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REDAÇÃO DE

SENTENÇA
PARA
CONCURSO DE
JUIZ DO
TRABALHO
Diretoria Cultural da Amatra-SP

Gézio Duarte Medrado – Diretor Cultural


Fátima Zanetti
Gabriel Lopes Coutinho Filho
Fev/2010

Versão 1.fev2010
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
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REDAÇÃO DE SENTENÇA
PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
Diretoria Cultural da Amatra-SP
Gézio Duarte Medrado – Diretor Cultural
Fátima Zanetti
Gabriel Lopes Coutinho Filho
Fev/2010 (Versão 1.fev2010)

INTRODUÇÃO
A palavra “sentença” tem sua raiz no latim “sententia”, que significa
“sentir”.
Sentenciar, portanto, é tato profundamente humano, que expressa uma
opinião pessoal sobre um assunto humano, quase sempre um drama que une,
intencionalmente ou não, duas ou mais pessoas, que disputam um bem da
vida.
Por meio da sentença se faz justiça, como ideal humano de vida em
sociedade.
A sentença também é o instrumento principal do serviço da justiça e, em
nosso país, a exemplo de praticamente todos os demais países ocidentais, a
sentença judicial, emanada do Estado-Juiz, possui certas características que
devem ser observadas como requisito de validade.
Mas, se é certo que por meio da sentença se faz justiça, esse valor
máximo da civilidade não é requisito expresso legalmente. Isso ocorre porque a
justiça, em sua raiz humana de “sentir”, é obra do ser humano tomado
individualmente, em sua característica de convicção pessoal em face dos
temas que lhe são apresentados.
Como requisito de validade da sentença, atribuindo especial relevância à
noção de convicção pessoal e independência do julgador, a Constituição
Federal exige tão somente que ela seja fundamentada na razão, relegando a
emoção típica do “sentir” a um plano secundário, ainda que não menos
importante.
Essa breve introdução serve para frisar que a mecânica de construção
da sentença é fundada no “sentir” humano,- fundamental para estabelecer uma
decisão judicial-, mas, esse “sentir” deve estar submetido ao critério civilizatório
do sistema jurídico, que inclui o respeito aos fatos provados, às normas, aos
princípios, à jurisprudência enfim, à lógica que permeia a razão jurídica do país,
em sua concretude espaço-temporal.
Sentenciar é expor, segundo as regras do sistema jurídico, o
entendimento que soluciona a lide, respeitando a técnica de redação que é
dominada pelos juízes e profundamente examinada por todos os demais atores
sociais.
O objetivo inicial deste trabalho é fornecer aos interessados um
instrumento de formalização de seus conhecimentos jurídicos ao modelo formal
da sentença judicial, permitindo uma melhor administração da atenção, tempo
e energia despendidos às matérias que devem ser examinadas nessa peça
formal.
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IMPORTANTE – SUGESTÕES DE TEXTOS


No decorrer deste trabalho, tomamos a liberdade de fazer sugestões de
textos básicos para que o interessado tenha um padrão mínimo de referências
confiáveis.
Como toda sugestão, é para ser refletida e, desejando, acolhida.
É importante também que o candidato interessado tenha a sugestão
como uma base de eventual desenvolvimento de seu próprio texto, com seus
traços de linguagem mais personalistas.

Natureza Jurídica da sentença e suas decorrências.


O interesse da sentença é a solução de uma lide e, para tanto, sua
função principal é de “comando”. Após a definição de seu conteúdo como
imutável, pelo fenômeno do “transito em julgado”, a sentença dispõe sobre
certo assunto posto a exame e sua decisão tem natureza de “ordem, mando,
autoridade” para aqueles que são diretamente afetados por eles, as partes e
terceiros interessados, e, em alguns casos especiais, todos os cidadãos do
país.
A concepção geral do ato de decidir juridicamente é fundada na
construção de um raciocínio jurídico, observada a construção do silogismo
típico jurídico nos quais há uma premissa maior, representada pela norma, uma
premissa menor, representada pelo fato, um mecanismo de subsunção da
norma ao fato e, por fim, a conclusão representada pela decisão judicial.
1.Premissa maior: Norma jurídica que traduz soluções “in abstrato”.
2.Premissa menor: fato concreto examinado, materializado no processo
em torno da prova produzida, que pode ser controvertido ou não em sua
origem.
3.Subsunção da norma ao fato: verificação da possibilidade de
aplicação.
4.Conclusão: decisão sobre a subsunção e a determinação da solução
“in concreto”.
Nota importante: Apesar da polêmica natural do tema, podemos
entender que a aplicação do silogismo jurídico não é excludente do ativismo
judicial de traço socializante que marca a moderna jurisdição. A questão refere-
se não ao procedimento racional, do qual não podemos nos afastar, mas do
referencial principiológico ou dogmático que estabelecemos como fundamento
da decisão. Essa discussão geralmente não é feita. Se a subsunção do fato,
controvertido ou não na origem, é feita em face de um princípio constitucional,
ou mesmo de um princípio de natureza universal, afastando a aplicação a
norma positiva ou a interpretação fundamentalista de uma norma, essa
questão é própria da convicção do aplicador, e não da mecânica de raciocínio.
A esse sentimento de justiça inspirador de aplicação de outras dimensões
jurídicas chamamos equidade. Por outro lado, abdicar da aplicação do
silogismo jurídico em nome da “equidade” passaria então, por absurdo,
aplicação desse instrumento como fonte de justiça pessoal, que encontra
resistência na própria sociedade civilizada. E, registre-se, no sistema brasileiro,
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a noção de equidade enquanto liberdade de julgamento é restrita a casos


previstos ma própria lei.
Necessário recomendar, ainda, que o interesse deste trabalho é
configurar uma técnica de redação especializada voltada para a confecção de
uma peça formal, uma sentença trabalhista, tal como requerida em concursos
públicos. A possibilidade de uso de teses jurídicas mais aprimoradas ou de
vanguarda, que promovam uma justiça social mais adequada à nossa
realidade, repetimos, não permitem o afastamento do instrumento típico da
aplicação da razão.
A sentença requer, enquanto autoridade, algumas qualidades.
-Ser clara e objetiva: A sentença é destinada às partes, ainda que
mediadas por seus representantes legais. A sentença democrática deve ser
clara, inteligível e objetiva, concedendo às partes as explicações racionais que
fundam a decisão que lhes interessa.
-Ser completa: A sentença dá solução a uma lide, a uma controvérsia
de interesse legal e, portanto, não tem sentido solucionar somente parte do
problema exposto à justiça. Por essa razão, a sentença deve abranger todo o
problema que lhe foi proposto e dar solução aos pedidos que lhe são feitos.
Dizemos ainda que a sentença completa é “redonda”, ou seja, é uma solução
elegante e alinhada de um problema jurídico, que está em sintonia com o
sentimento de justiça democrática que se espera de decisões judiciais.
-Ser fundamentada: A constituição atribui à sentença uma inspiração de
justiça, pois concede a competência legal de sua produção ao Poder Judiciário.
No entanto, o sentido de justiça é subjetivo e, por essa razão, a Constituição
determina que a decisão seja racionalmente fundamentada. O juiz possui
liberdade e independência para sentenciar conforme sua convicção mas, essa
convicção deve ser permeada de critérios racionais e amparada da lei, nos
princípios de direito, na jurisprudência, na doutrina e, em casos especiais, na
equidade, fonte primária do sentimento de justiça. Qualquer decisão que não
tenha fundamentação racional é nula, nos termos constitucionais.
-Ser determinante: A sentença é um comando. Portanto, sua finalidade
é, após examinar racionalmente um problema legal, decidir, dar solução ao
caso. A sentença determina uma solução, acolhendo, no todo ou em parte, um
pedido, ou ainda, rejeitando-o.

ESTRUTURA DA SENTENÇA.
A sentença formal é estruturalmente organizada de modo a permitir ao
leitor uma compreensão exata e linear do problema jurídico que examinará, as
questões processuais mais relevantes, os fundamentos pelos quais o juiz
decide de certa forma e o comando solucionador da questão ou lide.
Segundo o art.162,§1o , CPC, “Sentença é o ato do juiz que implica
alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269” do mesmo diploma.
Na terminologia do CPC, a sentença extingue-se o processo, com o sem
resolução de mérito.
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Vejamos articuladamente cada um desses aspectos estruturais da


sentença.

QUESTÃO FUNDAMENTAL
Toda redação da sentença para efeito de concurso, seguindo o
procedimento efetivamente observado pelos juízes, é no sentido de não
cometer nulidades em face do ato. Estando fundamentada racionalmente, as
decisões de fundo de cada matéria são passíveis de reforma. Nulidades são
passíveis de anulação da sentença, fato que é grave na vida real e inaceitável
nos concursos à magistratura.
Decisões “citra” (menos que o pedido), “ultra” (mais do mesmo pedido)
ou “extra-petita” (coisa não pedida) são defeitos passíveis de embargos
declaratórios e de reforma pelas instâncias superiores. Todavia, conforme o
entendimento da banca, podem influir na nota final do exame de sentença.
O principal defeito que é responsável pela anulação da sentença é a
ausência de fundamentação racional, como destacado constitucionalmente.

DICAS SOBRE PLANEJAMENTO, APRESENTAÇÃO E ESTILO


A prova de sentença de magistratura tem tempo limitado de realização,
geralmente de 4 horas. E uma questão importante: a maioria das bancas
desconsidera provas incompletas. Portanto, planejar o seu tempo é essencial
para terminar a prova demonstrando que você sabe o que é importante na
redação da sentença.
Leia o caderno com a prova, e vá fazendo breves anotações, colocando
títulos e subtítulos de matérias, grifando os principais temas ou questões que
devem ser enfrentados. Faça associação de parágrafos a títulos ou temas.
Faça um esboço da estrutura da sentença, com os tópicos que vai abordar,
organizando e planejando o texto. Lembre-se: ao ler você já está refletindo
sobre os temas e colocando a memória para funcionar. Recomenda-se não
fazer rascunho do texto, pois se perde muito tempo.
Forme a sentença na mente, sem preocupação de não poder alterá-la, e
inicie seu texto
Faça uma leitura final e revisão do texto.
Recomenda-se usar linguagem simples, porém correta na grafia e na
gramática. Preste atenção nas concordâncias verbal e nominal. Evite adjetivos
ou qualificativos.
Não use palavras estrangeiras (Art. 156.CPC. “Em todos os atos e
termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo”). Expressões
consagradas em direito, em latim, tem sido toleradas por tradição. Mas
recomendamos que não sejam usadas em obediência à lei. Se mesmo assim
desejar, é preciso ter certeza da sua grafia. Se tiver dúvida, substitua-a por
outra equivalente em português.
Só use citações se tiver certeza absoluta do conteúdo e do autor.
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Jamais use notas de referência: sentença não admite citações ou


considerações em notas de rodapé. Sentença não é artigo científico.
Não faça cotas de texto às margens da prova e evite fazer texto
espremido entre as linhas.
Evite também rasurar a prova. Se errar, use a expressão “digo,” e corrija
seu texto. Se precisar riscar alguma expressão, use somente uma linha que
corte as palavras, preferencialmente feita por uma régua, Sobre essa questão é
importantíssimo verificar se o caderno regulamento permite tal forma de “riscar”
o texto escrito.
Deixe duas ou três linhas entre cada final de tópico para que, faltando
algum argumento importante, o candidato possa completar sem recorrer a
cotas à margem do texto.

