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Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região - Pará e Amapá

Técnico Judiciário – Área Administrativa

1 Planejamento estratégico no Judiciário Brasileiro: Resolução nº 70/2009 do Conselho Nacional de


Justiça. .................................................................................................................................................... 1
2 Orçamento Público: Conceito. Princípios orçamentários. Receitas e despesas extra orçamentárias. ... 15
3 Orçamentoprograma: conceitos e objetivos. .................................................................................. 43
4 Orçamento na Constituição Federal. ............................................................................................... 51
5 Competência interpessoal. ............................................................................................................. 67
6 Administração de Recursos Materiais. ........................................................................................... 76
7 Ciclo PDCA: planejar, fazer, verificar, agir. .................................................................................. 103

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1 Planejamento estratégico no Judiciário Brasileiro

Planejamento Estratégico no Poder Judiciário Brasileiro

O planejamento estratégico é um processo gerencial que tem como fim a formulação de objetivos para
a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas
à organização, sua evolução esperada e a disponibilidade de meios disponíveis para alcançar os objetivos
propostos.
O planejamento estratégico do Judiciário Brasileiro foi determinado pela resolução nº 70, de 18 de
março de 2009. Para entender sobre este planejamento em específico, vamos primeiramente entender o
que é Planejamento Estratégico.
Vários autores definem estratégia como sendo o caminho a se seguir para posicionar, favoravelmente,
a instituição em relação à conjuntura e/ou cenário. Analisando apenas o significado da palavra em si, a
palavra vem do grego antigo stratègós (de stratos, “exército”, e “ago”, “liderança” ou “comando”), que
significava “a arte do general” e designava o comandante militar, à época de democracia ateniense.
O planejamento estratégico constitui uma das mais importantes funções administrativas, pois nele o
gestor e sua equipe estabelecem os caminhos para a organização da empresa, a condução da liderança
e o controle das atividades. Mas o que é planejamento estratégico? É um processo gerencial que permite
a uma organização estabelecer um direcionamento a ser seguido e também permite instrumentalizar a
resposta que a organização precisa apresentar ao seu ambiente diante de um contexto de mudanças. O
objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta de informações para a
tomada de decisão, ajudando-os a atuar de forma a antecipar as mudanças que ocorrem no mercado.
Resumidamente o planejamento estratégico é aquele que define as estratégias de longo prazo da
empresa. Este planejamento leva em conta todos os fatores internos e externos a companhia – por
exemplo, a situação econômica global é um fator a ser levado em conta no planejamento estratégico.
Quando elaboramos este planejamento procuramos ter uma visão integrada dos processos e da
companhia, por que a empresa como um todo entra nesta etapa.

O planejamento estratégico é feito em geral entre 5 e 10 anos no futuro. É essencial que o


planejamento estratégico, apesar de ter um alcance de até 10 anos, seja atualizado constantemente. Se
isto não ocorrer, o planejamento sofre um sério risco de ficar obsoleto e não ser utilizado dentro da
empresa, como deve ser. O planejamento tático é diferente para cada área da companhia. A área
financeira terá seu próprio planejamento tático financeiro, assim como a RH, marketing e assim por diante.
Esta etapa é mais focada que o planejamento estratégico, que é desdobrado em diversos planos táticos.
O planejamento tático é feito de ano a ano e busca otimizar uma determinada área da empresa na busca
de um resultado.

O planejamento operacional coloca em prática cada um dos planos táticos dentro da instituição. Ele é
projetado no curto prazo e envolve cada uma das tarefas e metas da empresa. Um planejamento
operacional deve planejar os prazos, metas e recursos para a implantação de um projeto ou tarefa dentro
da empresa. Por ser a última etapa de planejamento, o operacional deve ser um plano mais detalhado
que os outros dois, tentando explicar cada tarefa isoladamente. Desta maneira que os planejamentos
Estratégico, Tático e Operacional trabalham juntos. Cada um tem um escopo dentro da empresa ou
instituição e seguem uma ordem.

Após explicado um pouco a respeito do que é o planejamento estratégico, é preciso desmembrar o


planejamento estratégico do Judiciário Brasileiro para que você possa compreendê-lo melhor. Como já
estudamos, o planejamento estratégico do Judiciário Brasileiro é definido pela Resolução nº 70 de 19 de
março de 2009, criada pelo Conselho Nacional de Justiça. Em seu planejamento estratégico, no capítulo
I o CNJ definiu os seguintes pontos:
- Missão: Realizar Justiça.
- Visão: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento efetivo de justiça, equidade e paz social.
- Atributos de Valor para a Sociedade: – credibilidade; – acessibilidade; – celeridade; – ética; –
imparcialidade; – modernidade; – probidade: – responsabilidade Social e Ambiental; – transparência.

O mapa estratégico do Poder Judiciário contém três grandes divisões que são: Recursos, Processos
Internos e Sociedade. Dessa forma fica mais fácil o delineamento dos objetivos estratégicos traçados

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para cada grande área que compõem o Poder Judiciário, assim como a Missão que é a razão da
instituição existir e a Visão que trata das prospecções futuras, o que a instituição pretende ser ou chegar
daqui a alguns anos. Observe a figura abaixo:

Figura: Mapa Estratégico do Poder Judiciário.

A Resolução nº 198, de 16 de Junho de 2014, dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica no


âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências.

Resolução nº 198, de 16 de Junho de 2014

Dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégico no âmbito do Poder Judiciário e dá outras


providências.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais


e regimentais, e

CONSIDERANDO competir ao CNJ, como órgão de controle da atuação administrativa e financeira


dos tribunais, a atribuição de coordenar o planejamento e a gestão estratégica do Poder Judiciário;

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CONSIDERANDO a unicidade do Poder Judiciário, a exigir a implementação de diretrizes nacionais
para nortear a atuação institucional de seus órgãos;

CONSIDERANDO a necessidade de revisar o plano estratégico estabelecido pela Resolução CNJ n.


70/2009;

CONSIDERANDO as propostas apresentadas por todos os segmentos de justiça, para atualização da


estratégia nacional do Poder Judiciário, em nove encontros de trabalho ocorridos a partir de junho de
2013;

CONSIDERANDO os Macrodesafios do Poder Judiciário para o sexênio 2015-2020, formulados pela


Rede de Governança Colaborativa e aprovados no VII Encontro Nacional do Judiciário, ocorrido em
Belém/PA, em novembro de 2013;

CONSIDERANDO a decisão plenária tomada no julgamento do Ato Normativo n. 0003559-


04.2014.2.00.0000 na 191ª Sessão Ordinária, realizada em 16 de junho de 2014;

RESOLVE:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Instituir a Estratégia Nacional do Poder Judiciário para o sexênio 2015/2020 – Estratégia
Judiciário 2020 – aplicável aos tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal
e aos Conselhos da Justiça, nos termos do Anexo, sintetizada nos seguintes componentes:
a) Missão;
b) Visão;
c) Valores;
d) Macrodesafios do Poder Judiciário.
Parágrafo único. Os atos normativos e as políticas judiciárias emanados do CNJ serão fundamentados,
no que couber, na Estratégia Nacional do Poder Judiciário.

Art. 2º Considera-se, para os efeitos desta Resolução:


I – Órgãos do Poder Judiciário: os tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição
Federal; o Conselho Nacional de Justiça (CNJ); o Conselho da Justiça Federal (CJF); e o Conselho
Superior da Justiça do Trabalho (CSJT);
II – Metas de Medição Continuada (MMC): metas aplicáveis aos órgãos do Poder Judiciário e
acompanhadas pelo CNJ durante o período de vigência da Estratégia Nacional;
III – Metas de Medição Periódica (MMP): metas aplicáveis aos órgãos do Poder Judiciário e
acompanhadas pelo CNJ para períodos predefinidos durante a vigência da Estratégia Nacional;
IV – Metas Nacionais (MN): conjunto de metas formado pelas Metas de Medição Continuada (MMC) e
pelas Metas de Medição Periódica (MMP);
V – Iniciativa Estratégica Nacional (IEN): programa, projeto ou operação alinhado(a) à Estratégia
Nacional do Poder Judiciário;
VI – Diretriz Estratégica (DE): orientações, instruções ou indicações a serem observadas na execução
da Estratégia Nacional ou para se levar a termo uma meta ou iniciativa estratégica;
VII – Cesta de Indicadores e Iniciativas Estratégicas: repositório de métricas de desempenho
institucional e de iniciativas (programas, projetos e operações).

CAPÍTULO II
DO DESDOBRAMENTO DA ESTRATÉGIA JUDICÍARIO 2020

Art. 3º A Estratégia Judiciário 2020 poderá ser desdobrada e alinhada em três níveis de abrangência:
I – nacional, nos termos do Anexo, de aplicação obrigatória a todos os segmentos de justiça;
II – por segmento de justiça, de caráter facultativo;
III – por órgão do Judiciário, de caráter obrigatório, desdobrada a partir da estratégia nacional e, quando
aplicável, também da estratégia do respectivo segmento, sem prejuízo da inclusão das correspondentes
especificidades.

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Art. 4º Os órgãos do Judiciário devem alinhar seus respectivos planos estratégicos à Estratégia
Judiciário 2020, com a possibilidade de revisões periódicas.
§ 1º Os planos estratégicos, de que trata o caput, devem:
I – ter abrangência mínima de 6 (seis) anos;
II – observar o conteúdo temático dos Macrodesafios do Poder Judiciário; e
III – contemplar as Metas Nacionais (MN) e Iniciativas Estratégicas Nacionais (IEN) aprovadas nos
Encontros Nacionais do Judiciário, sem prejuízo de outras aprovadas para o segmento de justiça ou
específicas do próprio tribunal ou conselho;
§ 2º Os dados relativos às Metas Nacionais (MN) serão informados periodicamente ao CNJ, que
divulgará o relatório anual até o final do primeiro quadrimestre do ano subsequente.
§ 3º Na elaboração dos seus planos estratégicos, os tribunais e conselhos devem considerar as
Resoluções, Recomendações e Políticas Judiciárias instituídas pelo CNJ voltadas à concretização da
Estratégia Judiciário 2020.
§ 4º As propostas orçamentárias dos tribunais devem ser alinhadas aos seus respectivos planos
estratégicos, de forma a garantir os recursos necessários à sua execução.

Art. 5º As Metas Nacionais (MN) serão, prioritariamente, elaboradas a partir da Cesta de Indicadores
e Iniciativas Estratégicas de que trata o art. 2º, inciso VII, desta Resolução.
§ 1º A Cesta de Indicadores e Iniciativas Estratégicas referida no caput será definida e revisada pela
Comissão Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento e disponibilizada no sítio
eletrônico do CNJ.
§ 2º A mesma Comissão poderá definir indicadores nacionais que integrarão o Relatório Justiça em
Números, observado o disposto na Resolução CNJ n. 76, de 12 de maio de 2009.

Art. 6º Os órgãos do Poder Judiciário devem promover a participação efetiva de magistrados de


primeiro e segundo graus, ministros, serventuários e demais integrantes do sistema judiciário e de
entidades de classe, na elaboração de suas propostas orçamentárias e de seus planejamentos
estratégicos, garantida a contribuição da sociedade.

CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA ESTRATÉGIA

Art. 7º A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro e segundo graus,


conselheiros, ministros e serventuários do Poder Judiciário.
Parágrafo único. Para promover a estratégia, devem ser realizados eventos, pelo menos anualmente.

Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário manterão unidade de gestão estratégica para assessorar a
elaboração, a implementação e o monitoramento do planejamento estratégico.
§ 1º A unidade de gestão estratégica referida no caput também atuará nas áreas de gerenciamento de
projetos, otimização de processos de trabalho e, a critério do órgão, produção e análise de dados
estatísticos.
§ 2º As áreas jurisdicionais e administrativas devem prestar, à respectiva unidade de gestão
estratégica, as informações sob a sua responsabilidade pertinentes ao plano estratégico.

Art. 9º Os órgãos do Poder Judiciário realizarão Reuniões de Análise da Estratégia (RAE), pelo menos
quadrimestralmente, para avaliação e acompanhamento dos resultados, nas quais poderão promover
ajustes e outras medidas necessárias à melhoria do desempenho institucional.

CAPÍTULO IV
DA GOVERNANÇA

Art. 10. Compete à Presidência do CNJ, conjuntamente à Comissão Permanente de Gestão


Estratégica, Estatística e Orçamento, assessoradas pelo Departamento de Gestão Estratégica, coordenar
as atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário, a preparação e a realização dos
Encontros Nacionais.
Art. 11. À Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, coordenada pelo CNJ e com
representação de todos os segmentos de justiça, compete apresentar propostas de aperfeiçoamento da
Estratégia Judiciário 2020, bem como auxiliar a execução, o monitoramento dos trabalhos e a divulgação
dos resultados, sem prejuízo de outras atribuições definidas em ato normativo expedido pela Presidência
do CNJ.
§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário indicarão representantes para compor a Rede de Governança
Colaborativa do Poder Judiciário, nos termos estabelecidos no referido ato normativo.

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§ 2º As propostas a que se refere o caput serão submetidas aos presidentes dos tribunais nos
Encontros Nacionais do Poder Judiciário, após ajuste e complementação pela Comissão Permanente de
Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento do CNJ.
§ 3º As deliberações aprovadas nos Encontros Nacionais, sobretudo as Políticas Judiciárias,
Recomendações, Diretrizes Estratégicas (DE), Metas Nacionais (MN) e Iniciativas Estratégicas Nacionais
(IEN), serão comunicadas ao Plenário do CNJ e divulgadas no portal do CNJ.

CAPÍTULO V
DOS ENCONTROS NACIONAIS

Art. 12. Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de
novembro de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:
I – avaliar a estratégia nacional;
II – divulgar e premiar o desempenho de tribunais, unidades e servidores no cumprimento das Metas
Nacionais (MN), na criação e na implantação de boas práticas;
III – aprovar metas nacionais, diretrizes e iniciativas estratégicas para o biênio subsequente;
IV – ajustar, quando necessário, as metas nacionais, as diretrizes e as iniciativas estratégicas
previamente aprovadas no encontro do ano anterior.
§ 1º Participarão dos Encontros Nacionais do Poder Judiciário os presidentes e corregedores dos
tribunais e dos conselhos, bem como os integrantes do Comitê Gestor Nacional da Rede de Governança
Colaborativa, sendo facultado o convite a outras entidades e autoridades.
§ 2º Os conselheiros do CNJ coordenarão os trabalhos realizados durante o evento.
§ 3º Os Encontros Nacionais do Judiciário serão precedidos de reuniões preparatórias que contarão
com a participação dos gestores de metas e dos responsáveis pelas unidades de gestão estratégica dos
tribunais, assim como das associações nacionais de magistrados e de servidores.
§ 4º Revogado (Vide decisão constante da Ata da 193ª Sessão Ordinária - 19 de agosto de 2014,
publicada no DJE/CNJ nº 157/2014, de 3/9/2014, pág. 5; Vide DJE/CNJ nº 149/2014, de 22/8/2014, pág.
41).
§ 5º Revogado (Vide decisão constante da Ata da 193ª Sessão Ordinária - 19 de agosto de 2014,
publicada no DJE/CNJ nº 157/2014, de 3/9/2014, pág. 5; Vide DJE/CNJ nº 149/2014, de 22/8/2014, pág.
41).

CAPÍTULO VI
DO BANCO DE BOAS PRÁTICAS E IDEIAS PARA O JUDICIÁRIO (BPIJus)

Art. 13. O CNJ manterá disponível, no seu portal, o Banco de Boas Práticas e Ideias para o Judiciário
(BPIJus), a ser continuamente atualizado, com o intuito de promover a divulgação e o compartilhamento
de práticas e ideias inovadoras, visando ao aperfeiçoamento dos serviços judiciais.

Art. 14. O BPIJus será constituído da seguinte forma:


I – práticas sugeridas por servidores, tribunais ou conselhos do Poder Judiciário, alinhadas aos
Macrodesafios mencionados no Anexo; e
II – ideias inovadoras para melhoria do Judiciário, apresentadas por qualquer pessoa.
Parágrafo único. As práticas e ideias serão incluídas no BPIJus após processo de seleção, na forma
de regulamento próprio a ser publicado pelo CNJ.

Art. 15. As práticas incluídas no BPIJus concorrerão ao Prêmio Excelência em Gestão Estratégica do
Poder Judiciário.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 16. Os órgãos do Poder Judiciário terão até 31 de março de 2015 para proceder ao alinhamento a
que se refere o artigo 4º.

Art. 17. Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2015, com a revogação, a partir dessa data,
da Resolução CNJ n. 70, de 18 de março de 2009.

Ministro Joaquim Barbosa

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ANEXO DA RESOLUÇÃO N. 198, DE 1º DE JULHO DE 2014

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Resolução nº 70/2009 do Conselho Nacional de Justiça

*Caro Candidato: A resolução nº 70/2009 foi revogada pela Resolução nº198/2014(alterada pela
Resolução 204, de 26 de agosto de 2015), cujo texto encontra-se disposto neste tópico.

RESOLUÇÃO N. 198, DE 1º DE JULHO DE 20141

Dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais


e regimentais, e
CONSIDERANDO competir ao CNJ, como órgão de controle da atuação administrativa e financeira
dos tribunais, a atribuição de coordenar o planejamento e a gestão estratégica do Poder Judiciário;
CONSIDERANDO a unicidade do Poder Judiciário, a exigir a implementação de diretrizes nacionais
para nortear a atuação institucional de seus órgãos;
CONSIDERANDO a necessidade de revisar o plano estratégico estabelecido pela Resolução CNJ n.
70/2009;
CONSIDERANDO as propostas apresentadas por todos os segmentos de justiça, para atualização da
estratégia nacional do Poder Judiciário, em nove encontros de trabalho ocorridos a partir de junho de
2013;
CONSIDERANDO os Macrodesafios do Poder Judiciário para o sexênio 2015-2020, formulados pela
Rede de Governança Colaborativa e aprovados no VII Encontro Nacional do Judiciário, ocorrido em
Belém/PA, em novembro de 2013;

1 Disponível em: http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=2733. Acesso em dezembro de 2015.

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CONSIDERANDO a decisão plenária tomada no julgamento do Ato Normativo n. 0003559-
04.2014.2.00.0000 na 191ª Sessão Ordinária, realizada em 16 de junho de 2014;

RESOLVE:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Instituir a Estratégia Nacional do Poder Judiciário para o sexênio 2015/2020 – Estratégia
Judiciário 2020 – aplicável aos tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal
e aos Conselhos da Justiça, nos termos do Anexo, sintetizada nos seguintes componentes:
a) Missão;
b) Visão;
c) Valores;
d) Macrodesafios do Poder Judiciário.
Parágrafo único. Os atos normativos e as políticas judiciárias emanados do CNJ serão fundamentados,
no que couber, na Estratégia Nacional do Poder Judiciário.

Art. 2º Considera-se, para os efeitos desta Resolução:


I – Órgãos do Poder Judiciário: os tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição
Federal; o Conselho Nacional de Justiça (CNJ); o Conselho da Justiça Federal (CJF); e o Conselho
Superior da Justiça do Trabalho (CSJT);
II – Metas de Medição Continuada (MMC): metas aplicáveis aos órgãos do Poder Judiciário e
acompanhadas pelo CNJ durante o período de vigência da Estratégia Nacional;
III – Metas de Medição Periódica (MMP): metas aplicáveis aos órgãos do Poder Judiciário e
acompanhadas pelo CNJ para períodos predefinidos durante a vigência da Estratégia Nacional;
IV – Metas Nacionais (MN): conjunto de metas formado pelas Metas de Medição Continuada (MMC) e
pelas Metas de Medição Periódica (MMP);
V – Iniciativa Estratégica Nacional (IEN): programa, projeto ou operação alinhado(a) à Estratégia
Nacional do Poder Judiciário;
VI – Diretriz Estratégica (DE): orientações, instruções ou indicações a serem observadas na execução
da Estratégia Nacional ou para se levar a termo uma meta ou iniciativa estratégica;
VII – Cesta de Indicadores e Iniciativas Estratégicas: repositório de métricas de desempenho
institucional e de iniciativas (programas, projetos e operações).

CAPÍTULO II
DO DESDOBRAMENTO DA ESTRATÉGIA JUDICÍARIO 2020

Art. 3º A Estratégia Judiciário 2020 poderá ser desdobrada e alinhada em três níveis de abrangência:
I – nacional, nos termos do Anexo, de aplicação obrigatória a todos os segmentos de justiça;
II – por segmento de justiça, de caráter facultativo;
III – por órgão do Judiciário, de caráter obrigatório, desdobrada a partir da estratégia nacional e, quando
aplicável, também da estratégia do respectivo segmento, sem prejuízo da inclusão das correspondentes
especificidades.

Art. 4º Os órgãos do Judiciário devem alinhar seus respectivos planos estratégicos à Estratégia
Judiciário 2020, com a possibilidade de revisões periódicas.
§ 1º Os planos estratégicos, de que trata o caput, devem:
I – ter abrangência mínima de 6 (seis) anos;
II – observar o conteúdo temático dos Macrodesafios do Poder Judiciário; e
III – contemplar as Metas Nacionais (MN) e Iniciativas Estratégicas Nacionais (IEN) aprovadas nos
Encontros Nacionais do Judiciário, sem prejuízo de outras aprovadas para o segmento de justiça ou
específicas do próprio tribunal ou conselho;
§ 2º Os dados relativos às Metas Nacionais (MN) serão informados periodicamente ao CNJ, que
divulgará o relatório anual até o final do primeiro quadrimestre do ano subsequente.
§ 3º Na elaboração dos seus planos estratégicos, os tribunais e conselhos devem considerar as
Resoluções, Recomendações e Políticas Judiciárias instituídas pelo CNJ voltadas à concretização da
Estratégia Judiciário 2020.

