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EXPEDIENTE
Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos
Dep. Elmano Freitas
Presidente
Antônio Balhmann
Secretário Executivo
Projeto Alcance.Enem
Coordenação Alcance.Enem
Ms. Dione Soares
Adelaide Oliveira
Fábio Frota
Supervisão Alcance.Enem
Eridiana Macêdo
Davi Félix
Equipe Técnica
Valdo Costa Designer
C. Junior Diagramador
Natália Ribeiro Jornalista
Lucas Almeida Mídias Digitais
Nazareth Magalhães
Dra. Janete Batista Alcance Virtual
Ms. Wládia Moreira
Anangélica Damasceno Núcleos Municipais
Site: alcancevirtual.al.ce.gov.br
E-mail: alcanceenem.al@gmail.com
Telefone: (85) 3277-2590
@alcance.enemoficial /alcance.enem2019
APOIO INSTITUCIONAL
Apresentação
O acesso ao ensino superior tem sido um grande desafio para os jovens que
concluíram o ensino médio, principalmente para os egressos da escola pública.
Ciente desta dificuldade e preocupados com a formação de milhares de jovens, a
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, dá continuidade e amplia o Alcance.
Enem que, desde o seu início em 2012, tem buscado oportunizar aos estudantes
cearenses o acesso ao ensino superior.
Acreditamos que esse material didático servirá para facilitar o ingresso nas
instituições de ensino superior aos nossos alunos, permitindo que isso seja rever-
tido em sucesso profissional e ascensão social para todos que participam de tão
valorosa ação social da Assembleia Legislativa.
Sumário
Linguagens e Códigos
Gramática............................................................................................................................. 06 a 12
InterpretaçãoTextual............................................................................................................. 13 a 19
Redação............................................................................................................................... 20 a 21
Matemática
Análise Combinatória............................................................................................................ 23 a 26
Áreas..................................................................................................................................... 27 a 32
Estudando o Crescimento e o Decrescimento........................................................................ 33 a 37
Ciências Humanas
História Geral....................................................................................................................... 39 a 44
História do Brasil.................................................................................................................. 45 a 49
Geografia............................................................................................................................. 50 a 56
Ciências da Natureza
Física.................................................................................................................................... 58 a 67
Química............................................................................................................................... 68 a 72
Biologia....................................................................................................................................... 73 a 84
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO II
MÓDULO II
GRAMÁTICA
06
MÓDULO II
GRAMÁTICA
www.turmadamonica.com.br
O personagem Chico Bento representa um menino da
roça, como é geralmente conhecido. Os traços linguís-
2. ANTONÍMIA – ANTÔNIMOS: OPOSIÇÃO DE SIG- ticos de sua fala caracterizam a variante:
NIFICADOS. a) diastrática; b) diatópica; c) histórica;
* MAL / BEM * MAU/ BOM d) situacional; e) erudita.
* CLARO / ESCURO * LIBERDADE / ESCRAVIDÃO
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MÓDULO II
GRAMÁTICA
Lusamérica latim em pó
QUESTÃO 02 - Não se perca de mim O que quer
Não se esqueça de mim O que pode
Não desapareça Esta língua?
VELOSO. Caetano.VELÔ.1984.Disponível em http://letras.mus.br/caetano-veloso/44738/. Acesso em 23
A chuva tá caindo de maio de 2015.
a) universal e utópico.
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MÓDULO II
GRAMÁTICA
Os gêneros textuais apresentam peculiaridades lin- e advoga em favor de um projeto que já teria sido
guísticas que ajudam a identificá-los. Os textos injun- aprovado pelo Congresso Nacional.
tivos, ou seja, instrucionais (bula, receita, manual de O texto acima, extraído de um jornal, apresenta trans-
instruções) caracterizam-se pelo emprego de: gressão à norma culta no trecho destacado. Reescrito,
a) formas verbais no modo imperativo. a melhor adaptação é:
b) períodos longos e complexos. a) relembra um projeto e advoga em favor dele que
c) linguagem conotativa. já teria sido aprovado pelo Congresso Nacional.
d) inovações sintáticas. b) relembra e advoga um projeto favorável que já
e) linguagem coloquial. teria sido aprovado pelo Congresso Nacional.
c) relembra um projeto que já teria sido aprovado
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES pelo Congresso Nacional e advoga por ele.
QUESTÃO 01 - O assassino era o escriba d) relembra e advoga favoravelmente a um projeto
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito que já teria sido aprovado pelo Congresso Na-
Inexistente. Um pleonasmo, o principal predicado da cional.
sua vida, regular com um paradigma da 1ª conjugação. e) relembra um projeto e advoga nele que já teria
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, sido aprovado pelo Congresso Nacional.
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto. Casou com QUESTÃO 04 - Meus oito anos
uma regência. Foi infeliz. Era possessivo como um pro- Oh que saudades que eu tenho
nome. E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA. Não Da aurora de minha vida
deu. Acharam um artigo indefinido em sua bagagem. Das horas
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, De minha infância
conetivos e agentes da passiva, o tempo todo. Que os anos não trazem mais
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça. Naquele quintal de terra
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas de Paulo Leminski. Seleção Fred Góes e Álvaro Marins. 6ª ed. São Paulo: Global, 2002.
Da Rua de Santo Antônio
Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa “Aurélio” – Debaixo da bananeira
8ª edição, “sujeito”, nos estudos da linguagem, significa Sem nenhum laranjais
“termo da oração a respeito do qual se anuncia alguma Eu tinha doces visões
coisa e com o qual o verbo concorda”. Nessa perspecti- Da cocaína da infância
va, o sujeito pode ser determinado ou mesmo indeter- Nos banhos de astro-rei
minado. A partir dessa informação e dos conhecimen- Do quintal de minha ânsia
tos sobre os tipos de sujeito, o verso retirado do texto A cidade progredia
que apresenta oração de sujeito indeterminado é: Em roda de minha casa
a) “Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito” Que os anos não trazem mais
b) “Casou com uma regência.” Debaixo da bananeira
c) “Era possessivo como um pronome.” Sem nenhum laranjais
ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.
d) “Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.”
e) “Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.” Nos versos “Debaixo da bananeira / Sem nenhum la-
ranjais”, o sintagma “nenhum laranjais” não segue o
QUESTÃO 02 - Na época em que foi técnico da seleção modelo de concordância da norma escolar: a palavra
portuguesa de futebol, Luiz Felipe Scolari participou adjetiva não se adapta ao número do substantivo. Por
da propaganda de um banco lusitano. Sua fala era a sua vez, a expectativa acadêmica nenhuns laranjais
seguinte: Quem sai do seu país, como eu e você, tem de está bem distante do falar brasileiro. Posta em prática,
adaptar-se a muitas coisas novas. Incluindo a língua. Eu soaria, em nossa verdade linguística, bem artificial.En-
tive de aprender que aeromoça é hospedeira, que cadar- tre as frases a seguir, a que sofre o repúdio do conser-
ço é atacador. Aprendi que açougue é talho. Trem é com- vadorismo gramatical é:
boio. E torcida é claque. Que pimbolim é matraquilhos. a) “Houveram indecisões que justificaram seu jeito arisco.”
(Revista Língua, fevereiro de 2009, p. 38.) b) “Ela está meio infeliz com suas decisões.”
Scolari menciona diferenças entre o português do Bra- c) “A sala tem menos carteiras do que o normal.”
sil e o de Portugal no que se refere ao nível: d) “Apenas 1% dos calouros participou do trote.”
a) ortográfico b) fônico c) lexical. e)“Faz dias que espero uma resolução para o caso.”
d) prosódico e) gramatical
QUESTÃO 05 - “Deixamos o verbo no singular quando
QUESTÃO 03 - Sob o título “Álcool e as mudanças cli- queremos destacar o conjunto como uma unidade. Le-
máticas”, artigo do prof. José Goldemberg relembra vamos o verbo ao plural para evidenciarmos os vários
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MÓDULO II
GRAMÁTICA
elementos que compõem o todo.” a) que as diferenças entre os registros linguísticos tí-
CUNHA, C.; CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 4 ed. rev. E ampl. Rio de Janei-
ro: Lexicon Editora Digital, 2007, p. 513. picos de cada região do país se resumem à ques-
tão do sotaque.
O trecho em questão, extraído de uma gramática da
b) que a seleção lexical é uma pista relevante para
língua portuguesa, indica que, em alguns casos, é pos-
reconhecer as características de cada variante
sível obter uma concordância facultativa do verbo, a
regional que há no Brasil.
depender da situação da frase. Esse fato gramatical
c) que somente o assaltante paulista não se vale de
pode ser comprovado na frase:
um vocativo para referir-se à sua vítima.
a) “Existem motivos demais para reavaliarmos cada
d) que, na Bahia, respeita-se mais o padrão culto da
uma dessas questões.”
língua, uma vez que o assaltante baiano não co-
b) “Mais de um assalto por minuto é presenciado no
mete erros de ortografia.
Brasil.”
e) que Minas Gerais é o estado brasileiro em que há
c) “A maioria dos eleitores mostrou-se preocupado
menos preocupação das pessoas em valorizar a
com a atual situação política.”
norma culta do idioma.
d) “Foram anos e anos de luta para atingir definitiva-
mente o patamar em que estamos.”
QUESTÃO 07 - Respeitem meus cabelos, brancos
e) “Nunca houve tantas participações populares
Respeitem meus cabelos, brancos
como notamos agora.”
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
QUESTÃO 06 - Com pequenas alterações, o texto a se-
Pois quando um preto fala
guir tem circulado pela Internet. Leia-o para responder
O branco cala ou deixa a sala
ao que se pede:
Com veludo nos tamancos
Assaltante Baiano - Ô, meu rei... (pausa) Isso é um assal-
Cabelo veio da áfrica
to... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe
Junto com meus santos
não... (outra pausa) Se num quiser nem precisa levantar,
Benguelas, zulus, gêges
pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem de-
Rebolos, bundos, bantos
vagarinho... (pausa para pausa) Num repara se o berro
Batuques, toques, mandingas
está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado. Não
Danças, tranças, cantos
esquenta, meu irmãozinho. (pausa) Vou deixar teus do-
Respeitem meus cabelos, brancos
cumentos na encruzilhada.
Se eu quero pixaim, deixa
Assaltante Mineiro - Ô, sô, prestenção: Issé um assarto,
Se eu quero enrolar, deixa
uai. Levantus braço e fica ketimquiémióprocê. Esse trem
Se eu quero colorir, deixa
na minha mão tá cheim de bala...Miópassá logo os tro-
Se eu quero assanhar, deixa
cados que eu numtôbão hoje. Vai andando, uai! Tá espe-
Deixa, deixa a madeixa balançar
rando o quê, sô?! CÉSAR, Chico.Respeitem Meus Cabelos, Brancos. Gravadora: MZA Music; Selo: Warner Brasil; Ano: 2002.
Disponível em http://letras.mus.br/chico-cesar/134011/. Acesso em 23 de maio de 2015.
Assaltante Carioca - Aí, perdeu, mermão. Seguiiiinnte,
bicho: tu te fu. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta Na letra do compositor paraibano Chico César, a afir-
os braços, rapá. Não fica de caô que eu te passo o cerol... mação da cultura negra expressa-se, principalmente,
Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto. na frase “Respeitem meus cabelos, brancos”, que se di-
Assaltante Paulista - Pô, meu... Isso é um assalto, meu. ferencia da frase convencional “Respeitem meus cabe-
Alevanta os braços, meu. Passa a grana logo, meu. Mais los brancos” porque:
rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria a) o adjunto “brancos” é transformado em vocativo.
aberta pra comprar o ingresso no Pacaembu, meu. Pô, se b) o sujeito “brancos” é marcado por vírgula.
manda, meu. c) o complemento nominal “brancos” é separado
Assaltante Gaúcho - Ô, guri, fica atento. Bah, isso é um do substantivo.
assalto. Levanta os braços e te aquieta, tchê! Não tentes d) o adjunto “brancos” é apresentado como sujeito.
nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, e) o objeto direto é separado da forma verbal.
tchê. Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o
quarenta e quatro fala. QUESTÃO 08 - A flor da paixão - Os índios a chama-
Assaltante de Brasília - Querido povo brasileiro, estou vam de marakuya: alimento da cuia. Contém passiflo-
aqui no horário nobre da TV para dizer que, no final do rina, um calmante; pectina, um protetor do coração,
mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, inimigo do diabetes. Rica em vitaminas A, B e C; cálcio,
Gás, Passagem de ônibus, Imposto de renda, Licencia- fósforo, ferro. A fruta é gostosa de tudo quanto é jeito.
mento de veículos, Seguro obrigatório, Gasolina, Álcool, E que beleza de flor!
Mylton Severiano. Almanaque de Cultura Popular, ano 10, set./2008, n.º 113 (com adaptações).
IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, Cofins…) - A linguagem que cada
um dos cinco primeiros assaltantes empregou revela: Na construção da textualidade, a função do conectivo
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MÓDULO II
GRAMÁTICA
“E”, que inicia a última frase do texto, é: outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em
a) introduzir a justificativa para o nome da flor. que há coesão por elipse do sujeito é:
b) ressaltar o valor de oposição entre as informações. a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de
c) adicionar um argumento diferente a favor da des- contágios entre línguas.”
crição da flor. b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”.
d) acrescentar um argumento que expõe o valor c) “O primeiro era um termo derivado do latim me-
medicinal da flor. dieval influentia, que significava ‘influência dos
e) substituir, com mesmo valor semântico, a conjun- astros sobre os homens’.”
ção “no entanto”. d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo
gripper [...]”.
QUESTÃO 09 - Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arru- e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violen-
mara-se. Chegara naquele estado, com a família mor- to como o vírus se apossa do organismo
rendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio,
debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa
deserta. ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado
à camarinha escura, pareciam ratos - e a lembrança dos
sofrimentos passados esmorecera(...). - Fabiano, você é
um homem, exclamou em voz alta. Conteve-se, notou
que os meninos estavam perto, com certeza iam admi-
rar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era
um homem: era apenas um cabra ocupado em guardar
coisas dos outros. (...) Olhou em torno, com receio de
que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase
imprudente. Corrigiu-a, murmurando: - Você é um bi-
cho, Fabiano. Isto para ele era motivo de orgulho. Sim
senhor, um bicho capaz de vencer dificuldades.
RAMOS, Graciliano. Vidassecas. 23ª ed. São Paulo: Martins, 1969.
Para se entender o trecho como uma unidade de sen- GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTAR
tido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída D C C A C B A C E E
predominantemente pela retomada de um termo por
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MÓDULO II
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Competência de área 6 - Compreender e usar os sis- serviço à sociedade, colaborando na educação, e não
temas simbólicos das diferentes linguagens como justamente o contrário;
meios de organização cognitiva da realidade pela 2) Língua funcional de modalidade popular ou lín-
constituição de significados, expressão, comunica- gua cotidiana, que apresenta gradações as mais diver-
ção e informação. sas, tem o seu limite na gíria e no calão. Sendo mais
H18 - Identificar os elementos que concorrem espontânea e criativa, se afigura mais expressiva e di-
para a progressão temática e para a organização e nâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:
estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. Estou preocupado. (norma culta)
H19 - Analisar a função da linguagem predominante Tô preocupado. (língua popular)
nos textos em situações específicas de interlocução. Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
H20 – Reconhecer a importância do patrimônio
linguístico para a preservação da memória e da
identidade nacional.
comedida em suas ações, já que precisará de energia não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo,
para se recompor. Há preocupação com a família, e a longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem
comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura
preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda tam- que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando,
bém na vida amorosa, que será testada. Melhor con- aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e pou-
ter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias cos anos, como eu vou ser sentimental!
carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar (Luis Fernando Verissimo, Comédias para se ler na escola)
além das questões materiais – sua confiança virá da in- A estranheza dessa história deve-se, basicamente, ao
timidade com os assuntos da alma. fato de que nela:
Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009. a) há superposição de espaços sem que haja super-
O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu posição de tempos.
contexto de uso, sua função específica, seu objetivo b) a memória afetiva faz um quarentão se lembrar de
comunicativo e seu formato mais comum relacionam- uma cena da infância.
-se com os conhecimentos construídos sociocultural- c) o tempo é representado como irreversível.
mente. A análise dos elementos constitutivos desse d) tempos distintos convergem e tornam-se simultâ-
texto demonstra que sua função é: neos.
a) vender um produto anunciado. e) há um tempo convencional, ou seja, cronológico
b) informar sobre astronomia. e linear.
c) ensinar os cuidados com a saúde.
d) expor a opinião de leitores em um jornal. QUESTÃO 05 - Pau de dois bicos
e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho. Um morcego estonteado pousou certa vez no ninho
Disponível: http://leticianogueira.blogspot.com/2011/11/tirinha-receitas-ilustradas.html. Em
25/012019. da coruja, e ali ficaria de dentro se a coruja ao regres-
QUESTÃO 03 - Na composição dos gêneros textuais, sar não investisse contra ele. – Miserável bicho! Pois te
as características tipológicas podem se hibridizar. A atreves a entrar em minha casa, sabendo que odeio a
tirinha, ao empregar recursos linguísticos próprios de família dos ratos? – Achas então que sou rato? Não te-
uma receita, emprega sequências da tipologia: nho asas e não vôo como tu? Rato, eu? Essa é boa!…
A coruja não sabia discutir e, vencida de tais razões,
poupou-lhe a pele. Dias depois, o finório morcego
planta-se no casebre do gato-do-mato. O gato entra,
dá com ele e chia de cólera. – Miserável bicho! Pois te
atreves a entrar em minha toca, sabendo que detesto
as aves? – E quem te disse que sou ave? – retruca o cí-
nico – sou muito bom bicho de pêlo, como tu, não vês?
– Mas voas!… – Voo de mentira, por fingimento…
– Mas tem asas! – Asas? Que tolice! O que faz a asa são
as penas e quem já viu penas em morcego? Sou ani-
a) narrativa. b) descritiva. c) expositiva. mal de pelo, dos legítimos, e inimigo das aves como
d) argumentativa. e) injuntiva. tu. Ave, eu? É boa… O gato embasbacou, e o morcego
conseguiu retirar-se dali são e salvo. Moral da Estória:
QUESTÃO 04 - História estranha O segredo de certos homens está nesta política do morce-
Um homem vem caminhando por um parque quan- go. É vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o branco!
do de repente se vê com sete anos de idade. Está com (Monteiro Lobato. Fábulas.)
quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele O texto que você acabou de ler é uma fábula. Uma ca-
mesmo chutando uma bola perto de um banco onde racterística que se distancia das intenções desse gêne-
está a sua babá fazendo tricô. Não tem a menor dúvida ro é a de que a fábula:
de que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, a) se constrói com personagens animais, sendo,
reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembran- portanto, uma história sobre animais
ça daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no b) se serve de personagens animais, personifica-
parque quando de repente aproximou-se um homem ções dos seres humanos
e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, c) tem uma moral cujo tema repete o significado da
põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. narrativa
Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa d) encaminha a leitura para a vida dos seres humanos
no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o e) apresenta, em sua origem, pretensões lúdicas e
tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos didáticas.
eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas
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MÓDULO III
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
QUESTÃO 06 - O anúncio, para atingir seus objetivos Bebeu, Cantou, Dançou, Depois se atirou na lagoa Rodri-
comunicativos, recorre: go de Freitas e morreu afogado.
BANDEIRA, M. “Libertinagem”. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966.
guesa. Na visão do autor, para se ter um bom conheci- Na estruturação do texto, destaca-se:
mento da língua, é necessário: a) a construção de oposições semânticas.
a) descartar as implicações contextuais e ater-se b) a apresentação de ideias de forma objetiva.
aos efeitos que se produzem no uso prático da c) o emprego recorrente de figuras de linguagem,
língua. como o eufemismo.
b) dar relevância à multiplicidade de contextos lin- d) a repetição de sons e de construções sintáticas
guísticos existente no português. semelhantes.
c) atribuir maior importância às práticas necessárias e) a inversão da ordem sintática das palavras.
para se chegar à norma padrão.
d) saber que existem variantes pouco relevantes QUESTÃO 10 - O QUE A MUSA ETERNA CANTA
para a construção da língua. Cesse de uma vez meu vão desejo
e) desconsiderar o ensino e o emprego da norma de que o poema sirva a todas as fomes.
padrão da língua. Um jogador de futebol chegou mesmo a declarar:
“Tenho birra de que me chamem de intelectual,
QUESTÃO 08 - Poema tirado de uma notícia de sou um homem como todos os outros.”
jornal - João Gostoso era carregador de feira livre e Ah, que sabedoria, como todos os outros,
morava no morro da Babilônia num barracão sem nú- a quem bastou descobrir:
mero Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro letras eu quero é pra pedir emprego,
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MÓDULO II
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
QUESTÃO 01 - Canção amiga O cartunista Chico Caruso se apropria do fato e cria in-
Eu preparo uma canção, terferências nos quadros originais, apresentando múl-
em que minha mãe se reconheça tiplas possibilidades de leituras críticas sobre o furto.
todas as mães se reconheçam ENTREOUVIDO AINDA NAQUELE PICTÓRICO CATIVEI-
e que fale como dois olhos. RO BEM BRASILEIRO...
