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Conceito: autonomia no seu sentido técnico- Quando tenho uma atividade de ADMP é realizada
político, significa ter a entidade integrante da tanto no âmbito da ADMP mas também fora do âmbito
federação capacidade de auto-organização, da ADMP, Ex.: CCR (concessionaria da nova Dutra,
autogoverno e autoadministração. No primeiro PRIVADA) mas a Dutra é pública, e está cedida a
caso, a entidade pode criar seu diploma administração da CCR. A CCR então pratica muitas
constitutivo; no segundo, pode organizar seu atividades públicas, mas regidas por uma empresa
privada.
Quando conjugo os critérios la pra caracterizar a No Brasil, os juízes têm a obrigação de julgar
atividade administrativa, tenho pelo menos 2 qualquer demanda que venha a ser produzida
correntes: e devidamente encaminhada para sua tutela.
Adotamos, dessa forma, a unidade de
A noção de “poder público” (HARIOU) jurisdição.
E a noção de “serviço público” (DUGUIT) Sistema francês (dualidade de jurisdição): A
criação francesa que trouxe a necessidade de
ATOS DE GESTÃO X ATOS DE IMPÉRIO segmentação das funções essenciais do Estado
Os atos de império seriam aqueles em que o Estado em submeter qualquer governante à lei.
atua como ente soberano (com poder de império), Nasceu do sistema francês do século XIX e teve
com todas as prerrogativas e privilégios inerentes a diversas fases. Houve uma fase em que o
esta condição, impondo regras aos particulares, Administrativo dizia o que deveria ser julgado
unilateral e coercitivamente, independentemente de pelo Judiciário (fase da delegação de
autorização judicial, sendo regidos por direito especial, competência). A França, até hoje, tem um
alheio às normas jurídicas comuns. tribunal administrativo, cujo órgão superior é o
Conselho de Estado Francês, que se insere no
Os atos de gestão, por sua vez, seriam os praticados Poder Executivo, proferindo este, também,
pelo Estado em situação de igualdade (ou de decisões de caráter definitivo. Situações de
equiparação) com os particulares, para a conservação corrupção dos juízes franceses que insuflaram
e desenvolvimento do patrimônio público e também a desconfiança geral em relação a suas
para a gestão dos seus serviços, aplicando-se tanto à atuações. Tinham vínculos com a nobreza, com
Administração como aos particulares as normas do a Coroa e suas tradições, de maneira sucinta.
direito comum. Como se houvesse duas justiças coexistindo de
Assim, se o Estado atua como entidade de direito forma equivalente. Uma de caráter residual
público, praticando atos de império (acta jure imperii) dentro do poder judiciário que cuida de
no plano internacional, fica imune à jurisdição de questões menores quanto aos particulares. E
qualquer tribunal de outro Estado; mas caso pratique um administrativo, que cuida apenas de
atos de gestão (acta jure gestionis) poderá, questões públicas.
eventualmente, ter que se submeter a uma jurisdição No brasil, processos administrativos não são
estrangeira. definitivos. Se alguma ilegalidade ocorrer nesse
Onde se encontram os limites do público e do privado? processo posso recorrer ao judiciário e ação judicial. O
Grande questionamento: contratos eletrônicos que processo será julgado numa questão de competência
ainda não tem controle legislativo. Se são realizados da justiça federal.
entre um particular e uma empresa privada, são
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
essencialmente privados, mas se são tributados,
também dizem respeito ao interesse público então são DIRETA: Corresponde aos entes estatais, ou seja,
assunto da admp. aquelas que compõem o sistema federativo
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Pressupõem a própria forma do Estado,
Sistema inglês (jurisdição una/unidade de responsável pelo desempenho das atividades
jurisdição): Toda e qualquer demanda pode ir administrativas de forma centralizada. São,
até o judiciário. O judiciário é um só e é só ele portanto, de direito público e que atuam
que vai definir com um caráter de diretamente na administração.
definitividade e, portanto, só ele faz coisa INDIRETA: trata das entidades, ou seja, da
julgada. Common law: toda e qualquer decisão distribuição dos poderes dos entes estatais
dos outros poderes pode ser revista pelo Poder essas pessoas criam órgãos públicos dentro de
Judiciário. Em direção distinta, a tradição sua própria estrutura, ou mesmo novas pessoas,
inglesa encaminhou-se para a noção dos que compõem a ADM indireta. São elas as
precedentes constituídos por demandas autarquias, sociedades de economia mista,
transitadas em julgado que reforçam um lastro empresas públicas e fundações públicas.
basilar para as tomadas de decisão dos juízes *delegadas. Exercem as entidades integrantes a
em casos concretos similares que as sucedam. função administrativa de modo descentralizado.
Autarquias: são criadas com intuito de especialização. SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
A união tem de cuidar da previdência social, mas não
conseguiu lidar com esse assunto de forma tão Pirâmide Organização administrativa na forma
especializada ne precisa de conhecimento técnico. Por piramidal, constituída em seu ápice pela autoridade
isso criou a autarquia INSS para cuidar exclusivamente máxima, o hierarca, abaixo do qual se encadeavam
dessas questões. É a pessoa que mais se assemelha a sucessivos vínculos de subordinação (baseada na
adm indireta. relação hierárquica, viés autoritário). (BORDALO, p.32).
Há, portanto, alto grau de subordinação. Quem ta em
Entidades fundacionais: fundações. Pub ou privada? cima manda, quem tá embaixo obedece.
Questões.