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§ 4º As propostas orçamentárias dos tribunais devem ser alinhadas aos seus respectivos planos
estratégicos, de forma a garantir os recursos necessários à sua execução.

Art. 5º As Metas Nacionais (MN) serão, prioritariamente, elaboradas a partir da Cesta de Indicadores
e Iniciativas Estratégicas de que trata o art. 2º, inciso VII, desta Resolução.
§ 1º A Cesta de Indicadores e Iniciativas Estratégicas referida no caput será definida e revisada pela
Comissão Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento e disponibilizada no sítio
eletrônico do CNJ.
§ 2º A mesma Comissão poderá definir indicadores nacionais que integrarão o Relatório Justiça em
Números, observado o disposto na Resolução CNJ n. 76, de 12 de maio de 2009.

Art. 6º Os órgãos do Poder Judiciário devem promover a participação efetiva de magistrados de


primeiro e segundo graus, ministros, serventuários e demais integrantes do sistema judiciário e de
entidades de classe, na elaboração de suas propostas orçamentárias e de seus planejamentos
estratégicos, garantida a contribuição da sociedade.

CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA ESTRATÉGIA

Art. 7º A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro e segundo graus,


conselheiros, ministros e serventuários do Poder Judiciário.
Parágrafo único. Para promover a estratégia, devem ser realizados eventos, pelo menos anualmente.

Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário manterão unidade de gestão estratégica para assessorar a
elaboração, a implementação e o monitoramento do planejamento estratégico.
§ 1º A unidade de gestão estratégica referida no caput também atuará nas áreas de gerenciamento de
projetos, otimização de processos de trabalho e, a critério do órgão, produção e análise de dados
estatísticos.
§ 2º As áreas jurisdicionais e administrativas devem prestar, à respectiva unidade de gestão
estratégica, as informações sob a sua responsabilidade pertinentes ao plano estratégico.

Art. 9º Os órgãos do Poder Judiciário realizarão Reuniões de Análise da Estratégia (RAE), pelo menos
quadrimestralmente, para avaliação e acompanhamento dos resultados, nas quais poderão promover
ajustes e outras medidas necessárias à melhoria do desempenho institucional.

CAPÍTULO IV
DA GOVERNANÇA

Art. 10. Compete à Presidência do CNJ, conjuntamente à Comissão Permanente de Gestão


Estratégica, Estatística e Orçamento, assessoradas pelo Departamento de Gestão Estratégica, coordenar
as atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário, a preparação e a realização dos
Encontros Nacionais.

Art. 11. À Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, coordenada pelo CNJ e com
representação de todos os segmentos de justiça, compete apresentar propostas de aperfeiçoamento da
Estratégia Judiciário 2020, bem como auxiliar a execução, o monitoramento dos trabalhos e a divulgação
dos resultados, sem prejuízo de outras atribuições definidas em ato normativo expedido pela Presidência
do CNJ.
§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário indicarão representantes para compor a Rede de Governança
Colaborativa do Poder Judiciário, nos termos estabelecidos no referido ato normativo.
§ 2º As propostas a que se refere o caput serão submetidas aos presidentes dos tribunais nos
Encontros Nacionais do Poder Judiciário, após ajuste e complementação pela Comissão Permanente de
Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento do CNJ.
§ 3º As deliberações aprovadas nos Encontros Nacionais, sobretudo as Políticas Judiciárias,
Recomendações, Diretrizes Estratégicas (DE), Metas Nacionais (MN) e Iniciativas Estratégicas Nacionais
(IEN), serão comunicadas ao Plenário do CNJ e divulgadas no portal do CNJ.

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CAPÍTULO V
DOS ENCONTROS NACIONAIS

Art. 12. Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de
novembro de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:
I – avaliar a estratégia nacional;
II – divulgar e premiar o desempenho de tribunais, unidades e servidores no cumprimento das Metas
Nacionais (MN), na criação e na implantação de boas práticas;
III – aprovar metas nacionais, diretrizes e iniciativas estratégicas para o biênio subsequente;
IV – ajustar, quando necessário, as metas nacionais, as diretrizes e as iniciativas estratégicas
previamente aprovadas no encontro do ano anterior.
§ 1º Participarão dos Encontros Nacionais do Poder Judiciário os presidentes e corregedores dos
tribunais e dos conselhos, bem como os integrantes do Comitê Gestor Nacional da Rede de Governança
Colaborativa, sendo facultado o convite a outras entidades e autoridades.
§ 2º Os conselheiros do CNJ coordenarão os trabalhos realizados durante o evento.
§ 3º Os Encontros Nacionais do Judiciário serão precedidos de reuniões preparatórias que contarão
com a participação dos gestores de metas e dos responsáveis pelas unidades de gestão estratégica dos
tribunais, assim como das associações nacionais de magistrados e de servidores.
§ 4º Revogado (Revogado pela Resolução Nº 204 de 26/08/2015).
§ 5º Revogado (Revogado pela Resolução Nº 204 de 26/08/2015).

CAPÍTULO VI
DO BANCO DE BOAS PRÁTICAS E IDEIAS PARA O JUDICIÁRIO (BPIJus)

Art. 13. O CNJ manterá disponível, no seu portal, o Banco de Boas Práticas e Ideias para o Judiciário
(BPIJus), a ser continuamente atualizado, com o intuito de promover a divulgação e o compartilhamento
de práticas e ideias inovadoras, visando ao aperfeiçoamento dos serviços judiciais.

Art. 14. O BPIJus será constituído da seguinte forma:


I – práticas sugeridas por servidores, tribunais ou conselhos do Poder Judiciário, alinhadas aos
Macrodesafios mencionados no Anexo; e
II – ideias inovadoras para melhoria do Judiciário, apresentadas por qualquer pessoa.
Parágrafo único. As práticas e ideias serão incluídas no BPIJus após processo de seleção, na forma
de regulamento próprio a ser publicado pelo CNJ.

Art. 15. As práticas incluídas no BPIJus concorrerão ao Prêmio Excelência em Gestão Estratégica do
Poder Judiciário.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 16. Os órgãos do Poder Judiciário terão até 31 de março de 2015 para proceder ao alinhamento a
que se refere o artigo 4º.

Art. 17. Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2015, com a revogação, a partir dessa data,
da Resolução CNJ n. 70, de 18 de março de 2009.

Ministro Joaquim Barbosa

Questões

01. Compete à Presidência do CNJ, conjuntamente à Comissão Permanente de Gestão Estratégica,


Estatística e Orçamento, assessoradas pelo Departamento de Gestão Estratégica, coordenar as
atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário, a preparação e a realização dos
Encontros Nacionais.
( ) Certo ( ) Errado

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02. Os órgãos do Poder Judiciário devem promover a participação efetiva de magistrados de primeiro
e segundo graus e ministros exclusivamente, na elaboração de suas propostas orçamentárias e de seus
planejamentos estratégicos, garantida a contribuição da sociedade.
( ) Certo ( ) Errado

03. Assinale a alternativa CORRETA:


(A) Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de outubro
de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:
(B) Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de
fevereiro de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:
(C) Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de janeiro
de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:
(D) Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de
novembro de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:

04. Acerca da Resolução n. 198, de 1º de Julho de 2014, assinale a alternativa CORRETA:


(A) A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro grau e conselheiros.
(B) A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro e segundo graus,
conselheiros, ministros e serventuários do Poder Judiciário.
(C) A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro e segundo graus
exclusivamente.
(D) A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro e ministros
exclusivamente.

05. Os órgãos do Poder Judiciário manterão unidade de gestão estratégica para assessorar a
elaboração, a implementação e o monitoramento do planejamento estratégico.
( ) Certo ( ) Errado

Respostas

01. Resposta: Certo.


Dispõe a Resolução n. 198, de 1º de Julho de 2014:
Art. 10. Compete à Presidência do CNJ, conjuntamente à Comissão Permanente de Gestão
Estratégica, Estatística e Orçamento, assessoradas pelo Departamento de Gestão Estratégica, coordenar
as atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário, a preparação e a realização dos
Encontros Nacionais.

02. Resposta: Errado.


Dispõe a Resolução n. 198, de 1º de Julho de 2014:
Art. 6º Os órgãos do Poder Judiciário devem promover a participação efetiva de magistrados de
primeiro e segundo graus, ministros, serventuários e demais integrantes do sistema judiciário e de
entidades de classe, na elaboração de suas propostas orçamentárias e de seus planejamentos
estratégicos, garantida a contribuição da sociedade.

03. Resposta: D.
Dispõe a Resolução n. 198, de 1º de Julho de 2014:
Art. 12. Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de
novembro de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:

04. Resposta: B.
Dispõe a Resolução n. 198, de 1º de Julho de 2014:
Art. 7º A execução da estratégia é de responsabilidade de magistrados de primeiro e segundo graus,
conselheiros, ministros e serventuários do Poder Judiciário.

05. Resposta: Certo.


Dispõe a Resolução n. 198, de 1º de Julho de 2014:
Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário manterão unidade de gestão estratégica para assessorar a
elaboração, a implementação e o monitoramento do planejamento estratégico.

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2 Orçamento Público: Conceito. Princípios orçamentários.
Receitas e despesas extra orçamentárias.

Orçamento é um dos mais antigos e tradicionais instrumentos utilizados na gestão dos negócios
públicos, sendo concebido inicialmente como um mecanismo eficaz de controle parlamentar sobre o
Executivo. Ao longo do tempo, sofreu mudanças no plano conceitual e técnico (aspectos jurídico,
econômico, financeiro, de planejamento e programação, gerencial e controle administrativo, por exemplo)
para acompanhar a própria evolução das funções do Estado.
Os primeiros Orçamentos de que se têm notícia eram os chamados orçamentos tradicionais, que se
importavam apenas com o gasto. Eram meros documentos de previsão de receita e autorização de
despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental. Simplesmente se fazia
uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem nenhuma prioridade ou senso
distributivo na alocação dos recursos públicos.
Era compreendido como uma peça que continha apenas a previsão das receitas e a fixação das
despesas para determinado período, sem preocupação com planos governamentais de desenvolvimento,
tratando-se, assim, de mera peça contábil-financeira. Tal conceito se revela ultrapassado, pois a
intervenção Estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e, com isso, o planejamento das
ações do Estado é imprescindível.
A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público em duas fases: o Orçamento tradicional
e o Orçamento moderno. Até o século XIX, o s doutrinadores consideram que perdurou o Orçamento
Tradicional, que, é marcado pelo controle político (orçamento como instrumento de controle) cuja
preocupação seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos como um mal necessário.
A partir dos primórdios do século XX, tendo como indutor os EUA, desenvolveu-se na Administração
Pública a preocupação em ser mais eficiente, visando promover o desenvolvimento econômico e social.
O orçamento, antes era considera do um mero demonstrativo de autorizações legislativas e que não
atendia as necessidades, passou a ser visto como algo mais que uma simples previsão de receitas ou
estimativa de despesa. Este passaria a ser considerado como um instrumento de administração visando
cumprir os programas de governo.
Desta forma, o Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de Orçamento-programa,
segundo o qual o Orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e
autorização do gasto, que além de conter a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem
realizadas por um governo, em um determinado exercício financeiro mas um documento legal, que
contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento público, com objetivos e metas a
alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-programa é nas realizações do Governo).

O orçamento é utilizado hodiernamente como instrumento de planejamento da ação governamental,


possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía caráter
eminentemente estático.
Apesar de todas as divergências existentes na doutrina, considera-se o orçamento como uma lei
formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não criando direitos subjetivos nem
modificando as leis tributárias e financeiras.
Sendo uma lei formal, a simples previsão de despesa na lei orçamentária anual não cria direito
subjetivo, não sendo possível se exigir, por via judicial, que uma despesa específica fixada no orçamento
seja realizada.
São listadas as seguintes características da lei orçamentária:
a) lei formal – formalmente o orçamento é uma lei, mas, conforme vimos acima, em vários casos ela
não obriga o Poder Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo
legislativo; embora lei, em sentido formal não possui coercibilidade.
b) lei temporária – a lei orçamentária tem vigência limitada.
c) lei ordinária – todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias. Os créditos
suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias.
d) lei especial – possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica.

O orçamento compreende quatro aspectos fundamentais:


a) o jurídico, que envolve a natureza do ato orçamentário quanto aos direitos e obrigações que ele
gera à Administração, aos agentes públicos e aos administrados.
b) o político, que indica para qual direção o poder político está atuando, isto é, qual necessidade

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coletiva entendeu ser de interesse público e usará, para sua satisfação, o serviço público mediante seu
critério de gasto.
c) o econômico, quanto às diretrizes econômicas e políticas fiscais adotadas em sua elaboração e
que se tornarão postulados a serem seguidos.
d) técnico-financeiro, estabelecendo metodologias e procedimentos administrativos e contábeis
adotados à persecução dos fins do instrumento orçamentário.

Os objetivos da política orçamentária são corrigir as falhas de mercado e as distorções, visando manter
a estabilidade, melhorar a distribuição de renda, e alocar os recursos com mais eficiência. O Orçamento
tem a função de também regular o mercado e coibir abusos, reduzindo falhas de mercado e
externalidades negativas (fatores adversos causados pela produção, como poluição, problemas urbanos,
dentre outros).
O Estado intervém de várias formas no mercado, como através da política fiscal e da política monetária,
com controle de preços, salários, inflação, dentre outros. São exemplos de instrumentos e recursos
utilizados pelo Estado para intervir na economia:

• Política Fiscal - envolve a administração e a geração de receitas, além do cumprimento de metas e


objetivos governamentais no orçamento, utilizado para a alocação, distribuição de recursos e
estabilização da economia. É possível, com a política fiscal, aumentar a renda e o PIB e aquecer a
economia, com uma melhor distribuição de renda.
• Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como decretos, leis, portarias, etc., expedidas
como alternativa para se alocar, distribuir os recursos e estabilizar a economia. Com o uso das normas,
diversas condutas podem ser banidas, como a criação de monopólios, cartéis, práticas abusivas,
poluição, etc.
• Política Monetária – envolve o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e do crédito em geral,
para efeito de estabilização da economia e influência na decisão de produtores e consumidores. Com a
política monetária, pode-se controlar a inflação, preços, restringir a demanda, etc.

O Orçamento Público funciona como um balizador na economia; existindo elevados investimentos


governamentais no orçamento, provavelmente haverá reflexos na criação de empregos e aumento de
renda; em contraposição, um orçamento restritivo em investimentos, provocará desemprego,
desaceleração da economia e decréscimo no produto interno bruto.

Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público, destacamos:

A função alocativa diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, justifica-se quando
o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a necessária
eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse instrumento de atuação se efetiva
em situações de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de externalidades ou de bens
públicos.

A função distributiva, por sua vez, diz respeito a promover ajustamentos na distribuição de renda.
Justifica-se seu emprego nos casos em que o resultado distributivo do mecanismo de ação privada não
for considerado socialmente justificável ou desejado. Mais uma vez a justificativa está ligada à correção
das falhas de mercado.

A função estabilizadora, por fim, está associada à manutenção da estabilidade econômica, justificada
como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão. Portanto,
seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os
potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego (combate ao desemprego).

CLASSIFICAÇÃO/TIPOS/TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS
As técnicas orçamentárias também conhecidas como espécies ou tipos de orçamento, podem ser
classificadas da seguinte forma:

Orçamento Clássico ou Tradicional


Era aquele onde constavam apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma
espécie de planejamento das ações do governo. Era peça meramente contábil – financeira, um
documento de previsão de receita e de autorização de despesas.

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Neste tipo de orçamento não havia preocupação com a realização dos programas de trabalho do
governo, preocupando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas
tarefas, sem se questionar sobre objetivos e metas.

Orçamento de Desempenho ou por Realizações


Uma evolução do orçamento clássico foi o chamado orçamento de desempenho em um contexto de
Administração por Resultados. Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o resultado
dos gastos e não apenas com o gasto em si, ou seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o
governo faz e não as coisas que o governo compra”. Apesar de ser um passo importante, o orçamento
de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo e,
embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe
falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamento. 2
Nesse tipo de orçamento, a ênfase era as coisas que o governo fazia, ou seja, o foco era, basicamente,
nos resultados, com desvinculação entre planejamento e orçamento.
Como objetivos do orçamento de desempenho podem ser citados a melhoria da priorização das
despesas e o aprimoramento da eficiência técnica. Como meio de alcançar os objetivos realiza-se a
vinculação de dotações orçamentárias a resultados, utilizando Informações de Desempenho (ID). Pode
abranger todo governo ou ser setorial.
Orçamento por desempenho leva tempo para ser realizado, uma vez que demanda um Sistema de
Informações de Desempenho. Ressalta-se que este orçamento possui sua Contabilidade orientada por
resultados.
Outro ponto de destaque é que a capacitação é crucial, tanto para os ministros responsáveis pela
gestão, como o Ministério da Fazenda e outras agências federais, sendo assim, requerendo grandes
esforços de capacitação. Por fim, este orçamento de desempenho demanda reformas mais amplas, estas
são cruciais e necessitam de muito compromisso político.

Orçamento – Programa
Esse tipo de orçamento foi introduzido no Brasil pela Lei 4320/64 e do Decreto-lei 200/67 e funciona
como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, pela identificação dos
seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem
implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.

A CF/88 implantou definitivamente o orçamento – programa no Brasil, ao estabelecer a normatização


da matéria orçamentária pelo PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do constituinte
para com o planejamento das ações do governo.
Alguns autores têm destacado as seguintes vantagens do orçamento-programa em relação a métodos
de elaboração orçamentária tradicionais:
a) melhor planejamento de trabalho;
b) maior precisão na elaboração dos orçamentos;
c) melhor determinação das responsabilidades;
d) maior oportunidade para redução dos custos;
e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e da população
em geral
f) facilidade para identificação de duplicação de funções;
g) melhor controle da execução do programa;
h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e
relativos;
i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e
programas; e
j) ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.

Em sua elaboração, o Orçamento-Programa tem uma lógica que o distingue de outros modelos. Essa
lógica pode ser traduzida em fases que, ao serem cumpridas, dão ao orçamento-programa toda a sua
peculiaridade. São elas:
- Determinação da situação: identificação dos problemas existentes.

2
ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em:
file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblico.pdf

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- Diagnóstico da situação: identificação das causas que concorrem para o aparecimento dos
problemas.
- Apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionar os problemas.
Estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas.
- Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que se conseguirá com isso.
- Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os objetivos.
- Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos humanos, materiais, técnicos,
institucionais e serviços de terceiros necessários.
- Determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursos alocados.

Em síntese, o Orçamento-programa é aquele que apresenta os propósitos, objetivos e


metas para os quais a administração solicita os recursos necessários, identifica os custos
dos programas propostos para alcançar tais objetivos e os dados quantitativos que medem
as realizações e o trabalho realizado dentro de cada programa. Foi introduzido no Brasil por
meio da Lei no 4.320/64 e do Decreto-Lei no 200/67. A Constituição Federal de 1988
consolidou definitivamente a adoção do orçamento-programa, ao vincular o processo
orçamentário ao PPA, à LDO e à LOA.

Orçamento de Base Zero ou por Estratégia


É um orçamento de baixo para cima, como se o orçamento estivesse sendo preparado pela primeira
vez. Todos os gastos propostos devem ser revistos. A metodologia do OBZ não é adotada no Brasil, em
nenhuma das unidades da Federação.
O orçamento de base zero é uma metodologia orçamentária a qual exige que todas as despesas dos
órgãos ou das entidades públicas, programas ou projetos governamentais sejam detalhadamente
justificadas a cada ano, como se cada item de despesa se tratasse de uma nova iniciativa do governo.
O foco principal do orçamento de base zero é o controle das despesas de capital (investimentos), ou
seja, parte-se da premissa do que precisa ser feito e não o que seria bom ser feito. Assim sendo, o
orçamento se torna o mais próximo possível da realidade.
Essa espécie de orçamento consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos
solicitados pelos órgãos governamentais. Neste tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta
orçamentária, questionar-se-ão as reais necessidades de cada área, sem compromisso com nenhum
montante inicial de dotação.
Os órgãos governamentais, por sua vez, deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua
proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo3.

Orçamento Participativo
Os orçamentos públicos nas democracias representativas são elaborados pelos poderes Executivo e
Legislativo. Aliás, segundo os juristas especializados, a principal razão da existência do Legislativo na
sua função precípua de representação popular, está na co-participação com o executivo na alocação dos
recursos públicos por intermédio da elaboração dos orçamentos. O orçamento participativo incorpora a
população ao processo decisório da elaboração orçamentária, seja por meio de lideranças da sociedade
civil, seja por meio de audiências públicas ou por outras formas de consulta direta à sociedade. Trata-se
de ouvir de forma direta as comunidades para a definição das ações do Governo para resolução dos
problemas por elas considerados prioritários. É exercitado no Brasil em alguns estados da federação e
em muitas Prefeituras. Na União, não tem sido aplicado, embora sejam feitas audiências públicas durante.

Tabela-resumo de Técnicas e Práticas Orçamentárias


A tabela abaixo objetiva dar uma visão agregada das técnica orçamentárias vistas até aqui, bem como
contempla outras práticas de elaboração orçamentária.

