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MARCÍLIO FERREIRA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
1. CONSTITUIÇÃO: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E ELEMENTOS. ........... 6
1.1. Noções Introdutórias .................................................................... 6
1.2. Classificação ................................................................................ 8
1.3. Elementos da Constituição ......................................................... 18
Exercícios ................................................................................................. 20
2. APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ...... 22
2.1. Noções introdutórias .................................................................. 22
2.2. Classificação da eficácia das normas constitucionais................. 24
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2.3. Outras classificações doutrinárias .............................................. 27
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Exercícios ................................................................................................. 27
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3. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS................................ 31
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3.1.
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Constituição de 1824 .................................................................. 31
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Constituição de 1891 .................................................................. 33
3.3.
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Constituição de 1934 .................................................................. 33
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3.4. Constituição de 1937 ............................................................................. 34
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3.5. Constituição de 1946 ............................................................................. 35
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3.6. Constituição de 1967 e a E.C 01/69 ...................................................... 35
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3.7. Constituição de 1988 ............................................................................. 37
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Exercícios ................................................................................................. 38
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4. NEOCONSTITUCIONALISMO .................................................................... 41
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4.1. Rematerialização das Constituições
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4.2. Pós-positivismo .....................................................................................
4.3. Constitucionalismo Global ..................................................................... 46
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5.4 Poder constituinte derivado .................................................................... 57
5.4.1 Noções Introdutórias ........................................................................... 58
5.4.2 Características .................................................................................... 58
5.4.3. Espécies ............................................................................................. 58
5.4.3.1 Poder Constituinte Derivado Reformador ...................................... 58
5.4.3.2 Poder Constituinte Derivado Revisor ............................................. 64
5.4.3.3 Poder Constituinte Derivado Decorrente ....................................... 64
5.5. Poder Constituinte Difuso ...................................................................... 67
5.6. Poder Constituinte Supranacional ......................................................... 67
Exercícios ................................................................................................. 68
6. EFEITOS DA NOVA CONSTITUIÇÃO E DE REFORMAS CONSTITUCIONAIS EM
RELAÇÃO À ORDEM JURÍDICA ANTERIOR ................................................. 71
6.1 Noções Introdutórias .............................................................................. 72
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6.2. Vacatio Constitutionis ............................................................................ 72 n
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6.3. Revogação ............................................................................................ 73
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6.4. Teorias doutrinárias acerca da não aplicação da norma infraconstitucional conflitante
com a nova constituição ............................................................................... 73
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6.5. Recepção .............................................................................................. 74
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6.6. Repristinação ........................................................................................ 76
6.7. Efeito Repristinatório ............................................................................. 77
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6.8. Constitucionalidade Superveniente ....................................................... 79
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6.9. Desconstitucionalização ........................................................................ 79
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6.10. Efeitos retroativos das normas ............................................................ 81
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Exercícios ................................................................................................. 85
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7. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL ........................................................ 90
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7.1. Noções introdutórias ............................................................................. 90
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7.2. Teorias quanto a interpretação constitucional ....................................... 90
7.3. Métodos interpretativos tipicamente constitucionais .............................. 91
7.3. Princípios da interpretação Constitucional: ............................................ 93
7.4. Princípio da interpretação conforme a Constituição ............................... 95
Exercícios ................................................................................................. 96
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INTRODUÇÃO
Esta obra tem o objetivo de demonstrar, de maneira direta, todos os pontos do Direito Constitu-
cional, com enfoque para o estudo de concurso público direcionado para carreiras de Tribunais,
sem esquecer de nenhum ponto desta extensa matéria.
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É importante ressaltar a importância do Direito Constitucional para o estudo de provas de con-
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curso públicos, uma vez que além da grande relevância da disciplina no que diz respeito ao
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que é cobrado nas provas, deve-se ressaltar que o Direito Constitucional é o ramo do Direito
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que serve como base de todo o ordenamento jurídico.
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Dessa forma, fica registrado a grande relevância dessa matéria para todo o universo jurídico
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em geral, pois como bem se sabe, qualquer matéria/norma em desacordo com a Constituição
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fere todo o ordenamento jurídico.
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Diante do exposto, ressaltamos a importância de se ter um estudo de qualidade para alcançar
com sucesso todas as metas estabelecidas. Desse modo, sugerimos alguns passos para facili-
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tar o estudo e torná-lo mais agradável:
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1. Tornar o estudo algo prazeroso. Para isso é importante fazer do estudo um hábito. O es-
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tudo deve ser rotina, a qual deve ser prazerosa. Para isso é de grande relevância ter metas
objetivos, se esforçar para cumpri-las com fé e determinação.
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2. “Remoer” a matéria. Sabemos
i a n que o Direito Constitucional é uma disciplina extensa. As-
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sim, para obter êxito na apreensão do seu conteúdo é necessário que haja repetição no estudo
da matéria, até este se consolidar na memória. Não pense que ler várias vezes o mesmo as-
sunto é perda de tempo. A leitura repetida representa sabedoria. Lembre-se, remoer uma ma-
téria não é o mesmo que decorá-la.
3. Fazer resumos. Os resumos são grandes aliados para quem estuda para concursos públi-
cos. Você deve descobrir qual forma de resumir a matéria sem que esta perca a sua essência
e importância você aluno se identifica mais. Há resumos em textos corridos, mapas mentais,
esquemas, tópicos, dentre outros. Sugerimos que teste suas limitações e descubra qual méto-
do de resumir o conteúdo é o ideal para você! Esta técnica irá lhe ajudar na fixação da matéria
bem como nas futuras revisões.
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tucional. As decisões do Supremo Tribunal Federal são dignas da notoriedade que estão tendo,
pois diariamente vimos o Direito se lapidando por meio dessas decisões. Com isso observa-se
uma grande cobrança em provas de concursos acerca dos entendimentos dos tribunais superi-
ores. Portanto, mantenha-se sempre atualizado em relação aos novos entendimentos destes
Tribunais, pois corriqueiramente são cobrados em provas.
6. Estar sempre atualizado. Como bem se sabe, o Direito Constitucional está em constante
evolução e, por essa razão devemos sempre acompanhá-lo a fim de estarmos sempre ade-
quado ao que a nossa Lei Maior nos propõe.
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7. Revisar a matéria. É bastante relevante que faça sempre revisões periódicas, pois estas
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irão ajudá-lo tanto na fixação do conteúdo quanto na descoberta dos seus pontos fracos. Em
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vista disso, sugerimos que faça da revisão um hábito, lembrando que os resumos anteriormen-
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te citados poderão lhe ajudar nesta etapa de revisão.
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8. Não tenha pressa. Saiba que aprender o conteúdo com qualidade requer tempo e dedica-
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ção. A ânsia de aprender tudo ao mesmo tempo gera desconforto e angústia, o que irá atrapa-
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lhar o seu estudo. Sendo assim, comece num ritmo leve, confortável para você e esteja consci-
ente de que no tempo certo, tudo irá se consolidar.
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9. Descanse. Saiba a hora de fazer pausas nos estudos. Respire, beba uma água, se alongue.
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Manter o corpo e a mente saudáveis é fundamental para um estudo de qualidade. Saiba tam-
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bém a hora de retomar os estudos, pois para alcançar o êxito é necessário disciplina e com-
prometimento. A
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Bons estudos!
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1. CONSTITUIÇÃO: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E ELEMENTOS.
O Direito Constitucional é uma divisão do Direito Público que surgiu com a intenção de limitar o
poder político estatal e, ao mesmo tempo, garantir as liberdades individuais contra a arbitrarie-
dade das autoridades públicas.
Este ramo do direito se diferencia dos demais no sentido de que este estuda sistematicamente
normas originárias, dotadas de supremacia e capazes de estruturar o Estado (característica
exclusiva do Direito Constitucional).
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ATENÇÃO! a
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Com a Emenda Constitucional 45/2004, o § 3º do artigo 5º da Constituição
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Federal, passou a tratar como normas constitucionais os tratados internacio-
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nais que versem sobre direitos humanos que são recepcionados com o
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mesmo quórum de Emendas Constitucionais (votação em cada Casa do
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Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos membros). Sendo
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assim, normas constitucionais não são apenas aquelas descritas na
Constituição.
A despeito do conceito dado acima, é importante conhecer os diversos sentidos diferentes que
outros autores atribuíram como conceito de constituição. Iremos nos ater aos principais concei-
tos cobrados em concursos públicos.
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1.1.1. Constituição sociológica
Sustentava que a constituição possuía o caráter sociológico baseado nos fatores reais do po-
der. Para ele, os fatores reais do poder baseavam-se na força atuante de todas as leis da soci-
edade, de maneira que representasse o poder social efetivo.
Assim, qualquer constituição que não atendesse a esses fatores reais, não passaria de uma
simples folha de papel, sendo caracterizada como ilegítima.
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Kelsen analisou a constituição nos sentidos lógico-jurídico, jurídico-positivo, formal e material.
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Para ele, toda atividade do Estado, é um serviço de criação de normas jurídicas. Com funda-
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mento no dever-ser, a vontade racional do homem prevalecia em relação às leis naturais. Foi
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nesse sentido que Kelsen entendeu que a Constituição não possui qualquer fundamento socio-
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lógico, filosófico ou político.
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Do ponto de vista lógico-jurídico, a constituição significa a norma fundamental hipotética, ou
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seja, uma norma presumida, pressuposta.
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Já o sentido jurídico-positivo é compreendido através da hierarquia dos diferentes níveis da
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criação do direito. É o conjunto de normas que regulamenta a produção de outras normas. É a
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norma positiva suprema. É no sentido jurídico-positivo que é possível observar a pirâmide jurí-
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dica criada por Kelsen, onde a Constituição ocupa o ápice.
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O sentido formal é caracterizado por um documento solene que reúne um conjunto de normas
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jurídicas as quais só podem ser alteradas mediante certas especificações, de maneira que vi-
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sam dificultar o processo reformador.
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Por fim, a constituição em sentido material é formada por normas que estabelecem a criação
de normas jurídicas gerais.
Para Carl Schimitt, a constituição é o resultado de uma decisão política fundamental de um po-
vo, que incide sobre a forma de governo, o regime político adotado, a organização dos pode-
res, abrangência dos direitos fundamentais, etc.
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Assim, entende-se por constituição o conjunto de regras que se relacionam a uma decisão polí-
tica fundamental, ou seja, à democracia, direitos fundamentais, organização do poder e órgãos
do Estado. Já as leis constitucionais são as demais normas inseridas no texto constitucional
que não consideram nenhuma decisão política fundamental.
Como o próprio nome já diz, a constituição culturalista é considerada como produto de um fato
cultural. É assim identificada, pois é vista como um conjunto de normas fundamentais vinculada
à cultura.
Sendo assim, é possível falar em uma constituição cultural, onde as normas previstas na cons-
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tituição versam sobre educação, desporto, ensino, as quais objetivam resguardar, em sentido
amplo, o direito à cultura.
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1.2. Classificação
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Quanto à classificação das constituições, não há que se falar em critérios certos ou errados,
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pois a sua tipologia não é igual na doutrina. Isso se dá porque a matéria pode ser analisada de
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diferentes pontos de vista, por diversos autores. O importante é que as diversas perspectivas
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diferentes partam de uma premissa verdadeira.
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Por essa razão, iremos nos ater às classificações mais cobradas em provas e concursos públi-
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cos.
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1.2.1. Quanto à origem
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a) Constituições outorgadas
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Constituições outorgadas são aquelas impostas de maneira unilateral ao povo por quem exerce
um poder político sem o apoio popular. Esse poder político pode ser exercido tanto por uma
pessoa (imperador, rei, presidente, ditador, líder carismático, etc.), quanto por um grupo que
exerce o poder sem a adesão popular.
b) Constituições promulgadas
Também conhecidas como constituições democráticas, populares ou votadas, são aquelas de-
rivadas de participação popular. Por meio do direito ao voto, a população possui a liberdade de
escolher os representantes que irão compor a Assembleia Nacional Constituinte, que cumpri-
rão desígnio de elaborar uma Constituição que atenda os interesses da população.
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Foram promulgadas as constituições de 1891, 1934, 1946 e a atual Constituição Federal de
1988.
c) Constituições cesaristas
Não é admitida como outorgada uma vez que não admite consulta popular, tampouco configura
como promulgada, já que a participação popular é secundária e, por muitas vezes, considerada
como uma falsa participação.
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cional e o soberano. Nesse modelo de constituição, o poder constituinte originário poderá con-
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centrar-se nas mãos de mais de um dos titulares do poder. Por essa razão este arquétipo difi-
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cilmente será considerado um possível modelo moderno de constituição, pois elimina a ideia de
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unidade do poder constituinte.
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Exemplos de constituições pactuadas são as constituições monárquicas da Idade Média, onde
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era evidente o equilíbrio entre o princípio democrático e o princípio monárquico, uma vez que o
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poder estatal aparecia dividido entre as ordens privilegiadas e o Rei. Outro exemplo clássico de
constituição pactuada é a Magna Carta que os barões compeliram João Sem Terra a jurar, em
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1215, na Inglaterra. 2 pes
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e) Constituições históricas o ll
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fa histórico-costumeiras são aquelas derivadas dos usos e costumes,
Constituições históricas ou
tradição, geografia, religião, relações políticas e econômicas. Na constituição histórica é muito
difícil detectar o titular do poder constituinte. A comunidade que é responsável pela criação
desta constituição, com base num longo processo de sedimentação consuetudinária.
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1.2.2. Quanto à alterabilidade
a) Constituições rígidas
São constituições rígidas aquelas que se submetem a um processo de alteração solene, espe-
cífico e severo, diferente do processo de alteração das demais leis. O órgão responsável em
rever a constituição é o poder constituinte reformador.
Importante saber que a supremacia sobre os demais atos normativos federais, estaduais e mu-
nicipais são resultados da rigidez da Constituição, de maneira que invalida qualquer ato que
ofenda os seus preceitos.
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rígidas, assim como a atual constituição, que prevê um rito mais dificultoso no processo de al-
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tigo 60, § 2º, CF/88). io n
teração do texto constitucional (artigo 60, CF/88) e na criação de emendas constitucionais (ar-
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b) Constituições superrígidas
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Também conhecidas como hiper-rígidas, são aquelas que possuem o processo de alteração
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bastante rigoroso, além de existir normas em seu conteúdo que são imutáveis.
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Para alguns doutrinadores, a Constituição Federal de 1988 seria considerada como super-
rígida, pois alé, de o seu processo de alteração ser dificultoso, veda a alteração de determina-
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das normas (artigo 60 § 4º, CF/88), as chamadas cláusulas pétreas.
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No entanto, esta classificação não foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal, que vem permitin-
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do a alteração de assuntos catalogados no artigo 60 § 4º da Constituição Federal, desde que a
alteração não revogue direitos.
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c) Constituições flexíveis
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fa rígidas, as flexíveis, também chamadas de fluida, moldável ou
Ao contrário das constituições
plástica, são aquelas que podem ser alteradas a qualquer momento, sem a necessidade de um
procedimento solene, formal, complexo, demorado e dificultoso, utilizando do mesmo procedi-
mento para a alteração de leis ordinárias.
Nesse caso, observa-se que a constituição flexível possui um alto grau de vulnerabilidade em
relação à sua estabilidade, uma vez que suas normas sendo facilmente mudadas inexiste hie-
rarquia entre a constituição flexível e a legislação infraconstitucional.
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São exemplos de constituições flexíveis as Constituições da Finlândia, Inglaterra, África do Sul
e Nova Zelândia.
São aquelas constituições que são passíveis de reforma tendo como parâmetro o rito das leis
comuns, no entanto, poderá sofrer alterações apenas por tempo determinado. Ultrapassado o
tempo previamente estabelecido, o seu texto passa a ser considerado rígido, ou seja, passa-se
a exigir solenidades específicas no seu processo de alteração.
Durante o período em que é permitida a alteração do texto constitucional, este será feito por
meio do mesmo rito que é capaz de alterar as leis ordinárias, sendo o órgão competente para
operar a reforma, o legislativo ordinário.
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São exemplos de constituições transitoriamente flexíveis a Carta irlandesa de 1937, que, du-
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rante os três primeiros anos de vigência, verificou uma flexibilidade provisória, e a Constituição
de Baden de 1947.
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e) Constituições semirrígidas
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Também conhecida como semiflexível, é aquela que possui uma parte rígida e o seu processo
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de alteração é idêntico ao de uma constituição rígida, e a outra parte é flexível, onde o a seu
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modelo de alteração é semelhante ao processo de alteração de leis ordinárias. Por acolher ca-
racterísticas de constituições rígidas e flexíveis ao mesmo tempo, são consideradas constitui-
ções mistas.
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de classificação.d V FAB 90.0 @h
A Constituição brasileira de 1824 e a irlandesa de 1922 são claros exemplos dessa modalidade
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f) Constituições fixas
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Constituições fixas são aquelasa nque apenas podem ser alteradas pelo mesmo poder igual
fabo poder constituinte originário é o único competente para modificar
àquele que a criou. Ou seja,
a Constituição. Essa modalidade de classificação é conhecida também constituição silenciosa,
pois em seu texto não há de forma expressa o rito que deve seguir para alterar a constituição.
g) Constituições imutáveis
Por fim, as constituições imutáveis são aquelas que pretendem ser eternas. Também conheci-
das como permanentes, intocáveis ou graníticas, recebem essa classificação, pois pensava-se
que em momento algum haveria órgão competente para alterá-las, tampouco para revogá-las.
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A Carta Espanhola de 1976 e as constituições dos sistemas consuetudinários dos povos primi-
tivos são grandes exemplos de constituições imutáveis.
a) Constituição material
Constituição material é aquela que em seu texto encontra-se normas fundamentais e estrutu-
rais do Estado, separação dos poderes, definição d regime político, estruturação dos órgãos de
governo e delimitação dos direitos fundamentais.
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importando o seu conteúdo. Sendo assim, toda a matéria que esteja em texto, ainda que não
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seja essencialmente constitucional, possui caráter constitucional, tendo em vista o seu proces-
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so solene de elaboração.
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A Constituição brasileira de 1988 é substancialmente formal.
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1.2.4. Quanto à extensão
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a) Constituição sintética 0 t
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Conhecida também como constituição concisa, breve, sumária, sucinta ou básica, é aquela em
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que o seu conteúdo é apresentado de maneira enxuta, evidenciando matérias fundamentais
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em modestos números de artigos.
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A constituição sintética limita-se em apresentar princípios sem discorrer sobre estes, permitindo
assim certa plasticidade para se adequar às mudanças sociais.
b) Constituição analítica
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No Brasil, as constituições com exceção da Constituição de 1824, todas foram analíticas, inclu-
sive a atual Constituição de 1988. Outro exemplo de constituição analítica é a Constituição por-
tuguesa de 1976.
São consideradas constituições legais, pois possuem caráter coercitivo no que diz respeito à
produção de efeitos estabilizadores e racionalizadores de determinada sociedade. É conside-
rada a lei maior de um povo.
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A tradição atual de termos hoje constituições escritas advém das treze colônias inglesas da
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América do Norte, no ano de 1776. Em 1787, foi aprovada a Constituição dos Estados Unidos,
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pela Convenção da Filadélfia. A partir de então a maioria das constituições em todo o mundo
classificam-se como constituições escritas.
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b) Constituição costumeira E PE d S
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Chamada também de constituição não escrita ou consuetudinária, a constituição costumeira é
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aquela que se configura pela prática reiterada de costumes, tradições e hábitos que, tendo em
vista sua relevância, são elevados ao nível constitucional, assumindo grande significância no
meio local.
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Como as normas costumeiras são produzidas de maneira informal pela comunidade, pode-se
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dizer que estas surgem de maneira informal, uma vez que não há um órgão competente consti-
tuído para este fim.
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O maior exemplo de constituição n costumeira é a Constituição da Inglaterra. No entanto, mesmo
a Inglaterra sendo um país b ia a sua constituição é sedimentada como uma norma costumei-
onde
fa relevância lembrar que esta estabelece princípios constitucio-
ra e não escrita, é de importante
nais em textos escritos, como é o caso dos tratados de união, as leis expressas do Parlamento
e os acordos solenes, por exemplo.
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b) Constituição histórica
Também conhecida como constituição codificada, unitária ou unitextual, é aquela que seu con-
teúdo é reunido em um só texto, de maneira sistematizada e exaustiva.
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Todas as constituições brasileiras foram consideradas constituições reduzidas, inclusive a atual
Constituição de 1988.
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IMPORTANTE!
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Embora a nossa constituição seja classificada como constituição reduzida e,
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por meio da regra do que chamamos de “bloco de constitucionalidade” prevista
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no artigo 5º § 3º, CF/88, que permite a constitucionalização de tratados inter-
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nacionais que versem sobre direitos humanos admitidos à Constituição com o
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quórum necessário de emendas constitucionais, estes tratados não são inseri-
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dos ao corpo do texto constitucional, embora possuam status constitucional.
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Para fins de provas de concurso público, a Constituição Federal de 1988 é
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considerada reduzida.
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b) Constituição variada
fa
Ao contrário da constituição reduzida, a constituição variada ou não codificada é aquela que as
normas jurídicas encontram-se espalhadas em diversos textos legais. Por não estarem reuni-
das em um único texto, são consideradas constituições escritas não formais, ou constituições
legais.
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1.2.8. Quanto à dogmática/ideologia
a) Constituição ortodoxa
Considera-se constituição ortodoxa aquela que é formada única e exclusivamente por uma ide-
ologia.
b) Constituição eclética
Constituição eclética ou compromissória é aquela que é constituída por várias ideologias que
se agregam.
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A doutrina vem considerando a Constituição brasileira vigente como constituição compromissó-
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ria por esta conseguir conciliar interesses opostos em torno de entendimentos constitucionais
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harmonizantes.
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Exemplos: Constituição brasileira de 1988 e Constituição portuguesa de 1976.
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1.2.9. Quanto à correspondência com a realidade (essência)
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Segundo Karl Loeweinstein, a classificação ontológica das constituições subdivide-se em nor-
mativas, nominais e semânticas. u U 67
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a) Constituição normativa
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Constituição normativa é aquela que está em perfeito acordo com a realidade social. É conso-
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nante ao sistema jurídico vigente, bem como com o processo político. Por essa razão, Loe-
weinstein compara o texto constitucional normativo a uma roupa de bom caimento e que veste
bem. o o ll
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b) Constituição nominal
fa
Chamada também de nominalista ou nominativa, é a constituição que possui um caráter pros-
pectivo, de cunho educativo, voltada para uma visão futurista da sociedade. Na constituição
nominal, a prática do processo político não se enquadra às suas normas.
Loeweinstein compara a constituição nominal à uma roupa nova guardada esperando que o
corpo esteja preparado para utilizá-la.
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c) Constituição semântica
Constituição semântica é considerada como um documento formal que tem o objetivo de favo-
recer os detentores do poder que estabelecem maneiras de coagir os governados para conti-
nuarem no poder.
A comparação feita por Loeweinstein é a de que a constituição semântica é como uma roupa
que não veste bem, mas é capaz de esconder todos os defeitos e dissimular as imperfeições
do corpo.
Pois bem. A atual Carta brasileira, segundo Bulos, é nominal, enquanto que as Constituições
a l
de 1824, 1891, 1934 e 1946 foram nominais e os Textos de 1937, 1967 e a Emenda Constitu-
cional n. 1/69 foram constituições semânticas.
io n
a c
O que se espera é que um dia a Constituição Federal brasileira seja normativa, de maneira que
u c
leve em consideração os fatores de desenvolvimento da sociedade, em concordância com a
vida.
E PE d S
e
rt O
1.2.10. Quanto ao sistema
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
a) Constituição principiológica
r um N O .4
m a
É aquela constituição em que há a prevalência de princípios, apesar destes serem normas ge-
e IA 8 o 0 t
rais abstratas e que, em muitos sistemas jurídicos exercem função apenas supletiva, informati-
V FAB 90.0 @h
va e interpretativa.
d
A 2 pes
A Constituição brasileira é considerada principiológica.
o
b) Constituição preceitual o ll
i a n
b
fahá a prevalência de normas constitucionais individualizadas, com
Na constituição preceitual
pouco grau de subjetividade.
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b) Constituição definitiva
Conhecida também como constituição de duração indefinida para o futuro, esta procura ser o
produto finalizado do processo constituinte. É a constituição permanentemente elaborada.
Chamada também de heteroconstituição, é aquela que foi decretada fora do Estado por outro
Estado. Apesar de incomum, existem países que tiveram suas constituições decretadas por
outros Estados, como é o caso dos países da Commonwealth.
As constituições da Nova Zelândia, Austrália e Canadá são exemplos de constituições decreta-
das pelo Parlamento britânico.
a l
io n
b) Constituição autônoma
a c
u c
Exemplo: Constituição Federal brasileira de 1988.
E PE d S
Constituição autônoma ou autoconstituição é aquela que é elaborada dentro do próprio Estado.
e
rt O
o IS L
Dessa forma, abaixo encontra-se um quadro resumo das constituições.
p
Quanto à origem
u U 67
S L 08- il.com
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
r um N O .4
Outorgada, promulgada, cesarista,
a
pactuada, histórica.
m
e IA 8 o
Quanto à alterabilidade 0 t Rígida, super-rígida, flexível, transitori-
A 2 pes
Quanto ao conteúdo
tável.
Material, formal.
Quanto à extensão o o llSintética, analítica.
Quanto à forma
ia n Escrita, costumeira.
fa
Quanto à sistemática
b
Quanto ao modo de elaboração Dogmática, histórica.
Reduzida, variada.
Quanto à dogmática Ortodoxa, eclética.
Quanto à correspondência com a Normativa, nominal, semântica.
realidade
Quanto ao sistema Principiológica, preceitual.
Quanto à função Provisória, definitiva.
Quanto à origem de decretação Heterônoma, aoutônoma.
Assim, após a extensa classificação das constituições, a Constituição Federal de 1988 classifi-
ca-se como: promulgada, rígida, formal, analítica, escrita, dogmática, reduzida, eclética, nomi-
nal, principiológica e autônoma.
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CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Quanto à origem Promulgada.
Quanto à alterabilidade Rígida.
Quanto ao conteúdo Formal.
Quanto à extensão Analítica.
Quanto à forma Escrita.
Quanto ao modo de elaboração Dogmática.
Quanto à sistemática Reduzida.
Quanto à dogmática Eclética.
Quanto à correspondência com a Nominal.
realidade
Quanto ao sistema Principiológica.
Quanto à função Definitiva.
Quanto à origem de decretação Autônoma.
a l
io n
1.3. Elementos da Constituição
a c
u c
Os elementos são indispensáveis para a organização dos textos constitucionais. Assim, os
E PE d S
elementos que aqui serão elencados são itens essenciais para a garantia das liberdades públi-
cas e organização do Estado.
e
rt O
p o IS L
Por tratar de diversas matérias, a constituição é considerada como polifacética. Por essa razão
u U 67
S L 08- il.com
(possuir várias faces), as constituições consagram matérias sobre os órgãos do Estado, liber-
r um
dades públicas e estruturação do poder.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Na Constituição brasileira, encontra-se os elementos:
d V FAB 90.0 @h
1.3.1. Elementos orgânicos
A 2 pes
o ll
Elementos orgânicos ou dogmáticos são aqueles que organizam o Estado e a estruturação do
o
n
poder. Fixa o sistema de competência dos órgãos, autoridade públicas e instituições. Os ele-
ia
b
mentos orgânicos são atribuídos também às normas de tributação e orçamento.
fa
1.3.2. Elementos limitativos
Responsáveis por conter/limitar os abusos do poder estatal, com a finalidade de evitar o arbítrio
por parte das autoridades, bem como o descumprimento aos direitos e garantias fundamentais.
Caracterizam os fins sociais e econômicos do Estado, objetivando uma sociedade justa, com
uma distribuição de renda equilibrada. Pressupõem uma ideologia, no sentido de que represen-
tam o comprometimento entre o Estado individual e o Estado social. Estado intervencionista,
que objetiva o bem estar social.
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1.3.4. Elementos de estabilização constitucional
Diz respeito às normas de aplicação da Constituição, como por exemplo o procedimento formal
para promulgação, vigência e aplicação das normas constitucionais, assim como o grau de efi-
ciência dos princípios definidores dos direitos e garantias fundamentais.
Por dizerem como os dispositivos constitucionais devem ser aplicados, as normas referentes
ao processo legislativo também são consideradas elementos formais de aplicabilidade consti-
tucional.
a l
1.3.6. Elementos de transição constitucional
io n
a c
c
Centralizam-se nos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Tais normas
u
tamente. E PE d S
são efetivas durante certo período de tempo. Após cumprir sua finalidade, findam-se comple-
e
rt O
o IS L
Para fins de fixação da matéria, observe a seguir alguns exemplos de elementos constitucio-
p
u U 67
nais presentes na Constituição Federal de 1988.
S L 08- il.com
r um
QUADRO EXEMPLIFICATIVO DOS ELEMENTOS DA COSTITUIÇÃO FE-
N O .4
m a
DERAL DE 1988
e IA 8 o
Elementos orgânicos 0 t Título III – Da Organização do Estado
ia n VI – Da tributação e do Orçamento
fa b
Elementos limitativos
(art. 145 a 169).
Título II – Dos Direitos e Garantias
Fundamentais (art. 5º, I a LXXVIII; art.
14 a 17).
Elementos socioideológicos Título II, Capítulo II – Dos Direitos So-
ciais (art. 6º a 11); Título VII – Da Or-
dem Econômica e Financeira (art. 170
a 192); Título VIII – Da Ordem Social
(art. 193 a 232).
Elementos de estabilização consti- Título III, Capítulo VI – Da Intervenção
tucional Federal (art. 34 a 36); Título IV Da
Organização dos Poderes (arts. 51, I;
52, X; 60, 85 e 86; 97; 102, I, a, e III;
103; 136 a 141).
www.cers.com.br 19
Elementos formais de aplicabilida- Preâmbulo da Constituição; art. 5º,
de §1º; arts. 59 a 69).
Elementos de transição constituci- Artigos 1º a 75 do ADCT.
onal
EXERCÍCIOS
1. (CESPE – 2019 – TJ-SC - Juiz Substituto) A respeito das constituições classificadas como
semânticas, assinale a opção correta.
p o IS L
Constituição da República Federativa do Brasil pode ser classificada como:
4. (CESPE – 2013 – BACEN – Procurador) A respeito do conceito, dos elementos e das clas-
sificações das constituições, assinale a opção correta.
www.cers.com.br 20
C) Os direitos e garantias fundamentais previstos na CF são considerados elementos socioide-
ológicos.
D) No sentido político, segundo Carl Schimitt, a constituição é a soma dos fatores reais do po-
der que formam e regem determinado Estado.
E) Quanto aos elementos, o ADCT configura exemplo de elemento formal de aplicabilidade da
CF.
A) Formal.
B) Material.
C) Outorgada.
