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Instituto Superior Politécnico de Songo

Licenciatura em Engenharia Hidráulica

4º ANO

DRENAGEM E SANEAMENTO

Projecto de um Sistema de Drenagem


de Águas Pluviais

DISCENTE: DOCENTE:

VUMA, Shezmim Agostinho Eng.º SOARES, Ivaldo Manuel

Songo, Maio de 2020


Projecto de um Sistema de Drenagem de Águas
Pluviais
Ivaldo Manuel Soares
SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

Lista de Conteúdos
1 Antecedentes da investigação........................................................................................................ 10

1.1 Introdução ............................................................................................................................. 10

1.2 Evolução histórica ................................................................................................................. 10

1.3 Desafios e estratégias ............................................................................................................ 10

1.4 Motivação .............................................................................................................................. 12

2 Introdução ..................................................................................................................................... 13

2.1 Objectivos ............................................................................................................................. 14

2.1.1 Objectivo geral .............................................................................................................. 14

2.1.2 Objectivos específicos ................................................................................................... 14

2.2 Problemática e Justificativa ................................................................................................... 14

3 Revisão Bibliográfica .................................................................................................................... 15

3.1 Introdução ............................................................................................................................. 15

3.2 Delimitação da área de estudo ............................................................................................... 15

3.3 Critério de concepção e especificações normativas .............................................................. 16

3.4 Determinação de caudal de projecto ..................................................................................... 16

3.4.1 Tempo de concentração................................................................................................. 17

3.4.2 Coeficiente de escoamento ............................................................................................ 18

3.4.3 Intensidade da precipitação ........................................................................................... 18

3.5 Determinações das dimensões de sarjetas ............................................................................. 18

3.5.1 Declividade.................................................................................................................... 19

3.5.2 Dimensões do canal ....................................................................................................... 19

3.5.3 Velocidade de escoamento ............................................................................................ 19

3.5.4 Regime de escoamento .................................................................................................. 20

3.6 Dimensionamento de sumidouros ......................................................................................... 21

3.6.1 Equação do descarregador ............................................................................................. 21

3.6.2 Equação de energia........................................................................................................ 21

3.7 Dimensionamento de galerias ............................................................................................... 22

4 Metodologia .................................................................................................................................. 24
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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

5 Resultados Esperados .................................................................................................................... 25

6 Condições de Implementação e Factores de Risco ....................................................................... 26

7 Cronograma de Actividades .......................................................................................................... 27

8 Plano Orçamental .......................................................................................................................... 28

9 Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 29

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

Lista de Figuras
Figura 1 - Delimitação geográfica da área de estudo. ........................................................................... 15
Figure 2 - Representação da secção transversal da sarjeta. ................................................................... 21
Figure 3 - Representação de um sumidouro de lancil ........................................................................... 22
Figure 4 - Representação de uma boca colectora. ................................................................................. 23

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

Lista de Tabelas
Tabela 1 - Caudais de contribuição em cada sub-bacia......................................................................... 18
Tabela 2 - Dimensões das sarjetas e verificação de velocidade e classificação de regime de
escoamento. ........................................................................................................................................... 20
Tabela 3 - Dimensões da boca colectora de cada sumidouro. ............................................................... 22
Tabela 4 - Determinação dos diâmetros das galerias e os parâmetros de verificação. .......................... 23
Tabela 5 - Cronograma de actividades .................................................................................................. 27
Tabela 6 - Planeamento financeiro das actividades............................................................................... 28

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

Lista de Símbolos

Simbolo Descrição Unidade


Q Caudal de projecto m
Ks Coeficiente de rugosidade de Maning-Strickler
S Área de secção transversal da sarjeta m2
J Declividade do canal m/m
I Intensidade da precipitação mm/h
A Área drenante da sub-bacia m2
tc Tempo de concentração min
L Maior largura do talvegue m
∆H Diferença de cotas topográficas m
C Coeficiente de escoamento
a, b Parâmetros da curva IDF
B Largura da base da sarjeta m
H Altura do canal m
U Velocidade de escoamento m/s
Fr Número de Froude
g Aceleração de gravidade m/s 2
B0 Largura do sumidouro m
L0 Comprimento do sumidouro m
A0 Área de secção transversal do sumidouro m2
E Energia de escoamento m
D Diâmetro nominal do colector mm
Hu Altura uniforme m