Tal sistema se fez de tudo ineficaz, posto que não há
Empresariais: empresas públicas e sociedades de atividades simplistas para que se faça uma hierarquia
economia mista. Art. 37 CF. da a possibilidade de as estrita. Não há simetria nenhuma entre o ministério da
sociedades e empresas pub realizem serviços públicos economia e da saúde e da educação. Não da pra
e econômicas. A tendência é que sejam atividades encaixar na pirâmide. Vários centros coordenados que
voltadas a economia, à concorrência, ao invés de se juntam para tomar decisões importantes. “qual é
serviços públicos. As empresas públicas e as hierarquicamente superior: o ministério da educação
sociedades de economia mista são como as autarquias, ou da saúde? Não da p saber”
ne, fazem serviços públicos, mas atuam no mercado.
São pessoas de direito privado. Ex.: caixa econômica, Em vista disso, busca-se um sistema debruçado na
casa da moeda, correios (empresa pública, não coordenação: não mais há a ideia de subordinação. O
autarquia). sistema atual busca uma atuação conjunta dos órgãos
Empresas públicas tem capital totalmente para que seja atingido o fim comum do interesse
publico público. Prevalece, portanto, o sistema de Vital
Sociedades de economia mista tem capital Moreira e o sistema da teia de Sérgio Guerra:
tanto público quanto privado.
Vital Moreira segundo o mesmo, a admp detém
Se o correio é um monopólio por que ele não é atualmente caráter “multiforme e heterogêneo”.
autarquia? Já que não atua no mercado e tals. Apenas Abandonou-se o perfil unitário, dando lugar a uma
por causa da maneira com a qual foram constituídos. O “diversificação orgânica e a pluralização institucional”
cerne da questão não é a concorrência, mas a polimorfismo (diversidade de forma organizatória) e
produção tem valor econômico. Ex.: a CSN já foi policentrismo (independentes em relação à
empresa pública e, apesar do monopólio e da não administração central. Ideia de galáxia administrativa)
concorrência, produzia materiais de valor econômico. (BORDALO, p. 32)
Delegadas: Nascem e se desenvolvem como empresa Sérgio Guerra como em uma teia, todos estão
privada mas por contrato ou ato administrativo vem a conectados. Há policentrismo administrativo. A
se tornar concessionarias permissionárias que prestam hierarquia ainda existe, mas a ideia que vem se
serviços públicos, cumprem regras públicas para desenvolvendo hoje é a de coordenação. Vários
cobrar tarifas. Ex.: empresa Sul Fluminense de ônibus centros de atribuição. Organização sob forma de rede,
é uma empresa privada que presta serviços conforme Sérgio Guerra, onde o policentrismo
públicos. Se presta serviços públicos, está sujeita a administrativo também é tratado como um fenômeno
regra pública e não pode dispor livremente dos preços de fragmentação administrativa. Tal se dá em razão do
das passagens, por exemplo. gigantismo que a Administração vem assumindo, com
a crescente assunção de tarefas públicas, cada vez
REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS. mais diversificadas e complexas. (BORDALO, p. 32)
HLM O administrador público está, em toda sua Em algumas ocasiões, a imoralidade consistirá na
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e ofensa direta à lei e aí violará, ipso facto, o princípio da
às exigências do bem comum. legalidade. Em outras, residirá no tratamento
discriminatório, positivo ou negativo, dispensado ao
Ele não pode se afastar/desviar da legalidade e do bem administrado; nesse caso, vulnerado estará também o
comum porque o ato será inválido. Se assim fizer, princípio da impessoalidade, requisito, em última
poderá ser responsabilizado disciplinar, civil e análise, da legalidade da conduta administrativa.
criminalmente. Essas três esferas são independentes,
ser responsabilizado civilmente não implica Ação popular (art. 5º, LXXIII, CRFB/88)
necessariamente em ser responsabilizado qualquer cidadão pode deduzir a pretensão de
penalmente. anular atos do Poder Público contaminados de
imoralidade administrativa. A ação é cabível
1.2. Princípio da impessoalidade pelo simples fato de ofender esse princípio,
independentemente de haver ou não efetiva
A Administração há de ser impessoal, sem ter em mira
lesão patrimonial.
este ou aquele indivíduo de forma especial, busca-se
Ação civil pública, (art. 129, III, CRFB/88) A Lei
igualdade de tratamento que a Administração deve
Orgânica do Ministério Público (Lei nº 8.625, de
dispensar aos administrados que se encontrem em
12.2.1993) consagra, com base naqueles bens
idêntica situação jurídica. ISONOMIA.
jurídicos, a defesa da moralidade
Deve a Administração voltar-se exclusivamente para o administrativa pela ação civil pública
interesse público, e não para o privado, vedando-se, promovida pelo Ministério Público.
em consequência, que sejam favorecidos alguns Vedação ao Nepotismo (Resolução CNJ nº 7)
indivíduos em detrimento de outros e prejudicados É proibida a nomeação para cargos em
alguns para favorecimento de outros; sob pena de comissão ou funções gratificadas de cônjuge
cometer-se desvio de finalidade, que ocorre quando o (ou companheiro) ou parente em linha direta
administrador se afasta do escopo que lhe deve ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive,
nortear o comportamento – o interesse público. de membros de tribunais, juízes e servidores
investidos em cargos de direção ou
Não é absoluto, há exceções Ex.: sistema de cotas.
assessoramento, estendendo-se a vedação à
Traduz política de inclusão social com o objetivo de
ofensa por via oblíqua, concretizada pelo
suplantar desigualdades oriundas do processo
favorecimento recíproco, ou por cruzamento.
histórico do país, muito embora os destinatários
obtenham maiores “vantagens” que os demais
1.4. Princípio da publicidade
interessados.
