Vous êtes sur la page 1sur 22

Índice

Introduçäo …..............................................................................................................1

Um breve panorama teórico dos estudos sobre os movimentos sociais …................2

Movimentos sociais e instituições políticas …...........................................................4

NMS E DESC …........................................................................................................6

NMS e uso da tecnología como meio de mobilizaçäo ...............................................8

Os movimentos sociais em áfrica ..............................................................................9


Movimentos socias e politica na Guiné Bissau .......................................................11
MCCI (Movimento de cidadaos concientes e inconformados) ….......................................13
Discursos – Redes sociais – Descontamento social …........................................................15
Conclusões …......................................................................................................................17

Bibliografia …......................................................................................................................20
RESUMO
O artigo tem como objectivo ilustrar os conceitos e as caracteristicas dos novos
movimentos sociais (NMS) e os papeis que jogam no campo politico e social,
principalmente na defesa dos direitos económicos, sociais e culturais (DESC). Por outro
lado descrever o surgimento dos movimentos sociais na africa e dos novos movimentos
sociais na Guiné Bissau, e por fim analisar actuação do Movimento dos cidadãos
concientes e inconformados (MCCI) e o modo que usam as redes sociais para
comunicação e consequente resultados que estão produnzido. Enfim, o foco está nas
dificuldades dos NMS na suas linhas directivas, perda do fio condutor, politização e as
suas interrações com o Estado e a politica.

Palavras chaves: NMS, Democracia, DESC, Politica, Guiné Bissau e MCCI

RESUME

The article aims to illustrate the concepts and characteristics of the new social
movements (NMS) and the roles they play in the political and social field, mainly in the
defense of economic, social and cultural rights (DESC). On the other hand, to describe
the emergence of social movements in Africa and new social movements in Guinea
Bissau, and finally to analyze the actions of the Movement of the conscious and non-
conformed citizens (MCCI) and the way they use social networks for communication
and consequent results that are produced. Finally, the focus is on the difficulties of the
NMS in their guidelines, loss of the thread, politicization and their interactions with the
state and politics.

Keys words: NMS, Democracy, DESC, Politic, Guinea Bissau and MCCI

0
INTRODUÇÄO

Na realidade histórica, os movimentos sempre existiram, e continuarão os seus


percursos no presente e no futuro, porque representam forças sociais organizadas, que
juntam as pessoas num campo de atividades e de ação social, geradoras de mudança
social, agenda politica e inovações socioculturais, segundo (GONH, 2011, pp 336)
Os movimentos sociais são um resultado das políticas de contestação e constituem o
pilar do qual dependem as oportunidades para as grandes mudanças políticas e sociais.
As políticas de contestação emergem como resposta a alterações nas oportunidades e
nas restrições políticas, com os participantes a responderem a uma grande variedade de
incentivos: materiais e ideológicos, partidários e assentes num grupo, de longo prazo e
episódicos. Aproveitando estas oportunidades e utilizando repertórios de ação
conhecidos, as pessoas com recursos limitados podem agir através da contestação
mesmo que o façam apenas esporadicamente. Quando as suas acções se baseiam em
redes sociais densas e em estruturas de ligação, e quando convergem em torno de
contextos culturais consensuais e orientados para a acção, conseguem suportar essas
ações em conflito com adversários poderosos. Quando a contestação se espalha por uma
sociedade, como por vezes acontece, se assiste a um ciclo de contestação; e quando esse
ciclo se organiza em torno de soberanias múltiplas ou opostas o resultado é a revolução,
afirma Tarrow (1997).

Nesse ámbito se pode considerar os movimentos sociais como desáfios


colectivos à autoridade (governamental ou não governamental que põe em causa o bem
star social), entretanto são o produto de sociedades em mudanças, facilitados pelos
fenómenos que as mudanças sociais causam, por exemplo a má governação, usurpação
de poder, etc. Na maioria dos casos necessitam de acontecimentos catalíticos para se
iniciarem, também as vezes se reflectem alegadamente os padrões criminalizados de
comportamento, reflexo da anomia que contribui para a sua formação e a hostilidade
provenientes dos efeitos das manifestações colectivas de desequilíbrio social.

1
UM BREVE PANORAMA TEÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE OS MOVIMENTOS
SOCIAIS

Os movimentos sociais tiveram historias antigas, porque nas todas as eras da


história existe as lutas de classes, embora se veio a formalizar depois do surgimento das
maquinas atraves da revoluçao industrial, na qual os proletaridos se organizaram em
grupos para exigir os seus direitos, actualmente se fala de novos movimentos sociais já
com os objectivos de luta diferente com os movimentos sociais do Sec. XIX.

Ao longo da história, Castells (2012) destaca os movimentos sociais como


produtores de valores e objetivos em torno dos quais ocorrem transformações em
instituições que passam por modificações para representar esses valores a partir da
criação de novas normas de convívio social. O exercício de um contrapoder por parte
desses movimentos se dá pela sua autoconstrução através da comunicação autônoma,
que não se submete ao poder das instituições.

As analises de teorías sociais remotaram desde o seculo XIX, e tiveram origem


na sociología clássica de Karl Mark e Friedrich Engels, Antonio Gramsci entre outros.
Segundo abordagem estruturalista, Bodart (2017) os movimentos sociais sofreram três
mudanças históricas de acordo a mudança social:
• Primeiro - o movimiento surge como resultado de determinado contexto
industrial ou económico que possui impacto nas formas de divisäo do trabalho e
organizaçäo dos operarios;
• Segundo - no ámbito dos procesos associativos está ancorada na categoría clase
(em si, e para ai);
• Terceiro - a liderança desenvolvida por um tipo de vanguarda política composta
por intelectuais organicos que säo responsaveis pelo direcionamento e
construçäo ideologica da mobilizaçäo.

A Teoria das Massas, desenvolvida entre aos anos de 1940 e 1960, compreendia
os movimentos sociais como patologias sociais, desajustamentos causados pelas
disfunções da modernidade. Assim, os movimentos sociais são entendidos como
movimentos desviantes e irracionais compostos por indivíduos marginalizados. Teoria
de massa estava mais preocupada com o totalitarismo, como os movimentos näo
democráticos, com alianaçäo das massas, a perda de controle e de influencia das elites
culturais. E com desemparo das das massas para encontrar tipos substanciais de
racionalidade á elaboração política (Gohn, 2007, p.36).

Diversos estudos foram desenvolvidos a partir dos anos de 1960 rompendo o


que tinha producido até entao, uma vez que as acçoes colectivas e as novas realidades
näo cabiam bem em nenhum dos dois sitemas teóricos do sec. XX, o marxismo e o
funcionalismo (Alonso, 2009, p. 51). Nesse ámbito se vê a necessidade de (re)pensar a
ação coletiva, entretanto nasceu a teoría dos novos movimentos Sociais (NMS). De
acordo com cristiano Bodart os moviemnetos sociais säo abordados como grupos de
interresses, vistos como organizaçöes e analisados sob óptica da burocracia de uma
instituiçäo, entretanto as novas contestações (novos movimentos sociais) não visam
criar um novo tipo de sociedade, mas mudar a vida, defender os direitos do homem,

2
assim como o direito à vida para os que estão ameaçados pela fome e pelo extermínio, e
também o direito à livre expressão ou à livre escolha de um estilo e de uma história de
vida pessoais.

