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4. 1 - Objetivo
O objetivo deste Capítulo é permitir ao aluno dominar o conceito, a lógica e os
comandos básicos presentes no Matlab. Pretende-se também familiarizar o aluno que
nunca teve contato com programação com conceitos elementares presentes em
diversas linguagens de computação científica.
É importante que a leitura seja acompanhada da realização de exercícios no
próprio Matlab, permitindo assim uma melhor compreensão dos tópicos apresentados.
Para orientar este estudo, há uma seqüência de exemplos ao longo do texto com
tarefas computacionais com dificuldade crescente e compatíveis com o assunto recém
abordado.
4.2 - Introdução
Com o desenvolvimento da indústria de informática, máquinas cada vez mais
poderosas passaram a estar disponíveis a um custo cada vez menor. Este fenômeno
alterou de forma marcante os rumos das ciências da engenharia, permitindo precisão e
velocidade no processamento de informações. Em virtude deste cenário, o domínio
das principais ferramentas computacionais passou a ser um requisito básico para o
engenheiro moderno.
Apesar da existência no mercado de um grande número de programas para a
resolução dos mais diversos problemas de engenharia, um profissional deve conhecer
os fundamentos de, pelo menos, uma linguagem de programação, uma vez que o
desenvolvimento de ferramentas computacionais é uma atividade de grande
importância nas áreas acadêmica, de pesquisa, de desenvolvimento e de engenharia
básica. É comum a crença, principalmente entre iniciantes, de que os simuladores de
processos comerciais são capazes de resolver todo e qualquer tipo de problema. Isto
não é verdade, nenhum programa disponível tem utilização universal. É muito comum
a necessidade de que o usuário, na solução de um problema específico de seu
interesse, seja obrigado a programar módulos para serem acoplados aos programas
comerciais, tornando-os assim passíveis de serem utilizados.
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 4.3.3:
Digite: » 258/652 , 56*48
A vírgula permite que mais de um comando seja introduzido de uma só vez. O Matlab
executa os comandos da esquerda para a direita e apresenta os resultados, um acima
do outro, na ordem de execução.
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Introdução aos Processos Químicos
4.5.1 - Funções
O Matlab disponibiliza um grande número de funções matemáticas. Exemplos
destas funções podem ser encontrados na tabela a seguir:
Função Comando Função Comando
Módulo de x abs(x) seno de x sin(x)
Raiz quadrada de x sqrt(x) cosseno de x cos(x)
Exponencial (base natural) exp(x) tangente de x tan(x)
Logaritmo natural de x log(x) arco-seno de x asin(x)
Logaritmo decimal de x log10(x) arco-cosseno de x acos(x)
Resto de x/y rem(x,y) arco-tangente de x atan(x)
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 4.5.2.1:
Utilizando o Matlab, determine o valor da expressão:
245
( )
(9,8 − 0,8) 124
(4 − ln(10)) = ?
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Introdução aos Processos Químicos
4.6 - Variáveis
4.6.1 Conceito de Variável
Uma variável pode ser considerada como um objeto armazenado na memória
do computador. Uma variável é composta por um nome (cadeia de letras e/ou
números necessariamente iniciada por uma letra) e o seu conteúdo (objeto armazenado
naquela variável). Neste primeiro contato com o Matlab, será considerado que o
objeto armazenado tem natureza numérica, podendo ser um escalar ou uma matricial.
As variáveis ficam armazenadas no chamado espaço de trabalho do Matlab.
Na criação do nome de uma variável pode-se utilizar letras maiúsculas ou
minúsculas, entretanto não se pode esquecer que o Matlab faz distinção entre elas, ou
seja, a e A são variáveis diferentes no Matlab.
Uma vez que a variável armazena um valor numérico, ela pode participar
plenamente de operações aritméticas, nas quais ela substitui o valor numérico nela
armazenado. Por exemplo, se as variáveis A e B correspondem, respectivamente, aos
valores numéricos 10 e 20, então:
» A+B
é equivalente a:
» 10 + 20
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 4.6.2.1:
Qual é o valor da variável Casa ?
» A=3 , B=45+234
» Casa = sqrt(A+B)
» Casa=Casa*3
O resultado é igual a 50,3786.