Indica que os atos da Administração devem merecer a
Não posso trazer características pessoais de uma
mais ampla divulgação possível entre os
pessoa para influenciar em questões relativas a
administrados, e isso porque constitui fundamento de PREPONDERÂNCIA DE VALORES: direito de sigilo
o princípio propiciar-lhes a possibilidade de controlar a e intimidade > princípio geral de informação.
legitimidade da conduta dos agentes administrativos.
A publicidade não pode ser empregada como
O princípio da publicidade pode ser concretizado por instrumento de propaganda pessoal de agentes
alguns instrumentos jurídicos específicos, como: públicos (art. 37, § 1º, da CF)
1. o direito de petição, pelo qual os indivíduos 1.5. Princípio da eficiência
podem dirigir-se aos órgãos administrativos
para formular qualquer tipo de postulação (art. O núcleo do princípio é a procura de produtividade e
5º, XXXIV, “a”, CF); economicidade e a exigência de reduzir os desperdícios
2. as certidões, que, expedidas por tais órgãos, de dinheiro público, o que impõe a execução dos
registram a verdade de fatos administrativos, serviços públicos com presteza, perfeição e
cuja publicidade permite aos administrados a rendimento funcional. Almeja-se a produtividade e
defesa de seus direitos ou o esclarecimento de economicidade, qualidade, celeridade,
certas situações (art. 5º, XXXIV, “b”, CF); e desburocratização e flexibilização, para mitigar as
3. a ação administrativa ex officio de divulgação falhas e omissões do Estado, de modo a tornar seus
de informações de interesse público. serviços acessíveis para os usuários garantindo os
meios efetivos para assegurar seus direitos.
Negado o exercício de tais direitos, ou ainda não
veiculada a informação, ou veiculada incorretamente, Razoável duração do processo (LXXVIII ao art.
evidenciada estará a ofensa a direitos de sede 5º da Constituição)
constitucional, rendendo ensejo a que o prejudicado se A eficiência não se confunde com a eficácia nem com a
socorra dos instrumentos constitucionais para garantir efetividade. A eficiência transmite sentido relacionado
a restauração da legalidade – o mandado de segurança ao modo pelo qual se processa o desempenho da
(art. 5º, LXIX, CF) e o habeas data (art. 5º, LXXII, CF). atividade administrativa; a ideia diz respeito, portanto,
Direito de acesso à informação (art. 37, § 3º, II, à conduta dos agentes. Por outro lado, eficácia tem
CF) se deve viabilizar o acesso dos usuários relação com os meios e instrumentos empregados
a registros administrativos e a informações pelos agentes no exercício de seus misteres na
sobre atos de governo, respeitados o direito à administração; o sentido aqui é tipicamente
intimidade e à vida privada (art. 5º, X, CF) e as instrumental. Finalmente, a efetividade é voltada para
situações legais de sigilo (art. 5º, XXXIII, CF). os resultados obtidos com as ações administrativas;
sobreleva nesse aspecto a positividade dos objetivos.
Para dar concretude a todos esses mandamentos
constitucionais, foi promulgada a Lei nº 12.527, de Para tal, é necessário que haja mudança de postura e
18.11.2011 (Lei de Acesso à Informação) com incidência de consciência por parte dos administradores públicos,
sobre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, processo que passa pela transformação dos baixos
que regula tanto o direito à informação, quanto o padrões éticos facilmente observados no seio de nossa
direito de acesso a registros e informações nos órgãos sociedade. Sem dúvida, eficiência guarda estreita
públicos. A lei traça regras sobre o acesso a aproximação com moralidade social.
informações e as formas de divulgação, exigindo que
2. PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
qualquer negativa ao direito seja fundamentada, ou
seja, tenha motivação específica, sob pena de sujeitar- Não tem embasamento legal expresso, mas a doutrina
se o responsável a medidas disciplinares. e jurisprudência a eles se referem aceitação geral
como regras de proceder da Administração.
Há limites: quando a divulgação puser em risco a
segurança da sociedade ou do Estado (art. 23). Ou 2.1. Princípio da Supremacia do Interesse
mesmo o 5º, XXXIII, da CF, resguarda o sigilo de Público
informações quando se revela indispensável à
segurança da sociedade e do Estado. Na esfera judicial: As atividades administrativas são desenvolvidas pelo
nos termos do art. 93, IX, da CF, com a redação dada Estado para benefício da coletividade. Mesmo quando
pela EC nº 45/2004, apesar de serem públicos os age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim
julgamentos, poderá a lei limitar que, em certos atos, último de sua atuação deve ser voltado para o interesse
só estejam presentes as partes e seus advogados, ou, público.
conforme a hipótese, apenas estes últimos.
Saindo da era do individualismo exacerbado, o Estado 2.5. Princípio da Segurança Jurídica
passou a caracterizar-se como o Welfare State (Proteção à Confiança)
(Estado/bem-estar), dedicado a atender ao interesse
público. Logicamente, as relações sociais vão ensejar, Relação com o princípio da autotutela: de um lado, a
em determinados momentos, um conflito entre o Admp deve rever seus erros e restaurar a situação de
interesse público e o interesse privado, mas, regularidade; de outro é preciso evitar que situações
ocorrendo esse conflito, há de prevalecer o interesse jurídicas permaneçam por todo o tempo em nível de
público. Ex.: desapropriação (função social da terra > instabilidade, o que, evidentemente, provoca
propriedade privada). incertezas e receios entre os indivíduos.