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

Resumo

Este projecto de drenagem pluvial visa dotar os arruamentos do bairro Chingodzi,


concretamente no quarteirão nº 2 de dispositivos capazes de colectar e conduzir
adequadamente as águas que incidem sobre os mesmos. Neste caso, a rede de drenagem de
águas pluviais será dimensionada com a finalidade de se eliminar as inundações a nível local e
bem como as erosões superficiais por sulcos, evitando-se as interferências entre as enchentes
e o transito de pedestres e veículos, e danos às propriedades dos moradores.

Palavras-chaves: projecto, drenagem urbana, saneamento, escoamento em canais.

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

Abstract

This storm drainage project aims to equip the streets Chingodzi neighborhood, specifically in
block 2 of devices capable of collecting and properly conduct the waters that concern them. In
this case, the rainwater drainage network will be scaled in order to eliminate flooding locally
and as well as the superficial erosions furrow, avoiding-interference between the floods and
the traffic of pedestrians and vehicles, and damage the properties of the residents.

Keywords: project, urban drainage, collectors, open channels flow.

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

1 Antecedentes da investigação

1.1 Introdução

Os primeiros sistemas de drenagem em meio urbano de que há registo, datam de há mais de


5.000 anos, e praticamente durante 4.800 anos, os avanços globais que se verificam nesse
domínio, não foram, salvo raras excepções, significativos.

Nos últimos 150 anos, assistiu-se no entanto, um enorme progresso no sector, motivado, em
grande parte, pelos problemas e desafios criados pelo grande aumento populacional
verificado, pelo crescimento industrial, pela concentração das populações nas zonas litorais e
pelo agravamento geral das condições ambientais, em especial da qualidade das águas dos
meios receptores.

Neste capítulo apresentam-se aspectos históricos e actuais da evolução da drenagem em meio


urbano

1.2 Evolução histórica

Ao longo dos tempos, e até a Idade Moderna, as obras de drenagem não foram consideradas,
em regra, como infra-estruturas necessárias e condicionantes ao desenvolvimento e
ordenamento dos núcleos urbanos.

Maner (1966) refere a actividade da Civilização Mesopotâmica nos anos 2.500 a.C., que
planearam e construíram, designadamente nas cidades de Ur e Babilónia, infra-estruturas de
drenagem e saneamento, incluindo uma espécie de sarjetas e sumidouros que serão
dimensionamento neste projecto, para a recolha de águas pluviais e encaminhamento para os
colectores, posteriormente designados por galerias. Os materiais de construção então
utilizados foram, tipicamente, o tijolo e o asfalto.

No final do século XIX, o uso do betão em colectores de secção circular, com autolimpeza e
sem juntas transversais, constitui também marco relevante. Mas em meados do século XIX, os
engenheiros já tinham consciência da importância da autolimpeza e do declive, para assegurar
menores encargos e problemas com manutenção das redes públicas.

1.3 Desafios e estratégias

Ente os desafios mais significativos e marcantes para o saneamento da cidade do século XXI
incluem-se os seguintes (Matos et ali, 2001):

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o Controlo do risco de inundações em zonas urbanas;


o O controlo dos efeitos da poluição de grandes escala, decorrentes da descarga directa
de águas residuais (ou mistura de águas residuais e pluviais) para os meios receptores,
sem ser previamente sujeita a qualquer tratamento, por ocasião de precipitações,
mesmo pouco intensas.
o O controlo do comportamento dos sistemas de drenagem, sobretudo os mais extensos,
em termos de impactos no meio ambiente.