D) Histórica.
a l
E) Flexível.
io n
a c
6. (VUNESP – 2018 – FAPESP – Procurador) No tocante ao tema conceito de constituição,
u c
existem pensadores e doutrinadores que formularam concepções de constituição segundo
E PE d S
seus diferentes sentidos. Consequentemente, é correto afirmar que Ferdinand Lassale, Carl
e
rt O
Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às concepções de constituição, respectivamente, nos sen-
tidos:
p o IS L
A) Substancial, material e formal.
B) Sociológico, político e jurídico.
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
C) Pluralista, social e transcendental.
m a
e IA 8 o 0 t
D) Pactual, contratualista e compromissório.
V FAB 90.0 @h
E) Ideológico, garantista e positivista.
d
A 2 pes
7. (VUNESP – 2018 – CÂMARA DE CAMPO LIMPO PAULISTA – SP – Procurador Jurídico)
o ll
As constituições que resultam dos trabalhos de um órgão constituinte sistematizador das ideias
o
nominadas constituições: ia n
e princípios fundamentais da teoria política e do direito dominante naquele momento são de-
fa b
A) Dogmáticas.
B) Pactuadas.
C) Democráticas.
D) Semânticas.
E) Ecléticas.
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A) Certo.
B) Errado.
10. (CESPE – 2013 – BACEN – Procurador do BACEN) A respeito do conceito, dos ele-
mentos e das classificações das constituições, assinale a opção correta:
a l
io n
c
A) No que se refere ao modo de elaboração, a constituição dogmática espelha os dogmas e
a
princípios fundamentais adotados pelo Estado e não será escrita.
u c
B) Quanto à estabilidade, a constituição flexível não se compatibiliza cm a forma escrita, ainda
E PE d S
que seu eventual texto admitisse livre alteração do conteúdo por meio de processo legislativo
ordinário.
e
rt O
ológicos.
p o IS L
C) Os direitos e garantias fundamentais previstos na CF são considerados elementos socioide-
u U 67
S L 08- il.com
D) No sentido político, segundo Carls Schimitt, a constituição é a soma dos fatores reais do po-
der que formam e regem determinado Estado.
r um N O .4 a
E) Quanto aos elementos, o ADCT configura exemplo de elemento
m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h GABARITO
A
QUESTÃO 2 pes RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA
1
o oDl
l 6 B
ia n
2
fa b D 7 A
3 A 8 A
4 E 9 B
5 A 10 E
www.cers.com.br 22
Ao discorrer acerca da aplicabilidade e a eficácia da norma constitucional, objetiva-se entender
o alcance da produção de efeitos e regras que as compõem.
Inicialmente, é importante compreender que toda norma constitucional produz efeitos, com
isso, não existe norma constitucional sem efeitos. Para facilitar a compreensão, podemos dizer
que a norma constitucional seria a ação e os efeitos seriam a reação que tal norma produz,
portanto, toda ação, obrigatoriamente, possui uma reação, assim como uma norma possui efei-
tos.
O efeito ainda se subdividem em: efeito social e efeito jurídico. Dependendo da norma, ela
poderá produzir apenas efeito jurídico, ou efeito jurídico e social, mas de forma alguma a
norma terá apenas efeito de caráter social.
a l
Explico, que dentro de um sistema normativo, o que prevalece é o caráter jurídico das normas,
io n
diferentemente das regras de caráter social, as quais são encontradas em ambientes de con-
c
vivência (como por exemplo, ambientes de trabalho, lares, clubes esportivos). Estas normas
a
c
são estabelecidas em ambientes sociais, elaboradas com o intuito de melhorar ou possibilitar o
u
d S
convívio social e não possuem força normativa, portanto, não detém cunho jurídico.
E PE
e
rt O
Assim, veja, somente as regras de cunho jurídico podem obrigar o indivíduo a realizar ou não
p o IS L
algo, diferentemente das regras que têm caráter social, as quais as pessoas aderem por livre e
u U 67
S L 08- il.com
espontânea vontade. Por isso, dentro do universo jurídico, uma norma que possui somente efi-
r um
cácia social não é válida, pois vivemos em um Estado democrático de direito, legalista, que
N O .4
m a
e IA 8 o 0
adota a teoria normativa de Hans Kelsen.
t
d V FAB 90.0 @h
Por fim, concluímos que as normas jurídicas obrigatoriamente possuem efeito jurídico, deven-
A 2 pes
do, dessa maneira, serem seguidas. Por outro lado, não podemos esquecer que ela também
possui efeito social. o o ll
ia n
fa b
Ao se falar em eficácia social da norma, entende-se que a mesma está diretamente relaciona-
da com o que é aceito socialmente, ou seja, o que de fato é aplicável aos casos concretos,
possuindo a capacidade real de regular ou modificar as relações sociais. Por outro lado, quan-
do se fala em eficácia jurídica, a aceitação social é irrelevante, uma vez que a norma deve ser
aplicada independentemente de consentimento social.
As normas constitucionais possuem dois efeitos jurídicos mínimos, são eles: efeito revogador e
efeito inibidor:
O Efeito revogador (efeito positivo), REVOGA, via de regra, todas as normas que entrem em
conflito com a Constituição, uma vez que é impossível que duas normas regulem de forma con-
traria sobre a mesma matéria. Desta forma, não se permite que sejam recepcionadas normas
legisladas anteriormente que sejam incompatíveis com a norma constitucional vigente. Portan-
www.cers.com.br 23
to, a norma antiga é automaticamente revogada pela Constituição superveniente, pois, caso
continue a vigorar, estará configurado o que chamamos de conflito de normas.
Já o Efeito Inibidor (efeito negativo), é a aptidão de impedir que sejam editadas normas que
contrariem o previsto na norma constitucional, ou seja, as normas que virão futuramente ne-
cessitam, obrigatoriamente, estar de acordo com as novas regras estabelecidas na Constitui-
ção Federal.
No entanto, em nosso sistema normativo é possível que uma norma nasça violando a Consti-
a l
tuição Federal, porém quando isso ocorre, os efeitos jurídicos são ruins para o sistema norma-
io n
tivo, por isso a norma é declarada inconstitucional e deve ser desentranhada o mais rápido
possível do ordenamento jurídico.
a c
u c
2.2.
E PE d S
Classificação da eficácia das normas constitucionais
e
rt O
Em relação a classificação da eficácia das normas constitucionais, o STF, em seara jurispru-
p o IS L
dencial adota a classificação de JOSÉ AFONSO DA SILVA, o qual, separa a eficácia das nor-
u U 67
S L 08- il.com
mas entre: plena, contida e limitada. Vejamos.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
2.2.1. Normas constitucionais de Eficácia PLENA
d
A 2 pes
São aquelas que possuem aplicabilidade imediata, direta e integral, sendo assim, não ne-
o ll
cessitam de regulamentação legal posterior para assegurar a produção dos seus efeitos, de
o
n
maneira que nada a limita ou restringe.
ia
fa b
Palavras-chave: Imediata, direta, integral, independentes, completas, autoaplicáveis.
Exemplos de norma de Eficácia Plena: os seguintes artigos da Constituição Federal de 1988:
art. 1º; art. 2º; art. 14; art. 15; art. 45; art. 132.
Podem ser identificadas por meio de expressões como: exceto, na forma da lei ou regulamen-
to, salvo. Funciona como se fosse uma espécie de campo que restringe sua aplicação, ou de
bloqueio para delimitar sua atuação.
www.cers.com.br 24
Palavras-Chave: Aplicação imediata, direta, não integral.
Exemplo de norma constitucional de Eficácia Contida: art. 5º, VIII, CF. “Salvo se a invocar
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati-
va”. Temos outros artigos da Constituição Federal que podemos citar como exemplo, como: art.
5º, incisos VII, XXV; art. 37, I.
IMPORTANTE
O artigo, 5º XIII, CF/88 é em REGRA norma de eficácia contida!
a l
EXCEÇÕES: é dito que é norma de Eficácia Limitada pela doutrina minoritária, pois há neces-
io n
sidade de lei que complemente o necessário para sua aplicação. É classificada como norma
a c
constitucional de eficácia plena pelo doutrinador Pedro Lenza e pelo entendimento do STF,
u c
com a justificativa de que quando não há lei que contenha ou limite seus efeitos, ela terá plena
eficácia até que haja dispositivo legal que a limite.
E PE d S
e
rt O
2.2.3. Normas de Eficácia LIMITADA
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Possuem aplicabilidade diferida para um momento futuro, ou seja, dependem da edição de
r um N O .4
uma norma infraconstitucional superveniente para que adquira aptidão para produzir os seus
m a
e IA 8 o 0 t
efeitos principais. Apesar disso, essas normas possuem efeitos secundários: revogador e inibi-
V FAB 90.0 @h
dor (tratados anteriormente).
d
A 2 pes
Essas normas criam direitos subjetivos negativos, por isso, os cidadãos possuem capacidade
o ll
de exigir que o poder público não aja em desacordo com disposto nelas.
o
n mediata, não integral. Conforme a lei, na forma da lei,
Palavras-chave: Aplicabilidadeaindireta,
i
fab
de acordo com a lei complementar.
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As normas de eficácia limitada se dividem ainda entre: normas de eficácia limitada ins-
titutiva e normas de eficácia programática. Vejamos:
a)
a l
São impositivas quando o texto normativo constitucional traz expressões como
io n
“a lei deverá”, “a lei “disporá”. Portanto, deixam claro que é necessária a atuação legislativa
c
para o preenchimento das lacunas que impossibilitam a norma de ser aplicada.
a
b)
c
Já as facultativas não impõem um dever ao legislador para que regulamente a
u
como “a lei poderá”.
E PE d S
matéria disciplinada, sendo assim, facultam edição da norma. É caracterizado por expressões
e
rt O
Exemplos de normas de eficácia limitada institutiva: artigos 18, § 2º, 33, 109, VI da Consti-
tuição Federal.
p o IS L
S L 08- il.comu U 67
2.2.5. Normas de eficácia limitada programática (analíticas e dirigentes)
r um N O .4
m a
São aquelas que estabelecem uma política para ser executada no futuro por meio de princípios
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
programáticos a serem cumpridos pelos seus órgãos. Exemplo: artigos 196, 205, 227, da
Constituição Federal.
A 2 pes
o ll
Classificação da eficácia das normas constitucionais
o
ia n
fa b
Eficácia plena Eficácia contida Eficácia limitada
www.cers.com.br 26
seus efeitos principais.
a l
2.3. Outras classificações doutrinárias
io n
a c
c
A doutrina ainda acolhe mais duas classificações de eficácia das normas constitucionais, são
u
d S
elas: normas de eficácia absoluta ou total e normas de eficácia exaurida ou esvaída. Vejamos:
E PE
e
rt O
Eficácia absoluta ou total: normas intangíveis, não podem ser contrariadas ou modificadas
pelo poder constituinte derivado reformador.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Norma de eficácia exaurida ou esvaída: são normas que já extinguiram a produção dos seus
r um N O .4
efeitos, ou seja, tem aplicabilidade esgotada. Vale ressaltar que algumas normas produzem
m a
0 t
efeitos por um determinado período ou são criadas para serem utilizadas uma única vez, temos
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
como exemplo a maioria das normas do ADCT.
d
A 2 pes
o o ll EXERCÍCIOS
ia n
1. (VUNESP - 2019 - TJ-SP - Administrador Judiciário) A doutrina define normas programá-
ticas como aquelas que:
fa b
A) dependem de regulamentação pelo legislador infraconstitucional e também de condições
materiais.
B) instituem a possibilidade de que órgãos ou instituições sejam criados por outra lei.
C) permanecem aplicáveis enquanto não editada qualquer norma que restrinja a sua eficácia.
D) podem ser reduzidas com base no princípio da proporcionalidade.
E) nascem plenas, completas, produzindo todos os efeitos desejados.
2. (CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual) A eficácia de uma nor-
ma constitucional pode ser considerada não só do ponto de vista jurídico, mas também do so-
cial, ocorrendo essa eficácia social a partir do respeito à legislação pela população.
A) Certo
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B) Errado
Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, é correto afirmar que desse preceito
se extrai uma norma de eficácia:
a l
4. (CESPE - 2018 - PC-MA - Conhecimentos Específicos - Escrivão de Polícia) O art. 5º,
io n
inciso XIII, da Constituição Federal de 1988 (CF) assegura ser livre o exercício de qualquer
c
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
a
u c
Com base nisso, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil estabelece que, para exercer a
advocacia, é necessária a aprovação no exame de ordem. A norma constitucional mencionada,
portanto, é de eficácia:
E PEd S
e
rt O
A) contida.
B) programática.
p o IS L
C) plena.
D) limitada.
u U 67
S L 08- il.com
E) diferida.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
5. (FGV - 2018 - TJ-SC - Analista Administrativo FGV - EnfermeiroFGV) De acordo com o
art. 5º, XXXII, da Constituição da República, “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor". A 2 pes
o o ll
do referido preceito tem: ia n
Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, a norma constitucional que se extrai
fa b
A) eficácia limitada de princípio consumerista;
B) eficácia limitada de princípio institutivo;
C) natureza programática;
D) eficácia contida;
E) eficácia plena.
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“Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos ur-
banos" (art. 230 § 2º).
A) Limitada e plena.
B) Contida e limitada.
C) Plena e contida.
D) Limitada e contida.
E) Limitada e limitada.
7. (FCC - 2018 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Conside-
rando a classificação das normas constitucionais quanto à sua aplicabilidade e eficácia,
io n
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
c
C) caracteriza norma de eficácia limitada aquela segundo a qual o direito de greve será exerci-
a
u c
do pelos servidores públicos nos termos e nos limites definidos em lei específica.
D) caracteriza norma programática aquela segundo a qual é livre o exercício de qualquer traba-
E PE d S
lho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
e
rt O
E) na ausência de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos previstos
o IS L
em normas constitucionais de eficácia limitada, poderá ser impetrado mandado de segurança.
p
u U 67
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8. (CESPE - 2018 - PGM - JOÃO PESSOA - PB - Procurador do Município) A Constituição
r um N O .4 a
Federal de 1988 (CF) prevê que a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
m
e IA 8 o 0 t
municípios serão feitos por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar
V FAB 90.0 @h
federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios
d
A 2 pes
envolvidos, após a divulgação dos estudos de viabilidade municipal, apresentados e publicados
na forma da lei. Conforme o entendimento do STF e a classificação tradicional da aplicabilidade
o ll
das normas constitucionais, tal previsão constitui norma de eficácia:
o
ia n
A) plena, pois de aplicabilidade imediata.
fa b
B) plena, embora de aplicabilidade diferida.
C) limitada, pois de aplicabilidade mediata.
D) contida, pois de aplicabilidade mediata.
2a norma: Art. 7º − São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social: XI − participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;
www.cers.com.br 29
3a norma:Art. 37º − A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uni-
ão, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: VII − o direito de
greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
u U 67
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D) são brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasilei-
ra, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
r um N O .4 a
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
m
e IA 8 o
pela nacionalidade brasileira. 0 t
V FAB 90.0 @h
E) são direitos dos trabalhadores a participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
d
lei. A 2 pes
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
o o ll
ia n
fa b GABARITO
1 A 6 A
2 CERTO 7 C
3 C 8 C
4 A 9 A
5 C 10 E
www.cers.com.br 30
3. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
No decorrer da história das constituições brasileiras, estas fizeram parte de uma evolução his-
tórica bastante distinta. Desde a Constituição Imperial de 1824 até a atual Constituição Federal
de 1988, o Brasil passou por grandes transformações, as quais refletem até hoje na própria
construção do Estado.
Antes de discorrer acerca deste tema, observe abaixo a natureza jurídica das constituições
brasileiras abaixo:
1824 Outorgada
a l
1891 Promulgada
io n
a c
u c
1934
E PE d S
Promulgada
e
rt O
1937
p o IS L Outorgada
A d 2 pes
tares
o
1988
oll
Promulgada
i a n
fa b
3.1. Constituição de 1824
Importante lembrar que, embora o Projeto de D. Pedro I tenha sido lido e aprovado por algu-
mas Câmaras Municipais de confiança dele, os historiadores consideram esta Carta como uma
imposição do imperador.
www.cers.com.br 31
Instituiu quatro funções do poder político: funções legislativa, executiva, judiciária e moderado-
ra.
a) Função legislativa
Atribuída à uma Assembleia Geral, era formada por uma Câmara de Deputados temporária e
eletiva e, pelo Senado, que era formado por meio de eleição provincial, sendo que os seus
membros eram escolhidos pelo Imperador, por meio de lista tríplice, com mandato vitalício.
b) Função executiva
Era comandada pelo Monarca, o qual era assessorado por Ministros de Estado. Cabia ao Mo-
narca examinar os projetos legislativos, os quais eram submetidos a ele para sancionar ou ve-
tar tal proposta, sendo que sua decisão era tácita.
a l
io n
a c
u c
c) Função judiciária
E PE d S
e
rt O
Desempenhada por juízes, contando com a participação de jurados. No Brasil Império, o Tribu-
p o IS L
nal do Júri possuía competência tanto penal quanto cível. Era conferida aos juízes a vitalicie-
u U 67
S L 08- il.com
dade, no entanto, não lhes garantia a inamovibilidade. O órgão de cúpula do Poder Judiciário
era
r um N O .4 conhecido
m a
como
Supremo Tribunal de Justiça, e era composto por juízes togados, resultantes de relações pro-
e IA 8 o 0 t
vinciais.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
d) Função moderadora
o o ll
A função moderadora foi concedida exclusivamente ao Monarca, o qual, por meio desta pode-
ia n
ria interferir livremente no exercício das demais funções do poder político. O Poder Moderador
fa b
estava acima dos demais Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo.
As províncias passaram a ser dirigidas por presidentes escolhidos pelo Imperador, e as elei-
ções eram indiretas e censitárias. Por eleição censitária entende-se que só podia votar quem
obedecesse a determinados critérios econômico-financeiros estabelecidos na Constituição. Os
mesmos critérios serviam para aqueles cidadãos que quisessem se eleger.
CURIOSIDADE
www.cers.com.br 32
Com duração de 65 anos de vigência, a Constituição Imperial de 1824 é considerada a mais
longa de toda a história do país, até então.
Conhecida como “Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil”, foi promulgada em
24 de fevereiro de 1891.
a l
n
Na Constituição de 1891 houve outras diversas inovações, dentre elas a criação do sufrágio
io
c
com menos limitações, instituição d habeas corpus, separação da Igreja e Estado, não mais
a
sendo considerada como oficial a religião católica.
u c
E PE d S
Foram responsáveis por aprovar a Constituição de 1891 o chefe de governo provisório da épo-
e
rt O
ca, Marechal Deodoro da Fonseca e o seu vice, Senador Rui Barbosa, que foi o Relator do pro-
jeto.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
A repartição dos Poderes seguiu a linda doutrinária de Montesquieu, onde era concebida a re-
r um
partição dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
A função do Poder Executivo era exercida pelo Presidente da República, que era eleito por
V FAB 90.0 @h
meio do sufrágio universal, e, votação direta e popular.
d
A 2 pes
Já o Poder Legislativo era exercido pelo Congresso Nacional, consagrado pela Câmara de De-
o
putados e pelo Senado Federal.
o ll
ia n
fa b
Por fim o Poder Judiciário organizou-se, no âmbito da União com juízes federais e tribunais
federais enquanto que nos Estados-membros, estruturou-se com juízes e tribunais locais.
Em 1933, quando o país era presidido por Getúlio Vargas, foi instalada uma nova Assembleia
Constituinte, responsável por inaugurar um novo Estado, com a Constituição de 1934.
www.cers.com.br 33
A partir da quebra do pensamento liberal do Estado, a Constituição de 1934 preocupou-se em
se comprometer com as questões sociais demonstradas pela grande discrepância entre os
setores produtivos.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
3.4. Constituição de 1937
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Em 10 de novembro 1937 foi outorgada a Constituição do Estado Novo pelo Presidente Getú-
A 2 pes
lio Vargas. Este dissolveu o Congresso Nacional, e outorgou a nova Carta Constitucional sem
qualquer consulta prévia. o o ll
i a
Esta Constituição ficou conhecida n também como Constituição Polaca, uma vez que Vargas
f a
descrente com a democracia, b se inspirou na Carta ditatorial da Polônia de 1935. Esta constitui-
ção aboliu os partidos políticos e concentrou todo o poder do Estado nas mãos do Chefe do
Poder Executivo.
www.cers.com.br 34
Extinção da liberdade partidária e da liberdade de imprensa.
Promulgada em 18 de setembro de 1946, esta constituição foi marcada pelo processo de re-
constitucionalização e redemocratização do país, antecipada da queda de Vargas.
a l
tiça do Trabalho e o Tribunal Federal de Recursos, independência dos Poderes Legislativo e
Judiciário, a restituição dos direitos individuais, a extinção da pena de morte, o fim da censura,
io n
reconstitucionalização do Mandado de Segurança e da Ação Popular, direito de greve e livre
associação sindical, pluralidade partidária, dentre outros.
a c
u c
3.6. Constituição de 1967 e a E.C 01/69
E PE d S
e
rt O
o IS L
Em 24 de janeiro de 1967 foi promulgada a “Constituição do Brasil”. No posto da Presidência
p
u U 67
S L 08- il.com
do país, o Marechal Castelo Branco queria dar ao Brasil uma constituição que representasse
os ideais da Revolução.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Assim, em 07 de dezembro de 1966 editou o Ato Institucional n. 4, o qual convocava o Con-
V FAB 90.0 @h
gresso Nacional para uma reunião extraordinária, que ocorreria no lapso temporal de 12 de
d 2 pes
dezembro de 1966 a 24 de janeiro de 1967.
A
o ll
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1967
o
ia n
fa b
Outorgou amplos poderes à União e ao Presidente da República em detri-
mento dos demais poderes.
www.cers.com.br 35
Ampliou a técnica de federalismo cooperativo, onde permitia a participação
de uma entidade na receita da outra, com notável centralização.
A Constituição de 1966 foi emendada por diversos Atos Institucionais (AIs), que ficaram mar-
cados como instrumentos de legitimação das ações políticas dos limitares.
Alguns estudiosos entendem que a E.C. n. 1/69 foi uma nova constituição. No entanto, a dou-
a l
trina majoritária entende que apesar de desmedida a E.C. n. 1/69, esta não foi capaz de inau-
n
gurar um novo Estado, por não cumprir requisitos necessários para isso. Assim entende BU-
io
LOS, 2014, p. 499.
a c
u c
“Para nós, a descomensurada Emenda Constitucional n. 1/69, que abarcou o Texto de 1967
E PE d S
quase por inteiro, não foi suficiente para dar ao Brasil a sua “sétima Constituição”.
e
rt O
Importante saber que, embora esta Constituição tenha sido nomeada de Constituição da Re-
p o IS L
pública Federativa do Brasil, é certo que esta foi outorgada pelo Regime Militar, abolindo direi-
tos e garantias dos cidadãos. u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
n
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA EMENDA CONSTITUCIONAL N.
ia
fa b 1/69
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Eleições indiretas para os governos estaduais.
p o IS L
tos e garantias individuais bem como das liberdades civis.
u U 67
S L 08- il.com
A Carta de 1988 instituiu normas transformadoras, como é o exemplo das novas normas traba-
r um N O .4
m a
lhistas, do direito ao voto dos analfabetos e dos jovens de 16 e 17 anos.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
i a n
b
fa CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
PRINCIPAIS
www.cers.com.br 37
Criação dos Tribunais Regionais Federais e do Superior Tribunal de Justiça
substituindo o Tribunal Federal de Recursos.
a l
Fim da censura aos meios de comunicação.
io n
a c
u c
d S
Alterações na legislação de seguridade social e assistência social.
E PE
e
rt O
o IS L
Constitucionalização do meio ambiente, ciência, tecnologia, comunicação
p
u U 67
S L 08- il.com
social, conferindo importância à família, ao idoso, ao índio e às crianças e
adolescentes.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h EXERCÍCIOS
A 2 pes
o ll
1. (UERR – 2018 – IPERON – RO – Auditor) Sobre a Constituição da República Federativa do
o
n
Brasil de 1988 é correto afirmar que:
ia
b
fa unicamente de forma implícita, ao contrário dos direitos individu-
A) Estabelece direitos sociais
ais, sempre explicitados em seu texto.
B) É estruturada em um modelo de bem-estar social, inclusive contemplando direitos sociais tal
qual, de forma até então inédita, o fez a Constituição mexicana de 1917.
C) Embora contemple diversos direitos sociais, não confere a estes a mesma consistência dos
direitos individuais, permitindo que sejam excluídos de seu texto por simples processo de re-
forma constitucional.
D) Adota, segundo o modelo das revoluções liberais do Séc. XVIII, uma defesa intransigente da
liberdade, contudo apenas de forma breve se reporta a direitos sociais.
E) Prevê um liberalismo puro, no qual a intervenção do Estado nas esferas sociais é mínima,
nos moldes preconizados por filósofos com Ayn Tand.
www.cers.com.br 38
2. (FUNRIO – 2018 – AL-RR – Assessor Técnico Legislativo) No processo histórico evoluti-
vo das constituições brasileiras, o voto feminino foi previsto expressamente pela primeira vez
na constituição de:
A) 1824.
B) 1891.
C) 1934.
D) 1937.
3. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – Juiz Substituto) A Carta Constitucional de 1967, o Ato Institu-
cional nº 5/1968 e a Emenda Constitucional nº 1/1969 representaram um período de anormali-
dade institucional que se prolongou até a Constituição de 1988. Sobre eles, pode-se afirmar
que:
E PE d S
C) O Ato Institucional nº 5 suspendeu as garantias constitucionais e legais da vitaliciedade,
e
rt O
inamovibilidade e estabilidade e excluiu da apreciação judicial os atos nele fundados.
p o IS L
D) A Carta de 1967, cujo projeto foi elaborado pelo Governo e que muitos consideram outorga-
da e não promulgada, manteve a prerrogativa que a Carta de 1946 conferiu ao Presidente da
u U 67
S L 08- il.com
República para expedir Decretos-leis.
um O .4 a
4. (FCC – 2018 – MPE-PB – Promotor de Justiça) A Constituição do Império do Brasil, de
r N m
e IA 8 o 0 t
1824, é considerada “semirrígida” porque:
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A) Admitia ser alterada em parte por lei comum e em parte por emenda constitucional.
B) Era composta menos por normas escritas e mais por normas costumeiras.
o ll
C) Reservava a modificação da matéria constitucional a leis complementares.
o
emenda constitucional. ia n
D) Submetia a plebiscito as modificações constitucionais, não a um processo parlamentar de
fa b
E) Não previa cláusulas pétreas.
5. (FCC – 2018- DPE-RS – Defensor Público) Sobre a evolução histórica das constituições
brasileiras, considera:
www.cers.com.br 39
A) II.
B) III.
C) I e II.
D) I e III.
E) II e III.
r um N O .4 a
A) Os direitos fundamentais foram expressamente previstos pela primeira vez na Constituição
m
e IA 8 o 0 t
de 1946, a qual sobreveio após a queda do Estado Novo.
V FAB 90.0 @h
B) A forma Federativa de Estado foi prevista na Constituição de 1891, mas ainda assim não foi
d
A 2 pes
assegurada autonomia aos Municípios na condição de entes federados.
C) Na Constituição de 1946 foi concedida ao Presidente da República autorização para expedir
o ll
decretos-leis e foi prevista a eleição para as Casas Legislativas por meio de voto direto e se-
o
creto.
ia n
D) O presidencialismo sempre acompanhou a forma republicana de governos desde que esta
fa b
foi implantada com a queda do Império.
www.cers.com.br 40
nam as Chefias de Estado e de Governo, constata-se que, na História constitucional brasileira,
o I e o II Império foram:
A) 22 de abril de 1500.
a l
B) 31 de março de 1964.
io n
C) 05 de outubro de 1968.
a c
D) 07 de setembro de 1822.
E) 15 de novembro de 1889. u c
E PE d S
e
rt O
GABARITO
p o IS L
QUESTÃO RESPOSTA
S L 08- i u U 67 QUESTÃO
o m
RESPOSTA
1 m O .4B
a 6 l.c A
r u N
e IA 8 o 0 t m
d
2
V FAB 90.0 @h C 7 B
A 3
2 pes C 8 B
4 o oAll 9 C
ia n
5
fa b E 10 C
4. NEOCONSTITUCIONALISMO
www.cers.com.br 41
Trata-se de um processo de constitucionalização do Direito como resposta as crueldades ocor-
ridas na Segunda Guerra Mundial. Por isso, tem como fundamento a garantia dos direitos
fundamentais, principalmente aqueles relacionados à dignidade da pessoa humana.
CONSTITUCIONALISMO X NEOCONSTITUCIONALISMO
a l
io n
Esse novo pensamento não se limitou a organização do estado, pois incluiu valores e
opções políticas com caráter ideológico para efetivação dos direitos fundamentais e do bem-
estar social.
a c
u c
d S
A Constituição foi reconhecida como centro do ordenamento jurídico. Sendo assim, do-
E PE
e
cumento jurídico com supremacia material e seu conteúdo dotado de força normativa, condi-
rt O
cionando a validade do Direito e disciplinando as atividades dos órgãos de direção política.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Neste contexto, esse movimento fortaleceu a separação dos poderes e, notadamente, a
autonomia do Poder Judiciário.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @hPARA SABER MAIS
A 2 pes
Superioridade hierárquica constitucional em relação as demais leis nacionais, ex-
o ll
ceto no que concerne aos tratados internacionais que versam sobre direitos huma-
o
nos.
ia n
fa b
A centralidade da Constituição e dos direitos fundamentais influenciou na Constitucio-
nalização do Direito.
www.cers.com.br 42
Além disso, as primeiras constituições legitimavam apenas a eficácia vertical dos direitos
fundamentais, visto que, estes eram oponíveis ao Estado. Todavia, no neoconstitucionalismo
esses direitos se aplicam nas relações entre particulares, como forma de garantir as normas
constitucionais no âmbito privado, criando a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
O autor alemão Konrad Hesse defendia a força normativa da constituição ao afirmar que
os princípios são normas e, por isso, tem força vinculante. No mesmo sentido, Ronald Dworkin
e Robert Alexy afirmaram que princípios e regras são espécies de norma.
a l
de Direito em substituição ao Estado Legislativo de Direito. Neste, a norma jurídica era válida
io n
quando estava conforme o direito posto. Por outro lado, no Estado de Direito a legalidade da
c
norma decorre da conformidade do seu conteúdo com os valores constitucionais.
a
u c
O novo sistema jurídico expande as constituições, agora repleta de princípios e regras, e
E PE d S
não apenas de valores constitucionais que eram adstritos a literalidade do texto.
e
rt O
o IS L
Essa corrente alterou tanto o direito constitucional como o Estado.
p
u U 67
S L 08- il.com
Além disso, importante mencionar que as constituições escritas limitaram o poder políti-
co do Estado.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
O marco histórico dessas mudanças é a formação do Estado Constitucional de Direi-
V FAB 90.0 @h
to em substituição ao Estado Legislativo de Direito, no século XX. Após a Segunda Guerra
d
A 2 pes
Mundial, a constituição passa a ser o centro do sistema jurídico, reconhecida como documento
jurídico e com carga valorativa.
o o l l
Com a criação do Estado de
i a n Direito, a Constituição adquire eficácia jurídica vinculante e
f a b
obrigatória. A legalidade subordina-se à Constituição e a validade das normas jurídicas depen-
dem da compatibilidade de sua produção e conteúdo com as normas constitucionais.
