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CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS-UFPE DISCIPLINA MUDANÇAS

CLIMÁTICAS E MEIO AMBIENTE


Prof. Dr. Lucivânio Jatobá UFPE- Recife, 2020

Autor: Prof. Dr. Lucivânio Jatobá

UFPE- Centro de Biociências


Curso de Mestrado Profissional em Ensino de
Ciências Ambientais- PROFCIAMB
Recife- 2020
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CLIMÁTICAS E MEIO AMBIENTE
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TEXTO PARA ANÁLISE E DISCUSSÃO

O AQUECIMENTO DO AR ATMOSFÉRICO
INTRODUÇÃO

Neste texto apresentam-se os fundamentos teóricos a respeito do


aquecimento do ar atmosférico e seus efeitos. Esse aquecimento será
responsável por uma série de outros fenômenos atmosféricos.

A radiação solar, como será visto adiante, é a origem de todos os


demais elementos do tempo e do clima, daí a ênfase que será dada à
insolação. A quase totalidade dos processos atmosféricos demanda a
energia que é proveniente do Sol. Tal energia é transferida mediante a
radiação do calor sob a forma de ondas eletromagnéticas.

1. A INSOLAÇÃO

A insolação é a taxa de energia solar recebida pela superfície


terrestre numa unidade de tempo. A insolação é uma função direta,
também, da inclinação dos raios solares que incidem sobre essa
superfície. Quanto maior o ângulo de incidência , maior será, obviamente,
a insolação ( Figura 1)

Figura 1. Variação da intensidade da radiação solar (ROC) ao longo do dia

Fonte: https://www.geopalavras.pt/2012/11/a-temperatura-como-resultado-da.html.
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A energia do Sol propaga-se pelo espaço através de ondas. E´ a


radiação de ondas curtas (ROC). Mas não é a energia solar que aquece
diretamente a atmosfera do planeta.

Com relação a esse assunto, BLAIR e FITE (1964) afirmam:


O calor da atmosfera e da superfície terrestre, na sua quase totalidade, provém do Sol. As
quantidades recebidas da Lua, planetas e estrelas e do interior do globo terrestre são
desprezíveis, em comparação com o calor solar, e a evidência desse fato está no aumento da
temperatura, durante o dia, sob o efeito da radiação solar , e na queda noturna da
temperatura, quando não há Sol, porém, os outros fatores se fazem presentes ( BLAIR e FITE,
1964)

Na figura 2 mostra-se a radiação solar recebida pela superfície


terrestre . Essa radiação corresponde ao fluxo de energia emitida pelo
Sol, sob a forma de ondas eletromagnéticas, com diferentes frequências,
tais como a luz visível, a radiação infravermelha e ultravioleta.

Figura 2- Radiação solar média recebida pela superfície terrestre por mês. (Em w/m². )
1 watts corresponde a um joule por segundo ou à energia usada em um segundo por
uma corrente de um ampere que passa entre dois pontos com diferença de potencial
de um volt.

Fonte: Google
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A radiação pode ser: direta, que é aquela que vem diretamente do


sol, sem ter sofrido nenhuma mudança.; difusa, ou seja , parte da radiação
que atravessa a atmosfera, sendo refletida ou absorvida por estas; e
refletida, que é aquela modalidade que consiste na reflexão da energia
pela superfície terrestre ( também denominada albedo).

Embora o potencial do efeito de aumento do albedo na redução das temperaturas de


superfície seja indiscutível, há um debate sobre a viabilidade e eficácia do uso do albedo como
estratégia passiva para redução tanto do estresse térmico no nível do pedestre como do
consumo de energia em climatização em edifícios ( KRÜGER e GONZALEZ,2016)1

A quantidade de radiação solar que atinge a superficie da Terra é


emitida pelas ondas eletromagnéticas, com longitude de ondas curtas, daí
ser conhecida como “radiação de ondas curtas”.

A radiação de ondas curtas (ROC) que a superficie terrestre absorve


acaba transformando-se em energia térmica. Essa superficie aquece-se e
passa a transmitir energia para a atmosfera. A energia assim transferida
denomina-se “radiação de onda longa”, ou ROL ( Figuras 3 e 4).

A ROC diminui do Equador para os polos. Respondem por esse fato


as seguintes causas: a) a maior quantidade de radiação que é refletida
pelo gelo ( albedo); b) nas altas latitudes a ROC incide com ângulos muito
pequenos; c) nas áreas de latitudes polares , a ROC atravessa uma maior
espessura de ar.