[...]
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
ANDRADE, C. D. Novos Poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948. (fragmento)
A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo - Dona Suzane, que mal pergunte: se o museu não ti-
autor com o objetivo principal de: nha alarme nem seguro... O que é que uma moça fina
a) transmitir informações, fazer referência a aconte- como a senhora estava fazendo num lugar desses?
cimentos observados no mundo exterior. Identifique o comentário adequado à situação de co-
b) envolver, persuadir o interlocutor, nesse caso, o municação da charge de O Globo de 22/12/2007.
leitor, em um forte apelo à sua sensibilidade. a) Em “O que é que uma moça fina como a senhora
c) realçar os sentimentos do eu lírico, suas sensa- estava fazendo num lugar desses?”, o pronome de-
ções, reflexões e opiniões frente ao mundo real. monstrativo “desses” indica maior proximidade en-
d) destacar o processo de construção de seu poe- tre os interlocutores e aponta o local do cativeiro.
ma, ao falar sobre o papel da própria linguagem b) Em “Entreouvido ainda naquele pictórico cativei-
e do poeta. ro, bem brasileiro...”, o pronome demonstrativo
e) manter eficiente o contato comunicativo entre o “naquele” apresenta, no contexto, uma referên-
emissor da mensagem, de um lado, e o receptor, cia espacial ao MASP.
de outro. c) “Dona Suzanne” é a interlocutora do lavrador, na
charge, mas o chargista também se dirige, de
QUESTÃO 02 - Observe a obra “Objeto Cinético”, de forma crítica, a um interlocutor fora do texto.
Abraham Palatnik, 1966. d) Em “Dona Suzanne, ainda que mal pergunte”, o
emprego do advérbio “mal” revela a pressa do
interlocutor, como se a resposta à pergunta pu-
desse evitar a situação vivida.
e) A imagem de “Suzanne Bloch” sofreu uma inter-
ferência com ampliação do corpo, incorporando
marcas significativas (mãos, pés, indicação de
A arte cinética desenvolveu-se a partir de um interesse pensamento), o que permite um efetivo diálogo
do artista plástico pela criação de objetos que se mo- entre os dois personagens.
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MÓDULO III
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
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MÓDULO II
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
QUESTÃO 06 - Quem sai do seu país, como eu e você, tem Mas o bom negro e o bom branco
de adaptar-se a muitas coisas novas. Incluindo a língua. Eu da Nação Brasileira
tive de aprender que aeromoça é hospedeira, que cadarço Dizem todos os dias
é atacador. Aprendi que açougue é talho. Trem é comboio. Deixa disso camarada
E torcida é claque. Que pimbolim é matraquilhos. Me dá um cigarro
(Revista Língua, fevereiro de 2009, p. 38.) (ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988)
Scolari menciona diferenças entre o português do Bra- “Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na con-
sil e o de Portugal no que se refere a: versação familiar, despreocupada, ou na língua escrita
a) ortografia. b) pronúncia. c) vocabulário. quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...).”
d) acentuação. e) gramática. (CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. SP: Nacional, 1980)
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MÓDULO II
REDAÇÃO
C2 Tema e Gênero – Compreensão do tema, domí- neses é mostrar conhecimento, mas também é argu-
nio do Gênero textual proposto e relação natural do mentar, pois subentende que não somos xenófobos. É
tema com outras áreas do conhecimento humano preciso aprender a argumentar.
(RCOACH). Exige-se o domínio do gênero dissertativo-
-argumentativo utilizando repertório cultural que de- Argumentação:
monstre conhecimento de outras áreas que possam Platão e Aristóteles, os dialéticos.
colaborar com o ponto de vista defendido. Resumindo, O texto argumentativo, por sua
não se deve narrar nem descrever, nem instruir, nem vez, apresenta um ponto de vista e,
dialogar. Esta competência testa o REPERTÓRIO CUL- também, a exposição de conheci-
TURAL do candidato, seu CONHECIMENTO DE MUNDO mento sobre determinado assunto.
quanto ao domínio do TEMA, dos SUBTEMAS e TEMAS No entanto, ao tema são agregados
TRANSVERSAIS. fatos, estatísticas, opiniões, exemplos etc. que refor-
çam esse ponto de vista, ou seja, surgem os argumen-
Dissertar x Argumentar: Dissertar é discorrer, falar so- tos. Veja, abaixo, um exemplo de texto em que são uti-
bre, mostrar ou expor conhecimento. Um texto disser- lizados argumentos de exemplo e comparação. Ex. As
tativo é também um texto expositivo. Por isso, quando escolas da Finlândia têm em seus currículos disciplinas
um texto é dissertativo, tudo que ele faz é apresentar como Culinária e Economia Doméstica. Isto significa que
ou expor o conhecimento que o autor tem daquele as crianças finlandesas, na vida adulta, tornam-se pesso-
tema, daquele assunto. A postura é a de um sábio, de as mais independentes, responsáveis e proativas. Se o
alguém que conhece muito bem determinado assunto Brasil seguisse tal exemplo poderia até não representar
e que resolveu dizer a outras pessoas tudo o que sabe um grande avanço em Educação, mas seria extremante
sobre aquele tema e suas naturais implicações. Por benéfico às complicadas relações de gênero em nosso
exemplo, quando uma banca pede ao candidato para país.
dissertar sobre o tema “Liberdade de expressão” ou
sobre mesmo sobre “Imigração”, não está necessaria- Progressão textual (PT): Por conseguinte, a redação
mente pedindo ao mesmo que escreva a “sua opinião” do ENEM é um misto desses dois tipos textuais, por
sobre aquele assunto, apenas que exponha conheci- isso é um texto expositivo-argumentativo, no qual o
mento válido sobre o tema. Resumindo, dissertar não candidato, ciente do tema de que está tratando, lança
é necessariamente argumentar. Vejamos, abaixo, um uma tese ou ponto de vista, apresenta, em forma de
exemplo de texto unicamente dissertativo. argumentação, os conhecimentos de que dispõe so-
Ex. Imigração é o fenômeno protagonizado pelo mes- bre o tema discutido. Tais conhecimentos (o repertório
mo indivíduo que migra, mas visto pela perspectiva do cultural) convertem-se em informações (GI) que fazem
país que o acolhe. Ou seja, é a entrada de quem vem com que o texto cresça ou progrida, o que denomina-
do exterior para fins de trabalho e/ou residência, pas- mos progressão textual (PT).
sando esta pessoa a ser denominada imigrante. A imi-
gração tem crescido bastante no Brasil, principalmente Grau de informatividade (GI): Todo texto dissertati-
por causa de fenômenos climáticos ocorridos em paí- vo bom é marcado pela exposição de conhecimento
ses vizinhos ou do eixo mais pobre das Américas. de seu autor, ou seja, é um texto que traz um grau de
informatividade elevado, informações que, às vezes,
nem o corretor conhece. O candidato deve tentar infor-
mar o seu leitor, deve ter a ousadia de fazer o corretor
“aprender algo” com seu texto. O texto argumentativo
Acontece muito de o candidato escrever apenas bom, por sua vez, apresenta riqueza de argumentos,
apresentado informações sobre o tema achando ou seja, fatos, dados e opiniões de autoridades que
que está argumentando, ou seja, as informações que validam uma tese ou pensamento. Percebe-se, então,
ele usa não servem como reforço ao ponto de vista. que esse texto não foi feito com informações triviais,
Assim, acaba dissertando quando deveria argumen- com o senso comum, que pouco acrescenta à discus-
tar. Mas, se a informação apresentada reforça a tese são. Para tanto, é essencial que o candidato domine o
defendida, proposta no início, então o texto é argu- modelo do texto dissertativo-argumentativo e enten-
mentativo. Por exemplo, dizer que o Brasil, embora da o esquema que permeia a construção desse tipo
não tenha políticas públicas específicas para imigra- de redação.
ção, recebe digna e solidariamente os imigrantes não
é apenas uma informação, mas algo que reforça uma
postura. Dizer que os imigrantes sempre fizeram parte
da nossa história e exemplificar com italianos e japo-
20
MÓDULO II
REDAÇÃO
21
MÓDULO I
MATEMÁTICA
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO II
6
MÓDULO II
ANÁLISE COMBINATÓRIA
Competência de área 1 – Construir significados para PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO: Você deve multiplicar o
os números naturais, inteiros, racionais e reais. número de possibilidades de cada evento obtendo o
H2 – Identificar padrões numéricos ou princípios de número de resultados distintos do experimento com-
contagem. posto. Esse procedimento está associado a conjunção
“e”, pois ocorre quando temos que satisfazer possibili-
Daremos início nessa aula a uma das partes mais fas- dades simultaneamente. Por exemplo, de um grupo de
cinantes da matemática, a chamada análise combina- pessoas escolher um homem e uma mulher.
tória. Ela surgiu da necessidade de calcular o número
de possibilidades existentes nos chamados jogos de EXEMPLO:
azar, depois foram percebendo o quão importante era Uma montadora de auto-
em outras situações. Essa parte da Matemática estuda móveis apresenta um carro
os métodos de contagem. Esses estudos foram inicia- em três modelos diferentes
dos já no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo (Automático, Mecânico e
Fontana (1500-1557), conhecido como Tartaglia. De- Esportivo), dois tipos de
pois vieram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) motores (Diesel e Gasolina) e em cinco cores diferentes
e Blaise Pascal (1623-1662). Análise Combinatória visa (Azul, Branco, Cinza, Preto e Vermelho). Um consumi-
desenvolver métodos que permitam contar (de uma dor terá quantas opções de carros para escolher?
forma indireta) o número de elementos de um con- SOLUÇÃO: O número de opções é o produto das possibili-
junto, estando esses elementos agrupados sob certas dades de cada evento, ou seja, MODELO x MOTOR x COR.
condições. Veremos que a análise combinatória tam-
bém funciona como ferramenta indispensável para o 3 2 5 = 30
estudo da estatística, da probabilidade, da genética, da X X
MODELO MOTOR COR
física, dentre muitas outras aplicações.
Dessa forma, é necessário que a concessionária tenha
MÉTODOS DE CONTAGEM: A Análise Combinatória pelo menos 30 carros no estoque para disponibilizar para
é o ramo da Matemática que nos permite enumerar um cliente todas as possíveis configurações de carro.
todas as possibilidades de que um evento aconteça,
mesmo envolvendo grande quantidade de dados, sem EXEMPLO: Quantas placas de carro no Brasil podem
a necessidade de contá-las uma a uma. Na resolução começar com R e terminar com um número ímpar?
desses problemas, é bastante comum aparecer o pro- SOLUÇÃO: Temos 7 posições a serem ocupadas, onde
duto de números naturais consecutivos. Em muitos a primeira posição só há uma possibilidade (R) e a ulti-
desses casos, é possível abreviar esse processo multi- ma tem 5 possibilidades (1,3,5,7,9), a segunda e tercei-
plicativo usando o conceito de FATORIAL. Dado um ra posição terá 26 possibilidade cada (todo o alfabeto)
número natural n, definimos como fatorial de n, n ≥ 2 e as demais 10 possibilidades (algarismos de 0 a 9),
(indicamos por n!), o produto dos n primeiros naturais pois podem haver repetições.
positivos, de n até 1. Assim, temos:
1 . 26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 5 = 3.380.000
R IMP
2! = 2.1 = 2
Portanto, mais de 3 milhões de veículos.
3! = 3.2.1 = 6
3! = 3.2.1 = 6
PRINCÍPIO ADITIVO: Nesse caso devemos somar as
Etc.
possibilidades, ou seja, calcular cada possibilidade iso-
ladamente para depois somar. Esse procedimento está
Note que a medida em que n aumenta, o cálculo de n!
associado a disjunção “ou”, pois ocorre quando temos
fica mais trabalhoso, portanto, para facilitar o proces-
que satisfazer uma ou outra possibilidade. Por exem-
so, podemos interromper o desenvolvimento indican-
plo, de um grupo de pessoas escolher um homem ou
do o último fator na forma de fatorial. Observe: 10! =
uma mulher. Ex: Numa lanchonete, o cardápio oferece
10.9! ou 10! = 10.9.8! ou 10!, e assim por diante. Por-
10 sabores distintos de sucos e 8 tipos diferentes de
tanto, para n ∈ N* , vale a propriedade: =n! n.(n − 1)! sanduiches.Lucas está com dinheiro para comprar ape-
Caso n = 2 , temos que 1! = 1 e para n = 1 , temos que nas 1 suco ou 1 sanduiche. De quantas maneiras distin-
0! = 1. O princípio da contagem é sem dúvidas o con- tas ele pode efetuar a sua compra?
ceito mais importante da análise combinatória, pois é SOLUÇÃO: Como Lucas só pode escolher um suco ou
de onde nasceram os fundamentos dessa disciplina. A um sanduiche, o número de opções distintas que ele
contagem pode ser dividida em dois princípios: multi- pode fazer essa compra é igual a 10 + 8 = 18.
plicativo e aditivo. EXEMPLO: Uma moça se arrumava para sair com o na-
morado, estando em dúvida se usava blusa, calça e sa-
23
MÓDULO II
ANÁLISE COMBINATÓRIA
24
MÓDULO II
ANÁLISE COMBINATÓRIA
QUESTÃO 05 - No restaurante Sabor & Cia são ofereci- a) 4.192 b) 4.164 c) 4.024
das quatro opções de saladas, quatro opções de bebi- d) 3.956 e) 3.912
das, três opções de pratos quentes e duas sobremesas,
conforme o cardápio. Todos os clientes do restaurante, QUESTÃO 09 (ENEM) - Numa cidade, cinco escolas de
em seus pedidos, escolhem necessariamente uma be- samba (I, II, III, IV e V) participaram do desfile de Car-
bida e um prato quente, sendo opcionais as saladas e naval. Quatro quesitos são julgados, cada um por dois
sobremesas, podendo o cliente escolhê-las ou não, de jurados, que podem atribuir somente uma dentre as
acordo com as opções do cardápio. notas 6, 7, 8, 9 ou 10. A campeã será a escola que ob-
Pratos tiver mais pontuação na soma de todas as notas emiti-
Saladas Bebidas Sobremesas
quentes
das. Em caso de empate, a campeã será a que alcançar a
Tomate Agua de coco Frango Pudim
maior soma das notas atribuídas pelos jurados no que-
Verde Suco de laranja Strogonoff Sorvete
sito Enredo e Harmonia. A tabela mostra as notas do
Batata Suco de uva Costela
desfile desse ano no momento em que faltava somente
Russa Refrigerante a divulgação das notas do jurado B no quesito Bateria.
Qual o número mínimo de clientes que deverão estar 1. Fantasia 2. Evolução 3. Enredo e
Quesitos 4. Bateria
presentes no restaurante para podermos garantir que e Alegoria e Conjunto Harmonia Total
existem pelo menos dois deles que fizeram exatamen- Jurado A B A B A B A B
te o mesmo pedido? Escola I
6 7 8 8 9 9 8 55
a) 49 b) 97 c) 121
Escola II
d) 145 e) 181 9 8 10 9 10 10 10 66
Escola III
QUESTÃO 06 (ENEM) - O diretor de uma escola convi- 8 8 7 8 6 7 6 50
dou os 280 alunos de terceiro ano a participarem de uma Escola IV
9 10 10 10 9 10 10 68
brincadeira. Suponha que existem 5 objetos e 6 perso- Escola V
nagens numa casa de 9 cômodos; um dos personagens 8 7 9 8 6 8 8 54
esconde um dos objetos em um dos cômodos da casa. O Quantas configurações distintas das notas a serem
objetivo da brincadeira é adivinhar qual objeto foi escon- atribuídas pelo jurado B no quesito Bateria tornariam
dido por qual personagem e em qual cômodo da casa o campeã a Escola II?
objeto foi escondido.Todos os alunos decidiram partici- a) 21 b) 90 c) 750
par. A cada vez um aluno é sorteado e dá a sua resposta. d) 1250 e) 3125
As respostas devem ser sempre distintas das anteriores,
e um mesmo aluno não pode ser sorteado mais de uma QUESTÃO 10 (ENEM) - Um cliente de uma videoloca-
vez. Se a resposta do aluno estiver correta, ele é declara- dora tem o hábito de alugar dois filmes por vez. Quando
do vencedor e a brincadeira é encerrada. O diretor sabe os devolve, sempre pega outros dois filmes e assim su-
que algum aluno acertará a resposta porque há cessivamente. Ele soube que a videolocadora recebeu
a)10 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. alguns lançamentos, sendo 8 filmes de ação, 5 de comé-
b) 20 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. dia e 3 de drama e, por isso, estabeleceu uma estratégia
c) 119 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. para ver todos esses 16 lançamentos. Inicialmente alu-
d) 260 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. gará, em cada vez, um filme de ação e um de comédia.
e) 270 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. Quando se esgotarem as possibilidades de comédia, o
cliente alugará um filme de ação e um de drama, até que
QUESTÃO 07 - Um mágico se apresenta em público todos os lançamentos sejam vistos e sem que nenhum
vestindo calça e paletó de cores diferentes. Para que ele filme seja repetido. De quantas formas distintas a estra-
possa se apresentar em 24 sessões com conjuntos dife- tégia desse cliente poderá ser posta em prática?
rentes, qual é o número mínimo de peças (número de
8! x5! x3!
paletós mais o número de calças) de que ele precisa? a) 20x8!+ (3!)x2 b) 8! x5! x3! c)
a) 10 b) 11 c) 14 28
d) 20 e) 25 8! x5! x3! 16!
d) e)
22 28
QUESTÃO 08 - Um Grande Prêmio de Fórmula 1 vai ser
disputado por 24 pilotos, dos quais 3 são brasileiros.
Em quantos resultados dessa prova é possível ter ao QUESTÃO 11 (ENEM) - Um banco solicitou aos seus
menos um piloto brasileiro figurando em uma das três clientes a criação de uma senha pessoal de seis dígitos,
primeiras colocações? formada somente por algarismos de 0 a 9, para acesso
à conta corrente pela Internet. Entretanto, um especia-
25
MÓDULO II
ANÁLISE COMBINATÓRIA
lista em sistemas de segurança eletrônica recomendou QUESTÃO 15 - A mala do Dr. Z tem um cadeado cujo
à direção do banco recadastrar seus usuários, solicitan- segredo é uma senha composta por cinco algarismos,
do, para cada um deles, a criação de uma nova senha todos variando de 0 a 9. Ele esqueceu a sequência que
com seis dígitos, permitindo agora o uso das 26 letras escolhera, mas sabe que atende às condições:
do alfabeto, além dos algarismos de 0 a 9. Nesse novo 1ª) se o primeiro algarismo é ímpar, então o último
sistema, cada letra maiúscula era considerada distinta também é ímpar;
de sua versão minúscula. Além disso, era proibido o 2ª) se o primeiro algarismo é par, então o último alga-
uso de outros tipos de caracteres. rismo é igual ao primeiro;
Uma forma de avaliar uma alteração no sistema de se- 3ª) a soma dos segundo e terceiro algarismos é 5.
nhas é a verificação do coeficiente de melhora, que é a Quantas senhas diferentes atendem às condições do
razão do novo número de possibilidades de senhas em Dr. Z?
relação ao antigo. O coeficiente de melhora da altera- a)1800 b)1420 c) 1280
ção recomendada é: d) 1100 e) 960
26
MÓDULO II
ÁREAS
Competência de área 2 – Utilizar o conhecimento ge- Cálculo de áreas - Conhecer sobre área é conhecer
ométrico para realizar a leitura e a representação da sobre o espaço que podemos preencher em regiões
realidade e agir sobre ela. poligonais convexas – qualquer segmento de reta com
H6 – Interpretar a localização e a movimentação de extremidades na região só terá pontos pertencentes a
pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua repre- esta.
sentação no espaço bidimensional.
H7 – Identificar características de figuras planas ou es-
paciais.
H8 – Resolver situação-problema que envolva conhe-
cimentos geométricos de espaço e forma.