Há que se falar que o sistema jurídico assegura aos Prescrição e a decadência (art. 54, da Lei nº
particulares garantias contra o Estado em certos tipos 9.784, de 29.1.1999) após cinco anos e desde
de relação jurídica, a supremacia da ordem pública não que tenha havido boa-fé, fica limitado o poder
exclui essa tutela. de autotutela administrativa e, em
consequência, não mais poderá a
2.2. Princípio da Autotutela Administração suprimir os efeitos favoráveis
que o ato produziu para seu destinatário.
É comum que a admp cometa equívocos no exercício
de sua atividade, tendo em vista as múltiplas tarefas a O princípio da segurança jurídica tem por objetivo
seu cargo. Nesse sentido, deve ela mesma revê-los estabilizar relações jurídicas pela convalidação de atos
para restaurar a situação de regularidade, pois que não administrativos inquinados de vício de legalidade; que
se pode admitir que, diante de situações irregulares, o cidadão não seja surpreendido ou agravado pela
permaneça inerte e desinteressada. mudança inesperada de comportamento da
Administração, sem o mínimo respeito às situações
Não lhe compete apenas sanar as irregularidades; é
formadas e consolidadas no passado, ainda que não se
necessário que também as previna, evitando-se
tenham convertido em direitos adquiridos.
reflexos prejudiciais aos administrados ou ao próprio
Estado. Teoria do fato consumado Em certas
ocasiões melhor seria convalidar o fato do que
HÁ LIMITES: princípio da segurança jurídica e da
suprimi-lo da ordem jurídica.
estabilidade das relações jurídicas. Art. 54, Lei nº 9.784,
de 29.1.1999 o direito da Administração de anular
atos administrativos que tenham irradiado efeitos 2.6. Princípio da Precaução
favoráveis ao destinatário decai em cinco anos, salvo É necessário evitar a catástrofe antes que ela ocorra.
comprovada má-fé. Se determinada ação acarreta risco para a coletividade,
deve a Administração adotar postura de precaução
2.3. Princípio da Indisponibilidade
para evitar que eventuais danos acabem por
A Administração não tem a livre disposição dos bens e concretizar-se.
interesses públicos, porque atua em nome de terceiros
Incide a inversão do ônus da prova, exigindo-se que o
(coletividade). Por essa razão é que os bens públicos só
interessado comprove que seu projeto não traz riscos
podem ser alienados na forma em que a lei dispuser.
para a coletividade, cabendo à Administração, em cada
2.4. Princípio da Continuidade dos caso, aferir a existência, ou não, de reais condições de
Serviços Públicos segurança para o interesse público.
As agências reguladoras têm por função principal de Pra Carvalho Filho, as agências executivas não
controlar a prestação dos serviços públicos e o exercício apresentam qualquer peculiaridade que possa
de atividades econômicas, bem como a própria atuação distingui-las das clássicas autarquias
das pessoas privadas que passaram a executá-los,
inclusive impondo sua adequação aos fins colimados II. FUNDAÇÕES
pelo Governo e às estratégias econômicas e
administrativas que inspiraram o processo de A fundação, como pessoa jurídica oriunda do direito
desestatização. privado, se caracteriza pela circunstância de ser
atribuída personalidade jurídica a um patrimônio
Teoria da captura: pela qual se busca impedir preordenado a certo fim social. É, portanto, entidade
uma vinculação promíscua entre a agência, de jurídica sem finalidade lucrativa destinada à prestação
um lado, e o governo instituidor ou os entes de serviços à coletividade geralmente de educação,
regulados, de outro, com flagrante ensino, pesquisa, assistência social. Nada impede que
comprometimento da independência da tenha por objetivo saúde, inserção de pessoas no
pessoa controladora. mercado de trabalho, só não é tão comum. Tendo,
O sistema verdadeiro das agências reguladoras implica nesse sentido, por características básicas:
que lhes seja outorgada certa independência em 1. a figura do instituidor;
relação ao governo no que tange a vários aspectos de 2. o fim social da entidade; e
sua atuação. Se há interferência política do governo, o 3. a ausência de fins lucrativos.
sistema perde a sua pureza e vocação.
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967. examinar regime jurídico que a criou. Quando há
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade preponderantemente a aplicação do regime público,
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em será PJ de direito público. Se a aplicação for
virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de preponderantemente de direito privado, será PJ de
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades
de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
direito privado.
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
Se se trata PJ de direito privado, permito acumulação
funcionamento custeado por recursos da União e de outras
fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987) de cargos muito maior. Diferentemente do direito
público, que tem limites bem estabelecidos.
É criada por meio da constituição de um patrimônio – Prerrogativas públicas são mt importantes. Menino
por doação ou testamento. Em geral, vem por celso diz que toda fundação que tem patrimônio público
liberalidade de alguém. Esse patrimônio visa auxiliar, será uma pessoa de direito público, e serão apenas
investir em alguma coisa. Desse modo, podemos batizadas como PJ de direito privado. Mas não deixa de
considerar, já de início, uma primeira divisão para as ser de direito público.
fundações: A fundação pública não terá fins lucrativos. Quanto a
1. As fundações privadas, instituídas por pessoas realização de suas funções, ficará adstrita as regras do
da iniciativa privada Ex.: FOA, UGB; e direito administrativo, apesar de também realizar
2. As fundações públicas, quando o Estado tiver atividades regidas pelo direito privado (ex.: uma
sido o instituidor. Ex.: UNEMAT, EMPAER. Estas fundação que aluga um espaço pra sua sede).
se subdividem em: Fundações, quando públicas, serão interpretadas
a. Fundações públicas de direito público como uma espécie de autarquia. Tratadas como tal.
