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Revisando a História III

2012-11-15 09:11:44 Redação

Penúltima parte da entrevista realizada por Orestes de Andrade Júnior, do Jornal das Missões, com o gaúcho Siegfried Ellwanger
Castan, a 27 de janeiro de 1998.

Em meio a esse contexto conturbado, tenso, extremista, emerge a questão da liberdade de expressão e o problema da liberdade de
imprensa. Ou seja, é neste campo que as forças se enfrentam. É o espaço onde se dá o jogo do poder. Os revisionistas afirmam
que a imprensa é controlada pela comunidade judaica, especialmente pelo sionismo, que através de “pressão econômica”, controla
as publicações, segundo a sua vontade. Os judeus, por meio de suas instituições, acusam os revisionistas de racistas, nazistas,
fascistas etc. Muitos os vislumbram assim e, por isso, não admitem que eles publiquem nada.

A questão está em saber até que ponto pode ir a liberdade de expressão? Há limites? Não há? A liberdade deve ser irrestrita? Ou
não? A legislação brasileira trata, desde 1990, como crime a publicação de obras induzindo a discriminação ou ao preconceito de
raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional. Mas também confere, pela Constituição de 1988, a liberdade total de pensamento
e manifestação a qualquer cidadão brasileiro. No Brasil, portanto, essa história de liberdade de expressão é ainda um assunto
aberto. Nos EUA, por contraste, a lei permite a existência de grupos como Ku Klux Klan ou White Power, ambos declaradamente
contrários a negros, homossexuais e estrangeiros.

A imprensa brasileira trata o tema com notável parcialidade, partindo logo às acusações das mais diversas. O motivo? Não se sabe.
Pode ser a pressão exercida pela comunidade judaica. Pode ser a crença de que o assunto deve ser repercutido desta maneira
mesmo, devido ao seu conteúdo polêmico e contrário ao que temos presente no nosso senso comum histórico. Ou pode ser uma
simples necessidade de vender jornal, com manchetes fantásticas: “Neonazistas no Brasil” etc etc. O certo é que a seriedade passa
longe das abordagens referentes a isso tudo.

Às vezes, essas coisas, ou leituras rápidas sobre isto, motiva determinadas conclusões apressadas. Não se pode entrar numa
paranóia sem fim. Como não se pode negar a oportunidade a ninguém de dizer ou escrever o que for, mesmo que sejam besteiras
ou barbaridades, afinal quem somos nós para julgarmos o que é certo ou errado, na maioria das coisas. Ainda mais quando se trata
de fatos interpretativos, relativos aos homens e feitos por nós homens. A verdade, muitas vezes, é aquilo que cada um de nós
acredita como sendo verdadeiro! Se os revisionistas estão ou não com ela, é uma outra questão, que não cabe ser analisada aqui e
agora. Eles acham que estão. Há quem jure que não. Existe também quem não está nem aí.

Placa fixada na fachada do prédio em Porto Alegre


onde se localizava a Editora Revisão

Em suma, é preciso despir-se de pré-conceitos, para tratar de qualquer assunto, sobretudo quando ele foge tanto do que estamos
acostumados. O melhor caminho não é negar, acusar ou denegrir o outro, pois aí se estabelece uma simples troca de acusações
pessoais, que não leva a lugar algum. A responsabilidade que este tema enseja, exige uma maior seriedade até para contrapor e
responder tais “bobagens”, segundo nossos pontos de vista. Segue a 3ª parte da entrevista.

Liberdade de Expressão

Orestes Andrade Júnior: A editora é acusada de difundir pensamentos racistas. O que o sr. tem a dizer sobre isto?

Siegfried Ellwanger Castan: Isso é totalmente falso. Eles fazem isso exatamente por não poderem contestar o que nós dizemos e
escrevemos. É uma forma muito mais fácil de nos atingir. Difamando, caluniando etc. Atitudes típicas deles.

OAJ: Qual tem sido a resposta de vocês?

