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Escola Superior de

Tecnologias da Saúde de
Lisboa
Janeiro de 2010
Relatório de Educação Clínica I – Módulo II

Centro Hospitalar Barreiro Montijo


Janeiro de
Unidade 2010
Nossa Senhora do Rosário -Barreiro

Licenciatura em Fisioterapia
2º ano – 1º semestre

Docente responsável: Fisioterapeuta Ana Cristina Brandão Pedro Miguel Sobral da Fonseca
Coordenadora de Curso: Mestre Isabel Coutinho Nº 546208

2009/2010
Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

AGRADECIMENTOS

À Fisioterapeuta Ana Cristina Brandão, assim como aos restantes fisioterapeutas do Hospital
do Barreiro que acompanhei durante este módulo, por toda a sua disponibilidade, simpatia,
atenção e conhecimento transmitido;

Ao Hospital do Barreiro por me ter recebido durante estas quatro semanas;

A todos os utentes com que contactei e que me proporcionaram uma experiência


enriquecedora e gratificante, em especial ao S. C. pela simpatia e disponibilidade
demonstradas;

E a todos os docentes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa que deram vida a
este projecto.

O meu MUITO Obrigado!!!!

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

Índice

AGRADECIMENTOS........................................................................................................................ 1

História e Organização do Hospital ........................................................................................... 4

A Fisioterapia no Serviço de Medicina Física e Reabilitação ..................................................... 5

CRONOGRAMA SEMANAL ............................................................................................................. 7

CASO CLÍNICO ................................................................................................................................ 9

AVALIAÇÃO SUBJECTIVA ........................................................................................................... 9

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS .................................................................................................... 11

Ruptura do Tendão Rotuliano ............................................................................................. 11


Fractura da Rótula ............................................................................................................... 12
Fractura da rótula em crianças............................................................................................ 13
Cirurgia ................................................................................................................................ 14
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 16

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 17

ANEXOS ....................................................................................................................................... 18

Anexo I..................................................................................................................................... 18

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

INTRODUÇÃO

Este relatório enquadra-se na unidade curricular de Educação Clínica I, integrada no 1º


semestre do 2º ano do curso de Fisioterapia leccionado pela Escola Superior de Tecnologia da
Saúde de Lisboa. Este primeiro módulo da unidade curricular decorreu no Centro Hospitalar
Barreiro- Montijo Unidade Nossa Senhora do Rosário - Barreiro, durante quatro semanas, às
quintas-feiras, tendo sido iniciado no dia 3 de Dezembro de 2009 e finalizado no dia 14 de
Janeiro de 2010, apresentando-se como minha responsável a Fisioterapeuta Ana Cristina
Brandão.

Educação Clínica I possibilita ao aluno um primeiro contacto com a realidade


profissional da Fisioterapia, na medida em que o integra numa instituição de saúde permitindo
a observação e a aprendizagem constantes ao longo do tempo. Assim sendo, durante a minha
permanência nesta instituição, foi-me possível não só observar os doentes na situação de
tratamento como também contactar com alguns deles, actualizar e aprofundar os
conhecimentos anteriormente adquiridos, perceber a organização e o funcionamento de um
hospital com bastante importância no país e da sua unidade de fisioterapia e, principalmente,
adquirir novos e importantes conhecimentos na área da patologia e tratamento, transmitidos
por todos os fisioterapeutas com quem estivemos, não só no Serviço de Medicina Física e
Reabilitação, como também em algumas das enfermarias do hospital.

Na realização deste relatório foram tidas em conta todas as observações efectivadas


ao longo das 4 semanas, sendo que o mesmo tem o objectivo de revelar as experiências
vividas assim como desenvolver a avaliação e o método de pesquisa. Será portanto
apresentada a caracterização da instituição, o cronograma semanal e o caso clínico cuja
elaboração foi levada a cabo com o máximo de respeito possível pelo doente, pela
fisioterapeuta responsável e pela instituição.