Ao fazer o exemplo anterior, você observou que após inserir cada comando de
atribuição o Matlab informa na janela de controle o resultado da operação realizada.
Você pode evitar isto, adicionando após cada comando de atribuição o símbolo (;).
Veja a diferença na janela de controle quando você entra as operações do exemplo
4.6.2.1 da seguinte forma:
» A=3 ; B=45+234 ;
» Casa = sqrt(A+B) ;
» Casa=Casa*3 ;
Note que após você inserir a última atribuição o Matlab não apresenta a solução. Isto
ocorre em função do ponto e vírgula após o último comando de atribuição. Entretanto,
ao final destas operações o valor numérico 50,3786 encontra-se armazenado na
variável Casa. Você pode confirmar isto inserindo:
» Casa
No exemplo, a não colocação do ponto e vírgula no final da última linha de comando
faz com que o valor final armazenado na variável Casa seja apresentado na janela de
comando.
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Introdução aos Processos Químicos
apresenta uma mensagem na janela de comando solicitando que o usuário entre com o
valor da variável. Após a inserção do valor, o programa volta a rodar
automaticamente.
A sintaxe do comando input é a seguinte:
Nome da variável = input('mensagem')
• Exemplo 4.6.3.1:
» w = input('Entre com o valor da variável')
O resultado da inserção deste comando é o aparecimento na janela de comando do
texto entre ‘ ‘. Você deve então inserir o valor desejado.
Caso, em algum momento ao longo de um programa, seja necessário
apresentar uma mensagem na tela, utilize o comando disp('mensagem'). Note que, de
forma distinta do que ocorre com o comando input, o comando disp não para a
execução do programa.
• Exemplo 4.6.3.2:
» disp('Valores das variáveis Casa e w') , Casa , w
• Exemplo 4.6.3.3:
Verifique a diferença entre os comandos:
» C=40
» D=50;
» C,D
Uma vez que uma variável foi definida através do Matlab, ela ganha um
espaço no espaço de trabalho e fica armazenada até o momento em que a janela de
comando é fechada (término de uma seção de utilização do Matlab). Assim, quando
uma tarefa no Matlab é finalizada e outra é logo iniciada na mesma sessão de trabalho,
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 4.6.4.1:
Execute a seguinte seqüência de comandos:
» A=30;
» A (existência de A confirmada pela indica-
ção de seu valor)
» clear A
» A (a variável A não existe mais no espaço
de trabalho)
5 - Arquivos de Comandos
A entrada de informações através da linha de comando pode se tornar
inconveniente, principalmente em grandes problemas, pois requer a introdução dos
comandos um a um, seqüencialmente. Além disso, caso seja necessário repetir um
procedimento, todos os comandos devem ser novamente digitados.
Para permitir a realização de tarefas mais complexas, o Matlab possibilita a
criação de arquivos de comandos (“script files”).
Arquivos de comandos são arquivos texto onde é armazenada uma seqüência
qualquer de comandos, que pode vir a ser executada a qualquer momento, quando
necessário. Estes arquivos desempenham tarefa equivalente aos programas fonte
utilizados nas linguagens de programação convencionais. Através de um arquivo de
comandos é possível acionar outros arquivos de comandos.
Os arquivos de comandos devem ser escritos no bloco de notas (notepad -
editor de texto disponível no Windows) e sempre gravados com a extensão “.m”.
Versões mais recentes do Matlab já trazem um editor incorporado.
Para executar um arquivo de comandos, deve-se apenas digitar o nome do
arquivo na linha de comando. No entanto, é necessário antes da execução do arquivo,
116
Introdução aos Processos Químicos
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Introdução aos Processos Químicos
salvo. Deve-se sempre ter em mente que o Matlab não lê o arquivo da tela e sim o que
encontra-se gravado no disco.
# Algumas dicas:
i) Introduza comentários nas listagens dos programas. Os comentários são linhas entre
os comandos destinadas apenas a descrever a função de certos trechos do programa.