Denominação Características Observações

3
ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em:
file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblico.pdf

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Processo orçamentário em que é Apresenta valores para as despesas
Orçamento explicitado apenas o objeto de gasto. com pessoal, material, serviços etc.,
Tradicional sem relacionar os gastos a nenhuma
finalidade (programa ou ação).
Também é conhecido como
Orçamento Clássico.
Processo orçamentário que apresenta Também conhecido como orçamento
Orçamento de duas dimensões do orçamento: funcional
Desempenho - objeto de gasto;
- um programa de trabalho, contendo as
ações desenvolvidas.
Enfatiza o desempenho organizacional
Orçamento que expressa, financeira e Originalmente, integrava o sistema de
Orçamento fisicamente, os programas de trabalho de planejamento, programação e
Programa governo, possibilitando: orçamentação introduzido nos
a) a integração do planejamento com o Estados Unidos, no final da década de
orçamento; 1950, sob a denominação PPBS
b) a quantificação de objetivos e (Planning Programming Budgeting
a fixação de metas; System)
c) as relações insumo-produto;
d) as alternativas programáticas;
e) o acompanhamento físicofinanceiro;
f) a avaliação de resultados;
g) a gerência por objetivos
Processo orçamentário que contempla a Necessidade de um maior
Orçamento população no processo decisório, por meio discricionariedade do governo na
Participativo de lideranças ou audiências públicas alocação dos gastos, a fim de que
Existência de uma coparticipação do possa atender os anseios da
Executivo e Legislativo na elaboração dos Sociedade.
orçamentos Requer auto grau de mobilização
Transparência dos critérios e informações social.
que nortearão a tomada de decisões Deve haver disposição do poder
público em descentralizar e repartir o
poder.
Orçamento Processo orçamentário que se apoia na Abordagem orçamentária
Base-Zero necessidade de justificativa de todos os desenvolvida nos Estados Unidos,
programas cada vez que se inicia um novo pela Texas Instruments Inc., durante o
ciclo orçamentário. ano de 1969. Foi adotada pelo Estado
Analisa, revê e avalia todas as despesas da Geórgia (governo Jimmy Carter),
propostas e não apenas as das com vistas ao ano fiscal de1973.
solicitações que ultrapassam o nível de
gasto já existente.
Orçamento Orçamento elaborado através de ajustes Repetição do orçamento anterior
Incremental marginais nos seus itens de receita e acrescido da variação de preços
(ou inercial) despesa. ocorrida no período.
Critério de alocação de recursos através Esse percentual único serve de base
Orçamento do estabelecimento de um quantitativo para que os órgãos/unidades
Com Teto Fixo financeiro fixo (teto), obtido mediante a elaborem suas propostas
aplicação de um percentual único sobre as orçamentárias parciais.
despesas realizadas em determinado
período
Fonte: ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em:
file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblico.pdf

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

São premissas (ou regras) norteadoras de ação, a serem observadas no processo de elaboração,
aprovação, execução e controle do orçamento, objetivando assegurar o cumprimento dos fins a que o
mesmo se propõe.

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Os princípios orçamentários básicos para a elaboração, execução e controle do orçamento público,
válidos para todos os poderes e nos três níveis de governo estão definidos na Constituição Federal de
1988 e na Lei nº 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro, aplicadas à elaboração e ao
controle dos orçamentos. Eis os mais difundidos, sendo distribuídos, doutrinariamente, nas seguintes
espécies:

Princípio da Unidade
De acordo com este princípio previsto no artigo 2.º da Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação
(União, Estado ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei,
segundo o qual todas as receitas e despesas convergem para um fundo geral (conta única), a fim de se
evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos.
O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só conta, a fim de confrontar os totais e
apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou superávit.
Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento tornou o orçamento, necessariamente,
multidocumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (Plano Plurianual –
PPA -, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO - e Lei Orçamentária Anual – LOA), alguns de planejamento
e outros de orçamento e programas. Em que pese tais documentos serem distintos, inclusive com datas
de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente, ser
compatibilizados entre si, conforme definido na própria Constituição Federal.
O modelo orçamentário adotado a partir da Constituição Federal de 1988, com base no § 5.º do artigo
165 da CF 88 consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em: Orçamento Fiscal, da
Seguridade Social e de Investimento das Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos programas do
governo em cada área. O artigo 165 da Constituição Federal define, em seu parágrafo 5.º, o que deverá
constar em cada desdobramento do orçamento:

“§ 5.º – A lei orçamentária anual compreenderá:


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.”

Princípio da Universalidade
Segundo os artigos 3.º e 4.º da Lei nº 4.320/1964, a Lei Orçamentária deverá conter todas as receitas
e despesas, o que possibilita um controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios
administrados pelo ente público.

“Art. 3.º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de


crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por
antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo
e passivo financeiros.

Art. 4.º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo
e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o
disposto no artigo 2.°.”

Tal princípio se complementa pela “regra do orçamento bruto”, definida no artigo 6.º da Lei nº
4.320/1964:

“Art. 6.º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.”

Princípio da Anualidade ou Periodicidade

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O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um
ano. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o artigo 34 da Lei nº
4320/1964:

“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.”

Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordinários - autorizados nos últimos quatro
meses do exercício - podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao
orçamento do exercício subsequente, conforme estabelecido no § 3.º do artigo 167 da Carta Magna.

Princípio da Exclusividade
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa. Previsto
no artigo 165, § 8.º da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de créditos adicionais também
devem observar esse princípio.

ATENÇÃO CANDIDATO(A)!!!
Observe que o Princípio da Universalidade não considera as operações de crédito por
antecipação da receita (ARO), já o Princípio da Exclusividade inclui a (ARO).
Isso ocorre pois estes dois princípios tratam de situações distintas, para que essas
situações possam ser compreendidas de melhor forma devemos ter claro o entendimento
sobre a Antecipação da Receita Orçamentária (ARO).

A ARO tem como finalidade a atender insuficiência (falta) de caixa dentro do próprio
exercício financeiro.
Seu embasamento legal está disposto:
Lei n° 4.320/64;
Decreto n° 93.872/86;
Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei n° 101/00.

Voltando ao Princípio da Universalidade.


Este princípio trata da Lei Orçamentária, ou seja, do Orçamento Público, sendo assim,
quando o Orçamento Público está sendo constituído não se deve prever “falta de caixa”, pois
o orçamento é organizado para que ocorra um bom planejamento financeiro e que o caixa
suporte todos os pagamentos.
Como a ARO tem justamente a finalidade de atender insuficiência (falta) de caixa, não será
incluída no orçamento, pois não é uma situação esperada.

No Princípio da Exclusividade.
Este princípio exige que sejam incluídas todas as receitas e despesas pertinentes ao
orçamento, relacionando essa situação com a ARO é correta a sua inclusão.
Caso a antecipação venha a ocorrer durante o próprio exercício financeiro, ou seja, se caso
ocorra uma “falta de caixa” e seja necessária a Antecipação da Receita, esta deverá ser
incluída no orçamento.

Princípio do Equilíbrio
Esse princípio estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não
poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de
receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer
solicitação de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser
considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.

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Conforme o caput do artigo 3.º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as
receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de operações de crédito. Entretanto,
conforme estabelece o artigo 167, III, da Constituição Federal, é vedada a realização de operações de
crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro”.
De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu endividamento vinculado à
realização de investimentos e não à manutenção da máquina administrativa e demais serviços.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece regras limitando o endividamento dos entes
federados, nos artigos 34 a 37:

“Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos
após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente
ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou
postergação de dívida contraída anteriormente.
§ 1.º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira
estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se
destinem a:
I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2.º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprarem títulos da dívida da
União como aplicação de suas disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da
Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir,
no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da
dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:


I – captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato
gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7.º do art. 150 da Constituição;
II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma
da legislação;
III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com
fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de
crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento
a posteriori de bens e serviços.”

Princípio da Legalidade
Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo o qual
cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou
seja, subordina-se aos ditames da lei.
A Constituição Federal de 1988, no artigo 374 estabelece os princípios da administração pública, dentre
os quais o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

4 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (...)

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Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade está previsto no artigo 37 da Constituição Federal e também se aplica às
peças orçamentárias. Justifica-se, especialmente, no fato de o orçamento ser fixado em lei, e esta, para
criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada.
Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha validade.

Princípio da Especificação ou Especialização


Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias devem ser autorizadas pelo Poder
Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento e o
controle do gasto público. Esse princípio está previsto no artigo 5.º da Lei nº 4.320/1964:

“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender


indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras [...]”

O princípio da especificação confere maior transparência ao processo orçamentário, possibilitando a


fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na
alocação dos recursos pelo poder executivo. Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração
dos orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.

Princípio da Não Afetação da Receita


Tal princípio se encontra consagrado, como regra geral, no inciso IV, do artigo 167, da Constituição
Federal de 1988, quando veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:

“Art. 167. São vedados:


[...]
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos artigos 198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º
deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...]

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os
artigos 155 e 156, e dos recursos de que tratam os artigos 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contra garantia à União e para pagamento de débitos para com esta.”

As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do produto
da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e
Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação de recursos
para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por
antecipação de receitas.
Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao administrador público dispor dos
recursos de forma mais flexível para o atendimento de despesas em programas prioritários.
No âmbito federal, a Constituição reforça a não vinculação das receitas por meio do artigo 76 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da
União – DRU”, abaixo transcrito:

“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte
por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais
e respectivos acréscimos legais.
§ 1.º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a
Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos artigos 153, § 5.º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e
b; e II, da Constituição, bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I,
c, da Constituição.

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§ 2.º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecadação da
contribuição social do salário-educação a que se refere o art. 212, § 5.º, da Constituição.”

Princípio da Programação
Considerado um dos princípios orçamentários mais modernos, consistindo na organização das ações
governamentais através de programas de trabalho, com objetivos claramente definidos e dispondo de
meios para alcançá-los, sendo ainda elos entre o planejamento e o orçamento.

Princípio da Exatidão
Desde os primeiros diagnósticos e levantamentos das necessidades, para fins de elaboração da
proposta orçamentária, deve existir grande preocupação com a realidade e com a efetiva capacidade do
setor público intervir para solucioná-las através do orçamento. A regra é válida não apenas para os setores
encarregados da política orçamentária, mas também para todos os órgãos que solicitam recursos para
execução em programas e projetos. Tal princípio tem concepção doutrinária, porém passou a ter também
previsão legal a partir da LRF, que exige memória e metodologia de cálculo para as metas fiscais de
receitas, despesas, resultado primário e nominal, dentre outros.

Princípio da Clareza
O orçamento deve ser claro e compreensível para qualquer indivíduo, sem, no entanto, descuidar das
exigências da técnica orçamentária, especialmente em matéria de classificação das receitas e despesas.

Princípio da Uniformidade
O orçamento deve conservar estrutura uniforme através dos distintos exercícios, permitindo uma
comparação ao longo do tempo.

RECEITAS E DESPESAS

RECEITA
Receita consiste na soma de valores recebidos durante um determinado período de tempo. No setor
público, é a soma de ingressos, impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos, arrecadados
para atender às despesas públicas.
Receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam nos cofres
públicos. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita
orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações, cuja finalidade principal é
atender às necessidades públicas e demandadas da sociedade.

Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em
qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o
ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas
públicas.

A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação


classificando-os em dois grupos: orçamentários e extraorçamentários.
Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente
para aplicação em programas e ações governamentais. Estes ingressos são denominados Receita
Pública.
Os ingressos extra orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros arrecadados pelo ente público
exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Estes
ingressos são denominados recursos de terceiros.
Os recursos financeiros canalizados para os cofres públicos ostentam, na prática, natureza e conteúdo
bastante diversificados.
Nem sempre derivam da atividade impositiva do Estado, campo de abrangência do Direito Tributário,
podendo resultar de contratos firmados pela administração, com caráter de bilateralidade.

Classificação das Receitas

Origem: Originárias X Derivadas

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Receitas Originárias: provenientes da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de direito público,
ou seja, o Estado coloca parte do seu patrimônio a disposição de pessoas físicas ou jurídicas, que
poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante pagamento de um preço estipulado. Elas
independem de autorização legal e pode ocorrer a qualquer momento, e são oriundas da exploração do
patrimônio mobiliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, industrial, comercial ou de
serviços, pelo Estado ou suas entidades. Exemplos: Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua
propriedade (aluguéis, dividendos, aplicações financeiras).

Receitas Derivadas: são cobradas pelo Estado, por força do seu poder de império, sobre as relações
econômicas praticadas pelos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens. Na
atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos da população, para financiar os
gastos da administração pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos prestados
ou colocados a disposição da comunidade. Exemplos: Taxas, Impostos e Contribuições de Melhoria.

Natureza: Receitas Orçamentárias X Receitas Extra Orçamentárias

Receitas Orçamentárias: são todos os ingressos financeiros de caráter não devolutivo auferidos pelo
Poder Público. A receita orçamentária se subdivide ainda nas seguintes categorias econômicas: receitas
correntes e receitas de capital.

Receita Extra Orçamentária5: correspondem as receitas que não fazem parte do orçamento de modo
que não serão consideradas quando da fixação das despesas públicas. São receitas públicas apenas na
acepção mais ampla do termo, uma vez que não poderá o administrador público contar com elas para
custear despesas públicas previstas na peça orçamentária. O único motivo que justifica sua inserção no
conceito de receita, malgrado não se incorporem ao patrimônio público, é que como adentram nos cofres
públicos deverão ser precedidas de lançamento.

O Poder Público adquire tais receitas extraorçamentárias em atenção a futura despesa


extraorçamentária, o que em termos contábeis seria um passivo exigível. Assim, tais entradas já possuem
destino certo, de modo a inviabilizar seu aproveitamento no custeio de outras despesas (inclusive aquelas
previstas no orçamento). De acordo com a classificação de Aliomar Baleeiro, são meros movimentos de
caixa.

Desta feita, a arrecadação das receitas extraorçamentárias prescinde de autorização legislativa e a


realização desta receita não se vinculará a execução do orçamento.

São exemplos de receitas extraorçamentárias os recursos financeiros que adentram nos cofres
públicos a título de fiança, caução, depósitos para garantia, etc. Atenção, contudo, para alguns casos
peculiares:

a) Retenção na fonte: será considerada receita extraorçamentária se a retenção for realizada pelo ente
que não ficará com os recursos para si. Se se tratar de retenção de tributo cuja arrecadação pertencer ao
mesmo ente que a efetuou, como por exemplo o imposto de renda retido na fonte pelo Estado, DF ou
Município, na forma dos artigos 157, I e 158, I da Constituição, será considerada receita orçamentária;

b) Operação de Crédito X Operação de Crédito por Antecipação da Receita Orçamentária:

a. A operação de crédito é o compromisso financeiro assumido pelo ente público em razão de mútuo,
abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, etc., devendo o ente apontar
de onde sairão os recursos que custearão esta nova despesa e tem como finalidade atender ao
desequilíbrio orçamentário ou financiar investimentos. Será considerada receita orçamentária e, portanto,
depende de autorização legislativa.

b. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante
o exercício financeiro, devendo ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de
dezembro de cada ano, sendo proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não

5
Despesas Extraorçamentárias. Disponível em: <http://marcelloleal.jusbrasil.com.br/artigos/121943060/receitas-publicas-orcamentarias-e-
extraorcamentarias>

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integralmente resgatada, além de outros requisitos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo
o ente dar em garantia a receita dos impostos de sua competência tributária. Será considerada receita
extraorçamentária e, portanto, independe de autorização legislativa.

Repercussão Patrimonial: Efetivas X Não efetivas

Receitas Públicas Efetivas: são receitas nas quais os ingressos de disponibilidades de recursos não
foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes:
Por isso, aumentam a situação liquida do patrimônio financeiro e a situação líquida patrimonial. Exemplos:
Receita Tributária, Receita Patrimonial, Receita de Serviços, etc.

Receitas Públicas Não efetivas: são aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos
foram precedidos de registro de reconhecimento do direito. Por isso, aumentam a situação líquida do
patrimônio financeiro, mas não altera a situação líquida patrimonial. São exemplos: Alienação de bens;
Operações de crédito; Amortização de empréstimo concedido; Cobrança de dívida ativa.

Regularidade: Ordinárias X Extraordinárias

Receitas Ordinárias: representam certa regularidade na sua arrecadação, sendo normatizadas pela
Constituição ou por leis específicas. Exemplos: Arrecadação de Impostos (Federais, Estaduais ou
Municipais), Transferências do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, do Fundo de
Participação dos Municípios, Cota parte do ICMS destinado aos Municípios, etc.

Receitas Extraordinárias: são inconstantes, esporádicas, às vezes excepcionais, e que, por isso, não
se renovam de ano a ano na peça orçamentária. Como exemplo mais típico, costuma-se citar o imposto
extraordinário, previsto no art. 76 do Código Tributário Nacional, e decretado, em circunstâncias anormais,
nos casos de guerra ou sua iminência. As receitas patrimoniais devem, também, ser consideradas como
extraordinárias, sob o aspecto orçamentário.

Forma de sua realização: Receitas Próprias, de Transferências e de Financiamentos.

Receitas Próprias: surgem quando o ingresso é promovido pela própria entidade, diretamente, ou
através de agentes arrecadadores autorizados. Exemplo: tributos, aluguéis, rendimento de aplicações
financeiras, multas e juros de mora, alienação de bens, etc.

Transferências: referentes a arrecadação proveniente de outras entidades, em virtude de dispositivos


constitucionais e/ou legais, ou ainda, mediante celebração de acordos e/ou convênios. Exemplo: cota
parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios (FPE e FPM), Cota parte de Tributos Estaduais aos
Municípios (ICMS e IPVA), convênios, etc.

Financiamentos: caracterizam-se por serem operações de crédito realizadas com destinação


específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os financiamentos para
implantação de parques industriais, aquisição de bens de consumo durável, obras de saneamento básico,
etc.

Classificação Econômica da receita orçamentária

A classificação econômica da receita orçamentária é estabelecida pela Lei nº 4.320/64 para sustentar
o conceito com base no ingresso de recursos financeiros e não pelo reconhecimento do direito, conforme
o princípio contábil da competência de registro. Portanto, deve-se proceder ao registro da receita
orçamentária, mas antes disto deve-se proceder ao registro do direito no momento em que for
reconhecido para refletir o real estado patrimonial da entidade.
A classificação econômica da receita orçamentária é sustentada por conceitos próprios, sem nenhuma
ligação com os princípios fundamentais de contabilidade e qualquer utilização de mesmas terminologias
é mera coincidência. O fato de serem diferentes os conceitos e os princípios orçamentários dos conceitos
e princípios contábeis não elimina a condição de serem refletidos harmonicamente pela contabilidade.
A Lei nº 4.320/64 classificou a receita pública orçamentária em duas categorias econômicas: Receitas
Correntes e Receitas de Capital.

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Receitas Correntes: definidas como ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades
operacionais, para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais,
correntes ou de capital, visando o atingimento dos objetivos constantes dos programas e ações de
governo. São denominados receitas correntes porque são derivadas do poder de tributar ou da venda de
produtos e serviços, que contribuem para a finalidade fundamental do órgão ou entidade pública.

Receitas Tributárias: resultam da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Dessa


forma, é uma receita privativa das entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito
Federal e os Municípios.

Receitas de Contribuições: são provenientes da arrecadação de contribuições sociais e econômicas;


por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contribuições para fundo de saúde de servidores públicos
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas
respectivas áreas. Apesar da controvérsia doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas
da seguinte forma:
Contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, compreendendo a previdência
social, a saúde e a assistência social;
Contribuições de Intervenção no domínio econômico – deriva da contraprestação à atuação estatal
exercida em favor de determinado grupo ou coletividade.
Contribuições de Interesse das categorias profissionais ou econômicas – destinadas ao fornecimento
de recursos aos órgãos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a
órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados.

Receita Patrimonial: provem do resultado financeiro da fruição do patrimônio, decorrente da


propriedade de bens mobiliários ou imobiliários; por exemplo: Aluguéis, dividendos, receita oriunda de
aplicação financeira, etc.
É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de
disponibilidades em opções de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.

Receita Agropecuária: decorre da exploração das atividades agropecuárias de origem vegetal ou


animal. Incluem-se nesta classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo),
da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de
beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios
estabelecimentos.

Receita Industrial: obtida com atividades ligadas à indústria de transformação, extração mineral e
outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE. Exemplos: indústria editorial e gráfica, reciclagem de lixo, etc.

Receitas de Serviços: surgem por meio das prestações de serviços de transporte, saúde,
comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados,
vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços.
Por exemplo: serviços comerciais (compra e venda de mercadorias), etc.

Transferências Correntes: originária de outros entes ou entidades, referentes a recursos pertencentes


ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivados mediante condições
preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas
correntes.

Outras Receitas Correntes: providas de outras origens não classificáveis nas subcategorias
econômicas anteriores. (Redação alterada conforme retificação publicada no Diário Oficial da União –
29.06.2004). São o grupo que compreende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indenizações e
Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc.

Receitas de Capital: ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais ou não


operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de capital, visando ao atingimento
dos objetivos traçados nos programas e ações de governo. São denominados receita de capital porque
são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos
e financiamentos e/ou alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para

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atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando
estímulo às atividades operacionais do ente.

São destinadas ao atendimento das Despesas de Capital e classificam-se em:

Operações de Crédito: financiamentos obtidos dentro e fora do País; trata-se de recursos captados de
terceiros para obras e serviços públicos. Exemplos: colocação de títulos públicos, contratação de
empréstimos e financiamentos, etc.;

Alienação de Bens receitas resultantes da venda de bens móveis e imóveis;

Amortização de Empréstimos receitas provenientes do recebimento do principal mais correção


monetária, de empréstimos efetuados a terceiros;

Transferências de Capital recursos recebidos de outras entidades; aplicação desses recursos deverá
ser em despesas de capital. O recebimento desses recursos não gera nenhuma contraprestação direta
em bens e serviços.