De mesmo jeito a Gohn (2011), afirma que hoje em dia, as ações de


movimmentos socias são pela sustentabilidade, e não apenas auto-desenvolvimento, eles
lutam contra a exclusão, por novas culturas políticas de inclusão, pelo reconhecimento
da diversidade cultural, a construção da própria identidade, igualidade, fraternidade,
solidariedade, liberdade e a justiça social, etc. Eles tentam a tematizar e redefinir a
esfera pública, realizando parcerias com outras entidades da sociedade civil e política,
tentam ter grande poder de controle social e construir os modelos de inovações sociais.
E para alcançar tais objetivos a midia joga um papel catalizador na mobilizaçäo e
desmobilizaçäo dos movimentos sociais bem como a legitimaçäo e deslegitimaçäo das
suas demandas.

Scherer-Warren (1993, p. 53) identifica no projeto dos novos movimentos


sociais (NMS) um potencial transformador, no sentido de modificar a sociedade não
apenas a partir do aparelho do Estado, mas também no nível das ações concretas da
sociedade civil. “Os NMS, atuando mais diretamente no seio da sociedade civil,
representam a possibilidade de fortalecimento desta em relação ao aparelho do Estado e
perante a forma tradicional do agir político por meio de partidos”.

Tem-se observado que cada vez mais os movimentos sociais vêm atuando em
parceria como Estado e com os partidos políticos configurando novos arranjos que
afetam a forma de atuação dos movimentos sociais, o que nos abre uma agenda de
pesquisa ainda pouco explorada. Um caminho que julgamos frutífero para pensar esses
arranjos está em superar às limitações contidas na visão de que os movimentos sociais
são sempre outsider em relação a política institucional. De acordo com Banaszak
(2005) para pensar os movimentos sociais de dois polos: um que representa a exclusão
completa dos movimentos sociais em relação ao Estado e outro que representa a sua
inclusão completa, ja diferente com o padrão único de compreensão dos movimentos
sociais como outsider em relação a política institucional que predominou nos anos de
1970 e 1980. Porque actualmente os NMS as vezes formam parte de parceiros de Estado
na resolução de alguns problemas e jogam a outra parte de moeda atraves das
contestações quando sao violados alguns direitos ou para defender uma causa.

Existe uma relação entre NMS e antigos movimentos sociais, de acordo com
(Minguijón e Pac Salas, 2013, p. 366), a irrupção dos novos movimentos sociais na
segunda metade do século passado permitiu lançar alguma luz sobre essa tensão
histórica. Os novos movimentos sociais valorizam características peculiares e distintivas
em relação aos antigos movimentos sociais:
• Eles desconfiam da centralização e da delegação de autoridade a alguns líderes;
• Eles resistem ao controle e buscam autonomia; portanto, não é tanto sobre o
acesso ao poder do Estado, mas sobre a busca de espaços de autonomia antes
dele;
• Eles propõem uma dimensão expressiva e não muito materialista em termos dos
objetivos a serem alcançados.

3
Nesse sentido, abordam questões específicas (feminismo, ambientalismo, estado de
direito etc.) e não propõem estratégias para a transformação global da sociedade.

Maturação e consolidação dos novos movimentos sociais coincide, com o


surgimento de propostas de toda Democracia Deliberativa e extensão da participação do
cidadão (Fishking, 1991). Embora os NMS (novos movimentos sociais) não buscam a
conquista do poder, embora buscam mecanismos que possam influenciá-lo, intervindo
no processo de tomada de decisão política, isso devido as grandes falhas de respostas
provocadas pelas crises da democracia representativa. Estes movimentos (em qualquer
direção) são apresentados como defensores dos valores novos e antigos que atraem uma
quantidade significativa de população e, portanto, o direito atribuído à influência na
formação da arquitectura institucional que representa o Estado, argumentando que
contribuir para este processo um romance de perspectivas (ambientalismo, o feminismo,
o nacionalismo, o multiculturalismo, etc.) que a estrutura institucional apático e
tendenciosa é incapaz de ter em conta, ou um perspectivas tradicionais (liberdade
individual, religião, família, etc.) que estão sendo violados.

MOVIMENTOS SOCIAIS E INSTITUIÇÕES POLÍTICAS


A partir de um ponto de vista antropológico, a política é formada pelas
instituições (mais ou menos complexas ou desenvolvidos) social que garantem certa
ordem social, ou seja, permitindo impor alguma regularidade e continuidade nas
relações entre os seres humanos (Bergua, 2009, pp. 32-35). Garantir que fim em si pode
ser algo que reside em toda a comunidade (nas sociedades primitivas) ou pode alcançar
autonomia e administrado por uma esfera distinto (líder, rei, Estado). (Minguijón,
Jaime, Pac Salas, 2013, pp.363).

Também é importante diferenciar a instituição social da política e das outras


instituições sociais que também fornecem regularidades de comportamento nas
comunidades, razão pela qual estão relacionadas a ela. Existe uma diferença entre a
politca com as outras instituições sociais que contribuem para regularidades
comportamentais nas sociedades (dentro de comunidades), porque a política implica
uma preocupação com o mundo (geral), não com o ser humano em particular
(específico). Como o ser humano não é autárquico, mas depende dos outros para sua
existência (individual e coletiva), a existência de cada um está envolvida em todos (a
preocupaçao das outras instituiçoes sociais). Nesse âmbito, mesmo com a extensão da
democracia e a integração dos movimentos dos trabalhadores em suas instituições, a
tensão histórica entre liberdade e poder ainda está presente, uma vez que o debate sobre
o grau de liberdade que eles deixam para o público é sempre reduzido em comparaçao
com essas instituições e, também o grau de influência que o indivíduo tem efetivamente
na tomada de decisão dentro dessas instituições é consideravelmente muito fraco.

As interações entre movimentos sociais e instituições políticas têm recebido


pouca atenção tanto da teoria do processo político como da teoria dos novos
movimentos sociais (NMS), já que pressupõem uma separação rígida entre a sociedade
civil e o Estado, o que prejudica a análise de suas formas de interdependência e
influência recíproca como mostram (Tarrow, 1997; McAdam, Tarrow e Tilly, 2001;
Melucci, 1996). embora na realidade se torna dificil compreender a diversidade das
interações dos movimentos sociais com governos, agências estatais, partidos políticos

4
ou outros atores políticos e institucionais, assim como sobre a natureza dessas inter-
relações e suas implicações para a ação coletiva dos movimentos sociais, porque muitas
das vezes alguns NMS como mostra Bodart (2017), jogam o papel comercial “custos e
beneficios”.