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

CARACTERIZAÇÃO DO HOSPITAL DO BARREIRO


História e Organização do Hospital

O Hospital de Nossa Senhora do Rosário foi inaugurado a 18 de Janeiro de 1959 e era


então dirigido pela Santa Casa da Misericórdia, este primeiro hospital funcionou durante 30
anos com uma estrutura bastante pequena e pouco diferenciada possuindo cerca de 115
camas.
O edifício actual foi inaugurado no dia 17 de Setembro de 1985, com um maior
número de especialidades e de camas (cerca de 500), passando a ser designado de Hospital
Distrital do Barreiro.
Em Setembro de 1995 viu a sua designação ser alterada para Hospital Nossa Senhora
do Rosário – Barreiro, por despacho do Ministro da Saúde, publicado no Diário da República II
Série n.º 218, de 20 de Setembro de 1995, o qual teve o seguinte teor:
“Desde 1736 que no concelho do Barreiro se realizam festividades em honra de Nossa Senhora
do Rosário, sua padroeira. O antigo Hospital do Barreiro, que funcionou entre 19/01/1959 e
30/09/1985, era denominado “Hospital Nossa Senhora do Rosário” e à semelhança da grande
maioria dos hospitais, que recuperou a antiga designação do seu estabelecimento e, por outro
lado, convindo assinalar o relacionamento dinâmico entre sociedade civil e hospitais que nela
se devem integrar, determino, sob proposta do Conselho de Administração e respectiva
aprovação de Sua Eminência Reverendíssima o Bispo de Setúbal e do Conselho Geral, que o
Hospital Distrital do Barreiro se passe a designar por Hospital Nossa Senhora do Rosário –
Barreiro”.
Em Dezembro de 2002, o Decreto-Lei n.º 299/2002 transformou a instituição numa
sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos. Três anos mais tarde, o Decreto-Lei
n.º 233/2005 transformou a instituição em entidade pública empresarial, passando a ser
designada de Hospital de Nossa Senhora do Rosário, E.P.E..
O HNSR é um Hospital Distrital Geral com 35 valências clínicas, prestando assistência ao
nível do Internamento, Consulta Externa, Urgência, Hospital de Dia, Assistência Domiciliária e
assegura, praticamente, todos os Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica daí
decorrentes onde se encontra a Serviço de Medicina Física e Reabilitação.
A instituição serve uma população de cerca de 200 mil habitantes englobando os
concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete.

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

A Fisioterapia no Serviço de Medicina Física e Reabilitação

O Serviço de Medicina Física e Reabilitação (SMFR), tal como se configura actualmente,


teve início em 1985, com a inauguração do novo Hospital. Este serviço encontra-se em
funcionamento no Piso 0 do hospital e divide-se em vários espaços (salas/gabinetes):
 Consultas de Fisiatria
 Pediatria
 Respiratória
 Neorologia
 Ortopedia
 Mastectomizadas
 Preparação para o parto e pós-parto
 Terapia Ocupacional
 Terapia da fala
 Electroterapia
 Hidroterapia
 Piscina

Ao longo dos anos foram-se verificando diversas alterações, tanto no espaço físico
como na composição do quadro de pessoal afecto ao serviço, bem como na diferenciação dos
cuidados prestados.
Os utentes do SMFR têm a seguinte proveniência:
 Internamento
 Consulta externa
 Urgência
 Exterior

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

Sectores de
Pessoal afecto
Atendimento Diferenciação de Cuidados

 Consulta Geral de Fisiatria


 Mesoterapia
Fisiatria 6 Médicos Fisiatras
 Consulta de Amputados
 Consulta de Reabilitação Pediátrica
 Consulta de Mastectomizadas
 Musculo-esquelética
 Neuromuscular
 Pediatria
Fisioterapia  14 fisioterapeutas
 Fisioterapia Respiratória
 1 auxiliar de fisioterapia
 Hidroterapia
 Preparação para o nascimento
 Mastectomizadas
 Musculo-esquelética
 4 Terapeutas no SMFR  Neuromuscular
 1 Terapeuta no  Pediatria
Terapia Ocupacional
Departamento de  Actividades de vida Diária
Psiquiatria e Saúde  Perceptivo-Cognitiva
Mental  Talas e Dispositivos de Compensação
 Psiquiatria
Em crianças e adultos:

