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PRESSUPOSTOS DOS CONTRATOS

INTRODUÇÃO
Contrato é o um negócio jurídico bilateral, para satisfazer as necessidades humanas, seja para
criar, modificar ou extinguir relações jurídicas patrimoniais, realizando a dignidade da pessoa
humana.
Maria Helena Diniz (2007, p. 13) aduz que o contrato é dependente, “para a sua formação, do
encontro da vontade das partes, por ser ato regulamentador de interesses privados”. E,
completa, acrescentando que “num contrato, as partes contratantes acordam que se devem
conduzir de determinado modo, uma em face da outra, combinando seus interesses,
constituindo, modificando ou extinguindo obrigações”.
Pois bem, para sua validade, requer a observância dos requisitos legais (agente capaz, objeto
lícito e forma prescrita ou não defesa em lei). Isso, para que se aperfeiçoe, para que seja
considerado perfeito, “com aptidão para produzir efeitos” (Stolze e Pamplona Filho, 2006, p.
18)
É dizer, “para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação
ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua
validade”, como ensina Carlos Roberto Gonçalves (2015, págs. 33 e 34)
Se faltar, será considerado inválido, não produzindo o efeito jurídico perseguido pelas partes,
podendo ser inquinado de nulidade ou anulabilidade.
Registre-se que, além dos requisitos de validade comuns a todos os atos e negócios jurídicos
(contidos no art. 104), há um específico dos contratos: o consentimento recíproco ou acordo de
vontades.
A doutrina divide esses requisitos em subjetivos,objetivos e formais.
Requisitos subjetivos: (a) manifestação de duas ou mais vontades (existência de duas ou mais
pessoas) e a capacidade genérica das partes contratantes para a prática dos atos da vida civil; (b)
aptidão específica para contratar; e (c) o consentimento.
Requisitos objetivos: dizem respeito ao objeto do contrato (lícito, possível, determinado ou
determinável; conforme art. 104, II, do CC): (a) licitude de seu objeto; (b) possibilidade física
ou jurídica do objeto; (c) determinação de seu objeto, pois este deve ser certo ou, pelo menos,
determinável; e (d) economicidade de seu objeto, que deverá versar sobre interesse
economicamente apreciável, capaz de se converter, direta ou indiretamente, em dinheiro.
Requisitos formais: são atinentes à forma do contrato; meio pelo qual há a revelação da vontade;
a regra é a liberdade de forma, celebrando-se o contrato pelo livre consentimento das partes
contratantes, consoante o disposto no art. 107. Importa mencionar a existência de dois sistemas:
(a) o consensualismo, da liberdade de forma; e (b) o formalismo, ou da forma obrigatória. O
Direito Romano era inicialmente formalista (somente se reconhecia força aos contratos que
observassem certos rituais!).
Adiante separadamente.
1 – CAPACIDADE DAS PARTES E LEGITIMIDADE DAS PARTES
Capacidade genérica ou capacidade para agir em geral.
Este é o primeiro elemento (art. 104, I), pois o contrato celebrado pelo incapaz é nulo (art. 166,
I) e pelo relativamente incapaz é anulável (art. 171, I). A nulidade é assim mais grave do que
a anulabilidade. À exceção, evidentemente, se for suprida pela representação ou pela
assistência.
É que os incapazes podem adquirir direitos e celebrar contratos, desde que devidamente
representados ou assistidos.
Desta forma, a capacidade de direito é inerente a todo ser humano (art. 1º), a capacidade de
fato é que falta a algumas pessoas (ex: menores) e que por isso precisam ser representadas para
celebrar contratos (art. 116).
Registre-se a clássica compreensão de que a capacidade genérica é a medida da personalidade,
que, por sua vez, é a aptidão para ser titular de direitos e deveres. Já acapacidade de divide em
de direito ou de gozo e capacidade de fato ou de exercício.
1.1. LEGITIMIDADE: está próxima da capacidade, são irmãs, mas não se confundem.
Trata-se da aptidão específica para contratar. Logo, a legitimidade é um plus da capacidade.
Para a prática de certos negócios jurídicos exige-se, além da capacidade, a legitimidade.