Conforme destacam Abers e Von Bülow (2011), o pressuposto analítico da


separação entre sociedade civil e Estado inibe de explorar a diversidade de conexões
entre os movimentos e o sistema político, mantendo invisíveis certos tipos de relação
entre atores coletivos e o Estado. E de acordo com (Tarrow, 1997; Gamson, 1990), a
acepção de movimento social como protesto público e participação outsider ou não
institucionalizada restringe a compreensão do movimento em sua interação com a
institucionalidade política, na medida em que impõe duas implicações:
• Dificulta o reconhecimento das interações mutuamente constitutivas entre o
movimento e o sistema político e o da combinação circunstancial entre
modalidades de ação outsider e insider ou institucionalizada e
• Interpreta o engajamento em instituições políticas como decorrente de um
processo de institucionalização do movimento que afeta, exclusiva e
homogeneamente, a estrutura organizacional da ação coletiva.

Segundo (Tarrow, 1997; Meyer e Tarrow, 1998; McAdam, Tarrow e Tilly, 2001), a
institucionalização dos novos movimentos sociais produz efeitos de complexificação em
sua estrutura organizacional, expressos pela rotinização, burocratização e
profissionalização da ação coletiva, essa complexificação sempre têm como
consequências frequentes mudanças dos objetivos de fundação, a desmobilização dos
militantes, a cooptação dos ativistas e sua transformação em grupos de interesse ou
partidos políticos. Porque os atores sociais institucionalizados têm acesso ao sistema
político, são cooptados, mudam suas reivindicações e perdem sua autonomia, como o
que aconteceu com a maioria dos membros de MCCI na Guiné Bissau, que acabaram
por serem cooptados pelo PAIGC, ao passo que de acordo com muitos autores, são
oprimidos e marginalizados aqueles que evitam os compromissos da política institu-
cional ou uso poliico.

Os NMS durante a evolução podem desenvolver a habilidade de combinar


padrões de interação sociedade-Estado complementares e híbridos, como a cooperação e
a contestação. Essas configurações e o seu deslocamento temporal não significam,
necessariamente, a persistência dos mesmos elementos representativos dos padrões de
ação coletiva de um contexto específico, mas a permanente reelaboração e
ressignificação contextualizada. Desse modo, a relação entre movimentos sociais e
Estado é complexa e multifacetada (Doowon, 2006), as reconfigurações na ação
coletiva ao longo do tempo são heterogêneas e multidimensionadas, as interações
sociedade-Estado são variadas e podem combinar elementos aparentemente
contraditórios, como cooperação, contestação e autonomia.

Nesse sentido, não surpreende que os estudos recentes sobre participação cidadã
que investigaram essa abordagem dual participativa (denominada política e social) e que
os autores chamam de sociopolítica, chegam à conclusão de que para os cidadãos os
partidos, os sindicatos e os novos movimentos sociais (mesmo os meios de
comunicação) pertencem à mesma realidade, culpando as mesmas fraquezas e

5
preconceitos líderes uns dos outros (Minguijón, 2009). De fato, esse distanciamento dos
novos movimentos sociais da massa social (ou parte dela) que afirmam representar, é
revelado por seus próprios líderes, que acham muito difícil encontrar um compromisso
sério, determinado e estável com eles parte da cidadania. Como Bergua chamou a
atencäo, afirmando que as abordagens para o fato político da sociologia fornecem uma
abordagem claramente distinta para outras ciências sociais (Bergua, 2009). e afirma que
a primeira tarefa é estabelecer o que é significativo em uma abordagem sociológica para
análise da relação entre cidadãos e política, como um passo preliminar para tentar
entender quais são as bases sociais por trás dos movimentos socais.

NMS E DESC

Existe uma relaçao de surgimento dos novos movimentos sociais com os direitos
econômicos, sociais e culturais, porque com a crise das democracias representativas
acompanhadas das inumeras violações dos DESC, fez surgir os NMS em muitos paises,
principalmente aqueles com ausência do Estado de direito e de bem-estar-social.
Entretanto com a evolução do tempo e com surgimento de novos movimentos sociais, a
defesa dos DESC (direitos econômicos, sociais e culturais) tornou-se algo popular em
varias sociedades, e vice-versa, as violaçoes dos DESC levou consequentemente o
surgimento de varios NMS, onde esses ultimos lutam em defesa ou para se fazer
respeitar esses direitos. Os movimentos com tais objetivos são mais visíveis nos países
democraticos e esclarecidos (com um índice alto de alfabetização), embora actualmente
se verifica nos países com outras caracteristicas diferentes com as supracitadas, mas se
baseiam mais na defesa dos direitos democraticos.

Os direitos humanos eram concebidos como direitos negativos, isto é, como


direitos que geravam meras obrigações negativas ou não, suscetíveis de garantia através
de instrumentos legislativos de tipo geral e medidas coercivas judiciais ou pseudo-
judiciais. Diante dessas abordagens, o desenvolvimento dos direitos humanos
determinou o reconhecimento de um capítulo cada vez mais amplo de direitos positivos,
ou seja, direitos que exigem a ação positiva das autoridades públicas para sua efetivação
efetiva. Em outras palavras, como Verdross (1969, p. 506, 431) apontou em resposta ao
conteúdo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, juntamente com os direitos
relacionados à liberdade, que apontam para um não aspecto do Estados, encontramos
outros direitos que implicam um facere dos estados, e esse ramo em direitos processuais
e políticos, por um lado, e direitos sociais, por outro.

Atualmente, o desenvolvimento de direitos acentuou ainda mais a relevância dos


direitos positivos, pelo menos no que diz respeito ao seu crescente reconhecimento em
termos quantitativos e qualitativos. Em geral, o reconhecimento de uma função
promocional na realização de direitos, incluindo direitos civis e políticos, os estados são
forçados a intervir ativamente para tornar ambos eficazes.

Segundo Feitosa (2009), falar de DESC (direitos econômicos, sociais e


culturais) é falar de Direitos Humanos. Trata-se de uma categoria emergente desde fins
do século XX, que necessita de realização e efetivação, como forma de garantir

6
dignidade humana e paz social. Se pode identificar, historicamente, três gerações de
direitos:
• Direitos civis e políticos (do século XVIII ao XIX) - funda-se nas estruturas
conceituais e teóricas do iluminismo e do racionalismo, num mundo de
centralidade marcadamente européia, que se organiza em torno da ascensão do
projeto político e econômico de uma classe social;
• Direitos econômicos e sociais (do século XIX ao XX) - marca a consciência dos
trabalhadores de que, para adquirem direitos, precisam se organizar e lutar. É o
início da luta pelos direitos humanos sociais, direito ao trabalho e a uma vida
digna.
• Direitos coletivos e direitos difusos (século XX e XXI) - as mudanças ocorridas
na economia de mercado, diante do avanço dos processos globalizadores,
somadas à crise do Estado de Bem-Estar, provocaram o surgimento da chamada
“terceira geração” de direitos, cujos titulares, diferentemente das etapas
anteriores, já não são os indivíduos, mas grupos humanos ou categorias de
pessoas, entre eles os direitos da família, dos consumidores; da etnia; da nação,
ao desenvolvimento social e econômico etc.

E se pode ver que atualmente se está vivendo uma quarta geração de direitos,
por causa do advento das tecnologias relacionadas à informação e à biotecnologia e com
as novas realidades decorrentes dos riscos de dimensão global, como o efeito estufa, as
novas epidemias e o terrorismo. Por exemplo já existe leis sobre Cyberbulling, poteção
de dados, etc...