Estágios da Receita Pública


Estágios da Receita Pública são as etapas consubstanciadas nas ações desenvolvidas e percorridas
pelos órgãos e repartições encarregados de executá-las. Nos tempos atuais, em face das técnicas
utilizadas, a receita deverá percorrer três estágios, a saber:

a. Previsão;
b. Lançamento; e
c. Arrecadação e Recolhimento.

Como fica evidenciado à primeira vista, somente a receita orçamentária reúne condições de percorrer
esses três estágios, porquanto a receita extraorçamentária não terá necessidade de percorrê-los, isto
porque os requisitos de que são revestidos, como no caso da previsão, por exemplos, são dispensados.

DESPESAS

Despesa pública ou gastos públicos é a aplicação (em dinheiro) de recursos do Estado para custear
os serviços de ordem pública ou para investir no próprio desenvolvimento econômico do Estado. As
despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder legislativo, através do ato administrativo chamado
orçamento público. Exceção são as chamadas despesas extra-orçamentárias.

As despesas públicas devem obedecer aos seguintes requisitos:

- Utilidade (atender a um número significativo de pessoas);


- Legitimidade (deve atender uma necessidade pública real);
- Discussão pública (deve ser discutida e aprovada pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas);
- Possibilidade contributiva (possibilidade da população atender à carga tributária decorrente da
despesa);
- Oportunidade;
- Hierarquia de gastos;
- Deve ser estipulada em lei;

As despesas podem ser classificadas entre despesas orçamentárias e extra-orçamentárias:

Despesa Orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa para ser realizada e que não
pode ser efetivada sem a existência de crédito orçamentário que a corresponda suficientemente.

Despesa extra-orçamentária é a despesa que não consta da lei do orçamento, compreendendo as


diversas saídas de numerário decorrentes do levantamento de depósitos, cauções, pagamento de Restos
a Pagar, resgate de operações de créditos por antecipação de receita, bem como quaisquer valores que
se revistam de características de simples transitoriedade, recebidos anteriormente e que, na
oportunidade, constituíram receitas extraorçamentárias.

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Classificam-se em categorias econômicas as quais se dividem conforme o esquema abaixo:

Despesas correntes

Despesas de custeio: destinadas à manutenção dos serviços criados anteriormente à Lei Orçamentária
Anual, e correspondem entre outros gastos, os com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros
e gastos com obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

Transferências correntes: são despesas que não correspondem a contraprestação direta de bens ou
serviços por parte do Estado e que são realizadas à conta de receitas cuja fonte seja transferências
correntes. Dividem-se em:

Subvenções sociais: destinadas a cobrir despesas de custeio de instituições públicas ou privadas de


caráter assistencial ou cultural, desde que sem fins lucrativos;

Subvenções econômicas: destinadas a cobrir despesas de custeio de empresas públicas de caráter


industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

Despesas de capital

Despesas de investimentos: despesas necessárias ao planejamento e execução de obras, aquisição


de instalações, equipamentos e material permanente, constituição ou aumento do capital do Estado que
não sejam de caráter comercial ou financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados
necessários à execução de tais obras;

Inversões financeiras: são despesas com aquisição de imóveis, bens de capital já em utilização, títulos
representativos de capital de entidades já constituídas (desde que a operação não importe em aumento
de capital), constituição ou aumento de capital de entidades comerciais ou financeiras (inclusive
operações bancárias e de seguros). Ou seja, operações que importem a troca de dinheiro por bens.

Transferências de capital: transferência de numerário a entidades para que estas realizem


investimentos ou inversões financeiras. Nessas despesas, inclui-se as destinadas à amortização da dívida
pública Podem ser:
- Auxílios: se derivadas da lei orçamentária;
- Contribuições: derivadas de lei posterior à lei orçamentária.
As categorias econômicas dividem-se em elementos que se separam em subelementos, estes por sua
vez bifurcam, por fim, em rubricas e sub-rubricas.

ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA: FIXAÇÃO, EMPENHO E LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO 6

A despesa orçamentária, desde a edição do Código de Contabilidade Pública, em 8 de novembro de


1992, determinou que toda a despesa do Estado deve passar por três estágios.

a. o empenho;
b. a liquidação; e
c. pagamento.

Aliás, tal procedimento configura-se até hoje, consoante se verifica da Lei n° 4.320/64.
Entretanto, deve-se fazer uma ressalva neste ponto, pois, obviamente, a escrituração contábil da
despesa orçamentária deve, ainda, ser registrada também quanto ao aspecto relativo ao crédito fixado
na lei orçamentária que constitui, na realidade, em mais uma etapa ou estágio, denominado Fixação.

FIXAÇÃO:
A Fixação, que é em realidade a primeira etapa ou estágio desenvolvido pela despesa orçamentária,
é cumprida por ocasião da edição da discriminação das tabelas explicativas, baixadas através da Lei
Orçamentária. Seja dito de passagem que ela é precedida por toda gama de procedimentos que vão

6
Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.edição – São Paulo: Atlas, 2012.

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desde a elaboração das propostas, a mensagem do Poder Executivo, o projeto de lei, a discussão pelo
Poder Legislativo e a consequente aprovação e promulgação, transformando-a em Lei Orçamentária.
Por conseguinte, a Lei de Orçamento é o documento que caracteriza a fixação da despesa
orçamentária, ou seja, o instrumento no qual são legalmente fixadas as discriminações e especificações
dos créditos orçamentários, que se constitui no corolário da chamada etapa de elaboração desenvolvida
pelo ciclo orçamentário.
A etapa da elaboração termina com a edição da Lei Orçamentária, que em última análise constitui o
estágio da Fixação.
Entretanto, a Fixação deve obedecer a alguns critérios para sua utilização, do ponto de vista
orçamentário como:

- imediatamente após a promulgação da lei do orçamento e base nos limites dela fixados, o Poder
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica
autorizada a utilizar, conforme art. 47, da Lei Federal n° 4.320/64.
- a Fixação das cotas mencionadas atenderá aos seguintes objetivos:

a. assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil, a soma de recursos necessários e suficientes


à melhor execução de seu programa anual de trabalho;
b. manter, durante o exercício, na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a
despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria, conforme at. 48
e §§ 1° e 2° da Lei Federal n° 4.320/64;

- a programação da despesa orçamentária para efeito dos objetivos mencionados levará em conta os
créditos adicionais e as operações extraorçamentárias, conforme at. 49 da /lei Federal n° 4.320/64;
- as cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observado o limite da dotação e o
comportamento da execução orçamentária, conforme art. 50 da Lei Federal n° 4.320/64.

Existem outros critérios, de natureza financeira, que também devem ser observados no estágio da
Fixação, como:

- até 30 (trinta) dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução
mensal de desembolso;
- os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente par atender
ao objetivo de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso,
conforme parágrafo único, da Lei Complementar n° 101/2000.
- se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultados primários ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
poderes e o Ministério Publico promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 (trinta)
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira segundo os critérios fixados na lei
de diretrizes orçamentárias;
- no caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações,
cujos empenhos foram limitados, dar-se-á de forma proporcional à reduções efetivadas;
- não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive as destinadas ao pagamento da dívida e as ressalvadas pela lei de diretrizes
orçamentárias;
- no caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no
prazo estabelecido, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios
fixados pela lei de diretrizes orçamentárias, conforme at. 9 e §§ 1° a 3°, da Lei Complementar n° 101/200;
- a execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças
judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, par afins de observância da
ordem cronológica determinada no artigo 100 da Constituição, conforme at. 10 da lei complementar n°
101/2000.

EMPENHO
O Artigo 58 do CAPÍTULO III - Da Despesa da Lei Federal nº 4.320 de 1964 define o segundo estágio
da despesa orçamentária:

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Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Portanto, uma vez autorizado o empenho, pela autoridade competente, fica criada a obrigação de
pagamento para o Estado, podendo ficar dependendo de algumas condições ou não.

Já no Artigo 59 do CAPÍTULO III - Da Despesa da Lei nº 4.320 de 1964, estabelece que o empenho
da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

Esta determinação é, até certo ponto, óbvia, pois, sendo o empenho um valor deduzido da dotação
orçamentária, ou seja, do crédito fixado, caso o valor a ser empenhado seja maior do que a dotação ou
crédito fixado, não haverá condição para que seja efetuado.
Ressalvado o disposto em lei complementar, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês do
mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente. Essa vedação
não se aplica nos casos comprovados de calamidade pública. Reputam-se nulos e de nenhum efeito os
empenhos praticados em desacordo com o estipulado, sem prejuízo da responsabilização do Prefeito,
conforme §§ 1º, 2º, 3º e 4º do Artigo 59, da Lei Federal n° 4.320/64.
A lei complementar anteriormente referida, em realidade, é a Lei Complementar n° 101, de 4 de maio
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que, sob o assunto, contempla as seguintes disposições:

(...)CAPÍTULO IV
DA DESPESA PÚBLICA
Seção I
Da Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a
geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento
da despesa será acompanhado de:
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e
nos dois subsequentes;
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e
financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 1° Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente,
ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma
espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os
limites estabelecidos para o exercício;
II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se
conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não
infrinja qualquer de suas disposições.
§ 2° A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e
metodologia de cálculo utilizadas.
§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em
que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4° As normas do caput constituem condição prévia para:
I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;
II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3° do art. 182 da Constituição.

Subseção I
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei,
medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua
execução por um período superior a dois exercícios.

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§ 1° Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos
com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu
custeio.
§ 2° Para efeito do atendimento do § 1°, o ato será acompanhado de comprovação de que a
despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo
referido no § 1° do art. 4°, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.
§ 3° Para efeito do § 2°, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação
de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 4° A comprovação referida no § 2°, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e
metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as
demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5° A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas
referidas no § 2°, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.
§ 6° O disposto no § 1° não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao
reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.
§ 7° Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.
(...)

(...)Subseção II
Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não
atenda:
I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37
e no § 1° do art. 169 da Constituição;
II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com
pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
Poder ou órgão referido no art. 20. (...)

(...) Seção VI
Dos Restos a Pagar

Art. 41. (VETADO)

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres
do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos
e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício(...)

Para cada empenho será extraído um documento denominado “nota de empenho” que indicará o nome
do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação
própria, conforme Artigo 61 da Lei Federal nº 4.320/64.
Convém ressaltar que, em termos de administração pública, é sempre necessária a emissão da nota
de empenho, para a devida efetivação dos gastos públicos. Portanto, além de um contrato ou ajuste,
credor necessita sempre de uma nota de empenho, para ter garantido o pagamento.
Aliás, conforme Artigo 60 e § 1º da Lei Federal nº 4.320/64 é vedada a realização de despesa sem
prévio empenho. Em casos especiais previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da
nota de empenho.
Note-se que a dispensa da emissão da nota de empenho. Em casos especiais dispensa o empenho,
ou seja, a dedução da importância para a realização da despesa devidamente autorizada, na dotação
orçamentária própria, mas somente o documento que consubstancia esse registro, em virtude de uma
situação especial.

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Existem três modalidade de
empenho:

1. ordinário ou normal;
2. por estimativa;
3. geral.

Empenho ordinário ou normal


É utilizado para as despesas normais que não tenham nenhum característica especial. Nesta
modalidade de empenho, é efetuada a quase totalidade dos gastos que os órgãos e repartições são
obrigados a realizar, exatamente pela sua característica básica, despesa normal.
Desta forma, na execução do orçamento público, todas as despesa relativas a compras e serviços,
principalmente, que usual e rotineiramente ocorrem, onde são conhecidos todos os dados necessários à
emissão do empenho, como sejam: a razão social ou nome do credor, a importância exta da despesa, as
condições estipuladas etc., o seu processamento deve ser procedido pela forma usual, normal, ordinária,
e que, em última análise, é feita regularmente, pela emissão de empenho ordinário ou normal.

Empenho por estimativa


É utilizado nos casos em que não se possa determinar o montante da despesa, conforme § 2º do artigo
60 da Lei Federal nº 4.320/64.
Existe uma série de despesas que, por mais que nos esforços, procuremos fórmulas ou formas, não
conseguiremos determinar o seu montante exato.
É o que ocorre com os gastos decorrentes de consumo de água, energia elétrica e telefone, entre
outros. Quaisquer desses tipos de gastos não permitem que se determine o montante a ser realizado por
dia, semana ou mês, quanto mais o total anual.
Podemos observar que, realmente, não existe possibilidade, por mais que se queira, de se determinar
o montante da despesa e para estes casos deve-se utilizar o empenho por estimativa, isto é, devemos
proceder a um estudo de previsão que nos permita estimar os valores a serem realizados, o mais próximo
da realidade que se possa chegar.
Feito o estudo e a estimativa do valor a ser utilizado o empenho por estimativa, onde os demais dados
necessários devem ser plenamente conhecidos.
Nessa modalidade de empenho, em vista de sua característica básica ser o valor que não se pode
determinar, mas precisa ser estimado, obriga-se a emissão de outro documento, na ocasião do
recebimento das contas onde está determinado o valor do gasto efetivo, que pode ser subempenho, ou
a ordem de pagamento.

Empenho global
É utilizado para casos de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento, conforme §3º do
artigo 60, da Lei Federal n° 4.320/64.
Existem alguns tipos de gastos que, pela sua própria natureza, devem ser tratados diferentemente,
adequados ás suas características, pois, se assim não for, podem provocar entraves de processamento,
multiplicidade de trabalho e outros procedimentos supérfluos.
É ocaso que ocorre com as despesas contratuais, por exemplo, onde tenhamos de, mensalmente,
pagar o valor relativo à utilização de um imóvel alugado. Como é obvio, estaríamos obrigados a emitir,
mensalmente, o empenho da importância correspondente ao aluguel e, como se pode imaginar, os
entraves mencionados fatalmente ocorreriam.
Portanto, para os casos de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento, deve-se emitir o
empenho global, deduzindo-se os valores correspondentes nas respectivas quotas trimestrais,
abrangendo todo o período previsto no contrato, que pode compreender integralmente o exercício
financeiro, ou apenas alguns meses, mas, em qualquer caso, sempre mais de uma parcela.

Podemos destacar alguns exemplos típicos de gato, que se utilizam do empenho global:
- compras de materiais;
- gastos com entregas parceladas ou pagamentos parcelados: aluguel de máquinas,
equipamentos e imóveis, em que se fixam pagamentos mensais

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LIQUIDAÇÃO7
A Liquidação da despesa, como terceiro estágio da despesa, consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

De acordo com o Artigo 63, §§ 1º e 2º, da Lei Federal n º 4.320/64, essa verificação tem por fim apurara:
I – a origem e o objetivo do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.

Existindo, como já vimos, três modalidades de empenho, vamos transportar a aplicação desses
requisitos, especificamente, para casos típicos, como sejam:

a. Liquidação de Empenhos Ordinários ou Normais


Nos casos de aquisição de materiais, quando se referir à entrega única dos materiais e com um
pagamento só, após a emissão de empenho, geralmente, o processo deve ser encaminhado ao
almoxarifado para aguardar a devida entrega.
O fornecedor, ao efetuar a entrega do material, deve, juntamente com o material adquirido, apresentar
a documentação correspondente, ou seja, a nota fiscal, na qual deve-se verificar: o nome ou razão social
da empresa, que deve coincidir com o credor da nota de empenho e do contrato ou ajuste, bem como a
importância deve ser a adequada.
O encarregado do almoxarifado, ou comissão especial, se houver, feitas as verificações necessárias,
deve juntar a nota fiscal – na qual deve apor ou colocar uma declaração de que recebeu o material nela
constante, o qual se encontra em ordem – ao processo, encaminhando-o para o devido processamento
do pagamento.

b. Liquidação de Empenhos por Estimativa


Nos casos de fornecimento de gás, água, energia elétrica etc., geralmente denominados de encargos
diversos, como o empenho é feito por uma estimativa, em razão de não se conhecer previamente o valor
correto da despesa, deve existir um processo para cada credor, que fica a cargo do encarregado da
manutenção, por exemplo, ou de outros responsáveis pela verificação e controle desses gastos.
Esse encarregado ou responsável, ao receber a conta do credor, deve proceder à verificação de sua
exatidão em termos de objeto e da importância exata a pagar e, se estiver de acordo, deve anexá-la ao
respectivo processo, encaminhando-o para o devido processamento do pagamento.

c. Liquidação de Empenhos Globais


Nos casos de compra de materiais com entregas ou pagamentos parcelados, e nos de despesas
contratuais em que sejam previstas parcelas mensais, como é o caso da locação de máquinas,
equipamentos e imóveis, também deve existir processos individualizados para cada credor que ficarão a
cargo de encarregados ou responsáveis, para tal designados, que deverão proceder ao devido controle
e verificação.
Quando ao primeiro caso (compra de materiais), o almoxarifado ou comissão especial, se houver, deve
seguir os procedimentos já descritos na letra “a”, a cada entrega de material que ocorrer, atestando o seu
recebimento e que o material recebido se encontra em ordem. Se a entrega do material for única, porém
o pagamento parcelado, o processo deve ficar a cargo de alguém encarregado ou responsável pelo
processamento das demais parcelas a pagar.
Relativamente aos contratos de locação, o encarregado ou responsável, para tal designado, deve
providenciar o encaminhamento do processo, mensalmente, após atestar o uso, ou seja, a locação
efetiva, assim como o valor a pagar que deve estar na conformidade com o documento enviado pelo
credor, geralmente um recibo ou uma nota fiscal, ou ainda uma fatura, dependendo do tipo do credor.

PAGAMENTO

7 Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.edição – São Paulo: Atlas, 2012.

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O Pagamento, quarto e último estágio a ser percorrido pela despesa orçamentária é o ato onde o poder
público faz a entrega do numerário correspondente, recebendo a devida quitação.
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação, por
tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos credenciados e, em casos
excepcionais, por meio de adiantamento, conforme Artigos 62 e 65, da Lei Federal n° 4.320/64.
Nota-se claramente que o pagamento da despesa, por estabelecimentos credenciados, atendendo ao
desenvolvimento administrativo que atinge a todos os setores empresariais, também é praticado pela
administração pública.
Nos casos em que o pagamento da despesa sejam descentralizados, a sistemática financeira estará
voltada par ao encaminhamento dos pagamentos a estabelecimento bancário e processa-se mediante
Avisos de Liberação de Saques (ALS), ou outro documento equivalente em que o órgão central de
finanças aprovisiona os créditos dos órgão executores do orçamento.
Em síntese, o sistema prevê a liberação de limite de saques que a entidade pode utilizar. Essa
liberação é feita observando-se a programação financeira do mês, a pedido da entidade que, previamente,
indica o valor a ser despendido.
Recebendo o Aviso de liberação de Saques (ALS), ou outro documento equivalente a entidade
encaminha, por relações os pagamentos a serem efetuados ou emite cheques para essa finalidade.
Feito isso, é formalizado o boletim de caixa, onde são anexadas as relações de pagamentos enviados
ao banco, com a devida aposição de carimbo da agência bancária ou dos contracheques emitidos para
pagamento, juntamente com os processos de despesas, e encaminhado para os serviços de
contabilidade para os devidos registros e contabilização.
Está terminada a quarta faze ou estagio da despesa e, consequentemente, devidamente formalizada
a despesa orçamentária.

QUESTÕES

01. (DETRAN-RJ - Analista – Contabilidade – EXATUS/2012) A história da evolução conceitual do


Orçamento Público é dividida em duas fases, quais são elas?
(A) Orçamento Tradicional e Orçamento Moderno.
(B) Orçamento Conceitual e Orçamento Sustentável
(C) Orçamento Original e Orçamento Evolutivo.
(D) Orçamento Primário e Orçamento Vigente.

02. (TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC/2013) O Orçamento
Público no Brasil.
(A) é uma peça administrativa, de caráter indicativo, sem efeito legal.
(B) é um instrumento de elaboração técnico-contábil que independe de negociações políticas entre
esferas de poder.
(C) tem sua proposição, aprovação e controle de execução como atribuições exclusivas de
responsabilidade do Poder Executivo.
(D) constitui-se em instrumento legal que estabelece as possibilidades de despesas do poder público,
com base em estimativa de receita
(E) é utilizado como ferramenta de política monetária a partir do controle dos padrões de investimentos
dos entes financeiros privados.

03. (Secretaria do Estado Planejamento e Gestão/DF – Auditor Fiscal Atividades Urbanas –


FUNIVERSA/2011) Com relação ao orçamento público, assinale a alternativa correta.
(A) Tem a natureza jurídica de lei complementar.
(B) O projeto da lei orçamentária é de iniciativa de qualquer um dos poderes.
(C) A Lei n.º 4.320/1964 estabelece o regime de tramitação do projeto de lei orçamentária.
(D) Sob o enfoque formal, tem natureza jurídica de lei anual.
(E) É um instrumento que estima a despesa e fixa a receita.

04. (TRF 1º REGIÃO – Analista Judiciário – Administrativa – FCC/2011) Com relação aos tipos de
orçamentos, considere as afirmativas abaixo:
I. No orçamento de tipo tradicional há grande preocupação com a clareza dos objetivos econômicos e
sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária.
II. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que se inicia um novo
ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente.

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III. O orçamento-programa considera os objetivos que o Governo pretende atingir, num prazo pré-
determinado.
IV. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento-programa, pois não
incorpora o controle contábil do gasto e o detalhamento da despesa.
V. No orçamento-programa a alocação dos recursos para unidades orçamentárias se dá com base na
proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores.
Está correto o que se afirma SOMENTE em:
(A) I e IV.
(B) I, III e IV.
(C) II, III e V.
(D) I, III, IV e V.
(E) II e III.