H9 – Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e O cálculo de áreas tem muita aplicabilidade em dife-
forma na seleção de argumentos propostos como so- rentes momentos, seja em atividades puramente cog-
lução de problemas do cotidiano. nitivas, ou até mesmo trabalhistas. Um exemplo de
profissional que faz uso dessa ferramenta para tornar
ÁREAS DAS FIGURAS PLANAS - O conhecimento possível o desempenho do seu trabalho é o pedrei-
geométrico revolucionou o saber, tornando-se o seu ro. É através do conhecimento de área que é possível
estudo, necessário à realização de grandes feitos nas estimar a quantidade de cerâmica necessária para pa-
áreas da construção e na partilha de terras. Se dividir- vimentar um determinado cômodo de uma casa, por
mos a palavra Geometria conseguimos chegar ao seu exemplo.
significado etimológico: geo (terra) + metria (medi-
da), portanto Geometria significa medida de terra. O FÓRMULAS IMPORTANTES:
conhecimento geométrico como conhecemos hoje
nem sempre foi assim. A geometria surgiu de forma
intuitiva, e como todos os ramos do conhecimento,
nasceu da necessidade e da observação humana. O
seu início se deu forma natural através da observação
do homem à natureza. Ao arremessar uma pedra num
lago, por exemplo, observou-se que ao haver contato
dela com a água, formavam-se circunferências concên-
tricas – centros na mesma origem. Para designar esse
tipo de acontecimento surgiu a Geometria Subcons-
ciente. Conhecimentos geométricos também foram
necessários aos sacerdotes. Por serem os coletores de
impostos da época, a eles era incumbida a demarca-
ção das terras que eram devastadas pelas enchentes
do Rio Nilo. A partilha da terra era feita diretamente
proporcional aos impostos pagos. Enraizada nessa
necessidade puramente humana, nasceu o cálculo
de área. Muitos acontecimentos se deram, ainda no
campo da Geometria Subconsciente, até que a men-
te humana fosse capaz de absorver propriedades das
formas antes vistas intuitivamente. Nasce com esse
feito a Geometria Científica ou Ocidental. Essa geo-
metria, vista nas instituições de ensino, incorpora uma
série de regras e sequências lógicas responsáveis pelas
suas definições e resoluções de problemas de cunho
geométrico. Foi em 300º a.C. que o grande geômetra
Euclides de Alexandria desenvolveu grandiosos traba-
lhos matemático-geométricos e os publicou em sua
obra intitulada Os Elementos. Essa foi, e continua sen-
do, a maior obra já publicada - desse ramo - de toda
a história da humanidade. A Geometria plana, como
é popularmente conhecida atualmente, leva também
o título de Geometria Euclidiana em homenagem ao
seu grande mentor Euclides de Alexandria.
27
MÓDULO II
ÁREAS
28
MÓDULO II
ÁREAS
d) 10,0 e 17,0. e) 13,5 e 20,5. figura representa a vista superior dessa piscina, que é
formada por três setores circulares idênticos, com ân-
QUESTÃO 05 - Uma empresa de telefonia celular pos- gulo central igual a 60º. O raio Rdeve ser um número
sui duas antenas que serão substituídas por uma nova, natural.
mais potente. As áreas de cobertura das antenas que
serão substituídas são círculos de raio 2 km, cujas cir-
cunferências se tangenciam no ponto O, como mostra
a figura.
Após executadas as modificações previstas, houve Qual é a medida da área pintada, em metros quadra-
uma alteração na área ocupada por cada garrafão, que dos, do triângulo DEF?
corresponde a um(a):
a) aumento de 5 800 cm2. 1 3 1
b) aumento de 75 400 cm2. a) b) c)
16 16 8
c) aumento de 214 600 cm2.
d) diminuição de 63 800 cm2. 3 3
d) e)
e) diminuição de 272 600 cm2. 8 4
29
MÓDULO II
ÁREAS
piso de cerâmica resistente e de bom preço. Em uma to-benefício, já que cada fatia custa R$ 4,00, inde-
loja especializada, há cinco possibilidades de pisos que pendentemente da escolha do tamanho.
atendem às especificações desejadas, apresentadas no • Davidson: Como a razão entre os diâmetros e os
quadro. preços das pizzas é a mesma, nenhuma das pizzas
tem melhor custo-benefício que a outra.
• Eric: A pizza grande possui melhor relação custo-
-benefício, pois, independentemente do diâmetro,
ela é dividida em um número maior de fatias.
Qual jovem apresentou o melhor argumento para a es-
colha da pizza?
a) Alan b) Breno c) Cleber
Levando-se em consideração que não há perda de ma- d) Davidson e) Eric
terial, dentre os pisos apresentados, aquele que impli-
cará o menor custo para a colocação no referido espa- QUESTÃO 03 - Em um terreno, deseja-se instalar uma
ço é o piso piscina com formato de um bloco retangular de altura
a) I. b) II. c) III. 1 m e base de dimensões 20 m x 10 m. Nas faces late-
d) IV. e) V. rais e no fundo desta piscina será aplicado um líquido
para a impermeabilização. Esse líquido deve ser aplica-
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES do na razão de 1 L para cada 1 m2 de área a ser imper-
QUESTÃO 01 - Um garçom precisa escolher uma ban- meabilizada. O fornecedor A vende cada lata de imper-
deja de base retangular para servir quatro taças de meabilizante de 10 L por R$ 100,00, e o B vende cada
espumante que precisam ser dispostas em uma única lata de 15 L por R$ 145,00. Determine a quantidade
fileira, paralela ao lado maior da bandeja, e com suas de latas de impermeabilizante que deve ser
bases totalmente apoiadas na bandeja. A base e a bor- compradas e o fornecedor a ser escolhido, de modo a
da superior das taças são círculos de raio 4cm e 5cm se obter o me-nor custo.
respectivamente. a) Fabricante A, 26 latas.
b) Fabricante A, 46 latas.
c) Fabricante B, 17 latas.
d) Fabricante B, 18 latas.
e) Fabricante B, 31 latas.
A bandeja a ser escolhida deverá ter uma área mínima, QUESTÃO 04 - Jorge quer instalar aquecedores no
em centímetro quadrado, igual a: seu salão de beleza para melhorar o conforto dos seus
a) 192 b) 300 c) 304 d) 320 e) 400 clientes no inverno. Ele estuda a compra de unidades
de dois tipos de aquecedores: modelo A, que conso-
QUESTÃO 02 - Uma pizzaria oferece, no cardápio, duas me 600 g/h (gramas por hora) de gás propano e cobre
opções de tamanhos e preços: 35 m2 de área, ou modelo B, que consome 750 g/h de
• Pizza média (6 fatias): R$ 24,00 gás propano e cobre 45 m2 de área. O fabricante indica
• Pizza grande (8 fatias): R$ 32,00 que o aquecedor deve ser instalado em um ambiente
Um grupo de jovens estava prestes a decidir o tipo de com área menor do que a da sua cobertura. Jorge vai
pizza com melhor custo-benefício, quando um dos instalar uma unidade por ambiente e quer gastar o mí-
amigos questionou ao garçom a respeito do diâme- nimo possível com gás. A área do salão que deve ser
tro de cada uma das pizzas. A informação obtida foi climatizada encontra-se na planta seguinte
de que os diâmetros das pizzas média e grande eram, (ambientes representados por três retângulos e um
respectivamente, 30 cm e 40 cm. Considerando que os trapézio).
dois tamanhos e preços das pizzas atendem o grupo e
que não haverá desperdício, iniciou-se um debate en-
tre eles:
• Alan: A pizza grande tem melhor custo-benefício,
pois a área de sua fatia é superior à área da fatia da
pizza média.
• Breno: A pizza média tem melhor custo-benefício,
Avaliando-se todas as informações, serão necessários:
pois, como é dividida em menos fatias, cada fatia
a) quatro unidades do tipo A e nenhuma unidade do tipo B.
tem uma maior quantidade de pizza.
b) três unidades do tipo A e uma unidade do tipo B.
• Cleber: As duas apresentam a mesma relação cus-
c) duas unidades do tipo A e duas unidades do tipo B.
30
MÓDULO II
ÁREAS
d) uma unidade do tipo A e três unidades do tipo B. lelogramo e 1 quadrado. Essas peças são obtidas recor-
e) nenhuma unidade do tipo A e quatro unidades do tipo B. tando-se um quadrado de acordo com o esquema da
figura 1. Utilizando-se todas as sete peças, é possível
QUESTÃO 05 (ENEM) - A figura traz o esboço da plan- representar uma grande diversidade de formas, como
ta baixa de uma residência. Algumas medidas internas as exemplificadas nas figuras 2 e 3.
dos cômodos estão indicadas. A espessura de cada pa-
rede externa da casa é 0,20m e das paredes internas,
0,10m.
Sabe-se que, na localidade onde se encontra esse imó- QUESTÃO 08 (ENEM) - Um arquiteto deseja construir
vel, o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) é calcu- um jardim circular de 20m de diâmetro. Nesse jardim,
lado conforme a área construída da residência. Nesse uma parte do terreno será reservada para pedras orna-
cálculo, são cobrados R$ 4,00 por cada metro quadra- mentais. Essa parte terá a forma de um quadrado ins-
do de área construída. O valor do IPTU desse imóvel, crito na circunferência, como mostrado na figura. Na
em real, é: parte compreendida entre o contorno da circunferên-
a) 250,00 b) 250,80 c) 258,64 cia e a parte externa ao quadrado, será colocada terra
d) 276,48 e) 286,00 vegetal. Nessa parte do jardim, serão usados 15 kg de
terra para cada m² A terra vegetal é comercializada em
QUESTÃO 06 (ENEM) - Um fabricante recomenda que, sacos com exatos 15 kg cada. Use 3 como valor aproxi-
para cada m² do ambiente a ser climatizado, são ne- mado para π.
cessários 800 BTUh desde que haja até duas pessoas
no ambiente. A esse número devem ser acrescentados
600 BTUh para cada pessoa a mais, e também para casa
aparelho eletrônico emissor de calor no ambiente. A
seguir encontram-se as cinco opções de aparelhos des-
se fabricante e suas respectivas capacidades térmicas: O número mínimo de sacos de terra vegetal necessá-
Tipo I: 10.500 BTUh Tipo II: 11.000 BTUh rios para cobrir a parte descrita do jardim é:
Tipo III: 11.500 BTUh Tipo IV: 12.000 BTUh a) 100. b) 140. c) 200.
Tipo V: 12.500 BTUh d) 800. e) 1.000.
O supervisor de um laboratório precisa comprar um
aparelho para climatizar o ambiente. Nele ficarão duas QUESTÃO 09 (ENEM) - Um casal e seus dois filhos sa-
pessoas mais uma centrífuga que emite calor. O labo- íram, com um corretor de imóveis, com a intenção de
ratório tem forma de trapézio retângulo, com as medi- comprar um lote onde futuramente construiriam sua
das apresentadas na figura: residência. No projeto da casa, que esta família tem em
mente, irão necessitar de uma área de pelo menos 400
m² Após algumas avaliações, ficaram de decidir entre
os lotes 1 e 2 da figura, em forma de paralelogramos, cujos
preços são R$ 100.000,00 e R$ 150.000,00 respectivamente.
31
MÓDULO II
ÁREAS
32
MÓDULO II
ESTUDANDO O CRESCIMENTO E O DECRESCIMENTO
Competência de área 4 – Construir noções de varia- ilustrar o que pode estar ocorrendo, apresentamos al-
ção de grandezas para a compreensão da realidade e a gumas hipóteses, interessantes: y = x2 y = x3
solução de problemas do cotidiano. y=2 x
y = 10x
Olhando para as imagens acima, é muito fácil ver que, 1. Crescimento exponencial: Chamamos de função
nos dois casos, o boneco está subindo, ou seja, está exponencial aquela em que a variável é colocada no
desenvolvendo uma trajetória crescente. A diferen- expoente de uma potência com base positiva prefi-
ça está na forma com que se dá o crescimento. No xada. Assim, as funções exponenciais têm uma base
primeiro caso, temos o que chamamos em uma aula fixa positiva e a variação ocorre apenas no expoente
anterior de CRESCIMENTO LINEAR. Ele ocorre quando: F: R → R
- O gráfico que descreve a relação entre x e y é uma reta da potência. F(x) = ax O interessante é que, variando
- A grandeza y cresce em progressão aritmética (PA) à os valores de x de uma em uma unidade, encontramos
medida que o x aumenta valores de y em Progressão Geométrica (PG).
- As variações de y são diretamente proporcionais às x 1 2 3 4 5
variações correspondentes de x y = ax a1 a2 a3 a4 a5
- A relação entre as grandezas y e x é dada por uma Tal fato nos permite gerar a seguinte conclusão.
função de 1º grau (da forma y = a.x + b)
No segundo caso, continuamos tendo uma eviden-
te ideia de crescimento, porém com A GRANDEZA Y
CRESCENDO MAIS RÁPIDO QUE O X.
Se olharmos para o último de-
grau, por exemplo, não é difícil
notar que ele é mais alto que os
primeiros. Aqui, começam a sur-
gir os CRESCIMENTOS EM CURVA.
Este CRESCIMENTO CURVO MAIS CRESCIMENTO
CRESCIMENTO LINEAR
ACELERADO se deve ao fato de a grandeza y ser o re- EXPONENCIAL
sultado de alguma operação sobre a grandeza x. PA PG
Não há mais aquela relação de proporcionalidade di-
reta entre x e y. Passa a existir uma relação de y com
alguma POTÊNCIA DE X ou POTÊNCIA COM X. Para
33
MÓDULO II
ESTUDANDO O CRESCIMENTO E O DECRESCIMENTO
VARIAÇÕES DE X
SÃO DIRETAMENTE Y VARIA MAIS RÁPIDO
PROPORCIOANIS A QUE O X
VARIAÇÕES DE Y
FUNÇÃO
FUNÇÃO DO 1º GRAU
EXPONENCIAL
Vejamos um exemplo:
F(x) = a.x + b F(x) = ax
RETA CURVA
2. Estudando os decrescimentos: Da mesma que,
nem todo crescimento se dá da mesma forma, tam-
bém devemos enfatizar que NEM TODO DECRESCI-
5. Decrescimento inversamente proporcional (Fun-
MENTO OCORRE COM O MESMO RITMO. Aliás, da
ção recíproca) - O último dos decrescimentos da aula
mesma forma que tínhamos crescimentos lineares e
de hoje é aquele que envolve grandezas inversamen-
crescimentos curvos, também teremos DECRESCIMEN-
te proporcionais. Neste caso, o número de vezes pelas
TOS LINEARES E DECRESCIMENTOS CURVOS.
quais o x for multiplicado representará o número de
vezes pelas quais o y será dividido. Ou seja, se o x du-
plicar, o y será reduzido à metade. Se o x for triplicado,
ou o y será reduzido a um terço de seu valor e assim por
Acentuado no início Acentuado no final
diante. Daí surge a expressão genérica da função que
Sendo alguns destes decrescimentos curvos mais representa estas grandezas, qual seja a FUNÇÃO RECÍ-
acentuados no início e outros mais acentuados no fi- PROCA.. Uma função F: R* → R recebe o nome de função
nal. No primeiro caso (decrescimentos lineares), temos: recíproca quando a cada elemento x ∈ R * associa o ele-
- Função afim ou de 1º grau com valores de y dimi-
nuindo em PA. mento 1 .Isto é:
x
No segundo caso (decrescimento mais acentuado no y
samente proporcionais.
1
dissemos, a função afim (ou de 1º grau) é aquela em Observação: Várias grandezas físicas representam
que as variações de x e y são diretamente proporcio- funções recíprocas, são algumas delas.
nais, gerando valores de y em progressão aritmética.
Se colocarmos uma constante de proporcionalidade k .Q .q A
a) Força elétrica = ⇒y=
negativa, naturalmente continuaremos encontrando d2 x2
valores de y em PA, mas com resultados decrescentes. GMm A
b) Força gravitacional = 2
⇒y= 2
d x
−GMm −A
c) Energia potencial gravitacional = ⇒y=
d x
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
4. Decrescimento exponencial (PG decrescente):
QUESTÃO 01 (ENEM) - Uma empresa analisou mensal-
Como já dissemos, a função exponencial é aquela em
mente as vendas de um de seus produtos ao longo de
que a variável x é colocada no expoente de uma base
12 meses após seu lançamento. Concluiu que, a partir
fixa, gerando valores de y estão em progressão geomé-
do lançamento a venda mensal do produto teve um
trica. Se colocarmos a base como um valor entre 0 e 1,
crescimento linear até o quinto mês. A partir daí houve
naturalmente encontraremos valores de y em PG, mas
uma redução nas vendas, também de forma linear, até
com resultados decrescentes.
que as vendas se estabilizaram nos dois últimos meses
34
MÓDULO II
ESTUDANDO O CRESCIMENTO E O DECRESCIMENTO
e)
LUCENA, M. Guerra às sacolinhas. Galileu. no 225, 2010.
a) b)
c) d)
c) d)
e)
e)
35
MÓDULO II
ESTUDANDO O CRESCIMENTO E O DECRESCIMENTO
36
MÓDULO II
ESTUDANDO O CRESCIMENTO E O DECRESCIMENTO
c) d)
e)
37
MÓDULO I
CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO II
7
MÓDULO II
HISTÓRIA GERAL
Competência de área 1 – Compreender os elementos bul, que até um certo período era capital da Turquia.
culturais que constituem as identidades -A mudança de denominação se dá por conta da mudan-
H3 – Associar as manifestações culturais do presente ça de capital que foi sugerida e aplicada essa mudança pelo
aos seus processos históricos. imperador Constantino, por isso o nome de Constantinopla.
H5 – Identificar as manifestações ou representações da -Foram edificados muitas construções de característi-
diversidade do patrimônio cultural e artístico em dife- cas romanas como o circo,teatro,igrejas cristãs,mas as
rentes sociedades. influências helênicas ainda estavam na região.
Competência de área 3 – Compreender a produção
Características principais: a ocidentalização (grego-orien-
e o papel histórico das instituições sociais, políticas e
tal) e os imperadores adotaram costumes asiáticos.
econômicas, associando-as aos diferentes grupos, con-
-O idioma grego virou oficial e a cultura também como
flitos e movimentos sociais.
por exemplo chamar o dominus de basileu, que era o
H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais
equivalente ao rei.
no tempo e no espaço.
-O Estado era plenamente absolutista e centralizava
H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que
tanto o poder que em muitas sucessões de trono, ter
contribuíram para mudanças ou rupturas em proces-
esse poder custava muito derramamento de sangue,
sos de disputa pelo poder.
pois o cargo era disputado com muita violência e rara-
H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes
mente o filho sucedia o pai.
em textos analíticos e interpretativos, sobre situação
-A centralização chegou a um extremo de ser criado
ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das
uma regra em que o imperador tanto mandava na po-
instituições sociais, políticas e econômicas.
lítica como também na religião, sendo o chefe da Igreja
H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais,
oriental, através do cesaropapismo e por causa dessa
políticos, econômicos ou ambientais ao longo da his-
ação do Estado sobre a igreja, houve o Cisma do Orien-
tória.
te, que produz o surgimento de uma nova igreja cristã,
O mundo feudal | A Igreja medieval mas com muitas modificações inclusive a origem de
Baixa Idade Média | Cultura medieval Jesus e a idolatria as imagens fazendo uma proibição,
Renascimento comercial | gerando muitos conflitos (iconoclastas).
-O mais destacado imperador foi Justiniano(527-565)
Reinos bárbaros - Análise geral
que cria o cesaropapismo o Corpus Júris Civilis, regras
Grupos: -Tártaro-mongois ou citas-hunos, búlgaros,
que reforçaram o direito romano.
húngaros; -Eslavos-sármatos, sérvios, dácios; -Germa-
nos-visigodos, ostragodos, anglos, saxões, francos; Civilização Muçulmana - Análise geral
Arábia Pré-islâmica
Política: fundamentados nos processos familiares e
- Povo nômade;
militares, que não tinham noção de Estado e em mui-
- origem semita;
tas ocasiões o nomadismo tomava conta dessas comu-
- não havia estado constituído;
nidades.
- religião: politeísta e idolatrava imagens
Economia: Não tinham relação de mercado, principal-
Arábia islâmica: Maomé criou o islamismo e unificou
mente porque quando estavam no império o mesmo
os árabes.
estava em franca decadência, mas começaram a se
- Influências do islamismo: Judaísmo e Cristianismo.
adaptar com os meios de produção agrícolas.
- Islamismo: islamismo foi o fator que levou os árabes
Sociedade: Com o desenvolvimento dos francos as a formarem uma grande nação e sua religião guerreira
classes começaram a se formar a partir da instituição pregava a “guerra santa” (Jihad), com o intuito de difun-
desses povos como a classe dos servos da gleba, que dir a religião pelo mundo (política expansionista).
são os trabalhadores, homens livres, que são os guer- - Corão ou Alcorão-escrito pelos discípulos de Maomé,
reiros e proprietários e os nobres, que eram senhores afirma a existência de um Deus, Alá e prega o combate
de uma classe que formou os títulos de nobreza. aos infiéis.
Religião: Adoravam forças da natureza, Erda, a - conceito de paraíso e inferno.
terra,Freia,a vegetação e acreditavam num paraíso - poligamia
chamado de Valhalá,reservado aos valentes e fortes e - jejum obrigatório
os que morriam de velhice ou de doença iam para uma - proibição da carne de porco e bebidas alcoólicas.
região sombria, onde os esperava a deusa da morte. Maomé impôs o corão aos povos dominados e lançou
as bases do império islâmico. A religião islâmica cor-
Civilização Bizantina - Análise geral respondeu às necessidades de unificação da península
-Império derivado da região de Bizâncio, situado no es- arábica. O império mulçumano expandiu-se por todo
treito de Bósforo, que os turcos vão chamar de Istam- o Oriente, em seguida dominou Portugal e Espanha.
39
MÓDULO II
HISTÓRIA GERAL
O Islamismo proibia a reprodução da figura humana, - Comitatus, laços de fidelidade unindo o chefe militar
limitando a pintura e estátua. e seus guerreiros.
Meca - cidade sagrada dos mulçumanos. - Beneficium, os chefes militares davam terras aos guer-
reiros e em troca recebiam fidelidade, trabalho e ajuda.