SEC: Durante dez anos nos chamaram de racistas, anti-semitas, nazistas, fascistas, coisas desse tipo. Mas agora nós resolvemos
dar um basta nisso. Estamos processando sistematicamente aqueles que nos ofendem. Começamos com a revista Manchete do
Rio de Janeiro. E são indenizações caríssimas, porque são difamações violentas, que tentam nos inimizar contra os brasileiros,
compostos por negros, nordestinos, judeus, homossexuais, narcotraficantes, e ainda, os membros da Igreja Universal do Reino de
Deus. A Manchete botou lá que eu pregava o fuzilamento imediato dessa gente. Isso aí vai custar caro pra eles, muito caro. Eu
quero ver da onde é que eles tiraram isso.
OAJ: O sr. está sendo processado atualmente? E por quem?

SEC: Ah, sempre, sempre. Pela Federação Israelita, por racismo. Veja só, uma instituição estrangeira me processando dentro do
meu próprio país. Isso pra mim é um horror. Veja só uma coisa, dos 7 livros nossos apreendidos, 4 são de imortais da Academia
Brasileira de Letras. Isso é incrível.

OAJ: Em que pé andam esses casos?

SEC: Vamos ganhar todos. Os únicos que foram concluídos, até hoje, nos foram favoráveis. Fomos absolvidos em todos. Nunca
fomos condenados. Afinal, isso aqui é Brasil. E há uma Constituição a ser respeitada, ora. Pois se ela permite a possibilidade de
pensar e escrever livremente, eu fico completamente tranquilo. Não é ofensa revelar o que estou revelando, contestar mentiras que
nos foram passadas.

OAJ: Historiadores acusam a editora de ser uma mera propagandista de ideais neonazistas, disfarçada de revisionismo histórico. O
sr. é nazista ou neonazista?

SEC: Eu não sou nazista, porra! Esses historiadores podem conhecer outros assuntos, mas em matéria de Holocausto, não
entendem absolutamente nada. E, o que é pior, se recusam a conhecer. Uns até vem aqui em casa conversar comigo, levam
minhas obras, mas não tem jeito. Vários me acusam sem nunca ter lido uma linha sequer do que eu escrevi. Então, não tem jeito.

Ellwanger, um mártir na defesa da verdade histórica

OAJ: O Brasil tem vivido alguns casos de restrição à liberdade de expressão, vamos dizer. Temos o caso de livros impedidos de
serem comercializados, além dos seus, e, mais recentemente, o episódio envolvendo o grupo de rock Planet Hemp. Qual a sua
opinião sobre isto?

SEC: Eu acho que tem que haver limites, senão vira esculhambação. Quanto ao caso desse grupo, eu acho que foi correta a
atitude tomada. Não pode haver incentivo de algo que cientificamente é comprovado como prejudicial.

OAJ: Há controvérsias, vários estudos mostram que a maconha pode ser salutar em certos casos…

SEC: É, sempre tem uns engraçadinhos. A própria primeira dama de nosso país parece que é favorável à legalização do consumo
de maconha, isso é incrível!

OAJ: Mas o sr. não acha que eles têm o direito de defender e expressar o ponto de vista deles, como o sr. reivindica o direito de
defender e expressar as suas idéias em relação à história?

SEC: Não, nada a ver uma coisa com outra. Uma coisa PE defender o uso de drogas, outra é contrapor interpretações históricas.

OAJ: Mas não se trata tudo de liberdade de expressão?

SEC: Não, na hora que for tudo, aí acabou. Vira esculhambação. Tem que haver limites.

OAJ: Quais são os planos futuros da editora Revisão?

SEC: Nós vamos começar a produzir filmes, pra concorrer com o Spielberg. (risadas)
Serão vídeos, documentários. Eu estou fascinado pela imagem. Acho que dificilmente vou voltar a escrever. Quando a gente vê o
que pode ser feito com uma câmera, é fantástico, um sonho.

Em breve publicaremos a quarta e última parte da entrevista.

Revisando a História I
Revisando a História II

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