Terapia da Fala 2 Terapeutas  Fala


 Linguagem
 Voz
 Treinos de alimentação
Auxiliares de Acção 5
Médica
2
Pessoal Administrativo

Constituição das várias Unidades do Serviço de Medicina Física e Reabilitação

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

CRONOGRAMA SEMANAL

Serviço Paciente Diagnóstico/Int. Médica

 3 de Dezembro

Pediatria/SMFR F. ♂ 4A
 Paralisia cerebral – tetraparésia espástica

Pediatria/SMFR S.C. ♂ 11A  Fractura da rótula


 Fractura do tendão rotuliano
Pediatria/SMFR M. ♂ 18m
 Síndrome de Noonan

 Luxação congénita da anca esq.


Pediatria/SMFR S. ♂ 6m
 Torcicolo congénito esq.
 Inclinação do tronco
Respiratória/SMFR A. ♂ 75A
 Cirurgia abdominal

 Centro Hospitalar Barreiro Montijo: Organização do Hospital Nossa Senhora


 Reflexões/Experiências do Rosário
 Visita à Unidade de Medicina Física e reabilitação

 17 de Dezembro

Pediatria/SMFR M. ♂ 18m  Síndrome de Noonan

Pediatria/SMFR M. ♀ 9m  Bronquiolite

Pneumologia/Enfermaria C.M. ♂ 75A  DPOC

Pneumologia/Enfermaria C.S. ♀ 71A  Insuficiência respiratória crónica

Pneumologia/Enfermaria H.S. ♀ 77A  Pneumonia dta.

 Insuficiência respiratória global crónica --» agudizada


Pneumologia/Enfermaria G.R. ♀ 81A
 Sequelas de Tuberculose pulmonar
 Insuficiência cardíaca
Cardiologia/Enfermaria R.R ♀ 60A
 Derrame pleural
 Cirurgia abdominal a uma úlcera
UCI I.A. ♀ 79A
 Insuficiência respiratória
 Diário da República: legislação dirigida para técnicos de diagnóstico e
 Reflexões/Experiências
terapêutica  análise das responsabilidades, autonomia e carreira.

 7 de Janeiro

Pediatria/SMFR S. ♂ 7m  Obstrução das vias aéreas superiores

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 Perfuração do nervo ciático popliteu externo dto


Ortopedia/SMFR L.R. ♂ 50A - Dificuldade na flexão dorsal do pé e na extensão dos
dedos
 Acompanhamento de uma classe de hidro-cinesio-balneoterapia para
 Reflexões/Experiências doentes com raquialgias. Explicação sobre o funcionamento de classes e
gestão de doentes/espaço.

 14 de Janeiro

Pediatria/SMFR F. A. A ♂
 Paralisia Cerebral

Pediatria/SMFR S. C. 11A ♂  Fractura do bordo inferior externo da rótula e ruptura do


tendão rotuliano
Neurologia/SMFR E. 60A ♂  ACV esquerdo  alterações na propriocepção no
hemicorpo direito
Neurologia/SMFR J. 51A ♂
 Traumatismo crânio-encefálico  hemiparésia direita

Neurologia/Enfermaria J. 75A ♀  AVC esquerdo  hemiplegia direita com diminuição do


tónus
 Tónus muscular aumentado e diminuído: diferenças e palpação
 Reflexões/Experiências  Elucidação acerca de padrão espástico, rigidez muscular, hipotonia
muscular, encurtamento muscular

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

CASO CLÍNICO

Este estudo de caso está a ser executado com o consentimento da Fisioterapeuta


Fátima, do paciente S.C. e da sua avó (acompanhante do doente ao tratamento), contribuindo
estes com todos os elementos necessários a uma boa execução do mesmo.