05 – (CVM – Analista – Planejamento E Execução Financeira – ESAF/2010) A abordagem


orçamentária cujas principais características são a análise, revisão e avaliação de todas as despesas
propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente, de modo que
todos os programas devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário, denomina-
se:
a) orçamento tradicional.
b) orçamento de base zero.
c) orçamento de desempenho.
d) orçamento programa.
e) orçamento incremental.

06 - (TER MS – Analista Judiciário – Área Administrativa – CESPE/2013) Acerca do orçamento


público no Brasil, assinale a opção correta.
a) A disposição dos três orçamentos que constituem a lei orçamentária anual – fiscal, seguridade social
e orçamento de investimento das empresas – é, da mesma forma, estabelecida nas leis de diretrizes
orçamentárias.
b) A elaboração do orçamento anual desenvolve-se no âmbito do Sistema de Planejamento e de
Orçamento Federal, cujo órgão central é o Ministério do Desenvolvimento Social.
c) Assim como os temas orçamentários, a obrigatoriedade de se adotar sistematicamente o
planejamento nas diversas esferas do governo tornou-se realidade com a Constituição de 1967.
d) O plano plurianual constitui a síntese dos esforços de planejamento da União, não atingindo os
demais entes da Federação.
e) O orçamento anual constitui princípio orientador para a elaboração das diretrizes orçamentárias.

07. (TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário – Contabilidade – FCC/2011) São princípios
orçamentários:
(A) competência e objetividade.
(B) exclusividade e especificação.
(C) entidade e equilíbrio.
(D) continuidade e não-afetação das receitas.
(E) universalidade e custo como base de valor.

08. (MTur - Todos os Cargos – ESAF/2014) São princípios orçamentários, exceto:


(A) universalidade ou da globalização.
(B) anualidade.
(C) reciprocidade.
(D) unidade.
(E) exclusividade.

09. (TJ-AP - Analista Judiciário - Área Administrativa – Administração – FCC/2014) Sobre os


princípios orçamentários, é correto afirmar:
(A) O princípio da unidade refere-se à contemplação na lei orçamentária anual de todas as receitas e
despesas de todos os poderes e órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder
público.
(B) O princípio da exclusividade refere-se à vedação da vinculação da receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, salvo as exceções previstas.

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(C) Não conter dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa refere-se ao
cumprimento do princípio da exclusividade.
(D) O princípio da legalidade refere-se à delimitação do exercício financeiro orçamentário, que de
acordo com a Lei no 4.320/1964 coincidirá com o ano civil.
(E) O princípio da universalidade refere-se à integração da Lei Orçamentária Anual (LOA) em um único
documento legal dentro de cada esfera federativa.

10. (MTUR – Administrador – FUNIVERSA/2010) O princípio orçamentário que prescreve que o


orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, ou seja, a lei
orçamentária não poderá tratar de assuntos que não digam respeito a receitas e despesas públicas, é o
princípio do(a):
(A) unidade.
(B) exclusividade.
(C) anualidade.
(D) universalidade.
(E) equilíbrio.

11. (Secretaria do Estado Planejamento e Gestão/DF – Auditor Fiscal Atividades Urbanas –


FUNIVERSA/2011) Em relação ao princípio orçamentário da exclusividade, de acordo com as normas
vigentes, assinale a alternativa correta.
(A) Esse princípio estabelece que, sem exceção, a lei orçamentária não poderá dispor sobre outra
matéria que não seja a fixação da receita e a previsão das despesas.
(B) Esse princípio informa que toda receita ou despesa deve estar prevista na lei orçamentária, sem
exceção.
(C) Esse princípio estabelece que a Administração deve possuir apenas uma única peça orçamentária.
(D) Esse princípio é excepcionado no caso de autorização para a abertura de créditos suplementares
e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
(E) Por esse princípio, proíbe-se a vinculação de impostos.

12. (UFRN - Auxiliar em Administração – COMPERVE/2015) Os princípios orçamentários são


premissas a serem observadas na concepção da proposta orçamentária.
São considerados princípios orçamentários os de
(A) clareza, maximização do lucro e generalização.
(B) publicidade, competitividade e diversidade.
(C) universalidade, anualidade e exclusividade.
(D) exatidão, divisão e importação.

13. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo - Orçamento e Finanças


- Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2015) O orçamento público surgiu para atuar como instrumento
de controle das atividades financeiras do Estado. Entretanto, com vista à eficácia desse controle, foram
estabelecidas determinadas regras ou princípios orçamentários para sua elaboração. No tocante ao
conceito, objetivo e finalidade dos princípios orçamentários, é correto afirmar:
(A) o princípio da universalidade determina que o refinanciamento da dívida pública municipal conste
na LOA, pelo mesmo valor previsto, tanto na estimativa da arrecadação da receita como na fixação da
despesa.
(B) o princípio da unidade determina que o orçamento contenha todas as receitas e despesas do
município, de qualquer natureza, procedência ou destino, inclusive a dos fundos, dos empréstimos e dos
subsídios
(C) o princípio da anualidade veda o início de programas ou projetos que não foram incluídos na LOA
e a proibição de investimentos cuja execução ultrapasse um exercício financeiro sem prévia inclusão no
PPA
(D) o princípio do orçamento bruto determina que a Lei Orçamentária Anual dos municípios abranja
todo o universo das receitas a serem arrecadadas, bem como todas as despesas orçamentárias a serem
executadas no período

14. (AGU – Advogado –CESPE) Ainda acerca dos orçamentos, julgue os itens que se seguem
O princípio da universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem estar previstas na
LOA.
( ) Certo Errado( )

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15. (PGE-CE – Procurador –CESPE) Na elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), foi incluída a
contratação de operações de crédito por antecipação de receita. A partir dessa informação, assinale a
opção correta.
(A) A Constituição Federal prevê que só podem constar da LOA dispositivos acerca da previsão da
receita e da fixação da despesa, sem exceção.
(B) A proibição de que a LOA contenha dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação da
despesa recai, inclusive, sobre os créditos suplementares.
(C) A contratação de operações de crédito, desde que não seja por antecipação de receita, pode
constar da LOA.
(D) Os créditos suplementares e as operações de crédito, inclusive aquelas provenientes de
antecipação de receita, não estão incluídos na proibição de que a LOA cuide apenas da previsão da
receita e da fixação da despesa.
(E) A LOA é peça de ficção jurídica e, como tal, aceita qualquer dispositivo.

16. (AGU - Procurador – CESPE/2010) Com relação a despesas e receitas públicas, julgue os itens
seguintes:
O princípio da legalidade em matéria de despesa pública significa que se exige a inclusão da despesa
em lei orçamentária para que ela possa ser realizada, com exceção dos casos de restituição de valores
ou pagamento de importância recebida a título de caução, depósitos, fiança, consignações, ou seja,
advindos de receitas extraorçamentárias que, apesar de não estarem fixados na lei orçamentária, sejam
objeto de cumprimento de outras normas jurídicas.
( ) Certo Errado( )

17. (TJ-RO - Analista Judiciário - Administração – CESGRANRIO) Os estágios da despesa pública


são:
(A) fixação, controle, autorização e quitação.
(B) fixação, empenho, liquidação e pagamento.
(C) provisão, empenho, contabilização e lançamento.
(D) previsão, ordenação, lançamento e pagamento.
(E) programação, conversão, autorização e liquidação.

18. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO/2015) Considerando-se as normas gerais de


Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, é correto afirmar que previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento,
constituem
(A) princípios da receita extraorçamentária.
(B) estágios da despesa pública.
(C) princípios do orçamento público.
(D) estágios da receita orçamentária.
(E) estágios de amortização da dívida flutuante.

19. (TJ-RO - Administrador – FGV/2015) Texto l: O orçamento do Município de Brevidade para o


exercício de 2x12 foi estimado em R$ 198.000.000.
Durante o exercício de 2x12, a arrecadação mensal estava superando, em média, 2,5% do previsto,
de forma que no mês de agosto havia um excesso de arrecadação acumulado de R$ 3.300.000.
O balanço patrimonial do exercício de 20x11 apresentou um superávit financeiro de R$ 950.000.
Os dados da execução orçamentária ainda revelam que houve abertura de créditos adicionais
extraordinários, no montante de R$ 780.000 e reabertura de créditos adicionais especiais do exercício
anterior, no total de R$ 425.000.
Foi apurado ainda, no mês de agosto que havia despesas fixadas passíveis de anulação, totalizando
R$ 390.000.
Além de uma dotação genérica (reserva de contingência) de R$ 10.000,00, passível de destinação
para abertura de créditos adicionais.
As receitas públicas arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela administração
pública, decorrentes de rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de
preços públicos, de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários
são denominadas:
(A) derivadas;

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(B) extraorçamentárias;
(C) originárias;
(D) permutativas;
(E) primárias.

20. (Prefeitura de São José do Rio Preto – SP - Auditor Fiscal Tributário Municipal –
VUNESP/2014) Nos últimos anos, a União tem recebido dividendos das empresas que controla para
tentar atingir a meta de superávit primário. Esses dividendos são receitas
(A) extraorçamentárias
(B) derivadas.
(C) de capital.
(D) vinculadas.
(E) originárias.

21. (CEDAE-RJ - Contador – CEPERJ/2012) Com base na doutrina, os recursos financeiros


arrecadados por um determinado ente governamental, proveniente do poder de coerção do Estado, de
acordo com a sua procedência, são classificados como sendo receitas:
(A) orçamentárias
(B) derivadas
(C) especiais
(D) efetivas
(E) correntes

Respostas

01. Resposta: A.
A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público em duas fases: o Orçamento tradicional
e o Orçamento moderno. Até o século XIX, o s doutrinadores consideram que perdurou o Orçamento
Tradicional, que, é marcado pelo controle político (orçamento como instrumento de controle) cuja
preocupação seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos como um mal necessário.

02. Resposta: D.
O Orçamento Público contém a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas
por um governo, em um determinado exercício financeiro.

03 - Resposta “D”
Lei Orçamentária Anual – LOA
Orçamento Público O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental onde são
previstas as receitas e fixadas as despesas para um determinado período.
Discute-se se ela é uma lei anual, entretanto, para a maioria dos autores, não existe tal dúvida, visto
que essa lei, entre outras metas e prioridades administrativas, inclui as despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente e orientará a elaboração da lei orçamentária anual.
Além do estabelecimento de metas e prioridades, deve a lei orçamentária dispor sobre a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, procurando equilibrar as despesas com as
receitas

04. Resposta “E”


Orçamento Base Zero: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos
os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário.
Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam
o nível de gasto já existente.
Orçamento Programa: Orçamento que expressa, financeira e fisicamente, os programas de trabalho
de governo, possibilitando:
a) a integração do planejamento com o orçamento;
b) a quantificação de objetivos e
a fixação de metas;
c) as relações insumo-produto;
d) as alternativas programáticas;
e) o acompanhamento físicofinanceiro;

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f) a avaliação de resultados;
g) a gerência por objetivos

05. Resposta “B”.


Orçamento Base Zero: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos
os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário.
Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam
o nível de gasto já existente.

06. Resposta “A”


Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.

07. Resposta: B.
Princípio da Exclusividade
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa. Previsto
no artigo 165, § 8.º da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de créditos adicionais também
devem observar esse princípio.
Princípio da Especificação ou Especialização
Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias devem ser autorizadas pelo Poder
Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento e o
controle do gasto público. Esse princípio está previsto no artigo 5.º da Lei nº 4.320/1964:
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras [...]”
O princípio da especificação confere maior transparência ao processo orçamentário, possibilitando a
fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na
alocação dos recursos pelo poder executivo. Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração
dos orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.

08. Resposta: C.
Os Princípios Orçamentários são:
Princípio da Unidade
Princípio da Universalidade
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
Princípio da Exclusividade
Princípio do Equilíbrio
Princípio da Legalidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Especificação ou Especialização
Princípio da Não Afetação da Receita
Princípio da Programação
Princípio da Exatidão
Princípio da Clareza
Princípio da Uniformidade

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09. Resposta: C.
(A) Refere-se ao Princípio da Universalidade, devido a utilização da expressão: todas as receitas e
despesas de todos os poderes e órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas
pelo poder público.
(B) Refere-se ao Princípio da Não Vinculação devido a utilização da expressão: vedação da
vinculação.
C) Não conter dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa refere-se ao
cumprimento do princípio da exclusividade. CORRETO
D) Refere-se ao Princípio da Anualidade devido a utilização da expressão: coincidirá com o ano
civil.
E) Refere-se ao Princípio da Unidade devido a utilização da expressão: um único documento legal
dentro de cada esfera federativa.

10. Resposta “B”


Princípio Orçamentário da Exclusividade
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa.
Referido princípio está previsto no artigo 165, § 8º, da Constituição Federal, o qual estabelece que a
Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis
de créditos adicionais também devem observar esse princípio.
Não se inclui na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
Este princípio encontra-se expresso no art. 165, § 8º da CF de 88: "A lei orçamentária anual não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa ..."

11. Resposta “D”.


Princípio Orçamentário da Exclusividade
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa.
Referido princípio está previsto no artigo 165, § 8º, da Constituição Federal, o qual estabelece que a
Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis
de créditos adicionais também devem observar esse princípio.
Não se inclui na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
Este princípio encontra-se expresso no art. 165, § 8º da CF de 88: "A lei orçamentária anual não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa ..."

12. Resposta: C.
Os Princípios Orçamentários são:
Princípio da Unidade
Princípio da Universalidade
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
Princípio da Exclusividade
Princípio do Equilíbrio
Princípio da Legalidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Especificação ou Especialização
Princípio da Não Afetação da Receita
Princípio da Programação
Princípio da Exatidão
Princípio da Clareza
Princípio da Uniformidade

13. Resposta: A.

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Segundo os artigos 3.º e 4.º da Lei nº 4.320/1964, a Lei Orçamentária deverá conter todas as receitas
e despesas, o que possibilita um controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios
administrados pelo ente público.

14. Resposta: CERTA.


Todas as receitas e despesas devem estar contabilizadas na lei orçamentária, segundo se entende do
princípio da universalidade, pois não deverá conter dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, como exige o § 8º do art. 165, CF. Os arts. 3º e 4º, Lei n. 4.320/64, não deixam dúvidas
também ao exigir que a lei de orçamentos compreenderá todas as receitas e despesas respectivamente.
Certa.

15. Resposta: D.
Segundo o § 8º do art. 165, CF, a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

16. Resposta: CERTA.


Em outras palavras, “a realização da despesa pública se condiciona à sua inclusão na lei orçamentária
(...) e, como corolário lógico, a despesa pública se subordina ao princípio da legalidade, sendo que a
inobservância do aludido postulado rende margem à configuração de crime de responsabilidade por parte
dos agentes políticos” (JARDIM, Manual, p. 84-85).

17. Resposta: B.
A despesa orçamentária, desde a edição do Código de Contabilidade Pública, em 8 de novembro de
1992, determinou que toda a despesa do Estado deve passar por três estágios.
a. o empenho;
b. a liquidação; e
c. pagamento.
Aliás, tal procedimento configura-se até hoje, consoante se verifica da Lei n° 4.320/64.
Entretanto, deve-se fazer uma ressalva neste ponto, pois, obviamente, a escrituração contábil da
despesa orçamentária deve, ainda, ser registrada também quanto ao aspecto relativo ao crédito fixado
na lei orçamentária que constitui, na realidade, em mais uma etapa ou estágio, denominado Fixação.

18. Resposta: D.
Estágios da Receita Pública são as etapas consubstanciadas nas ações desenvolvidas e percorridas
pelos órgãos e repartições encarregados de executá-las. Nos tempos atuais, em face das técnicas
utilizadas, a receita deverá percorrer três estágios, a saber:
a. Previsão;
b. Lançamento; e
c. Arrecadação e Recolhimento.

19. Resposta: C.
Receitas Originárias: são aquelas provenientes da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de
direito público, ou seja, o Estado coloca parte do seu patrimônio a disposição de pessoas físicas ou
jurídicas, que poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante pagamento de um preço estipulado.
Elas independem de autorização legal e pode ocorrer a qualquer momento, e são oriundas da exploração
do patrimônio mobiliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, industrial, comercial ou
de serviços, pelo Estado ou suas entidades. Exemplos: Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua
propriedade (aluguéis, dividendos, aplicações financeiras).

21. Resposta: E.
Receitas Originárias: Exemplos: Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua propriedade (aluguéis,
dividendos, aplicações financeiras).

21. Resposta: B.
Receitas Derivadas: são aquelas cobradas pelo Estado, por força do seu poder de império, sobre as
relações econômicas praticadas pelos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens. Na
atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos da população, para financiar os

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gastos da administração pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos prestados
ou colocados a disposição da comunidade. Exemplos: Taxas, Impostos e Contribuições de Melhoria.

3 Orçamentoprograma: conceitos e objetivos.


ORÇAMENTO PROGRAMA

De acordo com Kashiwakura8, o Orçamento-Programa, em inglês, Planning-Programming Budgeting


System – PPBS, surgiu nos Estados Unidos, na década de 1950. Primeiramente, o Orçamento-Programa
foi utilizado por grandes empresas privadas como a Du Pont, General Motors e Ford, em um esforço para
planejar os seus desenvolvimentos empresariais.
Mais tarde, a "Comission on Organization of the Executive Branch of the Government" (que ficou
conhecida pelo nome de Comissão Hoover, por causa do seu presidente Herbert Hoover, aperfeiçoou e
adaptou o Orçamento Programa para o setor público. O governo do Canadá, por exemplo, utiliza a
chamada Planing, Programming and Budgeting System (PPBS). O Orçamento-Programa foi
sistematizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), cuja concepção básica foi extraída da
experiência federal americana obtida com a implantação do Orçamento de Desempenho (Performance
Budget). O Brasil, assinou a Lei n. 4.320/64, em 7 de março de 1964, que efetivou a adoção legal do
orçamento-programa.

Esta Lei preceitua no seu art. 2º:


A Lei de orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade e anualidade.

Embora desde 1965, o Orçamento da União já se apresentasse classificado por Funções e


Subfunções, o Orçamento-Programa teve seus princípios claramente delineados e estatuídos quando da
assinatura do Decreto-Lei n. 200, de 25-2-1967, que disciplina os aspectos orçamentários, referindo-se,
expressamente, ao Orçamento-Programa. Conforme-se lê em seu Art. 7º, "a ação governamental
obedecerá a planejamento que vise ao desenvolvimento econômico-social do país e a segurança
nacional, norteando-se segundo planos e programas, elaborados na forma do Título III, e compreenderá
a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:
a) plano geral de governo;
b) programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual;
c) orçamento-programa anual;
d) programação financeira de desembolso"

TÍTULO III DO DECRETO Lei n° 200 de 25-02-1967


DO PLANEJAMENTO, DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

“Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a programas gerais, setoriais e
regionais de duração plurianual, elaborados através dos órgãos de planejamento, sob a orientação
e a coordenação superiores do Presidente da República.
§ 1º Cabe a cada Ministro de Estado orientar e dirigir a elaboração do programa setorial e
regional correspondente a seu Ministério e ao Ministro de Estado, Chefe da Secretaria de
Planejamento, auxiliar diretamente o Presidente da República na coordenação, revisão e
consolidação dos programas setoriais e regionais e na elaboração da programação geral do
Governo. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
§ 2º Com relação à Administração Militar, observar-se-á a finalidade precípua que deve regê-la,
tendo em vista a destinação constitucional das Forças Armadas, sob a responsabilidade dos
respectivos Ministros, que são os seus Comandantes Superiores. (Redação dada pelo Decreto-Lei
nº 900, de 1969)
§ 3º A aprovação dos planos e programas gerais, setoriais e regionais é da competência do
Presidente da República.

8
http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/IIPremio/sistemas/MH2tefpIIPTN/KASHIWAKURA_Helder_Kitoshi.pdf

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Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do
programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução
coordenada do programa anual.
Parágrafo único. Na elaboração do orçamento-programa serão considerados, além dos
recursos consignados no Orçamento da União, os recursos extra orçamentários vinculados à
execução do programa do Governo.

Art. 17. Para ajustar o ritmo de execução do orçamento-programa ao fluxo provável de


recursos, o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e o Ministério da Fazenda elaborarão,
em conjunto, a programação financeira de desembolso, de modo a assegurar a liberação
automática e oportuna dos recursos necessários à execução dos programas anuais de trabalho.

Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamental e ao orçamento-


programa e os compromissos financeiros só poderão ser assumidos em consonância com a
programação financeira de desembolso.”

Em 1974, através da Portaria n. 9/7421, o governo federal estendeu sua concepção de classificação
programática aos demais níveis governamentais. Além da uniformização da terminologia, a opção pelo
esquema classificatório padrão foi justificada com base na necessidade de informações mais amplas
sobre as programações de governo, inclusive para a implementação do processo integrado de
planejamento e orçamento.

O orçamento é um plano de trabalho, expresso em termos financeiros, para um determinado período


de tempo, contendo os meios de financiamento das despesas governamentais e aprovado por uma lei.
Esta definição, segundo o autor, permite:
a) definir o orçamento como instrumento de planejamento;
b) conceber o plano em termos financeiros;
c) manter o aspecto legal do orçamento;
d) limitar no tempo e nas dotações, a autorização legislativa para a arrecadação da receita e aplicação
dos dinheiros.

Vantagens do Orçamento Programa:


1) Melhor planejamento do trabalho;
2) Maior precisão na elaboração dos orçamentos;
3) Determinação de responsabilidades;
4) Maior oportunidade para redução dos custos, baseando-se em decisões políticas;
5) Maior compreensão do conteúdo do orçamento por parte do Executivo, do Legislativo e do público;
6) Identificação das funções duplicadas;
7) Melhor controle da execução do programa.