Povos mulçumanos: cultivavam grande variedade de
Obs: os senhores feudais governavam feudos de ma-
produtos agrícolas; construíram obras de irrigação que
neira autônoma, mandando e desmandando.
tornaram férteis terras antes estéreis e improdutivas;
- suserano-doava os feudos.
habilidosos e versáteis comerciantes; comercializavam
- vassalo-recebia os feudos
com Europa, Ásia e África. Hégira – marca o início do
- investidura-entrega do feudo pelo suserano ao vassalo.
calendário islâmico. Corresponde à fuga de Maomé
Obs: - escambo - troca direta da mercadoria, sem exis-
e seus seguidores para Medina (Yatrib). Os árabes in-
tência da moeda.
fluenciaram na elaboração da língua portuguesa. “Mil
- pouco existia mobilidade social.
e uma noites” e “Rubayat”, constitui exemplos da pro-
Nobreza: proprietário de terra.
dução literária mulçumana.
Clero: constituído pelos membros da Igreja Católica.
- Origem: Região da Arábia (deserto),com rios que são
Servos: maioria da população camponesa.
perenes, com um povo considerado semita de hábitos
- Na sociedade feudal existiam números reduzidos de
muitos fiéis, respeito a família e hospitaleiro, mas tam-
escravos.
bém são visto atos de selvageria, crueldade e saques.
Obrigações de trabalho servil - Corveia: trabalho
- A religião inicial dos árabes era politeísta, que cultu-
gratuito, durante alguns dias por semana nas terras do senhor.
ava gênios e espíritos chamados de Djins e que o mais
Talha: obrigação de entregar uma parte da produção
importante deles todos era Alá, que era chamado deus
ao senhor.
superior e existia um templo em forma de cubo onde
Banalidade: obrigação de usar as instalações do se-
se encontra uma pedra negra, que segundo a lenda foi
nhor pagando por esse uso com uma parte da produção.
o travesseiro de Ismael precursor do povo, que esse
Obs: o feudo era autossuficiente, isto é, procurava pro-
templo era chamado de Caaba.
duzir tudo o que necessitava.
- Islamismo (submissão a Alá) ou muçulmanismo, que
vem de mushim (resignação a vontade de Deus) vai A cultura e a Igreja medieval - Igreja medieval: insti-
ser a criação do profeta Maomé, que depois de ter tido tuição centralizadora
uma vida de pastor muito humilde se casou com uma Escolástica - maneira de compreender o mundo.
viúva rica, teve seis filhos e entrou num período de - Principais doutores da Igreja Católica - São Tomás de
contemplação divina, onde através de um sonho com Aquino, Santo Agostinho.
o anjo Gabriel, ele designou-o para criar uma nova reli- - Estilo Arquitetônico (principais): Românico, gótico.
gião que deveria salvar o mundo, daí veio a divinização - Ensino do Direito canônico e romano.
do profeta, que enfrentou as classes conservadoras - Teocentrismo-Deus como o centro de todas as coisas.
e tentou através da força impor a sua ideologia, mas - Heresias condenadas pela Igreja:
acabou sendo expulso de Meca e começar afazer suas - Valdenses (Pedro Valdo - 1170) - negavam obedecer à
pregações em Yatrib, que irá ser chamada de Medina, Igreja, não admitia a existência do purgatório para sal-
cidade do profeta,mas essa saída de Maomé de Meca var a alma, bastava orar e respeitar a bíblia.
para Medina recebe o nome de Hégira e a partir daí co- - Albigenses (Albi, cidade no sul da França) - pregava a
meça a era muçulmana, que começa em 15 de julho 622. existência do deus do bem, criador da alma e o deus do
- Características: - O livro sagrado é o Alcorão mal criador do corpo, proibiam os casamentos, estimu-
- Orar cinco vezes ao dia, em direção a Meca laram a prática do suicídio.
- Dar esmolas - Tribunal da Santa Inquisição: combatia, julgava, inves-
- Jejuar no período do Ramadan tigava e condenava os hereges.
- Foi criado pelo Papa Gregório IX.
FEUDALISMO - Análise geral - Sistema econômico,
A questão das investiduras: é a disputa entre o papado
baseado no feudo, formou-se da fusão de instituição
e alguns imperadores do Sacro Império Romano Germâ-
romana e germânica.
nico pelo direito de investir, nomear bispos ou sacerdotes
Elementos Romanos: - colonato: sistema de trabalho
para cargos eclesiásticos. A igreja impôs sua autoridade.
servil o grande proprietário oferecia terra e proteção
Concordata de Worms: o papa fazia a investidura espi-
ao colono, recebendo deste um rendimento do seu
ritual e o imperador, a investidura temporal. O grande
trabalho, desenvolveram vilas, com produção agropas-
cisma sofrido no cristianismo resultou na divisão da
toril destinada ao autoconsumo.
Igreja em Ortodoxa e Católica Romana. Baixa idade
- fragmentação do poder político, divisão do poder.
média foi marcada pelo crescimento das universidades
Elementos germânicos: - economia agropastoril: a
e pela arte gótica.
base da economia era a agricultura e a criação de animais.
Causas da decadência do feudalismo:
40
MÓDULO II
HISTÓRIA GERAL
1. As cruzadas: - Expedição militar com caráter político Renascimento - Análise geral - Renascimento – mo-
- religioso que se fazia na Idade Média, contra os here- vimento intelectual e cultural que caracterizou a tran-
ges e infiéis. sição da mentalidade medieval para a mentalidade
- Colaboravam para solucionar o problema do exce- moderna.
dente populacional. - foi um fenômeno tipicamente urbano;
- Eram legitimadas pela Igreja Católica. - atingiu a elite economicamente dominante das cida-
- O fato que impulsionou as cruzadas foi a conquista des prósperas;
da palestina. - caracterizou-se não apenas na qualidade da obra in-
- Dinamizar as relações comerciais entre o Ocidente e o Orien- telectual, mas também pela atuação na qualidade da
te, graças à abertura do mediterrâneo aos navios europeus. produção em sentido crescente.
- peste negra descrita como um grande surto de doen- - começou na Itália, por ser a sede do desenvolvimento
ças, onde uma delas era a peste bubônica. burguês, local para onde fugiam os sábios bizantinos,
- Igreja medieval: instituição centralizadora que influenciaram muito no movimento.
2. O renascimento comercial e urbanização: - situa- Fatores que ajudaram no período Renascentista:
-se no final da Idade Média; 1. O desenvolvimento da imprensa
- burguesia, interessada na centralização para destruir 2. A ação dos mecenas – homens ricos que estimula-
o feudalismo ram o desenvolvimento cultural, que também eram
- a economia de mercado, com a existência dinheiro, governantes e eclesiásticos.
elemento fundamental para a compra e venda.
A mentalidade moderna formulou novos princípios:
- cruzadas, fator importante no desenvolvimento comercial.
1. Humanismo – antropocentrismo
Corporações de ofício: controlavam os preços, a quan-
2. Racionalismo – explica o mundo pela razão e não
tidade e a qualidade do produto.
pela fé, principalmente nas ciências.
- gerava lucro: enriquecimento do comércio e o fim do
3. Individualismo – reconhecer e respeitar as diferen-
feudalismo.
ças individuais dos homens livres. Valorizando o espíri-
- objetivo: proteger os ofícios contra a concorrência e
to de competição e a concorrência comercial.
controlar a produção. A revolução comercial marca a
substituição dos instrumentos de produção feudal pela Renascimento cientifico: - desenvolvimento do espí-
tecnologia manufatureira e que provocou o desenvol- rito critico.
vimento da atividade. No renascimento comercial está - o cientista deveria possuir a firme vontade de subme-
incluído a renovação das práticas agrícolas com a difu- ter o mundo ao método de análise racional.
são de instrumentos de trabalho como: arado de ferro, - antes de estabelecer crença e tirar conclusões, era
a foice e a enxada. preciso levantar hipótese, investigar, fazer experiência,
medir e observar cuidadosamente.
Baixa Idade Média (SÉC. XIV E METADE DO SÉC. XV)
- Análise geral: 1. Desenvolvimento agrícola: amplia- Principais nomes do renascimento:
ção das culturas agrícolas, aperfeiçoamento técnico e - Leonardo Da Vinci - Rafael Sanzio
consequente aumento da produtividade. - Michelângelo - Nicolau Copérnico
Ex: moinhos de água, ferraduras, peitoral (força do ca- - Miguel de Cervantes - Galileu Galilei
valo para puxar o arado). - Luis de Camões - Nicolau Maquiavel
2. A Europa desfrutava um período de relativa paz, pois - Erasmo de Rotterdam - William Shakespeare
haviam cessado as invasões externas e o espírito guer- - Thomas Morus
reiro da nobreza, era canalizado para a luta contra infi- EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
éis, através dos movimentos das cruzadas. QUESTÃO 01 (UECE) - O sistema feudal se formou de
3. Crescimento demográfico. maneira lenta e suas origens estruturais encontram-
4. Comércio – ganhou significativo impulso devido: -se nas sociedades romana e germânica, cuja fusão e
- a melhoria dos meios de transporte. transformação se processaram ao longo da Alta Idade
- ao desenvolvimento do artesanato urbano. Média. Dentre as contribuições da sociedade germâni-
- maior contato com os povos orientais. ca neste processo, temos o (a):
- reativou a vida urbana(burgos), surgiram novas cida- a) patronato b) villa c) colonato d) comitatus
des e uma nova classe social: burguesia.
5. Guerra entre senhores feudais. QUESTÃO 02 (UFC) - O Feudalismo europeu apresen-
6. A guerra dos Cem Anos (1337 - 1453) França versus tava características particulares de acordo com a loca-
Inglaterra, empobrecimento de grande parcela da no- lidade. Apesar das diferenças regionais, podemos afir-
breza feudal. mar que sua origem está relacionada com:
7. Crise interna dividindo a Igreja Católica. a) o renascimento das cidades.
41
MÓDULO II
HISTÓRIA GERAL
42
MÓDULO II
HISTÓRIA GERAL
43
MÓDULO II
HISTÓRIA GERAL
44
MÓDULO II
HISTÓRIA DO BRASIL
Competência de área 3 - Compreender a produção preenchidas por ingleses e franceses para combater os
e o papel histórico das instituições sociais, políticas e opositores ao novo governo. E quanto ao reconheci-
econômicas, associando-as aos diferentes grupos, con- mento da independência brasileira? Em 1824 temos o
flitos e movimentos sociais. reconhecimento dos EUA por meio da Doutrina Mon-
H13 - Analisar a atuação dos movimentos sociais que roe: “A América para os americanos”. Uma tentativa de
contribuíram para mudanças ou rupturas em proces- manter os europeus longe do controle da América, o
sos de disputa pelo poder. que parecia dever ficar a cargo dos estadunidenses.
H14 - Comparar diferentes pontos de vista, presentes Na América Latina a resistência se dava por conta da
em textos analíticos e interpretativos, sobre situação forma de governo adotada aqui. Alguns países euro-
ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das peus aguardavam o posicionamento de Portugal. E
instituições sociais, políticas e econômicas. Portugal? Esperava uma indenização por perder uma
H15 - Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, das suas principais colônias, além de manter D. João
políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. VI como um “imperador de honra do Brasil”. Vemos en-
Competência de área 5 - Utilizar os conhecimentos tão o seguinte desenrolar: D. Pedro I combatendo os
históricos para compreender e valorizar os fundamen- seus opositores com tropas mercenárias, a Inglaterra
tos da cidadania e da democracia, favorecendo uma “pagando” 2 milhões de libras esterlinas para o reco-
atuação consciente do indivíduo na sociedade. nhecimento da independência brasileira por Portugal,
H22 - Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no dinheiro que nunca chegou aos portugueses por con-
que se refere às mudanças nas ta das dívidas destes com os ingleses. Temos então o
legislações ou nas políticas públicas. Tratado do Rio de Janeiro ou Tratado Luso-brasileiro
H23 - Analisar a importância dos valores éticos na es- ou também Tratado de Paz, amizade e Aliança, selan-
truturação política das sociedades. do o reconhecimento de Portugal e o fim dos conflitos.
H24 - Relacionar cidadania e democracia na organiza- A Inglaterra passa a intervir de maneira mais direta na
ção das sociedades. política brasileira, explorando o mercado através da
política livre-cambista que reduzia as taxas alfande-
Uma Monarquia brasileira com um toque português: O
garias para os produtos importados, inviabilizando o
Primeiro Reinado (1822 – 1831) - A divisão histórica do
desenvolvimento das manufaturas brasileiras. Os in-
período monárquico brasileiro se dá basicamente em
gleses também exigiam o fim da escravidão. O Brasil
três etapas clássicas: O Primeiro Reinado (1822 – 1831);
passa então por um endividamento do Estado.
O Período Regencial (1831 – 1840) e o Segundo Rei-
Os “partidos” políticos. - O que aqui chamamos de
nado (1840 – 1889). A tentativa de emancipação brasi-
partidos, na verdade é para a melhor compreensão
leira é impulsionada pela soma de vários fatores, entre
dos grupos políticos existentes no período. Temos
eles podemos destacar: A influência Iluminista, a crise
basicamente: Partido Português: Portugueses con-
do sistema colonial e a própria vinda da família real
trários à divisão política entre Brasil e Portugal. Parti-
ao território brasileiro. A elite local se apoiava na ima-
do Conservador: Nobres e grandes proprietários de
gem de D. Pedro, a possibilidade de uma monarquia
terras favoráveis à divisão do poder entre Parlamento
brasileira, mesmo que governada por um português
e imperador e eleições indiretas. Partido Liberal: Bu-
parecia muito mais atraente para os interesses da aris-
rocratas, advogados, professores, pequenos e médios
tocracia do que voltar de vez ao status colonial. Após
comerciantes que defendiam a soberania nacional
o teatro construído em torno do famoso “Dia do Fico”,
para o Parlamento e eleições diretas. Temos em 1823
observamos um grupo minoritário apoiando uma figu-
a Constituição da Mandioca, a Assembleia Constituinte
ra portuguesa com o sonho de alcançar a sua eman-
de 1823 contava com 90 deputados da elite rural brasi-
cipação política e governar o país por meio de uma
leira. A Constituição tinha esse nome por conta da con-
Assembleia, vendo em D. Pedro I apenas um represen-
centração de terras e escravos que era medido pelos
tante figurativo. Temos então uma monarquia entre
alqueires de mandioca, a raiz era o alimento usado nas
repúblicas, além da tentativa de D. Pedro de manter a
fazendas para o sustento dos escravos. Ela teve caráter
“unidade” territorial. Era a busca de evitar no Brasil o
classista, pois defendia os interesses das oligarquias
que acontecia na América Espanhola.
através do voto censitário. Anticolonial retirando os
O que eu vou fazer com essa tal liberdade? O Brasil
portugueses dos cargos administrativos e antiabsolu-
“independente”. - Mesmo com a manutenção da es-
tista dividindo os poderes do imperador com o Parla-
trutura colonial, ou seja: latifúndio, escravismo, pleno
mento. Como resposta as insatisfações políticas, tive-
domínio das oligarquias rurais e economia de agroex-
mos o episódio conhecido como a “Noite da Agonia”,
portação, regiões e grupos internos movimentavam re-
onde a Assembleia entrou em sessão permanente na
ações contrárias a D. Pedro I. Forças metropolitanas, re-
noite de 11 para 12 de novembro e que eclodiu pelas
voltas no norte e nordeste assombravam o português.
disputas por conta da Constituição de 23, onde D. Pe-
Como reação temos a formação de tropas mercenárias
45
MÓDULO II
HISTÓRIA DO BRASIL
dro é acusado de crimes por todos os grupos, inclusive ses). A crise sem fim leva D. Pedro I a abdicar do trono
de mandar espancar o autor de um texto publicado em e retornar para Portugal, destituindo seu irmão, D. Mi-
jornal que acusava as Forças Armadas de apoiarem o guel e assumindo o governo português. Seu filho, D.
português. D. Pedro I manda fechar a Assembleia, or- Pedro II fica sob os cuidados de José Bonifácio, já que
denando a prisão e exílio de muitos deputados. Sob ainda era uma criança. Que comece a Regência.
influência lusitana, temos a Constituição de 1824, que
traz: - Monarquia hereditária. - Divisão do território em EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
províncias. - Divisão em 4 poderes: Moderador (Impe- QUESTÃO 01 (UFPR) - Com a abdicação do impera-
rador), Executivo (Imperador e ministros), Legislativo dor D. Pedro I em 1831, o fracasso do primeiro reinado
(Câmara de deputados e Senado), Judiciário (Juízes tomou corpo. Com relação a isso, considere os fatos a
e Tribunais). O poder moderador dava poderes abso- seguir: I. A imigração europeia para o Brasil ocorrida
lutos a D. Pedro I. - Eleições indiretas para deputados nesse período.
e voto censitário. Eleitores de Paróquia (Rendimento II. A eclosão da guerra na Província Cisplatina (1825-
de 100 mil réis e escolhiam os eleitores de Província). 1828) contra as Províncias Argentinas, a qual consumiu
Eleitores de Província (Renda de 200 mil réis, elegiam recursos do Estado em formação, e cujo principal re-
deputados e senadores). sultado foi a criação da República Oriental do Uruguai,
Política do Padroado: A Igreja vista como uma fun- em 1828.
cionária pública. A religião oficial era o catolicismo e as III. A indisposição do Imperador nas negociações com
demais religiões somente em culto privado. os deputados das províncias do Brasil, que levou ao
Reações - Crises por conta da crise do açúcar e a de- fechamento da Assembleia Constituinte, em 12 de no-
fesa de uma República Federalista. Nasce a Confede- vembro de 1823, e à imposição de uma carta constitu-
ração do Equador. Movimento com a participação de cional em 1824.
Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande IV. A queda do gabinete dos Andradas, que levou o Im-
do Norte, Piauí, Maranhão e Ceará e nomes como o de perador a se cercar de inúmeros portugueses, egressos
Cipriano Barata, Frei Caneca e Paes de Andrade. O es- de Portugal ainda ao tempo do governo de D. João VI.
topim se deu após a nomeação de um presidente de Tiveram influência direta no desfecho do primeiro rei-
Província indesejado para Pernambuco, o movimen- nado os fatos apresentados em:
to tinha como objetivo a formação de uma República a) I, III e IV somente. b) III e IV somente.
composta por seus participantes, o que não chega a c) II, III e IV somente. d) I, II e III somente.
ocorrer devido às contradições internas no movimento e) I e II somente.
devido às questões sobre escravidão e a repressão feita
QUESTÃO 02 (FGV) - Durante o Primeiro Reinado, o
por D. Pedro I, que mais uma vez se utiliza de merce-
governo brasileiro pediu aos ingleses alguns emprésti-
nários e o dinheiro inglês para reprimir os seus opo-
mos, que representavam grandes somas - como 1 332
sitores. Muitos membros foram presos, exilados e até
300 libras em 1824 ou 2 352 900 libras no ano seguinte
mortos como exemplo.
- com uma taxa de juros muito alta. Essa situação foi
Momentos finais: Em março de 1826, morre D. João
gerada principalmente:
VI. Havia certo temor em D. Pedro acumular dois tro-
a) por uma crise no mercado internacional de açúcar
nos. A Princesa Maria da Glória é nomeada herdeira do
e de café, que fez com que as principais merca-
trono sob regência de D. Miguel, este aplica um golpe
dorias para exportação do país fossem cotadas a
e assume o trono português. No Brasil, D. Pedro I passa
menos da metade do valor da última década do
por sérias crises. Desequilíbrio da balança comercial,
século XVIII.
aumento da dívida externa devido aos gastos milita-
b) pelos gastos com os conflitos bélicos, contra o
res, a falência do Banco do Brasil em 1829, elevação do
Paraguai e as Províncias Unidas do Prata, pelo
custo de vida, além das críticas ao seu autoritarismo e
controle do estuário do Prata, área de importân-
o temor sobre a recolonização. D. Pedro se aproxima
cia estratégica disputada com a Espanha desde
do Partido Português, mas em novembro de 1830, o
o período colonial.
jornalista liberal Líbero Badaró é assassinado em Minas
c) por causa da diminuição das exportações, devi-
e o feito é ligado ao nome do imperador. Em sua ida
do à retração dos mercados internacionais, e dos
a Minas, D. Pedro sofre duros protestos. Na sua volta
tratados econômicos que beneficiavam a entra-
ao Rio, o Partido Português prepara uma homenagem,
da de produtos europeus em grande volume.
mas acaba recebendo uma reação contrária, o que
d) pelo custo da montagem de uma força militar a
gera a “Noite das garrafadas”, em 31 de março de 1831.
mando de D. Pedro I, com o objetivo de defender
Diante de tantas tensões, D. Pedro I cria o Ministério
o seu trono em Portugal, que fora usurpado pelo
dos Brasileiros na tentativa de resolver a crise, mas logo
seu irmão Dom Miguel e por seu pai, D. João VI.
o dissolve e cria o Ministério dos Marqueses (Portugue-
e) pela ajuda dos ingleses para a reconstrução da
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MÓDULO II
HISTÓRIA DO BRASIL
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MÓDULO II
HISTÓRIA DO BRASIL
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MÓDULO II
HISTÓRIA DO BRASIL
III. garantia a liberdade religiosa a todos os residentes era essencialmente conservadora e tradicionalis-
no Brasil, inclusive para os candidatos a cargos eletivos. ta, baseada no latifúndio e no trabalho escravo.