Os comentários auxiliam no momento de corrigir possíveis erros (“bugs”), facilitando
também que uma outra pessoa possa entender o programa. Para colocar um
comentário utilize o símbolo “%” antes da linha. O Matlab não executa o que é escrito
a direita do símbolo %.
ii) Para evitar que na execução dos programas, variáveis anteriormente definidas
perturbem a seqüência de comandos, sugere-se que no início do arquivo seja
adicionado o comando clear all. Este comando nunca deve ser colocado no meio do
programa, pois caso isto aconteça, haverá a eliminação de todas as informações
geradas até aquele momento.
iii) Quando se desenvolve um programa formado por vários arquivos de comandos,
sugere-se criar um subdiretório só para o conjunto desses arquivos. Desta forma, cada
tarefa executada no Matlab deve possuir um subdiretório próprio. Esta medida facilita
o acesso aos arquivos, evitando confusões desnecessárias.
% Entrada de dados
Tf = input('Digite a temperatura em graus Fahrenheit');
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Introdução aos Processos Químicos
% Cálculos
Tc=(Tf-32)/9*5;
Tk=Tc+273.15;
6 - Matrizes e Vetores
6.1 - Definição e Entrada de Matrizes e Vetores
Matrizes são arranjos bidimensionais de números. Nas matrizes, os valores
numéricos são organizados em n linhas e m colunas (dimensão n x m). Vetores são
matrizes formadas por apenas uma linha ou uma coluna (dimensão n x 1 ou 1 x m).
A introdução de um matriz no ambiente de trabalho pode ser feita diretamente
pela definição de seus elementos individuais:
» A(i,j) = valor numérico
onde (i,j) é a posição do elemento na matriz A , i representando a linha e j a coluna.
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 6.1.1:
Entre com a seguinte matriz:
34 −1
B=
4 2
• Exemplo 6.2.1:
Calcule as seguintes operações matriciais no Matlab:
d ⋅A ⋅ d
T T
d) A e)
onde,
1 2 3 5 5 2 6 2
A= B= C= d=
5 3 2 4 4 4 5 3
Resultados:
7 13 13 − 1 − 4 1 0 1 5
a) ; b) ; c) ; d) ; e) 73.
21 37 37 1 − 2 0 1 2 3
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Introdução aos Processos Químicos
Operação Símbolo
Multiplicação ·*
Divisão ·/
Potenciação ·^
# Observações:
i) Para realizarmos uma multiplicação ou divisão elemento a elemento entre duas
matrizes, estas devem ter a mesma dimensão (deve existir correspondência entre os
elementos).
ii) As operações de soma e subtração convencionais já são naturalmente operações
elemento a elemento, não necessitando assim de um caracter especial.
1 2 2 6 π 3π
A= C= e g = 0 π 2π .
5 3 4 5 2 2
Resultados:
1 5
a) ; b) [0 1 0 − 1 0]
2 3
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Introdução aos Processos Químicos
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Introdução aos Processos Químicos
gera-se o vetor,
x=
0 2 4 6 8 10
Pode-se também criar novos vetores através da seleção de “partes” de um vetor
existente:
» y = x(1:4)
gera o seguinte vetor originado de x :
y=
0 2 4 6
O vetor y contém do primeiro ao quarto elementos do vetor original x . Note que:
» y = x(2:5)
gera o seguinte vetor originado de x :
y=
2 4 6 8
6.4.2 - Matrizes
• Exemplo 6.4.2.1:
Digitando,
» A=[ 2 3 ; 4 5 ] , B=[ 1 2 ; 4 6 ]
obtém-se,
A=
2 3
4 5
B=
1 2
4 6
A partir destas duas matrizes é possível criar uma terceira,
» C=[A,B]
gera no espaço de trabalho:
C=
2 3 1 2
4 5 4 6
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 6.4.2.2:
O caracter (:) também pode ser utilizado em matrizes de maneira equivalente
àquela utilizada para vetores. Digitando,
» A=[ 1:4 ; 5:8 ]
cria-se no espaço de trabalho:
A=
1 2 3 4
5 6 7 8
Parte dessa matriz pode ser utilizada na formação de uma nova matriz:
» B = A(:,1:3) % Igual a B = A(1:2 , 1:3)
B=
1 2 3
5 6 7
Note que a nova matriz contém todas as linhas da matriz original e apenas as
três primeiras colunas.