Elementos essenciais do Orçamento-Programa:


a) os objetivos metas e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados
os recursos orçamentários;
b) os programas, isto é, os instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da
concretização dos objetivos;
c) os custos dos programas medidos através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material,
equipamentos, serviços etc.) necessários para a obtenção dos resultados; e
d) medidas de desempenho com a finalidade de medir as realizações (produto final) e os esforços
despendidos na execução dos programas.

A partir da Lei nº. 4.320, de 17.03.1964, e com o advento da Lei Complementar nº 101, de 04.05.2000,
o orçamento público brasileiro ganhou o status de orçamento-programa, integrado aos sistemas de
contabilidade pública. No direito administrativo brasileiro, o orçamento público é o ato administrativo
através do qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo a executar determinada despesa pública,
destinada a cobrir o custeio do ente ou a seguir a sua política econômica.
O orçamento público brasileiro, conforme abordado anteriormente, compreende a elaboração e a
execução de três leis básicas: o Plano Plurianual ("PPA"), a Lei de Diretrizes Orçamentárias ("LDO") e a

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Lei de Orçamento Anual ("LOA"), que em conjunto materializam o planejamento e a execução das
políticas públicas de cada ente da Federação.9

Planejamento no orçamento-programa10

O processo de planejamento-orçamento desenvolve-se através dos seguintes passos:


- Determinação da situação.
- Diagnóstico da situação.
- Apresentação de soluções alternativas.
- Estabelecimento de prioridades.
- Definição de objetivos.
- Determinação das atividades para concretização dos objetivos.
- Determinação dos recursos humanos, materiais e financeiros.

O processo orçamentário resulta de um trabalho técnico, cuja finalidade é atingir a máxima


racionalidade no emprego do dinheiro público, para o atingimento sempre crescente de bens e serviços
a serem colocados à disposição da coletividade, visando proporcionar-lhe o maior grau de bem-estar
social possível.
E quando se utiliza desses procedimentos, começa-se a verificar que existem problemas, que
observados de forma ordenada, através de uma técnica eficiente, poderão ser solucionados por diversas
formas, escolhendo critérios baseados em estabelecimento de prioridades, adequando os recursos
humanos, materiais e financeiros, de que se podem dispor, com a implementação das soluções
apresentadas.
A conjugação desses procedimentos permitirá a tomada de decisão calcada em bases técnicas, cuja
escolha de solução recairá sobre a que apresentar, no momento, melhores condições, segundo os
critérios de prioridade estabelecidos.
Para melhor ilustrar a forma de adoção desses passos vamos apresentar um exemplo que percorrerá,
de forma abrangente, todos os procedimentos.11

PROBLEMA EXISTENTE
Um pequeno município possui como principal produto a laranja. Mas não há escoamento satisfatório
de sua produção.

Determinação da situação
Preliminarmente, para se determinar a situação é necessário conhecer o problema existente, pois nele
é que se baseia. Conhecido o problema, deve-se proceder à verificação das causas que o estão
originando, isto é, por que o escoamento da produção de laranja não é satisfatório?
Imaginemos que, feita a verificação devida, foi constatado que o problema é causado em virtude de
uma estrada de terra muito estreita e por ser utilizada por carroças dificulta sobremodo o transporte por
caminhão, e também agravado por uma ponte de madeira mal conservada.
Especificando um pouco mais o problema, foi constatado na verificação que a estrada de terra é muito
ruim e, frequentemente, fica intransitável. Por outro lado, a ponte está estragada, é de madeira, não está
conservada e não permite a passagem de caminhões. Como o transporte das laranjas é feito através da
ponte, utilizam-se carroças para atravessá-la. Para agravar a situação, sabe-se que a safra de laranjas
dos próximo ano será 50% maior.
Portanto, podemos assim determinar a situação: uma produção de laranjas que não possui bom
escoamento, por deficiência de uma estrada e de uma ponte.

Diagnóstico da situação
Após a determinação da situação, com base nas verificações feitas, pode-se como consequência,
inferir e diagnosticar a situação.
O diagnóstico da situação seria: estrada estreita, muito velha, de terra, com ponte de madeira velha e
estragada, que não permite a passagem de caminhões. O transporte de laranjas é feito por carroças até
o outro lado da ponte, para poder carregar o caminhão. A safra do próximo ano será maior, e 50% da
safra – cerca de 20.000 caixas de laranjas – será perdida.

9
http://jus.com.br/artigos/14940/o-orcamento-publico-brasileiro#ixzz3VKpm91dP
10
Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.edição – São Paulo: Atlas, 2012.
11
Este problema foi apresentado no “Texto Programado de Orçamento Programa”, editado pela Secretaria da Fazenda do Estado de São
Paulo.

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Apresentação de soluções
É a etapa que na sequência terá de ser realizada e consiste na procura de formas e maneiras pelas
quais o problema poderá ser minimizado, contornado ou resolvido.
Não existe menor sombra de dúvidas de que um problema existente poderá ser visto sob várias formas
alternativas, todas direcionadas na busca de soluções viáveis. É claro que a procura de opções tem em
vista a diversificação econômica de custos, mesmo porque cada uma delas apresentará um orçamento
financeiro adequado.

No caso do exemplo pressuposto podem-se apresentar três soluções viáveis, consubstanciadas no


seguinte:
a. pavimentar a estrada e ampliá-la;
b. melhorar as condições da estrada, mantendo-a em terra;
c. construir nova ponte.

Estabelecimento de prioridades
Apresentadas as soluções possíveis, deve o assunto merecer por parte dos responsáveis uma escolha
técnica em que as soluções sejam ordenadas com prioridade, isto é, qual deve ser a ordem a seguir, para
o atendimento das soluções propostas.
O estabelecimento de prioridades significa que as soluções dentro das disponibilidades de recursos
deverão ser escolhidas pela ordem técnica recomendada.

E no caso que estamos desenvolvendo, as prioridades poderiam ser ordenadas, tecnicamente, na


seguinte conformidade:
1. construir nova ponte;
2. ampliar e asfaltar a estrada;
3. ampliar a estrada.

Pelo estabelecimento de prioridades anteriormente ordenado, verifica-se que a construção da nova


ponte é eminente para solucionar o problema. A estrada deverá ser ampliada; se existem recursos,
recomenda-se que seja asfaltada, mas se forem escassos, que impeçam ou inviabilizem a recomendação,
deve pelo menos ser ampliada.

Definições de objetivos
Em vista do estabelecimento da prioridades de solução do problema, devem elas merecer uma
definição de objetivos, qual seja, o detalhamento do que se pretende atingir e alcançar.

Seguindo a mesma ordem das prioridades, os objetivos poderiam ser assim definidos:

1. Construir nova ponte.


Construir ponte de concreto, para dar escoamento total da safra atual e dos próximos quatro anos.
Construí-la em 6 meses, com largura mínima de 7 metros.

2. Ampliar e asfaltar a estrada.


Ampliar a estrada e asfaltá-la, com um mínimo de sete metros de largura, num trecho de 10 quilômetros
em seis meses, para permitir o escoamento de 90% da safra atual e 80% das próximas safras.

3. Ampliar a estrada.
Ampliar a estrada para sete metros de largura, num trecho de 10 quilômetros em seis meses, para
permitir o escoamento de 70% da safra atual e 60% das próximas safras.

Determinação de atividades para concretização dos objetivos


Definidos os objetivos, como são de caráter amplo, é necessário determinar as atividades a serem
desenvolvidas, para melhor atingi-los.

A determinação das atividades consiste no detalhamento de todas as ações que deverão ser
implementadas, e que poderão ser descritas, da seguinte forma:

1. Localização a posição da ponte.


1.1. Elaborar o projeto.

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1.2. Contratar a obra.
1.3. Construir a ponte.

2. Passar a motoniveladora.
2.1. Contratar o asfaltamento.
2.2. Asfaltar.

3. Passar motoniveladora.

Determinação dos recursos humanos, materiais e financeiros


Feito o detalhamento das ações, cabe a identificação e determinação dos recursos humanos, materiais
e financeiros, necessários para o cumprimento e execução das atividades.
Para melhor visualização, apresentaremos primeiro a determinação dos recursos humanos e materiais
e em seguida os meios financeiros indispensáveis.

I. Recursos humanos e materiais


1. Fiscal da obra
1.1.
1.2. Firma empreiteira
1.3.
2. Firma empreiteira
2.1. Diretor Administrativo
2.2. Firma empreiteira
3. Equipamento
Combustível
Um Operador

II. Recursos Financeiros


1. Remuneração do fiscal, durante 6 meses $
1.1.
1.2. Custo da obra em 6 meses $
1.3.
2. Custo da obra em 6 meses $
3. Combustível em 6 meses $
Remuneração de um operador de máquina por 6 meses $

Para finalizar, pode-se dizer que, feitos os estudos técnicos, ordenados as prioridades, definidos os
objetivos a cada uma correspondente, bem como determinadas as atividades e os recursos humanos,
materiais e financeiros indispensáveis, o assunto está em condições de merecer por parte dos
responsáveis uma tomada de decisão, para escolha da solução que melhor atenda aos requisitos
técnicos, adequados aos recursos existentes ou possíveis.
Na sequência, feita a escolha através da tomada de decisão, há que se proceder à devida classificação
programática. Nas hipóteses definidas como objetivos (item 5), poderiam ser identificadas, para efeito da
devida programação, as seguintes categorias:

a. No caso do objetivo CONSTRUIR NOVA PONTE


Teria de ser criado, na Classificações Funcional-Programática um PORJETO, denominado Construção
de Ponte, e que obedece à seguinte estrutura:

FUNÇÃO 26 TRNASPORTE
SUBFUNÇÃO 782 TRANSPORTE RODOVIÁRIO
PROGRAMA 001 ESTRADAS VICINAIS
PROJETO 1.001 CONSTRUÇÃO DA PONTE

b. No caso do objetivo AMPLIAR E ASFALTAR A ESTRADA


Teria de ser criado, na Classificação Funcional-Programática, um PROJETO, denominado
AMPLIAÇÃO E ASFALTAMENTO DE ESTRADA, e que obedeceria à seguinte estrutura:

FUNÇÃO 26 TRNASPORTE

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SUBFUNÇÃO 782 TRANSPORTE RODOVIÁRIO
PROGRAMA 001 ESTRADAS VICINAIS
PROJET 3.0001 AMPLIAÇÃO E ASFALTAMENTO DE ESTRADA

c. No caso do objetivo AMPLIAR A ESTRADA


Partindo-se do pressuposto de que existam um órgão de conservação de estrada e que a ampliação
não implique nenhuma desapropriação, teríamos um serviço que consistiria em passar a motoniveladora,
e a Classificação Funcional-programática utilizaria a ATIVIDADE denominada CONSERVAÇÃO DE
ESTRADA, e que obedeceria à seguinte estrutura:

FUNÇÃO 26 TRNASPORTE
SUBFUNÇÃO 782 TRANSPORTE RODOVIÁRIO
PROGRAMA 0001 ESTRADA VICINAIS
ATIVIDADE 2.0001 CONSERVAÇÃO DE ESTRADA

Categorias de programação
As categorias de programação são os diversos níveis de programação concreta, adotados para
ordenar o processo de seleção dos objetivos e dos meios.
Programar significa selecionar os objetivos que se procuram alcançar, determinar as ações que
permitirão atingir tais fins, calcular e consignar os meios para efetivação das ações, como já foi dito.

As características de programação podem ser definidas em dois níveis:


I. Nível de objetivos
II. Nível de meios (atividades e ações)

I. NIVEL DE OBJETIVOS – são as categorias de programação onde são definidos os fins ou produtos
finais a serem atingidos e alcançados. Neste nível elaboram-se os Programas a serem desenvolvidos, de
conformidade com os objetivos definidos. Objetivo define-se como cada bem ou serviço que o governo
se propõe colocar à disposição da comunidade, no cumprimento de sua tarefa de satisfazer às
necessidades públicas.
Programa é o conjunto de ações necessárias para alcançar um objetivo concreto, bem como os
recursos indispensáveis à sua consecução, sob a responsabilidade de uma ser feita através da descrição
do objetivo, detalhando-o, ou seja qual a finalidade que o Programa pretende atingir, sendo mensurado
por indicadores estabelecidos no plano plurianual.

O programa pode ser simples ou complexo.

Programa simples, caracteriza-se pala absoluta homogeneidade do seu produto final, ou seja,
abrange apenas uma finalidade específica. Produto Final é o nome que se dá a cada tipo de bem ou
serviço que satisfaça, por si só, certas necessidades da comunidade. Exemplo de programas Simples:
Processo Legislativo.

Programa complexo, onde o produto final é relevantemente homogêneo, isto é, desagradável em


produtos finais parciais. Produtos finais parciais entendem-se como o conjunto de bens ou serviços que,
agregados, compõem o produto final. Exemplo de Programa Complexo: formação em Curso Superior.

A Formação em Curso Superior tipifica um Programa Complexo, por quanto seu produto final pode ser
desagradável em produtos finais parciais, através dos Cursos de Graduação, curso de Pós-Graduação,
Cursos de Extensão Universitária, uma vez que todos estão compreendidos no Programa de Formação
em Curso Superior. Por certo, a consolidação desses produtos finais parciais compreenderá o produtos
final do programa de formação em Curso Superior.

II. NÍVEL DE MEIOS – são as categorias de programação onde são definidas as ações necessárias
para alcançar o objetivo de um programa ou subprograma, bem como os recursos humanos, materiais e
financeiros, em quantidade e qualidade adequados àquela realização. Essas ações são definidas através
de Atividades e Projetos.

1. Projeto é um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo


um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para a

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expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo. Exemplos: Construção e ampliação de sala de aula.
No nosso caso já foram descritos:
a. Construção de ponte; 2. Ampliação e asfaltamento de estrada.

O conjunto de operações mencionadas denomina-se obra.

Obra e entendida como cada uma das unidades físicas que combinadas ou complementadas entre se
levam ao cumprimento do objetivo do projeto. Exemplos: Construção e ampliação do Colégio Comunitário.
E no nosso caso, obviamente, teríamos a obra: Construção da ponte sobre o rio das Laranjas, ligação do
bairro Laranjal com a aldeia Vila Pio. Isto para o caso 1. E obra: Ampliação da Estrada Reta. Para os
casos 2 e 3.
Trabalho é entendido como o esforço sistemático para executar cada uma das tarefas do processos
de execução de uma obra.

2. Atividades é um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa,


envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à
manutenção da ação do governo. Exemplo: Apoio Técnico ao Ensino de Graduação. E no caso:
Conservação de Estradas.

O conjunto de operações mencionado acima denomina-se tarefa:

Tarefa é o conjunto de ações homogêneas que compõem uma atividade e que devem ser conhecidas
em detalhe e com precisão suficientes, bem como o seu volume, para que seja possível o cálculo racional
dos recursos humanos, materiais e financeiros nas devidas proporções. Exemplos de tarefa que
compõem a atividade Apoio Técnico ao Ensino de Graduação; lavratura de atos, apresentação e
aprovação de quadros de distribuição das aulas; concessão de bolsas.

Em suma o Orçamento Programa permite:


- melhor aproveitamento dos recursos;
- determinar os meios financeiros em bases mais realistas;
- critérios objetivos de análise e decisão;
- verificar se as atividades previstas são as mais adequadas para o atingimento do
objetivo;
- acompanhamento e controle, para que o atingimento do objetivo se concretize.

Questões

01. (STM - Técnico Judiciário – Contabilidade – CESPE/2011) Acerca do orçamento-programa,


julgue os itens que se seguem.
Os objetivos e propósitos, os programas e seus custos e as medidas de desempenho são
componentes essenciais do orçamento-programa.
( ) Certo ( ) Errado

02. (TCM-PA - Técnico em Informática – FCC) O elemento básico da estrutura do Orçamento-


Programa é o programa que pode ser conceituado como um instrumento de
(A) identificação da estrutura organizacional e administrativa governamental que se subdivide em dois
níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária.
(B) programação, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um
produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.
(C) organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo
mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual.
(D) programação, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e
permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo.
(E) identificação do maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor
público de cada esfera de governo.

03. (IDAF-ES – Contador – FUNCAB) Sobre o orçamento-programa NÃO está correto afirmar.
(A) põe em destaque as metas, os objetivos e as intenções do Governo.

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(B) discrimina as despesas segundo a sua natureza, dando ênfase aos fins, de modo a demonstrar em
que e para que o Governo gastará e também quem será o responsável pela execução de seus programas.
(C) preocupa-se em enfatizar os fins e não os meios.
(D) consolida um grupo de programas que o Governo pretende realizar durante um período.
(E) nada mais é que um aperfeiçoamento do orçamento tradicional e deve ter, entre outros, como
objetivo, conduzir uma redução de custo.

04. (BADESC - Analista Administrativo – FGV/2010) As alternativas a seguir apresentam


características do orçamento-programa, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) O orçamento-programa aloca recursos para a consecução de objetivos e metas.
(B) O orçamento-programa adota, como principal critério de classificação, o funcional-programático.
(C) O orçamento-programa usa sistematicamente indicadores e padrões de medidas de desempenho.
(D) A estrutura do orçamento-programa é voltada para os aspectos administrativos e de planejamento.
(E) A elaboração do orçamento-programa considera as necessidades financeiras das unidades
organizacionais.

05. (TJ-RO - Analista Judiciário – Administração – CESPE/2012) Assinale a opção que apresenta
característica do orçamento- programa.
(A) participação direta e efetiva das comunidades na elaboração da proposta orçamentária
(B) integração do planejamento ao orçamento com objetivos e metas a alcançar
(C) classificação principal por unidades administrativas
(D) desvinculação do planejamento
(E) ênfase no objeto do gasto

06. (ABIN - Agente Técnico de Inteligência - Área de Contabilidade – CESPE) Em relação aos
conceitos básicos de orçamento, julgue o próximo item.
O orçamento-programa discrimina as despesas segundo sua natureza, dando ênfase aos fins, de
modo a demonstrar em que e para que o governo gastará e quem será responsável pela execução de
seus programas.
( ) Certo ( ) Errado

07. (TSE - Analista Judiciário - Contabilidade – CONSULPLAN/2012) O orçamento programa é um


instrumento de planejamento que permite identificar os programas, os projetos e as atividades que o
Governo pretende realizar, além de estabelecer os objetivos, as metas, os custos e os resultados
esperados e oferecer maior transparência dos gastos públicos.
Constitui-se em característica do orçamento programa a
(A) classificação das despesas por objeto de gasto.
(B) criação de conselhos populares.
(C) não vinculação ao sistema de planejamento.
(D) quantificação dos objetivos e fixação das metas.

Respostas

01. Resposta: CERTO


Elementos essenciais do Orçamento-Programa:
a) os objetivos, metas e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados
os recursos orçamentários;
b) os programas, isto é, os instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da
concretização dos objetivos;
c) os custos dos programas medidos através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material,
equipamentos, serviços etc.) necessários para a obtenção dos resultados; e
d) medidas de desempenho com a finalidade de medir as realizações (produto final) e os esforços
despendidos na execução dos programas.

02. Resposta: C.
Conforme o TÍTULO III DO DECRETO Lei n° 200 de 25-02-1967: Art. 15. A ação administrativa do
Poder Executivo obedecerá a programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual, elaborados
através dos órgãos de planejamento, sob a orientação e a coordenação superiores do Presidente da
República.

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03. Resposta: E.
Essa é uma característica do Orçamento por desempenho e não do Orçamento Programa.

04. Resposta: E.
Essa é uma característica do Orçamento Tradicional e não do Orçamento Programa.

05. Resposta: B.
Conforme um dos elementos do Orçamento Programa “Os programas, isto é, os instrumentos de
integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos.”

06. Resposta: CERTO.


Lei n. 4.320/64, art. 2º: A Lei de orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa de forma
a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os
princípios de unidade, universalidade e anualidade.

07. Resposta: D.
De acordo com um dos Elementos essenciais do Orçamento-Programa:
a) os objetivos metas e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados
os recursos orçamentários;

4 Orçamento na Constituição Federal.

ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

A atividade financeira é considerada um dos instrumentos para a consecução das finalidades estatais
e precisa ser dotada de mecanismos próprios para realizar seus fins. Diante da relevância do tema, o
Direito Financeiro possui destaque no atual ordenamento jurídico brasileiro, com previsão derivada do
texto constitucional, e influência no conteúdo das leis complementares que disciplinam as regras gerais
para a realização da atividade financeira e leis ordinárias específicas, que dão concretude e executam a
respectiva tarefa.
A Constituição Federal de 1988 institui em seu texto o sistema de normas financeiras, necessário e
suficiente para realizá-los, agrupadas nos seguintes temas:
a) competência normativa sobre a matéria financeira (artigos 24, 48, 52, 62 e 68);
b) hipóteses de intervenção por descumprimento das obrigações financeiras (artigos 34 e 35);
c) formas de fiscalização da atividade financeira (artigos 21, 70, 71 e 74);
d) sistema tributário nacional (artigos 145 a 156 e 195);
e) repartições de receitas tributárias (artigos 157 a 162);
f) normas gerais sobre as finanças públicas e sistema monetário (artigos 163 e 164);
g) disposições relativas ao orçamento (artigos 165 a 169).

Dispositivos constitucionais mencionados acima:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
(...)
Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos artigos 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
(...)
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;
(...)

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XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


(...)
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas
pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1.º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
(...)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3.º;

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1.º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
(...)
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...)
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de
força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento à representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 21. Compete à União:


(...)

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1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe,
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1.º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2.º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3.º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo.
§ 4.º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas
atividades.

(...)

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:

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I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1.º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2.º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Seção I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1.º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2.º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas;
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II,
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes
aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados,
adotado cadastro nacional único de contribuintes.

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer
normas de igual objetivo.