A satisfação de uma melhor qualidade ambiental a custos de investimento e de operação


comportáveis exige o cumprimento dos seguintes princípios gerais (Matos, 1999):

o Para a mesma finalidade, utilizar menos recursos naturais (designadamente água) e


reduzir consumos energéticos;
o Minimizar a transferência de problemas, no espaço (para outros locais) e no tempo
(para gerações futuras); e
o Minimizar a degradação da qualidade dos recursos naturais: água, solo e ar.

A aplicação destes princípios aos desafios actuais, podem resultar, designadamente, em


conceitos e procedimento, não tradicionais, que a segui se mencionam:

o Redução das distâncias de transporte de águas residuais;


o Utilização das águas pluviais recolhidas ao nível da edificação para uso doméstico ou
infiltração das águas pluviais recolhidas ao nível da edificação, até ao limite do
adequado e possível, antes da sua descarga na rede de drenagem; e
o Controlo e tratamento das águas escorrência pluvial, por técnicas ambientalmente
adequadas, antes da sua rejeição final.

Para enfrentar os desafios come êxito, e de forma sustentada, crê-se que se torna
especialmente importante não só investir em novos sistemas e na beneficiação e reabilitação
de sistemas de saneamento existentes, recorrendo a tecnologias e soluções adequadas, mas
investir sobretudo ao nível do conhecimento detalhado e da gestão integrada dos mesmos, por
forma a tirar o máximo partido das respectivas potencialidades e dos recursos investidos.

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1.4 Motivação

A iniciativa para se ter escolhido a presente área de estudo, reside no facto de ser um bairro
que não esteja em expansão, donde a maior parte da população senão toda, goza de um
sistema de tratamento de esgoto residual (fossa séptica) em suas próprias residências.

Neste contexto, o desafio é de propor um sistema de drenagem pluviais, para ajudar no


processo de evacuação das águas de chuvas que fortemente devastam as vias de acesso logo
que o ano hidrológico se inicia, tornando desde modo, a zona intransitável devidos os
fenómenos de erosão.

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2 Introdução

Este projecto é de carácter avaliativo no âmbito da cadeira de Drenagem e Saneamento, trata-


se de um dimensionamento de um sistema de drenagem de águas pluviais, em gesto de
proposta para atender as necessidades de saneamento básico do meio no bairro Chingodzi,
quarteirão número 2, na cidade de Tete.

Será aproveitada tal oportunidade para dar espaço e não interferir tanto nos traçados dos
arruamentos, tendo em consideração aos condicionantes locais (como abastecimento de água,
fornecimento de energia eléctrica, linhas telefónicas, entre outros serviços relacionados).

Apresenta-se neste projecto a solução base duma e única hipótese, dum sistema de drenagem
pluvial, não estando prevista neste projecto o sistema de drenagem residual, isso porque parte-
se do pressuposto de que os moradores do bairro Chingodzi, já dispõem de sistema de
evacuação e tratamento de esgoto residual (por fossas sépticas).

A avaliação da segurança hidráulica funcional e bem como questões económicas, serão o


norte de todo processo de dimensionamento.

Será implantado um sistema de drenagem do tipo ramificado, onde as condutas deverão


dispor sempre se um maior diâmetro no sentido de escoamento, em trechos a jusante sempre
que convier de cada caixa de visita.

De modo geral a rede será constituída de sarjetas de secção trapezoidal; sumidouros, devendo
estes serem responsáveis por conduzir a água pluvial até as galerias colectoras através de
colectores projectados; caixa de ramal de ligação a rede pluvial enterrada, caixas de ramais
simples (serão o ponto de convergência de apenas dois colectores projectados) e caixas de
ramais com queda guiada de ligação pluvial (deverão ser implantadas em pontos onde se
encontram a junção de três colectores projectados).

E também, devera dispor de um dispositivo de saída, capaz de transportar as águas pluviais


através de um canal de grandes dimensões (feito de material local e argamassado) para o
manancial ou corpo receptor, que neste caso, será o rio rovubue.