ESTRUTURA DA SENTENÇA
Toda sentença possui:
1. Elementos introdutórios
2. Relatório
3. Fundamentação
4. Dispositivo
5. Elementos de fechamento.

A lei indica a obrigatoriedade da sentença possuir um relatório, a


fundamentação e o dispositivo. É a praxe judicial que indica os elementos
introdutórios e o fechamento da sentença.
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da
resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento
do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe
submeterem.

A CLT também indica alguns requisitos da sentença:


CLT, Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do
pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a
respectiva conclusão.
§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o
prazo e as condições para o seu cumprimento.
§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte
vencida.

Por fim, relembramos que o juiz não se exime de sentenciar na lacuna


da lei, apreciando livremente a prova e fundamentando sua decisão, mesmo
que de forma sucinta.
CPC,Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando
lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas
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legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de
direito
CPC,Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá
indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento.
CPC,Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do
disposto no art. 458; as demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo
conciso.

Questão de estilo: Para os tópicos “Relatório”, “Fundamentação” e


“Dispositivo”, fica a critério do candidato o uso de numeração “I,II,III” ou “1.2.3”.

ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS
São elementos identificadores do ato e qualificadores dos destinatários.
São definidos pela “práxis” judicial.
Alerta ao candidato: Os exames de sentença trabalhista, a exemplo
dos demais nos diversos ramos da justiça, não exigem a redação dessa etapa.
No entanto, caso seja necessário, sugerimos a utilização de formas
consagradas, utilizada pela grande maioria das decisões publicadas.

Sugestão de texto básico:


“Aos...dias do mês de ... do ano de ...., às ... horas, na Sala de
Audiências da ...ª Vara do Trabalho de ..., por ordem da MM. Juiz do Trabalho,
Dr. .... foram apregoadas as partes, reclamante .... , e reclamada......
(ATENÇÃO: somente preencha as lacunas se houver indicação no
exame e jamais coloque seu nome identificando a prova)
Ausentes as partes, prejudicada a conciliação, foi proferida a seguinte

S E N T E N Ç A.
RELATÓRIO
...”

Esse modelo pode variar um pouco de acordo com regiões e varas mas
é mera questão de estilo. O essencial está no modelo.

RELATÓRIO
O relatório é elemento necessário da sentença, sem o qual há
possibilidade de declaração de nulidade por instância revisora.
Do relatório devem constar, resumidamente, os principais atos
processuais.
O objetivo do relatório é dar certeza às partes de que a sentença se
refere a elas, que o juiz examinou os principais elementos do pedido, da defesa
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e os fatos processuais mais relevantes, incluindo especialmente as provas


apresentadas.
A doutrina ainda indica que o relatório tem o objetivo de auxiliar as
instâncias superiores no resumo do processo e indicação de seus aspectos
essenciais.
Com base na lei, a jurisprudência consolidou o entendimento de que o
relatório deve conter:
-resumo da petição inicial, especialmente indicando as razões de pedir
mais relevantes e o pedido apresentado pela parte autora, além de indicação
dos documentos juntados, incluindo instrumentos de representação, e o valor
dado à causa;
-resumo da petição de defesa, indicando os principais argumentos de
rebate do pedido (se houver), incluindo as principais preliminares, bem como
os elementos de mérito, além das provas apresentadas, procuração,
preposição e outros documentos identificadores da parte;
-A existência ou não de manifestações das partes;
-Os atos processuais mais relevantes, incluindo, se houver, perícias,
ofícios e suas respectivas respostas, decisões incidentais, documentos
juntados etc.;
-Audiências realizadas e seus principais atos, tais como oitiva das
partes, testemunhas, informantes e peritos, sempre que cabível;
No processo do trabalho ainda há o requisito essencial da declaração
das tentativa de conciliação, sob pena de nulidade da sentença.
Dica: Se as partes, estando presentes, não aceitam a conciliação, no
relatório deve constar “conciliação rejeitada”; se as partes não estão presentes,
como é o caso possível da audiência de julgamento, deve constar “conciliação
prejudicada”.
A seguir, damos um exemplo de relatório de um processo com um pólo
passivo plúrimo, para a sentença da etapa de conhecimento:

“RELATÓRIO
José da Silva, qualificado na inicial a fls...., propõe ação trabalhista em
face da Empresa Apa Ltda,, alegando que foi admitido em ... e demitido sem
justa causa em ..., sem receber suas verbas rescisórias. Alegou que realizava
horas extras, mas não as recebeu corretamente, assim como deixou de
receber o vale transporte solicitado e vale-refeição, entre outros pedidos. Pede
a procedência da ação e o pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência. Juntou documentos de sua contratação bem como procuração.
Deu à causa o valor de R$ ...
Em defesa, a fls...., a reclamada alega que o autor foi demitido por justa
causa, por desídia no cumprimento de suas obrigações e que, no prazo legal,
depositou os valores devidos à sua rescisão. Alegou ainda que o autor declinou
do direito ao vale transporte. Quanto às horas extras negou alegando que o
autor não as realizava. Pede a improcedência total da ação, incluindo os
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honorários profissionais. Juntou documentos, procuração, preposição e


contrato social.
Ainda em defesa, a fls...., a reclamada Grupo Apa Ltda, alega, em
preliminar, a ilegitimidade de parte e, no mérito, nega os pedidos da inicial,
aduzindo que jamais foi empregadora do reclamante. Pede exclusão do feito.
Juntou documentos, procuração, preposição e contrato social.
Em audiência, a fls...., rejeitada a proposta inicial de conciliação, deu-se
ciência das defesas à parte autora, bem como foram ouvidas as partes e
testemunhas.
Encerrada a instrução processual, foi rejeitada a proposta final
conciliatória.
Audiência de julgamento designada a fls.... Conciliação prejudicada.
É o relatório.”

Observação importante: Se a ação for plúrima, todos os litisconsortes


devem ser nominados e os principais elementos de suas alegações devem ser
indicados no relatório.
Para a etapa de execução, a redação do embargo à execução segue o
CPC, restando claro que para essa decisão, o relatório deverá ser iniciado a
partir da conta de liquidação, não mais importando, para efeitos da decisão em
sede de execução os atos anteriores a esse ato processual.

FUNDAMENTAÇÃO
A fundamentação, como já vimos, é parte constituinte da sentença com
importância essencial, seja por comando legal, seja porque nesse espaço
gráfico se insere a fixação do silogismo jurídico.
Com base no fundamento legal apresentado pelo sistema legal, o fato
concreto, se produzido enquanto prova, merecerá ou não a subsunção da
norma, gerando a solução da questão e consistindo na base do comando da
sentença. Para as questões chamadas “de direito”, o fato não precisa ser
provado, considerando-o, portanto, incontroverso: nesses casos igualmente o
julgador examinará e decidirá pela subsunção da norma ao fato ou
circunstância incontroversa, solucionando a lide.
A solução da lide, que tecnicamente já pode ser expressa na
fundamentação, é o acolhimento total ou parcial do pedido ou ainda sua
rejeição.
A clareza, objetividade e completude da fundamentação se expressam
também na facilidade com que a sentença será liquidada e executada. Quanto
mais detalhada e precisa maior será a facilidade de executar e, portanto, de
satisfazer quem se socorre do serviço da justiça.
O estilo da linguagem da sentença deve ser lógico e conciso. Há um
movimento importante entre os juízes e grande parte dos operadores do direito
no sentido de deixar de lado o texto prolixo. Quanto mais clara a linguagem,
mais democrático é o alcance da sentença.
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Jamais perca de vista na fundamentação da sentença os dois princípios


básicos de sua produção: a convicção pessoal do juiz e a regra da persuasão
racional.
A regra da persuasão racional determina que a decisão judicial não deve
ser fundamentada no voluntarismo do juiz: deve ser baseada nas provas e
fatos incontroversos bem como na lógica do sistema jurídico, usando, para
tanto, normas expressas, princípios, jurisprudência e doutrina. No direito do
trabalho, a regra do art.8º, CLT, permite, na falta de disposições legais ou
contratuais, e conforme o caso, o uso da jurisprudência, da analogia, da
eqüidade e de outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do
direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito
comparado, sempre observando que nenhum interesse de classe ou particular
prevaleça sobre o interesse público.
A ausência de fundamentação torna nula a decisão, conforme
estabelece o art.93,IX,CF1988, primeira parte:
CF/1988,Art.93,IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade....(parte)

DETALHAMENTO DA FUNDAMENTAÇÃO:
IMPORTÂNCIA DA EXPOSIÇÃO EM SEQUENCIA LÓGICA
Não há regra para a formatação da sentença. É assunto pertinente ao
estilo pessoal de cada juiz e deve ser respeitado.
No entanto, a seguir oferecemos uma sugestão para os candidatos à
carreira da magistratura do trabalho, sugestão essa que é adotada neste
trabalho.
O uso do discurso direto, com parágrafos seqüenciais e sem articulação
gráfica bem definida, pode levar a situações de confusão e perda da
capacidade de conferência de temas examinados. Essa situação é
particularmente importante na sentença trabalhista, pois é sabido que os
pedidos, de forma geral, são muitos e variados.
A sugestão, portanto, é de uso de tópicos, dividindo os temas ou
assuntos tratados na sentença.
Dica: a maioria das bancas de examinadores nos concursos à
magistratura preferem as sentenças divididas em tópicos.
A redação da sentença deve obedecer uma sequência
preferencialmente definida pelas matérias tratadas e não necessariamente a
ordem dos pedidos contidos na inicial.
As matérias devem ser tratadas em três grandes blocos.
1.Preliminares Procesuais
2.Prejudiciais de Mérito
3.Mérito
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Primeiramente a sentença examina as preliminares processuais,


seguidas das preliminares de mérito e finalmente pelo mérito propriamente dito.
As matérias dentro de cada grande bloco também são tratadas de forma
lógica.
As matérias preliminares processuais são aquelas que examinam
questões relativas aos pressupostos processuais e condições de ação. A
existência de questões relevantes ligadas à competência, legitimidade,
interesse jurídico etc. impedem o exame de mérito. Portanto, são precedentes
a todas as demais (preliminares de mérito e mérito propriamente dito).
As matérias preliminares processuais devem ser examinadas segundo
um critério de importância para o desenvolvimento regular do processo com
objetivo de examinar o mérito.