IMPORTANTE
www.cers.com.br 43
Nesse contexto, surge o modelo normativo axiológico constitucional cujo texto inclui
princípios e normas de direitos fundamentais, como também positiva os valores determinados
pela sociedade com conteúdo normativo que vincula as atividades do poder público e do parti-
cular.
Devido a vertente axiológica, as normas possuem hierarquia não apenas formal, mas de
valor e moral.
p o IS L
u U 67
Imperativa, superior e vinculante
S L 08- il.com
r um N O .4
Proteção dos direitos fundamentais perante o princípio democrático
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Eficácia irradiante das normas constitucionais os poderes públicos e
aos particulares
A 2 pes
o ll
Promoveu os direitos fundamentais, principalmente os direitos sociais
o
n
iaGarante o mínimo existencial
fa b
MARCOS DO NEOCONSTITUCIONALISMO
www.cers.com.br 44
Histórico Teórico Filosófico
Supremacia
Pós-positivismo
constitucional
Reaproximação de
Estado Constitu- Força normativa
Direito e Ética
cional de Direito Nova interpreta-
Direitos fundamen-
ção constitucio-
tais
nal
a l
io n
As constituições invasoras ou expansivas resultantes do neoconstitucionalismo consagraram
a c
em seus textos normas que estavam previstas no âmbito infraconstitucional, como também,
u c
abordaram valores morais e políticos. O processo de ampliação das matérias disciplinadas no
E PE d S
texto constitucional é definido como rematerialização das constituições.
e
rt O
Segundo Paulo Bonavides, como consequência a rematerialização surgiram novos direitos
fundamentais de quarta geração, que seriam:
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
a) Democracia: ampliação da democracia na garantia de direitos básicos para todos e nos
um O .4
meios de participação popular direta.
r N m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
b) Informação: direito de se informar, ser informado e a informar.
d
A 2 pes
c) Pluralismo: respeito à diversidade.
o o ll
Ademais, Paulo Bonavides consagra o direito de quinta geração: direito à paz.
ia n
fa b
4.2. Pós-positivismo
www.cers.com.br 45
Segundo o positivismo, a legitimidade da lei está atrelada ao direito posto. Neste sentido,
o direito se afasta da moral e da ética, sendo estabelecido com base na legalidade extrema.
Busca-se alcançar a neutralidade moral.
A teoria do positivismo foi criticada após a Segunda Guerra Mundial, tendo em vista que
nazistas e fascistas justificaram as violações aos direitos sob o prisma da legalidade jurídica.
Logo em seguida, a norma jurídica perde a validade em razão das injustiças da época.
No intuito de alcançar o ideal de justiça além da lei, o pós-positivismo cria uma nova her-
menêutica jurídica. Segunda essa intepretação é possível alcançar o fundamento legal e moral
a l
a ser aplicado no caso concreto a partir da análise literal da lei e dos princípios dotados de for-
ça normativa.
io n
a c
tais individuais e sociais. u c
Assim, essa teoria tem como objetivo garantir a plena efetivação dos direitos fundamen-
E PE d S
e
rt O
4.3. Constitucionalismo Global
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
um O .4 a
O constitucionalismo global se legitima ao final da Segunda Guerra Mundial com o reco-
r N m
e IA 8 o 0 t
nhecimento dos indivíduos como sujeitos de direitos internacionais.
d V FAB 90.0 @h
A capacidade jurídica internacional conferida as pessoas ocorre diante da criação de
A 2 pes
Tratados Internacionais que buscam assegurar direitos fundamentais universais, como os valo-
o ll
res da Liberdade, da Igualdade, da Justiça e da Fraternidade.
o
ia n
Tais direitos vão além do Estado soberano por serem inerentes a todos seres humanos
fa b
e, por isso, provocam à interdependência dos países em matérias comuns.
www.cers.com.br 46
c) Valor constitucional supremo a dignidade da pessoa humana, não podendo sofrer
qualquer limitação, ainda que seja por movimentos constitucionais.
l
dos direitos constitucionais, função essa que compete originalmente ao Poder Legislativo.
a
io n
O Poder Judiciário garante os direitos previstos no texto constitucional dentro dos limi-
a c
tes, visto que, não pode intervir nas questões políticas. No entanto, nas demais áreas é legíti-
u c
ma a atividade judiciária desde que as decisões do juiz tenham fundamentação legal.
E PE d S
O exercício da atividade judiciária nas funções do legislativo ocorre apenas para prote-
e
rt O
ger o núcleo essencial do direito fundamental (mínimo existencial), ficando limitado a proibição
de insuficiência.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Tal fato resultou na judicialização da política e das relações sociais.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0
Como exemplo, verifica-se o ativismo judicial quando o Supremo Tribunal Federal deli-
t
d V FAB 90.0 @h
berou sobre o direito de greve dos servidores público. Diante da lacuna normativa decorrente
da omissão legislativa, a Corte determinou que fosse aplicada a lei dos celetistas enquanto não
A 2 pes
houvesse legislação específica.
o o ll
ia n
fa
4.5. Transconstitucionalismob
O professor Marcelo Neves define transconstitucionalismo como o diálogo entre Estados Sobe-
ranos perante uma situação concreta que é relevante simultaneamente para diferentes ordens
jurídicas. Isto é, que pode ser decidida igualmente na legislação interna, internacional e supra-
nacional. Essa tese é definida como globalização do direito constitucional doméstico.
Neste sentido, Marcelo Neves propõe uma relação transversal permanente entre as distintas
ordens jurídicas em torno de problemas constitucionais comuns.
www.cers.com.br 47
mativa das constituições para alcançarem a decisão mais adequada e que respeite o interesse
de todos Estados envolvidos.
um O .4 a
berger, para refutar o ideal nacionalista autoritário do regime nazista, o qual foi vinculado a
r N m
e IA 8 o
questões étnicas e culturais. 0 t
d V FAB 90.0 @h
O patriotismo constitucional propõe uma identidade coletiva instituída nos princípios
A 2 pes
constitucionais democráticos e liberais com o objetivo de assegurar a integração e a solidarie-
o ll
dade social. Assim, busca superar o nacionalismo que opõe grupos distintos.
o
ia n
Neste sentido, opõe-se a tirania, a opressão, a impureza racial e a heterogeneidade cul-
fa b
tural ou política. Isto é, a qualquer forma de violação a diversidade étnica e cultural.
www.cers.com.br 48
NEOCONSTITUCIONALISMO
a l
PÓS-POSITIVISMO
io n
a c
c
Conceito: afasta o direito do absolutismo direito natural ou direito pos-
u
d S
to ao realizar uma releitura do Direito considerando a Moral e a Ética.
E PE
e
rt O
p o IS L
u U 67
CONSTITUCIONALISMO GLOBAL
S L 08- il.com
r um
Conceito: criação do sistema universal da ordem jurídico-político internacio-
N O .4
m a
nal diante dos valores constitucionais comuns que existem nas constituições
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
dos Estados, atribuindo valor constitucional supremo aos direitos humanos.
d
A 2 pes
o o ll ATIVISMO JUDICIAL
ia n
fa b
Conceito: evidencia-se quando o Poder Judiciário exorbita suas com-
petências decidindo sobre temas que são atribuídos constitucional aos de-
mais poderes.
TRANSCONSTITUCIONALISMO
PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL
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Conceito: almeja alcançar uma constituição intercultural que permita à
multiplicidade cultural conviver em uma sociedade pacífica.
EXERCÍCIOS
a l
A) À jurisdição constitucional, no âmbito de sua atuação como intérprete constitucional, é ve-
io n
dado assumir parcela de poder sobre as deliberações políticas de órgãos de cunho representa-
tivo.
a c
c
B) No neoconstitucionalismo atual, o âmbito de poder de deliberação política das maiorias de-
u
mocráticas é amplo e quase que incontrastável.
E PE d S
C) O valor normativo supremo da Constituição surge de pronto no neoconstitucionalismo, como
e
rt O
uma verdade autoevidente, latente na norma jurídica, agora reconhecido formalmente.
u U 67
S L 08- il.com
E) Os postulados éticos-morais deixam de ter vinculatividade jurídica, devendo os juízes consti-
r um
tucionais se ater à fundamentação objetiva preestabelecida pelo próprio sistema jurídico.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
2. (TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Um novo para-
V FAB 90.0 @h
digma para o constitucionalismo surgiu entre o final do século XX e o início do século XXI. Pro-
d
A 2 pes
cura ser uma resposta teórico-prática para a necessidade de se obterem eficácia e efetividade
para as normas constitucionais, sobretudo as portadoras de direitos sociais. Implanta, no Bra-
o ll
sil, modelo normativo-axiológico, com adoção expressa de valores e opções pela efetivação de
o
n
políticas públicas com sede constitucional. Muitas destas bastante específicas, como os servi-
ia
fa b
ços de saúde, educação e assistência social a hipossuficientes. Esse paradigma constitucional
possui algumas notas típicas, dentre as quais NÃO se encontram:
www.cers.com.br 50
O neoconstitucionalismo influenciou a atual CF e promoveu o fortalecimento dos direitos fun-
damentais, notadamente, dos direitos sociais.
A) Certo
B) Errado
p o IS L
ção e histórico das Constituições brasileiras, julgue o item que se segue. No neoconstituciona-
lismo, passou-se da supremacia da lei à supremacia da Constituição, com ênfase na força
u U 67
S L 08- il.com
normativa do texto constitucional e na concretização das normas constitucionais.
A) Certo
r um N O .4
m a
B) Errado
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A
neoconstitucionalismo: 2 pes
6. (PGE-GO - 2010 - PGE-GO - Procurador do Estado) Expressa uma das características do
o o ll
ia n
A) A limitação da argumentação jurídica ao raciocínio de subsunção norma-fato.
B) O expurgo de contribuições metajurídicas, como as advindas da ética e da moral, do pro-
cesso interpretativo.
fa b
C) O prestígio da lei em detrimento da Constituição.
D) O declínio da importância do Poder Judiciário, quando comparado com as funções assumi-
das pelos demais poderes.
E) O reconhecimento da força normativa dos princípios constitucionais.
7. (UEPA - 2012 - PGE-PA - Procurador do Estado) Assinale a alternativa que cite apenas
conceitos próprios da Teoria dos Direitos Fundamentais ou do Neoconstitucionalismo:
www.cers.com.br 51
8. (PGR - 2011 - PGR - Procurador da República) Assinale a resposta correta:
o ll
D) O neoconstitucionalismo caracteriza-se pela mudança de paradigma, de Estado Legislativo
o
ia
tro de todo o sistema jurídico.
n
de Direito para Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ocupar o cen-
fa b
E) As constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio da incorporação explícita,
em seus textos, de anseios políticos, como a redução de desigualdades sociais, e de valores
como a promoção da dignidade humana e dos direitos fundamentais.
GABARITO
1 D 6 E
2 A 7 C
3 A 8 C
www.cers.com.br 52
4 B 9 D
5 A 10 B
5. PODER CONSTITUINTE
5.1 Origem
O poder consti-
tuinte surgiu no
a l
século XVIII,
io ndecorrente do
a c movimento ilu-
E PE d S senvolveu o
e
rt O
pensamento ra-
cionalista, com a
p o IS L inserção do ho-
u U 67
S L 08- il.com mem no centro
r um N O .4
das relações jurídicas, e não mais a religião.
m a
e IA 8 o 0 t
Naquele período, o francês Emmanuel Sieyès (abade Sieyès) publica panfletos com o
V FAB 90.0 @h
seguinte título: “que é o Terceiro Estado?”. Nessa obra discorre sobre a existência de um poder
d
A 2 pes
imutável e inerente à nação, sendo todos os demais poderes constituídos subordinados a ele.
o o ll
Segundo abade, o poder emana da nação e apenas esta detém a atribuição de elaborar
ia n
documentos que disciplinam a organização do Estado. Influenciada pelas suas ideias, a Revo-
fa b
lução Francesa promove a legitimação do Terceiro Estado com a ascensão do povo no poder
político.
Nesse contexto, Sieyès formula a Teoria do Poder Constituinte e determina que a titu-
laridade deste poder pertence a nação.
www.cers.com.br 53
O poder constituinte é o poder de criar ou alterar uma Constituição consoante a vontade
do povo. A manifestação é realizada pelos representantes, no exercício da soberania popular.
5.3.1 Natureza
A corrente positivista defende que não existe fundamento jurídico prévio a criação do Es-
tado. O poder constituinte não deriva de um direito superior, pois inaugura a ordem jurídica.
Trata-se de poder de fato ou político, o qual antecede a própria Constituição e advém da von-
tade da sociedade.
a l
Diante disso, os positivistas entendem que o direito posto surge com a criação da Cons-
io n
tituição que ocorre a partir da formação do Estado. Por isso, afirmam que não há limitação ao
poder constituinte por não existir direito superior a ele.
a c
u c
É a corrente majoritária no Brasil.
E PE d S
e
rt O
Já para corrente jusnaturalista, o poder constituinte antecede a formação do Estado,
o IS L
pois existe um direito hierarquicamente superior a esse poder. Refere-se ao direito natural que
p
u U 67
S L 08- il.com
fundamenta a criação do poder constituinte, como também, limita a sua autonomia. Logo, o
poder constituinte é um poder de direito (ou jurídico), visto que, está sujeito ao direito natural.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
5.3.2 Titularidade
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A titularidade do Poder Constituinte é do povo, sendo o seu exercício delegado aos represen-
o ll
tantes. Ressalta-se que o povo é parte da nação que habita determinado território, ou seja,
o
n
pessoas que tem a mesma nacionalidade.
ia
fa b
Desse modo, o povo (engloba brasileiros natos e naturalizados) é o detentor da sobera-
nia estatal com o poder de elaborar a organização do Governo, nos termos do art. 1º, parágrafo
único, da CF/88: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes elei-
tos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Atenção: A titularidade do poder constituinte originário não pode ser modificada, nem mesmo
pelo poder constituinte derivado. E o exercício deste poder deve corresponder a vontade do
povo, caso contrário, será ilegítimo.
www.cers.com.br 54
ção é criada por um indivíduo ou por um grupo de indivíduos que alcançam o poder autocrati-
camente. Neste caso, o exercício do poder é autocrático ou por outorga e não há participação
popular.
Ademais, percebe-se que em ambas as formas que expressam o poder constituinte o ti-
tular é o povo, alterando apenas a forma de exercício.
IMPORTANTE
Povo: titular passivo do poder constituinte, ou seja, exerce este poder indire-
tamente.
a l
io n
Representantes eleitos: titular ativo do poder constituinte, visto que o exerce
diretamente em nome do povo.
a c
u c
Por exemplo: Assembleia Constituinte é um órgão colegiado formado
por representantes do povo.
E PE d S
e
rt O
p o IS L
5.3.3 Noções Introdutórias u U 67
S L 08- il.com
um O .4 a
Também conhecido como inaugural, genuíno ou de primeiro grau. É o poder que cria um
r N m
e IA 8 o 0 t
Estado, por meio da elaboração da primeira constituição do Estado ou uma nova constituição,
V FAB 90.0 @h
quando rompe com a ordem jurídica anterior.
d
A 2 pes
Tem a natureza jurídica política, pois não é norma e, sim, fato social.
o o ll
ia n
5.3.4 Características
fa b
De acordo com a corrente positivista, o poder constituinte possui as seguintes caracte-
rísticas:
a) Inicial: cria a ordem jurídica, não existindo nenhum poder antes ou acima dele.
ATENÇÃO!
Não tem que respeitar direito adquirido, ato perfeito ou coisa julgada. Toda-
via, a Constituição de 1988 atribui status de direito fundamental ao direito adquiri-
do desde que os dispositivos constitucionais sejam expressos em relação às nor-
mas futuras.
www.cers.com.br 55direito adquirido em face de uma
Segundo entendimento do STF, não há
nova Constituição (ADI 248).
c) Incondicionado: não se submete a nenhuma condição no que concerne a forma e ao
conteúdo. A Assembleia Constituinte define o procedimento para elaboração e aprovação das
normas na constituição.
d) Autônomo: não está subordinado a outro poder e, por isso, há liberdade conferida
aos representantes eleitos que exercem o poder constituinte originário para determinarem a
estrutura da nova constituição.
a l
n
e) Permanente: não se encerra com a elaboração da nova constituição. Permanece em
io
c
estado de latência, o que é definido como permanência do poder constituinte. Com isso, o povo
a
c
pode alterar a constituição para ficar de acordo com a realidade social que se impõe.
u
E PE d S
Por outro lado, a corrente jusnaturalista entende que o poder constituinte é inalienável,
e
rt O
permanente e incondicionado juridicamente. Distingue-se da positivista ao estabelecer que es-
se poder é limitado pelo direito natural.
p o IS L
5.3.5 Limitações materiais u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4 a
Os limites são admitidos por autores que defendem a corrente jusnaturalista (não positivista),
m
e IA 8 o 0 t
visto que, limitam os temas que podem ser legislados.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Segundo Jorge Miranda (1997, Tomo II, p. 107) existe três categorias de limites:
o ll
a) Limites transcendentes: são provenientes do direito natural, de valores éticos, da
o
n
consciência jurídica social e dos direitos fundamentais relacionados a dignidade da pessoa
ia
humana.
fa b
Esse limite instituiu o princípio da proibição do retrocesso (“efeito cliquet”), o qual de-
termina que no processo de criação da Constituição, o poder constituinte deve observar os di-
reitos fundamentais alcançados pela sociedade, desde que sejam objeto de consenso profun-
do. Caso ocorra a inobservância desses direitos, haverá um retrocesso. Assim, o princípio da
proibição do retrocesso visa impedir a reversibilidade dos direitos frente ao poder do governo.
c) Limites heterônomos: dizem respeito ao direito internacional que deve ser observa-
do pelo legislador do poder constituinte originário, diante de normas internacionais que impõe
www.cers.com.br 56
obrigações ao Estado, tanto no âmbito externo como no âmbito interno. Decorre do reconheci-
mento da importância de proteger os direitos humanos no mundo.
r um N O .4
Por exemplo, a Constituição Brasileira de 1988 é resultado da transição, uma vez que, a
m a
e IA 8 o 0
Constituição de 1967 previu este processo através de uma emenda que dispunha sobre a con-
t
V FAB 90.0 @h
vocação da assembleia constituinte.
d
A 2 pes
5.3.7 Dimensões o o ll
ia n
b
O poder constituinte originário pode ser:
fa
a) Material: trata do conteúdo, ou seja, direitos e valores que serão disciplinados no tex-
to constitucional, conforme a vontade do povo.
www.cers.com.br 57
5.4.1 Noções Introdutórias
5.4.2 Características
o o ll
É o poder responsável pela
i a nalteração do texto constitucional em relação a temas especí-
a bpara reforma constitucional decorrente de autorização prevista na
ficos. Assim, é a via ordinária
f
própria Constituição, no intuito de atualizá-la consoante o desenvolvimento social.
Verifica-se a manifestação desse poder por meio das emendas constitucionais (art. 59, I,
e 60 da CF/88).
O poder de reforma é disciplinado pelo poder constituinte originário. Logo tem natureza
jurídica, sendo condicionado e limitado.
a) Limitações temporais
www.cers.com.br 58
ATENÇÃO!
b) Limitações circunstanciais
a l
sa (art. 136, CF/88) e estado de sítio (art. 137, CF/88).
io n
As situações de anormalidade são: intervenção federal (art. 34, CF/88), estado de defe-
a c
u c
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h IMPORTANTE
A 2 pes
Nesse período, a emenda votada e aprovada antes da situação de anorma-
lidade pode seguir o procedimento normal com a promulgação e publicação, não
o o ll
sendo permitido a modificação do texto aprovado. Além isso, a proposta de emen-
ia n
da à constituição poder ser discutida, mas é proibida a votação.
b
fafederal ocorre somente em um estado da federação.
A intervenção
www.cers.com.br 59
As limitações formais são subjetivas, referem-se aos sujeitos que podem propor a emenda, os
quais são:
IMPORTANTE
u c
membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou
E PE d S
do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
e
rt O
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
p o IS L
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
u U 67
S L 08- il.com
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
Há também
r u
limitaçõesm
menos
N O .4
formais
m a
de três objetivas
décimos porque
centotratam
dos eleitores
dos de cada um deles.”
requisitos de aprovação
da
e IA 8 o 0 t
emenda, previsto no artigo 60, § 2° da CF/88. Segundo este dispositivo, a Proposta de Emenda
Constitucional:
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputa-
o ll
dos e Senado Federal), conforme o sistema bicameral.
o
ia n
A votação ocorrerá em dois turnos em cada uma das duas casas, totalizando quatro
votações.
fa b
Via de regra a votação começa na Câmera dos Deputados, salvo quando a emenda
for proposta por Senador, pois neste caso iniciará no Senado.
A emenda constitucional será aprovada se obtiver em ambas as casas legislativas
3/5 (60%, ou seja, maior que maioria absoluta) dos votos dos respectivos membros.
Se alguma das casas legislativas modificar parte do texto da emenda, apenas a altera-
ção retornará para outra casa para ser votada, sendo que a parte modificada não volta.
Ademais, a matéria rejeitada ou prejudicada em uma sessão legislativa, não pode ser reapre-
sentada na mesma sessão legislativa, independente do quórum (art. 60, § 5º da CF/88). A
www.cers.com.br 60
emenda somente poderá ser objeto de nova proposta na próxima sessão legislativa, ou seja,
no próximo ano.
Isso se aplica a medida provisória, mas não ao projeto de lei, que pode ser apresentado nova-
mente na mesma sessão legislativa pela maioria dos absoluta dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal (art. 62, § 10° e 67 da CF/88).
io n
tado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos poderes; e os direitos e ga-
rantias individuais.
a c
u c
E PE d S
Com essa restrição, as cláusulas pétreas asseguram direitos, princípios e valores, como
também a identidade material da Constituição e o processo democrático.
e
rt O
o IS L
No entanto, a expressão “tendentes a abolir” prevista no art. 60, § 4º da CF/88, não im-
p
u U 67
S L 08- il.com
pede a reformulação linguística das cláusulas pétreas, pois é vedado a alteração que alcança o
núcleo essencial contido em cada cláusula.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h IMPORTANTE
A 2 pes
As cláusulas protegem o núcleo essencial do dispositivo, e não a li-
teralidade dele. o o ll
i a n
fa b
Em relação a superioridade hierárquica dessas cláusulas frente aos outros dispositivos
constitucionais, entende-se que não existe por que não há hierarquia entre normas constitucio-
nais originárias. Trata-se de proteção superior conferida as cláusulas pétreas devido a impor-
tância do conteúdo de suas normas.
ATENÇÃO!
www.cers.com.br 61
As emendas constitucionais podem sofrer controle de constitucionalidade. Isso porque
normas constitucionais que não foram criadas pelo poder constituinte originário estão submeti-
das as restrições expressas e implícitas do texto constitucional, e assim, serão declaradas in-
constitucionais caso desrespeitem a Constituição.
IMPORTANTE
O poder reformador não pode criar outras cláusulas pétreas além das disciplinadas no
art. 60, § 4° da CF/88. Entretanto, é possível emenda constitucional que trata sobre aumento
a l
dos direitos e garantias individuais ao conteúdo da cláusula pétrea já existente. Essa ampliação
é constitucional e não poder ser abolida posteriormente.
io n
a c
c
Importante observar que no âmbito dos direitos e garantias individuais do art. 60, § 4°,
u
individuais. E PE d S
inciso IV da CF/88, não está previsto proteção aos direitos fundamentais, apenas os direitos
e
rt O
o IS L
Ademais, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os direitos individuais não se restrin-
p
u U 67
S L 08- il.com
gem ao art. 5° da CF/88, pois estão espalhados por todo texto constitucional.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h IMPORTANTE
A 2 pes
O voto obrigatório não é cláusula pétrea, sendo permitido emenda constitu-
o
cional que o torne facultativo.
o ll
ia n
fa b
PARA SABER MAIS
Norma supralegal se não for aprovado pelo rito das emendas constitucio-
www.cers.com.br
nais. 62
e) Limitações materiais implícitas
l
O artigo 60 da CF que dispõe sobre a forma de alteração do texto constitucional não po-
a
io n
de ser restringido. Isso porque é incoerente que o poder reformador modifique limitação impos-
ta pelo poder constituinte originário, o qual é superior ao reformador. Nesse sentido, esse artigo
é imutável por ser uma limitação implícita lógica.
a c
u c
d S
A teoria da dupla revisão ou dupla reforma defende a possibilidade de alterar a limitação
E PE
e
constitucional que foi determinada ao poder reformador para, em seguida, modificar o conteúdo
rt O
da norma constitucional. Isto é, eliminar o dispositivo da norma que impõe proibições ao exer-
p o IS L
cício do poder reformador, no intuito de reformular o texto expresso para retirar a vedação.
u U 67
S L 08- il.com
Segundo essa teoria, por exemplo, poderia extinguir artigo das cláusulas pétreas que dispõe
r um N O .4 a
sobre os direitos individuais (art. 60, § 4°, IV, CF) para revogar algum desses direitos. Do
m
e IA 8 o 0 t
mesmo modo, seria possível fazer uma nova revisão constitucional por meio da alteração ou
d V FAB 90.0 @h
revogação do art. 3° do ADCT, o qual permitiu apenas uma revisão que foi realizada em 1994.
A 2 pes
o o
ATENÇÃO!
ll
a n da dupla revisão sob o argumento de que a pri-
O Brasil não adota a teoria
i
fab
meira revisão não seria constitucional.
Outra limitação diz respeito à vedação da modificação do titular do poder constituinte originário
(povo) e do poder constituinte reformador (legislador). Não pode existir emenda que restrinja a
titularidade desses poderes.
Por fim, o art. 60, § 4°, inciso 4 da CF, prevê como cláusulas pétreas os direitos e garantias
individuais, não regulando os direitos sociais. À vista disso, há margem dúvida quanto a imuta-
bilidade desses direitos. Porém devem ser considerados como cláusulas pétreas implícitas pa-
www.cers.com.br 63
ra garantirem o mínimo existencial (prestações indispensáveis para existência digna do ser
humano).
A revisão está prevista no artigo 3° do ADCT, o qual dispõe que: “A revisão constitucio-
nal será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral”.
a l
io n
Nesse contexto, o Congresso Nacional teria competência para realizar a revisão uma
c
única vez, após 5 (cinco) anos da promulgação do texto constitucional de 1988. A proposta de
a
c
emenda revisional seria aprovada mediante voto da maioria absoluta do Congresso, em sessão
u
unicameral.
E PE d S
e
rt O
Verifica-se que o poder de revisão disciplinou o processo legislativo para aprovação das
o IS L
emendas revisionais mais simples que o procedimento das emendas constitucionais.
p
u U 67
S L 08- il.com
O poder revisional possui limitação temporal ao estabelecer data para realizar a revisão,
r um N O .4
bem como, limitação formal quando dispõe sobre sessão unicameral com voto da maioria ab-
m a
soluta.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
É permitido o controle de constitucionalidade das emendas de revisão constitucional.
A 2 pes
Ademais, a revisão constitucional foi realizada em 1993 e, por isso, no julgamento da
o o ll
ADI 981, o STF decidiu que a previsão do art. 3º do ADCT teve sua eficácia exaurida e a apli-
cabilidade esgotada.
ia n
fa b
ATENÇÃO!
www.cers.com.br 64
Poder outorgado aos entes estaduais da federação de elaboração das suas próprias
constituições, conforme o art. 11 do ADCT. É poder de natureza jurídica, sendo assim, limitado,
condicionado e secundário à Constituição Federal.
a l
dual, mas não é manifestação do Poder Constituinte Decorrente. Isso porque, os entes munici-
io n
pais se sujeitam a uma dupla vinculação, ou seja, observam as normas da constituição federal
e da constituição estadual simultaneamente.
a c
u c
Atenção: A autonomia do Município sofre limitação da Constituição Estadual e da Constituição
Federal.
E PE d S
e
rt O
o IS L
O Município não possui poder constituinte decorrente porque a lei orgânica municipal es-
p
u U 67
tá submetida a uma dupla vinculação. Enquanto esse poder retira a sua legitimidade direta-
S L 08- il.com
mente da Constituição Federal, ou seja, sujeita-se apenas ao ordenamento constitucional.
r um N O .4 a
Apesar do Município estar incluído no rol dos entes da federação, ele não possui legiti-
m
e IA 8 o 0 t
midade para editar constituição. Logo, não existe constituição no âmbito municipal, apenas lei
d V FAB 90.0 @h
orgânica que não tem natureza de norma constitucional. A violação dessa norma não gera in-
A 2 pes
constitucionalidade, mas ilegalidade.
o o l
lIMPORTANTE
ia n
b
fa do Poder Constituinte Originário, Decorrente ou Deri-
Não há manifestação
vado nos Municípios.
ATENÇÃO!
www.cers.com.br 65
Tendo em vista que os Estados-membros não são soberanos, pois possuem parcela de
autonomia que é restringida pelo poder constituinte originário, esses entes devem observar:
a l
b) Princípios constitucionais estabelecidos: são normas que tratam da organização
io n
da União aplicáveis aos Estados, Distrito Federal e Municípios por força do princípio da sime-
a c
tria. Por exemplo, regras do processo legislativo, normas sobre à organização do Tribunal de
u c
Contas da União (ADI 916-MT), requisitos para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito
(ADI 3.619-SP), etc.
E PEd S
e
rt O
c) Princípios constitucionais extensíveis: regras do texto constitucional que limitam a
p o IS L
autonomia dos Estados. Por exemplo, as normas que tratam sobre repartição de competên-
u U 67
S L 08- il.com
cias, organização dos poderes, sistema tributário, etc.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
CARACTERÍSTICAS
Originário
o o ll Derivado
ia n
fa b Decorre do poder cons-
tituinte originário com atribui-
Cria uma nova Consti-
ção de alterar o texto constitu-
tuição
cional ou editar as constitui-
ções estaduais.
www.cers.com.br 66
Permanente
fa b
O Supremo Tribunal Federal reconheceu a interpretação realizada pelo
Poder Judiciário como “instrumento de mutação informal da constituição”. (HC
91.361/SP)
www.cers.com.br 67
Trata de um poder de legitimação acima de um Estado, abrangendo a vontade de inte-
gração entre os estados com o objetivo de sujeitar as constituições nacionais à uma constitui-
ção suprema e universal. Busca estabelecer um novo conceito de soberania diante do plura-
lismo constitucional, isso quer dizer, criar uma constituição formada por um grupo de estado,
como exemplo, a criação de uma Constituição para União Europeia.
a l
EXERCÍCIOS
io n
a c
u c
1. (CESPE - 2015 - TRE-MT - Analista Judiciário - Judiciária) Com relação ao neoconstituci-
d S
E PE
onalismo, às normas constitucionais e ao poder constituinte, assinale a opção correta.
e
rt O
A) O fenômeno da mutação constitucional é um processo informal de alteração do significado
p o IS L
da CF, decorrente de nova interpretação, mas não de alteração, do texto constitucional.
u U 67
S L 08- il.com
B) As normas constitucionais de eficácia contida, apesar de ter aplicabilidade imediata, somen-
te produzem efeitos após edição de norma infraconstitucional integrativa.
um O .4 a
C) Decorre do poder constituinte derivado reformador a possibilidade de estruturação dos esta-
r N m
e IA 8 o 0 t
dos-membros, por meio de suas próprias constituições.
d V FAB 90.0 @h
D) O neoconstitucionalismo desenvolvido pelo modelo neoliberal de Estado revisita a concep-
ção de liberdade de mercado, resultando no enfraquecimento dos direitos sociais.