Segundo Glitz, (2013) os Pactos Internacionais de Direitos Humanos nascem em


um contexto de afirmação da necessidade de os Estados promoverem medidas de defesa
dos Direitos humanos. Trata-se, contudo, como se sabe, de dever imposto não apenas ao
Estado, mas, igualmente, ao particular. Nesse ambito nasceu o Pacto Internacional sobre
os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) do Homem, embora esse mesmo
pacto prevê a possibilidade de sua limitação pela legislação interna do país signatário,
na medida em que isso não seja incompatível com a natureza desse direito e sempre
com o intuito de promover bem-estar geral. Concluído e assinado em Nova Iorque, em
dezembro de 1966, mas entrou em vigor tão somente em janeiro de 1976, até o
momento o pacto foi ratifcado por 160 países.

Como mostra Añón (2010), os discursos sobre a efetividade dos direitos sociais
há muito já passaram da mera referência ao seu reconhecimento em textos jurídicos
nacionais ou internacionais e à análise - também formal - das instituições e dos
procedimentos previstos para seus direitos, garantia ou supervisão, as teses tradicionais
foram revistas e teoricamente foram aprofundadas tanto em torno da estrutura da
obrigação como da abordagem das violações dos direitos sociais, bem como do ponto
de vista da práxis e da supervisão das obrigações dos os Estados cada vez mais eficazes
de aplicabilidade judicial e identificação de violações desses direitos, embora maioria
dos paises em desenvolvimento não conseguem assegurar a apilcabildade desses
direitos, porque, a dimensão econômica é vista como um fator relevante para a
viabilidade dos DESC, entretanto com o nivel da pobreza que apresentam e OGE
(orçamento geral de Estado) dependente das ajudas externas, torna dificil a efectividade
de PIDESC, mesmo com as manifestações e exigências dos NMS que as vezes

7
culminam com usa da força policial, apreensão para pôr fim as manisfestações, maioria
das vezes vistos pelo o Estado como a pertubação da ordem social.

De acordo com Manuel Calvo (1994, p. 260), deve-se enfatizar que, nas últimas
décadas, houve avanços consideráveis no progresso dos orçamentos destinados a
alcançar a máxima eficácia dos DESC. Embora até preciso momento muitos Estados
assim como NMS estão buscando respostas para as questões que são particularmente
relevantes para garantir a efetividade dos DESC, entretanto os NMS estão sempre
lutando para a reafirmação da linguagem dos direitos, na luta contra o seu retrocesso; a
demanda para continuar avançando na "constitucionalização" do DESC; o compromisso
de dar voz aqueles que não originam crises, problemas sociais ou politicos, mas sofrem
seus efeitos desproporcionalmente; e, finalmente, a necessidade de reinventar a
relevância dos movimentos sociais e da sociedade civil na efetiva implementação dos
DESC.

Certamente, que os NMS insistem na justiciabilidade e respeito aos DESC,


dimensão política e/ou a democratização, mas para enfatizar o caráter desses direitos, a
sua eficácia legal pode distorcer alguns dos seus elementos estruturais que a compressão
é essencial para garantir o controle e também para possibilitar a sua plena eficácia como
emancipatorios direitos, afirma D'Elia, (2008). Porque esses direitos em muitos casos
exigem a sua efetiva realização, a ação positiva dos poderes públicos, nesse âmbito
requer a mobilização de material substâncial, recursos humanos e organizá-los em um
processo extremamente complexo que envolve medidas legislativas, económicas,
políticas públicas e sociais, planos e programas de ação, organização de serviços básicos
e infra-estrutura como condição prévia para a realização efetiva dos objetivos de
proteção de material e bem-estar do indivíduos e grupos.

NMS E USO DA TECNOLOGÍA COMO MEIO DE MOBILIZAÇÄO


Vive-se, cada vez mais, em um ambiente marcado pela presença da tecnologia e
da conexão e, com base na perspectiva tecnopolítica de Toret (2012) uma articulação
entre o uso estratégico das tecnologias de comunicação para a ação e organização
coletiva, o desenvolvimento da tecnologia e suas apropriações nos processos
comunicacionais definem uma reconfiguração que põe em xeque certezas sobre a
circulação de informações até o fim dos anos 90. Até mesmo o futuro do espaço
democrático é questionado por Antoun (2004), diante do desenvolvimento de
comunidades decorrentes de novas tecnologias e das organizações em rede que elas
potencializam, de modo que a ordem social estaria abandonando as instituições e se
constituindo em um território deslizante de movimentos impulsionados através do uso
de dispositivos móveis de comunicação. Um exemplo concreto é os NMS que lutam ou
agem para afirmação da Democracia ou outros aspectos do genero, deixaram de ser
representados por um partido ou um sindicato que se arrogaria o direito de ser a
consciência deles. Pessoas pertencentes aos NMS maioritariamente se auto-definem e
deixam de lado o orgão representativo, e focam só em ação, como destaca o Foucault
(1979, p. 71), que as massas já não precisam dos intelectuais ou representantes para
saber o que devem fazer, já que, segundo o autor, “elas sabem perfeitamente,
claramente, muito melhor do que eles (intelectuais); e elas o dizem muito bem”.

8
Para ganharem mais força nas reconfigurações, recorrem o uso e apropriação das
tecnologías digitais em sua organização e dinâmicas comunicacionais, desse modo se
fortalecem os coletivos que utilizam essas tecnologías na cobertura dos seus atos de
revindicações. As relações em rede favoreceram a constituição de um sistema de poder
que no âmbito da comunicação já não mais se concentra apenas nos grandes veículos,
entretanto conseguem o espalhamento e conquistam força suficiente para coexistir com
grandes grupos de mídia. A partir dessa apropriação tecnológica, os NMS fortalecem
posibilidades de articulação e estratégias de visibilidade, como explica Gohn (2010).

De acordo com a autora, a mobilização pelas redes reflete uma cultura de


organização coletiva que se caracteriza por princípios de horizontalidade, engajamento
cívico, social e político, e que se fortalece além das redes em diversos países, sob
diferentes formas de manifestações. A atual configuração desses movimentos extrapola
os meios tradicionais não só de organização das mobilizações, mas também de
comunicação e, ao mesmo tempo, sobre as formas como os movimentos se reportam à
sociedade. O exercício de um contrapoder por parte desses movimentos se dá pela sua
autoconstrução através da comunicação autônoma, que não se submete ao poder das
instituições, afirma Castells (2012).

E de acordo com o o mesmo autor, com os choques de interesses que movem a


mídia, os partidos políticos e os manifestantes, muitos destes desvinculados de qualquer
partido político, há um conflito de posicionamentos que, se antes não tinha visibilidade
nos meios tradicionais, hoje se espalha pelas redes sociais, sob múltiplos formatos, com
cada vez mais velocidade e representatividade, questionando a mídia de massa através
da produção independente de conteúdo e embaralhando ainda mais o cenário opinativo e
interpretativo sobre o que se passa.

