploração e produção offshore

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reservas de petróleo em volumes suficientes para livrar o Brasil da alta dependência

da importação de combustíveis.

O livro traz, ainda, dois artigos especiais, escritos por ex-engenheiros da

PETROBRAS, com o propósito de contribuir para o melhor conhecimento de

fatos importantes na história do petróleo no Brasil. O primeiro artigo, redigido

por José Paulo Silveira, Superintendente do CENPES, de 1985 a 1989, apresenta


um relato sobre os fundamentos da criação do principal instrumento de gestão

tecnológica da PETROBRAS, o Programa de Capacitação Tecnológica em Águas

Profundas (PROCAP). O segundo artigo, escrito por João Carlos de Luca, Diretor

de Exploração e Produção da PETROBRAS, de 1990 a 1995, traz um relato

vívido do grave acidente ocorrido na Plataforma Central de Enchova, em 1988,

com foco nas lições apreendidas com os acontecimentos.

No Anexo 1, apresenta-se um estudo sobre a história da refinação de petróleo

no Brasil, uma das áreas em que a PETROBRAS empreendeu diversas inovações

tecnológicas com vistas ao aproveitamento, em suas refinarias, do petróleo

pesado extraído na Bacia de Campos, em substituição aos petróleos leves importados.

O estudo contém informações básicas sobre os processos de refinação

de petróleo, representando um texto de referência para vários tópicos citados na

investigação principal sobre exploração e produção de petróleo. Dada sua característica

introdutória ao tema do refino, o leitor interessado em se aprofundar

na matéria deve recorrer aos estudos citados no texto e a outros disponíveis na

bibliografia especializada. No Anexo 2, são apresentadas tabelas com dados sobre

exploração, produção e comercialização de petróleo e derivados. No Anexo 3, são

disponibilizadas imagens de equipamentos, plataformas de petróleo e tecnologias

petrolíferas submarinas, essenciais ao entendimento das descrições técnicas sobre

exploração, produção e tecnologias de petróleo constantes do livro.

As fontes de informações para as análises deste estudo foram constituídas

por livros sobre a história do petróleo, por teses de mestrado e de doutorado

apresentadas a universidades brasileiras, por livros e artigos de engenharia do petróleo

e por artigos técnicos disponíveis em revistas especializadas e em conferências

internacionais de petróleo. Na investigação do objeto principal do estudo, as

análises apoiaram-se, principalmente, em entrevistas realizadas com engenheiros

e ex-engenheiros da PETROBRAS que participaram dos desenvolvimentos dos

primeiros campos de petróleo na Bacia de Campos ou da gestão de atividades de

pesquisas e desenvolvimento (P&D) no centro de pesquisas da empresa, além de

depoimentos de engenheiros e geólogos da Companhia disponíveis na Internet.

Trechos dos testemunhos dos entrevistados e depoentes são extensivamente citados


no decorrer das análises, com o objetivo de ilustrar as experiências e situações

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