IV. foi outorgada por D. Pedro I. Estão corretas apenas: b) o movimento conhecido como “Golpe da Maio-
a) I e II. b) II e III c) I e IV. ridade” teve amplo apoio de liberais e marcou a
d) II e IV. e) III e IV. chegada de Dom Pedro II ao poder.
c) seu início se deu a partir do fim da escravidão,
QUESTÃO 13 (UFPB) - A independência política do
fato que desferiu um golpe violento na econo-
Brasil não foi um movimento idílico, como mostram
mia, afetando o baronato do café, que politica-
alguns livros didáticos. Na verdade, ela decorre de um
mente retirou seu apoio a D. Pedro I.
processo que se iniciou nos chamados movimentos
d) a elite da época era dividida em dois grupos: os
nativistas e se estendeu para além do 7 de setembro
conservadores, representados pelos proprietá-
de 1822. Sobre esse processo, é correto afirmar:
rios de terras, e os liberais, compostos por co-
a) A instalação do Governo Português na Colônia,
merciantes, jornalistas, entre outros.
em 1808, é um dos fatores fundamentais para
e) uma das estratégias adotadas por Dom Pedro II
se entender a independência do Brasil. Entre as
foi as constantes dissoluções da Câmara dos De-
medidas adotadas de imediato por D. João, a di-
putados, em virtude do choque de interesse dos
minuição de impostos gerou euforia e apoio ao
conservadores e liberais.
novo governo, em diversos setores da sociedade.
b) A Revolução do Porto e as medidas que se segui- QUESTÃO 15 (UFRJ) - Leia os textos a seguir, reflita
ram a esse acontecimento, em Portugal, eviden- e responda. Após a Independência política do Bra-
ciavam interesses em recolonizar o Brasil. Essa sil, em 1822, era necessário organizar o novo Estado,
possibilidade fermentou, ainda mais, na Colônia, fazendo leis e regulamentando a administração por
o movimento pela autonomia política. meio de uma Constituição. Para tanto, reuniu-se em
c) O imperador, D. Pedro I, mesmo enfrentando re- maio de 1823, uma Assembleia Constituinte compos-
sistência à proclamação da independência, em ta por 90 deputados pertencentes à aristocracia rural.
algumas regiões do país, não aceitou que merce- (...) Na abertura dos trabalhos, o Imperador D. Pedro I
nários, ou qualquer pessoa que não fizesse parte revelou sua posição autoritária, comprometendo-se
do exército regular, participassem da luta para a defender a futura Constituição desde que ela fosse
assegurar a autonomia política. digna do Brasil e dele próprio. VICENTINO, C; DORIGO,
d) Algumas províncias que tinham maioria portu- G. “História Geral do Brasil.” São Paulo: Scipione, 2001. A
guesa em suas Juntas Governativas, após a pro- Independência política do Brasil, em 1822, foi cercada
clamação da Independência, resistiram à separa- de divergências, entre elas, o desagrado do Imperador
ção entre Brasil e Portugal. Entre essas províncias, com a possibilidade, prevista no projeto constitucio-
destacam-se Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraíba. nal, de o seu poder vir a ser limitado, o que resultou
e) O projeto inicial de independência, encabeçado no fechamento da Constituinte em novembro de 1823.
pelas lideranças advindas do clero, da magistra- Uma comissão, então, foi nomeada por D. Pedro I para
tura e da burocracia, previa o rompimento com elaborar um novo projeto constitucional, outorgado
toda a estrutura colonial e a possibilidade do por este imperador, em 25 de março de 1824. Em rela-
país se livrar, ao mesmo tempo, de duas domina- ção à Constituição Imperial, de 1824, é correto afirmar
ções: a portuguesa e a inglesa. que nela:
a) foi consagrada a extinção do tráfico de escravos,
QUESTÃO 14 (UFLA) - O Navio Negreiro - Era um so-
devido à pressão da sociedade liberal do Rio de
nho dantesco!... o tombadilho, Que as luzernas aver-
Janeiro.
melha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros...
b) foi introduzido o sufrágio universal, somente
estalar de açoite... Horrendos a dançar... (...)
para os homens maiores de 18 anos e alfabetiza-
Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta
dos, mantendo a exigência do voto secreto.
cambaleia, E chora e dança ali! E chora e dança ali! Um
c) foi abolido o padroado, assegurando ampla liber-
de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que de martí-
dade religiosa a todos os brasileiros natos, limi-
rios embrutece, Cantando, geme e ri! (...) (In: “Espumas
tando os cultos religiosos aos seus templos.
Flutuantes”. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s.d.p. 184-5)
d) o poder moderador era atribuição exclusiva do
Esse poema do escritor brasileiro Castro Alves, publica-
Imperador, conferindo a ele, proeminência so-
do em 1883, apresenta uma forte crítica ao regime de
bre os demais poderes.
escravidão. Nessa época, o Brasil estava vivendo o pe-
e) o poder executivo seria exercido pelos ministros
ríodo conhecido como Segundo Reinado. Sobre esse
de Estado, tendo estes total controle sobre o po-
período da nossa história, está INCORRETO afirmar que:
der moderador.
a) a organização sócio-política do Segundo Reinado
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MÓDULO III
FILOSOFIA
Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos fo grego e o primeiro dos sete sábios da idade helênica,
históricos para compreender e valorizar os fundamen- o pai da filosofia e o fundador da ciência física. Estudou
tos da cidadania e da democracia, favorecendo uma geometria no Egito, onde mediu a altura das pirâmides
atuação consciente do indivíduo na sociedade. pela sombra delas, e astronomia na Babilônia, sob o go-
H23 – Analisar a importância dos valores éticos na es- verno de Nabucodonosor. Fundou a primeira escola gre-
truturação política das sociedades. ga de filosofia, na Jônia, colônia grega na Ásia Menor,
H24 – Relacionar cidadania e democracia na organiza- onde ficava Mileto, cidade destruída por Dario (494 a.
ção das sociedades. C.). Considerado o criador da geometria dedutiva (585 a.
C.), são-lhe atribuídas as deduções de cinco teoremas da
FILOSOFIA ANTIGA - O Mito: O homem é um ser dota- geometria plana. Introduziu uma revolucionária teoria
do de extrema curiosidade. Envolvido em sua ignorân- cosmológica sobre a constituição do Universo e da Ter-
cia, vivia em um mundo maravilhoso que o deixava per- ra, na qual a água era o elemento do qual o mundo se
plexo. O nascer e o por do sol, a chuva, os raios e trovões originara e ao qual estava destinado a retornar. Ou seja,
eram fenômenos que o inquietava. Buscando dá um com base na teoria dos egípcios e mesopotâmios, pois
sentido à sua realidade o ser humano desenvolve o pen- os egípcios e mesopotâmios afirmavam que a água, o ar
samento mitológico. O mito é uma narrativa que busca e a terra eram os elementos primários da natureza, afir-
descrever as relações entre fatos, pessoas e símbolos mou que a água era o elemento fundamental do univer-
com forças sobrenaturais. O mito traz um julgamento so e de toda a constituição da matéria, ou seja, todas as
sobre a origem do homem e do mundo, ensinando que coisas eram feitas de água e que os diferentes aspectos
tudo possui uma finalidade. Sem ter de passar pelo pla- eram resultados das diferentes concentrações, e que o
no da racionalidade, o mito possui entre suas funções, fogo e a terra eram os outros elementos da natureza.
a finalidade de diminuir ou acabar com o medo, a an- Posteriormente Empédocles de Agrigento, acrescentou-
gústia e o temor provenientes de um universo ainda -lhes um quarto, o éter, chamando-os de raízes das coi-
desconhecido. O pensamento mitológico foi combatido sas, rizomata, que Aristóteles mais tarde os denominou
pelos filósofos que passaram buscar explicações racio- de elementos. Os jônicos buscavam um único princípio
nais para os questionamentos do homem. das coisas para interpretação do universo. Juntamente
com Anaximandro e Anaxímenes, são considerados os
Os Pré-Socráticos: Os pré-socráticos são filósofos que principais pensadores da cidade de Mileto, cujas doutri-
viveram na Grécia Antiga e nas suas colônias. Assim nas, sobretudo as considerações sobre a phisis, marcaram
são chamados, pois são os que vieram antes de Só- o início da ciência e da filosofia ocidentais, e que constitu-
crates, considerado um divisor de águas na filosofia. íram a chamada escola milésica, jônica ou de Mileto. A
Muito pouco de suas obras está disponível, restando nova concepção de mundo dos milésios denominou-se
apenas fragmentos. O primeiro filósofo em que temos logos, palavra grega que significa razão, palavra ou dis-
uma obra sistemática e com livros completos é Platão, curso. Para eles, segundo Aristóteles, a questão primor-
depois Aristóteles. São chamados de filósofos da na- dial não era o que sabemos, mas como o sabemos. Sur-
tureza, pois investigaram questões pertinentes a esta, giu, assim, a primeira tentativa de explicar racionalmente
como de que é feito o mundo. Romperam com a visão o universo, sem recorrer a entidades sobrenaturais. Bus-
mítica e religiosa da natureza que prevalecia na época, cavam um princípio unificador imutável, ao qual chama-
adotando uma forma científica de pensar. Alguns se ram arché, origem, substrato e causa de tudo.
propuseram a explicar as transformações da natureza.
Tinham preocupação cosmológica. A maior parte do Anaximandro(cerca de 610- 547 a.C.)
que sabemos desses filósofos é encontrada na doxo- Anaximandro, natural de Mileto, colônia
grafia (relato das ideias de um autor quando interpre- cretense no Mediterrâneo, geógrafo, ma-
tadas por outro autor) de Aristóteles, Platão, Simplício temático, astrônomo e político, discípulo e
e na obra de Diógenes Laércio (século III d. C), Vida e sucessor de Tales. De sua vida, praticamen-
obra dos filósofos ilustres. A partir do século VII a.C., há te nada se sabe. Os relatos doxográficos
uma revolução monetária da Grécia, e advêm a ela ino- nos dão conta de que escreveu um livro: Sobre a Natu-
vações científicas. Isso colaborou com uma nova forma reza, tido pelos gregos como a primeira obra filosófica
de pensar, mais racional. no seu idioma. Este livro se perdeu, restando apenas
um fragmento e notícias de filósofos e escritores pos-
Tales (640 - 550 a.c.): teriores. Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro a
Matemático e astrônomo grego nascido em formular o conceito de uma lei universal presidindo o
Mileto, na Jônia, Ásia Menor, além de um processo cósmico total. Anaximandro estabeleceu que
bem sucedido comerciante nos ramos de o princípio de todas as coisas é o ilimitado (o apeiron).
azeite e sal. É considerado o primeiro filóso- Para ele, tudo provém dessa substância eterna e indes-
50
MÓDULO III
FILOSOFIA
trutível, infinita e invisível que é o apeiron, o ilimitado, da Itália meridional, onde fundou a sua escola iniciáti-
o indeterminado: “o infinito é o principio” (arché); e o ca, conhecida pelo nome de “Fraternidade Pitagórica”.
principio é o fundamento da geração das coisas, fun- Ali reuniu um grupo de discípulos, a quem iniciou nos
damento que as constitui e as abarca pelo indiferencia- conhecimentos de matemática, música e astronomia,
do, pelo indeterminado. A ordem do mundo surgiu do consideradas como a base de todas as artes e ciências.
caos em virtude desse princípio, dessa substância úni- Para entrar na “Fraternidade Pitagórica”, o candidato
ca que é o apeiron. era submetido a rudes provas, tanto físicas como de or-
dem psicológica. Se essas provas eram ultrapassadas,
Anaxímenes (585-528 a.C.) então o neófito era aceito como “acusmático”, o que
significa que deveria fazer o voto de silêncio durante
Filósofo e meteorologista nascido em os cinco primeiros anos. Os ensinamentos nunca eram
Mileto, discípulo e sucessor de Anaxi- escritos, mas transmitidos de “boca a ouvido” àqueles
mandro, conterrâneo, pois, de Anaxi- que estavam prontos a assimilá-los. Pitágoras aprende-
mandroe Tales, com os quais formou ra no Egito que os astros são corpos vivos que se movi-
o trio de pensadores tradicionalmente mentam no espaço, obedecendo a uma lei de harmo-
considerados como os primeiros filósofos do mundo nia universal, à qual estão inexoravelmente sujeitos no
ocidental. Preferiu redefinir o infinito do seu mestre tempo, como todas as coisas manifestadas. Nas suas
como sendo o ar, considerando, assim, o ar o elemento formas esféricas, o mestre de Samos via a figura geo-
primordial, o princípio constitutivo de todas as coisas. métrica mais perfeita. O filósofo considerava o Homem
O ar seria uma substância cuja capacidade de auto- um Universo em escala reduzida e, no Universo, ele via
transformação podia ser vista experimentalmente, o um grande Homem. Ele chamou-lhes respectivamente
que o levou a afirmar que todas as mudanças seriam Microcosmos e Macrocosmos. Assim, o Homem como
condensação e rarefação, o que contribuiu para o avan- uma célula contida no Todo, seria um reflexo do ter-
ço do pensamento científico. Descrevia a condição pri- nário universal constituído de Corpo, Alma e Espírito.
mitiva das coisas como uma massa muito rarefeita que Pitágoras não deixou nenhum registro escrito, e sendo
ia condensando-se gradativamente em vento, nuvem, sua sociedade secreta, certamente existe muito sobre
água, terra e pedra, ou seja, os três estados da matéria ele que foi perdido após a morte de seus discípulos,
como hoje classificados, seriam estágios progressivos e a dissolução dos pitagóricos. Difícil hoje dizer o que
da condensação. Os graus de condensação corres- ao certo foi obra de Pitágoras e o que foi obra de seus
pondiam às densidades de diversos tipos de matéria. discípulos, uma vez que a figura de Pitágoras e a figura
Quando distribuído mais uniformemente, o ar era o da filosofia pitagórica são indivisíveis hoje, de modo a
atmosférico invisível. Pela condensação, tornava-se vi- tornar árduo o trabalho de separar o homem de seus
sível, a princípio como névoa ou nuvem, em seguida ensinamentos, para aqueles que a isto se dedicam. O
como água e depois como matéria sólida como terra teorema mais famoso de Pitágoras, porém, relacionan-
e pedras. Se fosse mais rarefeito, transformava-se em do os lados de um triângulo equilátero, é indiscutivel-
fogo. Portanto as aparentes diferenças qualitativas em mente uma descoberta do filósofo, bem como grandes
substância seriam devidas a meras diferenças quanti- avanços geométricos, musicais e filosóficos mais tarde
tativas. Uma de suas afirmações mais interessantes foi aprofundados por seus sucessores: Sócrates, Platão, Ta-
a descrição de que o arco-íris não era uma deusa, mas les e outros.
o efeito dos raios de sol sobre um ar mais denso.
Heráclito(Cerca de 544 - 484 a.C.)
Pitágoras (570 - 490 a.C.,aproximadamente)
Heráclito era natural de Éfeso, cidade
Uma afirmativa aceita pelos historia- da Jônia que tinha sofrido o domínio
dores é que Pitágoras foi o primeiro persa. Entre as doze cidades jónicas
homem a se intitular um filósofo, ou que formavam o chamado “dodecápo-
seja, amigo da sabedoria. Antes dele, lis”. Eféso destacava-se pelo seu enorme
os pensadores chamavam a si mesmos templo dedicado à deusa Artémis. Heráclito segundo a
sages, significando algo como aqueles que sabem. tradição pertencia à alta aristocracia, tendo renunciado
Pitágoras, bem mais modesto, pretendia ser um ho- ao trono de rei em favor do seu irmão. Revelou um gran-
mem que apenas procurava descobrir. Quarenta anos de desprezo não apenas pelas multidões, mas também
após ter deixado sua terra natal, Pitágoras retornou a por todas as formas de pensamento tradicionais, afir-
Samos. A esperança de aí fundar uma escola iniciáti- mando-se como crente numa verdade universal, o logos
ca fracassou em virtude da recepção hostil do tirano (a nossa razão e a razão de tudo o que existe), acessível
Policrato. Partiu então para Crotona, cidade helênica a todos sem qualquer iniciação ou ritual.
51
MÓDULO III
FILOSOFIA
Sem ter tido mestre, escreveu um livro Sobre a Natu- ilustre mestre aos vinte anos. Em Platão a filosofia ga-
reza, em prosa, no dialeto jônico, de forma tão conci- nha contornos e objetivos morais, apresentando as-
sa que recebeu o cognome de Skoteinós, o Obscuro. sim soluções para os dilemas existenciais. Esta práxis,
O universo muda e se transforma infinitamente a cada porém, assume no intelecto a forma especulativa, ou
instante. Um dinamismo eterno o anima. A substância seja, para se atingir a meta principal do pensamento
única do cosmo é um poder espontâneo de mudan- filosófico, é preciso obter o aprendizado científico. O
ça e se manifesta pelo movimento. Tudo é movimen- âmbito da filosofia, para Platão, se amplia, se estende a
to: “panta rei”, isto é, “tudo flui”, nada permanece o tudo que existe. Segundo o filósofo, o homem vivencia
mesmo. As coisas estão numa incessante mobilidade. duas espécies de realidade – a inteligível e a sensível. A
A verdade se encontra no devir, não no ser: “Não nos primeira se refere à vida concreta, duradoura, não sub-
banhamos duas vezes no mesmo rio.” A unidade da metida a mudanças. A outra está ligada ao universo
variedade infinita dos fenômenos é feita pela “tensão das percepções, de tudo que toca os sentidos, um real
aposta dos contrários”. “Tudo se faz por contraste”, de- que sofre mutações e que reproduz neste plano efê-
clarou. “Da luta dos contrários é que nasce a harmonia”. mero as realidades permanentes da esfera inteligível.
Se nossos sentidos fossem bastante poderosos, verí- Este conceito é concebido como Teoria das Idéias ou
amos a universal agitação. Tudo o que é fixo é ilusão. Teoria das Formas. Segundo Platão, o espírito humano
A imortalidade consiste em nos ressituarmos no fluxo se encontra temporariamente aprisionado no corpo
universal. O pensamento humano deve participar do material, no que ele considera a ‘caverna’ onde o ser se
pensamento universal imanente ao universo. isola da verdadeira realidade, vivendo nas sombras, à
espera de um dia entrar em contato concreto com a
Sócrates 469– 399 a.C luz externa. Assim, a matéria é adversária da alma, os
sentidos se contrapõem à mente, a paixão se opõe à
Nasceu em Atenas. O pai, Sofronisco, era razão. Para ele, tudo nasce, se desenvolve e morre. O
um modesto escultor; a mãe, Fenarete, par- Homem deve, porém, transcender este estado, tornar-
teira. Na juventude, esteve interessado na -se livre do corpo e então ser capaz de admirar a esfera
Filosofia da Natureza e chegou a estudar al- inteligível, seu objetivo maior. O ser é irresistivelmente
gum tempo com Arquelau (séc.V a.C.), dis- atraído de volta para este universo original através do
cípulo de Anaxágoras de Clazômenas. Sócrates nada que Platão chama de amor nostálgico, o famoso eros
escreveu. Tudo o que sabemos de suas idéias se baseia platônico. Platão desenvolveu conceitos os mais diver-
nas informações de dois discípulos e entusiasmados sos, transitando da metafísica para a política, destas
admiradores, Platão e Xenofonte, e pela caricatura para a teoria do conhecimento, abrangendo as princi-
de Aristófanes. Proclamado “o mais sábio dos homens” pais esferas dos interesses humanos. Sua obra é estu-
pelo Oráculo de Delfos, apresentava-se no entanto dada hoje em profundidade, apresentado uma atuali-
como um mero ignorante em busca da verdade: “só dade inimaginável, quando se tem em vista que ela foi
sei que nada sei”, dizia. Ele acreditava que a virtude e produzida há milênios.
os mais altos valores éticos estavam profundamente
arraigados no inconsciente das pessoas e comparava Aristóteles(384 - 322 a.C.)
seu trabalho de “extrair” as idéias ao de uma parteira
(maiêutica socrática). Para que seus interlocutores re- Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 anos,
cuperassem o conhecimento “adormecido” e abando- onde conheceu Platão, tornando seu dis-
nassem as ideias falsas, recorria à ironia: alegando nada cípulo. Passou o ano de 343 a.C. como pre-
saber, conduzia habilmente o interlocutor até que ele ceptor do imperador Alexandre, o Grande,
mesmo, refletindo, chegasse à conclusão correta.Para da Macedônia. Fundou em Atenas, no ano
Sócrates, o bem e a virtude eram consequências natu- de 335 a.C, a escola Liceu, voltada para o estudo das
rais do saber. Assim, se o conhecimento levava à sabe- ciências naturais. Seus estudos filosófico baseavam-
doria, a prática da injustiça e da maldade era apenas -se em experimentações para comprovar fenômenos
o resultado da ignorância; o mal nada mais era que a da natureza. Aristóteles é o criador da lógica, como
falta de conhecimento do bem. ciência especial, sobre a base socrático-platônica; é
denominada por ele analítica e representa a metodo-
Platão (427 - 347 a.C) logia científica. O seu processo característico, clássico,
é o silogismo. Objeto essencial da lógica aristotélica
Ao contrário de Sócrates, que vinha de é precisamente este processo de derivação ideal, que
uma origem humilde, Platão era inte- corresponde a uma derivação real. A lógica aristotéli-
grante de uma família rica, de antiga ca, portanto, bem como a platônica, é essencialmente
e nobre linhagem. Ele conheceu seu dedutiva. Exemplo: Primeira premissa: Todo homem é
52
MÓDULO III
FILOSOFIA
mortal; Segunda premissa: Pedro é homem; Conclusão b) existe desde que existe o ser humano, não ha-
lógica: Pedro é mortal. Da análise do conceito de Deus, vendo um local ou uma época específica para
concebido como primeiro motor imóvel, conquistado seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar
através do precedente raciocínio, Aristóteles, pode de- que mesmo a mentalidade mítica é também fi-
duzir logicamente a natureza essencial de Deus, con- losófica e exige o trabalho da razão.
cebido, antes de tudo, como ato puro, e, consequente- c) inicia sua investigação quando aceitamos os dog-
mente, como pensamento de si mesmo. mas e as certezas cotidianas que nos são impos-
Filosofia – Ensino Médio. Eureka, construindo cidadãos reflexivos. GARCIA, J.Robertoe VELOSO, Valdecir tos pela tradição e pela sociedade, visando edu-
da Conceição.Sophos. 2007. Florianópolis.