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Introdução aos Processos Químicos
coeficientes ( A ). Assim:
A .A. x = A .b ⇒ x = A .b
-1 -1 -1
• Exemplo 6.5.1:
Resolva o sistema de equações:
x+ y+z= 6
x − y + 4z = 11
x + 2 y + 3z = 14
A solução é: x = 1 ; y = 2 ; z = 3 .
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 6.6.2:
Em uma unidade industrial três tanques cilíndricos (A, B e C) são
periodicamente alimentados com nitrogênio. Os diâmetros e as alturas dos tanques são
respetivamente: tanque A, 2 m e 3 m; tanque B, 1,5 m e 2 m e tanque C, 1,8 m e 2 m.
Em um determinado momento, a temperatura nos três tanques é igual a 25°C. A
instrumentação dos tanques indica as seguintes pressões: 1 atm, 2 atm e 3 atm,
respectivamente.
Calcular a massa de gás em cada tanque. Utilize a equação dos gases ideais
para descrever o comportamento do nitrogênio no interior dos tanques.
7 - Gráficos
7.1 - Gráficos Bidimensionais
A maneira mais prática para traçar gráficos bidimensionais é através da
utilização do comando plot. Este comando, em sua forma mais simples, apresenta a
seguinte sintaxe:
>> plot(x,y)
onde x é um vetor contendo as abcissas e y é um vetor contendo as ordenadas dos
pontos. Assim, as coordenadas dos pontos utilizados na construção do gráfico são (xi ,
yi ).
• Exemplo 7.1:
Traçar o gráfico da função f(x) = x3 entre os valores de x = -2 e x = 2.
# Sugestão: Lembre-se das operações elemento a elemento.
Solução:
>> x = linspace(-2,2,50);
>> y = x .^3;
>> plot(x,y)
Observações:
i) O gráfico é formado em uma janela especial que recebe o nome de Figure
No.1. Esta janela pode ser manipulada como uma janela qualquer do Windows;
ii) Repita o exemplo criando o vetor x com somente cinco pontos. Ou seja, use:
>> x = linspace(-2,2,5);
O que ocorre com o resultado obtido? Curvas formadas a partir de um número de
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Introdução aos Processos Químicos
127
Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 7.2:
Traçar os gráficos das curvas y = x2, w = x3, no intervalo entre -2 e 2.
• Exemplo 7.3:
Traçar a curva parametrizada:
x = t . sen(t) ;
y = t . cos(t) ;
z=t;
no intervalo [0,20π].
7.2.2 Superfícies
A criação de gráficos de superfícies é realizada através de um conjunto de
etapas. Primeiro, deve-se definir os vetores das variáveis independentes, com a
seguinte sintaxe:
>> x= (limite inferior das variáveis x:incremento:limite superior das variáveis x);
>> y= (limite inferior das variáveis y:incremento:limite superior das variáveis y);
Note que os parênteses pode ser omitidos neste comando.
O próximo passo consiste em, a partir destes dois vetores, criar duas matrizes
especiais através do comando meshgrid:
>> [X,Y]=meshgrid(x,y)
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Introdução aos Processos Químicos
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Introdução aos Processos Químicos
πdh
T ( x ) = Tp − (Tp − Te) exp − x
m Cp
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 8.1:
Verifique o resultado das seguintes expressões relacionais:
2>3 ; 10+2==13 , (2+3)^2 ~= (2^2+3^2) .
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 8.2:
Verifique o resultado da expressão lógica a seguir:
not A and B sendo A = 0 e B = 1.
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Introdução aos Processos Químicos
• Estrutura if-else-end:
if condição
seqüência de comandos 1
else
seqüência de comandos 2
end
Se a condição (expressão relacional, lógica ou mista) for verdadeira, o programa
executa a seqüência de comandos 1. Caso a expressão seja falsa, o programa executa a
seqüência de comandos 2. Após realizar uma das duas seqüências, o programa passa
para o comando posicionado imediatamente a seguir do end.
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Introdução aos Processos Químicos
seqüência de comandos 2
end
if prod>=meta
disp(‘Parabéns, a meta de produção foi atingida’)
else
disp(‘Produção não atingiu a meta desejada’)
if prod<lim
disp(‘Produção abaixo do limite aceitável. Realizar auditorias’)
end
end
• Exemplo 8.5:
Um tanque cilíndrico de dióxido de carbono resiste a uma pressão máxima de
3 atmosferas. As dimensões do cilindro são: diâmetro igual a 2 m e altura igual a 1,5
m.
