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A lógica e a matemática constituem todo o campo da necessidade.

A necessidade e a
impossibilidade só existem em lógica, dado que os factos não têm necessidade e as
proposições que exprimem factos não a podem ter como característica.

Wittgenstein diz que a verdade da tautologia é certa, a proposição é possível, e a da


contradição é impossível (4.464).

Como Hume, Wittgenstein admite também a existência de proposições que não são
significantes nem tautológicas, os não-sensos. A maior parte das proposições filosóficas são
não-sensos, isto é, derivam do facto de não se compreender a lógica da linguagem
(Abbagnano, 1977, p. 150).

As proposições significantes são apanágio das ciências naturais e não consentem nenhuma
inferência para além daquilo que mostram ou manifestam; por outro, as tautologias, de que se
ocupa a lógica, só se referem à forma das proposições e não permitem dizer nada sobre a
realidade ou sobre o mundo. Nem umas nem outras permitem, assim, nenhuma generalização
filosófica, nenhuma visão ou intuição do mundo na sua totalidade (Abbagnano, 1977, p. 150).

A única tarefa positiva que Wittgenstein reconhece à filosofia é a de ser uma “crítica da
linguagem” (4.0031), isto é, “uma clarificação lógica do pensamento” (4.112). Neste sentido a
filosofia não é uma doutrina e sim uma actividade; e o seu objectivo não consiste em fornecer
“proposições filosóficas” mas em esclarecer o significado das proposições. “A filosofia deve
esclarecer e delimitar com precisão as ideias que de outro modo seriam, por assim dizer,
turvas e confusas” (4.112). E é esta precisamente a tarefa a que é dedicado o Tratado.
(Abbagnano, 1977, p. 151).

Posição ontológica fundamental de Wittgenstein: o mundo é constituído por factos, e os factos


ocorrem e manifestam-se nesses outros factos que são as proposições significantes. Assim, os
limites da linguagem são os limites do mundo e os limites da minha linguagem são os limites
do meu mundo, isto é, tudo aquilo que posso compreender, pensar e exprimir (Abbagnano,
1977, p. 151).

Neste sentido, o solipsismo é verdadeiro não enquanto reduz o mundo ao eu, mas sim quando
reduz o eu ao mundo. Mas os limites de que falamos não pertencem ao mundo (não são factos
do mundo), e por isso não se exprimem na linguagem e não podem ser ditos: então, até o
solipsismo é inexprimível (5.62-5.641) (Abbagnano, 1977, p. 151).
Esta questão dos factos levantada por Wittgenstein não tem alguma correspondência com a
fenomenologia de Husserl – se por factos entendermos fenómenos; então, não o que as coisas
são mas como as percebemos?

E não se pode falar do mundo na sua totalidade, que nunca é um facto. Afirma Wittgenstein:
“Aquilo que é místico é o que é o mundo, e não o como ele é” (6.44). Os factos constituem, e
as proposições manifestam, o como do mundo, as suas determinações; nunca o que, a sua
essência total é única, o seu valor, o seu porquê (Abbagnano, 1977, p. 151).
O que é místico é o Ser, a pergunta sobre o que é o mundo, a pergunta metafísica. O como é o
que nós podemos conhecer do mundo – para nós, o mundo é o como é.

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