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Bebedouro
2007
THAIS HELENA ZEMELLA GABAN
SUZAN MARGARET GUBOLIN
ANTONIO CARLOS MALAMAN
GIULIANO DA SILVA PERES
Bebedouro
2007
FOLHA DE APROVAÇÃO
Banca
1. ___________________________________________
2. ___________________________________________
3. ___________________________________________
Observações
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Agradecimentos
1. Introdução _____________________________________________________ 1
Objetivos __________________________________________________________ 2
Objetivos Gerais ____________________________________________________ 2
Objetivos Específicos ________________________________________________ 2
Justificativa ________________________________________________________ 2
Problema de Pesquisa _______________________________________________ 3
Hipótese __________________________________________________________ 3
Metodologia _______________________________________________________ 3
2. Conhecimento___________________________________________________ 3
O que é conhecimento? _______________________________________________ 3
Aprendizagem Individual _____________________________________________ 5
Aprendizagem Organizacional _________________________________________ 7
Competências ______________________________________________________10
As propriedades do conhecimento na empresa ____________________________ 15
6. Conclusão _____________________________________________________59
8. Anexos ________________________________________________________63
Lista de Ilustrações
Figura 1. Gestão do Conhecimento 9
Figura 2. Dez Componentes Fundamentais do Projeto de uma Universidade
Corporativa 24
Figura 3. Rede de Treinamento da Cadeia de Valor 26
Figura 4. Distribuição das Funções de Aprendizagem 27
Figura 5. Papéis de um Diretor de Aprendizagem 30
Figura 6. Universidade Corporativa – Um Laboratório de Aprendizagem 33
Figura 7. Investimentos UNICOOP 52
Figura 8. Número de Participantes UNICOOP 55
Figura 9. Melhoria em suas atividades 57
Figura 10. Sabem dizer o que é UNICOOP 57
Figura 11. Sabe o que ela representa dentro da Empresa 58
Lista de Tabelas
Tabela 1. Conceitos de Aprendizagem Oragnizacional 8
Tabela 2. Competências Profissionais 12
1. Introdução
Nos dias atuais o conhecimento é tratado como ativo dentro das organizações. A
velocidade com que ocorrem as mudanças tem levado muitas organizações bem-
sucedidas a refletir e comprovar que é necessário treinar os seus colaboradores de
acordo com suas necessidades e manter um processo de aprendizado contínuo para
desenvolver qualificações.
Os conhecimentos trazidos pelos profissionais apresentam curto prazo de
validade e necessitam de constante atualização. A participação efetiva das organizações
na aprendizagem de seu corpo funcional apresenta-se como alternativa para acompanhar
as mudanças do mercado e para transformar os profissionais em indivíduos capazes de
agir proativamente trazendo resultados econômicos para a empresa.
Nesse aspecto, a missão da Universidade Corporativa é formar e desenvolver os
talentos humanos no empresariamento dos negócios, promovendo a geração,
assimilação, difusão e aplicação do conhecimento organizacional, por meio de um
processo de aprendizagem ativa e contínua, gerando resultados.
Para Meister (1999) a Universidade Corporativa é o guarda-chuva estratégico
para o desenvolvimento e educação dos funcionários, clientes e fornecedores, com o
objetivo de atender às estratégias empresariais de uma organização.
O presente trabalho tem como proposta apresentar o conceito de Universidade
Corporativa como instrumento de aprendizagem contínua dentro das organizações, de
modo que essa aprendizagem crie vantagem competitiva para a empresa, pois o valor
não está no conhecimento em si, e sim em como ele é aplicado.
A estrutura do trabalho está dividida em cinco capítulos.
O primeiro capítulo apresentará a introdução do trabalho.
O segundo capítulo abordará os conceitos de conhecimento, competências,
aprendizagem individual e aprendizagem organizacional, conceitos necessários para um
melhor entendimento da importância da universidade corporativa.