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2.1 Objectivos

2.1.1 Objectivo geral

O objectivo geral deste trabalho é propor um sistema de drenagem para evacuar águas da
chuva no quarteirão nº 2, no bairro Chingodzi tendo em conta aspectos técnicos e económicos.

2.1.2 Objectivos específicos

o Estudar a carta topográfica da região em estudo;


o Conhecer a hidrologia e a geologia da área de estudo;
o Identificar os elementos constituintes do sistema;
o Proceder com dimensionamento de sarjetas, sumidouros e galerias;
o Aferir questões técnicas e económicas.

2.2 Problemática e Justificativa

A presente área de estudo foi escolhida porque não dispõe de um sistema de drenagem, além
disso, é um bairro que apresenta quase sempre fenómenos erosão laminar ou por sulcos em
seus arruamentos devido aos eventos da precipitação, tornando tais vias de acesso
intransitáveis, nalgumas situações colocando em causa o saneamento básico do meio. Não
obstaste, encontra-se uma oportunidade impar de sugerir um sistema de drenagem pluvial
capaz de satisfazer a tais inconvenientes, permitindo que haja um mecanismo de evacuação
das águas que se instalam ao redor de lixeiras e acessos marginais.

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3 Revisão Bibliográfica

3.1 Introdução

O cálculo dos caudais pluviais a drenar pressupõe a determinação da intensidade de


precipitação que depende do período de retorno, e do tempo de concentração a nível da bacia
drenante. Para efeitos de dimensionamento adoptou-se um período de retorno de 10 anos,
onde o tempo de concentração mínimo é de 3,17 minutos.

Considerando a curva IDF extrapolada para cidade de Tete, cujos parâmetros são: 𝑎 =
797,38 e 𝑏 = −0,582, os caudais de dimensionamento para a precipitação obtém-se pelo
método racional, por se tratar de pequenas bacias, tendo em conta o coeficiente de
escoamento que é função da ocupação do solo, como zonas com edifícios e de zonas
ajardinadas anexas.

Assume-se para efeitos de cálculo que o coeficiente de escoamento é uniforme


correspondendo a 85%.

3.2 Delimitação da área de estudo

A região de estudo é delimitada por arruamentos e habitações, trata-se de 3 sub-bacias que


compõe em parte o quarteirão 2 conforme ilustra a figura que se segue.

Figura 1 - Delimitação geográfica da área de estudo.

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3.3 Critério de concepção e especificações normativas

O traçado dos colectores em planta foi seleccionado tendo em conta a minimização de


interferências com as várias infra-estruturas presentes no solo. Pelo facto dos cadastros de
postes eléctricos e de telecomunicações não identificarem a sua localização exacta e pela sua
versatilidade na execução de desvios temporários, considera-se que estas infra-estruturas não
serão condicionantes das obras a executar.

O traçado dos colectores proposto será implantado de modo geral próximo do eixo das vias
sempre se as infra-estruturas existentes permitirem. Ficarão situados no plano interior ao das
condutas de água potável, de modo a evitar possíveis contaminações e sempre que possível
em alguns troços considerar-se-ão ramais pluviais longitudinais duplos laterais pelas bermas
devido a condicionantes técnicas.

O diâmetro nominal mínimo admitido em sistemas de drenagem pluvial na rede geral é de


700 𝑚𝑚 e nos ramais 500 𝑚𝑚, quanto a inclinação dos colectores não deverão ser, em
princípio, sem superiores a 6% nem inferiores a 1%.

Para assegurar o perfeito funcionamento dos órgãos de transporte de águas pluviais as


velocidade de escoamento deverão ser limitadas. Assim, a velocidade mínima de escoamento
será de 0,9 𝑚/𝑠, relativamente a velocidade máxima que será limitada a 5,0𝑚/𝑠 para o
caudal de ponto de cheia.