Sophos. 2005. car o ser humano como cidadão.
Florianópolis.
http://www.arautos.org d) surge quando o ser humano começa a exigir provas
http://www.infoescola.com
http://www.mundodosfilosofos.com.br
e justificações racionais que validam ou invalidam
http://www.suapesquisa.com suas crenças, seus valores e suas práticas, em detri-
mento da verdade revelada pela codificação mítica.
EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM e) é o resultado das observações humanas relativas,
exclusivamente, aos fenômenos naturais.
QUESTÃO 01 (UFU) - A atividade intelectual que se
instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está subs- QUESTÃO 03 (UNCISAL) - O período pré-socrático é o
tancialmente ancorada num exercício especulativo- ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas discussões se
-racional. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis
(porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e (princípio eterno e imutávelque se encontra na origem
isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um da natureza e de suas transformações) ponto crucial de
comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico toda formulação filosófica. Em tal contexto, Leucipo e De-
e racional”. mócrito afirmam ser a realidade percebida pelos sentidos
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32. ilusória. Eles defendem que os sentidos apenas capturam
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, uma realidade superficial, mutável e transitória que acre-
na Grécia, assinale a alternativa correta: ditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreen-
a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão dam “as mutações das coisas, no fundo, os elementos
típica de um intelecto primitivo, próprio de so- primordiais que constituem essa realidade jamais se al-
ciedades selvagens. teram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra. Para
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como Leucipo e Demócrito a physisé composta:
base da sua especulação teórica e adotando a a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio.
sua metodologia. b) pela água.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio c) pelo fogo.
importante de difusão e manutenção de um sa- d) pelo ilimitado.
ber prático fundamental para a vida cotidiana. e) pelos átomos.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões
culturais típicas de uma mentalidade filosófica QUESTÃO 04 (UFSJ) - Sobre o princípio básico da filo-
elaborada, crítica e radical, baseada no logos. sofia pré-socrática, é CORRETO afirmar que:
e) A explicação mítica não tem importância, pois é des- a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de
provida de uma tentativa de compreender a realidade. todos os seres, concluiu que a água era a substân-
cia primordial, a origem única de todas as coisas.
QUESTÃO 02 (UEG) - O ser humano, desde sua origem, b) Anaximandro, após observar sistematicamente o
em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, dese- mundo natural, propôs que não apenas a água po-
ja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos deria ser considerada arché desse mundo em si e,
de fato e de valor por meio dos quais procura orientar por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo.
seu comportamento teórico e prático. Entretanto, hou- c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos
ve um momento em sua evolução histórico-social em que o antecederam e concluiu que o princípio
que o ser humano começa a conferir um caráter filosó- de todas as coisas não pode ser afirmado, já que
fico às suas indagações e perplexidades, questionando tal princípio não está ao alcance dos sentidos.
racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou ter-
sentido, pode-se afirmar que a filosofia: minantemente a luta dos contrários como gênese e
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo.
e que, por meio da elaboração dos sentimentos, e) Anaxímenes afirma que a origem está no fogo, o
das percepções e dos anseios humanos, procura elemento capaz de forjar a vida como resultado
consolidar nossas crenças e opiniões. de sua ação sobre os outros elementos.
53
MÓDULO III
FILOSOFIA
QUESTÃO 05 (ENEM) - TEXTO I: Anaxímenes de Mile- QUESTÃO 07 (ENEM) - Para Platão, o que havia de ver-
to disse que o ar é o elemento originário de tudo o que dadeiro em Parmênides era que o objeto de conheci-
existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de mentoé um objeto de razãoe não de sensação, e era
sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e
em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro
nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmen-
mais condensadas, transformam-se em água. A água, te, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
quando mais condensada, transforma-se em terra, e ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
quando condensada ao máximo possível, transforma- O texto faz referência à relação entre razão e sensação,
-se em pedras. um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). (427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se
TEXTO II - Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: situa diante dessa relação:
“Deus, como criador de todas as coisas, está no princí- a) Estabelecendo um abismo intransponível entre
pio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo as duas.
se nos apresentam, em face desta concepção, as espe- b) Privilegiando os sentidos e subordinando o co-
culações contraditórias dos filósofos, para os quais o nhecimento a eles.
mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga e sensação são inseparáveis.
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conheci-
ancorar o mundo numa teia de aranha”. mento, mas a sensação não.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolve- sensação é superior à razão.
ram teses para explicar a origem do universo, a partir
de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, fi- QUESTÃO 08 (UEL) - “E justiça é aquilo em virtude do
lósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm qual se diz que o homem justo pratica, por escolha
em comum na sua fundamentação teorias que: própria, o que é justo, e que distribui, seja entre si mes-
a) eram baseadas nas ciências da natureza. mo e um outro, seja entre dois outros, não de maneira
b) refutavam as teorias de filósofos da religião. a dar mais do que convém a si mesmo e menos ao seu
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. próximo (e inversamente no relativo ao que não con-
d) postulavam um princípio originário para o mundo. vém), mas de maneira a dar o que é igual de acordo
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. com a proporção; e da mesma forma quando se trata
de distribuir entre duas outras pessoas”.
QUESTÃO 06 (UNICAMP) - A sabedoria de Sócrates, filó- Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão
inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 89.
sofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a
ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registra-
justiça em Aristóteles, é correto afirmar:
da na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta
a) É possível que um homem aja injustamente sem
aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens.
ser injusto.
Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates che-
b) A justiça é uma virtude que não pode ser consi-
gou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais
derada um meio-termo.
por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada
c) A justiça corretiva deve ser feita de acordo com
sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois:
o mérito.
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se
d) Os partidários da democracia identificam o méri-
mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
to com a excelência moral.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sá-
e) Os partidários da aristocracia identificam o méri-
bios do passado, uma vez que a função da Filosofia
to com a riqueza.
era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
Filosofia é o saber que estabelece verdades dog-
QUESTÃO 01 - “Desde suas origens entre os filósofos da an-
máticas a partir de métodos rigorosos.
tiga Grécia, a Ética é um tipo de saber normativo, isto é, um
d) é uma forma de declarar ignorância e permane-
saber que pretende orientar as ações dos seres humanos”.
cer distante dos problemas concretos, preocu-
Fonte: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Edições
pando-se apenas com causas abstratas. Loyola, 2000, p. 9.
e) o conhecimento sobre as coisas é uma ilusão, não Com base no texto e na compreensão da ética aristoté-
sendo possível o homem compreender sua rea- lica, é correto afirmar que a ética:
lidade.
54
MÓDULO III
FILOSOFIA
a) Orienta-se pelo procedimento formal de regras é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse
universalizáveis, como meio de verificar a corre- de outra coisa”.
ção ética das normas de ação. Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo:
Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15.
b) Adota a situação ideal de fala como condição
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a éti-
para a fixação de princípios éticos básicos, a par-
ca de Aristóteles, assinale a alternativa correta:
tir da negociação discursiva de regras a serem
a) Segundo Aristóteles, para sermos felizes é sufi-
seguidas pelos envolvidos.
ciente sermos virtuosos.
c) Pauta-se pela teleologia, indicando que o bem
b) Para Aristóteles, o prazer não é um bem desejado
supremo do homem consiste em atividades que
por si mesmo, tampouco é um bem desejado no
lhe sejam peculiares, buscando a sua realização
interesse de outra coisa.
de maneira excelente.
c) Para Aristóteles, as virtudes não contam entre os
d) Contempla o hedonismo, indicando que o bem su-
bens desejados por si mesmos.
premo a ser alcançado pelo homem reside na felici-
d) A felicidade é, para Aristóteles, sempre desejável
dade e esta consiste na realização plena dos prazeres.
em si mesma e nunca no interesse de outra coisa.
e) Baseada no emotivismo, busca justificar a atitude
e) De acordo com Aristóteles, para sermos felizes
ou o juízo ético mediante o recurso dos próprios
não é necessário sermos virtuosos.
sentimentos dos agentes, de forma a influir nas
demais pessoas.
QUESTÃO 04 - “Quando é, pois, que a alma atinge a
verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja in-
QUESTÃO 02 (UEL) - Leia o texto a seguir.
vestigar com a ajuda do corpo qualquer questão que
Tudo isso ela [Diotima] me ensinava, quando sobre as
seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente. - Dizes
questões de amor [eros] discorria, e uma vez ela me
uma verdade. - Não é, por conseguinte, no ato de racio-
perguntou: – que pensas, ó Sócrates, ser o motivo des-
cinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em
se amor e desse desejo? A natureza mortal procura, na
parte, a realidade de um ser? - Sim. [...] - E é este então
medida do possível, ser sempre e ficar imortal. E ela só
o pensamento que nos guia: durante todo o tempo em
pode assim, através da geração, porque sempre deixa
que tivermos o corpo, e nossa alma estiver misturada
um outro ser novo em lugar do velho; pois é nisso que
com essa coisa má, jamais possuiremos completamen-
se diz que cada espécie animal vive e é a mesma. É em
te o objeto de nossos desejos! Ora, esse objeto é, como
virtude da imortalidade que a todo ser esse zelo e esse
dizíamos, a verdade.”
amor acompanham.
(PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 66-67.)
(Adaptado de: PLATÃO. O Banquete. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.38-39. Coleção Os
Pensadores.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a con-
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o amor cepção de verdade em Platão, é correto afirmar:
em Platão, assinale a alternativa correta: a) O conhecimento inteligível, compreendido como
a) A aspiração humana de procriação, inspirada por verdade, está contido nas ideias que a alma possui.
Eros, restringe-se ao corpo e à busca da beleza física. b) A verdade reside na contemplação das sombras,
b) O eros limita-se a provocar os instintos irrefleti- refletidas pela luz exterior e projetadas no mun-
dos e vulgares, uma vez que atende à mera satis- do sensível.
fação dos apetites sensuais. c) A verdade consiste na fidelidade, e como Deus é
c) O erosfísico representa a vontade de conservação o único verdadeiramente fiel, então a verdade
da espécie, e o espiritual, a ânsia de eternização reside em Deus.
por obras que perdurarão na memória. d) A principal tarefa da filosofia está em aproximar
d) O ser humano é idêntico e constante nas diversas o máximo possível a alma do corpo para, dessa
fases da vida, por isso sua identidade iguala-se à forma, obter a verdade.
dos deuses. e) A verdade encontra-se na correspondência en-
e) Os seres humanos, como criação dos deuses, se- tre um enunciado e os fatos que ele aponta no
guem a lei dos seres infinitos, o que lhes permite mundo sensível.
eternidade.
QUESTÃO 05 - (UEL) - “Aristóteles foi o primeiro filósofo a
QUESTÃO 03 - “Ora, nós chamamos aquilo que deve elaborar tratados sistemáticos de Ética. O mais influente
ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aqui- desses tratados, a Ética a Nicômaco, continua a ser reco-
lo que merece ser buscado com vistas em outra coisa, nhecido como uma das obras-primas da filosofia moral.
e aquilo que nunca é desejável no interesse de outra Ali nosso autor apresenta a questão que, de seu ponto de
coisa mais absoluto do que as coisas desejáveis tanto vista, constitui a chave de toda investigação ética: Qual é
em si mesmas como no interesse de uma terceira; por o fim último de todas as atividades humanas?”
isso chamamos de absoluto e incondicional aquilo que (CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Trad. Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 2005. p. 57
55
MÓDULO III
FILOSOFIA
56
MÓDULO I
CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO II
8
MÓDULO III
FÍSICA
Competência de área 6 – Apropriar-se de conhecimen- Para resolvermos tal situação, calculemos o tempo to-
tos da física para, em situações problema, interpretar, tal do percurso.
avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos
de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
mamos de movimento circular uniforme (MCU). Ima- Já a média das velocidades será dada por:
gine a situação na qual você está trafegando em uma 𝑣𝑣1 + 𝑣𝑣2 + 𝑣𝑣3
rodovia, e o velocímetro do carro marca, em qualquer
3
instante, , a velocidade média, dentro de um intervalo
O gráfico de s (t) x t também é importante e nos revela
de tempo qualquer, também será de . O MU possui a
várias informações sobre o movimento. Veja 3 situa-
propriedade de que a velocidade escalar média é sem-
ções possíveis:
pre igual a velocidade escalar instantânea:
Δ𝑠𝑠
𝑣𝑣 = 𝑣𝑣 𝑣𝑣
𝑡𝑡
Em outras palavras, para intervalos de tempos iguais, o
móvel percorre distâncias iguais. O movimento é retardado, porque, em iguais interva-
los de tempo 𝛥𝛥𝑡𝑡 , os deslocamentos 𝛥𝛥𝑠𝑠 são cada vez
menores: o módulo da velocidade escalar diminui com
o passar do tempo.
58
MÓDULO III
FÍSICA
conceito de aceleração é muito utilizado no cotidia- Orientou-se a trajetória no sentido contrário do movi-
no. Dizemos costumeiramente que devemos acelerar mento do carro. Dessa forma, a velocidade escalar está
o automóvel para aumentar sua velocidade. Quando sempre negativa e aumentando seu módulo. Neste
queremos diminuir a velocidade, dizemos que é preci- caso o movimento é acelerado e retrógrado.
so desacelerar. A desaceleração será tratada como uma
aceleração negativa, como veremos mais a frente.
Aceleração escalar média: Imagine um automóvel,
em um trecho de uma viagem, que varia sua velocida-
de instantânea de 50 km/h para 100 km/h em 5 minu-
tos. A aceleração escalar média será calculada como:
𝑘𝑘 𝑚𝑚 𝑘𝑘 𝑚𝑚
100 − 50
𝑎𝑎 𝑚𝑚 = ℎ ℎ 60 𝑚𝑚 𝑖𝑖 𝑛𝑛= 600 𝑘𝑘 𝑚𝑚
5 𝑚𝑚 𝑖𝑖 𝑛𝑛 1ℎ ℎ2
Perceba que o móvel pode não ter aceleração de 600 A funções horárias da velocidade para MUV: Como
𝑘𝑘 𝑚𝑚 definição de MUV, temos um movimento com acelera-
h2 durante os 5 minutos. Isso foi uma média. Em ou- Δ𝑣𝑣
tras palavras, esta aceleração, durante 5 minutos, faria ção escalar constante: 𝑎𝑎= Δ 𝑡𝑡
sua velocidade variar de até 50 km/h até 100 km/h. 𝑣𝑣 𝑡𝑡 − 𝑣𝑣 (𝑡𝑡0)
Em resumo, define-se aceleração escalar média como Como já escrevemos anteriormente: 𝑎𝑎 = 𝑎𝑎𝑚𝑚 = 𝑡𝑡 𝑡𝑡
− 0
sendo a razão entre a variação de velocidade no tempo. Logo: 𝑣𝑣 (𝑡𝑡) = 𝑣𝑣 (𝑡𝑡0) + 𝑎𝑎 (𝑡𝑡 - 𝑡𝑡0)
Ou, como de costume, fazendo 𝑡𝑡0 = 0 𝑠𝑠 , temos:
𝑣𝑣 (𝑡𝑡) − 𝑣𝑣 (𝑡𝑡0) 𝑣𝑣 (𝑡𝑡) = 𝑣𝑣 (𝑡𝑡0) + 𝑎𝑎 𝑡𝑡
𝑎𝑎𝑚𝑚 =
𝑡𝑡 𝑡𝑡0
Temos aqui uma equação de primeiro grau da veloci-
Onde: 𝑣𝑣 (𝑡𝑡): é a velocidade do corpo no instante; dade em função do tempo.
𝑣𝑣 (𝑡𝑡0): é a velocidade do corpo no instante inicial;
No SI a unidade convencionada é o: 𝑚𝑚 /𝑠𝑠 2
Função horária do espaço para o MUV: Para encon-
trar a relação da posição com o tempo, analisemos o
gráfico da velocidade com o tempo e trabalharemos
com a ideia de que a área abaixo do gráfico representa,
numericamente, o espaço percorrido pelo móvel. Des-
sa forma, temos:
59
MÓDULO III
FÍSICA
informação temporal, podemos trabalhar com a equa- Em geral, podemos trabalhar da seguinte forma:
ção de Torricelli que pode ser desenvolvida substituin-
do o tempo na equação horária da posição pelo tempo
da equação horária da velocidade:
Altura máxima:
Quando um corpo atinge
a altura máxima, sua
Lançamento vertical: Quando lançamos um corpo, velocidade é nula. Para
para baixo ou para cima, ele sofre ação da gravidade. encontrarmos tal altura
Tal aceleração proporciona um movimento variado caso em função da velocidade
não tenha nenhuma outra força agindo sobre o corpo. É inicial, façamos:
claro que, se o espaço percorrido pelo corpo for muito
grande, a gravidade pode mudar consideravelmente a
ponto de não ser mais considerada constante. Não va-
mos tratar deste assunto agora. Fixemos nossa atenção
em uma região onde a gravidade possa ser considerada
constante. Se um corpo é lançado, com velocidade para
cima, possui o módulo da sua velocidade diminuindo
durante a subida e aumentando durante a descida. Tempo de subida e descida: O tempo para alcançar a
altura máxima é ainda mais simples de encontrar. Subs-
tituindo 𝑣𝑣 = 0 na equação horária da velocidade, temos:
60
MÓDULO III
FÍSICA
61
MÓDULO III
FÍSICA
62
MÓDULO III
FÍSICA
escrever:
Aceleração: Quando a velocidade de uma partícula Para um instante de tempo muito pequeno, tomemos
varia, diz-se que a partícula sofre uma aceleração (ou Logo:
se acelera). A aceleração média em um intervalo de
tempo é definida como:
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
QUESTÃO 01 (ENEM) - No Brasil, a quantidade de mor-
tes decorrentes de acidentes por excesso de velocidade
Sempre que estivermos trabalhando com aceleração já é tratada como uma epidemia. Uma forma de profila-
instantânea, será importante analisar os componentes xia é a instalação de aparelhos que medem a velocidade
tangencial (tangente à trajetória) e radial (perpendicular dos automóveis e registram, por meio de fotografias, os
à trajetória) para entendermos melhor do movimento. veículos que trafegam acima do limite de velocidade
permitido. O princípio de funcionamento desses apare-
lhos consiste na instalação de dois sensores no solo, de
forma a registrar os instantes em que o veículo passa e,
em caso de excesso de velocidade, fotografar o veícu-
lo quando ele passar sobre uma marca no solo, após o
segundo sensor. Considere que o dispositivo represen-
tado na figura esteja instalado em uma via com veloci-
Já que a tangencial mede a variação do módulo da ve- dade máxima permitida de 60 km/h.
locidade, pois está na direção desta, podemos afirmar
que a aceleração tangencial é igual a aceleração esca-
lar instantânea. A aceleração que aponta para o centro
serve para variar a direção do vetor. Podemos encon-
trar seu módulo da seguinte maneira:
63
MÓDULO III
FÍSICA
QUESTÃO 02 (ENEM) - Um motorista que atende a uma O piloto consegue apanhar o projétil, pois:
chamada de celular é levado à desatenção, aumentan- a) ele foi disparado em direção ao avião francês, frea-
do a possibilidade de acidentes ocorrerem em razão do do pelo ar e parou justamente na frente do piloto.
aumento de seu tempo de reação. Considere dois moto- b) o avião se movia no mesmo sentido que o dele,
ristas, o primeiro atento e o segundo utilizando o celular com velocidade visivelmente superior.
enquanto dirige. Eles aceleram seus carros inicialmen- c) ele foi disparado para cima com velocidade cons-
tante, no instante em que o avião francês passou.
te a 1,00 m s2 . Em resposta a uma emergência, freiam
d) o avião se movia no sentido oposto ao dele, com
2
com uma desaceleração igual a 5,00 m s , O motorista velocidade de mesmo valor.
atento aciona o freio à velocidade de 14,0 m s, enquan- e) o avião se movia no mesmo sentido que o dele,
to o desatento, em situação análoga, leva 1,00 segundo com velocidade de mesmo valor.
a mais para iniciar a frenagem. Que distância o motoris-
ta desatento percorre a mais do que o motorista atento, QUESTÃO 05 (ENEM) - Antes das lombadas eletrônicas,
até a parada total dos carros? eram pintadas faixas nas ruas para controle da velocida-
a) 2,90 m b) 14,0 m c) 14,5 m de dos automóveis. A velocidade era estimada com o uso
d) 15,0 m e) 17,4 m de binóculos e cronômetros. O policial utilizava a relação
entre a distância percorrida e o tempo gasto, para deter-
QUESTÃO 03 (ENEM) - Um longo trecho retilíneo de minar a velocidade de um veículo. Cronometrava-se o
um rio tem um afluente perpendicular em sua margem tempo que um veículo levava para percorrer a distância
esquerda, conforme mostra a figura. Observando de entre duas faixas fixas, cuja distância era conhecida. A
cima, um barco trafega com velocidade constante pelo lombada eletrônica é um sistema muito preciso, porque
afluente para entrar no rio. Sabe-se que a velocidade a tecnologia elimina erros do operador. A distância entre
da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo os sensores é de 2 metros, e o tempo é medido por um
muito pequena junto à margem e máxima no meio. O circuito eletrônico. O tempo mínimo, em segundos, que o
barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela cor- motorista deve gastar para passar pela lombada eletrôni-
renteza, mas o navegador procura mantê-lo sempre na ca, cujo limite é de 40 km/h, sem receber uma multa, é de:
direção perpendicular à correnteza do rio e o motor a) 0,05. b) 11,1. c) 0,18.
acionado com a mesma potência. d) 22,2. e) 0,50.