No terceiro capítulo será apresentada a Universidade Corporativa, missão,
objetivos, princípios e o Modelo proposto pela autora Jeanne C. Meister, alem do
currículo básico das universidades corporativas, o papel da liderança dentro do processo
e as diversas tecnologias de aprendizagem que podem ser utilizadas. Para
complementação da teoria serão apresentados exemplos de empresas que possuem suas
próprias universidades corporativas, como o Banco do Brasil, MacDonald’s,
Eletronorte, Companhia Vale do Rio Doce e o Grupo Accor.
O quarto abordará os diversos conceitos de vantagem competitiva, a
aprendizagem organizacional em busca da vantagem competitiva.
No quinto capítulo será apresentado um estudo de caso com a Universidade
Corporativa Coopavel- Unicoop para análise prática da universidade corporativa como
fonte de vantagem competitiva.
No sexto e último capítulo, serão apresentadas as conclusões e recomendações
do presente trabalho.
1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo Geral
Demonstrar o processo de educação continuada como fonte de vantagem
competitiva e a universidade corporativa dentro desse processo.
1.2. Justificativa
Necessidade de vincular a aprendizagem e aperfeiçoamento profissional às
metas e resultados estratégicos reais da empresa.
O cenário competitivo das organizações se modificou a partir da globalização
dos mercados e da inovação tecnológica. O enfoque da função das pessoas nas
organizações e sobre o valor do seu conhecimento mudou, demandando novas
habilidades, melhor formação educacional e profissional.
Em meio a toda essa turbulência o ser humano, principal fator capaz de tornar a
empresa permanentemente competitiva, passa a ser o centro das atenções, pois somente
seres humanos competentes e devidamente qualificados poderão produzir ou prestar
serviços com qualidade. Para isso, é preciso ativar a inteligência, a inventividade e a
energia do funcionário que nunca foi tão primordial quanto na economia do
conhecimento.
Nesse contexto, a aprendizagem organizacional pode ser vista como uma opção
estratégica para lidar com a incerteza e a constante necessidade de aperfeiçoamento e
melhoria dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas.
1.4. Hipótese
A redução do prazo de validade do conhecimento testemunhado pelas
organizações nos últimos anos traz a necessidade de as empresas assumirem um papel
proativo no desenvolvimento de sistemas educacionais próprios, proporcionando aos
funcionários acesso à atualização de seus conhecimentos e qualificações para alcance do
sucesso.
1.5. – Metodologia
O método de pesquisa utilizado neste trabalho será a pesquisa bibliográfica,
buscando-se autores, artigos científicos, revistas e sites da internet para fundamentação
teórica e concretização do objetivo proposto.
Empresas que possuem suas próprias universidades corporativas serão
apresentadas para tornar mais factível a teoria apresentada.
Será desenvolvido também um estudo de caso buscando verificar se os conceitos
e propostas apresentados durante a execução do trabalho possuem fundamentação
prática.
A visita técnica à Unicoop- Coopavel foi realizada nos dia 25 e 26 de maio de
2007 pela integrante do grupo Thais Helena Zemella Gaban e teve como objetivo
conhecer o projeto e analisar suas principais características.
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com a gerência da Unicoop,
pesquisa bibliográfica de natureza descritiva e documental, como folhetos, material de
divulgação interno e externo, site institucional.
As informações foram obtidas de fontes primárias com a realização de
entrevistas semi-estruturadas com a gerência, fontes secundárias como relatórios da
cooperativa e pela participação em uma das aulas do curso de pós graduação em Gestão
Empresarial oferecido pela Unicoop.
2. Conhecimento
2.1 O que é conhecimento?
Pode-se classificar conhecimento como a informação estruturada que tem valor,
seja para um indivíduo ou para a organização onde está inserido. O conhecimento é
criado e modificado pelas pessoas e é obtido pela interação social, estudo, trabalho e
lazer. O valor não está na informação em si, e sim no conhecimento gerado a partir da
informação.
O conhecimento é entendimento; é a capacidade de aplicar a informação a um
trabalho ou a um resultado específico. Sem a capacidade de aplicá-la produtivamente, a
informação torna-se inútil, já que é incapaz de gerar valor por si mesma, como um livro
que não é lido.