Com efeito, além da capacidade geral, exige-se, para determinados atos, a capacidade especial
para contratar, é dizer, a legitimidade.
Trata-se de um limitador da capacidade em certos negócios jurídicos. A legitimidade é o
interesse ou autorização para agir em certos contratos previstos em lei.
Assim, a pessoa pode ser capaz, mas pode não ter legitimidade para agir naquele caso
específico.
Exemplos mais comuns: (a) o tutor não pode comprar bens do órfão (art. 497, I); (b) o cônjuge
não pode vender uma casa sem autorização do outro (art. 1647, I); (c) a amante do testador
casado não pode ser sua herdeira (art. 1801, III); (d) o pai não pode vender um terreno a um
filho sem a autorização dos outros filhos (art. 496) etc.
Em todos esses exemplos falta legitimidade e não capacidade às partes.
Realmente, o marido não pode vender um imóvel sem a outorga uxória não porque o marido
seja incapaz, mas porque lhe falta autorização para agir, prevista em lei (finalidade: para
proteger a família). Vale dizer, falta-lhe legitimidade.
2 – CONSENTIMENTO (VONTADE)
Entre os elementos e pressupostos dos contratos destaca-se a vontade humana, poiso negócio
jurídico é fundamentalmente um ato de vontade (dirigido aos efeitos jurídicos decorrentes).A
vontade (o acordo de vontades) é a mola propulsora dos contratos.
Trata-se de requisito especial dos contratos, que é o consentimento recíproco ou acordo de
vontades. É ele que cria a relação jurídica!Exprime, ao demais, a formação bilateral do negócio
jurídico (Orlando Gomes, 2000, p. 48).
Orlando Gomes (2000, 48) aponta que a palavra consentimento pode ser utilizada em dois
sentidos: (1) como acordo de vontades; e (2) como declaração de vontade de cada uma das
partes no contrato. E continua (idem): “na acepção lata, o consentimento significa a integração
das vontades distintas. Na acepção restrita, a vontade de cada parte”.
Deve ser livre e espontâneo, pena de sua validade ser afetada pelos vícios ou defeitos do
negócio: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude.
Admite-se, a teor do art. 111, seja tácita. Expressa “é a exteriorização verbalmente, por escrito,
gesto ou mímica, de forma inequívoca”, conforme Gonçalves (2015, p. 35).
Enfim, o contrato origina-se do consentimento das partes contratantes isentas de vícios sobre a
existência, objeto e suas cláusulas.
3 – OBJETO DO CONTRATO
É a operação, é a manobra que as partes visam realizar. O objeto corresponde a
uma prestação lícita, possível, determinada e de valoração econômica.
Então A não pode contratar B para matar C, nem A pode contratar B para comprar contrabando
ou drogas, pois o objeto seria ilícito. Igualmente o filho não pode comprar um carro com o
dinheiro que vai herdar quando o pai morrer, pois a lei proíbe no art. 426 (chama-se de  pacta
corvina, ou pacto de corvo este dispositivo já que é muito mórbido desejar a morte do pai, e
ninguém garante que o filho é que vai morrer depois).
Lícito, enfim, é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.
Vale lembrar a diferença entre objeto imediato e mediato: (i) imediato é sempre uma conduta
humana e se designa de prestação: dar, fazer ou não fazer; (ii) mediato, por sua vez, são os bens
ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional.
Quanto à possibilidade do objeto, seria impossível contratar um mudo para cantar, ou vender
passagens aéreas para o sol. Se impossível o objeto, o negócio é nulo (art. 166, II). Física é a
impossibilidade que dimana das leis físicas ou naturais. Jurídica quando o próprio ordenamento
proíbe, expressamente, negócio a respeito de determinado bem, como herança da pessoa viva
(art. 426).
Fácil perceber que a ilicitude é mais ampla, pois abrange os contrários à moral e aos bons
costumes.
O objeto também precisa ser determinado ou determinável.Admitem-se a venda de coisa
incerta, indicada apenas pelo gênero e pela quantidade (art. 243), bem como a venda
alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (ver art. 252).Assim, precisa contar
com mínimos elementos para que possa ser individualizado.