64
MÓDULO III
FÍSICA
a) b)
drado, pois existem duas acelerações envolvidas: a QUESTÃO 14 (ENEM) - Um sistema de radar é pro-
aceleração da gravidade e a aceleração do salto. gramado para registrar automaticamente a velocida-
e) a altura do seu pulo é proporcional à sua velo- de de todos os veículos trafegando por uma avenida,
cidade média multiplicada pelo tempo que ele onde passam em média 300 veículos por hora, sendo
permanece no ar, e esse tempo também depen- 55 km/h a máxima velocidade permitida. Um levan-
de da sua velocidade inicial. tamento estatístico dos registros do radar permitiu a
elaboração da distribuição percentual de veículos de
QUESTÃO 12 (ENEM) - O gráfico a seguir modela a dis- acordo com sua velocidade aproximada.
tância percorrida, em km, por uma pessoa em certo pe-
ríodo de tempo. A escala de tempo a ser adotada para
o eixo das abscissas depende da maneira como essa
pessoa se desloca:
67
MÓDULO III
CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
Competência de área 7 – Apropriar-se de conhecimen- 1.1. Rendimento: Devido a uma série de fatores, tais
tos da química para, em situações problema, interpretar, como aparelhagem mal esterilizada, deficiência do
avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas. operador, impureza das substâncias reagentes etc.,
H25 – Caracterizar materiais ou substâncias, identificando sabemos que, ao efetuarmos, uma reação química, os
etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, produtos são obtidos em quantidades menores que as
econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção. previstas teoricamente (Qt).
H26 – Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou Procedimento: I. Determinar a quantidade teórica (Qt).
econômicas na produção ou no consumo de recursos Essa quantidade teórica seria obtida se o rendimento
energéticos ou minerais, identificando transformações fosse de 100%. Rendimento teórico (Rt) Qt → Rt = 100%
químicas ou de energia envolvidas nesses processos. II. Calcular a quantidade real (Qr) a ser obtida, consideran-
H27 – Avaliar propostas de intervenção no meio am- do-se um rendimento inferior a 100%. Rendimento real (Rr).
biente aplicando conhecimentos químicos, observan- Qt → Rt =100%
do riscos ou benefícios. Qr → Rr <100%
1 - Cálculo Estequiométrico: São aqueles que envol- 1.2. Pureza ou impureza de reagentes: Salvo na indús-
vem as quantidades das substâncias que participam tria farmacêutica e em outras que estejam diretamente
de uma reação química. É a parte da Química que estu- ligadas à saúde pública, é normal o uso de reagentes
da o cálculo das massas, número de mols, volume etc; impuros que contém, além da substância que irá reagir
em uma reação química. Os coeficientes de uma rea- efetivamente, outras tantas misturadas. Nos problemas
ção química balanceada indicam a proporção de cada que envolvem impurezas é aconselhável que de início,
substância que reage e que é produzido. Essa propor- se determine a massa da substância que reage (substân-
ção pode ser em mols, massa, número de moléculas, cia pura). Amostra (mtotal = massa da substância pura
volume nas mesmas condições de temperatura e de que reage (mp) + massa de impureza (mimp)
pressão ou volume nas CNTP (a relação entre volumes mt = massa total da amostra
só é válida para substâncias na fase gasosa). mp = massa da substância pura
mi = massa da impureza
Exemplo: mt = mp + mi
Relações 1 N2(g) + 3 H2(g) → 2NH3(g) Procedimento: I. Trabalhe somente com a parte pura,
pois as impurezas não vão reagir.
Mols 1 mol 3 mols 2 mols
Amostra →100%
N° de moléculas 6,02.1023 18,06.1023 12,04.1023 Pura(?) → P%
Massa 28 g 6g 34 g II. Resolvo a questão através de uma regra de três, utili-
Volume (T e P ctes.) 1L 3L 2L
zando a quantidade da substância pura encontrada no
procedimento anterior.
Volume nas CNTP 22,4 L 67,2 L 44,8 L
1.3. Reagente em excesso ou quantidade de dois
Para a resolução de um problema de cálculo estequio- ou mais reagentes: Quando estamos realizando uma
métrico, proceda da seguinte maneira: reação química em laboratório, com o objetivo de ob-
I. escrever a equação química; termos a maior quantidade possível de um composto,
II. balancear a equação química; muitas vezes usamos um grande excesso de um deter-
III. grifar o que foi dado e pedido; minado reagente. Quando realizamos uma reação en-
IV. regra de três; tre duas substâncias ou mais, dificilmente usamos exa-
tamente as quantidades equivalentes dos reagentes.
Exemplo: 24g de carbono reagem com o oxigênio Procedimento: Verificar se existe reagente em exces-
gasoso produzindo gás carbônico, de acordo com a so. Sempre que em uma questão forem fornecidas as
equação: C + O2 → CO2 quantidades (em massa, mols, moléculas, volumes
etc.) de dois ou mais reagentes, devemos fazer a ve-
Determine: a) Massa de O2(g) que reage. rificação se existe reagente em excesso. Não trabalhe
b) Volume de CO2 produzido, nas CNTP. com o reagente em excesso. O reagente que não está
Dados: (C = 12u; O = 16u) em excesso é denominado de reagente limitante.
Solução: Procedimento prático para verificar se existe re-
a) C + O2 → CO2 b) C + CO2 → CO2 agente em excesso: Quando se trabalha com quan-
1mol 1 mol 12g 22,4 L
12g 32g 24g XL tidade de matéria, número de mols, pode-se usar o
24g – X X = 44,8L CO2 seguinte procedimento para verificar qual o reagente
X = m(O2) = 64g que está em excesso. Seja uma equação hipotética A +
68
MÓDULO II
CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
B → C. Usando-se 2 mols de A para reagir com 1 mol de A massa de anilina necessária para se prepararem 150 g
B, qual o reagente em excesso? de ácido sulfanílico utilizando-se quantidade suficien-
A + B C → C te de ácido sulfúrico e esperando-se um rendimento
1 mol 1 mol 1 mol de 100% é, em valores arredondados, de:
2 mols 1 mol X mol
Dados: C = 12; H = 1; N = 14; O = 16; S = 32.
Caso você faça o produto dos meios pelo produto dos a) 80,6 g. b) 77,7 g. c) 60,3
extremos, vai verificar que um dos produtos é igual g.
a 2 (1x2) e o outro é igual a 1 (1x1). Conclui-se assim d) 54,9 g. e) 49,1 g.
que há reagente em excesso, pois estes produtos são
diferentes. Caso os produtos fossem iguais, significa- QUESTÃO 02 (ACAFE) - Assinale a alternativa que con-
ria que não existiria reagente em excesso, e assim eu tém o valor da massa de cloreto de alumínio produzido
poderia calcular a quantidade de produto formada a após reação de 8 mol de ácido clorídrico com 4 mol de
partir de qualquer um dos reagentes. Maior produto, hidróxido de alumínio. Dados:
indica qual o reagente que está em excesso. O reagen-
H : 1,0 g mol; O : 16 g mol; A : 27 g mol; C : 35,5 g mol.
te “A” possuí quantidade em excesso. Então, o reagente
B é o limitante. O mesmo procedimento realizado para a) 712 g. b) 534 g. c) 133,5 g. d) 356 g.
mol, pode ser feito para as outras unidades possíveis
de serem calculadas em um cálculo estequiométrico. QUESTÃO 03 (FMP) - O vidro é um sólido iônico com
estrutura amorfa, a qual se assemelha à de um líquido.
Observações: I. Se o produto dos extremos for igual Forma-se pela solidificação rápida do líquido, em que
ao produto dos meios, não existe reagente em exces- os cristais não conseguem se organizar. Seu principal
so, isto é, os reagentes foram consumidos totalmente componente é a sílica, (SiO2 ), que constituiu 70% do
(pelo menos teoricamente). vidro e é fundida juntamente com óxidos de metais,
II. Se existe reagente em excesso, significa que o rea- que alteram o arranjo das ligações do sólido, tornan-
gente foi consumido apenas parcialmente, isto é, no do-o uma estrutura semelhante a de um líquido.
final sobra sem reagir uma certa quantidade. Ao ser gravado na sua decoração, a sílica do vidro sofre
ataque do íon F- como a seguir:
1.4. Equações sucessivas: Substância comum en-
tre duas equações é aquela que na primeira funciona SiO2(s) + 6 HF(aq) → SiF62−(aq) + 2 H3 O+(aq)
como produto e na segunda como reagente.
Para criar um efeito decorativo em uma jarra que pesa 2,0
Exemplo: I. S + O2 → SO2
kg, a massa de ácido fluorídrico que deve ser empregada é:
II. SO2 + 2 NaOH → Na2SO3 + H2O
a) 4,0 kg b) 2,8 kg c) 700,0 g
Reação Global: S + O2 + 2 NaOH → Na2SO3 + H2O d) 666,7 g e) 560,0 g
A substância comum entre as duas equações é o SO2
(produto e reagente) QUESTÃO 04 (ALBERT EINSTEIN - MEDICIN) - Um
Procedimento: I. Balancear cada equação química; resíduo industrial é constituído por uma mistura de
II. Igualar o coeficiente da substância comum, multipli- carbonato de cálcio (CaCO3 ) e sulfato de cálcio
cando a equação por um número;
(CaSO4 ). O carbonato de cálcio sofre decomposição
III. Somar as duas ou mais equações, de forma a se ob-
ter uma única equação; térmica se aquecido entre 825 e 900ºC já o sulfato de
IV. No processo de soma as substâncias que se repe- cálcio é termicamente estável. A termólise do CaCO3
tem de um lado e do outro das reações devem ser sim- resulta em óxido de cálcio e gás carbônico.
plificadas, enquanto que as presentes do mesmo lado CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
devem ser somadas;
Uma amostra de 10,0 g desse resíduo foi aquecida a
V. Relacionar o que foi dado e pedido e resolver a regra
900ºC até não se observar mais alteração em sua massa,
de três baseado na equação química obtida a partir da
havendo uma liberação de 3,30 g de CO2(g). O teor de
soma das reações anteriores.
carbonato de cálcio na amostra é de, aproximadamente,
a) 33% b) 50% c) 67% d) 75%
EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM:
QUESTÃO 01 (UCS) - O ácido sulfanílico, utilizado na fa-
QUESTÃO 05 (MACKENZIE) - 11,2g de sucata, con-
bricação de corantes, pode ser obtido industrialmente
tendo ferro, reagiram com quantidade suficiente de
por meio da reação entre o ácido sulfúrico e a anilina,
ácido clorídrico em solução produzindo solução de
de acordo com a equação química representada abaixo.
cloreto de ferro II e gás hidrogênio. O gás formado foi
H2SO4(aq) + C6H5NH2( ) → C6H7NO3 S(s) + H2O( )
69
MÓDULO III
CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
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MÓDULO II
CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
(hematita) é de cerca de 80%. O ferro metálico é obtido 2,54 gramas de cobre metálico (CuO) segundo a reação:
pela redução do Fe2O3 em alto-forno. Dadas as massas
Cu(s) + 1 O2(g) → CuO(s) , será de:
molares para o oxigênio (16 g/mol), o ferro (56 g/mol) 2
e a hematita (160 g/mol), e considerando-se que a rea- Massas atômicas:
= O 16= u.m.a., Cu 63,5 u.m.a.
ção de redução apresente um rendimento de 100%, a a) 2,54 g b) 6,35 g c)
quantidade, em toneladas, de ferro metálico que será 3,18 g
obtida a partir de 5 toneladas desse minério é igual a: d) 3,36 g e) 3,20 g
2Fe2O (s) + 3C(s) → 3CO2 (g) + 4Fe(s) QUESTÃO 05 (UPE-SSA) - As lâmpadas incandescen-
a) 2,8. b) 3,5. c) 4,0. d) 5,6. e) 8,0. tes tiveram a sua produção descontinuada a partir de
2016. Elas iluminam o ambiente mediante aquecimen-
QUESTÃO 02 (ENEM) - O peróxido de hidrogênio é to, por efeito Joule, de um filamento de tungstênio (W,
comumente utilizado como antisséptico e alvejante. Z = 74). Esse metal pode ser obtido pela reação do hi-
Também pode ser empregado em trabalhos de res- drogênio com o trióxido de tungstênio (WO3) confor-
tauração de quadros enegrecidos e no clareamento de me a reação a seguir, descrita na equação química não
dentes. Na presença de soluções ácidas de oxidantes,
balanceada: WO3(s) + H2(g) → W(s) + H2O( )
como o permanganato de potássio, este óxido decom-
Se uma indústria de produção de filamentos obtém
põe-se, conforme a equação a seguir:
31,7 kg do metal puro a partir de 50 kg do óxido, qual é
5 H2O2 (aq) + 2 KMnO4 (aq) + 3 H2SO4 (aq) → 5 O2 (g) + 2 MnSO4 (aq) + K 2SO4 (aq) + 8 H2O ( ) o rendimento aproximado do processo utilizado?
ROCHA-FILHO, R. C. R.; SILVA, R. R. Introdução aos Cálculos da Química. São Paulo: McGraw-Hill, 1992.
(Dados: H = 1g/mol; O = 16 g/mol; W = 183,8 g/mol)
De acordo com a estequiometria da reação descrita, a a) 20% b) 40% c) 70%
quantidade de permanganato de potássio necessária d) 80% e) 90%
para reagir completamente com 20,0 mL de uma solu-
ção 0,1 mol/L de peróxido de hidrogênio é igual a QUESTÃO 06 (UFPA) - Suplementos de cálcio podem
a) 2,0 . 100 mol b) 2,0 . 10-3mol ser ministrados oralmente na forma de pastilhas con-
c) 8,0 . 10-1mol d) 8,0 . 10-4mol tendo 1g de CaCO3. No estômago, esse sal reage com
e) 5,0 . 10 mol
-3
ácido estomacal segundo a equação:
CaCO3(s) + 2 HC (aq) → CO2(g) + CaC 2(aq) + H2O( )
QUESTÃO 03 - Um mineral muito famoso, pertencente ao
grupo dos carbonatos, e que dá origem a uma pedra semi- Considerando que após 5 minutos da ingestão de uma
preciosa é a malaquita, cuja a fórmula é: Cu2 (OH)2 CO3 pastilha desse suplemento o rendimento da reação
seja de 60%, a massa (em g) de dióxido de carbono
(ou CuCO3 ⋅ Cu(OH)2 ). Experimentalmente pode-se
produzida será de:
obter malaquita pela reação de precipitação que ocorre
entre soluções aquosas de sulfato de cobre II e carbonato Dados: Massas molares (g mol−1) : H = 1,0; C = 12,0;
de sódio, formando um carbonato básico de cobre II hi- O = 16,0; C = 35,5; Ca = 40,0.
dratado, conforme a equação da reação: a) 0,13 b) 0,26 c) 0,44
2 CuSO4(aq) + 2 Na2CO3(aq) + H2O( ) → CuCO3 ⋅ Cu(OH)2(s) + 2 Na2SO4(aq) + CO2(g) d) 0,67 e) 0,73
Na reação de síntese da malaquita, partindo-se de QUESTÃO 07 (UERJ) - Durante a Segunda Guerra
1.060 g de carbonato de sódio e considerando-se um Mundial, um cientista dissolveu duas medalhas de
rendimento de reação de 90% o volume de CO2 (a 25ºC ouro para evitar que fossem confiscadas pelo exército
e 1atm) e a massa de malaquita obtida serão, respecti- nazista. Posteriormente, o ouro foi recuperado e as me-
vamente, de: dalhas novamente confeccionadas.
Dados: - massas atômicas Cu = 64 u; S = 32 u; O = 16 u; As equações balanceadas a seguir representam os pro-
Na = 23 u; C = 12 u; H= 1u. cessos de dissolução e de recuperação das medalhas.
- volume molar no estado padrão 24,5 L/mol, no esta-
do padrão Dissolução:
a) 20,15 L e 114 g b) 42,65 L e 272 g Au(s) + 3 HNO3(aq) + 4 HC (aq) → HAuC 4(aq) + 3 H2O( ) + 3 NO2(g)
c) 87,35 L e 584 g d) 110,25 L e 999 g Recuperação:
e) 217,65 L e 1,480 g 3 NaHSO3(aq) + 2 HAuC 4(aq) + 3 H2O( ) → 3 NaHSO4(aq) + 8 HC (aq) + 2 Au(s)
QUESTÃO 04 (UNIGRANRIO) - Reações químicas de Admita que foram consumidos 252g de HNO3 para a
oxidação são muito comuns e constituem caminho completa dissolução das medalhas. Nesse caso, a mas-
natural de corrosão de materiais metálicos como o co- sa, de NaHSO3, em gramas, necessária para a recupera-
bre. A massa de óxido cúprico (CuO) obtida a partir de ção de todo o ouro corresponde a:
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MÓDULO III
CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
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MÓDULO II
BIOLOGIA
Competência de área 3 – Associar intervenções que gradáveis – metais pesados: mercúrio e chumbo, o
resultam em degradação ou conservação ambiental DDT, a poluição sonora e a poluição térmica das águas.
a processos produtivos e sociais e a instrumentos ou
ações científico-tecnológicos. Definição de poluição: De maneira geral, a poluição
H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando pode ser conceituada como qualquer mudança nas
fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou pre- propriedades físicas, químicas ou biológicas de um de-
vendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais. terminado ecossistema, ocasionada ou não pela ação
H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éti- humana e que acarrta prejuízos ao desenvolvimento
cos da biotecnologia, considerando estruturas e proces- das populações ou cause desfiguração na natureza, ou
sos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos. ainda, introdução excessiva de compostos estranhos ao
H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decor- meio, alterando de maneira nociva a sua composição.
rentes de atividades sociais ou econômicas, conside-
rando interesses contraditórios. Poluentes: Detritos orgânicos ou inorgânicos são con-
Competência de área 7 – Apropriar-se de conhecimen- siderados poluentes quando, ao serem introduzidos
tos da química para, em situações problema, interpretar, em um determinado ambiente, provocam alterações
avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas. nocivas ao ambiente ou porque são colocados em
H27 – Avaliar propostas de intervenção no meio am- doses excessivas ou simplesmente porque o meio am-
biente aplicando conhecimentos químicos, observan- biente não se encontra adaptado à presença deles.
do riscos ou benefícios. Entre os principais fatores poluentes da atmosfera, da
água e do solo, consideramos os seguintes agentes:
CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO: O impacto do ho- monóxido de carbono, dióxido de carbono, dióxido de
mem nos equilíbrios biológicos data da sua aparição enxofre, óxidos de nitrogênio, eutrofização, pesticidas,
sobre a Terra, exercendo ações sobre as comunidades radiatividade, metais pesados, petróleo, poluição tér-
naturais a que pertence, como predador, competidor... mica, detergentes e queimadas.