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Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos
municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigos 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto
no art. 195, § 6.º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1.º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja
alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
§ 2.º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3.º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada à pessoa
jurídica, na forma da lei.
§ 4.º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas
leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo
de energia elétrica.

Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.
§ 1.º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos artigos 148, I, 153, I, II, IV e V;
e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos artigos 148, I, 153, I, II, III e
V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos artigos 155, III, e 156, I.
§ 2.º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3.º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
imóvel.
§ 4.º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5.º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos
que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

Art. 151. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos
que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Seção III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1.º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar
as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
§ 2.º - O imposto previsto no inciso III:

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I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma
da lei;
§ 3.º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado
nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na
forma da lei.
§ 4.º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não
implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
§ 5.º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação
de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da
arrecadação nos seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em
sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua
criação.

Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;
III - propriedade de veículos automotores.
§ 1.º O imposto previsto no inciso I:
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao
Distrito Federal;
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário
ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no
exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro
Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

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IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço
e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de
seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso
XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado
em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o
imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda
que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado
nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5.º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita;
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos
industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além
dos mencionados no inciso X, "a";
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação
para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos
e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que
seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do
exterior de bem, mercadoria ou serviço.
§ 3.º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum
outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
§ 4.º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao
Estado onde ocorrer o consumo;

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II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes
e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de
origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais
mercadorias;
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não
incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de
origem;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos
termos do § 2.º, XII, g, observando-se o seguinte:
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre
concorrência;
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
§ 5.º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4.º, inclusive as relativas à apuração e à
destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos
termos do § 2.º, XII, g.
§ 6.º O imposto previsto no inciso III:
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

Seção V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "intervivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a
sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).
§ 1.º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4.º, inciso II, o imposto
previsto no inciso I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
§ 2.º - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente
for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
§ 3.º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.
§ 4.º - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

(...)

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;

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II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 1.º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2.º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3.º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não
poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4.º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido ao disposto no art. 154, I.
§ 5.º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6.º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando
o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7.º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8.º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
§ 9.º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos
I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na
forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da
contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial
rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se
refere o art. 153, § 4.º, III;
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação.

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Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.

Art. 159. A União entregará:


I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os
planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
mês de dezembro de cada ano;
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de julho de cada ano;
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados
e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos
industrializados.
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art.
177, § 4.º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei,
observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
§ 1.º - Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-
se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos artigos 157, I, e 158, I.
§ 2.º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do
montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais
participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3.º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que
receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e
II.
§ 4.º - Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por
cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso.

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos,
nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e
acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem
a entrega de recursos:
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2.º, incisos II e III.

Art. 161. Cabe à lei complementar:


I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os
critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio socioeconômico
entre Estados e entre Municípios;
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das
participações previstas nos artigos 157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos
de participação a que alude o inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos

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recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de
rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os
dos Estados, por Município.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
NORMAS GERAIS

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1.º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional
e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2.º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo
de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3.º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

Seção II
DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1.º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2.º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública
federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração
da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3.º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
§ 4.º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão
elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5.º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.

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§ 6.º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre
as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.
§ 7.º - Os orçamentos previstos no § 5.º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8.º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9.º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
§ 1.º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2.º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3.º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4.º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5.º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,
da parte cuja alteração é proposta.
§ 6.º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que
se refere o art. 165, § 9.º.
§ 7.º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção,
as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8.º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 9.º - As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 10 - A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9.º,
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2.º do art. 198, vedada a
destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.

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§ 11 - É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9.º
deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
programação definidos na lei complementar prevista no § 9.º do art. 165.
§ 12 - As programações orçamentárias previstas no § 9.º deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
§ 13 - Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no § 11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
§ 14 - No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação,
na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder
Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo
as justificativas do impedimento;
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao
Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o
Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
§ 15 - Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11
não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no
inciso I do § 14.
§ 16 - Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior.
§ 17 - Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento
da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11
deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
§ 18 - Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.

Art. 167. São vedados:


I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos artigos
198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
previstas no art. 165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º deste artigo;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive
dos mencionados no art. 165, § 5.º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

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X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação
de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de
despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II,
para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201.
§ 1.º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2.º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
§ 3.º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os artigos
155 e 156, e dos recursos de que tratam os artigos 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
§ 5.º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato
do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9.º.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1.º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos
e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal
e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2.º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos
parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
§ 3.º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na
lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4.º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5.º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus à indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6.º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada
a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos.
§ 7.º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no §
4.º.

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VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA

Dos artigos destinados a orientar o sistema orçamentário brasileiro, destacamos o artigo 167 da CF,
cujo texto complementa as orientações sobre a elaboração e execução das leis orçamentárias por meio
de vedações.
Um dos objetivos do sistema orçamentário inaugurado pela Constituição Federal de 1988 é
exatamente o de permitir o controle sobre os recursos públicos e o equilíbrio orçamentário; o art. 167, CF
elenca vedações orçamentárias que, de algum modo, não possibilitariam alcançar o controle dos recursos
ou o equilíbrio orçamentário. Dentre elas são destacadas:
a) programas e projetos não podem ser iniciados sem que estejam incluídos na lei orçamentária anual;
b) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas não podem exceder os créditos
orçamentários ou adicionais;
c) a realização de operações de crédito não pode exceder o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
d) abertura de créditos suplementares ou especial está condicionada à prévia autorização legislativa e
à indicação dos recursos correspondentes;
e) impõe-se autorização legislativa para a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro;
f) a concessão ou utilização de créditos é limitada.

Questão

01. (Prefeitura de Capela do Alto – SP – Fiscal – Makiyama/2014) Segundo a Constituição Federal,


o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais são estabelecidos por:
(A) Lei complementar da Assembleia Legislativa.
(B) Resolução normativa do Poder Executivo.
(C) Leis de iniciativa do Poder Executivo.
(D) Decreto do Poder Legislativo.
(E) Resolução do Poder Legislativo

02. (MS – Administrador – CESPE/2010) Acerca dos princípios orçamentários, julgue os itens a
seguir.
A Constituição Federal de 1988 (CF) prevê a autorização para a abertura de créditos especiais e
extraordinários.
( ) Certo ( ) Errado

03. (TCE-GO - Analista de Controle Externo - Administrativa – FCC/2014) De acordo com a


Constituição Federal, é vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas, entre outras, a destinação de recursos para
(A) a amortização e encargos da dívida pública, e a manutenção e desenvolvimento do ensino.
(B) as ações e serviços de assistência social, e as ações e serviços públicos de saúde.
(C) as ações e serviços de segurança pública, e o pagamento de servidores ativos e inativos.
(D) a amortização e encargos da dívida pública, e as ações e serviços públicos de saúde.
(E) as ações e serviços públicos de saúde, e a manutenção e desenvolvimento do ensino.

04. (CIENTEC-RS – Contador - MS CONCURSOS/2010) Assinale dentre as alternativas abaixo,


aquela que apresenta EXCEÇÕES ao princípio orçamentário da exclusividade, conforme § 8 do artigo
165 da Constituição Federal de 1988.
(A) Operações de crédito autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa e vedação à realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de
capital.
(B) Autorização para a abertura de créditos adicionais e operações de crédito autorizadas mediante
créditos especiais.
(C) Autorização para a realização de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita
orçamentária e operações de crédito autorizadas mediante créditos extraordinários.
(D) Autorização para a abertura de créditos suplementares e autorização para a realização de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária, nos termos da lei.

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(E) Autorização para a realização de operações de crédito por antecipação da receita e autorização
para a abertura de créditos adicionais.

05. (METRÔ-DF - Contador – IADES/2014) Constitui-se em uma violação ao princípio da


exclusividade, previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, incluir na Lei Orçamentária Anual
(LOA) dispositivo referente à autorização para
(A) abrir crédito suplementar.
(B) contratar operações de crédito de longo prazo.
(C) contratar operação de crédito por antecipação de receita orçamentária.
(D) contrair operações de crédito para atender insuficiência de caixa do governo.
(E) instituir imposto sobre comércio eletrônico.

Respostas

01. Resposta:
Conforme Constituição de 88, Seção II DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

02. Resposta: ERRADO


CF. 88, Art. 167. São vedados:
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
Vale ressaltar que os créditos extraordinário independem de autorização.

03. Resposta:
CF. 88, Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos artigos
198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
previstas no art. 165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º deste artigo;

04. Resposta: D.
CF. 88, Art. 167. São vedados:
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;

05. Resposta:
Conforme o Art. 165 da § 8.º da Constituição de 88 - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para
abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.
Vale ressaltar que instituir imposto sobre comércio eletrônico não está relacionado com a
previsão e a fixação da despesa.

5 Competência Interpessoal

Competência Interpessoal

De maneira geral, competência interpessoal12 significa ter habilidade para mediar de maneira eficaz
as relações entre a necessidade das pessoas e as exigências do ambiente em que estão inseridas.

12 CRISPIN, A. L. FRAGNANI, E. C. S. F. A Importância da Competência Interpessoal para a Atuação do Gerente no Contexto


Organizacional. Disponível em: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000044/0000441F.pdf.

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Deve-se ressaltar a diferenciação dos termos competência (conjunto de capacidades humanas) de
aptidão (talento natural do indivíduo), habilidades (demonstração de talento natural) e conhecimento (o
que adquire ou precisa saber).
Em suma, a competência se difere de aptidão, tendo em vista o caráter “inatista” do termo. Ou seja, o
termo aptidão, pode ser caracterizado como um recurso inato pertencente ao indivíduo. Já a competência
nos remete a uma aplicação prática de algumas características que possibilitam obter resultados
concretos à organização.

A não diferenciação destes termos pode resultar em desvios na comunicação, na avaliação ou


julgamentos, nas decisões ou ainda em processos seletivos e na promoção de pessoas.

Diante de tais definições, verifica-se que o termo competência, ainda que analisado sem o
“interpessoal”, indica que o mesmo não pode ser reduzido a conhecimentos técnicos. Mas sim em uma
diversidade de fatores, em específicos interpessoais, que contribuem para uma atuação eficaz em busca
de resultados concretos.
A competência interpessoal é um processo de aprendizagem contínuo durante o curso de
desenvolvimento das pessoas. Algumas atendo-se mais à observação dos processos interacionais
podem apresentar uma maior sensibilidade para tal. Contudo, mesmo àqueles que não a possuem,
podem desenvolver através do que a autora chama de aprendizagem vivencial, transmitidas nos cursos
oferecidos por laboratórios especializados de relações humanas.
Sendo assim, a aquisição dessa competência passa por dois componentes a serem desenvolvidos: a
percepção e a habilidade. Para tanto, faz-se necessário um longo processo de crescimento pessoal,
autodesenvolvimento e aceitação, objetivando uma percepção realista dos componentes que permeiam
as relações interpessoais.
A competência interpessoal requer que o gerente desenvolva, além do já visto, habilidades que o
permitam lidar com as situações relacionais do ambiente organizacional.
A seguir serão descritas as principais habilidades que fazem parte de ser competente
interpessoalmente na função gerencial: liderança, comunicação, motivação, resolução de
conflitos/negociação e a percepção social/flexibilidade cognitiva.

Conceitos básicos da gestão por competências 13


A expressão competência é utilizada na área de administração desde a publicação das primeiras
teorias organizacionais, nas quais, no entanto, aparecia com um sentido distinto do atual. Anteriormente,
esse vocábulo designava uma pessoa capaz de desempenhar de modo eficiente uma determinada
função.
A partir da década de 1970, com o aumento da competição e a ampliação da preocupação das
organizações da simples eficiência produtiva para a eficácia, um novo sentido começou a ser construído.
O foco deixou, então, de repousar apenas na capacidade, passando a privilegiar o desempenho,
envolvendo não mais apenas os comportamentos adotados pelo indivíduo, como também as realizações
por ele proporcionadas
A primeira noção que é trabalhada nas competências é a de incidente, que representa a capacidade
de convivência com fatos imprevistos, cuja ocorrência altera as rotinas produtivas. Os incidentes, cada
vez mais frequentes devido à complexidade que marca a nossa época, fogem à capacidade de previsão
e auto regulação dos sistemas produtivos tradicionais. Fica comprometido, em decorrência, o
entendimento de que as competências são passíveis de serem predeterminadas por meio de estudos
sobre necessidades dos cargos ou das organizações. Ao invés de seguir um plano de desenvolvimento
fechado, no qual estariam previstas as competências que precisam ser adquiridas, cada pessoa precisa
buscar continuamente recursos para adaptar-se às novas exigências de seu trabalho.
A segunda característica é a crescente importância assumida pela comunicação. Os sistemas de
comunicação corporativos proporcionam a ampliação do conhecimento sobre objetivos, valores e normas
da organização. A maior frequência e a grande diversidade que têm caracterizado os processos de
comunicação levam a novas necessidades de capacitação. A aquisição de competências relacionadas
ao relacionamento interpessoal é a consequência mais imediata dessa situação. Faz-se necessária,
também, a abertura para a constante interação e troca de informações com outras pessoas, setores da
organização e com o ambiente externo. Mais do que uma capacidade, tal abertura representa uma atitude
que precisa ser assumida.

13
Idem

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Cada pessoa deve perceber que sua missão no trabalho não é apenas desempenhar as tarefas que
lhe são atribuídas ou cumprir normas e rotinas estabelecidas. O que importa, de fato, é a capacidade que
a pessoa possui para atender às necessidades de seus clientes internos e externos. Essa percepção
reforça, portanto, a importância de que as competências a serem desenvolvidas não podem ser pré-
determinadas com base simplesmente em definições de cargos e responsabilidades. Sendo as
necessidades dos clientes mutáveis e complexas, a capacitação dos trabalhadores deve ser
constantemente revista e reorientada, em um processo dinâmico e complexo.
Com base nas três características por ele percebidas nos sistemas produtivos atuais define-se a
competência como sendo a inteligência prática, aplicada na solução dos problemas que surgem. Essa
inteligência precisa apoiar-se nos conhecimentos adquiridos, procurando constantemente revê-los e
atualizá-los, de modo a adaptá-los aos desafios cotidianos.
Não há, na verdade, um conceito único para o termo. Uma das mais conhecidas definições é a que diz
ser competência um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que credenciam um indivíduo a
exercer uma determinada função. Há autores, entretanto, que entendem ser a competência não um
conjunto de qualificações do indivíduo e sim as realizações por ele alcançadas em seu trabalho. Como
se vê, enquanto o foco da primeira definição está no potencial possuído, o da segunda repousa no
desempenho efetivado. Tais conceitos podem ser adotados de forma complementar, pois não são
opostos. Ao contrário, sua junção revela-se importante para o entendimento da dinâmica atual da gestão
por competências
Mais do que buscar uma definição conceitual, faz-se necessário o alcance de um maior entendimento
do papel das competências em uma organização. Dependendo da forma como é feita a gestão das
competências, essas podem favorecer a aquisição de vantagens competitivas, contribuindo para
diferenciar a organização de suas concorrentes ou gerar rigidez. A segunda possibilidade, indesejável,
ocorre quando a organização adquire um determinado conjunto de competências e se acomoda por
possuí-las, esquecendo-se que somente o aprimoramento contínuo poderá garantir a consolidação das
vantagens conquistadas.

Para um melhor aproveitamento das possibilidades oferecidas por essa nova filosofia de
gestão, deve-se compreender que as competências são multidimensionais, destacando-se por
possuírem quatro características básicas

São dinâmicas – uma vez que exigem uma constante interação entre pessoas e grupos internos e
externos à organização, visando à sua constante ampliação e atualização;
São sistêmicas – considerando que envolvem a busca ordenada de estratégias, definidas sob a ótica
dos sistemas abertos, que buscam a integração e a troca de influências com o ambiente externo;
São cognitivas – à medida que relacionam-se aos conhecimentos gerenciais necessários para a
identificação das competências importantes em cada organização e variam de acordo com os modelos
de pensamento adotados;
São holísticas – pois induzem à ampliação do foco de análise do valor e do desempenho de uma
organização para além dos indicadores financeiros, favorecendo, com isso, a aquisição de uma
percepção mais integradora dos fenômenos organizacionais.

A adoção da gestão por competências proporciona, dentre outras, as seguintes vantagens:14


- A definição clara de perfis profissionais que podem favorecer a elevação da produtividade;
- Um foco claro para os esforços de desenvolvimento das equipes, tendo como base as necessidades
da organização e o perfil dos seus funcionários;
- A priorização dos investimentos em capacitação, favorecendo a obtenção de um retorno mais
consistente;
- O gerenciamento do desempenho por meio de critérios mais fáceis de serem observados e
mensurados;
- A conscientização dos funcionários sobre a importância de que assumam a corresponsabilidade por
seu autodesenvolvimento.
A frequente utilização do termo “competência” no campo da gestão organizacional fez com que este
adquirisse variadas conotações. Contudo, abordagens mais modernas buscam não só considerar os
diversos aspectos do trabalho, mas também associar a competência ao desempenho. Por exemplo, um
dos aspectos essenciais da competência é que essa não pode ser compreendida de forma separada da
ação.

14 14
Texto adaptado disponível em www.enap.gov.br

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Sob esta perspectiva, que parece ter aceitação mais ampla tanto no meio acadêmico como no
ambiente empresarial, “competências representam combinações sinérgicas de conhecimentos,
habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional, dentro de determinado contexto ou
estratégia organizacional”. As competências são reveladas quando as pessoas agem diante das
situações profissionais com as quais se defrontam. Servem como ligação entre as condutas individuais e
a estratégia da organização.
Dessa forma, as competências agregam valor econômico e valor social a indivíduos e a organizações,
na medida em que contribuem para a consecução de objetivos organizacionais e expressam o
reconhecimento social sobre a capacidade de determinada pessoal, conforme ilustra a Figura 115.

INSUMOS DESEMPENHO

Valor
Conhecimentos Comportamentos Econômico
Realizações e Social!
Habilidades

Atitudes Resultados

As competências são descritas por alguns autores, utilizando-se pautas ou referenciais de


desempenho, de forma que o profissional demonstraria deter uma dada competência por meio da adoção
de certos comportamentos passíveis de observação no ambiente de trabalho, conforme mostra o Quadro
1.

Quadro 1:Exemplos de descrição de competências sob a forma de referenciais de desempenho


Competência Descrição
Implementa ações para incrementar o volume de
negócios;
Avalia com precisão os custos e os benefícios das
Orientação para resultados oportunidades de negócio;
Utiliza indicadores de desempenho para avaliar os
resultados alcançados;
Elabora planos para atingir as metas definidas.
Compartilha com seus grupos os desafios a
enfrentar;
Mantém relacionamento interpessoal amigável e
cordial com os membros de sua equipe;
Trabalho em equipe
Estimula a busca conjunta de soluções para os
problemas enfrentados pela equipe;
Compartilha seus conhecimentos com os
membros da equipe.
Santos (2001), adaptado pelo autores

Por opção metodológica, procura-se descrever os recursos ou as dimensões da competência, ou seja,


os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que se pressupõem sejam necessários para que a pessoa
possa apresentar determinado comportamento ou desempenho, conforme mostra o Quadro 2.

Quadro 2 - Exemplos de recursos ou dimensões da competência “prestar um atendimento bancário


baseado em padrões de excelência

15
Fonte: Elaborado pelos autores baseado em Fleury e Fleury (2001)

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Dimensões da competência Descrição
Princípios de contabilidade e finanças
Conhecimentos Produtos e serviços bancários
Princípios de relações humanas
Aptidão para operar computadores, periféricos e
outros recursos tecnológicos
Habilidades
Habilidade para argumentar de maneira
convincente
Predisposição para a tomada de iniciativa
Atitudes Respeito a privacidade do cliente
Predisposição para aprimorar-se continuamente
Fonte: Brandão, Guimarães e Borges Andrade, com adaptações.

Em geral, a adoção de um ou outro critério para a descrição de competências ocorre em razão do uso
que se pretende fazer. Quando utilizadas em instrumentos de avaliação do desempenho no trabalho, por
exemplo, as competências são descritas sob a forma de comportamentos passíveis de observação
(referenciais de desempenho), para que o avaliador possa mensurar o desempenho do avaliado a partir
dos comportamentos que ele adota no trabalho. Quando utilizadas na formulação de ações de
treinamento, por sua vez, então é necessário descrever não apenas os comportamentos desejados
(referenciais de desempenho), os quais constituirão os objetivos instrucionais do treinamento, mas
também os conhecimentos, as habilidades e as atitudes correspondentes, que constituirão os conteúdos
educacionais a serem ministrados.
A seguir discute-se sobre essas dimensões ou sobre esses recursos da competência profissional.
Sobre as dimensões da competência
Uma competência profissional resulta, portanto, da mobilização, por parte do indivíduo, de uma
combinação de recursos. A competência da pessoa é decorrente da aplicação conjunta, no trabalho, de
conhecimentos, habilidades e atitudes, que representam os três recursos ou dimensões da competência.
O conhecimento corresponde a uma série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo,
que lhe permitem “entender o mundo”. Refere-se ao saber que a pessoa acumulou ao longo da vida. O
conhecimento deriva da informação, que, por sua vez, deriva de conjuntos de dados, séries de fatos ou
eventos isolados.
As informações são dados que, percebidos pelo indivíduo, têm significado e relevância. Por fim, os
conhecimentos são conjuntos de informações reconhecidas e integradas pelo indivíduo dentro de um
esquema preexistente, causando impacto sobre seu julgamento ou comportamento.
A habilidade, por sua vez, está relacionada ao saber como fazer algo ou à capacidade de fazer uso
produtivo do conhecimento, ou seja, de instaurar conhecimentos e utilizá-los em uma ação. A, definição
operacional mais comum sobre a habilidade é a de que o indivíduo pode buscar, em suas experiências
anteriores, conhecimentos, sejam eles de fatos ou princípios ou de técnicas apropriadas, para examinar
e solucionar um problema qualquer. As habilidades podem ser classificadas como intelectuais, quando
abrangem essencialmente processos mentais de organização e reorganização de informações – por
exemplo, em uma conversação ou na realização de uma operação matemática –, e como motoras ou
manipulativas, quando exigem fundamentalmente uma coordenação neuromuscular, como na realização
de um desenho ou na escrita a lápis, por exemplo.
Ao abordar as duas primeiras dimensões da competência (conhecimentos e habilidades), utiliza-se a
estrutura de análise do conhecimento, explicando que habilidade refere-se ao saber como fazer algo
dentro de determinado processo (know-how), enquanto conhecimento diz respeito ao saber o que e por
que fazer (know-what e know-why), ou seja, à compreensão do princípio teórico que rege esse processo
e seu propósito.
Finalmente, a atitude, terceira dimensão da competência, refere-se a aspectos sociais e afetivos
relacionados ao trabalho. As atitudes são estados complexos do ser humano que afetam o
comportamento em relação a pessoas, coisas e eventos, determinando a escolha de curso de ação
pessoal. Segundo esses autores, as pessoas têm preferências por alguns tipos de atividades e mostram
interesse por certos eventos mais que por outros. O efeito da atitude é justamente ampliar a reação
positiva ou negativa de uma pessoa, ou seja, sua predisposição em relação à adoção de uma ação
específica. Essa última dimensão está relacionada a um sentimento, a uma emoção ou a um grau de
aceitação ou rejeição da pessoa em relação aos outros, a objetos ou a situações. Portanto, por analogia,
a atitude refere-se ao querer fazer.