SEQUÊNCIA DAS PRELIMINARES PROCESSUAIS


É a seguinte nossa sugestão de ordem preferencialmente usada para
exame das preliminares processuais:
1º Competência material absoluta: Se a matéria não é de competência
do juiz do trabalho, não há como examinar nenhuma outra matéria do feito.
2º Exceção de incompetência de foro (local): De modo geral as partes
alegam suspeição do juízo antes da sentença. A reclamada igualmente
apresenta exceção de incompetência em razão do foro antes da defesa de
mérito, relembrando o mecanismo de suspeição do feito do art.799, CLT. Em
todo caso, cientificamente é possível haver exceção de suspeição após a
instrução e antes da sentença. Se houver procedência nessas matérias,
nenhuma outra será examinada pelo juiz, que remeterá o feito a um juiz não
suspeito ou à Vara competente;
3º Competência em razão da pessoa: Se uma das partes tiver o direito
de foro determinado (ou privilegiado), o juiz determinará o envio do feito ao
juízo competente;
4º Nulidade de citação: Se não foi examinada anteriormente, de forma
incidental, o juízo examina na sentença se a citação foi regular; não sendo, a
sentença será convertida em diligência para regular citação, impedindo que o
juiz examine o mérito do feito. Note que se a parte não tiver tempo pelo menos
legal para se defender, não poderá, em tese, confirmar a questão da própria
legitimidade para responder ao que a parte autora demanda;
5º Legitimidade de parte: o juiz avalia se as partes no processo são
legítimas detentoras do direito postulado e do direito de defesa dos pedidos; se
não forem legítimas, a sentença se resolve sem julgamento de mérito;
6º Capacidade postulatória das partes: O juiz aprecia se as partes
estão capacitadas a comparecer em juízo para demandar e defender direitos;
caso não estejam regulares, o juízo interrompe o processo de exame para
determinar a regularização, se for o caso;
7º Pedido juridicamente possível e interesse da parte: essas são
condições de ação importantes, pois, se acolhidas levam, em princípio, à
solução do feito sem julgamento de mérito; no entanto, entendendo o princípio
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da instrumentalidade do processo, a doutrina moderna e a jurisprudência


dominante aceitam o princípio do exame do pedido conforme a asserção inicial;
desta forma, pedidos que digam respeito a declaração de relação de emprego
de profissional autônomo, por exemplo, não são decididos nas preliminares
pois o juiz adentra ao mérito da questão para examinar se há ou não a relação
jurídica afirmada na inicial; caso não observe essa situação, poderá declará-la
ao examinar o mérito, aplicando, conforme seu entendimento, as soluções do
art.267 e 269,CPC;
Nota importante: Recomendamos que o candidato opte pela regra da
decisão definitiva, ou sejam pela aplicação do art.269,I,CPC, evitando a
declaração da ilegitimidade ativa “ad causam”. A razão é simples: com o
transito em julgado, somente por a ação rescisória a sentença poderá ser
modificada, pois, como examinamos, para concluir pela inexistência da relação
de emprego houve a necessidade de instrução probatória.
8º Perempção, litispendência ou coisa julgada: após ter certeza de
que o juízo é competente para examinar o feito, que as partes são legítimas
para demandar e responder pelas obrigações postuladas, e que o processo se
realizou observando os princípios do contraditório e da ampla defesa, o juiz
passa a examinar certas matérias que de certa forma antecipam o mérito,
ainda que não se confundam: são os fenômenos da perempção, litispendência
e da coisa julgada. Conforme as provas produzidas, o juiz acata essas
preliminares, no todo ou em parte, resolve o feito sem julgamento de mérito
para aquelas que acolhe e continua o feito para as demais não atingidas;
9º Conexão e continência: Segundo o art.103,CPC, reputam-se
conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de
pedir e o art.104,CPC diz que dá-se a continência entre duas ou mais ações
sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto
de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. A solução destas questões
é dada pelo art.105, CPC, pois, havendo conexão ou continência, o juiz, de
ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de
ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente.
Portanto, havendo conexão ou continência de um ou mais pedidos, a sentença
determinará a solução. Em regra, esse incidente é desde logo decidido em
fases anteriores à sentença mas pode ocorrer de ser percebido somente na
sentença e, nesse caso, o juiz dará a solução que melhor entender.

QUESTÃO IMPORTANTE: INÉPCIAS


Mostra a prática, que as inépcias, nas provas de magistratura do
trabalho, não são postas para efetivo acatamento por parte do candidato, pois,
se assim fosse, não haveria redação do exame de mérito do processo, parte
fundamental da verificação de capacitação do examinando. Chamamos de
“inépcias ineficazes”, pois estão lá para não serem acatadas, pois, fosse assim,
ensejaria o término do próprio exame. Por outro lado, dá chance ao
examinador de verificar a solução que o candidato dá aos temas.
É possível que alguma inépcia seja pontual e isoladamente acatada.
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Dica: Jamais o acatamento de uma inépcia pontual ou isolada


determinará a extinção do feito sem julgamento do mérito, aplicando-se o
art.267,I,CPC.
E mesmo as inépcias só são declaradas, nos termos do art.295,
parágrafo único, CPC, se (I) faltar pedido ou causa de pedir, (II) da narração
dos fatos não decorrer logicamente a conclusão, (III) o pedido for juridicamente
impossível e (IV), contiver pedidos incompatíveis entre si.
Lembre-se que o Tribunal Superior do Trabalho, TST, por meio da
Súmula nº 263, já decidiu que “salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro
requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade
em 10 (dez) dias, a parte não o fizer.”
Portanto, em sentença, a declaração de inépcia só é feita se houver
expressamente a concessão do prazo jurisprudencial e ausência de suprimento
pela parte.
Dica: Considerando que nada em uma prova de sentença é acidental ou
irrelevante, caso haja menção expressa a uma inépcia, com prazo de emenda
concedido pelo juiz e não realizada pela parte, temos um incidente cujo objetivo
da banca será exatamente verificar se o candidato está atento e, nesse caso, a
declaração da inépcia é esperada na prova.

PRELIMINARES FREQUENTES E
ALGUMAS SUGESTÕES DE TEXTO
Exemplos de algumas ocorrências mais freqüentes de preliminares e
sugestões de texto básico.

Tema: Da competência material da Justiça do Trabalho


Caso: Pedido de indenização por danos morais.
Apesar da Emenda Constitucional nº 45/2004, ainda é comum haver
argüição de incompetência absoluta de foro.
É exemplo também de incompetência absoluta a postulação de
diferenças de FGTS por aplicação de índices de planos econômicos
governamentais.
Funcionários Públicos demandando da Justiça do Trabalho também
enfrentam o óbice da incompetência absoluta.

Sugestão de texto básico:


“DA COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
O autor postula indenização por danos morais em decorrência de
acidente de trabalho e a ré alega, em preliminar, a ausência de competência
dessa Justiça Especializada para conhecer da matéria.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
14

Com a edição da EC nº 45/2004, e a alteração da redação do


art.114,CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para exame da matéria,
razão pela qual afasto a preliminar.”

Outro texto, em sentido contrário:


“DA COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
O autor postula indenização por danos morais em decorrência de
discriminação em seu processo seletivo e a ré alega, em preliminar, que tal
tema não pertine à competência dessa Justiça Especializada, pois o autor
jamais foi empregado da reclamada, não havendo nem relação de trabalho
nem de emprego que assim justifique.
Com razão a reclamada. Entendo que a alteração da redação do
art.114,CF/1988 pela EC nº 45/2004, não autorizou a Justiça do Trabalho
conhecer das questões anteriores ao contrato de trabalho, razão pela qual
acolho a preliminar para declarar a incompetência absoluta deste foro em razão
da matéria e, nos termos do art.113,§2º.CPC, aplicado subsidiariamente,
remeter o feito ao juízo competente.”

Tema: Exceção de incompetência de foro (local)


Na prática, a possibilidade de ser apresentada essa matéria em um
exame de sentença trabalhista é praticamente nulo, pois implicaria o não
prosseguimento da redação da sentença, suspendendo o feito, conforme o
art.799,CLT e art.306,CPC. Relembre que a questão da suspeição do juízo
abriga o conceito de impedimento, ainda que bem distinto conforme o
art.304,CPC.

Tema: Competência em razão da pessoa


Tal como explicado no item anterior, a possibilidade de ser apresentada
essa matéria em um exame de sentença trabalhista é praticamente nulo, pois
implicaria o não prosseguimento da redação da sentença.

Tema: Legitimidade de parte.


Na maioria das vezes o tema se confunde com o mérito e não é razoável
decidir o feito em preliminar.
Pode haver alegação inicial ou impugnação em defesa quanto à parte
ser o real empregador, o inventariante, herdeiros legítimos, herdeiros
necessários nos casos de união de fato, massa falida regularmente constituída,
etc.
Ex.: Ilegitimidade de parte reclamada por demanda de cooperado ou
terceirizado, ou autônomo etc.
Sugestão de texto básico:
“DA ILEGITIMIDADE DE PARTE
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
15

O autor alega que era empregado da reclamada nos termos do


art.3º,CLT e postula a declaração de relação de emprego e demais direitos
decorrentes. A reclamada nega a relação de emprego postulada alegando, em
preliminar, que o autor era cooperado (ou terceirizado, ou autônomo etc) e que
ela é parte ilegítima para responder aos direitos postulados.
Afasta-se, por ora, a definição da legitimidade da parte para responder a
qualquer responsabilidade pontual ou genérica no presente feito, posto o tema
confundir-se com o mérito e com ele deverá ser examinado.”
Dica: Na prática da sentença, se houver acolhimento da preliminar logo
de início, não haverá desenvolvimento da redação da sentença no mérito. È
nesse tópico que são examinados os pedidos de intervenção de terceiros não
definidos em etapas anteriores do processo.