Nos ecossistemas naturais, os componentes bióti-
cos e abióticos mantêm equilíbrio entre si – sinergia Poluição da água:
ambiental. Alterações no ambiente podem implicar
desequilíbrios nos ecossistemas e determinar modifi-
cações, ocorrendo queda da sinergia ambiental. Tanto
um organismo como um ecossistema em seu todo
têm o poder de se adaptar a pequenas alterações, res-
tabelecendo o equilíbrio. No entanto, modificações
bruscas ou violentas normalmente não são compensa-
das em prazos razoáveis, impondo quebra duradoura
do equilíbrio, com reflexos danosos para a saúde do
organismo ou de todo o ecossistema. A humanida-
de depende dos recursos naturais renováveis e não- Considera-se que a água está poluída quando nela fo-
-renováveis para a sua sobrevivência; portanto, faz-se ram introduzidas substâncias que alteraram as suas
necessário desenvolver técnicas e procedimentos que propriedades físicas, químicas e biológicas. Nesse
minimizem os impactos ambientais. Por isso, é funda- estado, a água passa a ser perigosa para o homem e
mental substituir uma “civilização de desperdício” por compromete-se a sua utilização. Além disso, os seres
uma de “reciclagem”. O desenvolvimento econômico que vivem nos ecossistemas marinho e de água doce
deve respeitar regras que garantam a manutenção do têm a sua sobrevivência ameaçada. A saúde de uma
equilíbrio ambiental. Denominamos desenvolvimento população está intimamente relacionada à qualidade
sustentável como um processo dinâmico voltado à sa- da água que a abastece: boa parte das doenças huma-
tisfação das necessidades humanas sem comprometer nas é causada por água contaminada e 25 mil pessoas
as necessidades de futuras gerações. Assim, espera- morrem a cada dia por beber água poluída. Embora os
mos que o desenvolvimento sustentável, integrando termos poluição e contaminação sejam usados como
princípios ecológicos aos sistemas econômicos vigen- sinônimos, no caso da água, do ponto de vista técnico,
tes, preserve a estrutura dos diversos ecossistemas da dizemos que a água está contaminada quando é capaz
Terra, assegurando uma exploração racional dos vários de transmitir substâncias ou organismos nocivos à saú-
recursos naturais disponíveis, sem ocasionar desequilí- de (virus, bactérias etc), mesmo que não tenha havido
brios ambientais. Nesta aula, analisaremos a poluição nenhum desequilíbrio ecológico. A poluição da água é
das águas por agentes patogênicos, pelo petróleo, as a alteração das suas características naturais de modo
marés vermelhas, o acúmulo de produtos não biode- a torná-la inadequada ao consumo ou provocar danos
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MÓDULO II
BIOLOGIA
ao ecossistema aquático. Um modo de avaliar a quali- Chumbo: O acúmulo de chumbo no organismo acar-
dade da água é medir a sua quantidade de coliformes reta uma doença denominada saturnismo. O indivíduo
fecais, bactérias que vivem no intestino humano e são eli- portador dessa doença apresenta perturbações ner-
minadas com as fezes no esgoto doméstico. Quanto maior vosas, nefrites crônicas, paralisia cerebral e confusão
o número de coliformes, maior a contaminação da água. mental, além de ter a síntese de hemoglobina afetada,
o que provoca anemia. Por vezes, a intoxicação pelo
Acúmulo de produtos não biodegradáveis: No estu- chumbo afeta duramente o sistema digestivo, resul-
do do fluxo de energia nas cadeias alimentares, vimos tando em cólicas, vômitos, náuseas, espasmos intesti-
que as substâncias não-biodegradáveis – como metais nais e per- da de peso. A poluição pelo chumbo é pro-
pesados, plásticos e alguns agrotóxicos– tendem a se vocada por indústrias diversas, fundições, indústrias de
concentrar ao longo da cadeia e a provocar a intoxica- cristais, minas, etc. Nos países onde se utiliza o tetra-
ção dos seres dos últimos níveis tróficos. etilato de chumbo como antidetonante de gasolina,
a) Metais pesados: Mercúrio - O envenenamento os automóveis constituem uma das principais fontes
geralmente ocorre pela ingestão de sais solúveis de poluidoras.
mercúrio, como o HgCl2 (cloreto de mercúrio) ou pela
inalação de vapores mercuriais. A poluição por mercú- DDT— (Dicloro-Difenil-Tricloroetano): Os agrotóxi-
rio vem ocorrendo em alguns rios da Amazônia e do cos são produtos químicos utilizados no combate às
pantanal, nas regiões de garimpo, onde o mercúrio é pragas, como gafanhotos, formigas, carunchos, fun-
usado para separar o ouro em pó da lama. O ouro dis- gos... que prejudicam as plantas cultivadas. Depen-
solve-se no mercúrio e a mistura não adere à lama. Essa dendo das pragas a que se destinam, os praguicidas
mistura é aquecida, o mercúrio evapora e resta apenas podem ser chamados inseticidas, herbicidas, raticidas,
o ouro. O garimpeiro respira o vapor de mercúrio e se fungicidas... Os inseticidas clorados como o DDT são
intoxica. Além disso, as chuvas trazem o vapor para dotados de médio ou alto poder residual, persistem,
baixo e ele reage com produtos orgânicos e origina em média, de 10 a 15 anos no solo, porquanto, têm
o metilmercúrio, solúvel em água e bem mais tóxica. notável resistência à biodegradação. Acumulam-se ao
Entrando na cadeia alimentar, o metilmercúrio conta- longo das cadeias alimentares, com perdas relativa-
mina o ser humano. A partir de determinadas concen- mente pequenas; assim, os últimos elos das cadeias
trações, o mercúrio pode provocar lesões no sistema alimentares apresentam, normalmente, uma maior
digestório, nos rins e no sistema nervoso, ficam cegas, concentração desse inseticida. Se absorvido pela pele
com mãos e pés retorcidos, o corpo esquelético. Ou- ou se contaminar os alimentos, o DDT pode causar do-
tros sintomas observados consistem na presença de enças do fígado, como a cirrose e o câncer, tanto em
gengivas ulceradas, tremores de pálpebras, lábios, lín- animais quanto em humanos. Devido aos problemas
gua, mandíbulas e membros, e, às vezes, gangrena das que causa, o uso do DDT está proibido em diversos
extremidades. As pessoas afetadas são qualificadas de países. O DDT, além de outros inseticidas e poluentes,
“legumes humanos”. Outra fonte de contaminação são possui a capacidade de se concentrar no corpo dos or-
as pilhas e baterias de aparelhos elétricos e a lâmpada ganismos que o absorvem. Animais como os moluscos
fluorescente (na qual há gás argônio e vapor de mer- bivalves, por exemplo, que obtêm alimento filtrando a
cúrio), que, lançadas no lixo, acabam vazando e conta- água circundante, podem acumular grandes quanti-
minando o solo e os lençóis de água. Uma das maiores dades do inseticida no corpo, em concentração até 70
tragédias causadas pela poluição por mercúrio ocorreu mil vezes maior que a da água contaminada. Se con-
na baía de Minamata (Japão) na década de 50. Nessa sumidos por pessoas ou por animais como alimento,
baía, foram lançados dejetos contendo mercúrio, que, esses moluscos podem causar graves intoxicações. Em
através da cadeia alimentar (alga peixes homem) atin- determinados ecossistemas, o DDT é absorvido pelos
giu nos seres humanos à proporção de até 300ppm (a produtores e consumidores primários, passando para
partir de 50ppm aparecem os primeiros sintomas de en- os consumidores secundários e assim por diante. Como
venenamento). cada organismo de um nível trófico superior geralmen-
te come diversos organismos do nível inferior, o DDT
tende a se concentrar nos níveis tróficos superiores.
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MÓDULO II
BIOLOGIA
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MÓDULO II
BIOLOGIA
somente São Paulo produzia 12% do total. Em nosso Uma cidade é um sistema urbano que funciona como
país, a maior parte do lixo é depositada nos aterros sa- centro de importação, consumo e exportação de maté-
nitários e nos “lixões” a céu aberto localizados na peri- ria e energia. É um ambiente modificado pelas ativida-
feria das cidades. Uma outra parcela é incinerada ou des humanas, com características ecológicas próprias
lançada nos ecossistemas aquáticos. Os resíduos das que conduzem ao congestionamento populacional,
cidades são de responsabilidade das prefeituras, que ao estresse e ao consumo. Quanto maiores e mais
devem investir em aterros sanitários localizados em avançadas tecnologicamente forem as cidades, mais
terrenos não-produtivos, fora das áreas de preservação exigirão água, alimento e combustível do meio circun-
ambiental. Para alguns especialistas, o aterro sanitário dante, além de produzirem excessivas quantidades de
é imprescindível em qualquer sistema de tratamento resíduos sólidos (lixo), líquidos (esgotos) e gasosos (fu-
dos resíduos sólidos (lixo). O aterro deve ter um formato maça e gases tóxicos) que alteram o clima, os solos e os
de piscina gigante com fundo de concreto preparado corpos d’água (rios e lagoas).
por camadas plastificadas resistentes e impermeáveis
que evitem a contaminação do terreno pelo chorume.
É uma complexa obra de engenharia, em que o lixo é
disposto em camadas, coberto com terra ou argila e
compactado por tratores de esteiras. Se tiver instala-
ções e tubulações apropriadas, pode transformar-se
num gerador de biogás e ser mais uma fonte de renda
para as prefeituras.
76
MÓDULO II
BIOLOGIA
contribui para a diminuição da eficiência respiratória esperança de que os gases emitidos se dispersem
dos fumantes. Ele é expelido também em quantidades sem prejuízo para o ambiente. No entanto, isso ape-
apreciáveis pelos escapamentos de veículos motoriza- nas transfere o problema para outro lugar. Os fortes
dos, principalmente no caso de motores inadequada- ventos levam essas substâncias a milhares de quilô-
mente regulados. Não se deve deixar veículos com o metros de distância, muitas vezes para outros países,
motor em funcionamento em ambientes pouco venti- e há precipitação ácida sobre florestas, lagos ou ci-
lados, como garagens fechadas e túneis sem circulação dades, com todos os prejuízos decorrentes. O que as
adequada de ar. Muitas mortes já ocorreram em situa- chaminés altas fizeram foi difundir, internacionalizar
ções como essas. o problema, em vez de eliminá-lo. Considerado um
dos principais responsáveis pelas chamadas chuvas
Dióxido de carbono (CO2): Encontrado na atmosfera ácidas, o SO2, na atmosfera úmida, passa por transfor-
numa proporção em torno de 0,04%, o dióxido de car- mações diversas até originar ácido sulfúrico; óxidos
bono (ou gás carbônico) serve de matéria-prima para a de nitrogênio, por sua vez, originam ácido nítrico. Es-
atividade fotossintetizante das plantas clorofiladas. En- ses ácidos conferem à água da chuva uma acidez que
tretanto, existe atualmente uma tendência de aumen- pode apresentar um pH em torno de 4 ou até menos.
to desse gás na atmosfera, provocado principalmente Sabe-se que o pH é um fator de extrema importância
pela excessiva combustão do carbono fossilizado (pe- no funcionamento das enzimas e das demais proteínas
tróleo, carvão), o que pode intensificar o chamado efei- dos organismos. Os gametas dos animais – espermato-
to estufa. zoides e óvulos – são muito sensíveis às mudanças de
pH, que prejudicam totalmente os ciclos reprodutivos.
Dióxido de enxofre (SO2): O dióxido de enxofre é um
dos poluentes mais comuns na atmosfera, onde apare-
ce como resultado da atividade vulcânica, da decom-
posição natural de matéria orgânica e da combustão
de carvão, petróleo e derivados. A presença excessiva
de SO2 no ar atmosférico pode exterminar muitas es-
pécies vegetais ou comprometer seriamente a produ-
tividade de plantas cultivadas. Musgos e liquens são
frequentemente dizimados pelo SO2, daí serem con-
siderados como indicadores de poluição por esse gás.
Nos seres humanos, o SO2 acarreta irritação dos olhos,
da pele, do nariz e da garganta, bronquite, estreitamento
dos bronquíolos e até mesmo a morte, especialmente em
indivíduos atingidos por afecções cardíacas e pulmonares
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MÓDULO II
BIOLOGIA
A água pura é neutra, com pH igual a 7,0*. A água de se estiver da linha equatorial e, portanto, atingirá o seu
chuva costuma ser ligeiramente ácida, com pH de 5,6. máximo nos polos. Com isso, poderá ocorrer o degelo
Isso porque, ao se combinar com o CO2 do ar, forma-se das calotas polares, o que, de imediato, leva- rá a um
H2CO3 (ácido carbônico). Em várias partes do planeta, aumento do volume dos oceanos.
no entanto, têm ocorrido chuvas ácidas, com valores
de pH ao redor de 4,0, ou seja, cerca de 25 vezes mais áci-
das do que a chuva normal. Foram registrados, em alguns
casos excepcionais, valores de pH muito baixos, como 2,8.
79
MÓDULO II
BIOLOGIA
de sol e cânceres de pele, por exemplo, estão ligados no natural chamado inversão térmica. Nessas condi-
a esse tipo de radiação. Felizmente, grande parte dos ções, o solo fica frio ou o ar das camadas superiores
raios ultravioleta é filtrada pela camada de ozônio (O3) se aquece, de maneira que o ar inferior, mais frio, não
da estratosfera, região alta da atmosfera. O ozônio é sobe, interrompendo-se o fluxo de ar entre as altas e as
considerado poluente a nível terrestre*; na atmosfera, baixas camadas da atmosfera. Esse fenômeno, aliado à
entre 12km e 50km de altitude, o gás ozônio (O3) cons- ausência de ventos, agrava fortemente a poluição nos
titui uma camada que protege o planeta da radiação grandes centros, uma vez que os poluentes ficam reti-
ultravioleta e funciona como “filtro solar”. O ozônio é dos e concentrados no ar inferior. Surge, então, o smog
produzido a partir de moléculas de oxigênio (O2), so- (palavra inglesa formada pela contração de smoke, ‘fu-
bre as quais incidem radiações ultravioleta. As molé- maça’, e fog, ‘névoa’), uma névoa portadora de poluen-
culas de ozônio, por sua vez, estão constantemente tes diversos. Muitas vezes, e principalmente pela alta
se transformando em moléculas de oxigênio. Quando concentração de SO2, o smog tem provocado a morte
as duas reações ocorrem com a mesma intensidade, de pessoas, geralmente idosas, com afecções pulmo-
mantém-se o equilíbrio entre a quantidade de ozônio nares e cardíacas
fabricada e a destruída.
Em 1984, no entanto, começou-se a observar, durante
o inverno e na primavera, a formação de um grande
buraco na camada de ozônio, logo acima do Polo Sul,
do tamanho dos Estados Unidos. Nessa região, havia
menos de 50% da quantidade normal de ozônio. Mais
tarde observou-se uma diminuição do ozônio em ou-
tras regiões do planeta, que foi relacionada com o au-
mento nos casos de câncer de pele nos últimos anos.
Essas “falhas” na camada protetora são provocadas
por alguns gases usados em geladeiras e em condi-
cionadores de ar, do tipo CFC (clorofluorcarbono). Os
mesmos gases são matérias-primas na produção de EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
espumas plásticas, além de serem utilizados como QUESTÃO 01 - Carbono carioca - “O Rio de Janeiro
material pressurizante em latas de aerossóis — tam- (RJ) foi o primeiro município latino-americano a fazer
bém chamadas de sprays –, como as de desodorantes um inventário de suas emissões de gases-estufa. O
e de inseticidas. Em todos esses casos, o gás escapa estudo foi realizado em 2000, quando pesquisadores
para a atmosfera e, sob a ação dos raios ultravioleta, contabilizaram o quanto a cidade emitirá nos anos
se decompõe e libera átomos de cloro. Esses átomos de 1996 e 1998. Resultado: 10,04 e 10,09 milhões de
reagem rapidamente com as moléculas de ozônio, toneladas de gás carbônico (CO2), respectivamente.
transformando-as em moléculas de oxigênio. A capital carioca parece ter tirado férias dos cálculos.
Em muitos países, as indústrias têm substituído os ga- Só voltou à ativa em 2010 – quando fez um novo in-
ses do tipo CFC por outros compostos menos danosos ventário, segundo o qual, em 2005, a cidade teria
ao ambiente. Houve acordos internacionais a respei- lançado aos ares 11,3 milhões de gases-estufa. E no-
to, como o de Montreal, assinado em 1987 e revisado vos dados estão por vir: está previsto para o final de
em 1992. Os signatários se comprometiam a deixar de 2013 o inventário referente às emissões de 2012. [...]
produzir a maioria desses gases, os principais respon- Um parêntese: quando inventários falam em ‘emissões
sáveis – mas não únicos – pela destruição da camada de carbonos’, eles referem-se ao conceito de carbono
de ozônio, até o ano de 1995. equivalente”, pois não consideram apenas o CO2, e sim
a soma dos seis principais gases de emissão antrópica
Inversão térmica: Normalmente, a luz solar é absor- que supostamente agravam o aquecimento global: di-
vida pela superfície terrestre e irradiada na forma de óxido de carbono, metano... [...]“
radiação infravermelha (calor), o que provoca o aqueci- (Ciência Hoje, p. 43, ago. 2013)
mento do ar superficial. O ar atmosférico das camadas
superiores é mais frio e, portanto, mais denso do que O CO2, como o gás metano, são considerados gases de
o ar das camadas inferiores, próximas da superfície. efeito estufa na atmosfera. E, por essa razão, são rela-
Então, em condições normais, o ar frio (das camadas cionados ao aquecimento global. Marque a opção que
superiores) desce e o ar quente (das camadas inferio- justifica corretamente essa relação.
res) sobe, acarretando um contínuo fluxo de ar entre a) A grande quantidade de CO2 e de metano na at-
as altas e as baixas camadas da atmosfera. Entretanto, mosfera protege o planeta da exposição à radia-
principalmente no inverno, pode ocorrer um fenôme- ção ultravioleta. Dessa forma, o planeta se man-
80
MÓDULO II
BIOLOGIA
81
MÓDULO II
BIOLOGIA
global.”
(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/10/apos-degelo-no-articoantartica-bate-recorde-de-congelamento-diz-instituto.html. Adaptado)
aumento do risco de câncer.
Assinale:
A hipótese científica atualmente mais verossímil, em a) se somente as afirmações II e III estiverem corretas.
relação às mudanças climáticas nas quais se constatam b) se somente as afirmações I e II estiverem corretas.
a aceleração do degelo no Ártico e o maior congela- c) se somente a afirmação III estiver correta.
mento na Antártica, está fundamentada: d) se somente a afirmação II estiver correta.
a) na liberação de gases poluentes, por meio da com- e) se somente as afirmações I e III estiverem corretas.
bustão, intensificada a partir da revolução industrial.
b) no fato de o planeta ser capaz de compensar isolada- QUESTÃO 09 (CEFET-MG) - O escoamento superficial
mente as alterações climáticas em diferentes regiões. é o segmento do ciclo hidrológico que estuda o deslo-
c) no efeito sazonal de grande amplitude, recorren- camento de água sobre a Terra, analisando seu apro-
te a cada ano, nos invernos e verões polares. veitamento e os impactos causados por sua constante
d) nos eventos geológicos de grande magnitude, tais movimentação. As inundações, frequentes em muitas
como terremotos e tsunamis, ocorridos recentemente. cidades, são consequências do desequilíbrio nesse ci-
e) na poluição das águas continentais e oceânicas clo.
em função de desastres ambientais. Disponível em <http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~carloseduardo/1Escoamento% 20Super-
ficial.pdf> Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
QUESTÃO 07 (UEPB) - Em 2012, estamos comemoran- O fator que NÃO causa esse desequilíbrio é a(o):
do o centenário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Festas a) assoreamento dos cursos d’água.
juninas em todo o Brasil estiveram prestando homena- b) aumento dos processos de erosão.
gens a este ícone da cultura brasileira, e em Campina c) emissão de poluentes na atmosfera.
Grande, cidade do maior São João do Mundo, não po- d) acúmulo de lixo nas galerias pluviais.
deria ser diferente. Um vestibulando, ao visitar a festa e) impermeabilização na bacia de drenagem.
no Parque do Povo, ouviu a música “Xote ecológico”, e
começou a associar as palavras do Rei do Baião, escri- QUESTÃO 10 (ENEM) - Química Verde pode ser defini-
tas na década de 80, com a atual crise ecológica. da como a criação, o desenvolvimento e a aplicação de
Xote ecológico produtos e processos químicos para reduzir ou elimi-
(Aguinaldo Batista e Luiz Gonzaga/Luiz Gonzaga)
nar o uso e a geração de substâncias nocivas à saúde
humana e ao ambiente. Sabe-se que algumas fontes
Não posso respirar, não posso mais nadar
energéticas desenvolvidas pelo homem exercem, ou
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
têm potencial para exercer, em algum nível, impactos
Se planta não nasce se nascer não dá
ambientais negativos.
Até pinga da boa é difícil de encontrar CORRÊA, A. G.; ZUIN, V. G. (Orgs.). Química Verde: fundamentos e aplicações. São Carlos: EdUFSCar, 2009.
I. É um dos responsáveis pela ocorrência de chuva ácida. Nos gráficos, o eixo Y corresponde a um dentre vários
II. A presença dele em qualquer nível da atmosfera é fatores que se alteram durante o processo de eutrofiza-
responsável pelo bloqueio de raios ultravioleta. ção, e o eixo X o tempo decorrido no processo.
III. Grandes quantidades desse gás nas camadas
mais baixas da atmosfera são responsáveis pelo
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João Milton Cunha de Miranda
Presidente
EDIÇÕES INESP
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