De acordo com Crawford (1994), quatro são as características do conhecimento
e da informação que fazem desses, recursos únicos:
2.2Aprendizagem Individual
Conforme Fleury e Fleury (2000), a aprendizagem é um processo neural
complexo que leva à construção de memórias. Aquilo que se aprende e depois se
esquece é como se nunca tivesse acontecido; o conjunto de coisas que são lembradas
constitui a identidade. Aprende-se lendo, ouvindo, errando, praticando, vivenciando a
situação, observando, e cada pessoa vivencia de forma única esse processo.
A aprendizagem pode ser entendida como um processo de mudança provocado
por estímulos diversos, mediado por emoções, que podem vir ou não a manifestarem-se
em mudanças de comportamento.
Segundo Caravantes e Pereira (apud CARVALHO 2001), para conceituar
aprendizagem é preciso levar em conta que:
a) a aprendizagem é um processo contínuo e dinâmico, no qual o aprendiz
enfrenta criticamente a realidade. Isso significa que a aprendizagem não pode ser
considerada apenas como um produto final;
b) a aquisição do conhecimento se dá a partir da prática e ela se reverte: teoria e
prática estão entrelaçadas e interligadas.
Fleury e Fleury (2000) apresentam a necessidade de distinguir o processo de
aprendizagem, que ocorre dentro do organismo da pessoa que aprende, das respostas
emitidas por essa pessoa, as quais podem ser observáveis e mensuráveis. Duas vertentes
teóricas sustentam os principais modelos de aprendizagem: o modelo behaviorista e o
modelo cognitivista:
a) modelo behaviorista: seu foco principal é o comportamento, pois esse é
observável e mensurável: partindo do princípio de que a análise do
comportamento significa o estudo das relações entre eventos estimuladores e
respostas, planejar o processo de aprendizagem implica estruturar esse processo
passível de observação, mensuração e réplica científica;
b) modelo cognitivista: pretende ser um modelo mais abrangante do que o
behaviorista, explicando melhor fenômenos mais complexos, como a
aprendizagem de conceitos e a solução de problemas. Procura utilizar dados
objetivos, comportamentais, como dados subjetivos, levando em consideração
crenças e percepções do indivíduo que influenciam seu processo de apreensão da
realidade.
Fiol (apud CARVALHO 2001) afirma que uma pessoa aprende por meio do
desenvolvimento de diferentes interpretações de uma informação nova ou já existente,
ou seja, pelo desenvolvimento consciente ou inconsciente de um entendimento que a
rodeia. O que implica ver a aprendizagem como um processo não necessariamente
vinculado a uma ação, e abrir a possibilidade da ocorrência de apenas uma atividade
psíquica.
Entretanto todos esses autores concordam que a aprendizagem é um processo
individual único, vivenciado de maneira exclusiva por aquele que aprende, necessitando
da dedicação daqueles que dela fazem parte. Utilizar ou não a aprendizagem
desenvolvida depende necessariamente do contexto onde ela encontra-se inserida.
2.3Aprendizagem Organizacional
Dentro de uma organização o processo de aprendizagem envolve não somente o
processo cognitivo que possibilita compreender o que está ocorrendo no ambiente
externo e interno à organização, como também a definição de novos comportamentos
que comprovem a efetividade do aprendizado. Existe dentro das organizações uma
estrutura denominada memória organizacional, constituída pelo processo de
armazenagem de informações com base na história organizacional as quais podem ser
recuperadas e auxiliar na tomada de decisões presentes.
As definições de organização que aprendem, enfatizam sua capacidade de
adaptação às taxas aceleradas de mudanças que ocorrem atualmente no mundo.
O quadro abaixo apresenta os diferentes conceitos de aprendizagem elaborados
em diferentes épocas e contextos históricos, mas que apresentam a evolução do conceito
de aprendizagem organizacional. A aprendizagem organizacional passa a englobar não
somente a capacidade de identificar e corrigir erros ou da melhoria nos processos;
começa a discutir a importância da geração de valor à aprendizagem, da criação da
capacidade de se adaptar às mudanças e desenvolver novos caminhos.