Registo do Caso Clínico


Nome: S.C. Data de Nascimento: 07-10-1998
Idade: 11 Sexo/Raça: Masculino/ Caucasiana
Fisioterapeuta: Fátima Início das sessões: Setembro de 2009
Diagnóstico médico: Fractura do bordo inferior externo da rótula e ruptura do tendão
rotuliano
Nacionalidade: Portuguesa Residência: Barreiro
Ocupação/ Profissão: Estudante Tipo: Doente Externo
Periodicidade: 2 vezes por semana Data da avaliação: 14/01/2010
Estado civil: Solteiro

AVALIAÇÃO SUBJECTIVA

Tipo de problema: Dor, diminuição da força muscular e de amplitude articular.


História Clínica actual: Má recepção após um salto em altura com a perna direita em extensão,
durante uma aula de educação física a 5 de Junho de 2009. Incapacidade em realizar a
extensão do joelho e dores muito fortes, razões pelas quais se deslocou ao hospital. Após
radiografia, foi detectada fractura do bordo inferior externo da rótula do joelho direito e
procedeu-se à imobilização do joelho em extensão, recorrendo a ligaduras. Quando chegou a
casa não conseguiu sair do carro devido a dor intensa e, ao regressar ao hospital, imobilizou-se
de novo o joelho, desta vez recorrendo a gesso, que partia de cima do joelho vindo até à tibio-
társica.
Quando retirou o gesso, a 6 de Julho de 2009, foi verificado que o joelho se encontrava
exageradamente edemaciado e que apresentava equimose. Após ecografia e TAC foi
diagnosticada ruptura total do tendão rotuliano por arrancamento, no local de fractura da
rótula. A 11 de Julho de 2009 foi sujeito a intervenção cirúrgica com o intuito de reparar a
lesão recorrendo a material de osteossíntese. O joelho foi novamente imobilizado em
extensão, desde a parte superior do joelho até à tíbio-társica, utilizando gesso com colocação
de uma tala no seu interior.

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

A imobilização foi retirada em Setembro de 2009 e até esta altura o doente deslocou-
se sempre em cadeira de rodas. A partir de Setembro, foram iniciadas as sessões de
fisioterapia e a locomoção do doente começou a ser feita com auxílio de duas canadianas. Em
Novembro de 2009 o doente passou a caminhar de forma independente, após ter passado
algum tempo a andar com uma única canadiana.
Está prevista para Março de 2010 nova intervenção cirúrgica para remover os
materiais de osteossíntese colocados em Julho de 2009, aquando da primeira operação.
Terapêutica medicamentosa actual: Nada a registar.
Tratamento: Mobilização do joelho: passiva, activa e activa resistida. Mobilização da rótula.
Exercícios de fortalecimento.
Situação Sócio-habito-familiar: Mora com os pais no primeiro andar de um prédio com
elevador. Passa bastante tempo em casa da avó que é um segundo andar apenas com escadas.
Antecedentes pessoais: Queimadura por líquido no joelho direito.
Actividades/hobbies: Videojogos e computador, televisão, jogar futebol, praticar atletismo e
karaté.
Exames complementares de diagnóstico: Raio X (Anexo I: 1.1, 1.2, 1.3, 1.5, 1,6), TAC (Anexo I:
1.4) e ecografia.
Independência nas actividades diárias: Actualmente, por vezes, necessita de ajuda para se
calçar.
Expectativas do doente: O doente espera que após recuperação da cirurgia e fisioterapia
consiga voltar a praticar desporto (atletismo, futebol, karaté).
Dor: apresenta uma dor localizada em situações de frio e à palpação. O calor é um factor de
alívio. Última vez que sentiu mais intensidade há 15 dias e, na Escala Visual Analógica, de 1 a
10 corresponde a 4.