Tema: Capacidade postulatória das partes


Caso: Da condição de menor não representado corretamente nos autos.
Relembramos: o acatamento dessa preliminar pode acarretar
interrupção da redação da sentença.
Sugestão de texto:
“DA CAPACIDADE POSTULATÓRIA DA PARTE AUTORA
A reclamada afirma, em preliminar, que a parte autora não tem
capacidade para postular em juízo, pois é menor de 18 anos, impedido,
portanto, nos termos do art.8º, CPC.
Verificamos que o autor, à data da propositura da ação, já contava com
mais de 16 anos, atingindo, portanto, a maioridade trabalhista, nos termos do
art.7º, XXXIII, CF/1988 e que estava assistido por sua genitora, nos termos do
art.793,CLT, razão pela qual afasto a preliminar.”

Dica: Há uma hipótese de preliminar de mérito que é argüida pela parte


autora. Trata-se da representação em Juízo da parte ré, alegando que o
preposto não preenche as condições do art.843,§1º,CLT, e requerendo a
declaração de revelia da ré, desentranhamento da defesa e documentos ou
desconsideração dos seus termos e aplicação da pena de confissão quanto à
matéria de fato. Surge se o preposto não é gerente ou mesmo empregado da
ré, nos casos de administrador de condomínios residenciais, procuradores de
titulares da empresa, e mesmo membros da residência que não sejam os
empregadores nos casos de empregada doméstica.
A convicção pessoal é sempre do juiz e, no caso, do candidato; porém, é
necessário que a decisão seja fundamentada com elementos indicados no
próprio processo sob exame. Lembre-se que no caso de acatamento, a prova
praticamente termina. Se houver essa argüição, o examinador pretende
verificar sua fundamentação, especialmente par afastar a alegação.
Para negar essa condição preliminar podemos usar:
‘DA CONDIÇÃO DE PREPOSTO DA RÉ – REVELIA
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
16

A parte autora alega que o preposto presente à audiência não é


empregado da ré na forma do art.3º,CLT, requerendo aplicação da pena de
confissão, ante a condição de verdadeira revel.
Em audiência, a parte autora teve acesso a todos os termos da defesa e
documentação das partes, incluindo a carta de preposição, a procuração e
contrato social, mantendo-se silente quanto à alegação que ora apresenta.
Entendo a questão preclusa, razão pela qual rejeito a preliminar.
Friso ainda, somente por amor ao debate, que não se aplica, ao caso a
O.J. n. 74, da SDI-I, do TST, pois o advogado da parte ré, munido de
procuração e defesa, realizou todos os atos processuais pertinentes, inclusive
ouvindo testemunhas, sem que a parte reclamante levantasse qualquer
objeção ao preposto presente, não lhe dando chance de sequer esclarecer os
fatos que ora deduz.”

Tema: Pedido juridicamente possível e interesse da parte


Pedido de declaração de relação de emprego feito por parte autora que
alega que manteve fraudulentamente contrato de autônomo, terceirizado,
estagio, pessoa jurídica unipessoal etc.
Sugestão de texto básico:
“DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
A parte autora postula declaração de emprego, alegando que foi
obrigado a celebrar fraudulentamente um contrato de prestação de serviços de
representação comercial autônoma. A reclamada alega, em preliminar, que o
pedido é juridicamente impossível pois o contrato de representação comercial
autônoma acostado à defesa, seguindo todas as formalidades legais, impede a
declaração de emprego postulada por ser juridicamente impossível.
Entendo que impossível juridicamente é somente o pedido que o
ordenamento veda, pois o ordenamento jurídico permite tudo que não seja
proibido ou protegido por lei.
O tema, portanto, confunde-se com o mérito e com ele será examinado,
razão pela qual afasto, por ora, a preliminar argüida.”

Tema: Ausência de submissão à Comissão de Conciliação Prévia


O tema é cercado de polêmicas e seu acatamento em sentença implica
a extinção do feito sem resolução do mérito. Portanto, é uma das preliminares
ineficazes, pelo menos para efeito de prova de sentença da magistratura do
trabalho.
Sugestão de texto básico:
“DA AUSÊNCIA DE SUBMISSÃO À CCP
Aberta a audiência, o Juízo inquiriu as partes para a possibilidade de
conciliação. Restou infrutífera.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
17

A ausência de ânimo para a conciliação é motivo relevante para a


inobservância do procedimento da conciliação prévia, fato que Juízo verifica no
momento de proposição da conciliação (CLT,846).
Aplico, ainda, a Súmula nº 2, do E.TRT da 2a Região, que afasta a
extinção do processo como postulada pela ré.
Ante o exposto, rejeito a preliminar.”

Dica: Se o pedido do autor for de nulidade do acordo realizado em sede


de CCP, por exemplo, sob a alegação de ter sido somente pagas as verbas
rescisórias, esse tema é de mérito e não de preliminar. Caso a ré assim o
alegue, em defesa, lembre-se da expressão “o tema se confunde com o mérito
e com ele será examinado”.

Tema: Perempção, litispendência ou coisa julgada


A seguir, sugestão de texto básico de cada um dos três fenômenos
processuais.

“DA PEREMPÇÃO
A ré afirma que o autor deixou arquivar duas ações anteriores por
ausência à audiência anterior requerendo que o presente feito seja extinto sem
solução de mérito, nos termos do art.732, CLT.
A parte autora manifestou-se sobre o tema afirmando que não houve um
segundo arquivamento, mas mera extinção do feito sem julgamento de mérito
por inépcia da inicial.
Examinados os documentos acostados aos autos, é certo que houve
uma primeira ação do autor arquivada em face de sua ausência à audiência
inicial. No entanto, não se configurou o arquivamento da segunda ação, mas
sim um arquivamento por não ter, o autor obedecido ao art.852-B, § 1º,CLT,
por falta de indicação precisa do endereço da ré nos termos do art. art.852-
B,II,CLT.
Entendo que não é o caso de aplicação da perempção processual
trabalhista indicada no art.732,CLT, razão pela qual afasto a preliminar
arguida.”

Sugestão de texto básico, no caso, para o pedido de horas extras.


“DA LITISPENDÊNCIA. PEDIDO DE REFLEXOS DE HORAS EXTRAS
O autor, neste feito, postula reflexos de horas extras realizadas,
alegando sua jornada real. A reclamada afirma que o pedido de horas extras,
considerado como principal, é objeto do processo nº .../..., da ...ª VT de ..., e
que não é possível decidir sobre o pedido de reflexos, considerado acessório,
em face da discussão sobre o principal ainda não decidida ou transitada em
julgado. Juntou cópia da petição inicial do processo referido bem como certidão
de objeto e pé daquela ação.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
18

Dada vistas à parte contrária, o autor afirma que neste feito só são
postulados os reflexos das horas extras efetivamente pagas, enquanto que
naquele outro feito (.../..., ...VT) são pedidas as horas extras não pagas, não se
confundindo os pedidos.
Examinando os documentos acostados, verifica-se que o pedido no
processo nº .../..., da ...ª VT refere-se a uma hora extra diária não contabilizada
nos controles de ponto e não paga, postulando, dessa forma, o principal e os
reflexos dessa hora adicional em particular. Já neste feito, o autor demanda
pelos reflexos das horas extras pagas, conforme indicado os controles de ponto
e recibos de pagamento incontroversos, pedido este que não se confunde com
o do processo indicado pela parte ré.
Não se observando reprodução de matérias nos termos do art.301,§1º,
CPC, subsidiário, afasto a preliminar de litispendência.”

Sugestão de texto básico.


“COISA JULGADA
A ré alega que o pedido de adicional de insalubridade já reconhecido ai
autor e pago em grau mínimo calculado sobre o salário mínimo, em face da
condenação na Ação Civil Pública promovida pelo MPT.
O autor defende-se alegando que a coisa julgada na ação coletiva não
impede que seu pedido seja examinado.
Examinando o tema, a Ação Civil Pública noticiada pela reclamada
determinou o pagamento de adicional de insalubridade em grau mínimo para
os trabalhadores da categoria profissional do autor e o reclamante, neste feito,
postula pagamento do adicional em grau máximo e com base no salário
efetivamente pago.
Entendo que o art.103,§2º do Código de Defesa do Consumidor, que
regula o tema, autoriza a defesa individual de direito não reconhecido em ação
coletiva, consubstanciando o princípio de que a coisa julgada coletiva não
poderá prejudicar interesses individuais.
Ante o exposto, afasto a preliminar de coisa julgada arguida pela
reclamada.”

Tema: Conexão e continência


As preliminares de conexão e continência de pedidos segue a mesma
lógica de afastamento das preliminares anteriores.
Do ponto de vista prático, dificilmente essas preliminares serão postas
em exames de sentença da magistratura pois seu acatamento implica
impedimento de prosseguir na redação de mérito da sentença.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
19

CUIDADO COM ALGUMAS PRELIMINARES


Há preliminares que não são, tecnicamente, reais preliminares e que são
temas que podem ou não serem tratados nesse momento da sentença.
Vejamos:
Caso: Aplicação de normas coletivas
Não é caso de exame preliminar, mas de mérito. Na verdade, dentro do
mérito é um dos primeiros temas a ser examinado.
Sugerimos o uso da agora conhecida expressão “o tema confunde-se
com o mérito e com ele será examinado”.

Caso: Litigância de má-fé


É comum, principalmente às reclamadas, requererem a aplicação de
pena de litigância de má-fé em preliminar. Tecnicamente é questionável, pois o
tema não se inclui no rol indicado no CPC.
Mesmo nos casos em que um ato da parte durante o processo mereça
uma ação mais enérgica do juiz, a penalidade pela litigância de má-fé deve ser
expressa no mérito do feito.
Nos casos em que o juiz decide pela solução da lide sem julgamento de
mérito, mas impõe pena pela litigância desleal, a penalidade não é decidida
como preliminar, mas como questão incidente no feito.
Sugestão de texto:
“DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A ré requer a aplicação da pena por litigância de má-fé à parte autora
ante os pedidos indicados na inicial por serem fantasiosos e desprovidos de
fundamentos.
O tema litigância de má-fé não é pertinente ao exame preliminar da lide.
O juízo decidirá, sobre o tema, sem sede de mérito, se entender que a
conduta do autor implica em alguma das hipóteses do art.17,CPC, razão pela
qual afasto a preliminar argüida”

Caso: Do valor dado à causa


Essa matéria é regida pela Lei nº 5584/1970, que implica a impugnação
ao valor da causa em duas oportunidades: em audiência pela ré e por qualquer
das partes, ao aduzir razões finais; e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da
decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal
Regional.
Na prática, a impugnação é feita em defesa e não é examinada pelo juiz
em audiência.
Considerando que é um incidente processual, deve haver manifestação
do juiz e é perfeitamente possível que seja examinado em preliminar de mérito.
O tema não requer grande complexidade de argumentação e serve mais para
examinar o preparo do candidato no trato da questão.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
20

Sugestão de texto.
“DO VALOR DADO À CAUSA
Mantenho o valor dado à causa: o valor dado é suficiente para instalar a
alçada recursal e mantém pertinência com o conteúdo econômico que é
postulado. CPC,295,I.
Aplica-se a inteligência da Lei No.5.584/70,2o, "caput".”