1
Krüger, E. ; GONZALEZ, Dominique Elena. Impactos da alteração no albedo das
superfícies no microclima e nos níveis de conforto térmico de pedestres em cânions
urbanos. Ambient. constr. vol.16 no.3 Porto Alegre July/Sept. 2016
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Figura 3- Energia de onda longa emitida para o espaço em janeiro de 2007 ( watts/m²)
( Fonte: CPTEC)

Figura 4- Anomalia de radiação de onda longa para janeiro de 2007 (Fonte: CPTEC)

Leia, agora, as considerações técnicas apresentadas pelo CPTEC, relacionadas à


situação meteorológica do mês de janeiro de 2007, com base nesses dois mapas
anteriores:
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“No campo de anomalia da Radiação de Onda Longa (ROL), destacou-se a ocorrência
de anomalias negativas em algumas áreas da Indonésia e norte da Austrália, o que
também caracteriza o enfraquecimento do atual fenômeno El Niño . Sobre o Oceano
Pacífico Oeste, notou-se o deslocamento para leste da atividade convectiva associada
à Zona de Convergência do Pacífico Sul (ZCPS). (...) A parte da Região Norte e a Região
Nordeste experimentavam uma fase mais desfavorável à ocorrência de chuvas
(anomalias positivas de ROL). Sobre a Região Nordeste, em particular, verificou-se que
a anomalia positiva de ROL foi consistente com a permanência dos centros dos vórtices
ciclônicos em alto níveis na maior parte do mês (ver seção 4.2), igualmente consistente
com a escassez de chuva.” ( Boletim Climanálise, jan. 2007).

Quando há uma anomalia positiva de ROL , significa que há uma


nebulosidade mais baixa e, portanto, diminuição da umidade atmosférica
e seca ou decréscimo da pluviosidade.

Para as regiões tropicais, baixos valores de radiação de onda longa


(ROL) registrados pelo satélite no topo da atmosfera terrestre são
utilizados para caracterizar regiões de convecção profunda, enquanto que
em médias latitudes, similares valores de ROL podem representar nuvens
do tipo Stratus (Bomventi et al (2006)2.

2 - A Temperatura do Ar

O calor de um corpo equivale à energia calorífica que ele contém. A


temperatura é a medida da quantidade de calor desse corpo. A
quantidade de calor absorvida por um corpo é proporcional ao calor
específico da substância que compõe essa matéria.

A radiação de ondas longas ( ROL ) é absorvida pela superfície


terrestre. O ar atmosférico, em contato com essa superfície, aquece-se. A
camada mais inferior da atmosfera transmite calor para as mais elevadas,
em face das correntes de convecção. Em situação normal, as camadas
mais inferiores são mais quente que as mais elevadas.

Há situações em que esse gradiente térmico é invertido, e as


camadas mais superiores passam a ficar, portanto, mais quentes. E´ o que

2
BOMVENTI T. N. et AL. Relação entre a radiação de onda longa, precipitação e temperatura da
superfície do mar no oceano atlântico tropical. Rev. Bras. Geof., São Paulo, v. 24, n. 4, p. 513-524,
out./dez. 2006
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se conhece como inversão térmica . Nas noites de céu claro, por exemplo,
o calor acumulado na superfície terrestre , durante o dia, é irradiado
rapidamente, de maneira que a camada mais inferior se resfria antes que
a superior. O gradiente térmico vertical corresponde, aproximadamente
a 1°C para cada 100m de altitude. Esse é o gradiente adiabático seco.

A inversão do gradiente térmico ocorre em condições de grande


estabilidade do ar. Numa situação de inversão térmica, ou seja, de
estabilidade, a circulação vertical do ar é impedida( Figura 5) . Neste caso,
a concentração de poluentes atmosféricos é mais intensa.

Figura 5. Situação de inversão térmica

Fonte:http://www.agrotec.etc.br/downloads/Inversion%20Termica_Pedro%20Daniel%20Leiva
_INTA.pdf
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A representação cartográfica da temperatura do ar é feita


mediante o emprego de linhas que unem pontos que possuem a mesma
temperatura. Essas linhas são as isotermas .

As isotermas são um instrumento cartográfico de suma importância


para a elaboração de estudos climatológicos e também para o ensino de
Geografia. Elas revelam diversos aspectos que acarretam alterações do
quadro térmico de uma localidade, região, país ou até continentes.
Observe, por exemplo, a figura 6, a seguir. No mapa foram traçadas
isotermas de duas estações opostas ( inverno e verão). O traçado é
extremamente irregular e muda de configuração de acordo com as
estações do ano.