A 2 pes
E) A norma constitucional que trata da ação direta de inconstitucionalidade constitui elemento
o
formal de aplicabilidade da CF.
o ll
2. (Quadrix - 2018 - CREF - a
i nRegião (BA-SE) - Analista Advogado) No que se refere à
13ª
fab (CF), julgue o próximo item.
Constituição Federal de 1988
O poder constituinte derivado decorrente é aquele de cujo exercício resulta a alteração do texto
constitucional, revelando‐se condicionado e limitado.
A) Certo
B) Errado
3. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal)
O Poder Constituinte classifica-se em Poder Constituinte Originário e Poder Constituinte Deri-
vado. Assinale a alternativa que apresenta as características do Poder Constituinte Originário.
www.cers.com.br 68
D) Decorrente, limitado, subordinado e reformador.
E) Limitado, permanente, autônomo e condicionado.
A) Aprovada pela Casa Iniciadora e aprovada pela Casa Revisora, será a Proposta de Emenda
Constitucional encaminhada ao presidente da República para sanção ou veto, e, uma vez san-
cionada, seguirá para promulgação.
B) Desrespeitado o procedimento de criação da Emenda Constitucional, haverá inconstitucio-
nalidade formal, podendo ser questionada durante seu processo de criação ou depois de sua
edição, seja pela via difusa ou concentrada.
C) Aprovada pela Casa Iniciadora e rejeitada pela Casa Revisora, a Proposta de Emenda
Constitucional somente poderá ser reapresentada na próxima sessão legislativa.
D) Aprovada pela Casa Iniciadora e emendada pela Casa Revisora, a Proposta de Emenda
a l
Constitucional voltará para a Casa Iniciadora, para apreciar as emendas, a não ser que sejam
io n
meras emendas de redação que não alteram o conteúdo da norma. Nesse caso, a Emenda
Constitucional poderá ser promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado.
a c
u c
5. (IADES - 2019 - AL-GO - Procurador) No que concerne ao processo reformador na Consti-
E PE
tuição Federal brasileira, assinale a alternativa correta. d S
e
rt O
A) O processo legislativo é bicameral.
p o IS L
B) O início da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) é sempre pela Câmara
dos Deputados. u U 67
S L 08- il.com
C) Esse processo deve ser aprovado por dois turnos de votação no Congresso Nacional.
um O .4
D) Só é válido após sanção presidencial.
r N m a
e IA 8 o 0
E) Não há iniciativa extraparlamentar. t
d V FAB 90.0 @h
6. (UERR - 2018 - IPERON - RO - Auditor) “Só o povo entendido como um sujeito constituído
A 2 pes
por pessoas - mulheres e homens - pode 'decidir' ou deliberar sobre a conformação da sua or-
o ll
dem político-social. Poder constituinte significa, assim, poder constituinte do povo. Como já
o
ia n
atrás foi referido, o povo, nas democracias atuais, concebe-se como uma 'grandeza pluralística'
(P. Hãberle), ou seja, como uma pluralidade de forças culturais, sociais e políticas, tais como
fa b
partidos, igrejas, associações, personalidades, decísivamente influenciadoras na formação de
'opiniões', 'vontades', 'correntes' ou 'sensibilidades ' políticas nos momentos preconstituintes e
nos procedimentos constituintes”
(CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra:
EdiçõesAlmedinas, 2003. p. 75).
A) Estado, que a exerce por meio do Supremo Tribunal Federal, pois resta superada a lição
que apregoava pertencer ao povo.
B) Povo que a exerce sempre indiretamente.
C) Estado, que a exerce por meio da Assembleia Constituinte, pois resta superada a lição que
apregoava pertencerão povo.
www.cers.com.br 69
D) Povo, que a exerce sempre diretamente.
E) Povo, que a exerce ora diretamente, ora indiretamente.
7. (CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) Quando o termo “povo” aparece em
textos de normas, sobretudo em documentos constitucionais, deve ser compreendido como
parte integrante plenamente vigente da formulação da prescrição jurídica (do tipo legal); deve
ser levado a sério como conceito jurídico a ser interpretado lege artis.
Friedrich Müller. Quem é o povo? A questão fundamental da democracia. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2009, p. 67 (com adaptações).
Tendo o texto anterior como referência inicial, assinale a opção correta, relativamente ao poder
constituinte originário, ao poder constituinte derivado e ao poder derivado estadual.
o IS L
dever de concretizar, no nível estadual, os preceitos da CF.
p
u U 67
S L 08- il.com
8. (FCC - 2018 - SEAD-AP - Assistente Administrativo) As mudanças da Constituição Fede-
ral podem ocorrer mediante:
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
A) Emenda constitucional, na vigência de estado de defesa ou de estado de sítio, ouvido o
V FAB 90.0 @h
Conselho de Defesa Nacional.
d
A 2 pes
B) Emenda constitucional proposta por metade, no mínimo, dos membros da Câmara dos De-
putados ou do Senado Federal, pelo Presidente da República ou mais da metade dos governa-
o
dores das unidades da Federação.
o ll
ia n
C) Revisão constitucional periódica, realizada a cada cinco anos, a partir de sua promulgação,
pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional.
fa b
D) Aprovação, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
membros, de tratados internacionais sobre direitos humanos, que serão equivalentes às emen-
das constitucionais.
E) Emenda constitucional, na vigência de intervenção federal, ouvido o Conselho da República,
tendo em vista o seu caráter consultivo.
A) Certo
B) Errado
www.cers.com.br 70
10. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia) O Poder Constituinte é a mani-
festação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado.
A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que:
11. (CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica) Julgue o item que segue, a
respeito do poder constituinte.
a l
O poder constituinte originário outorgado aos estados federados permite que estes elaborem e
atualizem suas próprias constituições.
io n
a c
A) Certo
B) Errado u c
E PE d S
e
rt O
12. (CESPE - 2016 - ANVISA - Técnico Administrativo - Conhecimentos Específicos) Com
o IS L
relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue:
p
u U 67
S L 08- il.com
À luz do princípio da dignidade humana, a CF estabelece que, após a aprovação por qualquer
quórum durante o processo legislativo, todos os tratados e convenções sobre direitos humanos
r um N O .4 a
subscritos pelo Brasil passem a ter o status de norma constitucional.
m
e IA 8 o 0 t
A) Certo
d V FAB 90.0 @h
B) Errado
A 2 pes
o o ll
GABARITO
QUESTÃO n
RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA
1
2 fa bia A
B
7
8
A
D
3 B 9 A
4 A 10 E
5 A 11 B
6 B 12 B
www.cers.com.br 71
6.1 Noções Introdutórias
Com essa mudança surgem efeitos jurídicos, os quais iremos tratar neste capítulo, uma
vez que a ordem jurídica deverá ser reorganizada conforme a nova Constituição que a rege.
l
constituição e o início de sua vigência. Ela é determinada por uma cláusula expressa, e na falta
a
desta, a Constituição entra em vigência imediatamente.
io n
a c
Assim, caso a nova Constituição estipule uma Vacatio Constitutionis ela deve estabele-
u c
cer o seu prazo e este, por sua vez, não poderá ser adiado ou modificado por outro poder que
não o constituinte originário.
E PE d S
e
rt O
Durante o intervalo de tempo entre a data de promulgação da nova Constituição e o
p o IS L
início de sua vigência, permanecem vigentes as normas instituídas na constituição anterior,
u U 67
S L 08- il.com
mesmo que incompatíveis com a nova.
um O .4 a
Em relação às normas infraconstitucionais que entrarem em vigor no período de Vaca-
r N m
e IA 8 o 0 t
tio constituicionis, elas terão como parâmetro de validade a constituição anterior.
d V FAB 90.0 @h
À vista disso, tais normas, mesmo que estejam de acordo com a nova constituição, se
A 2 pes
estiverem em desacordo com a Constituição ainda em vigor, serão consideradas inconstitucio-
o ll
nais, pois a nova ainda não se encontra vigente no ordenamento jurídico.
o
ia n
fa b IMPORTANTE
“Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do
quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da
Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas
posteriores.”
PARA SABER MAIS
Entre as normas jurídicas que regulam a mesma matéria de forma conflitante, são
utilizados, para a resolução desses conflitos, critérios específicos. São eles: critério
cronológico (norma mais recente prevalece); critério hierárquico (norma hierarqui-
www.cers.com.br
camente superior prevalece); e critério de72
especialidade (norma específica preva-
lece sobre a norma geral).
a l
6.3. Revogação
io n
a c
c
Em regra, a nova constituição REVOGA a anterior de forma integral, pois inaugura
u
d S
uma ordem jurídica nova, por isso, a Constituição anterior deixa de ter validade no ordenamen-
E PE
to jurídico, vigorando apenas a superveniente.
e
rt O
p o IS L
No que tange à forma, a revogação pode ser TÁCITA OU EXPRESSA, quanto à sua
u U 67
S L 08- il.com
extensão, pode ser TOTAL OU PARCIAL. Vejamos:
r um N O .4
m a
Quanto à forma, a revogação pode ser tácita, isso ocorre quando há incompatibilidade
e IA 8 o 0 t
material entre um dispositivo antigo e outro mais recente, ambos produzidos pelo mesmo ór-
V FAB 90.0 @h
gão. Lembre-se que duas normas não podem regular a mesma disciplina de maneira integral.
d
A 2 pes
A revogação é expressa quando a norma posterior revoga a anterior de forma explícita
o ll
em seu texto, informando os dispositivos, especificamente, que devem ser revogados (de for-
o
ma geral não é suficiente).
i a n
b
fa a revogação pode ser total (ab-rogação), se abranger toda a lei
Quanto à extensão,
ou todo o dispositivo, ou parcial (derrogação), se atingir apenas parte deles.
www.cers.com.br 73
Em decorrência do surgimento de uma nova Constituição, que por sua vez, é a norma
fundadora da atual ordem jurídica, além do guia político, social, e funcional do Estado, sendo
hierarquicamente superior às demais normas, é incoerente que surja qualquer conflito com ou-
tra fonte normativa. No entanto, caso isso ocorra, é indiscutível que essas controvérsias serão
resolvidas em favor da Constituição vigente, tendo em vista, principalmente, a supremacia
constitucional.
Com base nesse entendimento, teorias doutrinárias foram criadas para discutir acerca
da não aplicação da norma infraconstitucional conflitante com a Constituição. Vamos à elas.
r um
ção deste problema no ordenamento jurídico é a revogação da mesma.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h ATENÇÃO!
A 2 pes
O entendimento do STF acerca desde tema é aplicação da Teoria da simples re-
o ll
vogação (ADIn 2/DF). Portanto, não são cabíveis as proposições de ações diretas
o
ia n
no controle abstrato (cabe ADPF), porém, podem ser discutidas em âmbito de
fa b
controle concreto/difuso, por se tratar de conflito de direito intertemporal.
6.5. Recepção
www.cers.com.br 74
Quando o Poder Constituinte Originário cria uma nova Constituição, o fundamento de
validade do ordenamento jurídico é também reestabelecido.
Agora você deve estar se perguntando o que ocorre quando as normas infraconstituci-
onais guardam INCOMPATIBILIDADE FORMAL com a Constituição superveniente.
a l
n
Como vimos anteriormente, se a norma infraconstitucional for materialmente compatí-
io
c
vel com a nova Constituição ela SERÁ RECEPCIONADA, o que ainda não foi mencionado é
a
u c
que, caso aquela guarde incompatibilidade formal com esta, havendo compatibilidade material,
a norma SERÁ RECEPCIONADA pois, no tocante à adequação FORMAL da norma, segue-se
E PE d S
a regra do tempus regit actum, portanto, se ela foi elaborada em conformidade formal com a
e
rt O
ordem jurídica vigente á época de sua elaboração, ela será válida.
p o IS L
u U 67
Outro ponto que devemos destacar, sobre a recepção de norma infraconstitucional
S L 08- il.com
FORMALMENTE INCOMPATÍVEL com a Constituição, é o de quando a Constituição super-
r um N O .4
veniente passa a exigir espécie normativa diferente da já existente para tratar da matéria regu-
m a
lada.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Como exemplo clássico temos a recepção pela Constituição de 1988 do Código Tribu-
A 2 pes
tário Nacional de 1966, este, apesar de ser uma lei formalmente ordinária, foi recepcionado,
o ll
por exigência constitucional, como uma lei complementar.
o
i a n estar regulada em espécie normativa diferente da exigida
Assim, apesar da disciplina
f a
pela Constituição, isso não bprejudicou sua recepção no ordenamento jurídico, porém, ela foi
recepcionada travestida na espécie normativa que é exigida na nova ordem jurídica instituída.
Além disso, você ainda pode se questionar o que ocorre caso uma disciplina esteja re-
gulada em ato normativo que não é mais previsto no novo ordenamento jurídico, como por
exemplo, o Decreto-Lei, que, hoje, não existe mais. A resposta é simples, a disciplina (possuin-
do compatibilidade material com a nova Constituição), será recepcionada também, porém, da
maneira que é exigida pela nova ordem jurídica.
Exemplo disso é o Código Penal Brasileiro, que foi elaborado na forma de Decreto-Lei,
mas foi recepcionado pela Constituição atual na forma de Lei Ordinária. Portanto, conclui-se
que ocorre a RECEPÇÃO DA DISCIPLINA LEGAL COM STATUS NORMATIVO EXIGIDO
pela nova Constituição.
www.cers.com.br 75
Outro ponto importante é que o STF, utilizando como fundamento a segurança jurídica
ou o excepcional interesse social, terá a faculdade de modular os efeitos da decisão (modula-
ção de efeitos) em relação à revogação ou recepção das normas infraconstitucionais.
Explico melhor. Tendo em vista que a recepção ou revogação da disciplina legal infra-
constitucional, via de regra, se dá no momento em que é inaugurada a nova Constituição, com
a modulação de efeitos, o STF poderá estipular qual o momento em que sua decisão (revoga-
ção ou recepção da norma) passará a valer.
io n
c
Outro ponto, relacionado à recepção das normas, é quanto a inadmissão de Ação Dire-
a
c
ta de Controle de Inconstitucionalidade. Esta, por sua vez, possui como requisito para ser in-
u
E PE
constitucionalidade, mas sim de recepção ou revogação.
d S
terposta que seu objeto não seja anterior à Constituição, pois se for, não se trata de caso de
e
rt O
o IS L
Nesse sentido, Lenza (2017) afirma que o controle de constitucionalidade pressupõe a
p
u U 67
S L 08- il.com
existência de relação de contemporaneidade entre o ato normativo editado e a Constituição
tomada como parâmetro ou paradigma de confronto. Porém, nada impede que seja interposta
um O .4 a
uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
r N m
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h IMPORTANTE
A 2 pes
o
Pode ocorrer a recepção de apenas uma parte da lei, como artigo, parágrafo, mas
o ll
o texto tem que ser inteiro, seja do artigo, do parágrafo ou do inciso.
ia n
fa b
6.6. Repristinação
A repristinação ocorre quando uma norma que não vigorava mais no ordenamento ju-
rídico volta a vigorar em virtude do surgimento de uma nova fonte normativa que revoga a
norma que tinha revogado a primeira, devolvendo, assim, sua vigência de maneira expressa.
Vamos lá, pense que existe uma norma que vamos chamar de norma “X” em nosso or-
denamento jurídico, só que mais tarde, a norma “Y” revoga a norma “X” e a substitui. Posteri-
ormente, surge a norma “Z”, que passa a vigorar em nosso ordenamento legal, de maneira que
revoga EXPRESSAMENTE a norma “Y” e, recupera, a vigência da norma “X”.
www.cers.com.br 76
Vejamos o que dispõe o artigo 2º, § 3º, da Lei de Introdução às normas do Direito Bra-
sileiro – LINDB acerca deste tema:
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que ou-
tra a modifique ou revogue.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por
ter a lei revogadora perdido a vigência.
Sobre a aplicação desta regra em relação a nova Constituição, quanto a ela repristinar
de forma automática as normas revogadas pela Constituição anterior, o entendimento da
DOUTRINA MAJORITÁRIA é de que a regra acima deve ser aplicada (artigo 2º, § 3º, da
LINDB), portanto, caso a Constituição nova não declare expressamente a volta de alguma
norma, ela continuará sem vigência no ordenamento jurídico.
p o IS L
vimento” (AGRAG 235.800/RS, rel. Min. Moreira Alves, DJ, 25.06.1999, P.16, Ementa. V.
u U 67
S L 08- il.com
01956-13, p. 2660, 1ª Turma – original sem grifos).
um O .4 a
Portanto, conclui-se que a repristinação constitucional do direito pretérito é possível, mas, para
r N m
e IA 8 o 0 t
tanto, deve estar expressamente descrita no texto constitucional.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll ATENÇÃO!
ia n
fa b
Importante atentar ao fato de que mesmo que uma norma esteja de acordo com a
Constituição vigente, se esta norma deixou de ser recepcionada por alguma consti-
tuição anterior e a que está vigor não tiver trazido, EXPRESSAMENTE de volta em
seu texto a validade dessa disciplina legal ao ordenamento jurídico, ela continuará
revogada.
www.cers.com.br 77
O efeito repristinatório, por sua vez, decorre do controle de constitucionalidade. A declaração
de inconstitucionalidade de uma norma possui efeito ex tunc, pois, teoricamente, a norma in-
constitucional nunca deveria ter existido. Ocorre, então, o desentranhamento da norma do or-
denamento jurídico, de maneira que todos os efeitos retroagem, como se a norma inconstituci-
onal nunca tivesse existido.
Reflita, se uma norma revoga outra e essa, por sua vez, é declarada inconstitucional e desen-
tranhada do ordenamento jurídico como se nunca tivesse existido, aquela, logicamente, nunca
teria sido revogada e substituída pela primeira.
Isso é o que chamamos de efeito repristinatório, assim, quando uma norma é revogada por
outra considerada inconstitucional, ela é revigorada em decorrência da segunda não possuir
aptidão para revogá-la.
a l
Apesar de o efeito repristinatório ser muito confundido com a repristinação, são fenômenos ju-
io n
rídicos diferentes. Para facilitar o seu estudo, vamos ao quadro com as diferenças entre esses
dois fenômenos:
a c
u c
E PE d S
e
Repristinação X Efeito Repristinatório
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Repristinação:
r u m N O .4 Efeito repristinatório
m a
e BIA .08 ho
- Todas as normas são válidas; 0 t
- Decorre da declaração de
V A 90 s@
- É necessário que haja disposição expressa
d F
inconstitucionalidade e consequentemente
da capacidade revogadora da norma;
A
para que ocorra (art. 2°,§ 3°, da LINDB);
2 pe
- É fenômeno autônomo da revigoração de
- Ocorre de forma automática (pode ser
normas repristinadas;
o llo
afastada em sede de controle abstrato por
decisão do STF);
ia n
- Obedece o princípio da não retroatividade
fa b
(art. 5°, XXXVI, CF/88)
- Depende da declaração de
inconstitucionalidade da norma revogadora,
portanto, não é um fenômeno autônomo;
IMPORTANTE
l
A constitucionalidade superveniente ocorre quando uma norma originariamente incompatível
a
plo uma emenda ou até uma mutação constitucional.
io n
com a constituição é convalidada a partir de alguma alteração constitucional, como por exem-
a c
u c
O Plenário do STF, em 2005 (RE 346,084/PR), sustentou a favor da não contemplação
d S
da constitucionalidade superveniente, de modo que a reforma constitucional não possui compe-
E PE
e
tência para validar normas que eram incompatíveis e se tornaram compatíveis através da dela.
rt O
p o IS L
Apesar de algumas turmas decidirem em sentido oposto, a posição do STF é pela NÃO
u U 67
S L 08- il.com
CONSTITUIONALIDADE SUPERVENIENTE.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
6.9. Desconstitucionalização
d
A 2 pes
o
A Desconstitucionalização ocorre quando a as normas da Constituição anterior, quan-
o ll
do compatíveis com o novo regime constitucional, continuam a vigorar, não mais como
ia n
Constituição, mas como disciplina infraconstitucional.
fa b
A desconstitucionalização, via de regra, NÃO é aceita no Brasil, mas existe a possibili-
dade de ser, caso, EXPRESSAMENTE, a nova ordem jurídica assim disponnha, pois o poder
constituinte originário é ilimitado e autônomo.
ATENÇÃO!
www.cers.com.br 79
De acordo com a corrente doutrinária defendida por JOSÉ AFONSO DA SILVA, CEL-
SO BASTOS, MICHEL TEMER e LUÍS ROBERTO BARROSO, o fundamento da não adoção
da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO no Brasil seria o fato da constituição inaugurar uma nova
ordem jurídica, revogando, portanto, completamente a ordem passada, sem precisar filtrar o
que é ou não compatível.
VACATIO CONSTITUTIONIS
a l
REVOGAÇÃO
io n
a c
u c
Conceito: a nova constituição REVOGA a anterior de forma integral. A
d S
Revogação pode se dar ser de maneira tácita ou expressa, abrangendo a
E PE
e
norma de maneira total ou parcial.
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
RECEPÇÃO
r um N O .4
m a
0 t
Conceito: As normas que estão de acordo com Constituição Materi-
e IA 8 o
d V FAB 90.0 @h
almente serão recepcionadas, mesmo que não possuam compatibilida-
de formal. Quando isso ocorre, a norma é recepcionada com o status nor-
A 2 pes mativo exigido.
o o ll
ia n
fa b REPRISTINAÇÃO
Conceito: ocorre quando uma norma que não vigorava mais no or-
denamento jurídico volta a vigorar em virtude do surgimento de uma nova
fonte normativa que revoga a norma que tinha revogado a primeira, de-
volvendo, assim, sua vigência de maneira expressa.
www.cers.com.br 80
co.
CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
a l
io n
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
a c
u c
Conceito: Desconstitucionalização ocorre quando a as normas da
d S
E PE
Constituição anterior, quando compatíveis com o novo regime constituci-
e
rt O
onal, continuam a vigorar como norma infraconstitucional.
p o IS L
Posição do STF: O plenário do STF não adota a teoria da desconstituciona-
u U 67
S L 08- il.com
lização, salvo por norma expressa (ED no agag nos edv nos ED no agrg no
r um N O .4AI 386.820/RS).
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o
6.10. Efeitos retroativos das normas
o ll
ia n
b
fa ou efeitos que venham a ocorrer durante a sua vigência, não al-
A lei, em regra, atinge fatos
cançando aqueles que aconteceram no período de validade da norma anterior. Isso porque, os
atos jurídicos se regem pela norma da época em que ocorreram (tempus regit actum).
Neste contexto, o Brasil admitiu a teoria subjetivista. Esta teoria expõe que a retroativi-
dade normativa é proibida quando prejudica direitos subjetivos que foram adquiridos anterior-
mente a nova norma.
Adota-se o princípio da não retroatividade que menciona que a nova norma deve res-
peitar os direitos subjetivos alcançados, como também, pode existir leis com eficácia retroativa
desde que não prejudique aqueles direitos. Assim, a lei pode retroagir se for benéfica.
IMPORTANTE
E PE d S
fere nas relações jurídicas anteriormente realizadas, sem considerar os direitos subjetivos al-
cançados da lei anterior.
e
rt O
p o IS L
Excepcionalmente, a lei nova pode retroagir para atingir efeitos pretéritos conforme o
u U 67
S L 08- il.com
grau de intensidade da norma. Assim, há três espécies de retroatividade:
um O .4 a
a) Retroatividade mínima, também chamada temperada ou mitigada:
r N m
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
A nova norma produzirá efeitos futuros sobre os fatos ou atos que ocorrerem a partir da
d 2 pes
sua vigência, ainda que referentes a negócios pretéritos. Desde que não atinja fatos ou atos
A
pendentes ou consumados que foram praticados na vigência da lei anterior.
o o ll
n
Por exemplo, entra em vigor uma nova lei que altera a taxa de juros que incidem no con-
ia
fa b
trato de financiamento. Essa lei atingirá as prestações vincendas dos contratos já celebrados e
os que serão realizados a partir da sua entrada em vigor, automaticamente.
Verifica-se, assim, aplicação imediata de uma nova lei, que gera efeitos futuros relacio-
nados aos atos ou fatos pretéritos, o que consiste em uma retroatividade mínima automática.
b) Retroatividade média
www.cers.com.br 82
A nova norma atinge os efeitos pendentes dos atos ou fatos praticados no passado. No
entanto, para que a lei atinja fatos pretéritos deve haver disposição legal expressa neste senti-
do.
Como exemplo, caso de um contrato celebrado com a taxa de juros de 8%, porém, lei
nova dispõe que a taxa será de 5%. Com isso, ao contrato será cobrado 5% de juros das pres-
tações vencidas, mas ainda não pagas (pendentes) e das vincendas.
a l
não se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção
de excesso a qualquer título.
io n
a c
c) Retroatividade máxima ou restituitória
u c
d S
A nova norma atinge os atos ou fatos consumados ou a coisa julgada, na vigência da lei
E PE
e
anterior. Com isso, as partes voltam ao status quo anterior.
rt O
p o IS L
Por exemplo, a lei entra em vigor alterando a taxa de juros do contrato e, com o grau de
u U 67
S L 08- il.com
intensidade máxima, retroagirá para atingir todas as prestações, inclusive as que já foram pa-
gas.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Observa-se a retroatividade máxima no artigo 231, § 6° da CF:
d V FAB 90.0 @h
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
A 2 pes
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
o ll
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
o
seus bens.
ia n
b
fa e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que te-
§ 6º São nulos
nham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere
este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que
dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indeni-
zação ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
derivadas da ocupação de boa-fé.
Neste artigo, a Constituição Federal regulamenta a posse permanente das terras indígenas,
mesmo aquelas que eles não estavam ocupando. Segundo o Informativo 771 do STF, as terras
que não estavam ocupadas pelos índios na época da promulgação da CF/88, mas que lhes
pertenciam antes, são consideradas terras indígenas por terem sido vítimas de esbulho pos-
www.cers.com.br 83
sessório. (STF. 2ª Turma. ARE 803462 AgR/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
9/12/2014)
ATENÇÃO!
a
ou consumados, exceto disposição expressa em contrário que permita a retroatividade.l
io n
Logo, as normas constitucionais originárias podem realizar as três espécies de retroati-
a
vidade, sendo a retroatividade mínima automática, e as demais expressas. c
u c
d S
No entanto, o direito brasileiro proíbe a retroatividade da leis, salvo nos casos autoriza-
E PE
e
dos pela Constituição Federal, visto que o princípio da irretroatividade veda o efeito retroa-
rt O
tivo da norma para prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada,
p o IS L
sob pena de inconstitucionalidade (art. 5º, XXXVI, CF).
u U 67
S L 08- il.com
O artigo 5, XXXVI, da Constituição Federal se aplica a todas as leis infraconstitucionais,
r um N O .4
de direito público e direito privado.
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h ATENÇÃO!
A 2 pes
A jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal menciona que é
o
proibido a legislação infraconstitucional retroagir para atingir ato jurídico perfeito,
o ll
ainda que alcance os seus efeitos futuros (retroatividade mínima).
ia n
fa b
Todavia, as Constituições Estaduais, as emendas à Constituição e as demais normais
infraconstitucionais estão limitadas pela irretroatividade da lei, exceto se houver previsão legal
ou nova lei penal que beneficia o réu. Busca-se, assim garantir a segurança jurídica (art. 5º,
inciso XXXVI da CF).
Paul Roubier defende que se a norma nova produz efeitos futuros relaciona-
dos as situações jurídicas constituídas na vigência da lei anterior, há efeito imediato
da norma, e não retroativo. Logo, apenas existe retroatividade média e máxima,
visto que, a mínima está adstrita ao que chamou de efeito imediato forte da nor-
ma.
www.cers.com.br 84
O STF já enfrentou o tema argumentando que: “...os dispositivos constitucionais têm vi-
gência imediata, alcançando os efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mínima). Sal-
vo disposição expressa em contrário – e a Constituição pode fazê-lo –, eles não alcançam os
fatos consumados no passado nem as prestações anteriormente vencidas e não pagas (retroa-
tividades máxima e média).” (RE 140.499, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ
9.9.1994)
Este artigo estabelece que o legislador não pode editar a norma e, posteriormente, reti-
rá-la do ordenamento, como forma de voltar atrás em relação a norma que ele mesmo propôs.
Desse modo, não podem os órgãos legislativos anular ou declarar a nulidade de atos normati-
vos, no intuito de dar efeito retroativo (ex tunc) à sua manifestação.
a l
io n
c
Ademais, diante da súmula 654 do STF, argumenta-se que a União não pode invo-
a
c
car a proteção do direito adquirido contra lei federal que suprima direitos da própria União.
u
E PE d S
e
rt O
RETROATIVIDADE
o IS L
RETROATIVIDADE
p
RETROATIVIDADE
Su LU 8-67 l.com
MÍNIMA MÉDIA MÁXIMA
m O 4 0 a i
u .
er IAN 80 otm
Lei nova alcança os Lei nova atinge os efei-
d V FAB 90.0 @h
efeitos futuros dos fatos tos pendentes dos fatos
Lei nova interfere nos
fatos consumados.
A 2 pes
anteriores a sua vigên- ocorridos antes dela.
cia. o o ll
ia n
fa b
EXERCÍCIOS
1. (CESPE – 2015 - Tribunal Regional Eleitoral - Goiás - Técnico Judiciário - Área Admi-
nistrativa ∙ Superior) Quanto ao conceito de Constituição e aos direitos individuais e de nacio-
nalidade, julgue os seguintes itens.
Devido ao status que tem uma Constituição dentro de um ordenamento jurídico, a entrada em
vigor de um novo texto constitucional torna inaplicável a legislação infraconstitucional anterior.
A) Certo
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B) Errado
A) Certo
B) Errado
3. (CESPE – 2012 - Tribunal Regional do Trabalho / 10ª Região - Analista Judiciário - Área
Execução de Mandados ∙ Superior) Em determinado país, como resultado de uma revolução
popular, os revolucionários assumiram o poder e declararam revogada a Constituição então em
a l
vigor. Esse mesmo grupo estabeleceu uma nova ordem constitucional consistente em norma
io n
fundamental elaborada por grupo de juristas escolhido pelo líder dos revolucionários.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
a c
u c
Caso a nova Constituição estabeleça que algumas leis editadas sob a égide da ordem consti-
E PE d S
tucional anterior permaneçam em vigor, ocorrerá o fenômeno da repristinação.
e
rt O
A) Certo
B) Errado
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
4. (FUNDATEC – 2019 - Instituto Municipal de Saúde de Estratégia de Saúde da Família –
um O .4 a
RS) Quando a lei ordinária, publicada sob o regime constitucional revogado, mantém a sua va-
r N m
e IA 8 o 0 t
lidade frente a promulgação de uma nova constituição, ocorre a aplicação da teoria da:
d V FAB 90.0 @h
A) Recepção.