(também chamadas de fundações
autárquicas); e Supremo Tribunal Federal
b. Fundações públicas de direito privado.
“ [...] Nem toda fundação instituída pelo Poder
Para fins práticos, será dado enfoque às fundações Público é fundação de direito privado. As
públicas. fundações, instituídas pelo Poder Público, que
assumem a gestão de serviço estatal e se
Há nomenclaturas de tudo diferentes para coisas
submetem a regime administrativo previsto,
representam a mesma coisa. Essa “antinomia” será
nos Estados-membros, por leis estaduais, são
resolvida de acordo com a lei mais recente, traz-se à
fundações de direito público, e, portanto,
tona o B.O. dos coisos paraestatais.
pessoas jurídicas de direito público. Tais
Nenhum tribunal publica a totalidade de suas decisões, fundações são espécie do gênero autarquia,
para fazer uma estatística de corrente majoritária ou aplicando-se a elas a vedação a que alude o §
minoritária, será o Conselho federal de justiça. 2º do art. 99 da Constituição Federal.”
Irmão, tem toda uma polêmica sobre a natureza Quando assumem a gestão de regime estatal será
jurídica das fundações públicas (se é PJ pública fundação. O STF leva em consideração a atividade
[autarquica] ou privada) ok, daí vamos falar dos desenvolvida pela Fundação. As fundações vão integrar
posicionamentos divergentes de uma galera a administração indireta no grupo de administração
importante: autárquica.
EFEITOS DA HIERARQUIA: Dever de obediência; fiscalização; 1. OS PODERES SÃO IRRENUNCIÁVEIS. “ah não quero agir,
possibilidade de delegação (delegação é a não quero fazer nada”, não pode.
2. DEVEM SER OBRIGATORIAMENTE EXERCIDOS PELOS
transferência de atribuições de um órgão a outro no
TITULARES. Não tem como um juiz falar “puts to
aparelho administrativo) e avocação (contrário de
de ressaca, querido estagiário, julgue estes
delegação, quando o chefe superior pode substituir-se casos p mim”.
ao subalterno, chamando a si (ou avocando) as
questões afetas a este, salvo quando a lei só lhe ABUSO DE PODER
permita intervir nelas após a decisão dada pelo O poder nem sempre é usado de forma adequada
subalterno). Se a ordem do superior é manifestamente pelos administradores. Quando a atuação é abusiva
ilegal, pelo fato responde não só o autor da ordem deve ser corrigida por via administrativa ou judicial.
como aquele que a cumpriu. ILEGALIDADE, se o titular de determinado poder
extrapola essa conduta deve ser revista.
Abuso de poder é a conduta ilegítima do É o “poder” utilizado quando da prática de atos
administrador, quando atua fora dos objetivos administrativos totalmente previstos na lei. A
expressa ou implicitamente traçados na lei. (JSCF, p. liberdade de atuação do gestor público, neste caso, é
50). Se manifesta de duas formas. mínima ou inexistente. Está vinculado à atuação. Ou a
liberdade é mínima ou sequer existe. Ex.: concessão de
EXCESSO DE PODER: Excesso de poder é a forma
licença pelo poder público. O poder público não pode
de abuso própria da atuação do agente fora dos se negar a tal, mesmo que ache q a pessoa dirige mt
limites de sua competência administrativa. O mal.
administrador age fora dos limites de sua
competência. Ou porque a autoridade não teria JSCF não considera poder, pois poder implica numa
competência pra agir e agiu usurpando a prerrogativa de direito público e a atuação vinculada
competência de outro órgão; ou porque a lei reflete uma imposição ao administrador, obrigando-o
não confere essa competência pra ninguém da a conduzir-se rigorosamente em conformidade com os
admp e ela vai la e fere a legalidade exercendo parâmetros legais.
o mesmo.
Poder discricionário:
DESVIO DE PODER: Já o desvio de poder é a
modalidade de abuso em que o agente busca A lei não é capaz de traçar rigidamente todas as
alcançar fim diverso daquele que a lei lhe condutas de um agente administrativo. Em várias
permitiu, como bem assinala (LAUBADERE não situações a própria lei oferece aos agentes adm a
sei escreve). Representa um desvio de possibilidade de valoração da conduta. Nesses casos,
finalidade. Age dentro da competência dele, pode o agente avaliar a conveniência e a oportunidade
não para atingir uma finalidade pública, mas
dos atos que vai praticar na qualidade de
privada, errada, equivocada. Ex.: O
administrador dos interesses coletivos.
administrador público municipal região cria
necessidade de concurso público para que seu Nesse sentido, embora a lei preveja a conduta, preverá
filho seja aprovado em primeiro lugar. que numa determinada situação o administrador
poderá agir de várias formas. É a prerrogativa
“Trata-se, pois, de um vício particularmente
concedida aos agentes administrativos de elegerem,
censurável, já que se traduz em comportamento soez,
entre várias condutas possíveis, a que traduz maior
insidioso. A autoridade atua embuçada em pretenso
conveniência e oportunidade para o interesse público
interesse público, ocultando dessarte seu malicioso
(p. 51).
desígnio”. Celso Antônio Bandeira de Mello sobre o
desvio de poder. É o poder exercido pelo agente público com alguma
Obs.: A invalidação da conduta abusiva pode dar-se na margem de liberdade no que concerne ao mérito
própria esfera administrativa (autotutela) ou através administrativo (motivo + objeto) diante dos critérios de
de ação judicial, inclusive por mandado de segurança conveniência e oportunidade1.