Caso: Acolhimento de pedido de justiça gratuita.


Ainda que não seja uma questão tipicamente preliminar, o pedido de
concessão de justiça gratuita pode ser examinado desde logo na parte
introdutória da fundamentação.
Por outro lado, nos parece que seja mais adequado colocá-lo no
dispositivo da sentença, visto que é uma questão que toca especialmente o
feito na hipótese de improcedência do pedido, ou no caso de réus União,
Estado e Municípios, autarquias e fundações que não explorem atividade
econômica.
Sugestão de texto.
“DA CONCESSÃO DE JUSTIÇA GRATUÍTA
Preenchidos os requisitos da Lei No. 5.584/70, art.14,§§ 1o e 2o, cc.
CLT,789,§10o, Lei No.10.288/2001 e Lei 7.115/83, defiro os benefícios da
Justiça Gratuita ao autor, isentado-o do pagamento de custas.”
Obs.: Vamos ver a mesma fórmula, ligeiramente modificada, no
dispositivo da sentença.

PREJUDICIAIS DE MÉRITO
Há certa polêmica quanto ao conceito de prejudicial de mérito e seu
confronto com as preliminares processuais.
No entanto, enquanto o acatamento de preliminares processuais
permitem que a parte autora intente nova ação, conforme o art.268,CPC, o
mesmo dispositivo legal declara que noutros casos, tal como na perempção, na
litispendência ou na coisa julgada, bem como nas hipóteses do art.269,CPC, e
nos casos de pronuncia da decadência ou a prescrição, ou ainda nos casos de
reconhecimento do pedido ou ainda renúncia do direito por parte do autor, o
juiz não examina o mérito propriamente dito, mas soluciona o processo com
julgamento de mérito. Esses temas, se examinados, impedem que o autor
intente nova ação sobre a mesma matéria. Portanto, possuem efeitos
diferentes.
Das prejudiciais de mérito mais conhecidas, a prescrição é, de longe, a
mais usada.
Portanto, para efeito deste trabalho, que tem por objetivo permitir ao
candidato a demonstração de conhecimentos técnicos jurídicos, sugerimos o
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
21

uso da expressão “prejudicial de mérito” e sua aplicação quando da análise da


prescrição.

PRESCRIÇÃO TRABALHISTA
Prescrição, segundo a melhor doutrina, é a perda da exigibilidade do
direito em juízo pelo decurso do tempo sem atividade da parte. Diz-se,
também, que é a perda da pretensão ao direito em juízo.
A prescrição trabalhista é polêmica, pela suas próprias funcionalidades e
diferenciação de matérias, especialmente após a edição da EC nº 45/2004.
Nosso objetivo é refletir sobre a melhor forma de expressar em uma
sentença a decisão sobre a prescrição, que deve ser fundamentada na
convicção técnica de cada um.
A seguir, alguma propostas de textos básicos para prescrição:

Hipótese 1 – Não havendo prescrição a ser declarada.


“DAS PRESCRIÇÕES BIENAL E QUINQUENAL ARGUIDAS
Do feito extraímos que a petição inicial foi distribuída em .../.../..., o
contrato de trabalho iniciou-se em .../.../... e a dispensa ocorreu em .../.../....
Considerando as datas da distribuição do feito cotejadas com a data de
início e de término da relação jurídica incontroversa, não há que se falar em
direitos prescritos.

Hipótese 2 – Havendo prescrição qüinqüenal com marcos temporais


bem definidos.
“DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - CONSUMATIVA
Verifica-se, do feito, que é incontroverso que contrato de trabalho iniciou-
se em .../.../..., a dispensa ocorreu em .../.../... e a petição inicial foi distribuída
em .../.../....
Declaram-se prescritos todos os direitos anteriores a .../.../..., cinco anos
contados da distribuição da ação, extinguindo-os com solução de mérito, por
aplicação do art.11,I,CLT, e da Súmula Nº308, do C.TST, bem como do
art.269,IV,CPC, aplicado subsidiariamente.
Registro que excetuam-se as matérias relativas a relação de emprego –
art.11,§1º,CLT- cuja declaração é imprescritível-, os depósitos do FGTS- pela
inteligência contida na Súmula Nº 362, do C.TST, bem como os direitos de
natureza sucessiva, cuja prescrição abrange somente as parcelas periódicas
vencidas decorrente de alteração do pactuado anteriores ao qüinqüênio-
Súmula Nº 294, do C. TST.”
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
22

Hipótese 2 – Marcos temporais indefinidos. O autor declara que


trabalhou sem contrato formal, pede declaração judicial, e a ré defende que a
relação jurídica terminou há mais de 2 anos.
“DA PRESCRIÇÃO BIENAL OU NUCLEAR
Considerando a data da distribuição do feito cotejada com a data do
término da relação jurídica argüida na inicial, o Juízo indefere, por ora, a
preliminar de mérito e examinará a relação jurídica base, assumindo, para
tanto, o estado das alegações iniciais. Posteriormente retornará ao tema da
prescrição para, se for o caso, pronunciar-se como postulado pela parte ré.”

IMPORTANTE: Nessa hipótese, o primeiro tópico do mérito é o exame


dos marcos temporais do alegado contrato – data de seu início e término. Após
essa definição, retorna-se do tópico “Da Prescrição” e o examina conforme as
datas fixadas, acolhendo ou não as prescrições nuclear e consumativa,
conforme os textos anteriores.

AINDA SOBRE A PRESCRIÇÃO


Há casos importantes que podem ser questionados quanto à aplicação
da prescrição. Relembramos alguns que o candidato deve estudar.

Caso: Prescrição de menor


A prescrição do menor só começa a fluir a partir da data que completar a
maioridade civil, aos 18 anos, conforme Código Civil.
Esse comando legal serve tanto para a contagem da prescrição nuclear,
de dois anos, como para a prescrição consumativa, de cinco anos.
Se este for o caso, use essa fundamentação no texto básico já
apresentado e indique a prescrição observando a data correta para o menor.

Caso: Aviso Prévio Indenizado


Há jurisprudência tanto no sentido de contar o aviso prévio indenizado
para a contagem da prescrição como no sentido de desconsiderá-lo. O
relevante, nesse caso, á a sua fundamentação. A questão de fundo é passível
de reforma e não de nulidade.
O importante é que a resposta seja fundamentada.
Dica: Se a prova indicar uma data de distribuição da ação com mais de
2 anos do término de contrato e menos de 2 anos e um mês (no caso de
contrato típico de 220horas/mes), e ainda frisar o aviso prévio indenizado, é
porque a banca aplica a OJ-SDI1-83, C.TST, caso contrário a ação estaria
prescrita nuclearmente, terminando a prova. Acreditamos que a ocorrência
desta hipótese, pela polêmica que gera, é bastante difícil.
OJ-SDI1-83. AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO. Inserida em
28.04.97 - A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art.
487, § 1º, CLT.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
23

Caso: Prescrição de prestações ou parcelas periódicas


Diz respeito a todas as parcelas cujos direito é incidido mensalmente,
me a mês e se renova constantemente enquanto perdurar o contrato de
trabalho.
Um exemplo típico é a incidência de aumentos legais ou convencionais:
sua não concessão em um determinado mês, atinge toda cadeia futura dos
pagamentos. Nesse caso, ainda que o fato original da lesão se encontre
prescrito, sua repercussão se renova mês a mês.
É o que se extrai da Súmula Nº 294 TST.
SÚMULA 294 TST- PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR
URBANO - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei.

Importante lembrar que as horas extras não são consideradas parcelas


periódicas, pois é direito que se exaure mês a mês, e não se renova, pois,
sendo questão de fato, sua realização pode ocorrer ou não mensalmente.

Caso: Prescrição de ato único.


A idéia de ato único é o contrário da prescrição. Por essa inteligência, a
lesão única torna-se marco inicial da prescrição e da data de sua ocorrência
deve ser contada a prescrição bienal, salvo se o direito à parcela também
esteja assegurado por preceito de lei.
SÚMULA 294 PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR
URBANO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei.

OJ-SDI1-175 COMISSÕES. ALTERAÇÃO OU SUPRESSÃO. PRESCRIÇÃO TOTAL.


Inserida em 08.11.2000 (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação
Jurisprudencial nº 248 da SBDI-1, DJ 22.11.2005) A supressão das comissões, ou a
alteração quanto à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado, é suscetível de
operar a prescrição total da ação, nos termos da Súmula nº 294 do TST, em virtude de
cuidar-se de parcela não assegurada por preceito de lei.

Se essa for a hipótese da prova, no texto básico da prescrição acima


apresentado, indique qual ou quais os títulos que podem ser extintos com
solução de mérito aplicando-se o conceito de ato único de lesão de direito e
fundamentando na Súmula 294,C.TCT e OJ-SDI1-175, C.TST.

Caso: Prescrição arguida incorretamente


Se a prescrição argüida pela parte autora estiver incorreta e mais
favorável à parte autora, a data argüida na defesa é o marco temporal que a
sentença observará.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
24

Se esta for a hipótese, indique a data estabelecida pela ré.


Para frisar a questão, no texto básico, indique o seguinte, após a data:
“...
Declaram-se prescritos todos os direitos anteriores a .../.../..., data
expressamente indicada pela ré e mais benéfica ao reclamante,
extinguindo-os com solução de mérito, por aplicação do art.11,I,CLT, e da
Súmula Nº308, do C.TST, bem como do art.269,IV,CPC, aplicado
subsidiariamente. (frisamos)
...”

Caso: Prescrição de ofício


Apesar da polêmica que envolve o tema, na aplicação do
art.219,§5º,CPC, , com redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006: “O juiz
pronunciará, de ofício, a prescrição.”.
Respeita-se, é claro, a posição de convicção pessoal. Porém, na prática,
o acolhimento da prescrição pelo candidato, em exame de sentença, pode
significar o fim da sentença, não permitindo que o candidato seja avaliado mais
completamente.
Deixamos de apresentar uma proposta de texto sobre o tema, pois
consideramos que não terá sentido a questão ser posta em prova de sentença:
teria que haver provocação da parte ré e, nesse caso, ela já argüiria a
prescrição. Se o candidato não abordar o tema, entender-se-á que alinha-se
com a corrente que entende que prescrição é matéria de exceção e não de
ordem pública, na seara trabalhista, por questões principiológicas
incompatíveis com o direito civil.