As caixas de visita destinam-se fundamentalmente a facilitar o acesso aos colectores para


inspecção e operação de manutenção, é obrigatória a sua implantação nas cabeiras dos
colectores; e nos alinhamentos rectos, para que o afastamento máximo entre câmaras de visita
consecutivas, não ultrapasse 60 𝑚.

As condições de assentamento dos colectores são função das características do terreno, nível
freático, altura do recobrimento, entre outros factores técnicos. Cada situação implica a
adopção de uma solução técnica especifica conforme se indica no desenho tipo; as larguras
das valas de assentamento variam de acordo com a altura media ah soleira do colector.

3.4 Determinação de caudal de projecto

Este projecto irá dispor de um conjunto de sarjetas ao longo de cada via de acesso, permitindo
deste modo que as águas desagúem em uma galeria na via principal. As sarjetas serão de
secção trapezoidal, donde irão dispor também de bocas colectoras espaçadas uniformemente
ao longo de sua base.
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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

O caudal que chegara a cada sarjeta será determinado separadamente para cada sub-bacia
drenante devido a suas especificidades pela seguinte expressão do método racional:

𝑄 = 𝐶𝐼𝐴

Onde:

𝐶 – é o coeficiente de escoamento;

𝐼 – é a intensidade da precipitação; e

𝐴 – é a área da bacia drenante.

Para a estimativa do caudal projecto, é indispensável a determinação dos seguintes


parâmetros:

o Tempo de concentração;
o Intensidade da precipitação (estima-se através das curvas IDF, extrapoladas da cidade
de Maputo); e
o Coeficiente de escoamento.

3.4.1 Tempo de concentração

Refere-se ao tempo de duração de um evento da precipitação, de forma resumida, trata-se do


tempo que toda sub-bacia drenante passa a contribuir efectivamente na secção ou pelo seu
exutório.

Pela fórmula empírica de Kirpchi será:

0,385
𝐿3
𝑡𝑐 = 57 � �
∆𝐻

Onde:

𝑡𝑐 – é o tempo de concentração (min);

𝐿 – é a maior distancia percorrida pelas águas na bacia (km); e

∆𝐻 – é a diferença entre as cotas do terreno na bacia (m).

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3.4.2 Coeficiente de escoamento

O coeficiente de escoamento superficial, também denominado por Run-Off é a relação entre


volumes escoados e precipitados.

𝑉𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑑𝑜
𝐶=
𝑉𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜

Neste projecto, adopta-se 0,85 do coeficiente de escoamento para cada bacia drenante.

3.4.3 Intensidade da precipitação

Trata-se da medida quantitativa de chuva precipitada sobre uma determinada área num certo
período de tempo. E para o presente caso, de acordo com o Regulamento dos Sistemas
Públicos de Distribuição de Água e Drenagem de Moçambique é na dada por:

𝐼 = 𝑎𝑡 𝑏

Onde:

𝑎 e 𝑏 – são parâmetros adimensionais da curva IDF; e

𝑡 – é a duração da precipitação (min), em muitos casos tomado igual ao tempo de


concentração.

Tabela 1 - Caudais de contribuição em cada sub-bacia.

Nº Sub- I Coef. De
Bacia Tc [min] [mm/h] A [m2] J [m/m] Escoamento Q [m3/s]
1 3.54 382.18 6365.7 0.02308 85% 0.574
2 3.17 407.63 6343.2 0.03077 85% 0.611
3 3.69 372.74 8660 0.03529 85% 0.762

3.5 Determinações das dimensões de sarjetas

As sarjetas deverão escoar com segurança os caudais previstos em cada sub-bacia drenante, e
encaminha-lo para a respectiva galeria através das bocas colectoras. A sarjeta será em secção
trapezoidal e devera ter uma inclinação mínima entre 0,003𝑚/𝑚 e 0,024𝑚/𝑚 de modo a

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garantir um sentido de escoamento das águas e as devidas condições de auto limpeza das
valetas.

Para a determinação das dimensões das sarjetas são necessárias os seguintes parâmetros:

o Declividade; e
o Dimensões do canal.