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

Ruptura do Tendão Rotuliano


O tendão rotuliano é o segmento mais distal do tendão conjunto do músculo
quadricípete crural. O tendão rotuliano consiste então na união dos quatro músculos
constituintes do quadricípete crural (recto anterior, vasto externo, vasto interno e crural), que
se reúnem por cima da rótula. O tendão insere-se na base e nos bordos laterais da rótula e na
tuberosidade anterior da tíbia (Fig. 1).

Figura 1 Tendão rotuliano

O tendão é uma estrutura fibrosa muito resistente, que raramente rompe em


condições normais. São ainda mais raras as situações de ruptura total em tendões isentos de
qualquer patologia e no desportista jovem, são normalmente fruto de movimentos brutais e
mal coordenados, provocados por alterações imprevistas e súbitas no gesto desportivo, tal
como no caso das quedas nos saltadores, nos esquiadores, nos basquetebolistas, andebolistas,
futebolistas, etc.
A ruptura dá-se no tendão quando este se encontra sob exagerada tensão, provocada
pela contracção vigorosa do quadricípete, ao sofrer uma força violenta de estiramento.
Ao nível dos jovens, este mecanismo normalmente produz uma lesão muscular ou uma
fractura por arrancamento da inserção tendinosa, enquanto que nos desportistas mais velhos
sucede o contrário, sendo fundamentalmente envolvido o tendão, (processo de evolução e

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

degenerescência natural das estruturas tendinosas a partir dos 30 anos). Esta ruptura pode
também surgir associada à fractura da rótula fazendo com que esta suba (patella subida).
Associada a uma ruptura total do tendão rotuliano, existe sempre uma incapacidade
funcional em realizar a extensão activa do joelho e é acompanhada de dor muito intensa e
súbita.
O estudo radiológico de perfil dos dois joelhos é definitivo para confirmar a rotura e
avaliar comparativamente o posicionamento da rótula no joelho íntegro.

Fractura da Rótula
A rótula é o maior osso sesamóide no corpo humano, fazendo parte da articulação do
joelho, mais propriamente da articulação fémuro-rotuliana, que é classificada com
trocleartrose. Este osso está em continuidade com o quadricípete, para cima, e com o tendão
rotuliano, para baixo, fazendo assim parte do aparelho extensor do joelho. Tem a forma de um
“triângulo arredondado” de base superior e vértice inferior. É formada por uma concha
cortical periférica que envolve osso esponjoso trabecular. Apenas a face posterior é revestida
por cartilagem, a mais espessa que se encontra no corpo humano.

Pela sua localização, a rótula confere uma vantagem


biomecânica ao tendão do quadricípete, aumentando o ângulo de
inserção deste (Fig. 2 ). Assim, a rótula tem como principal função
potenciar a força do quadricípete, afastando o tendão rotuliano
do centro da articulação do joelho, aumentando assim o seu
braço de alavanca e potenciando até 50% a sua força de
extensão, dependendo do ângulo do joelho. É nos últimos graus
de extensão que essa acção é mais importante.

Figura 2 Braço do tendão rotuliano

As fracturas da rótula correspondem a cerca de 1% de todas as fracturas, podendo


ocorrer na sequência de traumatismos directos, indirectos ou de uma combinação de ambos.
O mecanismo associado vai caracterizar o tipo de fractura e a lesão de partes moles associada.
A avaliação imagiológica consiste na realização de radiografia do joelho em 2 planos, ântero-
posterior e lateral. O recurso a outros exames como a TAC justifica-se quando se pretende

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

caracterizar melhor o tipo de fractura ou verificar se existe lesão em tecidos moles adjacentes,
como é o caso do tendão rotuliano.

A fractura da rótula pode ser feita por mecanismo directo ou indirecto. A primeira
forma é a mais frequente e envolve um evento traumático na face anterior do joelho,
geralmente em posição de flexão. Pode ocorrer na sequência de um traumatismo de baixa
energia (queda sobre o joelho, pontapé durante uma agressão ou evento desportivo) ou de
alta energia (acidente de viação com embate da rótula contra o tablier). A fractura de
mecanismo indirecto já não é tão comum e pode ocorrer devido a uma luxação da rótula ou
devido a uma contracção do quadricípete contra resistência.