Fazer um programa onde o usuário digite a temperatura no interior do tanque e
a massa de gás que será adicionada. O programa deve informar se a operação é segura
ou não. Verifique utilizando o programa desenvolvido, se a uma T = 27°C, uma massa
de gás igual a 30 kg pode ser adicionada.
Utilize a equação dos gases ideais para descrever o comportamento do gás no
interior do tanque.
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Introdução aos Processos Químicos
Uma estrutura for deve ser montada considerando que o programa executa as
seguintes etapas:
1) No início do comando for, o programa atribui ao contador (uma variável) o seu
valor inicial definido no próprio comando;
2) A seqüência de comandos é executada quantas vezes forem especificadas, ou seja,
até o contador atingir o valor final especificado no programa. A atualização deste
contador é efetuada automaticamente utilizando como incremento o valor do passo
indicado no comando. Quando o valor do passo não é indicado, o Matlab considera o
passo unitário.
3) Quando o valor do contador ultrapassa o valor final especificado no comando for, o
processo termina e o programa passa a executar o comando imediatamente após o end.
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Introdução aos Processos Químicos
soma=soma+prod;
end
med=soma/N;
disp(‘A produção média diária é igual a ’) , med
• Exemplo 9.2:
Séries infinitas são seqüências de somas de números. A utilização de séries
apresenta grande importância em diversos campos da engenharia química, como, por
exemplo, nos estudos de transferência de calor e da mecânica dos fluidos.
É possível calcular o valor de π com o auxílio de uma série:
n 1
π = 6s n , quando n → ∞ ; sendo s n = ∑ 2 .
k =1 k
Determine o valor de π utilizando a série com a soma de seus 100 primeiros
termos (n =100).
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Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 9.3:
Este trecho de programa é utilizado para determinar quantos reatores em série
(N) são necessários para que uma corrente de produto atinja a concentração desejada
(cdes). Considere que a concentração de saída de cada reator (cs) é determinada por
uma função chamada reat, que utiliza como dado de entrada (argumento) a
concentração de produto na corrente de entrada (ce).
Note que esta função reat não existe no Matlab. Mais adiante, será mostrado
como o usuário pode definir uma função para depois utilizá-la. Nesse exemplo, é
considerado que a função foi definida em um ponto anterior do programa.
Programa:
cs=0; , N=0
while cs<cdes
N = N+1; , ce=cs; , cs = reat(ce);
end
disp(‘Número de reatores em série necessários: ’)
N
• Exemplo 9.4:
Equações do tipo:
x i = f ( x i −1 ) para i = 1 , 2 , 3 ...
são muito comuns em algoritmos que utilizam métodos numéricos resolvendo
problemas de engenharia.
Seja a seguinte equação recursiva,
1
xi = com x0 = 1 .
( 3 − x i −1 ) 2
(i) Determine o valor de xi para o qual o valor absoluto da diferença (xi-xi-1) se torna
menor do que 10-4.
(ii) Observe qual a relação entre o resultado do processo recursivo do item (i) e a
equação:
1
x− =0 .
(3 − x ) 2
Qual a conclusão que você chega? O que representa na realidade o valor de xi
determinado no item (i).
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Introdução aos Processos Químicos
10 - Variáveis Indexadas
10.1 - Conceito
Variáveis indexadas são variáveis formadas por um conjunto de elementos
individuais, onde cada elemento apresenta uma posição definida no conjunto. Vetores
e matrizes, tal qual foram apresentados na Seção 6, são exemplos de variáveis
indexadas, onde a posição do elemento é indicada por um índice, no caso dos vetores,
ou dois índices, no caso das matrizes. Nas linguagens de programação usuais são
possíveis variáveis indexadas com mais de dois índices.
10.2 Utilização
As variáveis indexadas permitem ao programador gerenciar uma grande
quantidade de informações de maneira simples e organizada. Uma grande massa de
dados pode ser introduzida no computador através de apenas uma variável indexada,
possibilitando depois que os dados individuais possam ser manipulados indicando
apenas a sua posição no conjunto (índices).
O exemplo a seguir ilustra a aplicação deste tipo de variável.