3.5.1 Declividade

As declividades deverão ser determinadas de acordo com o terreno, pela expressão:

∆𝐻𝑖
𝐽𝑖 =
𝐿𝑖

Onde:

∆𝐻 – é a diferença de cota a nível da bacia (m);

𝐿 – é o comprimento da valeta (m)

3.5.2 Dimensões do canal

O dimensionamento hidráulico das dimensões do canal será possível através da equação de


Maning-Strickler, visto que trata-se de canais não erodíeis:

𝑄 = 𝐾𝑠 𝑆𝑅 2/3 𝐽1/2

Adopta-se neste projecto, o coeficiente de rugosidade do material que

3.5.3 Velocidade de escoamento

A velocidade de escoamento nas sarjetas segundo o regulamento de distribuição e drenagem


de água dever ser inferior a 3𝑚/𝑠, para sistemas de drenagem de águas pluviais.

E será dada pela seguinte expressão fundamental da física:

𝑄
𝑉𝑒𝑠𝑐 =
𝑆

Onde:

𝑄 – é o caudal escoado na sarjeta; e

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𝑆 – é a área de secção transversal do canal.

3.5.4 Regime de escoamento

Recorre-se a equação do adimensional número de Froude para classificar o regimento de


escoamento nas sarjetas que por sinal ocorre com superfície livre, e estima-se pela seguinte
expressão:

𝑉𝑒𝑠𝑐
𝐹𝑟 =
�𝑔𝐻𝑢

Onde:

𝐹𝑟 – é o adimensional numero de Froude;

𝑉𝑒𝑠𝑐 – é a velocidade de escoamento no canal (𝑚/𝑠);

𝑚
𝑔 – é a aceleração de gravidade (𝑠2 ); e

𝐻𝑢 – é a altura de escoamento em regimento uniforme (𝑚).

E segundo Froude, os escoamentos com superfície livre classificam-se das seguintes forma:

o Se 𝐹𝑟 < 1 – Escoamento em regime lento;


o Se 𝐹𝑟 = 1 – Escoamento em regime critico; e
o Se 𝐹𝑟 > 1 – Escoamento em regime rápido.

Tabela 2 - Dimensões das sarjetas e verificação de velocidade e classificação de regime de


escoamento.

Nº Sub- Fr
Bacia Q [L/s] B [m] Hu [m] V [m/s] [adimensional] Classificação
1 574.4 0.3 0.25 3.4 2.17 Regime rápido
2 610.5 0.3 0.25 3.62 2.31 Regime rápido
3 762.1 0.3 0.26 4.25 2.66 Regime rápido

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Figure 2 - Representação da secção transversal da sarjeta.

3.6 Dimensionamento de sumidouros

O canal anteriormente calculado comportara uma boca colectora em seu interior, responsável
por descarregar as águas para as galerias. Essas bocas colectoras serão rectangulares e
deverão descarregar sobre a forma de orifícios na base do canal.

3.6.1 Equação do descarregador

Sendo que esta devera escoar o caudal que entra em todas sarjetas, esta secção devera ser
deduzida da equação dos caudais seguinte:

𝑄 = 𝐶𝐴0 �2𝑔𝐸

Onde:

C – é o coeficiente de escoamento, normalmente assumido para orifícios igual a 0,6.

3.6.2 Equação de energia

Por sua vez, a equação de energia nos permite achar o caudal que se escoa nos sumidouros,
dada na seguinte forma:

𝑈2
𝐸 = 𝐻𝑢 +
2𝑔

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Tabela 3 - Dimensões da boca colectora de cada sumidouro.

Nº Sub-Bacia Q [m3/s] E [m] A0 [m2] L0 [cm] B0 [cm]


1 0.574 0.841 0.236 34 17
2 0.611 0.917 0.24 35 17
3 0.762 1.18 0.264 36 18

Figure 3 - Representação de um sumidouro de lancil

3.7 Dimensionamento de galerias

As galerias de águas pluviais deverão garantir um escoamento contínuo das águas das chuvas
durante a ocorrência da cheia de projecto em condições de segurança sem sofrer desgastes
nem ruptura.