Figura 3 Tipos de fractura da rótula

Existem vários tipos de fracturas de rótula que dependem do tipo de mecanismo que
as provocou e do local onde a fractura ocorreu (Fig. 3). A fractura mais comum em crianças
acontece por mecanismo indirecto e ocorre no bordo inferior da rótula (sleeve-fracture)
(Fig.4), podendo ocorrer ruptura do tendão rotuliano associada.

Figura 4 "Sleeve-fracture"

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

Fractura da rótula em crianças


As fracturas da rótula em crianças são raras, mas quando ocorrem normalmente
envolvem crianças com idade inferior a 16 anos. A sua incidência aparece principalmente entre
os 8 e 12 anos de idade, ocorrendo em menos de 2% dos pacientes com esqueleto imaturo.
Este facto ocorre por a rótula ser mais móvel na infância e estar menos sujeita a impacto e
forças de tensão durante a contracção do quadricípete, além de estar também envolvida por
uma larga camada de cartilagem.
As fracturas de rótula mais comuns em crianças são do tipo “sleeve-fracture”, e
ocorrem geralmente em crianças que participam de actividades que requerem força de
extensão do joelho com contracção do quadricípete contra resistência, sendo a lesão causada
na perna de apoio. Portanto, não é uma lesão por mecanismo directo sobre o joelho.
A separação de um fragmento distal da rótula, na maioria das vezes inclui um
“descolamento” da cartilagem e isto deve ser reduzido para restabelecer a superfície articular.
Apesar do tratamento com talas em extensão do membro inferior produzir uma reconstrução
do aparelho extensor, pode permanecer uma deformidade da rótula com restrição do
movimento de extensão. A reconstrução do aparelho extensor com suturas absorvíveis, não
tem demonstrado bons resultados. O melhor método de tratamento parece ser a cirurgia
recorrendo a materiais de osteossíntese, para realizar a fixação interna rígida da fractura
mantendo uma redução anatómica com o realinhamento da cartilagem articular.

Cirurgia

A técnica mais usada consiste na aplicação de 2 fios (fio de Kirschner ou K), com 2 mm,
colocados de forma anterior e paralelos (um em cada lado da linha média, dividindo a rótula
em 3 partes iguais). Os fios K devem ultrapassar o comprimento da rótula superior e
inferiormente. Faz-se depois passar um fio de aço em frente da rótula e atrás da ponta de cada
fio K, fazendo uma figura de 8 ou de moldura. O fio de aço pode passar na espessura do
tendão rotuliano para maior estabilidade da montagem. Ao realizar tensão, o fio de aço exerce
um efeito de compressão nos vários fragmentos da fractura.

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

Figura 5 Método cirúrgico mais comum de reparação da fractura da rótula

Existem muitas variações desta técnica, sendo uma delas realizada para tentar evitar
alguma irritação causada pela saliência dos fios k, em que estes são substituídos, fazendo
passar um fio de aço por dois orifícios na rótula.

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CONCLUSÃO

Este segundo módulo da unidade curricular Educação Clínica I, sob a orientação da


Fisioterapeuta Ana Cristina Brandão, proporcionou-me uma experiência enriquecedora, tanto
no ponto de vista pessoal, como profissional. Este facto deve-se em grande parte ao
acompanhamento das várias especialidades existentes no Hospital do Barreiro, que me
permitiu aprender um pouco mais acerca de cada uma delas.
Este módulo tinha como objectivos iniciais a integração do aluno numa instituição de
saúde, num trabalho de equipa, visando a compreensão da organização interna da instituição,
objectivos esses que penso que foram atingidos e que me fizeram perceber o que me espera
no futuro se vier a trabalhar num hospital do serviço público que actua em diferentes áreas da
saúde.
Este foi dos meus primeiros contactos com doentes em termos hospitalares e a
segunda vez tive oportunidade para conversar com um doente tentando fazer uma avaliação
subjectiva. Foi também a primeira oportunidade que tive para observar a intervenção do
fisioterapeuta em áreas como a pediatria ou a cardio-respiratória.
A experiência no Hospital de do Barreiro foi muito positiva, permitindo-me lidar com
utentes de faixas etárias bastante variadas, desde bebés com poucos meses de vida até idosos,
com as mais diversas patologias.