Jenkins; Ford; Green (2013), acreditam que os NMS recorrem essas vias porque,
hoje se fala muito mais em políticas com base na participação, o que reflete um mundo
onde o poder dos meios, cada vez mais, repousa nas mãos dos membros das audiências,
ainda que, destacam, os meios de massa continuem detendo voz privilegiada no fluxo
informacional, e mostram que o espalhamento é uma evolução, os invés de uma
revolução, devido a grupos e pessoas motivados a produzir e fazer circular conteúdos,
além de utilizarem inovações tecnológicas em suas práticas. Essa motivação é clara no
que concerne às rotinas organizacionais e comunicacionais de movimentos sociais e
coletivos midiáticos atuantes nas redes nos últimos anos.

OS MOVIMENTOS SOCIAIS EM ÁFRICA


Por além dos movimentos da libertação nacional em diferente países africano, as
sociedades africanas apresentam uma particularidade, por causa dos seus aspectos
culturais e politico-tradicional, para alem de serem sociedades consensuadas, faceis de
criar ou de agirem através das accoes colectivas ou movimentos politico-sociais, os
movimentos sociais tiveram inicio no despertar da consciencia africana à luta contra a
opressao colonial, entretanto fez as sociedades africanas terem uma lógica própria e
especial, ditada por um contexto tão radicalmente diferente das outras realidades e
afastando a possibilidade da compraçao global.

9
Segundo Remo Mutzenberg, (2015) pode-se considerar, inicialmente, que as
análises voltadas para as ações coletivas e os movimentos sociais começam a ser
introduzidas, fundamentalmente, a partir da década de 1990. Conforme exame
bibliográfico elaborado por (Mamdani, Mkamdawire e Wamba-Dia-Wamba,1992), no
período das lutas pela independência e no pós-independência, a questão central que
orientou o debate e a pesquisa girou em torno da construção nacional, centrada no
Estado, este concebido como sujeito do desenvolvimento. Foram raros os estudos sobre
movimentos sociais; estes estavam restritos a determinadas categorias sociais, em
particular à classe operária. Os autores consideram que isso levou a uma compreensão
muito parcial não só sobre movimentos sociais, mas também sobre a sociedade civil
como um todo (Mamdani, Mkamdawire & Wamba-Dia-Wamba, 1992).

De acordo com esses autores, considerava-se que estas reivindicações sociais


minavam as novas estruturas estatais ainda precárias, que eram, por conseguinte,
disfuncionais, outra consequência, apontada pelos autores, foi a atribuição da crise dos
anos 1980 às classes dirigentes que não conseguiram fazer reinar a ordem na sociedade
civil, nem sequer entender-se entre si. Em outros termos, a crise teria resultado da
incapacidade do Estado de criar as condições para uma decolagem efetiva, em
decorrência da má gestão e da corrupção endêmica dos funcionários, sufocando a
iniciativa privada.

A pesar da crítica ao dualismo, entre tradicional e moderno, ao elegerem como


foco as relações de dominação, base para a tese do subdesenvolvimento, mantiveram
um dualismo ao centrar suas análises na relação centro - periferia. Atribuem, assim, um
papel ativo ao centro e um papel passivo à periferia, obscurecendo fatores históricos de
resistências e as relações internas. Como afirmam os autores, quando lhes acontecia
serem de facto confrontados com movimentos de massa não proletários, pura e
simplesmente não os tomavam em conta (Mamdani, Mkamdawire & Wamba-Dia-
Wamba, 1992, p. 78).

O tema das mobilizações sociais em África, salvo melhor avaliação, foi


retomado na última década, seguindo uma tendência mais geral, apontada
anteriormente, em que se acentua uma descentralização conceitual e das temáticas e
aquilo que se poderia considerar como setorização das mobilizações, tendência esta
surpreendida nos últimos anos com as manifestações e protestos de massa, colocando
em evidência o papel das novas mídias. E mostra que a retomada dos estudos de caso
sobre movimentos sociais em África, de modo similar ao que vem ocorrendo em outras
partes do mundo, centra o interesse sobre a questão da democracia, a participação da
sociedade civil e a multiplicidade de formas, atores e demandas das manifestações
coletivas, particularmente na presença de ONGs locais e internacionais, Remo
Mutzenberg, (2015).

De acordo com o mesmo autor, se encontra a heterogeneidade das manifestações


em África, maioria delas centradas em políticas distributivas relacionadas aos serviços
básicos, à terra, ao trabalho, aos direitos das mulheres, aos refugiados, às minorias
sexuais, à oposição às organizações multilaterais e às corporações transnacionais. O
argumento é que as reivindicações fundamentais e os contextos seriam distintos
daqueles abordados pelas teorias dos movimentos sociais. E segundo (Habib & Opucu-

10
Mensah, 2009, p. 55) em África, as mobilizações seriam um produto e uma resposta a
um contexto concreto de privação, negação de direitos e de injustiças, cujas formas,
mecanismos e estratégias apresentam uma grande heterogeneidade.

Concernente a surgimento de movimentos sociais na Africa, se afirma que as


primeiras manisfestaçöes dos movimentos sociais em fabrica teve o seu inicio em
Senegal, ali apareceram os primeiros indicios de agitacäo politica, no quadro das quatro
Comunas quando uma oposicäo se manifestara contra Blaise Diagne, subsecretario de
Estado nas colonias e patrono da Exposicäo Colonial em Paris nos idos de 1931, a
manifestacäo foi feita nos anos 20, pelo movimento Jovem Senegal, animado por
Tiecoura Diop, segundo (Mazrui e Wondji, 2010). de acordo com os mesmos autores, a
oposicäo denunciou a exploracäo colonial da qual Blaise Diagne aparecia como um
agente.

Segundo os mesmos autores o aumento da resistencia economica africana e o


desenvolvimento das negociacoes coletivas marcaram este periodo. Os primeiros
sindicatos africanos se formaram no fim dos anos 30, após a promulgaçäo do decreto de
20 de marco de 1937 que instaurava os contratos coletivos de trabalho e a eleição de
delegados representantes dos trabalhadores. Este mesmo ano constitui um ponto de
inflexäo, em razäo das greves sindicais ocorridas na Africa Ocidental. Durante a
segunda metade do seculo XIX, a AOF e sobretudo o Senegal ja haviam utilizado esta
moderna arma do movimento operario mas, em 1937- 1938, as greves ganhariam uma
amplitude sem precedentes. O movimento sindical atingira seu apogeu com a greve dos
ferroviarios de Thies, em 1938, em que os diaristas da estrada de ferro Dakar-Niger
protestaram energicamente contra a situacao a eles imposta. O poder colonial convocou
o exercito e os mortos e feridos alcancaram, nas fileiras grevistas, respectivamente, 6 e
53 ativistas. Entretanto, a greve terminou com uma vitoria dos trabalhadores.

A atividade sindical se desenvolveu, principalmente, a margem dos partidos,


embora sob a egide do governo da Frente Popular. Ao longo de toda a história de
dominação europeia sempre houve diversas formas de resistência, porém na sociedade
contemporânea, esses movimentos assumem nova forma e função social.