A 2 pes
B) Hierarquia constitucional.
o
C) Força normativa constitucional.
o ll
D) Repristinação.
E) Adequação constitucional. ia n
fa b
5. (FCC – 2018 - Câmara Legislativa do DF - Consultor Legislativo - Área Constituição ∙
Superior) Considere, hipoteticamente, que em determinado Estado nacional seja promulgada
nova Constituição, na qual estejam contempladas as seguintes disposições:
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B) desconstitucionalização e recepção.
C) repristinação e recepção.
D) desconstitucionalização e repristinação.
E) recepção de normas constitucionais e repristinação.
d V FAB 90.0 @h
7. (FCC – 2018)Câmara Legislativa do DF - Consultor Legislativo - Área Constituição ∙
A 2 pes
Superior) Considere, hipoteticamente, que em determinado Estado nacional seja promulgada
o ll
nova Constituição, na qual estejam contempladas as seguintes disposições:
o
ia n
I. Permanecem válidos e consideram-se vigentes, com o caráter de lei ordinária, os dispositivos
fa b
da Constituição anterior que não contrariem esta Constituição.
II. As leis ordinárias promulgadas anteriormente à entrada em vigor desta Constituição man-
têm-se válidas e em vigor naquilo em que não sejam contrárias a esta Constituição.
9. (2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa
correta. Segundo o entendimento majoritário da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
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I. A norma de direito público incide imediatamente sobre ato jurídico já praticado, regulando os
seus efeitos futuros (retroatividade mínima) e preservando os efeitos anteriormente produzidos.
II. A irretroatividade da lei aplica-se tanto às leis de ordem pública (jus cogens) quanto às leis
dispositivas (jus dispositivum).
III. O direito adquirido a regime jurídico somente pode ser afastado por norma constitucional
superveniente.
IV. Se a lei alcançar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, será essa
lei retroativa porque vai interferir na causa, que é um ato ou fato ocorrido no passado.
u U 67
S L 08- il.com
C) De acordo com a jurisprudência do STF, uma lei processual que altere o regime recursal
terá aplicação imediata, incidindo inclusive sobre os casos em que já haja decisão prolatada
pendente de publicação.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
D) A CF não positivou expressamente a regra de que as leis não podem atingir fatos ocorridos
V FAB 90.0 @h
no passado, adotando, na verdade, a teoria subjetiva de proteção dos direitos adquiridos em
d
face de leis novas.
A 2 pes
E) O servidor público tem direito adquirido à manutenção dos critérios legais de fixação do va-
lor da remuneração. o o ll
i a n
b
fa - Analista de Controle - Jurídica) A respeito do poder consti-
11. (CESPE - 2016 - TCE-PR
tuinte, assinale a opção correta.
www.cers.com.br 88
E) O poder constituinte originário é incondicionado, embora deva respeitar os direitos adquiri-
dos sob a égide da Constituição anterior, ainda que esses direitos não sejam salvaguardados
pela nova ordem jurídica instaurada.
A) Em caso de conflito de leis no tempo, aplica-se ao servidor público a lei mais benéfica.
B) O efeito retroativo é expressamente proibido pela Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro.
C) A garantia da irretroatividade da lei não é invocável pela entidade estatal que a tenha edita-
do.
D) A garantia da irretroatividade cede às normas de ordem pública.
a l
E) O efeito retroativo apenas é admitido em matéria de meio ambiente.
io n
a c
u c
13. (CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto) De acordo com a doutrina,
norma constitucional superveniente editada pelo poder constituinte originário sem qualquer
ressalva tem eficácia
E PE d S
e
rt O
A) Retroativa máxima.
B) Retroativa média.
p o IS L
C) Retroativa mínima.
D) Somente para o futuro.
u U 67
S L 08- il.com
E) Exauriente.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA
1 ERRADO 7 D
2 ERRADO 8 B
3 ERRADO 9 C
4 A 10 10
5 B 11 B
6 B 12 C
13 C
www.cers.com.br 89
7. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Hermenêutica é a ciência que estuda a interpretação, os processos e as técnicas que dela de-
correm. A interpretação constitucional, por sua vez, tem por finalidade encontrar o real sentido
que o texto disposto na Constituição deseja transmitir. Nessa linha, a Hermenêutica Constituci-
onal é utilizada para resolver as divergências decorrentes das diferentes interpretações, ponde-
rar a utilização de bens jurídicos protegidos pela própria Constituição e garantir a aplicação
correta das normas constitucionais tanto pelo legislador infraconstitucional, como pelos magis-
trados e pela administração pública.
a l
caso concreto (realizada pelo Poder Judiciário), mas também na utilização desta pelos outros
io n
poderes (Legislativo e Executivo), pois, a Constituição Federal é nossa carta magna e rege o
Estado como um todo.
a c
u c
Diante disso, cabe questionarmos: é incumbência apenas do Poder Judiciário realizar a inter-
E PE d S
pretação constitucional? Apesar dessa ideia ter sido muito difundida, a resposta é NÃO! Os três
e
rt O
poderes têm competência para interpretar a Constituição, visto que ela influencia diretamente
o IS L
na organização do país, e na vida dos cidadãos.
p
u U 67
S L 08- il.com
PARA SABER MAIS
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Disposição normativa X Norma:
d V FAB 90.0 @h
Disposição normativa é a fórmula linguística que produz, é o enunciado que ain-
A 2 pes
da será interpretado, tem-se como exemplo o artigo 5º, II da Constituição Fede-
o ll
ral “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de
o
n
lei”, por outro lado a norma é o produto resultante da interpretação do texto dis-
ia
fa b
posto na norma, como por exemplo o Princípio da Legalidade extraído do artigo
5º, II, da Constituição Federal.
Existem duas correntes, interpretativas muito cobradas em concursos públicos, por is-
so, vale a pena conhecer cada uma delas:
www.cers.com.br 90
depois de um processo dedutivo, que é a análise de argumentos e fatos para se chegar à
uma dedução conclusiva, tendo como premissa uma norma da constituição. Portanto, essa
corrente se posiciona contra o ativismo judicial, não concedendo espaço para imposição de
valores pessoais ao caso concreto.
IMPORTANTE
As normas expressas ou explícitas, são disposições que possuem significado precisos e está
claro o que quer ser transmitido através dele, como por exemplo, o Princípio da Legalidade
extraído do artigo 5º, II, da Constituição Federal. Já as normas implícitas são deduzidas por
meio de raciocínio lógico-jurídico, não está claro na literalidade do texto.
a l
io n
a c
b) Corrente não interpretativista: essa corrente, por outro lado, defende a atuação
u c
do jurista pautada em valores substantivos, tais como igualdade, liberdade e evolução soci-
d S
al. À vista disso, o intérprete ajuda a construir uma norma a favor do ativismo judicial, recor-
E PE
e
rendo-se, para tanto, a fatores externos, como a realidade social da época. O que se busca,
rt O
portanto, é aplicação da norma constitucional em conformidade com o progresso social.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um
7.3. Métodos interpretativos tipicamente constitucionais
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A Hermenêutica constitucional é dotada de métodos próprios, utilizados na interpreta-
ção constitucional, estes, por sua vez, foram desenvolvidos ao longo do tempo pela doutrina e
A 2 pes
jurisprudência, objetivando uma melhor solução interpretativa. A seguir, em razão de ser uma
o ll
matéria cobrada com frequência em concursos públicos, vamos discorrer um pouco sobre cada
o
um deles:
i a n
a) b
fa ou método hermenêutico clássico: Este método defende que
Método jurídico
a interpretação da norma constitucional deve ser feita baseada em regras clássicas da her-
menêutica. Aqui, a Constituição é considerada pelo intérprete uma norma comum, assim co-
mo qualquer outra inserida em nosso ordenamento jurídico, sendo o texto analisado em sua
literalidade. Além disso, são utilizados como instrumentos de interpretação elementos filoló-
gicos, que é a interpretação textual. Ao realizar essa interpretação da norma constitucional,
esse método busca entender o momento histórico em que a norma foi criada, a fim de com-
preender o motivo pelo qual ela foi feita, pois ao compreender o contexto social, político e histó-
rico da época torna-se mais fácil a interpretação da mesma. Este método também tem como
característica a interpretação teleológica da norma, que consiste na análise do fato com a
causa final, buscando sempre o real sentido normativo.
b) Método tópico problemático: este método foi idealizado por Theodor Viehweg
e consiste na interpretação que prepondera o problema sobre a norma, ou seja, a interpreta-
www.cers.com.br 91
ção é uma forma de resolução da problemática discutida. Através da utilização de técnicas de
argumentação, cada um expõe o seu ponto de vista argumentando e defendendo-o, dessa
forma, é possível chegar a solução do caso concreto pela norma. Este método é bastante em-
pregado em casos de conflitos entre normas de direitos fundamentais, pois, nele, se obje-
tiva a harmonização dos direitos a serem utilizados no caso concreto, utilizando-se, portanto,
uma visão prática na interpretação da norma, intentando a resolução de problemas através
dela. Deste modo, a norma aqui é vista como algo aberto a novas interpretações.
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tucio-
nal
a c como tal
da nas
u c norma é co-
ques-
tões
E d ES locada em refe-
Su LU 08-67il.com
social tos
funda-
r um N O .4
m a men-
e IA 8 o 0 t tais
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
n
iaPARA SABER MAIS:
fa b
Interpretação x Construção constitucional:
www.cers.com.br 93
a) Princípio da unidade da constituição: este princípio dispõe que a Constituição
é una devendo seu conteúdo ser interpretado e considerado em sua totalidade, e não em uma
análise isolada, por isso, em seu texto, não há contradições ou hierarquia entre normas. Não
há possibilidade de existir normas inconstitucionais advindas do poder constituinte originário,
dessa forma, não há contradição real entre as normas constitucionais, o que é possível que
exista é o conflito aparente de normas, quando isso ocorre, há ponderação de princípios ou
subsunção das normas no caso concreto.
Subsunção e ponderação
a l
seria o encaixe do caso concreto na norma. Esta técnica que é usada para resolver
io n
conflitos entre normas. É auxiliada por critérios hierárquico, cronológico e de espe-
cialidade, além de metanormas.
a c
u c
A ponderação é técnica usada no conflito de princípios com idêntica hierarquia, a
E PE d S
fim de decidir qual a norma a ser utilizada para a solução deste conflito, de maneira
e
rt O
que o uso de um princípio prevalecerá, enquanto outro não. Análise realizada a
o IS L
partir de hierarquia axiológica, que consiste na atribuição de um peso maior a de-
p
u U 67
S L 08- il.com
terminado princípio apontando este como o que deve ser utilizado. Além disso, es-
sa hierarquia axiológica é móvel, a depender do no caso concreto em questão.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o ll
b) Princípio da máxima efetividade, da eficiência ou da interpretação efetiva:
o
n
esse princípio objetiva conferir à norma constitucional um sentido que lhe outorga maior efetivi-
ia
fa b
dade e eficácia social, de modo que viabilize a sua aplicação de forma mais célere.
c) Princípio da concordância prática ou harmonização: este princípio visa a
combinação harmônica de bens jurídicos, (caso ocorra algum tipo de conflito aparente entre
eles). Ele busca evitar a inaplicabilidade de um em função do outro, sendo utilizado, para tanto,
critérios de ponderação.
d) Princípio da justeza ou da conformidade, ou exatidão funcional: a interpreta-
ção não pode subverter o esquema funcional já criado pela Constituição. Assim, nenhum ór-
gão poderia alterar, pela interpretação, a organização funcional realizada pelo legislador.
e) Princípio do efeito integrador: este princípio defende que o intérprete deve bus-
car uma interpretação que vise a unidade política, pois, tendo em vista que a Constituição é um
elemento de integração, suas normas devem ser interpretadas de modo que seja garantida
com efetividade a integração política e social.
f) Princípio da força normativa da Constituição: idealizado por Konrad Hesse,
este princípio defende que as normas constitucionais devem ter o mínimo de eficácia, por-
tanto, devem estar em conformidade com a realidade social, jurídica e política, de maneira
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que estejam sempre atualizadas e aptas para serem aplicadas. Este princípio está de acordo
com a uniformização de julgados e a busca pela segurança jurídica, uma vez que valoriza a
eficácia e permanência da norma.
Este princípio foi elaborado pela jurisprudência alemã e a sua aplicação é destinada
somente às normas infraconstitucionais, ou seja, é um preceito que não tem como direcio-
namento o texto constitucional. Seu principal objetivo é fazer com que as outras normas do
ordenamento jurídico preservem a sua constitucionalidade e, consequentemente, sua vali-
dade, para que assim não sejam declaradas como inconstitucionais.
É impossível que esse princípio seja aplicado em normas que possuam um único
significado, visto que não há alternativa de se buscar uma interpretação diversa da que está
l
disposta. Por isso, somente é aplicado às normas com mais de um sentido, priorizando-se a
a
interpretação mais compatível com a constituição.
io n
a c
Outro ponto importante na aplicação deste princípio é o limite de interpretação razo-
u c
ável a ser respeitado pelo intérprete (ao desenvolver a interpretação da norma), para que o
E PE d S
sentido original do texto não seja corrompido e a vontade do legislador não seja desrespei-
e
rt O
tada, pois, caso isso aconteça, a separação dos poderes está sendo afetada.
p o IS L
A interpretação pode ser dividida ainda entre: a) interpretação conforme a constituição
u U 67
S L 08- il.com
com redução do texto; b) interpretação conforme a constituição sem redução do texto. A pri-
r um
meira (interpretação conforme a constituição com redução do texto) dispõe que a parte
N O .4
m a
e IA 8 o 0
corrompida da norma deve ter sua eficácia suspensa por ser inconstitucional. Por outro lado, a
t
d V FAB 90.0 @h
segunda (interpretação conforme a constituição sem redução do texto) ordena a exclusão
do sentido que seja inconstitucional ou atribuição de um sentido que seja alinhado aos precei-
A 2 pes
tos constitucionais, a sua finalidade, portanto, é de ajustar a norma à constituição.
o o ll ATENÇÃO!
ia n
Apesar de a interpretação conforme a constituição parecer muito com o
parâmetro de verificação de constitucionalidade utilizado nas Emendas Constituci-
fa b
onais, aquele também utiliza como parâmetro as próprias emendas constitucionais
(efetuadas pelo poder constituinte derivado).
ATENÇÃO 2!
A interpretação conforme a constituição no âmbito de controle de constitu-
cionalidade é bastante discutida, tendo em vista que este instrumento hermenêuti-
co busca a constitucionalidade das leis infraconstitucionais perante a própria Cons-
tituição. Portanto, cabe conceituar brevemente duas principais teorias sobre a natu-
reza jurídica da “interpretação conforme a Constituição”
a) Princípio interpretativo e técnica de decisão de controle (de
acordo com a doutrina majoritária no Brasil): pode ser usada tanto como téc-
nica interpretativa, com o objetivo de interpretar as normas infraconstitucionais de
acordo com a Constituição, tanto como nas decisões de em que se discutem
constitucionalidade de normas. Esse é o posicionamento da doutrina majoritá-
ria no Brasil,
b) Princípio interpretativo ou técnica de decisão a depender do
tipo de controle: é utilizado como instrumento hermenêutico no controle concre-
to de constitucionalidade e como técnica na decisão no controle abstrato, vincula
www.cers.com.br
inclusive os demais órgãos. Este é o posicionamento
95 atual do STF
Princípios da interpretação Constitucional
a l
-Constituição é - Visa a com- - Defende
io n - Defende que
una; binação har- que nenhum
a c as normas
- Conferir mônica de órgão pode-
u c - Busca uma constitucionais
- Em seu texto, sentido que bens jurídicos;
E PE d S
ria alterar, interpretação devem ter o
não há con- garanta maior
efetividade e - Busca evitar e
rt O
pela interpre- que
unidade
vise a
polí-
mínimo de
tradições ou
rapidez na p o IS L
a inaplicabili-
tação, a or-
tica.
eficácia, por-
hierarquia
entre normas aplicação da u U 67
S L 08- il.com
dade de um
ganização
funcional rea-
tanto, devem
estar em con-
constitucio- norma consti-
r um N O .4
bem jurídico
m a lizada pelo formidade
nais; tucional.
e IA 8 o 0
em função do
t legislador. com a realida-
to aparente de
o o ll
rios de ponde- - Em concor-
normas.
ia n ração. dância com a
fa b uniformização
dos julgados e
da segurança
jurídica
EXERCÍCIOS
1. (CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto) Assinale a opção que apre-
senta o método conforme o qual a leitura do texto constitucional inicia-se pela pré-
compreensão do aplicador do direito, a quem compete efetivar a norma a partir de uma situa-
ção histórica para que a lide seja resolvida à luz da Constituição, e não de acordo com critérios
subjetivos de justiça.
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A) hermenêutico-clássico
B) hermenêutico-concretizador
C) científico-espiritual
D) normativo-estruturante
E) hermenêutico-comparativo
p o IS L
A) A noção de filtragem constitucional da hermenêutica jurídica contemporânea torna dispen-
u U 67
S L 08- il.com
sável a distinção entre regras e princípios.
B) De acordo com o método tópico, o texto constitucional é ponto de partida da atividade do
r um N O .4 a
intérprete, mas nunca limitador da interpretação.
m
e IA 8 o 0 t
C) Segundo a metódica jurídica normativo-estruturante, a aplicação de uma norma constitucio-
V FAB 90.0 @h
nal deve ser condicionada às estruturas sociais que delimitem o seu alcance normativo.
d
A 2 pes
D) O princípio da unidade da Constituição orienta o intérprete a conferir maior peso aos critérios
que beneficiem a integração política e social.
o ll
E) Os princípios são mandamentos de otimização, como critério hermenêutico, e implicam o
o
i a n
ideal regulativo que deve ser buscado pelas diversas respostas constitucionais possíveis.
b
fa - Juiz Substituto) Com relação aos princípios e métodos de inter-
4. (VUNESP - 2018 - TJ-SP
pretação constitucional, pode-se afirmar que:
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D) segundo o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser inter-
pretadas como integrantes de um todo, de modo que, se qualquer delas implica ruptura da uni-
dade, deve ser declarada inconstitucional, conforme já decidiu o Supremo Tribunal na ADIN
815.
5. (VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto) O Supremo Tribunal Federal pacificou o enten-
dimento de que, “para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hedi-
ondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2 o da Lei
no 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fun-
damentado, a realização de exame criminológico.” Para chegar a essa decisão, o STF utilizou-
se da interpretação denominada:
A) integração normativa.
B) conforme a constituição com redução de texto.
C) mutação constitucional.
a l
D) clássica.
io n
E) conforme a constituição sem redução de texto
a c
u c
6. ( FGV - 2018 - AL-RO - Advogado) Na interpretação constitucional, há um método que atri-
E PEd S
bui ao intérprete o exercício de uma atividade intelectiva, que principia com o texto, não des-
e
rt O
considerando o direcionamento e os limites que oferece, e leva em consideração as especifici-
A) da ponderação.
u U 67
S L 08- il.com
B) da tópica pura.
r um N O .4
m a
C) da integração.
e IA 8 o 0 t
D) concretizador.
d V FAB 90.0 @h
E) clássico.
A 2 pes
o ll
7. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) Em recente julgamento nos autos da
o
ia n
ADPF no 132, o Supremo Tribunal Federal, diante da possibilidade de duas ou mais interpreta-
ções razoáveis sobre o art. 1.723 do Código Civil, que trata sobre a união estável entre homem
fa b
e mulher, reconheceu a união homoafetiva como família. Nesse caso, é correto afirmar que a
técnica de interpretação utilizada foi:
A) interpretação teleológica.
B) mutação constitucional informal.
C) interpretação conforme.
D) mutação constitucional formal.
E) ponderação pelo princípio da proporcionalidade.
8. ( VUNESP - 2018 - TJ-RS - Juiz de Direito Substituto) No ano de 2017, o Ministro Relator
Luís Roberto Barroso suscitou, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, uma questão de or-
dem na Ação Penal (AP) 937, defendendo a tese de que o foro de prerrogativa de função deve
ser aplicado somente aos delitos cometidos por um deputado federal no exercício do cargo pú-
blico ou em razão dele. O julgamento se encontra suspenso por um pedido de vistas, mas, se
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prevalecer o entendimento do Ministro Relator, haverá uma mudança de posicionamento do
Supremo Tribunal Federal em relação ao instituto do foro de prerrogativa de função, que ocor-
rerá independentemente da edição de uma Emenda Constitucional. A hermenêutica constituci-
onal denomina esse fenômeno de:
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Caso uma norma comporte várias interpretações e o STF afirme que somente uma delas aten-
V FAB 90.0 @h
de aos comandos constitucionais, diz-se que houve interpretação conforme.
d
A) Certo A 2 pes
B) Errado o o ll
ia nGABARITO
QUESTÃO fa
b RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA
1 B 6 D
2 D 7 C
3 E 8 C
4 B 9 A
5 C 10 CERTO
8. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Constituição
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Legislação
Atos infralegais
Para isso, o legislador constituinte originário criou requisitos necessários e fundamentais para o
l
controle, quais sejam: a) existência de uma Constituição rígida e formal; b) competência de um
a
órgão responsável por aferir este controle; c) supremacia da constituição.
io n
a c
A partir da rigidez da constituição, presume-se que há uma hierarquia normativa, a qual a
u c
Constituição ocupa o seu ápice, de maneira que é considerada como norma de validade para
E PE d S
as demais normas do sistema jurídico. Daí a necessidade de todos os atos normativos passa-
rem pelo controle de constitucionalidade.
e
rt O
ATENÇÃO! p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Deve-se atentar para o fato de que as normas de status constitucional, ou se-
V FAB 90.0 @h
ja, o bloco de constitucionalidade serve também como parâmetro para a
d
A 2 pes
aferição de compatibilidade de normas infraconstitucionais com a Constituição.
o o ll
ia n
fa b
A apreciação acerca da constitucionalidade de uma lei ou ato normativo é realizada no momen-
to em que esta lei ou ato normativo entra no ordenamento jurídico e, por essa razão, não há o
que se falar em constitucionalidade superveniente.
Inconstitucionalidade superveniente:
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0
Inconstitucionalidade superveniente
a l
n
Por essa razão, faz-se necessário estudar as diversas espécies de inconstitucionalidade, a
io
c
evolução histórica, os fundamentos do controle de constitucionalidade, o sistema de controle,
a
etc.
u c
E PE d S
8.2 e
rt O
Fundamentos do controle de constitucionalidade
p o IS L
u U 67
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Sabe-se que mesmo a Constituição sendo dotada de supremacia, ela não está isenta de abu-
sos por parte dos legisladores ordinários e autoridades públicas.
r um N O .4
m a
0 t
Em consequência disso vislumbra-se a necessidade de haver um instrumento capaz de frear
e IA 8 o
V FAB 90.0 @h
esses abusos, caso não seja respeitada a supremacia da constituição.
d
A 2 pes
Em relação ao controle de constitucionalidade é pertinente saber que:
o o ll
- O controle de constitucionalidade é realizado não apenas sobre atos legislativos, mas tam-
ia n
bém por atos executivos como medidas provisórias, e atos jurisdicionais, como regimentos in-
ternos de tribunais.
fa b
- O controle de constitucionalidade fundamenta-se também na proteção dos direitos e garantias
fundamentais bem como em certificar as liberdades públicas.
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1
Toda lei e ato normativo editado por órgãos públicos presumem-se constitucionais. No entanto,
essa presunção de constitucionalidade é relativa, pois admite o controle de constitucionalidade
de maneira pertinente.
Por esse motivo é que foram desenvolvidas as formas de controle que são classificadas das
diversas formas. A seguir, serão apresentadas algumas classificações mais cobradas em pro-
vas de concursos públicos.
A inconstitucionalidade por ação configura-se em uma conduta positiva, como por exemplo, a
a l
aprovação de uma lei que ofenda a Constituição seja em seu conteúdo (material), seja no seu
procedimento para criação (formal).
io n
a c
b) Inconstitucionalidade por omissão
u c
E PE d S
Já a inconstitucionalidade por omissão é caracterizada pela inércia legislativa na normatização
e
rt O
de regras constitucionais de eficácia limitada. Ocorre quando o Poder Público deixa de reali-
o IS L
zar uma conduta positiva prevista na Constituição.
p
u U 67
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Lembre-se que esta omissão pode ser total ou parcial. A omissão total é quando não há ne-
r um N O .4
nhuma regulamentação, enquanto que a omissão parcial configura-se quando já existe uma
m a
e IA 8 o 0
atuação por parte do Poder Público, no entanto esta atuação pode ser insuficiente e/ou
t
ineficiente.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
8.3.2. Quanto à norma constitucional ofendida
o
a) Inconstitucionalidade formal
o ll
ia n
fa b
Esta configura-se quando há um vício no procedimento de elaboração da norma (não foi res-
peitado o quórum para aprovação, por exemplo), ou quando o órgão que a editou não possuía
competência para tal.
- Inconstitucionalidade orgânica: ocorre quando é editada uma norma por autoridade ou ór-
gão incompetente para editá-la. Exemplo: lei municipal é editada para tratar sobre o uso de
farol durante o dia em avenida principal daquela localidade, porém o município é incompetente
para editar esta lei, pois é competência privativa da União legislar sobre trânsito e transporte
(art. 22, XI, CF/88).
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2
- Inconstitucionalidade formal propriamente dita: neste caso o vício estará presente na
inobservância quanto ao processo legislativo previsto na Constituição.
Exemplo 1: Lei complementar ser aprovada por maioria simples quando a Constituição em seu
artigo 69 prevê a maioria absoluta. Neste caso, estamos diante de um vício formal objetivo.
Exemplo 2: Quando um Senador propõe lei complementar para modificar os efetivos das For-
ças Armadas. Estamos diante de um vício de iniciativa, ou também conhecido como vício
formal subjetivo, pois no artigo 61, § 1º, I, CF/88, diz que é iniciativa privativa do Presidente
da República a criação de leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas.
um O .4 a
Inconstitucionalidade material é aquela em que a norma editada viola diretamente princípio ou
r N m
e IA 8 o 0 t
regra constitucional. Esse vício diz respeito conteúdo do ato normativo.
d V FAB 90.0 @h
Exemplo: Foi editada uma lei discriminatória no sentido de que servidores públicos do sexo
A 2 pes
masculino possuirão salário superior ao de servidoras do sexo feminino. Tal lei fere diretamen-
o ll
te o princípio da igualdade (art. 5º, caput, CF/88).
o
ia n
Lembre-se que uma lei pode ser apenas materialmente inconstitucional, formalmente inconsti-
fa b
tucional, como também poderá ao mesmo tempo possuir vício de inconstitucionalidade material
e formal.
a) Inconstitucionalidade total
A lei ou ato normativo será totalmente inconstitucional quando o vício se estender pelo conteú-
do em sua integralidade.
b) Inconstitucionalidade parcial
Já a inconstitucionalidade parcial como o próprio nome já diz, ocorre quando apenas uma parte
da lei ou ato normativo fere o Texto Constitucional.
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3
8.3.4. Quanto ao momento
a) Inconstitucionalidade originária
b) Inconstitucionalidade superveniente
a l
co. No entanto, como já mencionado anteriormente, no direito brasileiro não há a possibilidade
n
de ocorrer inconstitucionalidade superveniente. Nesse caso, o que ocorreria seria a revogação
io
ou não-recepção da lei ou ato normativo.
a c
8.3.5. Quanto ao prisma de apuração
u c
E PE d S
a) Inconstitucionalidade direta
e
rt O
p o IS L
Conhecida também como inconstitucionalidade imediata é aquela em que a lei ou ato normati-
u U 67
S L 08- il.com
vo confronta diretamente a Constituição, não havendo nenhuma intermediação de qualquer
outra norma. Importante ressaltar que apenas o vício direto permite o controle difuso ou con-
r um
centrado de constitucionalidade.
N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
b) Inconstitucionalidade indireta
d
A 2 pes
A inconstitucionalidade indireta, reflexa ou por arrastamento é aquela em que a lei ou ato nor-
o ll
mativo inconstitucional viola primeiramente um ato normativo infraconstitucional para depois
o
violar a Constituição.
i a n
fa b
Um exemplo de inconstitucionalidade é um decreto que viola dispositivo de lei, que viola a
Constituição.
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4
o decreto será ilegal e reflexamente inconstitucional. O decreto será submetido ao controle de
legalidade porque sua violação é indireta, caso contrário seria submetido ao controle de cons-
titucionalidade.
e
rt O
o IS L
Iremos nos ater a forma como é comumente apresentada pela doutrina e em provas em geral.
p
u U 67
S L 08- il.com
8.4.1. Quanto ao momento da fiscalização
a) Controle preventivo
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
O controle preventivo de constitucionalidade é realizado durante o processo legislativo, ou seja,
d
A 2 pes
antes do projeto de lei se tornar de fato uma lei. Este controle pode ser feito pelos três Pode-
res, embora comumente seja realizado mais pelo Poder Legislativo e Executivo.
o o ll
n
- Controle preventivo do Poder Legislativo: O Poder Legislativo exerce o controle preventivo
ia
fa b
de constitucionalidade por meio de suas comissões de constituição e justiça, verificando se
o projeto de lei possui algum vício passível de inconformidade com a Constituição.
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5
Assim, poderá o Congresso Nacional sujeitar o projeto do Presidente à votação única, proibin-
do qualquer emenda, antes dessa tornar uma lei de fato. Dessa forma, entende que nessa vo-
tação seria realizado também um controle de constitucionalidade preventivo.
Este veto poderá ser político ou jurídico. O veto jurídico faz parte do controle preventivo de
constitucionalidade, enquanto que o veto político diz respeito a algo que seja contrário ao inte-
resse público.
Como estamos tratando de controle de constitucionalidade, apenas o veto jurídico serve como
parâmetro para apurar o controle preventivo exercido pelo Poder Executivo.
a l
n
Caso o veto presidencial seja respeitado, o projeto de lei será arquivado e, conforme o artigo
io
c
67, CF/88, aplicando-se a regra do princípio da irrepetibilidade, onde o mesmo projeto de lei só
a
oria absoluta dos membros de qualquer uma das casas. u c
poderá ser apresentado novamente dentro da mesma sessão legislativa se tiver o voto da mai-
E PE d S
e
Porém, se o veto presidencial for derrubado e consequentemente a lei for publicada, esta pode-
rt O
o IS L
rá passar pelo controle de constitucionalidade posterior ou repressivo, o qual veremos logo
p
adiante.