(art. 5º, LXIX, CF). Por outro lado, o abuso de poder CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO discricionariedade vai
constitui, em certas circunstâncias, ilícito penal, como além de mérito. Também há quanto à escolha do
dispõe a Lei nº 4.898, de 9.12.1965, que estabelece momento de prática do ato. Finalidade e forma
sanções para o agente da conduta abusiva. poderiam ser discricionários.
MODALIDADES DE PODER Ex.: Desapropriação de terreno para construir escola.
O administrador poderá desapropriar aquele terreno
Poder vinculado:
de várias formas, mas escolhe a construção da escola
Há atividades administrativas cuja execução fica de acordo com critério de oportunidade e
inteiramente definida na lei. Dispõe esta sobre todos conveniência. Desde o início tem de indicar toda a
os elementos do ato a ser praticado pelo agente. A este motivação de seu ato.
não é concedida qualquer liberdade quanto à atividade
a ser desempenhada e, por isso, deve submeter-se por Essa liberdade excessiva de atuação pode levar a
inteiro ao mandamento legal. arbitrariedade. A doutrina adm vem restringindo ao
máximo a discricionariedade administrativas, diminuir
os momentos em que o administrador pode escolher.
1
Conveniência e oportunidade são os elementos nucleares do conduzir o agente; a segunda diz respeito ao momento em que a
poder discricionário. A primeira indica em que condições vai se atividade deve ser produzida.
Ex.: conceito jurídico indeterminado, o administrador Poder regulamentar:
não escolhe o fim (a lei prevê a consequência), só pode
Ao editar as leis, o Poder Legislativo nem sempre
encaixar as coisas no conceito saca irmã.
possibilita que sejam elas executadas. Cumpre, então,
Limitações do poder discricionário à Administração criar os mecanismos de
complementação das leis indispensáveis a sua efetiva
HÁ POSSIBILIDADE DE CONTROLE JUDICIAL DO EXERCÍCIO DO
aplicabilidade. Essa é a base do poder regulamentar.
PODER DISCRICIONÁRIO? Divergência doutrinária. Será
feito de uma forma cuidadosa, não adentrando no É a prerrogativa concedida à Administração Pública de
mérito administrativo. Porque os poderes não podem editar atos gerais para complementar as leis e permitir
invadir a esfera de competência dos outros, etc. a sua efetiva aplicação. (p. 57). É uma forma de
complementar a vontade da lei, um desempenho da
José dos Santos Carvalho Filho diz que moderna
admp de uma função normativa. Ele não cria leis e
doutrina, sem exceção, tem consagrado a limitação ao regras, apenas explica a lei e as regras.
poder discricionário, possibilitando maior controle do Desdobramentos da própria lei, normas de caráter
Judiciário sobre os atos que dele derivem. Daí tem geral, abstratos.
diversos fatores pra que essa intervenção aconteça,
Ex.: O Art. 49, V CRFB/88 que autoriza o Congresso
dentre eles:
Nacional a sustar atos normativos que extrapolem os
a. INADEQUAÇÃO DA CONDUTA E A FINALIDADE DA LEI. Se a limites do poder de regulamentação.
conduta eleita destoa da finalidade da norma, Ao desempenhar o poder regulamentar, a
é ela ilegítima e deve merecer o devido Administração exerce inegavelmente FUNÇÃO NORMATIVA,
controle judicial. porquanto expede normas de caráter geral e com grau
b. VERIFICAÇÃO DOS MOTIVOS INSPIRADORES DA CONDUTA. Se de abstração e impessoalidade, malgrado tenham
o agente não permite o exame dos fundamento de validade na lei.
fundamentos de fato ou de direito que
O poder regulamentar é subjacente à lei e pressupõe a
mobilizaram sua decisão em certas situações
existência desta. Por essa razão, ao poder
em que seja necessária a sua averiguação,
regulamentar não cabe contrariar a lei (contra legem),
haverá, no mínimo, a fundada suspeita de má
pena de sofrer invalidação. Decorre daí que não podem
utilização do poder discricionário e de desvio
os atos formalizadores criar direitos e obrigações,
de finalidade.
porque tal é vedado num dos postulados fundamentais
Para ele, o que se veda ao Judiciário é a aferição dos que norteiam nosso sistema jurídico: “ninguém será
critérios administrativos (conveniência e obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
oportunidade) firmados em conformidade com os em virtude de lei” (art. 5º, II, CF). É legítima, porém, a
parâmetros legais, e isso porque o Juiz não é fixação de obrigações subsidiárias (ou derivadas) –
administrador, não exerce basicamente a função diversas das obrigações primárias (ou originárias)
administrativa, mas sim a jurisdicional. Haveria, sem contidas na lei – nas quais também se encontra
dúvida, invasão de funções, o que estaria vulnerando o
imposição de certa conduta dirigida ao administrado,
princípio da independência dos Poderes (art. 2º da CF).
SEMPRE DENTRO DOS PARÂMETROS LEGAIS.