Tabela 1. Conceitos de Aprendizagem Organizacional
Conceito de Aprendizagem Organizacional Autor
Ë um processo de identificação e correção de Argyris (1977: 116)
erros.
Significa um processo de aperfeiçoar as Fiol e Lyles (1985:803)
ações pelo melhor conhecimento e
compreensão.
Organizações que aprendem são Garvin (1993: 80)
organizações capacitadas em criar, adquirir
e transferir conhecimentos e modificar seus
comportamentos para refletir esses novos
conhecimentos.
Uma organização está continuamente Senge (1990:14)
expandindo sua capacidade de criar o futuro.
Fonte: (FLEURY; FLEURY, 2000, p.30)
Aquisição e
Desenvolvimento
Memorização Disseminação
2.4.Competências
Ao buscar o conceito de competência, encontra-se no senso comum a definição
de pessoa qualificada para realizar algo, capaz de desenvolver determinada tarefa com
destreza, aptidão e capacidade. A competência traduz-se na qualidade ou estado de ser
funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidade ou
força para determinada atividade. O conceito de competência traz também a associação
de pessoa idônea e virtuosa.
Dentro do âmbito empresarial a palavra competência vem assumindo outros
significados, alguns mais ligados às características do indivíduo, como conhecimentos,
habilidades, atitudes e também às tarefas e resultados. Para alguns profissionais da área
de Recursos Humanos, competência está intimamente associada ao conjunto de
conhecimentos habilidades, atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma
pessoa, e que se relacionam com o desempenho no trabalho.
Fleury e Fleury (2000) definem competência com um saber agir responsável e
reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos,
habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.
O quadro a seguir apresenta algumas definições de competências profissionais,
baseadas na definição proposta por Fleury e Fleury (2000).
3. Universidades Corporativas
As Universidades Corporativas surgem como proposta para permitir que as
organizações possam participar ativamente da educação e treinamento de seus
profissionais. Atualmente, o contexto econômico no qual as organizações estão
inseridas apresenta uma redução do prazo de validade do conhecimento e para tanto é
necessário que os profissionais estejam em constante atualização a fim de manter a
competitividade no mercado.
Aliados as decisões estratégicas da organização a Universidade Corporativa
apresenta suporte para o desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos
permitindo que eles deixem de ser apenas “cumpridores de normas” para se
transformarem em profissionais com habilidades em agir, pensar, interpretar
informações e tomar decisões.
Um dos objetivos das Universidades Corporativas é o de transformar a empresa
em uma organização de aprendizado, na qual o conhecimento é tratado como vantagem
competitiva. E para isso ela deve ser capaz de administrar todo processo de
identificação, captação, organização, compartilhamento, representação, transmissão,
utilização, ajuste do conhecimento, visando sempre à elevação do nível de competência
das pessoas.
O aprendizado contínuo transforma a cultura de uma organização, criando
indivíduos comprometidos, que se desenvolvem pessoalmente e profissionalmente e
trazem dentro de si o espírito da melhoria contínua, buscam aplicar o que foi aprendido
e apresentam um diferencial no mercado, dificilmente copiado pela concorrência.
Para que as organizações possam se preparar e enfrentar a competição nos
padrões do novo contexto internacional, Eboli (1999) diz que é imprescindível uma
revisão urgente na gestão de recursos humanos, e que o principal desafio à gestão de
pessoas é gerar resultados que enriqueçam o valor da organização para clientes,
investidores e funcionários.
Nesse sentido a educação corporativa é fundamental, pois representa a energia
geradora de sujeitos modernos, capazes de refletir criticamente sobre a realidade
organizacional, de construí-la e modificá-la continuamente, em nome da
competitividade e do sucesso. A educação corporativa favorece a inteligência e o alto
desempenho da organização, na busca incansável de bons resultados.
Fonte: ( MEISTER,1999,p.63)
Fonte: (MEISTER,1999,p.87)
• Parceiro de Negócios
Conhecer a direção estratégica da empresa, seus produtos, serviços, clientes,
concorrentes, fornecedores, questões sindicais e como a organização está se
posicionando no mercado global, participar de reuniões estratégicas, ler os planos
estratégicos das unidades de negócios, desenvolver relacionamentos operacionais,
compreender os problemas que a empresa está enfrentando e juntamente com os
gerentes seniores recomendar soluções de aprendizagem que superem os desafios
empresariais.