S L 08- il.comu U 67
- Controle preventivo do Poder Judiciário: De maneira excepcional, o Poder Judiciário, por
r um N O .4 a
intermédio do STF poderá fazer o controle preventivo de constitucionalidade através da propo-
m
e IA 8 o 0 t
situra de medida judicial feita por algum parlamentar, que, em regra, é o Mandado de Segu-
rança.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Utilizando da medida judicial (em regra, o MS), o parlamentar visa coibir vícios durante a auto-
o o ll
rização de aprovação de emenda à constituição ou lei que são incompatíveis com preceitos
ia n
constitucionais que regulam o processo legislativo.
b
fa apenas efetiva o devido processo legislativo dos parlamentares.
Nesse caso, o Poder Judiciário
Assim, sendo o controle preventivo exercido pelo Judiciário uma medida excepcional, apenas
o parlamentar possui legitimidade para impetrar o MS nesse caso. Para isso, o parlamentar
obrigatoriamente precisa ser integrante da Casa Legislativa.
Importante lembrar que, diante da perda superveniente do mandato, ou seja, deixar de ser par-
lamentar, a ação será extinta pela perda superveniente de legitimidade ativa.
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6
- projeto de emenda à constituição que viola cláusula pétrea (art. 60, § 4º, CF/88).
Mandado de Segurança
Controle pelo Plenário
a l
impetrado por parlamen-
Controle pelo veto jurídi-
n
tar em face de violação
io
co (art. 66, § 1º, CF/88).
c
à cláusula pétrea ou ao
a
Controle por delegação
u cprocesso legislativo (ex-
ceção).
atípica (art. 68, § 3º,
E PE d S
CF/88).
e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
r um N O .4
m a
b) Controle repressivo
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
O controle repressivo ocorre logo após a lei ou ato normativo entrar no ordenamento jurídico.
A 2 pes
Assim, os órgãos de controle irão verificar se a lei ou ato normativo possui algum vício durante
o ll
o seu procedimento (vício formal), ou em seu conteúdo (vício material).
o
i
- Controle repressivo do Podera nLegislativo: Conforme o artigo 49, V, CF/88, o controle re-
pressivo ocorrerá quandoaob
f Legislativo decretar a sustação de atos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar, ou dos limites de delegação legislativa. Exemplo disso é
quando o Chefe do Executivo edita um regulamento autônomo, sem fundamento constitucional
ou legal.
Quando o Poder Legislativo rejeita alguma medida provisória editada pelo Presidente da
República, também está exercendo o controle de constitucionalidade repressivo (art. 62, §§ 1º,
5º e 10, CF/88).
- Controle repressivo do Poder Executivo: Nesse caso, poderá o Chefe do Poder Executivo
negar o cumprimento de leis ou atos normativos considerados inconstitucionais, em ra-
zão do princípio da supremacia constitucional e desde que o faça de maneira motivada, de-
monstrando transparência e ajuizando a respectiva ação de controle abstrato.
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7
- Controle repressivo do Poder Judiciário: Como bem se sabe, é função típica do Poder
Judiciário exercer o controle de constitucionalidade.
ATENÇÃO!
Embora o CNJ e o CNMP façam parte do Poder Judiciário, estes atuam ape-
nas como órgãos administrativos e, por essa razão, não possuem competên-
cia para exercer o controle de constitucionalidade.
a l
io n
a c
LEGISLATIVO EXECUTIVO
u c JUDICIÁRIO
Sustação de atos do E PE d S
Chefe do Poder Executi- e
rt O
vo (art. 49, V, CF/88).
p o IS L
Negar o cumprimento de Exercer o controle de
u U 67
S L 08- il.com
leis ou atos normativos constitucionalidade (arts.
r um N O .4 considerados inconstitu-
m a 102, a e § 1º; 103, § 2º;
e IA 8 o
Rejeição de Medida 0 t cionais. 125, § 2º, CF/88).
V FAB 90.0 @h
Provisória (art. 62, §§ 1º,
d 2 pes
5º e 10, CF/88).
A
o o ll
ia n
fa b
8.4.2. Quanto à finalidade
a) Controle concreto
Conhecido também como controle incidental, o controle concreto é aquele em que a inconstitu-
cionalidade de uma lei ou ato normativo é aferida dentro de um processo subjetivo, onde há
partes que litigam sobre algo.
Nesse caso, a inconstitucionalidade da lei não é o pedido principal da lide, mas sim apenas a
causa de pedir.
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8
Desse modo, objetivando a defesa de um direito subjetivo das partes, o controle concreto apre-
senta algumas características:
- O objetivo principal do processo é alcançar um direito subjetivo de uma das partes, nesse ca-
so a inconstitucionalidade é simplesmente a causa de pedir;
b) Controle abstrato
a l
io n
c
Diferente do controle concreto, o controle de constitucionalidade abstrato é aquele que visa
a
c
defender um direito objetivo previsto na Constituição, não havendo a necessidade de ter um
u
ações de controle (ADI, ADO, ADC, ADPF). E PE d S
problema concreto específico. Nesse caso, a inconstitucionalidade é resolvida por meio das
e
rt O
o IS L
São características que marcam o controle abstrato:
p
u U 67
S L 08- il.com
- O objetivo principal do processo é declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato nor-
r um N O .4
mativo, e não proteger os interesses de particulares;
m a
e IA 8 o 0 t
- O controle abstrato é realizado de maneira autônoma, não sendo necessário um caso con-
creto;
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
- Os efeitos da declaração de inconstitucionalidade da norma jurídica são erga omnes;
o o ll
n
- É um processo objetivo que possui como finalidade resguardar a supremacia da Constitui-
ia
ção.
fa b
8.4.3. Quanto à competência
O controle difuso nasceu nos Estados Unidos e a partir dele é possível que qualquer juízo rea-
lize o controle de constitucionalidade. Por outro lado, o controle concentrado de constitucionali-
dade teve o seu advento na Áustria e teve como seu grande idealizador Hans Kelsen.
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9
Realizado por Caso Marbury v.
DIFUSO Norte-americano
qualquer juízo Madison, EUA,
1803
Hans Kelsen e
Realizado por
CONCENTRADO Austríaco Constituição da
Tribunal exclusivo
Áustria, 1920.
a) Controle difuso
a l
A partir da influência norte-americana no primeiro caso da história (Marbury v. Madson), o con-
n
trole difuso de constitucionalidade é aquele que pode ser realizado por qualquer juízo indepen-
io
dente de sua instância.
a c
u c
É relevante observar o que os efeitos da decisão que declara uma norma inconstitucional cau-
E PE
sam tanto no aspecto temporal quanto no aspecto subjetivo. d S
e
rt O
No sentido temporal, a decisão que considerar uma norma inconstitucional, esta será declara-
p o IS L
da nula, assim, todos os seus efeitos também serão nulos. Dessa forma, a sentença que decla-
u U 67
S L 08- il.com
ra a inconstitucionalidade da norma possui efeito declaratório e retroagirá ao momento em
que a norma foi editada.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
Já do ponto de vista subjetivo, o efeito da decisão que declara tal norma inconstitucional é
d V FAB 90.0 @h
inter partes. Dessa maneira, não importa se a decisão foi proferida pelo STF no exercício de
A 2 pes
sua competência originária ou em sede de Recurso Extraordinário, pois os efeitos continuarão
sendo limitados às partes.o o ll
i a
Em relação aos efeitos da decisãonque declarou uma leio ou ato normativo inconstitucional al-
cançarem apenas as partesb
f a de um processo, o artigo 52, X da CF/88 permite que o Senado
Federal por meio de resolução suspenda a execução do ato normativo ou lei declarada incons-
titucional pelo STF, para que dessa forma, os efeitos passem a ser erga omnes, e não mais
inter partes.
A teoria da abstrativização do controle difuso defende que a decisão proferida pelo STF no
controle difuso de constitucionalidade que declarou inconstitucional a lei ou ato normativo obje-
to do processo, é por si só suficiente para suspender a lei ou ato normativo inconstitucional.
Dessa forma a decisão do STF no controle difuso de constitucionalidade possui efeito vinculan-
te e erga omnes.
Para os defensores dessa teoria, eles sustentam que o artigo 52, X, CF/88 teria sofrido muta-
ção constitucional.
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0
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
b) Controle concentrado
a l
Como o próprio nome já diz, o controle concentrado de constitucionalidade é aquele em que a
io n
competência para averiguar a constitucionalidade das normas está centralizada em um único
Tribunal.
a c
u c
d S
Possui como referência o modelo austríaco idealizado por Hans Kelsen.
E PE
ATENÇÃO! e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
No Brasil, adotamos o sistema de competência do controle difuso (reali-
r um N O .4 a
zado por qualquer juiz) e concentrado (realizado por Tribunais Superio-
m
e IA 8 o 0 t
res) de constitucionalidade. Assim, nosso país adota o controle misto.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
o o ll
ia n
b
8.4.4. Quanto à natureza do órgão
fa
Esta classificação diz respeito apenas a participação do Poder Judiciário no controle de consti-
tucionalidade, podendo o controle ser político, jurisdicional ou misto.
a) Controle político
O controle de constitucionalidade político é aquele realizado por órgãos públicos não perten-
centes ao Poder Judiciário. É realizado pelos Poderes Legislativo e Executivo, podendo tam-
bém ser realizado por um órgão criado para esta finalidade.
Um dos fundamentos que é utilizado para justificar o controle político é que o Poder Judiciário
exercendo o controle de constitucionalidade acaba por anular as decisões do Legislativo e
Executivo, de maneira que atentem ao princípio da separação dos Poderes.
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1
Em contrapartida, existem algumas críticas quanto a esse modelo político, como por exemplo,
afirmar que o controle político é redundante, uma vez que permite que o próprio Poder Legisla-
tivo averigue a constitucionalidade de leis e atos normativos que ele mesmo criou.
b) Controle jurisdicional
É o controle exercido pelo Poder Judiciário, podendo ser desempenhado tanto por juízes como
pelo órgão de cúpula.
c) Controle misto
a l
io n
Conhecido também como controle híbrido é aquele que se submete aos controles político e
a c
jurídico ao mesmo tempo. Sua finalidade é ponderar os prós e contras dos controles político e
jurídico, corrigindo as deformidades.
u c
E PE d S
O controle misto é considerado o mais adequado, pois algumas matérias são controladas pelo
e
rt O
Judiciário enquanto outras são fiscalizadas pelo Legislativo e pelo Executivo.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
O Brasil adota o sistema misto de controle de constitucionalidade.
r um N O .4
8.4.5. Quanto ao tipo de pretensão
m a
e IA 8 o 0 t
Deve-se saber que essa divisão é sempre observada na parte prática das ações de controle.
d V FAB 90.0 @h
Serve para indicar a peça processual ideal para casa caso. Dessa forma, a pretensão em juízo
A 2 pes
poderá ser de processo constitucional subjetivo ou objetivo.
o
a) Controle em processo subjetivo
o ll
ia n
fa b
O controle de constitucionalidade que ocorre em processo subjetivo é aquele que visa a prote-
ção de direitos subjetivos das partes. Há autor e réu, e o pedido desta demanda configura-se
na proteção de direitos subjetivos.
Dessa maneira, quem propõe a ação nesse caso, não possui um direito subjetivo o qual pre-
tende garantir, mas sim um direito objetivo que atinge toda a população.
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8.5. Controle difuso
Como dito anteriormente, o controle de constitucionalidade difuso teve sua origem histórica nos
Estados Unidos a partir do precedente fixado em Marbury v. Madison.
Foi em 1803 que a supremacia constitucional alcançou sua eficácia, quando o então Presiden-
te da Suprema Corte norte-americana, John Marshall reconheceu o poder de controle do Poder
Judiciário sobre os demais Poderes, permitindo assim a nulidade dos atos dos Poderes Execu-
tivo e Legislativo que fossem contrários ao que era previsto na Constituição.
O cenário onde tudo isso se passou foi na disputa política pela Presidência dos Estados Uni-
dos, quando o então Presidente, John Adams foi derrotado por Thomas Jefferson, na campa-
nha da reeleição.
l
Em 1801, John Adams ainda Presidente dos Estados Unidos, nomeou diversos correligionários
a
n
para assumirem cargos do Judiciário, os quais teriam diversas garantias, como irredutibilidade
io
c
de vencimentos e vitaliciedade. Dentre os nomeados estava William Marbury, que foi designa-
a
do para o cargo de Juiz de Paz, no Distrito de Columbia.
u c
d S
Embora Marbury tivesse sido nomeado, para consolidar sua designação, seria necessário que
E PE
e
ele recebesse o título da comissão. Então assim que Thomas Jefferson assumiu a presidência,
rt O
o IS L
este ordenou a James Madison, seu Secretário de Estado que não entregasse o título de Juiz
p
u U 67
de Paz à Marbury que, por essa razão não tomou posse e requereu à Suprema Corte norte-
S L 08- il.com
americana que notificasse Madison para se explicar.
r um N O .4 a
Madison não se explicou e então Marbury com a intenção de efetivar sua nomeação interpôs
m
writ of mandamus. e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Diante dessa situação, Marshall que fora um estadista convertido em juiz se viu obrigado a
analisar questões entre a competência para apreciação do writ of mandamus. Isso se deu por-
o o ll
que houve um conflito entre a legislação ordinária que atribuía competência à Suprema Corte e
ia n
as disposições constitucionais vigentes que indicavam o contrário.
b
fa da competência para apreciar o writ of mandamus impetrado por
Feito isso, Marshall declinou
Marbury em hipótese não autorizada pela Constituição. A inovação e originalidade da decisão
de Marshall abriu precedentes para o nascimento se um sistema único de fiscalização normati-
va, mais tarde intitulado como judicial review, o qual passou a reconhecer a a competência pa-
ra juízes e tribunais de maneira difusa declararem a nulidade dos atos considerados inconstitu-
cionais.
No Brasil, desde a Constituição de 1981 o modelo de controle difuso foi consagrado e perdura
até hoje, com as adaptações necessárias às peculiaridades de sistema jurídico brasileiro.
Dessa forma, é necessário saber que no Brasil o controle difuso de constitucionalidade permite
que juízes e tribunais declarem de maneira incidental a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
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mativo que fira a Constituição. A finalidade principal do controle difuso é resolver a litígio sobre
um direito subjetivo dentro do processo, o qual trará um resultado para as partes.
“Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo ór-
gão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público”. (art. 97, caput, CF/88).
Sabe-se que para garantir maior agilidade para os julgamentos, os tribunais quando recebem
controvérsias para serem apreciadas, estas são submetidas aos seus órgãos fracionários,
como suas turmas, câmaras ou seções, as quais são formadas por um número reduzido de
ministros/desembargadores.
l
No entanto quando chegam controvérsias com temas de extrema relevância, estas são levadas
a
n
à discussão à jurisdição do órgão pleno ou especial, que são instâncias com maior represen-
io
tatividade.
a c
u c
O artigo 93, XI, CF/88 permite que seja criado um órgão especial com a finalidade de decidir
d S
matérias de competência do Plenário. A criação do órgão especial é de grande relevância
E PE
e
quando o plenário é muito grande e acaba por dificultar a reunião de todos os desembargado-
rt O
res e ministros.
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
“Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído ór-
gão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercí-
r um N O .4 a
cio das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
m
e IA 8 o 0 t
pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribu-
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nal pleno”. (XI, art. 93, CF/88).
A 2 pes
Assim, o órgão especial possui os mesmos poderes do órgão plenário.
o o l l
Desse modo, mesmo sabendo que
i a n a declaração de inconstitucionalidade pode ocorrer em
qualquer instância, quando besta ocorrer no âmbito dos Tribunais Superiores de maneira difusa,
f a
apenas o órgão plenário ou o órgão especial por maioria absoluta dos seus membros poderá
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em discussão. Logo, entende-se que o
órgão fracionário não poderá declarar a inconstitucionalidade de uma lei de maneira isolada.
É importante saber que, se o órgão fracionário decidir pela constitucionalidade da lei ou ato
normativo, este não precisará remeter ao órgão pleno ou especial em razão da chamada pre-
sunção de constitucionalidade. No entanto, se entender que a lei ou norma é inconstitucio-
nal, deverá remeter para o tribunal pleno.
ATENÇÃO!
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4
Embora saibamos que somente o órgão plenário ou especial possui compe-
tência para declarar a inconstitucionalidade no âmbito dos Tribunais, devemos
nos atentar a uma exceção bastante cobrada em provas:
Art. 949, Parágrafo único, CPC/15: “Os órgãos fracionários dos tribunais não
submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionali-
dade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supre-
mo Tribunal Federal sobre a questão”.
a l
io n
a c
8.6. Controle concentrado
u c
E PE d S
e
O controle de constitucionalidade concentrado instaurou-se no Brasil pela Emenda Constitucio-
rt O
nal n. 16/65, através da qual permitia que apenas o órgão de cúpula do Poder Judiciário aferis-
p o IS L
se a inconstitucionalidade de leis e atos normativos.
u U 67
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Também conhecido como controle abstrato, objetivo, reservado, este é preso à via de ação, e
r um N O .4 a
pela via de ação, apenas o Supremo Tribunal Federal poderá fiscalizar a constitucionalidade de
m
e IA 8 o 0 t
leis e atos normativos, os quais podem ser provocados pelos mecanismos abstratos de defesa
da Constituição.
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A 2 pes
Esses mecanismos são as chamadas ações de controle, como por exemplo, Ação direta de
o o ll
inconstitucionalidade (ADI), Ação declaratória de constitucionalidade (ADC), Ação direta de
ia n
inconstitucionalidade por omissão (ADO) e Ação de descumprimento de preceito fundamental
(ADPF).
fa b
Estas ações fazem parte do que chamamos de processo objetivo, uma vez que utilizam de re-
gras próprias, com maior preocupação quanto à defesa da regularidade da ordem constitucio-
nal.
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Como já se sabe, a ADI trata-se de um processo objetivo, e por essa razão, não existe partes
tampouco litígio, mas sim legitimados para propor a ação, com o objetivo de proteger a ordem
constitucional vigente.
Dessa forma, a ação não será proposta com o objetivo de punir o Poder Legislativo responsá-
vel pela produção da norma inconstitucional, mas sim de superar normas conflitantes com a
Constituição Federal.
ATENÇÃO!
um O .4 a
todas as normas de reprodução obrigatória, normas remissivas ou normas au-
r N m
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tônomas.
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A 2 pes
o o ll
Quanto ao objeto da ADI, estaia n ser proposta contra lei ou ato normativo inconstitucional.
poderá
fabetc., também poderão passar pelo crivo desta ação de controle.
Ou seja, decretos, portarias,
Atente-se que o critério de análise de constitucionalidade são todas as normas integrantes do
conhecido bloco de constitucionalidade contanto que não sejam normas com eficácia exau-
rida ou normas revogadas.
ATENÇÃO!
De acordo com entendimento do STF, para que um ato normativo seja objeto
de ADI, este deve violar diretamente a Constituição, caso contrário estaría-
mos diante de um problema de legalidade, que não caberia ADI, pois seria o
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caso de inconstitucionalidade reflexa.
Em relação aos efeitos das decisões na ação direta de inconstitucionalidade podemos citar
três efeitos: eficácia erga omnes, efeito retroativo e efeito vinculante.
A eficácia erga omnes significa que os efeitos da decisão alcançarão a todos, ou seja, toda a
generalidade. A decisão possui efeito retroativo uma vez que o ato declarado nulo não produz
nenhum efeito que possa ser considerado adequado no ordenamento jurídico e, por fim, efeito
vinculante, que alcança todas as esferas do Poder Judiciário e administração pública, não al-
cançando apenas o próprio STF que proferiu a decisão e poderá futuramente mudar seu en-
a l
tendimento, nem o Poder Legislativo, que poderá editar uma lei/ato normativo contrário à deci-
são.
io n
a c
Em relação ao efeito retroativo da ADI, a regra é que a declaração de inconstitucionalidade re-
u c
troaja desde o advento da norma, ou seja, possui efeito ex tunc. Porém, de forma excepcional,
E PE d S
o art. 27 da Lei 9.868/99 permite a modulação de efeitos, isto é, o estabelecimento de outro
e
rt O
marco para a produção de efeitos da decisão, desde que seja por razões de segurança jurídica
o IS L
ou de excepcional interesse social e por maioria de dois terços dos membros do STF.
p
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MODULAÇÃO DE EFEITOS (Lei 9.869/99)
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e IA 8 o 0 t
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Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em
d
A 2 pes
vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá
o
o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, res-
o ll
tringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a par-
ia n
tir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
fa b
EFEITO AMBIVALENTE
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7
normativo.
Quanto à legitimidade para propor uma ADI, dispõe o artigo 103 da Constituição o
rol de legitimados. Lembre-se que os legitimados para propor ADI são os mesmos para propor
as demais ações de controle (ADC, ADO e ADPF).
e IA 8 o 0 t
V FAB 90.0 @h
VI - o Procurador-Geral da República;
d
A 2 pes
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
o o ll
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
ia n
fa b
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
A doutrina divide os legitimados para propor a ADI entre legitimados universais e legitima-
dos especiais. O critério que irá diferenciar um legitimado universal de um legitimado especial
é o que chamamos de pertinência temática.
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Faz-se uma observação quanto os legitimados dos incisos de I a VII que, segundo o STF, es-
tes possuem capacidade postulatória, ou seja, não necessitam de advogado para proporem a
ação. Já os legitimados dos incisos VIII e IX não possuem capacidade postulatória e por esse
motivo, precisam ser representados por um advogado na propositura da ADI.
Em relação à medida cautelar na ADI, de acordo com os artigos 10 e 12 da Lei 9.868/99, para
a concessão da medida cautelar é necessário que sejam obedecidos os critérios de probabili-
dade do direito, onde deverá comprovar o direito existente, e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, isto é, o dano que a demora poderá causar ao processo.
A medida cautelar na ADI possui eficácia erga omnes, ou seja, sua eficácia é contra todos, no
entanto, seu efeito é prospectivo, ou seja, dali em diante (ex nunc).
a l
io n
a c
QUESTÕES
u c
d S
01. (FCC – 2019* - TRF 4ª Região – Analista) De acordo com a disciplina da Constituição
E PE
e
Federal, em matéria de controle de constitucionalidade de atos normativos.
rt O
p o IS L
A) o juiz de direito da Justiça Estadual não tem competência para afastar a aplicação, no caso
u U 67
S L 08- il.com
concreto, de lei estadual que contrarie a Constituição Federal, mas apenas de lei estadual que
contrarie a Constituição do Estado.
um O .4 a
B) o juiz federal não tem competência para afastar a aplicação, no caso concreto, de lei federal
r N m
e IA 8 o 0 t
que contrarie a Constituição Federal, uma vez que essa atribuição é reservada ao plenário ou
d V FAB 90.0 @h
órgão especial dos tribunais, pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
C) o Tribunal Regional Federal não tem competência para julgar reclamação constitucional
A 2 pes
proposta em face de decisão judicial de primeiro grau que contrariar súmula vinculante do Su-
premo Tribunal Federal. o o ll
ia n
D) cabe o ajuizamento de reclamação constitucional, perante o Supremo Tribunal Federal, con-
tra lei federal que contrariar o enunciado de súmula vinculante editada pelo Tribunal.
fa b
E) cabe o ajuizamento de ação declaratória de constitucionalidade, perante o Supremo Tribunal
Federal, contra ato normativo estadual que contrariar a Constituição Federal, podendo ser pro-
posta por quaisquer dos legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade.
02. (VUNESP – 2019 – TJ-RS) No que diz respeito ao controle de constitucionalidade bra-
sileiro, é correto afirmar sobre a pertinência temática na ação direta de inconstituciona-
lidade (ADI):
A) Os partidos políticos com representação no Congresso Nacional podem ajuizar a ADI, inde-
pendentemente de seu conteúdo material, eis que não incide sobre as agremiações partidárias
a restrição da pertinência temática.
B) Tendo em vista as finalidades institucionais intrínsecas dessa entidade de classe de âmbito
nacional em prol da sociedade, a Associação Nacional dos Defensores Públicos dispõe de legi-
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9
timidade ativa ad causam para ajuizamento da ADI, estando dispensada da comprovação da
pertinência temática.
C) Os Estados e o Distrito Federal, quando do ajuizamento da ADI, devem comprovar a perti-
nência temática da pretensão formulada quando impugnarem ato normativo de outro Estado da
Federação.
D) Os conselhos de fiscalização profissional equiparam-se às entidades de classe, expressão
que designa aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respec-
tiva categoria ou classe de profissionai, estando sujeitos, portanto, ao requisito da pertinência
temática.
E) Os Governadores de Estado estão sujeitos à comprovação da pertinência temática na ADI,
mas não detém capacidade postulatória, devendo a inicial ser firmada pelo Procurador-Geral
do Estado.
03. (VUNESP – 2019 – TJ-AC – Juiz Substituto) Assinale a alternativa que está de acordo
com o direito pátrio no que tange ao controle de constitucionalidade concentrado.
a l
io n
A) A perda superveniente de representação parlamentar de Partido Político não o desqualifica
para permanecer no polo ativo da ação direta de inconstitucionalidade.
a c
u c
B) É cabível a interposição de recurso em ADI por legitimado para a propositura da ação direta,
como terceiro prejudicado, ainda que nela não figure como requerente ou requerido.
E PE d S
C) Os Estados-membros estão legitimados a agir como sujeitos processuais ativos em sede de
e
rt O
controle concentrado de constitucionalidade, exigida, porém, a indiscutível pertinência temática.
p o IS L
D) Não se pode dispensar a atuação da defesa do advogado-geral da União na ação direta de
inconstitucionalidade, bem como na ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
u U 67
S L 08- il.com
04. (VUNESP – 2019 – TJ-AC – Juiz Substituto) A denominada cláusula de reserva de
um O .4 a
plenário, aplicada na apreciação judicial de leis e atos normativos submetidos ao contro-
r N m
e IA 8 o 0 t
le de constitucionalidade, deve ser observada quando
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A) o órgão fracionário do Tribunal apenas afasta a incidência, parcialmente, da lei ou ato nor-
mativo, mas não declara expressamente a sua inconstitucionalidade.
o ll
B) do julgamento realizado pelas Turmas Recursais dos Juizados Especiais.
o
ia n
C) o processo for objeto de julgamento de plano pelo relator, ainda que haja pronunciamento
anterior do Plenário sobre a questão.
fa b
D) o órgão fracionário do Tribunal julgar a norma ou o ato impugnado e entender pela sua
constitucionalidade.
05. (VUNESP – 2019 – TJ-AC – Juiz Substituto) Na hipótese de um parlamentar que impe-
trou mandado de segurança perante o STF com o objetivo de impugnar projeto de lei
eivado de inconstitucionalidade por ofensa ao devido processo legislativo, mas que,
posteriormente, venha a perder o mandato parlamentar, é correto afirmar que
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0
06. (NC-UFPR – 2019 – TJ-PR) “Inconstitucional nada mais é do que a ação ou omissão
que conflita, no todo ou em parte, com a Constituição” (FERRARI, 2011). A respeito do
tema, assinale a alternativa correta.
A) Quando a ação inconstitucional contraria apenas em parte a Constituição, ela deve ser mo-
dulada para não ter efeitos retroativos.
B) A inconstitucionalidade pode ser originária ou superveniente, bem como material ou formal.
C) A omissão constitucional é controlada apenas pelo método difuso.
D) O sistema concentrado de jurisdição constitucional também pode ser denominado como
aquele por via indireta.
E) As decisões declaratórias de inconstitucionalidade, quando emitidas por órgão colegiado,
possuem efeitos erga omnes.
a l
n
07. (CESPE – 2019 – TJ-PR – Juiz Substituto) Um órgão fracionário de determinado tri-
io
c
bunal afastou a incidência de parte de ato normativo do poder público, sem declarar ex-
a
pressamente a inconstitucionalidade do ato.
u c
E PE d S
Nessa situação hipotética, segundo a Constituição Federal de 1988 e o entendimento
e
rt O
sumulado do STF, a decisão desse órgão fracionário:
p o IS L
A) não violou a cláusula de reserva do plenário, o que ocorreria somente se tivesse sido decla-
u U 67
S L 08- il.com
rada a inconstitucionalidade do ato normativo.
B) não violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que afastou a incidência apenas de
parte do ato normativo.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
C) violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que o afastamento da incidência do referi-
V FAB 90.0 @h
do ato só poderia ocorrer concomitantemente à declaração de inconstitucionalidade deste.
d
A 2 pes
D) violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que afastou a incidência, ainda que em
parte, de ato normativo do poder público.
o o ll
ia n
08. (CESPE – 2019 – SEFAZ-RS – Auditor Fiscal da Receita Estadual) De acordo com a
CF, tem legitimidade ativa para propor originariamente ação direta de inconstitucionali-
fa b
dade e ação declaratória de constitucionalidade o:
09. (CESPE – 2019 – SEFAZ-RS – Auditor Fiscal da Receita Estadual) Julgue os itens a
seguir, acerca da supremacia da Constituição Federal de 1988 (CF) e do controle de
constitucionalidade.
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1
ficam sob o controle político do Congresso Nacional, e as estaduais e municipais, sob o contro-
le jurisdicional.
II. O controle de constitucionalidade está ligado à supremacia da CF sobre todas as leis e nor-
mas jurídicas.
III. A supremacia material deriva do fato de a CF organizar e distribuir as formas de competên-
cias, hierarquizando-as. Já a supremacia formal apoia-se na ideia da rigidez constitucional.
IV. Sob o prisma constitucional, o governo federal, os governos dos estados da Federação, os
dos municípios e o do Distrito Federal são soberanos, pois estão investidos de poderes e com-
petências governamentais absolutas.
A) I e II.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, III e IV.
a l
E) II, III e IV.
io n
a c
10. (FGV – 2018 – TJ-SC) O Tribunal de Justiça de determinado Estado, nos termos da
u c
Constituição Estadual, ao julgar, em sua composição plena, representação por inconsti-
E PE d S
tucionalidade ajuizada em face da Lei nº 22/2017, do Município que sedia a capital do
e
rt O
respectivo Estado, declarou a sua inconstitucionalidade.
p o IS L
À luz da sistemática estabelecida na Constituição da República de 1988, o referido Tri-
bunal de Justiça atuou: u U 67
S L 08- il.com
um O .4 a
A) fora dos limites de sua competência, pois a Constituição Estadual somente pode instituir
r N m
e IA 8 o 0 t
representação por inconstitucionalidade para leis dos Municípios do interior;
V FAB 90.0 @h
B) fora dos limites de sua competência, pois a Constituição Estadual só pode instituir represen-
d
A 2 pes
tação de inconstitucionalidade de lei estadual;
C) nos limites de sua competência, desde que o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça seja
o ll
referendado pelo Supremo Tribunal Federal;
o
ia
sentação por inconstitucionalidade;
n
D) fora dos limites de sua competência, pois a Constituição Estadual não pode instituir repre-
fa b
E) nos limites de sua competência, pois a Constituição Estadual pode instituir a representação
por inconstitucionalidade de lei municipal.
Gabarito
GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA
01 C 06 B
02 A 07 D
03 A 08 C
04 A 09 C
05 B 10 E
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2
9. Ação Direta de Inconstitucionalidade perante Tribunais de Justiça
Na Constituição Federal, em seu artigo 125, § 2º é concedido aos Estados poder para
representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais e munici-
pais, no âmbito dos respectivos tribunais de justiça, sendo vedada a atribuição da legiti-
mação para agir a um único órgão.