• Exemplo 10.1:
Em um sistema de controle de estoque em uma indústria química, um
programa recebe os níveis diários de aditivo em um tanque em um certo período,
calcula a massa de aditivo disponível em cada dia, e devolve os dados de resposta
indicando o dia, o nível do tanque, a massa de aditivo e um aviso nos dias em que a
massa de aditivo estever abaixo do limite mínimo.
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Introdução aos Processos Químicos
massa(i)=pi*D^2/4*nivel(i)*dens;
end
% Saída dos resultados
for i=1:Ndias
disp(‘Dia’) , i
disp(‘Nível do tanque’) , nivel(i)
disp(‘Massa de aditivo’), massa(i)
if massa(i)<lim , disp(‘Estoque abaixo do limite mínimo’) , end
end
Observação:
O emprego das operações elemento a elemento presentes no Matlab (Seção
6.3) permite simplificar bastante a utilização das variáveis indexadas, eliminando
muitas vezes a necessidade da utilização de laços for. É importante observar que este
recurso normalmente não está disponível nas demais linguagens de programação.
11 - Funções
11.1 – Conceito e Estrutura
Funções (“function files”) são uma classe especial de arquivos de comandos.
Sua mecânica de funcionamento é similar as funções definidas na matemática. As
funções recebem um ou mais argumentos, e partir destes argumentos, procedem a
execução de um conjunto de comandos, gerando na saída um ou mais resultados
numéricos. A grande vantagem das funções é que, uma vez definidas, elas podem ser
empregadas quantas vezes forem necessárias em um ou mais programas diferentes.
Com o objetivo de apresentar, na prática, como deve ser montado um arquivo
de função, considere a criação de uma função destinada a determinar a pressão de um
gás, a partir da temperatura e do volume, segundo a equação de estado dos gases
ideais.
A função deve ser criada em um arquivo exclusivo para ela. Todo arquivo de
função deve começar pelo comando function. Ao lado deste comando, escreve-se o
valor numérico da saída da função (no nosso caso p, a pressão) igualado ao nome da
função (eq), seguido pelos argumentos de entrada (T,V; respectivamente, temperatura
e volume).
139
Introdução aos Processos Químicos
function p = eq(T,V)
Seguem-se então o conjunto de definições, operações matemáticas e comandos
que permitirão a função determinar o valor numérico da saída. No exemplo em
questão:
R=8314;
p=R*T/V;
Finalmente, um arquivo de função deve ser gravado necessariamente com o
nome da função e a extensão “.m”. No exemplo acima, o arquivo deve ser gravado
como “eq.m”.
É possível, agora, utilizar a função de cálculo da pressão de um gás (eq) na
linha de comando, em um arquivo de comandos qualquer ou até mesmo em outra
função.
Por exemplo, o comando:
PT = eq(273.15,22.4);
calcula o valor da pressão de um kgmol de gás ideal para T = 273,15 K e V = 22,4 m3,
armazenando o resultado na variável PT.
Lembrem-se que, para que o Matlab possa reconhecer a função criada, deve-se
inicialmente indicar o “endereço” do arquivo (Seção 5).
• Exemplo 11.1:
Criar uma função que faça a conversão de volume em ft3 para litros e m3.
140
Introdução aos Processos Químicos
• Exemplo 11.2:
Limpe as variáveis da memória do Matlab (comando clear all), execute uma
vez a função gerada no exemplo da Seção 11.1 e digite o comando who.
Caso seja necessário, é possível permitir que uma função reconheça uma ou
mais variáveis externas. Neste caso utiliza-se o comando global,
global A B C
onde A, B e C são nomes de variáveis.
O comando global deve ser incluído na função e também no arquivo de
comando onde as variáveis globais aparecem.
Em teoria, é possível nunca usar o comando global, introduzindo todos os
valores numéricos necessários para o cálculo da função, ou através do argumento, ou
definindo-os no interior da própria função. Mas este pode não ser o procedimento
mais prático sempre. Em um programa onde um grande número de parâmetros é
calculado através de um arquivo de comandos principal e depois estes parâmetros são
utilizados em várias funções diferentes, torna-se mais prático “distribuir” estes
parâmetros através do comando global.
12 - Bibliografia
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