OU SEJA, tá ok o controle judicial dos atos
discricionários, mas não pode o juiz examinar a própria Quanto mais elementos que a lei possa colocar para
valoração administrativa, legítima em si e atribuída ao frear a liberdade administrativa, melhor, porque se
administrador. Ele pode por exemplo julgar a tem maior previsibilidade quanto aos resultados,
competência daquele administrador, mas não pode portanto, segurança jurídica.
julgar os motivos que levaram o administrador a adotar Visando a coibir a indevida extensão do poder
aqueles atos, se não é um poder invadindo o outro. O regulamentar, dispôs o art. 49, V, da Constituição
controle judicial alcançará todos os aspectos de Federal, ser da competência exclusiva do Congresso
legalidade dos atos administrativos, não podendo, Nacional “sustar os atos normativos do Poder
todavia, estender-se à valoração da conduta que a lei Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou
conferiu ao administrador. dos limites de delegação legislativa”. Cuida-se, como se
pode observar, de controle exercido pelo Legislativo
sobre o Executivo no que diz respeito aos limites do
poder regulamentar, com o objetivo de ser preservada Em sentido estrito, o poder de polícia se configura
a função legislativa para o Poder constitucionalmente como atividade administrativa, que consubstancia
competente para exercê-la. verdadeira prerrogativa conferida aos agentes da
administração, consistente no poder de restringir e
A formalização do poder regulamentar se processa,
condicionar a liberdade e a propriedade. Nesse sentido
basicamente, por decretos e regulamentos e é dada
foi definido por RIVERO, que deu a denominação de
aos Chefes do Executivo.
polícia administrativa. Atividade tipicamente
Poder de polícia administrativa e, como tal, subjacente à lei, de forma
que esta já preexiste quando os administradores
Intervém no exercício de atividades individuais. De impõem a disciplina e as restrições aos direitos (p. 76).
controlar atos individuais, de restringir atos individuais.
Conceito: É o modo de atuar da autoridade Atos Administrativos
administrativa que consiste em intervir no
exercício das atividades individuais suscetíveis A teoria do ato administrativo compõe, sem qualquer
de fazer perigar interesses gerais, tendo por dúvida, o ponto central do estudo do Direito
objeto evitar que se produzam, ampliem ou Administrativo, para melhor compreensão do tema,
generalizem os danos sociais que a lei procura cabe elucidar alguns conceitos.
prevenir. (Conceito clássico de Marcelo
FATO ADMINISTRATIVO: É qualquer ocorrido dentro
Caetano, apud, JSCF, p. 78).
da administração pública que,
A CRFB/88 autoriza a União, os Estados, DF e independentemente da vontade humana, gere
Municípios a instituírem taxas em razão do exercício do efeitos jurídicos relacionados ao âmbito
poder de polícia (art. 145,II). administrativo.
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Modernamente, no entanto, tem prosperado o pensamento de
que, em certas circunstâncias, não pode ser exercida a autotutela
de ofício em toda a sua plenitude.
Licença: é o ato administrativo vinculado e escolha, então pode ser entendido como
definitivo pelo qual o Poder Público, verificando atividade discricionariedade.
que o interessado atendeu a todas as
Homologação: Homologação é o ato
exigências legais, faculta-lhe o desempenho de
administrativo de controle pelo qual a
atividades ou a realização de fatos materiais
autoridade superior examina a legalidade e a
antes vedados ao particular.
conveniência de ato anterior da própria
Autorização: Autorização é o ato administrativo Administração, ·de outra entidade. Ou de
disçricionário e precário pelo qual o Poder particular, para dar-lhe eficácia. O ato
Público toma possível ao pretendente a dependente de homologação é inoperante
realização de certa atividade, serviço ou enquanto não a recebe. Representa uma
utilização de· determinados bens particulares confirmação, conferencia de legalidade.
ou públicos, de seu exclusivo ou predominante Preenchidos os requisitos legais, verificada a
interesse, que a lei condiciona à aquiescência ausência de vícios e ilegalidades, o ato deve ser
prévia da Administração, tais como o uso homologado. A homologação é um ato
especial de bem público, o porte de arma, o vinculado. Ex.: concurso público.
trânsito por determinados locais etc. Ex.: Madu
Admissão: Admissão é o ato administrativo
pede autorização do prefeito para fechar a rua
vinculado pelo qual o Poder Público,
para fazer um evento. A autorização é precária:
verificando a satisfação de todos os requisitos
o ato é discricionário. O prefeito pode autorizar
legais pelo particular, defere-lhe determinada
e não autorizar, e mesmo que autorize, poderá
situação jurídica de seu exclusivo ou
revogar. Em geral, não envolve dispêndio e
predominante interesse, como ocorre no
dinheiro. A prefeitura não vai gastar nada, não
ingresso aos estabelecimentos de ensino
tem dinheiro público envolvido. Diz respeito a
mediante concurso de habilitação. Também é
situações específicas, rápidas.
ato vinculado (preenchidos todos os requisitos
Permissão: permissão é ato administrativo pra admissão em tal coisa, a Admp é obrigada a
negocial, discricionário e precário, pelo qual o deferir a pretensão do interessado). É o nome
Poder Público faculta ao particular a execução utilizado para ligar o cidadão comum –e não o
de serviços de interesse coletivo, ou o uso servidor público- a administração pública. Ex.:
especial de bens públicos, a título gratuito ou quando a gente passou no SISU fomos
remunerado, nas condições estabelecidas pela admitidos na UFF, para receber um serviço da
Administração. Ex.: a permissão de uma banca universidade, o vínculo é temporário.
de jornal vendendo seus jornais. Permissão de o É DIFERENTE DE INVESTIDURA Na
uso é um pouco mais de autorização, tem mais investidura tratamos de servidores
critérios para ser concedida. Difere da públicos, aprovados por concursos, há
autorização pois tem viés financeiro, vínculo remuneratório. A natureza da
concorrente. NÃO É SINÔNIMO DE LICENÇA licença relação de investidura é uma relação
é ato vinculado, permissão é ato discricionário. laboral, diz respeito ao exercício de um
cargo.