Quanto à minha participação durante este módulo da Unidade Curricular, penso que
foi adequada e correcta, com algumas dificuldades no início no que diz respeito à interacção
com o doente, algo que tentei sempre melhorar, sendo rapidamente ultrapassado, resultando
num balanço pessoal muito positivo e enriquecedor.

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Relatório Educação Clínica I Módulo II Janeiro de 2010

BIBLIOGRAFIA

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 Hoppenfeld, S., & Murthy, V. (2004). Fracturas - tratamiento y rehabilitación.
Philadelphia: Marban Libros, S.L.
 Moehring, H., & Greenspan, A. (2000). Fractures - Diagnosis and Treatment.
Philadelphia: Current Medicine.
 Pina, J. A. Esperança; Anatomia Humana da Locomoção; LIDEL; 3ª Edição; 1999
 Seeley, Rod R.; Stephens, Trent D.; Tate, Philip; Anatomia e Fisiologia; Lusodidacta; 3ª
Edição; 2001
 Labronici, P. J., Fernandes, H. J. A., Góes, R. F. A., Reis, F. B. (2005). Fratura Na Patela
Em Crianças (Fraturas Do Tipo “Sleeve”). Acta ortopédica brasileira 13(5). A partir de
http://www.scielo.br/pdf/aob/v13n5/a09v13n5.pdf
 Pailo, A. F., Malavolta, E. A., Santos, A. L.G., Mendes, M. T. R., Rezende, M. U.,
Hernandez, A. J., Camanho, G. L. (2005). Fraturas da patela: uma década de tratamento
no iot-hc-fmusp - parte 1: análise funcional. Acta ortopédica brasileira 13(5). A partir
de http://www.scielo.br/pdf/aob/v13n5/a01v13n5.pdf
 Pereira, H. (2007). Fracturas da rótula – da clínica ao tratamento. Hospital Geral de
Santo António, Serviço de Ortopedia. A partir de
http://www.recoa.org/Papers/2007/cf501p.pdf
 Moreira, R. Osteossíntese nas fracturas da rótula. Que resultados esperar?. Hospital
Curry Cabral, Serviço de Ortopdia. A partir de:
http://www.recoa.org/Papers/2007/cl501p.pdf

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ANEXOS
Anexo I

Anexo I - 1.1 - Raio X de 5 de Junho de 2009 (dia da lesão)

Anexo I - 1.2- Raio X de 26 de Junho de 2009 (durante o período de imobilização)

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Anexo I - 1.3 - Raio X de 6 de Julho de 2009 (dia em que foi retirada imobilização e se diagnosticou a
ruptura do tendão rotuliano)

“ TC dos joelhos: estudo TDM efectuado com aquisição volumétrica, documentado com janelas
para avaliação da estrutura óssea e partes moles envolventes, com reconstruções nos planos
axial e sagital. Do conjunto de imagens obtido salientamos: fractura com arrancamento da
vertente inferior e externa da rótula coexistindo espessamento e heterogeneidade do tendão
rotuliano homolateral e derrame articular anterior. Existe ainda uma discreta irregularidade no
núcleo de ossificação da tuberosidade anterior da tíbia homolateral nomeadamente em
relação à contralateral, verificando-se contudo que a mesma se encontra normoposicionada.”
Anexo II - 1.4 Relatório da TAC (07 Julho de 2009)

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Anexo I - 1.5 - Raio X de 11 de Julho de 2009 (pós-operatório)

Anexo III - 1.6 - Raio X de 18 de Dezembro de 2009 (raio X para controlo do material de osteossítese)

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