Figura 6- Isotermas globais de julho e de janeiro

(Fonte:http://thales.cica.es/rd/Recursos/rd99/ed99-0151-01/capitulos/cap3_1.htm)
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O exame desses dois mapas permite constatar que para uma


mesma faixa latitudinal, as isotermas apresentarão maiores valores na
área continental que sobre a área oceânica.

A distribuição das temperaturas sobre a superfície terrestre é


influenciada pelos seguintes fatores: a) relevo, b) latitude, c) correntes
oceânicas, d) massas de ar, e) frentes (quentes e frias).

Nas figuras 7 e 8 mostra-se o quadro térmico de duas cidades


brasileiras: Recife e Curitiba.

Figura 7. Quadro térmico da cidade do Recife (PE)


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Figura 8.Quadro térmico da cidade de Curitiba (PR)

Figura 6 - O quadro térmico anual das cidades do Recife e Curitiba . O gráfico inferior
corresponde à cidade de Curitiba (PR).

2, A transferência de calor

A transferência de calor se dá através de três processos: Condução,


Convecção e Radiação ( alguns o chamam também de Irradiação). Esses
processos estão esquematicamente representados na Figura 9.
Figura 9. As formas de transferência de calor

Fonte: https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-9.html
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A Condução é o processo pelo qual a energia é transferida de


partícula para partícula da matéria. Um corpo que se encontre com
temperatura mais elevada e portanto com uma maior agitação das
moléculas transfere calor para a matéria vizinha. Esta passa , então, a
vibrar mais intensamente. Esse processo obviamente não se consuma no
vácuo.
A condução ocorre dentro de uma substância ou entre substâncias que estão em contato físico
direto. Na condução a energia cinética dos átomos e moléculas (isto é, o calor) é transferida por
colisões entre átomos e moléculas vizinhas. O calor flui das temperaturas mais altas (moléculas
com maior energia cinética) para as temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia
cinética). A capacidade das substâncias para conduzir calor (condutividade) varia
consideravelmente. Via de regra, sólidos são melhores condutores que líquidos e líquidos são
melhores condutores que gases. Num extremo, metais são excelentes condutores de calor e no
outro extremo, o ar é um péssimo condutor de calor. Conseqüentemente, a condução só é
importante entre a superfície da Terra e o ar diretamente em contato com a superfície. Como
meio de transferência de calor para a atmosfera como um todo a condução é o menos
significativo e pode ser omitido na maioria dos fenômenos meteorológicos( Extraido de:
https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-9.html )

A Convecção é um importante processo de transmissão de energia


para muitos fenômenos meteorológicos e consiste na movimentação de
massas fluidas, ocorrendo, portanto, nos gases e nos líquidos. A exemplo
da Condução, não se verifica no vácuo. A chamada “circulação
convectiva” do ar atmosférico transporta calor, de maneira vertical, da
superfície terrestre para a Troposfera, redistribuindo o calor da faixa
equatorial para as áreas de altas latitudes, as áreas polares. Um
interessante exemplo de consequência desse processo é a formação da
nuvem de desenvolvimento vertical ( Cumulo- nimbos, Cb), que causa, às
vezes, pesados aguaceiros, acompanhados de relâmpagos e trovões (
Figura 10).
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Figura 10. Nuvem convectiva do tipo Cb

A Radiação é o processo no qual a transferência de calor se dá


mediante as ondas eletromagnéticas. Esse processo pode ocorrer no
vácuo. Existem materiais que permitem a radiação , sendo denominados
de diatérmicos. O ar é diatérmico. Um excelente exemplo de Radiação é
a energia solar ( a Radiação de Ondas Curtas – ROC) que chega até a
superfície terrestre, já abordado anteriormente neste texto.

Questões para discussão

1. O que se pode concluir, do ponto de vista climático, após o exame


da Figura 1?
2. Como se dá o aquecimento do ar atmosférico?
3. Suponha duas áreas continentais. A superfície A é um amplo
deserto. A superfície B é uma vasta área recoberta por florestas
latifoliadas perenifólias. Em qual das superfícies a ROL é mais
intensa? Por que?
4. Faça uma análise comparativa das Figuras 7 e 8
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5. Explique o porquê dos movimentos convectivos do ar gerarem


nuvens de desenvolvimento vertical.

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