MÉRITO
No mérito é que o candidato demonstra conhecimento material sobre os
temas trabalhistas e segurança nas questões processuais de fundo, tal como a
distribuição do ônus da prova, a avaliação da prova, a subsunção do direito ao
caso concreto e a habilidade na exata decisão da lide.
É comum nos processos trabalhistas haver múltiplos pedidos. Há uma
sequência no enfrentamento das várias matérias de mérito seja para facilitar a
redação da sentença pelo juiz, seja para permitir seu melhor entendimento
pelas partes e terceiros.

QUESTÃO IMPORTANTE –
EXAME À EXAUSTÃO DOS ARGUMENTOS DAS PARTES
A convicção do magistrado sobre um tema pode ser fundamentado nos
argumentos das partes ou em seus próprios argumentos, independente de
terem sido debatidos pelas partes.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
25

Bastará um argumento favorável para a concessão de um direito ou para


sua rejeição, e a decisão estará constitucionalmente fundamentada.
No entanto, para efeito de prova de sentença, examine os argumentos
contrários à sua tese, expostos pela inicial e pela defesa, e dedique alguma
atenção para rebatê-los. Lembre-se que os elementos indicados na prova não
são acidentais. A expressão de rebate de argumentos contrários à sua decisão
é importante para consolidar a qualidade da sentença.

Exemplo de rebate de argumentos:


“DO INTERVALO INTRAJORNADA
O autor afirma que possuía somente 30 minutos de intervalo e que,
diante de sua jornada de mais de 6 horas diárias, tem direito a uma hora
integral de descanso, nos termos da lei.
A ré defende-se alegando que o intervalo foi diminuído em razão de
acordo coletivo, que pagava a diferença do intervalo não gozado e que a
diminuição não prejudicava o trabalho do autor.
Sem razão a ré.
O TST, por meio da OJ-SDI1-342, já declarou que é inválida a norma
coletiva que fixa intervalo menor que o legal, pois se trata de preceito garantido
por norma de ordem pública.
Quando ao pagamento do valor remenescente do intervalo, o C.TST
igualmente já declarou, por meio da OJ-SDI1-307, que a a não-concessão total
ou parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação,
implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
No mais, entendo o intervalo intrajornada mínimo de uma hora para
jornada de mais de 6 horas é necessário, porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho.
Ante os argumentos supra expostos, acolho o pedido de pagamento do
intervalo intrajornada fixado em uma hora por dia....”

OJ-SDI1-307 INTERVALO INTRAJORNADA (PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO).


NÃO CONCESSÃO OU CONCESSÃO PARCIAL. LEI Nº 8.923/1994. DJ 11.08.03
Após a edição da Lei nº 8.923/1994, a não-concessão total ou parcial do intervalo
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do período
correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho (art. 71 da CLT).

OJ-SDI1-342 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.


NÃO CONCESSÃO OU REDUÇÃO. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA.
INVALIDADE. EXCEÇÃO AOS CONDUTORES DE VEÍCULOS RODOVIÁRIOS,
EMPREGADOS EM EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO (alterada
em decorrência do julgamento do processo TST IUJ-EEDEDRR 1226/2005-005-24-
00.1) - Res. 159/2009, DJe divulgado em 23, 24 e 25.11.2009
I - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
26
da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
II - Ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que
são submetidos estritamente os condutores e cobradores de veículos rodoviários,
empregados em empresas de transporte público coletivo urbano, é válida cláusula de
acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a redução do intervalo
intrajornada, desde que garantida a redução da jornada para, no mínimo, sete horas
diárias ou quarenta e duas semanais, não prorrogada, mantida a mesma remuneração
e concedidos intervalos para descanso menores e fracionados ao final de cada viagem,
não descontados da jornada.
Caso: Revelia e pena de confissão.
Revelia não é pena, mas mero estado processual da ré que não teve
ânimo de defesa.
A principal decorrência do estado de revel é a confissão ficta quanto à
matéria de fato alegada na inicial. Observação: não se confessa matéria de
direito, mas só matéria de fato.
É possível que uma prova de sentença com múltiplos réus indique a
revelia de um ou mais deles. Verifique se o litisconsórcio é facultativo ou
necessário, antes de declarar o estado da parte e aplicar qualquer penalidade.
No caderno da questão da sentença, verifique se não há qualquer
penalidade já aplicada a parte ré. Esse dado deve vir com a questão.

Se for o caso de aplicação em sentença, sugerimos o seguinte texto:


“DA REVELIA DA RÉ “X” E SEUS EFEITOS
A reclamada “X”, devidamente notificada, não compareceu à audiência
em que deveria prestar depoimento, razão pela qual foi declarada revel e, em
decorrência, confessa quanto à matéria de fato não elididos por prova em
contrário. Inteligência do CPC,319, 343,§§1o e 2o.
Os efeitos da condição de revel serão examinados no decorrer do
exame das demais matérias, verificando a responsabilidade da ré em tais
casos.”

A partir de então, examine as matérias, verifique se é questão de fato e


se há prova já produzida em sentido contrário e aplique a penalidade, se for o
caso.
Nas ações com pólo passivo plúrimo, geralmente envolvendo
responsabilidade solidária de grupo econômico ou subsidiária de tomadora de
serviços terceirizados, a presença da empregadora principal elide a aplicação
da pena de confissão aplicável às demais rés, em caso de ausências.

SEQUENCIA LÓGICA DE EXAME DE MATÉRIAS


A prática e a razão mostram que melhor exposição técnica de uma
sentença examina primeiramente a natureza da relação jurídica e os marcos
essenciais do contrato, passando aos pedidos de grande porte decorrente
desses marcos contratuais e, por fim, os demais pedidos que orbitam a relação
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
27

jurídica que não sejam decorrentes integralmente daqueles marcos essenciais


contratuais.

1.DEFINIÇÃO DO CONTRATO E PARÂMETROS ESSENCIAIS


2.PEDIDOS DE GRANDE PORTE DECORRENTES DO CONTRATO
3.OUTROS PEDIDOS ORBITAIS AO CONTRATO

Sugestão de sequência é a seguinte, sempre observando seu


cabimento:
DEFINIÇÃO DO CONTRATO E PARÂMETROS ESSENCIAIS
1. Definição da relação jurídica entre as partes.
-Casos de pedido de declaração de relação de emprego.
-Se não for empregado, todos os demais pedidos decorrentes ficam
prejudicados.
2. Definição de unicidade de contratos
-Casos de sucessão, dispensa e recontratação seguidas etc.
-Se não for reconhecida a unicidade, todos os demais pedidos
decorrentes ficam prejudicados.
3. Aplicação de normas coletivas
-Definido que o autor é empregado e que trabalhou em determinados
períodos, é cabível examinar se as normas coletivas acostadas na inicial ou na
defesa são cabíveis. Delas emanarão alguns direitos importantes, como salário
base, aviso prévio especial, direitos específicos etc.
4.Definição do salário
-Importante para execução futura.
5.Definição da forma rescisória.
-Nos casos de alegação de justa causa.
-Da definição surgem outros direitos, tais como aviso prévio, 13º salário,
multa do FGTS, benefícios sociais etc.

PEDIDOS DE GRANDE PORTE DECORRENTES DO CONTRATO


6.Definição das verbas rescisórias
-Da sua definição decorrem outros direitos, incluindo aviso prévio,
levantamentos de guias de SD ou sua indenização, FGTS etc.
7.Definição de jornada de trabalho
-Da sua definição decorrem outros direitos, incluindo, conforme
convicção do julgador, alguns intervalos legais ou convencionais.
-Horas extras, adicionais e reflexos;
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
28

-Adicional Noturno, adicionais e reflexos;


8. Períodos de férias não usufruídos

OUTROS PEDIDOS ORBITAIS AO CONTRATO


São pedidos que não guardam necessária relação com a forma
contratual ou a forma rescisória. Dependem somente da existência da relação
de emprego.
9.Adicionais de insalubridade e periculosidade
10.Danos morais
11.Devolução de descontos
12.Multas convencionais
13.Indenização de seguro desemprego
14. Diferenças de FGTS não depositados
15.Multas convencionais
16.Vale Transporte
17.Vale-refeição
etc.

ATENÇÃO: A lista acima é apenas referencial e deve ser usada como


parâmetro para sua reflexão.

ENFRENTANDO CADA TEMA


A primeira ação ao redigir cada tópico, é fazer um breve comentário das
alegações da inicial e da defesa. Logo depois, examinar a prova à luz da teoria
da distribuição do ônus da prova e a forma com que as partes se
desincumbiram de prová-las. Depois, passamos a examinar qual o fundamento
do sistema usamos para acolher, no todo ou em parte, ou então rejeitar o
pedido. Se for o caso, por último, decidimos a questão, condenando a parte ré
no que se entende devido (no todo ou em parte do pedido), fixando todos os
parâmetros executórios, ou então absolvendo-a do pedido.
Lembre-se de respeitar os limites do pedido e indicar precisamente a
condenação (“quid debeatur”), conforme o CPC. O valor preciso da
condenação (“quantum debeatur”). pode ser liquidado em fase posterior à
sentença sobre os parâmetros indicados na sentença.
Os parâmetros da condenação são: limites de datas ou períodos, limite
prescricional, observações de percentuais incidentes (legais, convencionais ou
contratuais), reflexos em títulos determinados etc.
Ao final de cada tópico em que haja fixação de condenação, remeta sua
apuração posterior à sentença, usando a fórmula “como for apurado em sede
de liquidação de sentença.”
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
29
CPC, Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso
conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.

CPC,Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e


circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá
indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento

CPC,Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa
da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do
que Ihe foi demandado.
Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica
condicional

Confira cada tópico examinado com seu planejamento para evitar o


defeito da sentença “citra petita”.
Lembre-se que no caso de procedimento sumaríssimo, o valor das
condenações deve ser líquido, indicado na sentença conforme os valores
postulados na inicial, ou ainda arbitrados pelo juiz (art.475,I e II, CPC).
Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:
I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;
II – o exigir a natureza do objeto da liquidação.

Recomendação: Títulos simples são fáceis de liquidar. Mas não se


preocupe em acertar cálculos mais complexos, tal como horas extras e
reflexos. O importante, para prova, é apresentar o resultado líquido na
sentença, nos termos da lei.