As galerias serão em tubagem de seção circular construídas em betão armando de alta


resistência, terão secções variáveis ao longo do seu comprimento dentro das sub-bacias
contribuintes acrescidos da distância até a desaguador e terão uma inclinação também variável
adoptada de acordo as condicionantes locais.

Deverão escoar a 85& do diâmetro total, de modo a que esse seja eficiente e garanta um
espaço dos gases na tubulação cerca de 15%.

O diâmetro da conduta será dada por

3
∑𝑛𝑖=1 𝑄 8 𝜃1/4
𝐷 = 3,0844 � � ( )
𝐾𝑠 �𝐽 (𝜃 − sin 𝜃)5/8

Onde:

𝑄 – é o caudal que devera ser escoado ao longo da secção;


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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

𝐾𝑠 – é o coeficiente de rugosidade do material que constitui a conduta; e

𝜃 – é o ângulo entre a secção de escoamento e o diâmetro total da tubagem.

Tabela 4 - Determinação dos diâmetros das galerias e os parâmetros de verificação.

∑Q D Hu S U Fr
Trecho J [m/m] [m3/s] [mm] [m] [m2] [m/s] [adimensional] Regime
CP-1 0.02342 0.574 500 0.390 0.164 3.496 1.79 rápido
CP-2 0.03089 0.611 500 0.365 0.154 3.972 2.10 rápido
CP-3 0.02960 0.762 600 0.368 0.182 4.190 2.20 rápido
CP-4 0.01573 0.574 600 0.374 0.185 3.100 1.62 rápido
CP-5 0.03202 1.185 700 0.430 0.248 4.786 2.33 rápido
CP-6 0.02711 1.947 800 0.572 0.384 5.064 2.14 rápido

Figure 4 - Representação de uma boca colectora.

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4 Metodologia

Os principais dados utilizados na elaboração deste projecto de sistema de drenagem pluvial


são: mapa de situação da localização da área dentro do município da cidade de tete;
levantamento topográfico; tipo de ocupação das áreas (residências, comercio, entre outras);
dados relativos ao curso de água receptor, abrangendo indicações sobre o nível de água
máximo do rio que irá receber o lançamento final, levantamento topográfico do local de
descarga final.

A metodologia para a elaboração deste trabalho baseou-se nos seguintes procedimentos


essências:

Primeiro, com recurso ao programa computacional Google Earth, extraiu-se algumas


grandezas como áreas das sub-bacias, comprimento dos colectores entre quarteirões,
diferenças de cotas, de modo a estimar a declividade de cada colector.

Segundo, recorrendo as leis de resistência ao escoamento e uma planilha Excel pré


dimensionou-se a secção hidraulicamente favorável do canal, designado por sarjeta.

Terceiro, com auxilio a equação geral de descarregar por orifícios, calculou-se as dimensões
do sumidouro, sendo este, responsável em receber águas da sarjeta para o colector projectado.

Quarto, procedeu-se com o dimensionamento do colector principal e ajustou-se igualmente a


sua dimensão comercial para fins de projecto. Classificou-se o regime de escoamento, para
aferir se este poderá escoar a velocidades regulamentadas.

Quinto, com recurso a um editor de texto e com base nos conceitos teóricos adquirido ao
longo das aulas foi possível compilar o trabalho.

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

5 Resultados Esperados

No âmbito de funcionamento deste sistema de drenagem pluvial no bairro Chingodzi, espera-


se que no mínimo sejam constados alguns benefícios, tais como:

a) Redução de custos com relação a eventuais obras de manutenção das vias de acesso
após eventos de chuva;
b) Valorização das propriedades existentes na presente área de estudo;
c) Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o transito de pessoas e veículos
por ocasião das precipitações;
d) Eliminação da presença de águas estagnadas;
e) Rebaixamento do lençol freático caso existir;
f) Recuperação das áreas alagadas ou alagáveis;
g) Segurança e conforto aos moradores ou transeunte pela área de projecto.