IMPORTANTE!
l
Ao Tribunais de Justiça do Distrito Federal e Territórios, competem julgar a consti-
a
n
tucionalidade dos atos normativos distritais (artigo 8º, inciso I, alínea “n”, da Lei
io
11.697/2008).
a c
u c
E PE d S
9.1. Objeto
e
rt O
o IS L
O parâmetro de controle da ação direta em pauta são leis ou ato normativos municipais,
p
u U 67
S L 08- il.com
estaduais ou distritais, em face as respectivas constituições estaduais ou pela Lei Orgânica do
Distrito Federal, sendo estes os únicos parâmetros admitidos.
r um N O .4
m a
9.2.
e IA 8 o
Legitimidade ativa0 t
d V FAB 90.0 @h
Constituição Federal silenciou em relação a legitimidade ativa para ajuizar ADI estadual,
A 2 pes
apenas proibiu que fosse atribuído a único órgão. Portanto, é dada a liberdade para que as
o ll
Constituições Estaduais estabeleçam um rol de legitimados.
o
i a n estabelece seu rol de legitimados em simetria com a
Como regra, a maioria do Estados
Constituição Federal, mas éb
f a permitido que ampliar o rol. Ademais, é simetricamente aplicável
o requisito da pertinência temática utilizado nas demais ações de controle.
IMPORTANTE!
De acordo com STF, RE 650.898/RS, pleno, com repercussão geral, o STF admi-
te a propositura de ADI estadual tendo por objeto NORMAS DE REPRODUÇÃO
OBRIGATÓRIA E NORMAS DE OBSERVÂNCIA NÃO OBRIGATÓRIA.
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9.3. Procedimento:
O procedimento da ADI estadual é disciplinado por analogia, pela lei da ADI genérica
(Lei 9.868/99) com as mesmas prerrogativas. A diferença que deve ser dita aqui, é que no lu-
gar do Advogado-Geral da União, quem ocupa o papel de defensor da constitucionalidade da
Lei ou ato normativo que está sendo colocado em xeque é o Procurador-Geral da União.
l
Outro ponto importante a ser trazido neste momento, é em relação ao posterior questio-
a
namento da constitucionalidade das decisões proferi
io n
c
das nos tribunais de justiça por meio de recurso extraordinário. Há correntes que defendem
a
c
que tal recurso pode ser interposto tanto pelas partes originárias do processo, como pelos co-
u
recursal apenas às partes originárias. E PE d S
legitimados da ADI estadual, entretanto, o STF tem se voltado a ideia de limitar a legitimidade
e
rt O
o IS L
Além disso, por se tratar de recurso, não é necessário que a maioria absoluta julgue
p
u U 67
S L 08- il.com
o RE, nem que seja comunicado o Senado Federal.
r um N O .4
m a
Por fim, não há impedimento de ajuizamento da ADI genérica em relação a ADI es-
e IA 8 o 0 t
tadual ajuizada em face do mesmo objeto presente na Constituição Federal reproduzido
V FAB 90.0 @h
na constituição estadual. O que ocorre é a suspensão do processo de ADI estadual até o
d
A 2 pes
final do julgamento da ADI genérica.
o o ll
10. Conceito
ia n
b
faConstitucionalidade (ADC) é uma espécie de vertente da (ADI), po-
A Ação Declaratória de
rém, possuem algumas diferenças que iremos tratar adiante.
A ADC é uma ação uma ação direta em que se objetiva a formulação de juízo de constitu-
cionalidade de lei ou ato normativo federal em relação à Constituição Federal, para que
dessa forma possibilite o saneamento de qualquer insegurança jurídica ou incerteza sobre a
constitucionalidade do objeto (lei ou ato normativo federal) da ação.
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4
Atenção!
a l
Portanto, para que ocorra o ajuizamento de uma ação objetivando a declaração da Consti-
io n
tucionalidade da norma, o STF em sede Jurisprudencial exige para o preenchimento do requisi-
c
to de Interesse processual da ação, que seja demonstrado uma controvérsia judicial rele-
a
c
vante, ou seja, é necessária a demonstração de decisões judiciais controversas em relação
u
d S
ao objeto da ação, de insegurança JURÍDICA acerca da constitucionalidade do objeto. Este
E PE
e
requisito encontra-se fundamentado no artigo 14, III, da lei 9.868/99.
rt O
p o IS L
u U 67
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ATENÇÃO!
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
Para que a ADC preencha o requisito de Interesse processual, é necessário que a
A 2 pes
controvérsia seja JUDICIAL, ou seja, a controvérsia DOUTRINÁRIA NÃO É O SUFI-
o ll
CIENTE para cumprir o requisito.
o
ia n
10.2. fa b
Competência
10.3. Legitimidade
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5
10.4. Procedimento
O procedimento da ADC é quase idêntico ao da ADI, mas vale fazermos algumas res-
salvas importantes para fins de prova.
Os requisitos a serem cumpridos na petição inicial da ADC estão dispostos no artigo 14,
da Lei 9.868/99. Veja:
a l
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração,
io n
quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter
c
cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para com-
a
c
provar a procedência do pedido de declaração de constitucionalidade
u
E PE d S
Além disso, de acordo com o artigo 15 da referida lei, o relator pode indeferir a inicial li-
e
rt O
minarmente em casos de: inépcia, falta de fundamentação ou manifesta improcedência, po-
p o IS L
dendo ser interposto agravo regimental contra tal decisão (art. 15, Lei 9.868/99, Parágrafo
Único). Observe: u U 67
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r um N O .4
m a
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improce-
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
dente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
A 2 pes
o
Outro ponto muito importante a ser trazido em relação ao procedimento da ADC é em rela-
o ll
ção a não necessidade da intervenção do Advogado da União no feito, por ser ação que plei-
ia n
teia pela declaração de constitucionalidade da norma em questão.
fa b
As determinações referentes ao quórum são idênticas as da ADI, sendo necessário para a
instalar a sessão de julgamento, oito ministros, e a declaração de constitucionalidade se
faz por maioria absoluta (pelo menos seis ministros).
É vedada a desistência da ação após a sua propositura (artigo 16, lei 9.868/99). Além dis-
so, a presença de amicus curiae é cabível em sede de ADC, apesar de não ser possível a
intervenção de terceiros (artigo 18, lei 9.868/99).
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6
O relator poderá solicitar informações aos tribunais superiores, federais e estaduais,
acerca da aplicação da na norma que é objeto da ação no âmbito de sua jurisdição (artigo
20, §2º, Lei 9.868/99). Tais informações, perícias e audiências, deverão ser realizadas no pra-
zo de 30 dias, contados a partir da solicitação do relator (artigo 20, §3º, Lei 9.868/99).
Efeitos: a l
io n
c
a) Suspensão do julgamento dos processos que aplique a norma impugnada até que
a
c
ocorra o julgamento definitivo (artigo 21, Lei 9.868/99): tal suspensão durará até 180
u
E PE d S
dias contados a partir da publicação da decisão. Caso não seja julgada ação declarató-
ria dentro desse período, a eficácia da medida cautelar irá se esgotar. Porém nada im-
e
rt O
pede de o STF prorrogue este prazo por outro período de 180 dias.
p o IS L
b) Efeito vinculante: o STF considera as decisões liminares vinculantes, até mesmo para
a admissibilidade de reclamação constitucional.
u U 67
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c) Erga Omnes: apesar de ser proferida de maneira liminar, a declaração de constituciona-
r um
lidade possui efeito contra todos, mesmo que a decisão não seja definitiva.
N O .4 a
d) Ex nunc: de acordo com o entendimento do STF, a decisão proferida em sede liminar
m
e IA 8 o 0 t
em ADC, possui efeitos apenas ex nunc.
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A 2 pes
10.6. Efeitos da decisão definitiva
o ll
Os efeitos da decisão de mérito na ADC são os mesmos da ADI, mesmo porque as duas
o
ia n
ações são dotadas de caráter ambivalente (artigo 24, Lei 9.868/99), por isso os efeitos da
fa
decisão de mérito são: b
a) Erga omnes: possui eficácia contra todos
b) Ex tunc: efeito retroativo, como se a norma nunca tivesse existido.
c) Efeito vinculante: em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração, públi-
ca, federal, estadual, distrital e municipal.
11.1. Conceito
A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, objetiva tornar efetiva norma cons-
titucional que se encontra sem efetividade em decorrência da omissão do Poder Público na
edição regulamentação necessária da norma.
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7
A ADO encontra fundamento no artigo 103, § 2º, da CF/88, o qual dispõe:
“[...] §2º: Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efeti-
va norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em
trinta dias [...]”
A ADO é uma ação de controle concentrado, portanto, não defende direitos subjetivos
(diferentemente do Mandado de Injunção) e sim fazer valer o que está previsto como prerroga-
tiva na Constituição, de modo a combater a omissão dos órgãos e entidades que possuam a
responsabilidade de tornar efetivas as normas que garantam tais direitos.
11.2. Objeto
a l
io n
O objeto da ADO, de acordo com o artigo 103, § 2º, CF/88 é a omissão normativa.
a c
Pois bem, quando se fala em “omissão de medida”, considera-se, genericamente todos os tipos
u c
de omissões normativas, por isso, tanto as omissões totais, que ocorrem quando há completa
E PE d S
falta de regulamentação da norma constitucional, como as parciais, que regulam a norma cons-
e
rt O
titucional de forma a não garantir sua total efetividade são possíveis objetos de ADO.
p o IS L
u U 67
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Para melhor compreensão e visualização acerca da divisão da omissão normativa
(total e parcial), convido você a analisar o quadro que segue:
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
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A 2 pes
o o ll
ia n
fa b
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8
Tipos de omissões normativas
Exemplo: artigo 37, VII, Exemplo: artigo 7º, IV, Observação: O Poder
CF/88 que não é regulamen- CF/88, que regula o sa-
l
Judiciário não tem poder
a
tado e prevê o direito de gre-
ve para servidores públicos.
lário mínimo, porém o
valor fixado em lei não
io n
legislativo, portanto não
pode aumentar venci-
garante o mínimo para a c
mentos de servidores
cumprir com as garanti-u cpúblicos sob fundamento
E PE
as fixadas na norma d S de isonomia (Súmula 339
e
rt O
constitucional. do STF)
p o IS L
u U 67
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Além disso, quando o texto constitucional fala em “omissão de medida” e não só “omis-
um O .4 a
são de medida legislativa”, ele amplia o objeto da ADO para qualquer omissão de medida que
r N m
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não traz efetividade a norma constitucional. Portanto envolve atos, gerais e abstratos de qual-
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quer Poder que esteja tolhendo a efetividade da norma constitucional.
A 2 pes
o o l
lATENÇÃO!
ia n
fa b
De acordo com decisão do STF, estando pendente julgamento de ADO, caso a nor-
ma constitucional que não havia sido regulamentada, for revogada, a ação deverá ser
extinta com o fundamento de ter ocorrido a perda de objeto, julgando-se, portanto,
prejudicada.
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11.3. Competência
A órgão competente para conhecer e julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade por
omissão é o Supremo Tribunal Federal, de forma originária, com fundamento na análise analó-
gica da combinação do artigo 103, § 2º, CF/88 com o artigo 102, I, “a” CF/88.
IMPORTANTE!
a
da norma constitucional. Ressalte-se que é vedada a atribuição da iniciativa dal
ação a um único órgão.
io n
a c
u c
E PE d S
11.4. Legitimidade e
rt O
p o IS L
u U 67
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A legitimidade para propor a ADO é idêntica a da ADI. Portanto o rol de legitimados é
r um
o que está previsto no artigo 103 da Constituição Federal. Além disso, é observado na ADO o
N
critério de pertinência temática.O .4
m a
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O artigo 12-A, da lei 12.063/99 ratifica tal informação, não deixando qualquer margem
de dúvida acerca deste assunto. Veja:
A 2 pes
o ll
Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legiti-
o
n
mados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de
ia
constitucionalidade
fa b
A Legitimidade para ocupar o polo passivo da ADO é o órgão ou autoridade responsável
constitucionalmente pela edição da medida normativa.
ATENÇÃO!
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0
11.5. Procedimento
l
A petição indicará a omissão constitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de
a
do pedido com suas especificações (artigo 12-B, I e II, Lei 9.868/99). io n
dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa e
a c
A petição que for inepta, não fundamentada, ou mesmo manifestamente improcedente
u c
serão indeferidas pelo relator, liminarmente. Quanto a essa decisão cabe agravo, com pra-
E PE d S
zo de 15 dias úteis (regra geral do CPC), para interposição e resposta (artigo 12-C e Parágra-
fo Único, Lei 9.868/99). e
rt O
o IS L
Além disso, o artigo 12-E, §2º, da Lei 9.868/99, traz a possibilidade de o relator solicitar
p
u U 67
S L 08- il.com
a manifestação do Advogado-Geral da União que deve ser encaminhada no prazo de 15 di-
as. Porém, essa norma parece ser aplicada apenas nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade
um O .4 a
por Omissão apenas quando há omissão parcial, pois em caso de omissão total, não há um
r N m
texto a ser defendido.
e IA 8 o 0 t
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Outra novidade introduzida por meio dos artigos 12-F e 12-G da Lei 9.868/99 é a possi-
d
A 2 pes
bilidade de concessão de medida cautelar.
o
Observa-se, ainda que mesmo que os outros legitimados não tenham feito a propositura
o ll
da ADO, eles poderão manifestar-se por escrito sobre o objeto da ação e pedir juntada de do-
ia n
cumentos úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar
fa b
memoriais (artigo 12-E, §2º, Lei 9.868/99).
No mais, ressalta-se que depois de proposta ADO, não se admitirá desistência (artigo
12-D, Lei 9.868/99).
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1
ATENÇÃO!
No julgamento da ADIn 875/DF, o STF entendeu haver certa fungibilidade entre ADI e
ADO. De acordo com o Ministro Gilmar Mendes, “uma vez que os dois processos – o
controle de normas e o controle de omissão -, acabam por ter o mesmo objeto, formal
e substancialmente, isto é, inconstitucionalidade da norma em razão de sua incomple-
tude”.
Portanto, caso você se depare com alguma questão relacionada à fungibilidade entre
estas ações, responda no sentindo de que a posição do STF atualmente acerca do
tema, se encontra no sentido de ser possível tal fungibilidade.
a l
io n
a c
11.6. Medida Cautelar
u c
ADO. E PE d S
A Lei n. 12.063/2009 trouxe a possibilidade de admissão de medida cautelar em sede de
e
rt O
o IS L
De acordo com o artigo 12-F da Lei 9.868/99, será possível conceder medida cautelar
p
u U 67
S L 08- il.com
em caso de excepcional urgência e relevância da matéria e a decisão da concessão se dá
por voto da maioria absoluta dos membros do STF, observando o quórum de instalação da
um O .4 a
sessão de julgamento com no mínimo 8 ministros (artigo 22, da Lei 9.868/99). A medida caute-
r N m
e IA 8 o 0 t
lar poderá ser concedida após audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela
V FAB 90.0 @h
omissão inconstitucional que deverão se pronunciar no prazo de 5 dias.
d
A 2 pes
Os efeitos decorrentes da medida cautelar podem consistir, em caso de omissão
o ll
parcial na suspensão da aplicação da lei ou ato normativo, como também na suspensão
o
ia n
de processos judiciais ou procedimentos administrativos, ou ainda outra providência a
fa b
ser tomada a critério do Tribunal (artigo 12-F §1º, da Lei 9.868/99)
Por fim, no julgamento do pedido da medida cautelar, será facultada sustentação oral
aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis
pela omissão constitucional, ou seja, tanto do polo ativo como do passivo da Ação, na forma
prevista no Regimento do Tribunal (artigo 12-F §3º, da Lei 9.868/99).
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2
11.7. Efeitos da decisão da ADO
O primeiro ponto a ser tratado em relação aos efeitos da decisão da ADO, é de que o
STF não pode suprir a omissão normativa, nem mesmo a relativa, tendo como justificativa
para tanto, a obediência à tripartição de Poderes, ou seja, o STF em decisão em sede de
ADO, não pode expedir ato normativo a fim de suprir a demanda legislativa, administrativa ou
judiciária.
Portanto, o que poderá ser feita é a mera comunicação da mora ao órgão respon-
sável pela edição normativa que se encontra omissa (artigo 103, § 2º, CF/88). Entretanto, os
efeitos da decisão serão diversos a depender do órgão ocupante do polo passivo da relação.
Quando omisso, algum órgão administrativo, este deverá adotar providências neces-
sárias para suprir a falta de edição normativa no prazo de 30 dias ou em prazo razoável a
l
ser estipulado pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e do inte-
a
resse público (artigo 103, § 2º, CF/88 e artigo 12-H, §1º, Lei 9.868/99).
io n
a c
u c
IMPORTANTE!
E PE d S
e
rt O
p o IS L
u U 67
Competências ligadas ao processo legislativo, mesmo quando asseguradas a ór-
S L 08- il.com
gãos não legislativos, como por exemplo, iniciativa reservada ao Presidente da
r um N O .4
m a
República, possuem caráter MATERIALMENTE legislativo.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
Em sede de inconstitucionalidade por omissão decorrente de órgão legislativo, não há
o ll
previsão normativa sobre estipulação de prazo para edição da norma omissa, apenas a mera
o
ia n
comunicação da mora. Portanto, o judiciário não pode obrigar o legislativo a legislar em res-
peito ao princípio da separação dos poderes.
fa b
Apesar de o STF e a doutrina majoritária entenderem que não maneira de obrigar o
Congresso Nacional editar leis e estipular prazos para a edição, um caso em específico cha-
mou bastante atenção, pois, faticamente, o STF agiu de maneira contrária ao entendimen-
to.
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3
Ainda, no julgamento, deixou claro que tal decisão tinha caráter mandamental apesar
da Corte dizer que “não se trata de impor um prazo para a atuação legislativa do Congresso
Nacional, mas apenas da fixação de um parâmetro temporal razoável.
IMPORTANTE!
r um N O .4 a
cional que possui como finalidade, retirar do ordenamento jurídico qualquer ato que provoque
m
e IA 8 o 0 t
desobediência de preceitos constitucionais que são considerados fundamentais e é prevista
d V FAB 90.0 @h
tanto na modalidade preventiva e incidental, que trataremos mais à frente.
A 2 pes
A ADPF é uma ação de controle de constitucionalidade concentrado, uma vez que a
o o ll
competência para conhecer e julgar este tipo de ação é exclusiva do STF, além disso, é tam-
ia n
bém uma ação do tipo abstrata, pois, não visa a defesa de direitos subjetivos e sim a defesa
fa b
da ordem constitucional. Por fim, os efeitos de suas decisões finais são vinculantes e erga om-
nes.
IMPORTANTE!
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4
12.2. Parâmetro de controle (aspectos materiais e temporais):
Ao trazer a expressão “preceito fundamental”, a legislação silenciou quanto a sua
conceituação, ficando aberta para várias interpretações. Portanto há correntes que doutrinárias
que defendem que toda norma constitucional é preceito fundamental.
a l
io n
Por outro lado, há uma corrente que defende que os preceitos fundamentais são aqueles que
temas que o legislador explicitamente declara como fundamental dentro da Constituição que
a c
seriam “Dos Princípios fundamentais” e as garantias fundamentais dispostas no Título II da
CF/88.
u c
E PE d S
bém fazem parte dos preceitos fundamentais. e
Por fim, GILMAR MENDES defende que os princípios constitucionais sensíveis tam-
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Quanto aos aspectos temporais, podem ser objeto da ADPF normas que não podem ser
usadas nas demais ações diretas, são elas: anteriores à Constituição de 1988; normas que já
r um N O .4 a
foram revogados e Atos normativos cujo a eficácia já se exauridos.
m
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d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
12.3. Hipóteses de cabimento da ADPF
o o ll
i a n 1º, ao dispor acerca da ADPF possibilitou seu cabimento
A Lei 9.882/99 em seu artigo
em duas hipóteses:
fab
a) Evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público;
b) Quando houver relevante fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Cons-
tituição.
Portanto, a ADPF possui natureza dúplice, é dividida entre: ADPF autônoma e incidental.
Essa divisão será tratada no próximo tópico.
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12.4. Objeto
Em decorrência da condição de subsidiariedade, a ADPF é cabível em face de atos
não impugnáveis por outras ações diretas de controle.
Por outro lado, a ADPF incidental requer que outro processo judicial esteja tramitan-
do, ou seja, tem início em uma ação judicial instaurada em sede de controle concreto para
le abstrato. a l
então, posteriormente, a matéria constitucional ser levada ao STF já na modalidade de contro-
io n
c
Importante ressaltar que na ADPF incidental, o STF em momento algum age de ofício
a
c
para demandar o julgamento do litígio inicial, o que ocorre é a apresentação pelos legitimados
u
E PE d S
ao STF de uma relevante controvérsia constitucional que já fora ajuizada. Além disso, o STF
não julga a demanda originária como um todo, somente ao que se refere ao descumprimento
de prefeito fundamental. e
rt O
p o IS L
u U 67
S L 08- il.com
Por fim, existe a possibilidade de ser decretada a suspensão do processo originá-
rio e o a decisão em sede de ADPF vincula tanto as partes como o juízo originário. Vale
um O .4 a
informar que a ADPF incidental pode ser requerida em qualquer órgão judicial desde que não
r N m
e IA 8 o 0
tenha sido julgada a ação originária. t
d V FAB 90.0 @h
2 pes
Pois bem, em relação ao objeto da ADPF autônoma, é ato do Poder Público, como alvo,
A
temos as decisões judiciais, transitadas em julgado ou não , apesar de esta última ser mais
o ll
rara pelo fato de o STF entender, em regra, que a referida ação não pode ser utilizada como
o
ia n
suplente da ação rescisória (o STF vem avançado jurisprudencialmente em relação a essa ma-
téria).
fa b
Apesar disso, não é necessário que a sentença judicial transite em julgado para
que seja legítima a interposição da ADPF, desde que, nenhum outro recurso seja eficaz
para afastar a ameaça de lesão ou a lesão ao preceito fundamental.
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6
ADPF autônoma e atos impugnáveis
um O .4 a
normativos anteriores à Constituição, porém, observe que aqui o legislador restringiu o ca-
r N m
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bimento da ADPF incidental somente para “leis ou atos normativos”, portanto, não possui como
V FAB 90.0 @h
objeto atos omissivos ou que não sejam materialmente normativos.
d
A 2 pes
o o ll
n
12.5. Especificidades da ADPF
ia
a) Princípio da b
fa subsidiariedade: este princípio dispõe que não é cabível ADPF
quando houver outro meio capaz de sanar a lesividade (artigo 4º, § 1º, da Lei 9.882/99). No
entanto, sobre a interpretação desse princípio à luz do artigo 4º, § 1º, da Lei 9.882/99, a doutri-
na apresenta três correntes a fim de interpretar o que se deve entender sobre “outros meios
eficazes de sanar a lesividade”.
Para demonstrar a matéria defendida em cada corrente convido você a visualizar o qua-
dro abaixo.
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7
Corrente restritiva Dispõe que o princípio da subsidiariedade se aplica so-
ao controle abstrato mente às ações de controle abstrato que possam sanar
a controvérsia de forma ampla, geral e imediata. Essa
corrente parece preponderar na doutrina.
r um N O .4
Importante ressaltar que o princípio da subsidiariedade, apesar de aparentar que seja
m a
e IA 8 o 0 t
necessário esgotar meios judiciais que ainda sejam disponíveis, não é isso que ocorre,
V FAB 90.0 @h
pois, mesmo que ainda possuam mecanismos processuais disponíveis, caso eles sejam inefi-
d 2 pes
cazes para resolver a lesão ou ameaça de lesão a preceito fundamental, poderá ser interpos-
A
ta ADPF mesmo que esses outros mecanismos não tenham sido esgotados.
o o ll
b)
n
Relevância do fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato
ia
normativo: tanto a ADPF autônoma, como a incidental, só pode ser interposta quando o des-
fa b
cumprimento de preceito fundamental ultrapassar o âmbito dos direitos subjetivos, ou seja, de-
ve possuir relevância subjetiva.
12.6. Legitimidade
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8
b) Legitimidade Passiva: são aplicadas as mesmas regras da ADI.
12.7. Procedimento
Na ADPF, deverá constar na petição inicial deverá conter a indicação do preceito
fundamental que se considera violado; a indicação do ato questionado; a prova da violação do
preceito fundamental; o pedido, com suas especificações; e se for o caso (ADPF incidental), a
comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito
fundamental que se considera violado (artigo 3º, incisos I ao V, da Lei 9.882/99).
Da mesma forma que nas outras ações, quando for o caso (em processos físicos), a
petição deverá vir acompanhada com mandato, cópias do ato questionado e documen-
tos necessários para que seja comprovada a impugnação (artigo 3º, Parágrafo Único, Lei
9.882/99).
a l
io n
c
O relator poderá indeferir de forma liminar a petição quando faltar alguns dos re-
a
c
quisitos da lei (de ADPF); faltar algum requisito legal; ou for inepta (artigo 4º, Lei 9.882/99). A
u
Ou será de 15 dias pela regra geral do cpc E PE d S
fim de combater a decisão que indeferir a petição inicial, caberá agravo no prazo de 5 dias.
e
rt O
o IS L
Caso haja pedido de liminar, o relator solicitará informações às autoridades
p
u U 67
S L 08- il.com
responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias, podendo, ainda, caso
entenda necessário, ouvir as partes nos processos que ensejaram arguição (em arguição
um O .4 a
incidental), requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que
r N m
e IA 8 o 0 t
emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública,
V FAB 90.0 @h
de pessoas com experiência e autoridade na matéria (artigo 6º, caput e § 1º, Lei 9.882/99)
d
A 2 pes
o o ll IMPORTANTE!
ia n
fa b
A possibilidade de ouvir as partes que ensejaram a arguição, só encontra espaço
na ADPF incidental, possuindo como justificativa a sua natureza intraprocessual
(interfere na decisão do julgamento do processo originário, vinculando as partes
e o juízo), ou seja, por isso acaba por interferir no processo que deu origem à
ADPF.
O relator, poderá também autorizar sustentação oral e juntada de memoriais, por re-
querimento dos interessados no processo (artigo 6º, § 2º, Lei 9.882/99).
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9
EM RELAÇÃO A INTERVENÇÃO DE AMICUS CURIAE, é seguida a regra das de-
mais ações diretas, com base na analogia ao artigo 7º, § 2º, da Lei 9.868/99. Portanto, é admi-
tida tal intervenção.
r um N O .4
Ao transcorrer o prazo para informações, o relatório é emitido pelo relator para que a
m a
e IA 8 o 0 t
arguição seja encaminhada para julgamento.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
12.8. Fungibilidade entre ADPF e ações diretas
o o ll
n
Em relação a aplicação do princípio da fungibilidade em ADPF, o STF ainda não
ia
fa b
possui uma posição firmada quanto a sua possibilidade, porém, de acordo com alguns prece-
dentes, a Suprema Corte tem admitido a aplicação do princípio quando há dúvida razoável
sobre a o caráter autônomo dos atos infralegais, ou em razão da alteração posterior da norma
constitucional violada. Quando a confusão entre as Ações não se pauta nesses fundamentos,
considera-se erro grosseiro, não sendo possível a aplicação do Princípio da fungibilidade.
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0
rentes de coisa julgada (3º, artigo 5º, da Lei 9.882/99). Ressalta-se que a coisa julgada não
será prejudicada pela natureza vinculante da ADPF.
A medida será deferida por decisão da maioria absoluta dos membros do STF
ATENÇÃO!
o o ll
n
ia IMPORTANTE!
fa b
Em relação a eficácia ex tunc decorrente da decisão não pode retroagir para a
data anterior ao advento da Constituição atual. Funciona como uma espécie de
limite temporal pelo fato de o parâmetro de controle não incluir Constituições pas-
sadas.
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1
QUESTÕES
11. (IESES – 2019 – TJ-SC) Sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade podemos afir-
mar que:
a l
n
12. (IESES - 2019 – TJ-SC) Sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade podemos afir-
io
mar que:
a c
u c
A) Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constituciona-
E PE d S
lidade: o Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Depu-
e
tados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Go-
rt O
vernador de Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da República; o Advogado Geral
p o IS L
da União; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; o partido político com re-
u U 67
S L 08- il.com
presentação no Congresso Nacional; e a confederação sindical ou entidade de classe de âmbi-
to nacional.
um O .4 a
B) Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constituciona-
r N m
e IA 8 o 0 t
lidade: o Presidente da República; o Vice Presidente da República; o Presidente do Senado
d V FAB 90.0 @h
Federal; o Presidente da Câmara dos Deputados; o Governador de Estado ou do Distrito Fede-
ral; o Procurador-Geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
A 2 pes
o partido político com representação no Congresso Nacional; e a confederação sindical ou en-
o
tidade de classe de âmbito nacional.
o ll
ia n
C) Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constituciona-
lidade: o Presidente da República; o Vice Presidente da República; a Mesa do Senado Federal;
fa b
a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia Legislativa; o Governador de Esta-
do; o Procurador-Geral da República; o Advogado Geral da União; o Conselho Federal da Or-
dem dos Advogados do Brasil; o partido político com representação no Congresso Nacional; e
a confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
D) Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constituciona-
lidade: o Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Depu-
tados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Go-
vernador de Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da República; o Conselho Fede-
ral da Ordem dos Advogados do Brasil; o partido político com representação no Congresso Na-
cional; e a confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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2
13. (VUNESP – 2018 – Procurador Jurídico) Suponha que a Lei Estadual no 4.527/97, que
impõe a instalação de bloqueadores de sinal de telefone em presídios, é objeto de ação
direta de inconstitucionalidade e tem a sua invalidade declarada em sede de controle
concentrado, por decisão dotada de eficácia erga omnis. Durante os debates surge a
discussão sobre a validade de norma constante da Lei Federal no 9.234/95, que não
compunha o objeto da ação originária mas tem a sua inconstitucionalidade também de-
clarada pelo STF. O Tribunal deixa claro que a invalidade da norma federal foi realizada
em sede de controle incidental e difuso.
A) O STF não pode, em ação direta de inconstitucionalidade, avaliar a validade de norma di-
versa da indicada na petição inicial.
B) A declaração incidental de inconstitucionalidade realizada pelo STF sempre possui efeitos
inter partes, salvo se os efeitos forem estendidos a todos por decisão do Senado Federal, nos
termos do art. 52, X, da CF.
a l
io n
C) Ao reconhecer a inconstitucionalidade de norma estadual sobre determinado tema, o STF
c
vem estendendo a vinculação dos motivos determinantes da decisão para normas similares de
a
ção expressa da Corte. u c
outros entes federativos, que devem ser consideradas inconstitucionais mesmo sem declara-
E PE d S
D) O STF não adota a teoria da abstrativização do controle difuso.
e
rt O
E) De acordo com recente entendimento do STF, a declaração de inconstitucionalidade de
p o IS L
norma realizada em controle difuso pela Corte pode possuir eficácia erga omnes, devendo o
Senado Federal ser apenas comunicado da decisão, nos termos do art. 52, X, da CF.
u U 67
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14. (CESPE – 2018 – TJ-CE – Juiz Substituto) Considerando o entendimento do STF
um O .4 a
acerca dos modelos, dos instrumentos e dos efeitos das decisões no controle de consti-
r N m
e IA 8 o 0 t
tucionalidade, assinale a opção correta.