MOVIMENTOS SOCIAS E POLITICA NA GUINÉ BISSAU

Como em qualquer país do mundo, os novos movimentos sociais estão ligados e


estão sempre buscando um espaço de afirmação e de participação na agenda politica do
pais, embora as vezes se torna dificil compreender o verdadeiro papel que jogam,
entretanto para fazer análise sobre os papeis dos NMS na guiné Bissau se torna um
pouco complexo por causa das ambiguidades que apresentam. Existe uma pouca nitidez
da separação ou compreenção de NMS (organizações de sociedade civil) e partidos
politcos, aliás as pessoas que emcabeçam ou iniciadores de movimentos não conseguem
jogar o papel isentivo, promotor e defensor dos direitos em causa e acabam por cair nos
erros comuns, que são a defesa do partido politico e as ataques destruitivas do lado
opositor, entretanto esquecem a defesa do bem maior.

Como mostra Teixeira, (2016) que a relação entre o Estado, organizações e


grupos da sociedade civil, pré-existentes à independência, são de virtude do monopólio

11
e do clientelismo no âmbito da intermediação partidária; e, finalmente, a relação a partir
da tentativa de articulação de redes de debates e sugestões no âmbito das organizações e
grupos da sociedade civil. O ponto central é o conflito interno, dando origem a um
conjunto de articulações que potencializam dinâmicas sociopolíticas de democratização
a partir da canalização de demandas. O cenário de clientelismo entre o Estado, a
sociedade civil e partidos politicos, assumiu a outra direção com o surgimento de novos
movimentos sociais (NMS) rompendo com o monopolio embora ainda se concentram
mais nos âmbitos politicos (defesa da democracia e do Estado de direito), alguns
servindo dos empresários politicos, onde exibem os seus produtos ou serviços para o
partido ou politico que quer a proteção, mais visibilidade ou criando uma imagem
enganosa para confundir a opinião pública ou obter mais simpatizantes. De acordo com
Varela e Lima (2014) estes coletivos buscam evidenciar o aparecimento de um “tipo
novo” de cenário que se abriu na relação entre a sociedade civil e os partidos políticos
estruturado a partir do que eles denominam de “mercenarismo juvenil”, utilizado como
instrumento de aquisição, de preservação e de exercício de poder.

De acordo com o paragráfo anterior e com Texeira, se pode concluir que a


posição da sociedade civil e NMS, leva o Estado muitas vezes a não considerar as
recomendações e os relatórios sobre os problemas concretos da sociedade, apresentados
por estes colectivos, pensando que são encomendados. Assim o Estado guineense
expressa sua natureza de relações instrumentais, em inúmeras formas com actores
sociais, resultado de um longo e doloroso processo normativo mal interpretado e
inacabado de liberalização política, afirma Barros, )2010). Por outro lado, com o
engavamento das propostas e relatorios levou o conformismo da sociedade civil em
função da própria ausência das instituições de Estado, embora só se veio a mostrar a
posição activa com o surgimento do MCCI (movimento de cidadãos concientes e
inconformados), um NMS que tem por objetivo defender o Estado do direito e
principios democraticos.

Embora o colectivo se vê com um sentimento de clientelismo, de exploração


eleitoral, da defesa de um partido politico, devido as suas estratégias políticas que
resulta do próprio processo vivido na experiencia organizativa desse movimento.
Mediante o aproveitamento político, as reações e as ações dos NMS (novos movimentos
sociais) na Guiné Bissau são diversas, desde a incitação ao ódio, disturbios sociais,
discursos de ódio, divisão etnica e religiosa. Ttambém que o modo influenciam a
opinião pública através dos meios comunicação social , principalmentes as redes
sociais, sem desconsiderar os problemas políticos e as diferênças a que já se fez sentir
na sociedade guineense, entretanto suscitou diferentes opiniões, onde algumas indicam
como a saida criminalização desses actos, nas quais um deputado de MADEM G-15
num debate na ANP (assambleia nacional popular), pediu o controle de monitoramento
dos discursos nas redes sociais ou abolição das mesmas. Por outro lado, a questão da
relação NMS - Politica se desloca do campo da participação para o campo da garantía
de direitos subjetivos, o que pode ser interpretado como um amplo desejo de redefinição
de uma nova cidadania por intermédio de projetos como pressuposto da representação e
avaliação da legitimidade do Estado, afirma Texeira (2016).

12
MCCI (Movimento de cidadaos concientes e inconformados)

Movimento de Cidadäos Concientes Inconformados sob sigla “MCCI”, surgiu


como qualquer novo movimento social, que se aparece nos momentos de crise ou
mediante um problema social provocado pelas mudanças ou algo semilar, entretanto
apresenta as carateristicas semelhantes, nas quais: manisfestaçöes públicas, marchas,
reinvindicaçöes, desobidiência, etc.

O MCCI apareceu ao publico nos momentos da crise política na Guiné Bissau,


nos finais de 2015 e inicios de 2016, quando o entäo presidente da república José Mario
Váz destituiu o Governo que saiu das ultimas eleições legislativas (o governo do
PAIGC), e que estava a ser liderado pelo Eng. Domingos Simöes Perreira, por alegada
corrupção, nepotismo, amiguismo e desvíos de fundos públicos, segundo motivos
envocados pelo entäo presidente da República. Nesse ámbito surgiu o MCCI como novo
movimiento social, para lutar contra inconstituicionalidade, segundo alegações do
movimiento “o governo foi eleito na urna e deve ser repeitada a vontade expressa nas
urnas e a sua destituição seria um atentado a democracia, pondo em causa a vontade
popular”.

Esse colectivo foi um dos primeiros movimentos desse tipo (NMS), para além
da Liga guineense dos direitos humanos depois da implementaçäo de multipartidarismo,
seguindo o exemplo dos movimentos para a libertaçäo nacional. O movimento tem uma
grande importância principalmente na elaboraçäo e nas mudanças das políticas públicas
e sociais ou para defesa de DESC (direitos económicos, sociais e culturais), mas isso
acontece quando o movimiento tem o espirito da defesa do bem-estar-social e que seja
apartidario no sentido colectivo, o facto que muitos cidadãos guineenses questionam do
MCCI. Porque os novos movimentos sociais säo movimentos que estäo directamente
ligados a resoluçäo dos problemas sociais e näo a reinvidicaçäo de posses materiais,
espera de contrapartidas ou defendendo interesse de uma pessoa ou um grupo que o
interesse näo se vê como um interesse social. No entanto eles näo se resumem a
reinvidicaçäo de direitos ou à demanda pela representaçäo de um grupo, mas sim como
agentes construtores de uma proposta de reorganizaçäo social para mudar um ou outro
aspeto de uma sociedade, em geral, declaram-se apartidários e laicos, evitando sua
utilizaçäo para fins politicos-partidários ou religiosos (Cezar, 2017).

Não se impede que os elementos dos novos movimentos sociais que tenham as
opçöes politicas ou de se afilharem num dado partido politico, e nem se pede a isençäo
dos assuntos politicos, mas não se deve usar o movimento como um suporte de um
partido politico, é por isso que se falou de apartidarismo coletivo, o movivemto deve ser
apartidário para ter uma posiçäo melhor relativamentes ao assuntos sociais, publicos e
governamentais.