Finalmente, o contrato precisa ter valor econômico para se resolver em perdas e danos se não
for cumprido por ambas as partes, conforme disposto no art. 389. O valor econômico do
contrato viabiliza a responsabilidade patrimonial do inadimplente, já que não se vai prender um
artista que se recusa a fazer um show. O artista será sim executado patrimonialmente para cobrir
os prejuízos, tomando o juiz seus bens para satisfazer a parte inocente.
Imagine um grão de areia, o qual evidentemente não interessa ao mundo jurídico. Enfim, por
representar nenhum valor, é um indiferente ao direito. Nenhum credor ajuizará uma ação para
reclamar o adimplemento dessa obrigação.
4 – FORMA:
Trata-se do meio pelo qual a vontade é revelada, exteriorizada.Sem ela, “o intento negocial fica
encerrado na mente do agente, e não interessa ao direito”, pontificam Stolze e Pamplona Filho
(2006, p. 21).
Deve ser prescrita ou não defesa em lei.
A forma do contrato é livre, esta é a regra; lembrar sempre disso! Não há rigorismo.
Existem exceções, mas esta é a regra geral: os contratos podem ser celebrados por qualquer
forma, inclusive verbalmente face à autonomia da vontade que prevalece no Direito Civil (art.
107; consagra a liberdade de forma).
Desde a Idade Média o formalismo está em desuso, ante o crescente tráfego comercial, trazendo
crescimento econômico com a circulação de bens e de riqueza. Restou superado pelo princípio
do consensualismo ou da liberdade da forma.
Inclusive, a vontade inclusive prevalece sobre a forma, nos termos do art. 112, do CC.
Quando for redigir um contrato não há formalidades a obedecer, basta colocar no papel aquilo
que seja imprescindível ao acordo entre as partes, até porque, como já destacado, os contratos
podem ser verbais, como na compra e venda, locação e empréstimo.
Vide arts. 104, III, e 107, ambos do CC.
Logo, salvo expressa previsão em lei, a forma do contrato é livre. Que contratos têm forma
especial e precisam ser escritos? É possível destacar dois: (i) a doação de coisas valiosas (art.
541, caput e p. único) e a compra e venda de imóvel (art. 108).
Os contratos escritos se dividem em “instrumento particular” (feito por qualquer pessoa,
qualquer advogado) e “escritura pública” (feita por tabelião de Cartório de Notas, com as
solenidades do art. 215).
Portanto, o consensualismo é a regra e o formalismo exceção.
Anote-se que nulo o contrato que não observar a forma, conforme o art. 166, IV e V, do CC. É,
em verdade, garantias do direito nas hipóteses em que exigido.
A forma pode ser livre e especial ou solene.
Forma livre – é a que predomina do direito brasileiro (art. 107). É dizer, qualquer meio de
manifestação da vontade: palavra falada, escrita, escrito público ou particular, gestos, mímicas
etc.
Forma Especial ou solene – é a exigida em lei, como requisito de validade de determinados
negócios jurídicos. Doutrina Gonçalves (2015, 39) que
em regra, a exigência de que o ato seja praticado com observância de determinada
solenidade tem por fim assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a livre
manifestação da vontade, demonstrara a seriedade do ato e facilitar a sua prova.
Há, assim, uma forma prescrita em lei para a validade do negócio!
Exemplos: (i) escrituras públicas nas alienações imobiliárias; (ii) deserção somente por
testamento; (iii) casamento; (iv) criação de uma fundação, por escritura pública ou testamento
etc.
5 – CAUSA
Qual o motivo do contrato? Qual a finalidade do contrato? Por que João quer comprar? Por que
Maria quer alugar? Isso não interessa, não há relevância jurídica para a causa/motivo do
contrato. Em termos econômicos, as pessoas contratam para ganhar dinheiro, para ter conforto,
afinal ninguém contrata para ter prejuízo. Mas o motivo juridicamente é irrelevante.

Bibliografia
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, vol. 3: teoria das obrigações contratuais
e extracontratuais – 23ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2007
GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, vol. IV:
contratos, tomo 1: teoria geral – 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006
GOMES, Orlando. Contratos – 21ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2000
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, vol. 3: contratos e atos unilaterais – 12ª
ed. – São Paulo: Saraiva, 2015

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