ALGUMAS QUESTÕES QUE PODEM SER ABORADAS


EM FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA

Caso: Honorários advocatícios


Apesar das ponderadas argumentações em contrário, o TST tem firma
posição contrária ao pagamento de honorários advocatícios fora da previsão da
Lei nº 5584/1970.
Sugestão de texto 1:
“HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DO SINDICATO
Presentes os pressupostos da Lei Nº 5.584/1970, com o patrocínio da
causa pelo Sindicato representante dos empregados, acolho o pedido de
honorários advocatícios ora fixados em 15% da condenação líquida, conforme
for apurado em liquidação de sentença.”

Sugestão de texto 2:
“HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (ou ainda)
INDENIZAÇÃO CIVIL PELA SUCUMBÊNCIA”
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
30

Ausentes os pressupostos da Lei 5.584/70, rejeito o pedido de


honorários advocatícios postulado pela parte autora. Aplico as Súmulas 219 e
329, ambas do C.TST. A mesma inteligência é válida para as indenizações por
sucumbência civil ou a qualquer outro título, para a mesma finalidade, razão
pela qual igualmente são afastadas por decorrentes do mesmo entendimento

Caso: Declaração de natureza dos títulos acolhidos


O art.831, § 3o,CLT determina que nas decisões cognitivas ou
homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas
constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição
previdenciária, se for o caso.(Lei nº 10.035, de 25.10.2000)
A natureza desses títulos pode ser examinada na fundamentação.
Sugestão de texto:
“DA NATUREZA DOS TÍTULOS ACOLHIDOS POR ESTA DECISÃO
Nos termos do art.832,§3o,CLT, a liquidação da sentença deverá
observar as seguintes normas aplicadas aos títulos supra acolhidos:
CF/1988,7o,XI; Lei Nº 8.212/1991, arts. 15 e 28; Lei Nº 8.036/1990,
art.15; Lei Nº 7.713/1988, arts. 3o e 7o; Lei Nº 7.959/1989; Decreto Nº
3.048/1999, arts. 214 e 216; Regulamento das Leis Nº 8.212/1990 e Nº
8.123/1990; Súmula Nº 305, C. TST; e Instrução Normativa FGTS/MTE Nº 17,
de 31/07/2000.”
Nota: esta sugestão é simples e é recomendável examinar o
entendimento da banca sobre esse tema.

Caso: Recursos “ex officio” – Remessa necessária


Sentenças em face da União, Estados, DF e Municípios, autarquias e
fundações sem atividade econômica devem ser remetidas ao reexame
necessário por dever de ofício do juiz.
A Fazenda Pública também é beneficiária desse dispositivo conforme
indica a Súmula 303, C.TST, observados seus requisitos.
SÚMULA 303 FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (incorporadas
as Orientações Jurisprudenciais nºs 9, 71, 72 e 73 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20,
22 e 25.04.2005
I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência
da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo:
a) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta)
salários mínimos; b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária
do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho. (ex-Súmula nº 303 - alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)

RECONVENÇÃO
Muito natural que a prova apresente uma reconvenção, e sua solução é
bem fácil. A reconvenção é uma outra ação, apresentada pelo réu junto com a
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
31

sua defesa, e que caminha junto com a primeira ação. Ainda que autônoma,
pois tem pedidos próprios, com defesa da parte autora e produção de provas
documentais, técnicas e testemunhais, a decisão é prolatada na mesma peça,
ou seja, na mesma sentença.
Use os artifícios gráficos para demonstrar a divisão entre ação e a
reconvenção. Recomendamos o uso de um título para essa finalidade.
As partes na reconvenção recebem nomes adequados: reconvinte (réu
na primeira ação, autor da reconvenção) e reconvindo (autor na primeira ação
e agora, réu na reconvenção)
Obs.: Reconvenção é diferente de pedido contraposto.
Pedido contraposto é a forma que o réu usa para demandar sobre um
mesmo título ou matéria no procedimento sumário civil, que não admite
reconvenção.
No pedido contraposto, geralmente compensação de títulos trabalhistas
ou retenção, como estabelece a Súmula 18, do C.TST, a decisão é
apresentada no tópico próprio da matéria.

SÚMULA 18 COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A


compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza trabalhista.

Não há qualquer novidade na redação da sentença que decide uma


reconvenção: é como se fossem prolatadas duas sentenças em uma só.
Na reconvenção, os pedidos podem ser diversos da primeira ação e a
sentença formaliza graficamente duas decisões: a primeira, “DA AÇÃO”, e a
segunda “DE RECONVENÇAO”.

(Modelo de estrutura)
DA AÇÃO
Preliminares
Prejudiciais
Mérito
DA RECONVENÇÃO
Preliminares
Prejudiciais
Mérito

Na decisão, o candidato usará a mesma estrutura:


“DECISÃO
Decide, o MM Juiz, acolher no todo ou em parte a AÇÃO, para...
E também decide, acolher no todo ou em parte a RECONVENÇÃO,
para...
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
32

...”

São pedidos típicos de reconvenção:


-Despesas com acidentes de veículos causados pelo autor
-Despesas com prejuízos causados dolosamente pelo reclamante
-Despesas com advogado (ainda que não se afaste o “jus postulandi”)

São pedidos normais contrapostos:


-Compensação de horas extras pagas
-Compensação de verbas rescisórias no caso de reintegração
-Pedido de devolução de multa rescisória no caso de reintegração

DISPOSITIVO
Dispositivo, ou “decisum”, é o local formal da sentença que declara a
decisão do julgador, concedendo ou deferindo os pedidos no todo ou em parte,
ou ainda rejeitando-os.
O dispositivo é a parte da sentença que transita em julgado, conforme
estabelece o art.469,CPC.
Art. 469. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.

No dispositivo constam os nomes de todas as partes, mais o órgão que


decide, as decisões sobre os temas e a forma de liquidação, além de definição
de juros, correção monetária, responsabilidades perante o INSS e Receita
Federal ou qualquer outro órgão, honorários advocatícios se for o caso, valor e
responsabilidade da custas.
O dispositivo também deve conter o comando de ciência das partes: ou
saem cientes da audiência onde ocorreu a prolação da sentença ou serão
intimadas por correio ou publicação no meio oficial.
O dispositivo pode ser direto, constando articuladamente todos os
elementos decididos, ainda que de forma reduzida, ou indireto, no qual o juiz
usa a expressão “deferidos os títulos como indicado na fundamentação”,
remetendo a essa parte da sentença o conteúdo decisório. Recomendamos
fortemente que se use o dispositivo direto, contendo todos os pedidos
acolhidos.
Os pedidos acolhidos não precisam ser integralmente indicados no
dispositivo mas sim os títulos específicos.
Exemplo importante.: Ao se deferir horas extras devemos constar, na
fundamentação, todos os parâmetros de liquidação desse título: a delimitação
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
33

do período de tempo ou local de trabalho, eventualmente os controles de


jornada que servirão como fonte da apuração, as jornadas diárias
especificando os domingos e feriados, os intervalos, os percentuais de horas
extras aplicados e sua origem legal convencional ou contratual também
especificando os domingos e feriados, o divisor aplicado, os reflexos em férias
mais 1/3, 13º salários, aviso prévio e FGTS mais 40%, as compensações
acolhidas etc.

No dispositivo poderá constar, mais sucinto embora suficiente:


“Deferidas as horas extras requeridas, conforme os parâmetros
constantes e decididos na fundamentação, que faz parte integrante desse
dispositivo, com reflexos em férias mais 1/3, 13º salários, aviso prévio e FGTS
mais 40%, compensando-se os valores pagos pelos mesmos títulos
comprovados nos autos, como for apurado em liquidação de sentença”.

TÉCNICA DA REMISSÃO DO DISPOSITIVO À FUNDAMENTAÇÃO.


Para que os elementos decisórios constantes do dispositivo também
transitem, pode ser aplicada uma técnica de remissão aos fundamentos da
sentença. Essa técnica não transgride o art.469,CPC, mas permite que
qualquer dúvida na liquidação da sentença seja dirimida pelos elementos
decisórios contidos na fundamentação.
Para tanto, basta usar a expressão “tudo conforme os termos da
fundamentação que faz parte integrante deste dispositivo.”
Se uso demonstra a boa familiaridade do candidato com a técnica,
questão que certamente agrada o examinador.

Questões específicas
Caso: Pedido e condenação alternativa
A decisão pode condenar alternativamente se a matéria permitir e se
houver pedido nesse sentido. O dispositivo deverá conter a forma de liquidação
da condenação.

Caso: Valor da condenação


Toda sentença define o “an debeatur”, a existência da dívida, o “cui
debeatur”, a quem é devido, o “quis debeat”, quem deve e o “quid debeatur”, o
que é devido. Ao mesmo tempo, o que é devido deve ser subsumido a um valor
de condenação, que tem o interesse de fixar, ao menos aproximadamente, o
parâmetro de processamento de custas e demais repercussões para as demais
etapas do processo.
A fixação do valor da condenação, no procedimento sumaríssimo, é o
total dos pedidos líquidos acolhidos pela sentença. No procedimento ordinário,
esse valor é fixado pelo juiz por um arbitramento e não tem o condão de limitar
o valor da apuração posterior. Portanto, para efeito de redação de sentença em
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
34

exame à magistratura do trabalho, use o bom senso para fixar esse valor, sem
uma exagerada preocupação de exatidão.

Caso: Valor de Custas e responsabilidade


No processo do trabalho as custas para o réu empregador ou não
protegido pela Lei nº 5584/1970, ou ainda a União, Estados e Municípios, suas
fundações e autarquias que não explorem atividade econômica, não pagam
custas (CLT,790-A,I) nem o Ministério Público (CLT,790-A,II).
As custas no processo do trabalho são de 2% sobre as seguintes bases
e hipóteses:
-Sentença com condenação de pagar: 2% sobre o valor da condenação.
-Sentença com condenação de pagar e obrigação de fazer: 2% sobre o
valor total das obrigações, facultando-se a arbitragem pelo juiz.
-Sentença de improcedência: 2% sobre o valor dado à causa ou o valor
dos pedidos.
CLT, Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações
e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas
propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas
relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento),
observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão
calculadas:
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado
totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa;
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação
constitutiva, sobre o valor da causa;
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.
o
§ 1 As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No
caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo
recursal.
o
§ 2 Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante
das custas processuais.
o
§ 3 Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o
pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes.
o
§ 4 Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo
pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo
Presidente do Tribunal.