Segundo varios análises e debates a volta do movimento dos inconformados,


muitos pensadores näo lhe consideram como um novo movimiento social, por causa dos
objetivos apresentados pelo o tal, e lhes acham de serem soperficiais que escondem o
esencial ou o principal. Segundo esses pensadores nada podía impedir que se confude
MCCI como um mero novo movimiento social, porque aparentemente o movimento é
composto das características semelhantes dele, e como o tal ganhou um protagonismo

13
nacional e internacional, onde se vê os seus membros como ativistas, mas segundo eles
o movimiento está a defesa de um partido político e agem a mando dele. E defendem
que o movimiento näo está para a defesa da democracia ou do Estado do direito como
alega, e nem lutar para o bem-estar-social, entretanto os pensadores também destacaram
outros grupos que estäo na mesma linha, nas quais: o grupo Estamos a Trabalhar,
Movimento reajustador, Doca Internacional, etc.

No decorrer de crise político, MCCI organizou varias manisfestações, comícios


e marchas revendicando a restituiçäo da orden constituicional, tornando o poder ao
partido vencedor das ultimas eleições legislativas (o PAIGC), nesse caso o Engenheiro
Domingos Simões Perreira na testa do governo, iniciaram com marchas pacíficas com
autorizaçäo de Ministério de interior, e depois houve uma limitaçäo geográfica da
marcha, a orden desacatada pelo movimiento que levou um confronto brutal com os
agentes da policía de intervençäo rápida (PIR). O movimiento usa redes sociais
“Facebook” como o seu meio de sensibilizaçäo e de convocaçäo das marchas e
protestos populares. Durante as manifestações e marchas feitas, e mesmo nas suas
propagandas nas redes sociais usavam sempre esses slogans “JOMAV RUA” e “POVO
I KA LIXO”, segundo analises, esse deve ser a razäo pelo qual os outros pensadores näo
se consideram o MCCI como o novo movimiento social e associando-lhe a defesa do
interesse de um grupo de pessoas ou um partido político, porque segundo eles o
movimiento näo mostrou a outra opcäo para resolver o problema, a näo ser pedir que
saia o entäo presidente da República e realizaçäo das eleições gerais.

Literalmente o movimento teve um impacto positivo como o PAIGC nos meados


da luta de libertaçäo nacional, no aspecto da unificaçäo dos cidadäos guineenses que
sentem menos a naçäo e mais etnicos ou partidários, com mais efeitos nas cidades
principalmente em Bissau, porque o movimento está composto de heterogeniedade das
pessoas pertencentes a diferentes grupos étnicos, isso foi um dos impactos sociais do
movimento, embora ele tem muitos aspectos negativos devido as suas caracteristicas,
pouca flexibilidade, habilidades comunicativas, destúrbio social, projeçäo da má
imagem do país que tanto necessita de uma boa face a nivel internacional, por causa de
contantes crises políticas vividas. Embora com essas caracteristicas, só nos seus
primeiros momentos de vida, o movimento inspirou o surgimento de dois novos
movimentos: BASSORA e O CIDADÄO, e se pode concluir segundo o cenário politico
da Guiné Bissau, que o movimento continuará a inspirar o surgimento de mais
movimentos no futuro, que podem ter os mesmos objetivos (o que pode causar conflitos
sociais) ou outros tipos que teräo objetivos diferentes, sem tendências politicas e
apartidarios, que lutaräo para defesa e promoçäo do bem-estar-social e DESC.

Entretanto, uma grande pergunta que se paira no ar na atualidade, é se o “MCCI


tomará de novo as posiçöes anteriores que lhe desvincularía com os novos movimentos
sociais, principalmente com assunçäo ao poder do entäo Presidente, General Umaro
Sissoco Embalo e destituiçäo do governo de Aristides Gomes, que alguns dirigentes do
movimento de forma individual e pessoal consideram de um golpe de Estado e ilegal,
ou assumiräo o papel dos NMS?

14
DISCURSOS – REDES SOCIAIS – DESCONTAMENTO SOCIAL

Os discursos são umas expressoes manifesta dos desejos, crenças, valores e fins
do sujeito falante, exigem ser compreendidos e interpretados. Por esse motivo, eles
resistem à formalização e muito mais quantificação. Uma análise do conteúdo do
discurso de natureza quantitativa ignora o carácter da linguagem, uma vez que todo
discurso é mais ou menos ambíguo e implica a possibilidade de mal-entendidos. Os
discursos de protestos ou de ideias soltas presentes nas redes sociais na Guiné Bissau,
podem ser vistos como um reflexo das lutas partidárias ou de cidadãos defendendo,
fazendo brilhar as cores partidárias que pertencem e denegrindo as imagens dos lideres
dos partidos opostos (adversários).

Nesse âmbito esses discursos se fundamentam em descontentamento e


reivindicação contra a realidade socio-politico vigente, que gera muita das vezes a
perturbação social e mal estar social por causa das mensagens que carregam que outra
hora são difíceis de serem interpretados, devido a complexidade da interpretação dos
discursos.
Maioria dos discursos nas redes sociais são de género especifico “ataques e
criticas destrutivas”, onde estes são vistos como a poluição da opinião pública, com
grande potencial de gerar graves conflitos sociais ou desacato das ordens e medidas das
autoridades vigentes. Porque esses discursos se contextualizam no género “protesto
sociopartidário”, construídas na base propagandista usando métodos da campanha
negativa cautivo, processo compreendida como a guerra fria e sempre em constante
construção, com diferentes estratégias que visam criar o descontentamento social, tirar a
paz social, tentando mostrar a fragilidade dos lideres e a má governação, porque um dos
sinais da má governação é o descontentamento social.
A interpretação dos discursos é uma tarefa complexa, exige uma analise com
profundidade para sua melhor compreensão, que muitos cidadãos comuns sentem
escassez desse potencial para o entendimento da função ideológico ou oculta e acabam
de ser levados pela função referencial legitimando o discurso através da tensão e
descontentamento social.
A análise do discurso tenta se tornar uma ferramenta de linguagem definida como
"a tentativa de elucidar atitudes na linguagem". Isso leva ao nível mais profundo e
subjectivo da interpretação do discurso, no qual é necessário envolver a subjetividade
irremediável de um cientista social como intérprete. Embora as redes sociais oferecem
ferramentas como comentários que podiam ser usados para tal fim, se torna insuficiente
para uma análise profunda do discurso, ou melhor não se verifica esse aspecto tão
relevante para compreensão dos discursos nas redes sociais por falta de envolvimento
dos cientistas sociais. Estes últimos podiam ajudar em relacionar a orientação dos
discursos com os processos sociais referindo aos processos e conflitos sociais
existentes, minimizando descontentamentos sociais desnecessários.
De acordo com Alfonso Ortí, todo discurso é interpretável e carrega pelo menos
significados em três níveis:

15
• A linguagem que diz as coisas (função referencial).
• A linguagem que esconde as coisas (função ideológica ou oculta).
• A linguagem que revela ou trai significados (aspecto legitimador da função
ideológica)
Nesse âmbito torna necessário uma grande ponderação e interpretação dos
discursos poliferantes nas redes sociais para evitar graves problemas sociais tais como:
desinformação, mal estar social, descontentamento social, revoltas, conflitos sociais,
etc...