Aprovação: provação é o ato administrativo
pelo qual o Poder Público verifica a legalidade Atos enunciativos
e o mérito de outro ato ou de situações e
Aqueles que, embora não contenham uma norma de
realizações materiais de seus próprios órgãos,
atuação, nem ordenem a atividade administrativa
de outras entidades ou. de particulares,
interna, nem estabeleçam uma relação negocial entre
dependentes de seu controle, e consente na
o Poder Público e o particular, enunciam, porém, uma
sua execução ou manutenção. A doutrina
situação existente, sem qualquer manifestação de
majoritária os enxerga como atos
vontade da Administração. Só são atos administrativos
discricionários, mas há controvérsias: a
em sentido formal, visto que materialmente não
aprovação em concurso público, por exemplo,
contêm manifestação da vontade da Administração.
seria um ato vinculado. No entanto, no geral,
Não há o atributo de imperatividade. É um ato de mera
como o critério para aprovação em concurso
opinião, informação.
público é prova, os requisitos, as perguntas da
prova que aprovará alguém partirão de uma
Atestado: Atestados administrativos são atos Atos ordenatórios: ordenam o funcionamento
pelos quais a Administração comprova um fato da administração. Usados, no geral,
ou uma situação de que tenha conhecimento internamente para os serviços e processos
por seus órgãos competentes. Atesta uma envolvidos na administração pública.
situação que pode mudar. Ex.: um médico que
Atos normativos: Atos administrativos gerais ou
da um atestado pra alguém que ta com
regulamentares são aqueles expedidos sem
catapora, mês que vem a pessoa pode não
destinatários determinados, com finalidade
estar. Mas também pode não ser, tipo atestado
normativa, alcançando todos os sujeitos que se
de óbito.
encontrem na mesma situação de fato
Certidão: Certidões administrativas são cópias abrangida por seus preceitos. São atos de
ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou comando abstrato e impessoal. Prevalecem
fatos constantes de processo, livro ou sobre os atos individuais. Ex.: decretos (atos
documento que se encontre nas repartições privativos do executivo), resoluções (expedidos
públicas. Quando há o registro do atestado em por altas autoridades do executivo, mas não
órgão público. Efeitos duradouros. Ex.: certidão exatamente pelos chefes do executivo.
de casamento. Geralmente emitidas por órgãos colegiados
que tenham poder diretivo).
Não se confunde o atestado com a certidão, porque
esta reproduz atos ou fatos constantes de seus Atos de aviso: mera comunicação. Ex.: aviso que
arquivos, ao passo que o atestado comprova um fato terça feira não vai ter aula.
ou uma situação existente mas não constante de livros,
Atos regulamentares: vem em regra do poder
papéis ou documentos em poder da Administração. A
executivo, me perdi um pouco.
certidão destina-se a comprovar fatos ou atos
permanentes; o atestado presta-se à comprovação de CLASSFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
fatos ou situações transeuntes, passíveis de
modificações frequentes. Ambos são atos Simples: é o que resulta da manifestação de
enunciativos, mas de conteúdo diferente. vontade de um único órgão, unipessoal ou
colegiado. Não importa o número de pessoas
Parecer: Pareceres administrativos são que participam da formação do ato; o que
manifestações de órgãos técnicos sobre importa é a vontade unitária que expressam
assuntos submetidos à sua consideração. O para dar origem, a final, ao ato colimado pela
parecer tem caráter meramente opinativo, não Administração. Tanto é ato administrativo
vinculando a Administração ou os particulares simples o despacho de um chefe de seção
à sua motivação ou conclusões, salvo se como a decisão de um conselho de
aprovado por ato subsequente. Já, então, o que contribuintes. Há um ato só que será emanado
subsiste como ato administrativo não é o por um órgão ou por uma pessoa.
parecer, mas, sim, o ato de sua aprovação, que
poderá revestir a modalidade normativa, Complexos: é o que se forma pela conjugação
ordinatória, negocial ou punitiva. Um discurso de vontades de mais de um órgão
técnico, envolve especialidade em administrativo. Há o concurso de vontades de
determinado assunto. Não vincula ninguém. órgãos diferentes para a formação de um ato
único. Um ato só, mas depende da vontade de
Atos punitivos: Atos administrativos punitivos mais de um órgão para ser finalizado. Um único
são os que contêm uma sanção imposta pela ato, mas pluralidade de vontade.
Administração àqueles que infringem
disposições legais, regulamentares ou Compostos: é o que resulta da vontade única de
ordinatórias dos bens ou serviços públicos. um órgão, mas depende da verificação por
Visam a punir e reprimir as infrações parte de outro, para se tornar exequível.
administrativas ou a conduta irregular dos Pluralidade de atos, com complementariedade
servidores ou dos particulares perante a entre os atos: nomeação do ministro do STF
Administração. Podem ser atos disciplinares de depende de dois atos: indicação do presidente
polícia administrativa. e aprovação do senado.
Procedimento: uma série de atos que culmina
na execução de um ato. Uma serie de atos
sucessivos e organizados que culminam num só
ato.
Ato condição: pré-requisito para a prática de
determinados atos. Meios para se atingir um
fim. Contratos administrativos, por exemplo,
precisam de uma licença.
REFERÊNCIAS AGRADECIMENTOS
GALERA, para montar esse caderno eu usei a doutrina BRIGADA gato Jack por ter estado ao meu lado em
do Carvalhinho, do Hely Lopes Meirelles, os slides e as momentos tao difíceis como este final de período, por
aulas da Mariana e as coisa q eu entendi assim da vida ser tao atencioso perfeito companheiro
sabe então fé
TE AMO FILHO