Em termos genéricos, esta proposta de um sistema de drenagem pluvial faz-se necessária para
criar condições razoáveis de circulação de veículos e pedestres numa área semiurbana, por
ocasião de ocorrência de chuvas, sendo conveniente verificar-se o comportamento do sistema
para chuvas mais intensas, considerando-se os possíveis danos as propriedades.

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6 Condições de Implementação e Factores de Risco

No que se refere a condições de implementação, no ponto de vista técnico, constatam-se


algumas vantagens competitivas, tais como: solos moles e aluvionares, arruamentos bens
definidos, região com desníveis muito bem acentuados.

E no âmbito de execução do projecto, poderá existir a possibilidade de eventos de


precipitação comprometendo neste caso, actividades de pavimentação das vias de acesso,
posteriormente, a desmontagem do estaleiro. E como forma de contornar tal situação, sugere-
se começar as actividades de pavimentação em áreas alagadas ou facilmente alagáveis,
permitindo que parcialmente o sistema venha a funcionar a data de Outubro.

Uma vez que a bacia do quarteirão nº 2 é constituinte como sub-bacia em toda bacia do bairro
Chingodzi, será necessário adoptar dispositivos de controlo do sistema pluvial. Pois nele se
insere boa parte de contribuição das demais sub-bacias subadjacentes.

Há também fraca possibilidade de levar a cabo este pequeno empreendimento a nível do


município, visto que poderá depender da colaboração e iniciativa dos moradores no referido
quarteirão.

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SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAL

7 Cronograma de Actividades

Segue-se a listagem sequencial das actividades a serem realizadas no âmbito de execução do


presente projecto e os respectivos períodos de duração, expresso na escala semanal.

Tabela 5 - Cronograma de actividades

Semanas
Identificação Descrição da actividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Montagem de estaleiro
B Analise a implementação do projecto
C Movimentos de terra
D Implantação de colectores
E Instalação de caixas de ligação
F Pavimentação das vias de acesso
G Desmontagem de estaleiro

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8 Plano Orçamental

Este plano orçamental foi elaborado tendo em conta algumas simplificações no âmbito das
disposições construtivas, onde a fonte de investimento será dada pela iniciativa dos moradores
no quarteirão 2.

Tabela 6 - Planeamento financeiro das actividades.

Identificação Descrição da actividade Periodo de duração (semanas) Custos


A Montagem de estaleiro 1 MZM 98,000.00
B Analise a implementacao do projecto 1 MZM 54,000.00
C Movimentos de terra 2 MZM 178,000.00
D Implantação de coletores 2 MZM 240,000.00
E Instalação de caixas de ligação 3 MZM 310,000.00
F Pavimentacao das vias de acesso 2 MZM 165,000.00
G Desmontagem de estaleiro 1 MZM 23,000.00

Custo Global MZM 1,068,000.00

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9 Referências Bibliográficas

1. MATOS, José de Saldanha. Aspectos Históricos da Evolução da Drenagem de Águas


Residuais em Meio Urbano. Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do
Instituto Superior Técnico. Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa.
2. NGALO, Guifte Samuel Bulaque. Projecto de um Sistema de Drenagem de Águas
Pluviais. Instituto Superior Politécnico de Songo – Drenagem e Saneamento. Vila de
Songo. 2019
3. TOLEDO, Município de Toledo. Manual de Drenagem Urbana, Volume I. Estado do
Paraná, Secretaria do Planejamento Estratégico. Versão 1,0 – Agosto 2017.
4. Prefeitura Municipal de Conceição do Manto Dentro. Projecto Executivo Drenagem
Pluvial – Memorial de Calculo e Descritivos e Especificações Técnicas de Serviços e
Materiais. Volume único. São Paulo. Abril- 2014.

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