16
CONCLUSÖES
Partindo do paradigma de uma sociología de carácter relacional, pode
concluir-se que em caso do social instituiente as relações sociais nãoestão marcadas por
o desejo de alcanzar um objetivo instrumental, senão mais bem por o simples desejo de
“estar juntos” (gratuidade, partilhar, festa, diversão, apoio, etc.), o que nos deriva ate o
campo das sociabilidades primarias de tipo expresivo. Em este caso, a perspectiva pode
ser individual o grupal, dando lugar a solidaridades afectivas e estéticas (cristalizadas,
nas redes de amizade). Ademais, o social instituiente é plural e diverso, pois existem
diversas formas de exercer esse estar juntos e de o expresar (por exemplo, com as
diferencas existentes entre jovens e adultos, ou entre diferentes colectivos).

O grande atrator de esta dimensão do social é a gente não já o


cidadão/cidadã ou a populacão, na terminología hobbesiana), que desde o ponto de vista
do individuo se identifica com “os outros iguais que eu”. E sua única legitimidade é
querer seguir estando junto com os outros, sem ninhuna norma coercitiva que o obrigue,
por além do proprio desejo; a necesidade de integrar e sentir-se integrado, não em um
projeto futuro ou em uma identidade trascendente, senão em a propria colectividade
(próxima ou não, dependendo do momento concreto) ou massa do social; por tanto, não
identificaríamos as pessoas como cidadãos, senão como partícipantes de uma massa
amorfa e indeterminada que é o social.

Os novos movimentos sociais surgiram como a força da mudança, e usam a


técnica de mobilização social, porque segundo alguns autores a mudanca deve ocorrer
primeiramente nas classes sociais que são prejudicadas com a realidade em que vive,
fazendo a clase tomar a conciencia e perceber a realidade, pois todo movimento decorre
de uma inercia dentro de si próprio decorre do princípio filosófico do questionamento,
observação da realidade e indaga-la, como mostra Lassalle (2008), “Não posso
continuar a ser uma massa submetida e governada sem contarem com a minha vontade;
quero governar também e que o príncipe reine limitando-se a seguir a minha vontade e
regendo meus assuntos e interesses”.

Os movimentos sociais servem de fortalecimento da demodiversidade, dando a


democracia deferentes formas, apontando para apliação da deliberação pública e do
adensamento da participação, fazendo o que os sistema político abre a mão de
perrogativas de decisão em favor de instancias participativas.

Os movimentos sociais tomaram maior destaque e conotação no cenário social e


político, quando esses começaram a influênciar e incidir diretamente no meio político e
na conquista do devido reconhecimento da sociedade, passando a ter maior participação
na esfera política, pública e social, principalmente nos países com sistema da
democracia representativa e em alguns países com monarquia, com problemas do
Estado de-bem-estar social, a coisa que abrange quase todas as sociedades,, com intuito
de tornar a própria sociedade capaz de discutir os problemas sociais, não somente
àqueles que detinham o poder de cima para baixo (classes elitizadas e representantes
políticos). A partir de então ocorreu que os movimentos sociais quebraram o paradigma
e ideia de que somente a potencia do poder politico e da classe dominante podiam
influenciar em possíveis mudanças sociais, pois estes movimentos, por se debruçarem
em defesa das classes mais desfevorecidas, principalmente pelas condições económicas,

17
e que se encontravam suprimidas frente aos interesses da elite social, movidos juntos
por uma ideologia, tomam intensa conotação, e representação frente ao poder público.

O MCCI serviu de um grande exemplo sobre a configuração de um novo


movimento social de grande espectro ideológico e com um forte apoio social na Guiné
Bissau, sustentado em a interação virtual através da rede social (facebook), que tem sido
posivel pela confluencia de dois fatores: por um lado, as consequencias negativas da
crise politica respeito as condicoes de pricipios democraticos e de Estado do direito; por
otro, a existencia de um magma perceptivo que otorgava a política e aos políticos umas
valoracoes claramente negativas de uso de NMS para se defenderem ou fazer chegar as
suas metas tal como as que tem sido descritas, usando os NMS como escadas.

Nas sociedades contemporâneas, o melhor que um movimento social pode


esperar é que a mobilização de protestos demonstre contradições ou insuficiências nas
alternativas políticas existentes. Através da cobertura da mídia de protesto, os ativistas
podem abrir a controvérsia institucionalizada, redefinir o conteúdo ou bloquear
iniciativas impopulares. Raramente os ativistas são capazes de determinar a agenda
política. Por breves períodos pluralistas, os movimentos podem reagir e neutralizar o
controle elitista da agenda, mas a longo prazo enfrentam pressões institucionais para
fechar as agendas políticas que desafiam. Essas pressões institucionais são reforçadas
por processos paralelos na mídia. As elites políticas têm recursos que lhes permitem
cooptar movimentos burocratizando o protesto e difundindo as demandas originais.
Nestas circunstâncias, a atenção da mídia atinge a saturação em breve. Outra
possibilidade é banalizar e sensacionalizar um movimento.

As oportunidades de mídia para um movimento são tipicamente dependentes de


oportunidades políticas existentes, especialmente o nível de controvérsia institucional.
Quando o Estado exerce maior influência sobre a mídia, como no modelo elitista, a
política simbólica baseada em consenso artificial e mera retórica como mostra (Edelman
1987) ou política placebo que mascara as privações sociais (Stringer e Richardson 1980)
pode facilmente agenda de mídia.
A conclusão geral é que o controle político e a gestão de notícias geralmente andam de
mãos dadas, garantindo a estabilidade das agendas oficiais. Nas democracias avançadas,
as elites não "manufaturam o consentimento" através da mídia nem são os principais
meios de comunicação simplesmente como órgãos de propaganda do Estado ou dos
partidos. Mas a comunicação de massa inibe principalmente a expansão de ideologias
alternativas e ações coletivas através de suas próprias regras. As regras institucionais da
mídia tendem a validar a classe política e, a longo prazo, diluir o protesto social.

Entretanto os NMS lutam para que haja participação dos cidadäos no desenho
dos projetos que guiarão o futuro de todos, a autonomia dos cidadãos é alcançada por
meio da participação destes na política, neste ponto tem-se possibilidade de tornar cada
vez mais evoluída e emancipada a sociedade, neste sentido leciona Maria Glória Gohn
(2003) que a coletividade, por meio da participação, desenvolve no cidadão o
pensamento crítico para o cenário político, capaz de dar nova conotação a este, pois a
participação da respaldo a um movimento social ora necessário, caracterizando ainda
uma democracia onde as classes sociais que estavam à margem desta, possa vir
participar da mesma, deixando de lado a ideia de que somente as classes elitizadas

18
participavam da democracia, e os cidadãos agora passam a ser também responsáveis
pela construção democrática.

19

Vous aimerez peut-être aussi