• Pensador do sistema
Esboçar uma visão, em parceria com o conselho, ligado aos objetivos
empresariais da organização de forma que as operações de aprendizagem e
desenvolvimento formem um sistema unido por ações inter-relacionadas, em que todas
as partes- visão, funcionários, desenvolvimento, organização, uso da tecnologia,
estratégia de financiamento, abordagem de avaliação e veículos de comunicação -
funcionem como um todo unificado e que produz valor.
• Diretor de aprendizagem
É o especialista em educação, e como tal precisa moldar a visão da
aprendizagem contínua. Deve expandir o treinamento e o desenvolvimento para além
dos funcionários internos, incluindo todos os membros da cadeia de valor, eliminando
as ineficiências das unidades de negócios e melhorando radicalmente a satisfação dos
interessados internos.
• Formador de alianças
Criar parcerias não apenas com gerentes internos, mas também com clientes
externos, líderes sindicais e reitores de instituições de educação superior. Precisa operar
estrategicamente, formular um plano empresarial e recomendar como implementá-lo
para desenvolver uma rede global de parceiros de aprendizagem.
• Estrutura Contextual
Este treinamento visa desenvolver nos funcionários conhecimentos e
capacitações bastante específicas e práticas sobre a empresa, seu setor, clientes,
fornecedores e como ela se situa no mercado perante os concorrentes.
Para tanto, é importante que os profissionais entendam o grande cenário no qual
a empresa está inserida, tendências do setor, bem como conhecer e praticar as
competências básicas do ambiente de negócios.
Os funcionários adquirem um conhecimento sólido das características e dos
benefícios dos produtos e serviços da empresa, como ela ganha dinheiro, como seus
negócios se comparam com os da concorrência e como aprender com as melhores
práticas de empresas de primeira linha que determinam os padrões de excelência do
mercado.
• Competências Básicas do Ambiente de Negócios
Conforme apresentado no capítulo 1, as competências básicas do negócio são
responsáveis pela definição da vantagem competitiva da organização, e representam um
conjunto de atitudes, conhecimentos e competências que os funcionários necessitam
para exercer suas atividades.
Essas competências podem ser definidas como a capacidade de aprender a
aprender, comunicação e elaboração, raciocínio criativo e solução de problemas,
conhecimentos tecnológico, conhecimento de negócios globais, desenvolvimento de
liderança e auto-gerenciamento da carreira.
Fonte: (MEISTER,1999,p.131)
Fase I (1970-1980)
Durante esse período as ações da organização concentravam-se essencialmente
no estabelecimento e a consolidação da organização era baseada nas idéias dos
membros agropecuaristas: melhores preços a fim de minimizar a exploração sofrida via
atravessadores. A organização estruturou-se por conscientização, mobilização dos
agricultores e ao filiarem-se à cooperativa, para que juntos pudessem enfrentar os
grandes desafios do mercado: assistência técnica, modernização e melhores preços para
sua produção. Nessa fase o governo federal teve papel importante criando instrumentos
e dispositivos legais para a organização cooperativista, bem como incentivos fiscais,
subsídios e crédito facilitado para os associados.
Fase II (1980-1990)
Nesse período houve a busca pela expansão das atividades, que até então se
concentravam na comercialização dos produtos dos associados e na definição de uma
política mais agressiva no mercado. Durante o processo foram evidenciadas grandes
dificuldades financeiras que refletiam a falta de profissionalismo, principalmente nas
áreas de planejamento e administração da produção, bem como características
assistencialistas e protecionistas que dominava os gestores da organização.
Fase III (1990-1999)
Após enfrentar uma fase crítica nos meados dos anos 90, a Coopavel conseguiu
a sua recuperação econômica e financeira, pelo planejamento e por ações estratégias
visando a continuidade dessa reabilitação. Foi realizada uma revitalização no processo
administrativo e nas propriedades rurais implantando a modernização das atividades
agrícolas. O objetivo dessas estratégias foi a busca de produtividade por parte dos
associados, com o planejamento do processo operacional da atividade e uma melhora na
renda dos associados.