Casos importantes:
-Massa falida: não é isenta de pagamento de custas processuais, mas a
falta de pagamento não acarreta deserção.
SÚMULA 86 DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO
EXTRAJUDICIAL (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 31 da SBDI-1) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou
de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa
em liquidação extrajudicial. (primeira parte - ex-Súmula nº 86 - RA 69/78, DJ
26.09.1978; segunda parte - ex-OJ nº 31 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
35

-Sociedades de economia mista, empresas públicas e outras


atividades equiparadas à atividade privada: pagas custas.
-Recuperação Judicial: paga custas conforme a Lei de Falências e
Recuperação de Empresa – Lei n. 11.101/2005, Art.84,IV.
-Ações plúrimas: As custas incidem sobre o valor global da
condenação e não sobre valores individuais dos componentes do pólo.
-Entidades fiscalizadoras do exercício profissional (OAB, CREA,
CRO, etc), pagam custas (CLT,art. 790-A, parágrafo único).
SÚMULA 36 CUSTAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Nas ações
plúrimas, as custas incidem sobre o respectivo valor global.

-Honorários advocatícios
Conforme já examinados o tema no item fundamentação, sugerimos o
seguinte texto para ser indicado no dispositivo:

“-Honorários advocatícios devidos pela ré ao Sindicado patrocinador da


causa pelo reclamante no importe de 15% do valor líquido da condenação.”

Deduções e compensações
Seja objetivo e sucinto, indicando a base legal que será aplicada à
apuração dessa obrigação.
Sugestão de texto:
“Ficam autorizadas as deduções compensações a iguais títulos, desde
que já comprovados nos autos, salvo as especificamente vedadas constantes
na fundamentação desta sentença, nos termos do art.767, CLT”

Contribuições previdenciárias:
Aqui também seja objetivo e sucinto, indicando a base legal que será
aplicada à apuração dessa obrigação.

Sugestão de texto:
“CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
O recolhimento da totalidade das contribuições fica a cargo da
reclamada, calculado sobre as verbas salariais acolhidas nessa decisão,
deduzindo-se, do montante, a quota-parte do empregado, observado o teto
legal mensal, desde que previamente comprovados os recolhimentos ao INSS,
tudo nos termos do art.33 da Lei Nº 8.212/91.”

Imposto de Renda
Objetividade e concisão na decisão, indicando a base legal que será
aplicada à apuração dessa obrigação.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
36

Sugestão de texto:
“Observe-se o CP-CGJT,75 - Consolidação dos Provimentos da CGJT-
devendo a ré comprovar nos autos, em até 15 (quinze) dias os pagamentos
fiscais após o recolhimento do Imposto de Renda, sob pena de aplicação do
parágrafo único da mesma norma e atendendo ao disposto na Súmula 368, do
C.TST.”

Juros e Correção Monetária


A regra de cálculo de juros é fundamentada na lei:

Sugestão de texto:
“Aplicados nos termos da Lei 8.177/91- juros simples de 1% ao mês
calculados “pro rata die”, a partir da data da propositura da ação, nos termos do
art. 883,CLT.
“Para a correção monetária, deverá ser observada a Súmula Nº 381, do
C. TST, respeitado o vencimento de cada obrigação, como for apurado em
liquidação de sentença”.

Uma sugestão de texto global


“DO RECOLHIMENTO FISCAL E PREVIDENCIÁRIO
Recolhimento fiscal e previdenciário, relativo às parcelas de natureza
salarial objeto de condenação, cuja responsabilidade pelo recolhimento e
comprovação recai sobre a reclamada , nos termos do artigo 28 da Lei nº
10.833/2003 e art. 889-A, § 2º, da CLT.
À título de descontos fiscais, deverão os mesmos incidir sobre o valor
total da condenação, de uma só vez (regime de caixa), calculados ao final,
referente às parcelas tributáveis, considerada a correção monetária e juros de
mora, não devendo, no entanto, recair sobre verbas indenizatórias e
previdenciárias, tampouco sobre valores relativos ao FGTS, tudo nos termos do
§ 2º, do artigo 46, da Lei 8.541/92; do inciso V, do artigo 6º, da Lei n. 7.713/88
e do Provimento 1/96 da Corregedoria Geral do C. TST.
Quanto aos Recolhimentos Previdenciários, deverão os mesmos incidir
sobre as parcelas de natureza salarial previstas no artigo 28, I, da Lei nº
8.212/91, excetuadas as contidas no § 9º e outras não constantes
expressamente da norma, apurando-se a incidência mês a mês (art. 276, §4º,
do Decreto n º 3.048/99) e aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198 do
Decreto, observado o limite máximo do salário-de-contribuição.
Frise-se que, em se tratando de parcela tributária, a norma não poderia
ensejar dúvida sobre o que representa base de cálculo e o que consiste em
parcelas isentas. Assim, há de se interpretar o art. 28 da lei previdenciária de
forma restritiva, em consonância com as parcelas salariais descritas na CLT e,
ausente a previsão, isentar outros valores da incidência da contribuição.
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
37

Por fim, autorizada a dedução dos recolhimentos fiscais e


previdenciários devidos pelo reclamante até o valor do que seria recolhido à
época oportuna.

EXEMPLO DE DISPOSITIVO

1.Dispositivo acolhendo o pedido no todo

“DISPOSITIVO
ISTO POSTO, diante de toda fundamentação, a qual faz parte integrante
do dispositivo, nos autos da reclamação trabalhista ajuizada por
RECLAMANTE (Nome da parte) em face de RECLAMADA(Nome da parte)
julgo PROCEDENTE EM PARTE o pedido da autora, para condenar a
reclamada:
- NA OBRIGAÇÃO DE FAZER relativa:
-Anotação da CTPS da autora, a fim de que faça constar o vínculo
empregatício no período de .../.../... a .../.../...com salário de R$ ... de .../.../... a
.../.../..., e salário de R$ ... de .../.../... a .../.../..., tudo na função de balconista.
Proceda o(a) autor(a) à juntada da CTPS aos autos, ou à entrega da
CTPS à reclamada, mediante recibo, no prazo de 05 dias, após o trânsito em
julgado.
Da entrega da CTPS ou de sua juntada aos autos, proceda a reclamada,
no prazo de 10 dias, as anotações referidas, sob pena de multa diária de
R$50,00, limitada a 10 dias.
Não cumpridas referidas determinações, proceda a secretaria às
anotações da CTPS da autora, sem prejuízo da multa devida.
- ao recolhimento do FGTS, acrescido de 40%, sobre as parcelas
salariais pagas no curso da relação de emprego e sobre as parcelas salariais
objeto de condenação, no prazo de 15 dias do trânsito em julgado, sob pena de
pagamento da indenização equivalente aos valores que deixou de recolher.
Deverá a reclamada no prazo de 30 dias do trânsito em julgado, efetuar
a entrega das guias para soerguimento de FGTS e para habilitação ao
recebimento de seguro desemprego, sob pena de multa diária de R$ 50,00,
limitada a 20 dias.
Caso impedida a reclamante do recebimento de seguro desemprego, em
razão de qualquer omissão da reclamada, deverá esta arcar com os
respectivos valores.
Autorizo a dedução de todos os valores já pagos a idênticos títulos aos
ora deferidos, já comprovados nos autos, a fim de se evitar o enriquecimento
sem causa da parte autora
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
38

- NA OBRIGAÇÃO DE PAGAR as seguintes parcelas:


-Férias acrescidas de 1/3 e 13º de todo período contratual, como fixado
na fundamentação, como for apurado em liquidação de sentença.
- Indenização de vale-transporte, equivalente a duas conduções relativas
a transporte público municipal, no importe de R$ 2,70, cada, por cada dia de
trabalho, no que exceder a 6% do valor do salário básico, nos termos do
parágrafo único, do artigo 4º, da Lei 7.418/1985, como fixado na
fundamentação e como for apurado em liquidação de sentença
Autorizo, ainda, a dedução de todos os valores já pagos a idênticos
títulos aos ora deferidos, já comprovados nos autos, a fim de se evitar o
enriquecimento sem causa da parte autora
Correção monetária na forma da Súmula 381 do C. TST e Juros a partir
do ajuizamento da ação, no percentual de 1% ao mês.
Recolhimento fiscal e previdenciário, relativos às parcelas objeto de
condenação, pela reclamada, autorizada a dedução da parte cabível pelo
reclamante, até o valor do que seria devido na época oportuna.
Natureza jurídica das verbas deferidas nesta Sentença na forma do
artigo 28 da Lei 8.212/91, sendo certo que possuem expressa natureza
indenizatória as constantes do § 9º.
Custas, pela reclamada, no importe de R$ ..., calculadas sobre o valor
da condenação, ora liquidada em R$ ...
Intime-se a União.
Intimem-se as partes e cumpra-se.
Local e Data
Juiz do Trabalho”

2.Dispositivo rejeitando o pedido no todo

“DISPOSITIVO
ISTO POSTO, diante de toda fundamentação, a qual faz parte integrante
do dispositivo, nos autos da reclamação trabalhista ajuizada por
RECLAMANTE (Nome da parte) em face de RECLAMADA(Nome da parte)
julgo IMPROCEDENTE o pedido da autora, para absolver a ré da condenação
postulada na inicial.
Custas, pela reclamante, no importe de R$ ..., calculadas sobre o valor
dado à causa, de R$ ..., dos quais fica isenta e razão do preenchimento dos
requisitos da Lei nº 5584/1970.
Intimem-se as partes e cumpra-se.
Local e Data
Juiz do Trabalho”
APOSTILA DE REDAÇÃO DE SENTENÇA PARA CONCURSO DE JUIZ DO TRABALHO
39

Exercícios de expressões mais usadas nas sentenças judiciais.


“O reclamante postula... alegando que...”
“A reclamada, em defesa, contesta, alegando que... e juntando
documentos (fls....)”
“Razão assiste ao reclamante.”
“Razão assiste à reclamada.”
“Destarte, faz jus, a autora, ao pagamento de... como postulado na
inicial”.
“Estabeleço os parâmetros desse título para efeito de liquidação de
sentença, que será feita por meros cálculos:”
“... conforme for apurado em liquidação de sentença, por meros
cálculos.”
“Honorários periciais a cargo da ré, ora fixados no importe de R$...”.

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sistema legal. No mais, o mero acesso a este material não garante sucesso
nos exames à magistratura, e somente o exercício e dedicação cotidianos da
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Solicita-se que seja mencionada a fonte da pesquisa.
Esta apostila foi idealizada pela Diretoria Cultural da AMATRA-SP
2008/2010) pelo Prof.Dr.Gézio Medrado Duarte, Profa.Ms.Maria de Fátima
Zanetti e Gabriel Lopes Coutinho Filho (relator).
A idéia deste trabalho é estar em constante evolução. Novas edições
serão preparadas em breve. Agradecemos toda contribuição que venha a
melhorar esse material, podendo as sugestões serem enviadas para:
juizgabriel@gmail.com

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