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
A) Apenas no controle abstrato o STF admite a modulação dos efeitos temporais da declaração
de inconstitucionalidade.
o ll
B) Embora seja ação típica do modelo concentrado, a arguição de descumprimento de preceito
o
ia n
fundamental se presta, entre outros fins, ao controle concreto de constitucionalidade.
C) O STF admite a intervenção do amicus curiae na edição ex officio dos enunciados de súmu-
la vinculante.
fa b
D) A admissão de reclamação constitucional ajuizada contra omissão do poder público que
contrarie súmula vinculante independe do esgotamento da via administrativa.
E) O STF entende ser incabível a realização de audiência pública antes do julgamento de re-
curso extraordinário, por ser mecanismo típico do controle abstrato.
15. (TRF 3ª REGIÃO – 2018 – Juiz Federal Substituto) O parâmetro do controle de consti-
tucionalidade é encontrado na Constituição Federal, havendo tendência jurisprudencial
e doutrinária no sentido de ampliação desse parâmetro a partir do conceito de “bloco de
constitucionalidade”. Já o objeto da ADI genérica é norma veiculada por lei ou ato nor-
mativo que se mostre em confronto com o parâmetro. Sob essa ótica, é CORRETO afir-
mar que:
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3
A) Apenas admite-se o controle de constitucionalidade de Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) e de projeto de lei quando estes forem manifestamente ofensivos a cláusula pétrea ou
violem procedimento formal previsto na Constituição para sua elaboração.
B) Configura usurpação de competência do STF a tramitação de arguição de inconstitucionali-
dade (art. 948 do CPC) que tenha por objeto o mesmo dispositivo legal cuja validade esteja
sendo discutida em sede de ADI na Suprema Corte.
C) A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo
(Nova York, 2007), promulgada pelo Decreto nº 6.949/2009, faz parte do conceito de bloco de
constitucionalidade.
D) É admissível, conforme entendimento do STF, a tramitação de ADI que tenha por objeto
norma declarada constitucional, em sede recurso extraordinário, pelo Plenário da Corte, dado o
efeito inter partes da decisão prolatada em controle difuso.
16. (TRF 3ª REGIÃO – 2018 – Juiz Federal Substituto) A Ação Direta de Inconstituciona-
lidade (ADI) coloca em movimento a chamada jurisdição constitucional orgânica, tute-
a l
lando a validade da lei e de atos normativos. No que concerne aos efeitos da decisão
io n
definitiva de mérito no processo de controle abstrato, por meio do qual a ADI é veicula-
da, é CORRETO afirmar que:
a c
u c
A) Norma criada por lei e declarada inconstitucional pelo STF no processo objetivo ainda assim
é suscetível de revogação pelo Congresso.
E PE d S
e
rt O
B) A decisão proferida em ADI produzirá efeitos contra todos e eficácia erga omnes, desde que
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C) É inadmissível o ajuizamento de ADI ou ADPF contra lei ou ato normativo revogado ou de
eficácia exaurida, diante da perda do objeto.
um O .4 a
D) No direito brasileiro, a decisão de rejeição da inconstitucionalidade não implica declaração
r N m
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de constitucionalidade da norma impugnada, podendo o STF reexaminar a questão em outro
V FAB 90.0 @h
processo objetivo de controle concentrado.
d
A 2 pes
17. (VUNESP – 2018 – TJ-RS – Juiz Substituto) Conforme já decidido pelo Supremo Tri-
o ll
bunal Federal, em matéria de controle de constitucionalidade,
o
ia n
A) se os órgãos fracionários dos tribunais não submeterem ao plenário, ou ao órgão especial, a
fa b
arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamentos destes ou do plenário do
Supremo Tribunal Federal sobre a questão, haverá violação da cláusula de reserva de plenário.
B) aqueles que integram o processo em primeira instância na qualidade de terceiros – como
assistentes, denunciados à lide ou chamados ao processo – não podem suscitar, pela via difu-
sa, questão prejudicial de constitucionalidade.
C) a ação civil pública ajuizada para resguardar direitos difusos ou coletivos pode substituir a
ação direta, própria do controle concentrado das normas, não cabendo, no entanto, tal substi-
tuição se a ação civil pública versar sobre direitos individuais homogêneos.
D) tanto as normas constitucionais originárias quanto as normas constitucionais derivadas po-
dem ser objeto de controle difuso, pela via de defesa, e de controle concentrado, a ser exercido
pelo próprio Supremo Tribunal Federal.
E) inexiste usurpação de competência do STF quando os Tribunais de Justiça analisam, em
controle concentrado, a constitucionalidade de leis municipais ante normas constitucionais es-
taduais que reproduzam regras da Constituição Federal que sejam de observância obrigatória.
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4
18. (CESPE – 2018 – SEFAZ-RS – Auditor do Estado) O chefe do Poder Executivo editou
decreto regulamentar visando dar fiel cumprimento a determinada lei. Tal lei, entretanto,
foi declarada inconstitucional em ação direta de inconstitucionalidade no STF. A ação
não fez qualquer menção ao decreto.
A) não poderá declará-lo inconstitucional, porque o decreto não foi objeto da ação constitucio-
nal e, no controle concentrado de constitucionalidade, o Poder Judiciário está adstrito ao prin-
cípio da congruência.
B) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de inconstitucionalidade por arrastamento.
C) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de declaração parcial de inconstitucionalida-
de sem redução de texto.
D) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de declaração de inconstitucionalidade com
redução parcial de texto.
a l
E) não poderá declará-lo inconstitucional, porque a decisão do órgão julgador deve se limitar
estritamente ao que foi pedido na petição inicial.
io n
a c
19. (FCC – 2018 – PGE-TO – Procurador do Estado) Determinado Estado da Federação
u c
editou lei instituindo gratificação financeira mensal, a ser acrescida ao subsídio pago ao
E PE d S
Governador e ao Vice-Governador, sendo devida em razão do exercício de segundo
e
rt O
mandato eletivo no mesmo cargo. Essa norma inspirou a previsão em Lei Orgânica Mu-
p o IS L
nicipal de igual vantagem econômica para beneficiar Prefeito e Vice-Prefeito. Conside-
rando a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal − STF,
u U 67
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A) apenas a lei municipal contraria a Constituição Federal, mas não poderá ser objeto de ação
r um N O .4 a
direta de inconstitucionalidade perante o STF, ainda que possa ser objeto de arguição de des-
m
e IA 8 o 0
cumprimento de preceito fundamental. t
V FAB 90.0 @h
B) ambas as leis são compatíveis com a Constituição Federal, mas a gratificação somente po-
d
A 2 pes
derá ser paga aos titulares dos mandatos eletivos se observado o limite remuneratório máximo
imposto pela Constituição Federal aos agentes políticos beneficiados.
o ll
C) ambas as leis contrariam a Constituição Federal, mas, na hipótese de violarem também a
o
ia n
Constituição do respectivo Estado, caberá apenas ao Tribunal de Justiça, e não ao STF, o
exercício do controle abstrato e principal de sua constitucionalidade, sendo permitida a interpo-
fa b
sição de recurso extraordinário contra o acórdão proferido pelo Tribunal estadual.
D) ambas as leis contrariam a Constituição Federal, podendo a lei estadual ser objeto de ação
direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça caso a Constituição do respectivo
Estado reproduza a norma da Constituição Federal que dispõe sobre a matéria.
E) apenas a lei estadual contraria a Constituição Federal, podendo ser objeto de ação direta de
inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça caso a Constituição do respectivo Estado
reproduza a norma da Constituição Federal que dispõe sobre a matéria, sendo permitida a in-
terposição de recurso extraordinário contra o acórdão proferido pelo Tribunal estadual.
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5
20. (CESPE – 2018 – DPE-PE – Defensor Público) No procedimento da ação direta de in-
constitucionalidade, é cabível:
21. (FCC – 2019 – TRF 4ª REGIÃO – Analista Judiciário) De acordo com a disciplina da
Constituição Federal, em matéria de controle de constitucionalidade de atos normativos.
A) o juiz de direito da Justiça Estadual não tem competência para afastar a aplicação, no caso
a l
concreto, de lei estadual que contrarie a Constituição Federal, mas apenas de lei estadual que
contrarie a Constituição do Estado.
io n
c
B) o juiz federal não tem competência para afastar a aplicação, no caso concreto, de lei federal
a
u c
que contrarie a Constituição Federal, uma vez que essa atribuição é reservada ao plenário ou
órgão especial dos tribunais, pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
E PE d S
C) o Tribunal Regional Federal não tem competência para julgar reclamação constitucional
e
rt O
proposta em face de decisão judicial de primeiro grau que contrariar súmula vinculante do Su-
premo Tribunal Federal.
p o IS L
D) cabe o ajuizamento de reclamação constitucional, perante o Supremo Tribunal Federal, con-
u U 67
S L 08- il.com
tra lei federal que contrariar o enunciado de súmula vinculante editada pelo Tribunal.
E) cabe o ajuizamento de ação declaratória de constitucionalidade, perante o Supremo Tribunal
r um N O .4 a
Federal, contra ato normativo estadual que contrariar a Constituição Federal, podendo ser pro-
m
e IA 8 o 0 t
posta por quaisquer dos legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade.
d V FAB 90.0 @h
22. (CESPE – 2019 – TJ-PR – Juiz Substituto) O STF pode, por decisão da maioria abso-
A 2 pes
luta de seus membros, deferir pedido de medida cautelar em ação declaratória de consti-
o ll
tucionalidade, determinando que juízes e tribunais suspendam o julgamento de proces-
o
ia n
sos que envolvam a aplicação de lei ou de ato normativo objeto da referida ação até o
seu julgamento definitivo. Nesse sentido, a medida cautelar em ação declaratória de
fa b
constitucionalidade, até o julgamento final da ação, produzirá efeito:
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6
constitucionalidade (ADI) n° 4.424. Considerando este cenário, é correto afirmar sobre o
controle de constitucionalidade:
A) as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF nas ADCs, produzirão eficácia erga
omnes e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Adminis-
tração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, porém, não admitem, em nenhu-
ma hipótese, reclamação constitucional, intervenção de terceiros ou amicus curiae e realização
de qualquer tipo de prova.
B) quanto ao procedimento da ADC, prevalece o entendimento no Supremo Tribunal Federal
de que se aplica o princípio da causa petendi aberta, ou seja, a Corte poderá basear-se em
outros fundamentos que não aqueles trazidos pela petição inicial para fundamentar a sua deci-
são, motivo pelo qual é garantido ao autor optar pela desistência da ação a qualquer momento.
C) o Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá de-
ferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na de-
terminação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envol-
a l
vam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo, de-
io n
vendo, nesse caso, publicar em seção especial do Diário Oficial da União, no prazo de dez di-
c
as, a parte dispositiva da decisão e proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oiten-
a
ta dias, sob pena de perda de sua eficácia.
u c
D) a legitimidade ativa para propor a ADC inclui, além do Presidente da República, o Congres-
E PE d S
so Nacional, os Deputados Estaduais ou Distritais, o Governador de Estado ou do Distrito Fe-
e
rt O
deral; o Procurador-Geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Bra-
p o IS L
sil; partido político com representação no Congresso Nacional e sindicatos.
E) para a admissibilidade da ação declaratória de constitucionalidade é dispensável a compro-
u U 67
S L 08- il.com
vação de controvérsia ou dúvida relevante quanto à legitimidade da norma, uma vez que, pro-
clamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual
r um N O .4 a
ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta
m
e IA 8 o 0 t
ou improcedente eventual ação declaratória.
d V FAB 90.0 @h
24. (PGR – 2017 – Procurador da República) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
A 2 pes
o ll
A) Lei distrital editada no exercício de competência municipal não é passível de controle abs-
o
ia n
trato de constitucionalidade no âmbito do STF.
B) É possível, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, a invalidade de uma norma
fa b
que se extrai, a contrario sensu, de um texto legal, mas que não está contida em qualquer fra-
gmento linguístico.
C) Nas chamadas “sentenças aditivas de princípio” ou “sentenças delegação”, a Suprema Cor-
te, em decisões no controle abstrato de constitucionalidade, exorta o legislador a agir, deline-
ando as diretrizes que deve seguir.
D) A coisa julgada, em controle abstrato de constitucionalidade, significa que a decisão perma-
necerá eficaz sobre hipóteses idênticas, salvo se o STF adotar nova compreensão sobre o te-
ma ou o Legislativo vier a editar lei em sentido contrário ao entendimento adotado naquela de-
cisão.
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7
25. (FAPEMS – 2017 – PC-MS – Delegado de Polícia) Sobre o controle de constitucionali-
dade exercido pelo Supremo Tribunal Federal, afirma-se que o Supremo tem recorrido a
diversas técnicas de decisão chamadas de sentenças intermediárias. A expressão sen-
tença intermediária "compreende uma diversidade de tipologia de decisões utilizadas
pelos Tribunais Constitucionais e/ou Cortes Constitucionais em sede de controle de
constitucionalidade, com o objetivo de relativizar o padrão binário do direito (constituci-
onalidade/inconstitucionalidade)".
FERNANDES, Bernardo. Curso de Direito Constitucional. 9a. ed. Salvador: Juspodivm.
2017, p. 1.578.
A) a modulação temporal foi amplamente utilizada no julgamentos das Ações Diretas de In-
constitucionalidade 4.357 e 4.425 (25/3/2015), referentes ao sistema de precatórios da Emenda
Constitucional n° 62 de 2009.
a l
B) a "declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade" é equivalente ao "apelo
ao Legislador".
io n
c
C) o Supremo Tribunal Federal faz uma distinção rigorosa entre as sentenças interpretativas de
a
texto". u c
"interpretação conforme a Constituição" e "declaração de inconstitucionalidade sem redução de
E PE d S
D) o Supremo Tribunal Federal rejeita a utilização de sentenças transitivas.
e
rt O
E) as sentenças aditivas produzem os mesmos efeitos das sentenças substitutivas.
p o IS L
26. (FCC – 2016 – DPE-BA – Defensor Público) Podem propor a ação direta de inconsti-
u U 67
S L 08- il.com
tucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade os seguintes entes legitima-
dos, à EXCEÇÃO:
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
A) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
V FAB 90.0 @h
B) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
d
A 2 pes
C) Procurador-Geral da República.
D) Defensor Público-Geral da União.
o ll
E) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
o
ia n
27. (FCC – 2016 – TRT 23ª REGIÃO (MT) – Analista Judiciário) A respeito do controle
fa b
concentrado de constitucionalidade,
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8
28. (FMP Concursos – 2017 – PGE-AC – Procurador do Estado) Considere as assertivas
abaixo:
I. Quando couber ADI estadual perante TJ-AC (CE, art. 95, I, f) tendo como parâmetro norma
constitucional de reprodução obrigatória, ainda que implícita na Constituição Estadual, terá
aplicação o princípio da subsidiariedade, com o que, nos termos da jurisprudência do STF, será
incabível a ADPF.
II. No caso de Prefeito Municipal ser autor da ADI estadual tendo por objeto norma de outro
Município que não o seu, deverá comprovar a existência de pertinência temática, sob pena de
inadmissão da ação que tenha proposto.
III. Quando a norma objeto do controle de constitucionalidade dispuser sobre determinado as-
sunto sem direcionar seus efeitos a todos os sujeitos e/ou a todas as situações (iguais) que
deveriam estar incluídas no seu âmbito de aplicação, tem-se inconstitucionalidade por omissão
parcial.
um O .4 a
I. O Brasil adota o controle de constitucionalidade jurisdicional combinado.
r N m
e IA 8 o 0 t
II. Para propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) são os mesmos legi-
V FAB 90.0 @h
timados à propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e da Ação Declaratória de
d
A 2 pes
Constitucionalidade ( ADC).
III. Cabe desistência na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.
o ll
IV. No Brasil a Constituição Federal é rígida e escrita, possibilitando o controle da constitucio-
o
nalidade.
ia n
V. As ações diretas no sistema concentrado tem por mérito a questão da inconstitucionalidade
fa b
das leis ou atos normativos federais e estaduais.
Responda:
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9
30. (AOCP – 2015 – TRE-AC – Técnico Judiciário) Em relação ao controle de constitucio-
nalidade, assinale a alternativa correta.
A) Os atos normativos municipais não podem ser objeto de controle abstrato e concentrado de
constitucionalidade.
B) Nem todos os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade o são para
promoverem a ação declaratória de constitucionalidade.
C) Não é permitida a figura do amicus curiae no controle de constitucionalidade abstrato.
D) A lei não prevê a possibilidade de partidos políticos proporem ação direta de inconstituciona-
lidade.
E) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações dire-
tas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficá-
cia contra todos e efeito vinculante.
31. (CESPE – 2015 – TRF 5ª REGIÃO – Juiz Federal) No tocante às ações de controle
concentrado, assinale a opção correta com base no entendimento do STF:
a l
io n
c
A) Cabe ao STF processar e julgar a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
a
normativo federal ou estadual.
u c
B) A despeito do caráter dúplice da ADI, o indeferimento de medida cautelar não dá margem à
E PE d S
propositura de reclamação, visto que essa decisão não possui efeito vinculante.
e
rt O
C) A ADPF pode ser utilizada para o fim de rever ou cancelar súmula vinculante.
propô-la.
p o IS L
D) Dado o caráter subsidiário e complementar da ADPF, o município tem legitimidade para
u U 67
S L 08- il.com
E) Não é cabível medida cautelar em ADI por omissão.
um O .4 a
32. (FMP Concursos – 2014 – TJ-MT) Na Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por
r N m
e IA 8 o 0
Omissão, assinale a afirmativa correta.t
d V FAB 90.0 @h
A
omissão se manifestarem. 2 pes
A) Após a concessão de cautelar, abre-se o prazo de dez dias para os responsáveis pela
o ll
B) Declarada a inconstitucionalidade, será dada a ciência ao Poder competente para adoção
o
ia n
das medidas necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
C) É obrigatória a apresentação de defesa pelo Advogado-Geral da União.
fa b
D) O Procurador-Geral da República deve se manifestar em prazo de cinco dias a partir de de-
cisão do relator que o admite no processo.
E) A concessão de cautelar necessita de voto da maioria relativa dos ministros do STF.
Constatada que a omissão está relacionada a órgão administrativo, este será cientifica-
do para adotar as medidas necessárias ao suprimento da omissão em:
A) dez dias.
B) quinze dias.
C) vinte dias.
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0
D) trinta dias.
E) quarenta dias.
io n
clarar a compatibilidade de tratado internacional com as normas subconstitucionais do ordena-
mento jurídico doméstico.
a c
u c
35. (CESPE – 2013 – AGU – Procurador Federal) Com referência à declaração de incons-
E PE d S
titucionalidade sem redução de texto e à interpretação conforme a Constituição, julgue
os itens consecutivos.
e
rt O
p o IS L
Na ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a legitimidade passiva restringe-se ao
u U 67
S L 08- il.com
Poder Legislativo inadimplente, ao qual será estipulado prazo para adotar as providências ca-
bíveis no sentido de suprir a omissão.
r um N O .4
m a
A) Certo
e IA 8 o 0 t
B) Errado
d V FAB 90.0 @h
A 2 pes
36. (CESPE – 2013 – TJ-MA – Juiz) À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção cor-
o ll
reta em relação ao exercício do controle concentrado ou abstrato de constitucionalida-
o
de.
i n
a
b
fa do amicus curiae na ADI por omissão.
A) Não é admitida a participação
B) É cabível a intervenção de terceiros na arguição de descumprimento de preceito fundamen-
tal.
C) De acordo com o STF, não é admissível o ajuizamento de ADI contra ato estatal de conteú-
do derrogatório, ou seja, contra resolução administrativa normativa que incida sobre atos nor-
mativos.
D) Para ajuizar ação declaratória de constitucionalidade, o partido político com representação
no Congresso Nacional deve estar representado por advogado.
37. (CESPE – 2012 – DPE-RO – Defensor Público) Assinale a opção correta a respeito do
poder constituinte e da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
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1
B) O poder constituinte reformador é, por característica, incondicionado.
C) A mutação constitucional é expressão do poder constituinte derivado.
D) Denomina-se repristinação o fenômeno pelo qual a constituição nova recebe a ordem nor-
mativa infraconstitucional anterior, surgida sob égide das constituições precedentes, quando
compatível com o novo ordenamento constitucional.
E) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão tem por escopo controlar apenas as
omissões legislativas.
38. (TRT 24ª REGIÃO – 2012 – Juiz do Trabalho) Quanto ao controle de constitucionali-
dade das leis, assinale a única alternativa CORRETA:
A) Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma consti-
tucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias
e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em noventa dias;
B) Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma
a l
legal o ato normativo, citará, previamente, o Procurador-Geral da República, que defenderá o
ato ou texto impugnado;
io n
c
C) Dentre os legitimados para propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declarató-
a
u c
ria de constitucionalidade inclui-se o Presidente da República, o Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional e o
Advogado-Geral da União;
E PE d S
e
rt O
D) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações dire-
p o IS L
tas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficá-
cia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
u U 67
S L 08- il.com
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal; (artigo 102, §
2º, da Constituição Federal);
um O .4 a
E) O Procurador-Geral da República poderá ser previamente ouvido nas ações de inconstituci-
r N m
e IA 8 o 0 t
onalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal;
d V FAB 90.0 @h
39. (CESPE – 2012 – AGU – Advogado da União) Com relação à ADI e à ADIO, julgue os
A
itens subsecutivos. 2 pes
o o ll
n
O atual posicionamento do STF admite a fungibilidade entre a ADI e a ADIO.
ia
A) Certo
fa b
B) Errado
40. (CESPE – 2012 – TJ-CE – Juiz Substituto) No que se refere ao controle de constituci-
onalidade no ordenamento jurídico nacional, assinale a opção correta.
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2
E) De acordo com a legislação de regência, admite-se, em ação declaratória de constitucionali-
dade, a concessão de medida cautelar para suspender a eficácia das decisões proferidas nos
julgamentos de processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo federal objeto
da ação.
41. (MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor de Justiça Substituto) Assinale a alternativa IN-
CORRETA.
io n
do Tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo órgão especial, sob pena de nulida-
de da decisão judicial que venha a ser proferida.
a c
u c
C) A causa de pedir aberta das ações do controle concentrado de constitucionalidade torna
desnecessário o ajuizamento de nova ação direta para a impugnação de norma cuja constituci-
E PE d S
onalidade já é discutida em ação direta em trâmite, proposta pela mesma parte processual.
e
rt O
D) O processo de controle normativo abstrato rege-se pelo princípio da indisponibilidade, o que
u U 67
S L 08- il.com
E) A declaração final de inconstitucionalidade, quando proferida em sede de fiscalização nor-
mativa abstrata, considerado o efeito repristinatório que lhe é inerente, importa em restauração
r um N O .4 a
das normas estatais anteriormente revogadas pelo diploma normativo objeto do juízo de in-
m
constitucionalidade.
e IA 8 o 0 t
d V FAB 90.0 @h
42.
2 pes
(FCC - 2019 - SEFAZ-BA - Auditor Fiscal - Administração, Finanças e Controle In-
A
terno – Prova I)
o ll
Proposta de emenda à Constituição, de iniciativa de Assembleias Legislativas de 14 Es-
o
ia n
tados da Federação, tendo se manifestado cada qual pela maioria absoluta de seus
membros, tem por objeto a alteração das regras de repartição de receitas tributárias no
fa b
que respeita aos percentuais do produto da arrecadação de impostos da União perten-
centes aos Estados, sem prejudicar o montante da receita cabível à União ou afetar os
percentuais pertencentes aos Municípios. A proposta é discutida e aprovada em dois
turnos, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto, a cada vez, de dois terços dos
seus membros.
Promulgada e publicada a emenda à Constituição Federal, o Governador de determinado
Estado cuja Assembleia Legislativa não subscreveu a proposta à época em que apresen-
tada, pretende questionar sua constitucionalidade enquanto ainda vigente e eficaz. Nes-
sa hipótese, à luz da Constituição Federal, considerados apenas os aspectos referentes
a objeto, legitimidade e competência para o controle, a emenda à Constituição, em tese,
A) poderá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Fede-
ral, embora não possua o Governador do Estado legitimidade para sua propositura.
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B) poderá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, proposta pelo Governador do Es-
tado, perante o Supremo Tribunal Federal.
C) poderá ser objeto de arguição de descumprimento de preceito fundamental, proposta pelo
Governador do Estado, perante o Supremo Tribunal Federal.
D) poderá ser objeto de arguição de descumprimento de preceito fundamental, perante o Su-
premo Tribunal Federal, embora não possua o Governador do Estado legitimidade para sua
propositura.
E) não poderá ser objeto de controle de constitucionalidade concentrado.
p o IS L
contra todos e efeito vinculante, mas poderá ser objeto de ação rescisória.
E) A arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, quando impugnar atos estatais,
u U 67
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como as decisões judiciais, não poderá ser utilizada, ainda que demonstre a relevante contro-
vérsia constitucional sobre determinado tema.
r um N O .4
m a
44.
e IA 8 o 0 t
(FCC - 2019 - AFAP - Analista de Fomento – Advogado) Diante do sistema de con-
V FAB 90.0 @h
trole de constitucionalidade estabelecido pela Constituição da República Federativa do
d
nentes, A 2 pes
Brasil e consideradas a legislação e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal perti-
o o ll
ia n
A) a ação direta de inconstitucionalidade constitui meio de controle de constitucionalidade pré-
vio realizado pelo Poder Judiciário.
fa b
B) por conta do princípio da separação de Poderes, o Presidente da República não realiza
controle de constitucionalidade.
C) não é admitida a fungibilidade entre ação direta de inconstitucionalidade e arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental.
D) não será admitida arguição de descumprimento fundamental quando houver qualquer outro
meio eficaz capaz de sanar a lesividade.
E) a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade não pos-
suem os mesmos legitimados para a sua proposição.
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4
45. (NC-UFPR - 2019 - ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr –
Direito) A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) é entendida
pelo Supremo Tribunal Federal como sendo a ultima ratio em matéria de controle de
constitucionalidade. Com relação ao assunto, assinale a alternativa correta.
A) A ADPF poderá ser ajuizada por Prefeito Municipal, caso se demonstre pertinência temática
por meio do questionamento, exclusivamente, da constitucionalidade de lei municipal.
B) Na ADPF, admite-se a intervenção de terceiros, desde que esta se dê por parte de Estado-
membro.
C) A decisão tomada na ADPF é irrecorrível, ressalvada a hipótese de oposição de Embargos
de Declaração.
D) A decisão tomada na ADPF pode ser objeto de ação rescisória.
E) A ADPF pode ser ajuizada pelo Defensor Público Geral da União.
46. (CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município) Acerca da ar-
a l
guição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), que consiste em instrumen-
io n
to constitucional que intensifica o poder de controle de constitucionalidade do STF, jul-
gue os itens a seguir.
a c
u c
I. A ADPF tem como objeto exclusivo a proteção dos direitos e das garantias fundamentais
E PE d S
previstos na CF, sendo admitida somente quando não houver outro meio de sanar a lesividade.
e
rt O
II. A ADPF pode ser proposta pelos entes legitimados para a propositura de ação direta de in-
blico.
p o IS L
constitucionalidade, bem como por qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do poder pú-
u U 67
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III. A ADPF é admitida quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre
lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, ainda que anteriores à CF. IV Embora seja
r um N O .4 a
viável a utilização da ADPF para tratar de violação a preceito fundamental decorrente de deci-
m
e IA 8 o 0 t
sões judiciais do próprio Poder Judiciário, esse instrumento constitucional não é a via adequa-
V FAB 90.0 @h
da para a obtenção de interpretação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante.
d
A
Estão certos apenas os itens: 2 pes
o o ll
A)
B)
I e II.
I e III. ia n
C) III e IV.
fa b
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
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5
48. (VUNESP - 2018 - Prefeitura de São Bernardo do Campo - SP – Procurador) A res-
peito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), assinale a al-
ternativa correta.
A) Admite-se que qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do poder público proponha
uma ADPF no Supremo Tribunal Federal.
B) A decisão que julgar improcedente o pedido em ADPF é irrecorrível, podendo, no entanto,
ser objeto de ação rescisória no prazo de 02 (dois) anos.
C) Admite-se o conhecimento de ADPF como ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade)
quando houver dúvida razoável, tendo em vista a possibilidade de aplicação do princípio da
fungibilidade.
D) A decisão em sede de ADPF terá eficácia erga omnes, efeito vinculante e eficácia a partir
do trânsito em julgado (ex nunc).
E) O STF, por decisão da maioria relativa de seus membros, ou pelo relator no período de re-
cesso, poderá deferir pedido de liminar na ADPF.
a l
49.
io n
(VUNESP - 2018 - UNICAMP - Procurador de Universidade Assistente) Considere a
c
hipótese em que o Governador ajuizou uma Arguição de Descumprimento de Preceito
a
u c
Fundamental perante o Supremo Tribunal Federal, a qual foi julgada improcedente. To-
davia, na respectiva sessão de julgamento estavam ausentes três Ministros. Nessa situ-
ação, segundo o regime jurídico da ADPF, essa decisão
E PE d S
e
rt O
A)
B)
p o IS L
poderá ser objeto de recurso extraordinário.
é nula em razão do quorum insuficiente na sessão de julgamento.
C)
D)
u U 67
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poderá ser impugnada por meio de reclamação constitucional.
poderá ser objeto de ação rescisória.
E) é irrecorrível.
r um N O .4
m a
e IA 8 o 0 t
50. V FAB 90.0 @h
(VUNESP - 2018 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Procurador do Município) Assinale
d
damental). A 2 pes
a alternativa correta a respeito da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fun-
o o ll
ia n
A) Não pode ser utilizada para impugnar normas anteriores à Constituição Federal vigente.
B) É vedada a sua propositura quando existir recurso extraordinário discutindo a mesma norma
a ser impugnada.
fa b
C) A decisão proferida em ADPF pelo Supremo Tribunal Federal terá eficácia erga omnes e ex
nunc, sendo vedada a modulação de seus efeitos.
D) Da decisão que julgar o pedido da ADPF procedente ou improcedente caberá recurso extra-
ordinário.
E) Além dos atos normativos, podem ser objeto da ADPF atos não normativos, tais como con-
tratos administrativos e atos judiciais.
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6
GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA
01 C 26 D
02 A 27 D
03 A 28 D
04 A 29 D
05 B 30 E
06 B 31 B
07 D 32 B
08 C 33 D
09 C 34 A
10 E 35 ERRADO
11 C 36 D
a l
12
13
D
E
37
38
io
A
D n
14 B 39
a c CERTO
15 C 40
u c D
16
17
A
E
41
42
d S
E PE
D
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