Coopavel nos dias de hoje
Hoje a Coopavel é considerada uma grande empresa, com muitas indústrias e
com perspectivas de expansão em outros setores, agregando valores a toda produção dos
cooperados, passando a vender seus produtos com valor adicionado.
Conta atualmente com 21 entrepostos instalados em 14 municípios da região
oeste, que recebem toda a produção de milho, soja, algodão, feijão, arroz, trigo, triticale,
aveia, bem como aves, suínos, bovinos e leite, produzidos pelos quase 3.600 associados
da cooperativa, com capacidade de armazenagem estimada em sete milhões de sacas e o
comércio dos insumos necessários para as propriedades rurais.
1.200
17.679 Participantes
15.833 15.545 14.864
14.950
12.304
3.909
6% 1% excelente
3%
ótimo
7% 14%
bom
regular
33% 36% péssimo
brancos
nulos
2% sim
3% 0%
9% 1% não
5% pouco
talvez
não sabe
80%
brancos
nulos
5% sim
4% 1%
não
11% 0%
pouco
5%
talvez
não sabe
74%
brancos
nulos
6. Conclusão
A educação é a mola propulsora das mudanças mais profundas e duradouras que
uma organização pode almejar. Por meio da educação contínua criam-se indivíduos
capazes de refletir e agir proativamente às constantes mudanças sofridas no contexto
econômico das organizações.
O mercado altamente competitivo requer que os profissionais sejam capazes de
proporem novas soluções e mecanismos para que a empresa crie sustentabilidade.
As Universidades Corporativas são a forma que as instituições encontraram para
participar ativamente do processo de educação de seus funcionários. Elas surgem da
necessidade sentida pelas empresas em adequarem os conhecimentos e competências de
seus colaboradores à realidade da organização e aos seus objetivos estratégicos.
A volatilidade apresentada pelo conhecimento nos dias atuais gera a necessidade
de investimentos em melhoria contínua para que o capital intelectual de uma
organização não se torne obsoleto.
A educação corporativa via universidade surge para atender às necessidades de
educação continuada e, segundo Meister (1999), para sustentar a vantagem competitiva,
inspirando um aprendizado permanente e um desempenho excepcional dos valores
humanos e, conseqüentemente, das organizações.
Tem por finalidade o desenvolvimento e a educação de funcionários, clientes e
fornecedores, com o objetivo de atender às estratégias empresariais de uma organização
como meio de alavancar novas oportunidades, entrar em novos mercados globais, criar
relacionamentos mais profundos com os clientes e impulsionar a organização para um
novo futuro.
Representa a energia geradora de sujeitos modernos, capazes de refletir
criticamente sobre a realidade organizacional, de construí-la e modificá-la
continuamente em nome da competitividade e do sucesso. Para Eboli (1999), ela
favorece a inteligência e o alto desempenho da organização, na busca incansável de
bons resultados.
A educação corporativa compreende a filosofia que orienta todas as atividades
realizadas para identificar, modelar, difundir e aperfeiçoar as competências essenciais
para o sucesso de uma organização. Busca as condições favoráveis de inovação,
flexibilidade e motivação para um melhor ambiente interno, melhor relacionamento
com o ambiente externo e maiores resultados para o negócio.
Conclui-se que as empresas criam suas Universidades Corporativas pelo desejo
de desenvolver uma equipe de profissionais preparados a entender as mudanças do
mercado, a reagir proativamente aos estímulos e principalmente ser capazes de gerar
valor ao negócio. Ao buscar a participação efetiva no treinamento e desenvolvimento de
seus colaboradores, as organizações estão alinhando a aprendizagem às suas
necessidades estratégicas.
Investir na educação corporativa é acreditar que as pessoas são os maiores
responsáveis pelo sucesso de uma organização, e que o capital intelectual que ela possui
é sua maior fonte de riqueza.
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