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A Figura 2 demonstra as dimensões da competência, evidenciando o caráter de interdependência e
complementaridade entre conhecimentos, habilidades e atitudes, bem como a necessidade de aplicação
conjunta dessas três dimensões em torno de um objetivo.

Conhecimento
Informação
Saber o que
Saber porque

Competência

Habilidades Atitudes
Tecnica Quero fazer
Capacidade Identidade
Saber como Determinação

Fonte: Durand (1998), com adaptações.

No tópico seguinte, iremos discutir a como a competência pode manifestar-se nos processos de
seleção.

Seleção por competências16


As empresas, ao contratarem novas pessoas para trabalharem em seus quadros de colaboradores,
procedem a processos seletivos cujas etapas são predominantemente avaliativas.
Os métodos de seleção utilizados, normalmente, envolvem entrevistas, centros de avaliação e testes.
A entrevista, sendo um jogo de questionamentos, que tem como objetivo captar a atenção dos ouvintes
com perguntas, para descobrir informações que sirvam para inserção do candidato na vaga. É durante a
entrevista que o candidato tem a oportunidade de argumentar sobre suas experiências e defender seu
ponto de vista.
Por isso, para atuar no processo seletivo, é necessário que o selecionador tenha conhecimento de
todos os tipos de entrevistas, para que tenha a opção de escolher aquela que for mais adequada ao
processo.
O selecionador deve ter habilidade para captar os comportamentos dos selecionados, evitando
perguntas evasivas e elaborando uma lista de competências que deve ser mapeada antes com o gestor
da vaga. Por isso, toda preparação é importante, partindo da preparação da entrevista, alinhando o local,
horário e material para a condução do processo que envolve introdução, coleta de informações pessoais
e profissionais, informações baseadas no perfil de competências e fechamento.
A realização da entrevista no processo de escolha do candidato, nas empresas mais modernas, tem
uma importante participação dos gerentes de linha, pois, é a quem cabe a escolha daquele que integrará
a sua equipe de trabalho.
Quando o departamento de Recursos Humanos recebe os currículos, tem início a fase de
afunilamento, ou seja, os candidatos são convocados a passar por testes de conhecimento e a
comparecerem para responder a entrevista prévia situacional com o RH. Também são realizadas
dinâmicas e testes psicológicos diversos e, posteriormente, a entrevista por competências.
Normalmente, as entrevistas são baseadas em questões técnicas e comportamentais. As questões
baseadas em questões técnicas objetivam identificar o conhecimento e práticas relacionadas à função a
ser exercida sendo analisadas em avaliações que se fundamentam apenas no conhecimento do

16 Texto adaptado de André Rogerio Berto, disponível em http://www.convibra.org/

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candidato. As entrevistas comportamentais apresentam indagações direcionadas ao passado,
comparando-as a condutas e situações adversas.
O que diferencia o processo de seleção comportamental dos demais tipos de entrevista é que é
realizada a análise da performance passada como indicador de qual será o desempenho no futuro.
Conforme o comportamento manifestado, analisa-se se o candidato será ou não competente para
desempenhar a tarefa inerente ao cargo que está sendo pleiteado.
Esta nova metodologia minimiza a subjetividade típica das entrevistas. No entanto, é preciso ter a
cautela de afastar a subjetividade inerente a estes procedimentos, pois é bastante tênue a linha divisória
entre a narração pelo candidato de uma experiência atual e a conclusão de quem a escuta.
Embora seja importante a análise de eventos pretéritos, também é importante considerar que as
pessoas vivenciam novas experiências e podem modificar seus conceitos e opiniões, o que demanda
cuidados do entrevistador a fim de que a conclusão não seja distorcida.
Na entrevista, embora o objetivo seja a seleção por competências, seu objetivo maior é o caminho que
leva à competência e não a competência propriamente dita em si. O processo seletivo enfatiza o
comportamento do candidato, ou seja, a partir da detecção dos eventos comportamentais durante o
processo seletivo é que será feito o mapeamento das competências a ele associadas.
Para atingir os objetivos, a entrevista por competências trabalha com abordagens abertas e incidentes
críticos. Aquelas fazem o candidato dissertar sobre a situação vivenciada; estes são as situações em que
o desempenho terá de ser efetivamente superior, pois suas competências serão exigidas ao máximo. Tais
incidentes permitem uma visão mais detalhada das prováveis competências envolvidas em comparação
com o trabalho humano envolvido: analisa-se, portanto, qual o incidente crítico (exemplo: lidar com
clientes resistentes) e a qual natureza do problema nele compreendido (clientes que exigem recursos de
empatia).
Nesse sentido, a conclusão lógica é que as questões devem induzir a uma resposta que viabilize ao
avaliador a identificação de algum comportamento, sob pena de se tornar inócua. Assim, os
questionamentos precisam ser abertos para permitir que o pretendente ao cargo disserte com detalhes o
fato vivenciado e possibilite que o avaliador identifique ou não, uma ou diversas competências. Questões
fechadas instigam as respostas objetivas ou monossílabas e por isso precisam ser evitadas.
Ao realizar as perguntas, os verbos empregados precisam estar no pretérito para permitir que o
candidato conte uma experiência passada importante. O interessante é que seja enfatizado um passado
recente, e não um passado remoto.
Finalmente, além de focar o comportamento, em detrimento da competência em si, é preciso perquirir
o comportamento do próprio entrevistado, e não de uma equipe ou colega com quem ele trabalhou. Visa-
se conhecer a experiência do candidato: apenas sua experiência será importante para deslindar o
processo seletivo; a forma como outras pessoas agiram não podem influenciar a conclusão.
Esses passos irão induzir o candidato, ao responder alguma pergunta, a dissertar apenas sobre o que
foi perguntado, sobre o comportamento por ele desempenhado naquela situação e qual o resultado
gerado por aquela atitude. Esta equação de contexto, ação e resultado, ficou conhecida pelas iniciais
CAR. Ressalta-se que o trinômio CAR é apenas um guia para que o objetivo da entrevista seja atingido,
e não implica em dizer que foi mapeada alguma competência, derivada de um determinado
comportamento.
Embora o CAR seja insuficiente se for utilizado de maneira isolada, relatar os resultados que foram
obtidos em experiências pretéritas é de grande importância, pois irá mostrar o(s) aspecto(s) que foram
tidos como importante pelo pretendente para alcançarem resultado satisfatório. Este item permitirá
mapear mais facilmente o perfil de competências.
Por fim, na entrevista por competências comportamentais também observa-se linguagem corporal do
candidato ao cargo. Ou seja, a entrevista é um conjunto do que se vê e escuta. Ressalta-se, porém, que
estas manifestações são distintas, variando de lugar para lugar e, de acordo com a cultura local, a mesma
atitude pode possuir significados diferentes.

Questões

01. (DEPEN - Agente Penitenciário Federal - CESPE- 2015). O modelo de gestão por competências,
que privilegia o espaço ocupacional em detrimento do cargo dos colaboradores, é adequado para as
unidades de gestão de pessoas das organizações que competem por meio de estratégias de
diferenciação.
( ) Certo
( ) Errado

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02. (MDIC - Analista Técnico Administrativo - CESPE – 2014) Gestão do desempenho e gestão por
competências podem ser consideradas tecnologias indistintas, uma vez que ambas normatizam a
integração entre objetivos organizacionais e individuais a partir de práticas de gestão de pessoas.
( ) Certo
( ) Errado

03. (TC-DF - Analista de Administração Pública –- CESPE – 2014) A gestão por competências traz
à tona a noção de que o desempenho de uma organização é fruto de interações deliberadamente
previstas entre atributos estratégicos, estruturais, contextuais e relacionados às próprias competências
organizacionais e individuais.
( ) Certo
( ) Errado

04. (SEFAZ-RJ Fiscal de Rendas – FGV) Em gestão por competências, a condição da organização
de adaptar continuamente suas competências às exigências do ambiente é uma característica das:
A) competências essenciais.
B) competências distintivas.
C) competências de unidades de negócio.
D) competências de suporte.
E) capacidades dinâmicas.

05. (TRT - 6ª Região Analista Judiciário – FCC – 2012) A concepção de gestão por competências
pressupõe a focalização prioritária nas competências
A) educacionais.
B) individuais.
C) gerenciais.
D) essenciais.
E) funcionais.

06. (TCM-CE Analista de Controle Externo – FCC) A gestão de pessoas por competências envolve
(A) treinar os funcionários em conhecimentos técnicos essenciais para o aumento da produtividade.
(B) mobilizar e colocar em prática conhecimentos, habilidades e atitudes dos colaboradores de uma
organização.
(C) selecionar os candidatos com os melhores currículos ou maior competência profissional.
(D) desenvolver traços de personalidade mais adequados ao clima organizacional.
(E) adequar a cultura da organização para proporcionar uma zona de conforto para cada colaborador.

07. (SEFAZ-SP Agente Fiscal de Rendas – Adaptada FCC/2015) É tarefa essencial da gestão de
competências
(A) articular competências técnicas e comportamentais dos indivíduos e integrá-las aos objetivos
estratégicos da organização.
(B) descobrir o talento natural de cada pessoa, capacidades que possam vir a ser aprimoradas por
meio de estratégias de coaching.
(C) procurar desenvolver as capacidades produtivas inerentes a uma pessoa. Essas capacidades
devem ser relacionadas com o desempenho de uma tarefa específica.
(D) enfatizar os conhecimentos formais e comportamentais que a pessoa precisa adquirir para
desempenhar uma tarefa.
(E) aperfeiçoar, nos gerentes, as habilidades práticas relacionadas com a administração competente
dos funcionários de uma organização.

08. (INFRAERO Administrador – Adaptada FCC/2015) Um órgão público instituiu recentemente um


modelo gerencial de recursos humanos que estabelece a remuneração variável como princípio básico da
motivação dos servidores públicos e de ascensão nas carreiras. Para alcançar seu objetivo, definiu um
conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis ao exercício de um cargo ou função,
estabelecido a partir da visão estratégica de estado, da análise do cargo e mapeamento desses atributos,
assim como a sistemática de evolução na carreira, mediante comprovação de que o ocupante
efetivamente as possui. Neste caso, trata-se da aplicação de um modelo de
(A) Empoderamento.
(B) Gerenciamento por Competências.

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(C) Produção Exuta.
(D) Gestão de Qualidade Total.
(E) Gestão por processos

09. (TRE-CE - Analista Judiciário – FCC – 2012) As competências organizacionais classificadas


como essenciais são aquelas:
(A) consideradas fundamentais, pois estabelecem a vantagem competitiva da empresa na manutenção
de um clima de trabalho percebido pelos colaboradores como extremamente favorável.
(B) identificadas e definidas como as mais importantes para o sucesso do negócio e devem ser
percebidas pelos clientes.
(C) necessárias para manter a produção funcionando e são percebidas no ambiente interno
(D) que não estão vinculadas à atividade-fim da organização, mas que podem gerar valor agregado.
(E) que devem ser desenvolvidas pelos líderes da empresa para que os valores indicados pelo
mercado como essenciais sejam praticados.

10. (STF Analista Judiciário CESPE – 2013) Acerca da gestão de pessoas por competências, julgue
os itens subsequentes.
A modelagem de competências estabelece a tipologia e os níveis de complexidade para que as
atividades de mapeamento e avaliação de competências sejam realizadas nas organizações
( ) Certo
( ) Errado

Respostas

01.Resposta: Certo
A questão está dividida em duas afirmações:
01 - O modelo de gestão por competências privilegia o espaço ocupacional em detrimento do cargo
dos colaboradores;
02 - O modelo de gestão por competências é adequado para as unidades de gestão de pessoas das
organizações que competem por meio de estratégias de diferenciação.
É necessário entender que o conceito de "espaço ocupacional" para definir se a afirmação 01 está
correta ou errada, O conceito de espaço ocupacional estabelece uma correlação entre complexidade e
entrega, pois nele o indivíduo agrega valor à medida que assume atribuições mais complexas com base
nas necessidades da organização. Assim, podemos afirmar que o modelo de Gestão por Competências
privilegia o espaço ocupacional em detrimento do cargo dos colaboradores, pois é mais interessante para
a organização que o colaborador se concentre no espaço ocupacional do que propriamente no cargo.
Precisamos entender o conceito de "estratégias de diferenciação" para definir se a afirmação As
abordagens para a diferenciação incluem o desenvolvimento de imagens únicas de marca, tecnologia
exclusiva, características únicas, canais exclusivos, serviços ao cliente originais ou similares. Em outras
palavras, a chave para a diferenciação é a obtenção de uma vantagem que seja facilmente percebida
pelos consumidores. Sendo assim, podemos perceber que o modelo de gestão por competências é
adequado para as organizações que competem por meio de estratégias de diferenciação

02.Resposta: Certo
A gestão por competências pode ser considerada como um MODELO ESTRATÉGICO DE GESTÃO
DE PESSOAS, no qual as organizações visam identificar quais são as competências (conhecimentos,
habilidades e atitudes) necessárias para o alcance dos objetivos e busca gerir seus colaboradores de
acordo com suas competências.
Entretanto, a gestão das competências é feita por meio de ferramentas da Gestão do Desempenho
(gerenciamento de desempenho), que pode ser entendida como a busca pela identificação e pela
mensuração das ações, ou seja, da aplicação dos conhecimentos, habilidades e atitudes dos
colaboradores dentro do contexto da organização, com a finalidade de alcançar os objetivos
organizacionais.

03. Resposta: Certo


A palavra deliberadamente na frase, significa intencionalmente, ou seja existe a intenção de forma
deliberada, tornando a frase correta.

04. Resposta: E

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As competências são por natureza dinâmicas, uma vez que exigem uma constante interação entre
pessoas e grupos internos e externos à organização, visando à sua constante ampliação e atualização.

05.Resposta: D
As competências essenciais que a organização reúne e integra para realizar seus negócios. São as
competências que definem e personalizam cada organização e constituem suas vantagens competitivas
em um mundo de negócios altamente concorrente e dinâmico. As competências essenciais devem
apresentar as seguintes características entre elas serem vitais para o sucesso do negócio da organização;

06.Resposta: B
Por definição, as competências representam combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades
e atitudes

07.Resposta: A
Na alternativa B "descobrir o talento natural de cada pessoa". A gestão de competências possui papel
estratégico, não apenas contemplando o nível individual, mas sim a nível organizacional.
Na alternativa C, em "...capacidades produtivas inerentes a uma pessoa", idem a alternativa B.
Na alternativa D, em"...desempenhar uma tarefa". Pelo fato da gestão por competências possuir
caráter estratégico, envolve mais desenvolver o seu trabalho visando os objetivos da organização.
Por fim, na alternativa E, em "aperfeiçoar, nos gerentes...", a gestão de competências envolve TODA
a organização, não apenas os gerentes.

08.Resposta: B
No trecho “definiu um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis ao exercício
de um cargo ou função, estabelecido a partir da visão estratégica de estado” é definida a gestão por
competências.

09.Resposta: B
As competências essenciais que a organização reúne e integra para realizar seus negócios. São as
competências que definem e personalizam cada organização e constituem suas vantagens competitivas
em um mundo de negócios altamente concorrente e dinâmico

10.Resposta: Certo
Modelagem de competências é definição de competências de uma organização, ou seja, os
conhecimentos, habilidades e atitudes que os colaboradores da empresa devem possuir. Existem vários
modelos de competência, sugerido por diferentes autores, ou seja, há vários modos de identificar (definir
ou modelar) as competências. Os modelos de competência possibilitam que a atividade de mapeamento
das competências seja realizada de maneira mais estruturada. O processo de mapeamento de
competências, cujo resultado é a elaboração de políticas e planos de gestão de pessoas, significa avaliar
a aderência atual do perfil das pessoas às competências necessárias.

6 Administração de Recursos Materiais

Administração de Materiais

Toda produção depende de três fatores: natureza, trabalho e capital. A natureza fornece os insumos
necessários à produção, como matérias-primas, energia, terra etc. O capital fornece o dinheiro necessário
para adquirir os insumos e pagar o pessoal, permitindo comprar, adquirir e utilizar os demais fatores de
produção. O trabalho é constituído pela mão de obra, que processa e transforma os insumos e matérias-
primas em produtos acabados ou serviços prestados.
A empresa (pública ou privada) é um sistema, que transforma a natureza, o capital e o trabalho em um
resultado maior que a soma desses fatores aplicados individualmente. A coordenação harmoniosa dos
fatores de produção objetiva a obtenção de resultados. A inabilidade de coordenar os fatores de produção
gera os prejuízos.

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As empresas afetam e são afetadas pelo ambiente externo, onde encontram-se os recursos naturais,
a economia, a política, a sociedade etc. Do ambiente externo obtém-se os recursos naturais, que são
processados, transformados e devolvidos, na forma de serviços e produtos acabados, e resíduos. A
eficiência significa a utilização adequada dos recursos, e a eficácia significa o alcance dos objetivos
propostos.
A Administração de Recursos Materiais pode ser definida como sendo um conjunto de atividades
desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas
unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento,
a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações
gerais de controle de estoques etc. Visa gerenciar de maneira eficaz os recursos do processo produtivo,
indo além de um simples controle de estoques, envolvendo um vasto campo de relações que são
interdependentes e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios.
A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital investido. Espera-se então, que
o dinheiro que está investido em estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das
vendas. Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados; evitar a formação
de estoques ou tê-los em número reduzidos de itens e em quantidade mínimas, sem que em
contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a
administração de materiais visa solucionar.
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios
internos da empresa, minimizando as necessidades de capital investido. A grande questão é poder
determinar qual a quantidade ideal de material em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de não
poder satisfazer a demanda serão os menores possíveis.

As grandes funções da administração de materiais são:

- Compra;
- Transporte;
- Armazenagem e conservação;
- Manipulação e;
- Controle de estoques.

Compras
A função de Compras envolve fornecedores, contratos, tomada de preços, pedido de compra (prazos,
condições de pagamento etc.), transporte e controle no recebimento da mercadoria. Caso haja
importações, os compradores deverão ter conhecimento das leis e guias de importação, bem como dos
processos envolvendo órgão do governo federal mediador das importações.

O sistema de compras baseia-se em uma ação que envolve atividades de pesquisa para a melhor
adequação dos objetivos organizacionais. Podemos ressaltar as seguintes ações de Suprimentos e de
Apoio.

Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta de preços; Análise dos preços; Pedido de
Compras; Acompanhamento do pedido.

Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores; Desenvolvimento de novos materiais;


Qualificação de fornecedores; Negociação Solicitação de Compras. É o documento que contém as

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informações sobre o que comprar. Pode ser originado por vários setores, dependendo do tipo de material:
Material processo de fabricação (matéria-prima, material de manutenção e material auxiliar) – Estoque;
Material de uso específico do solicitante, originado nos setores funcionais da empresa.

Os objetivos da função de compras

Apesar da variedade de compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos básicos da atividade
de compras, que são válidos para todos os materiais e serviços comprados. Materiais e serviços devem
apresentar a qualidade certa; ser entregue no momento certo e na quantidade correta; ser capaz de
alteração em termos de especificação, tempo de entrega ou quantidade (flexibilidade); e ter preço correto.

As mercadorias de uma empresa podem ser classificadas em três tipos, de acordo com a rotatividade
de seus estoques:
- Mercadorias de alto giro;
- Mercadorias de médio giro;
- Mercadorias de baixo giro.

As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a provocar tráfego no salão de vendas. Esse tipo
de mercadoria quase sempre dá pouco lucro, mas exerce um efeito de atração da clientela. Num bar, por
exemplo, são aquelas que ficam bem à vista do freguês: cigarro, fósforo, chicletes, balinhas etc.
As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que apresentam uma rotação de estoque mais
lenta. Permitem taxas de marcação mais elevadas para compensar a demora de suas saídas.
Para analisar a rotatividade dos estoques, deve-se utilizar o seguinte roteiro:
- Agrupamento das mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta, média ou baixa
rotatividade);
- Levantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro;
- Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias;
- Cálculo do percentual correspondente a cada grupo, em relação ao somatório;
- Análise dos percentuais encontrados.

Etapas do processo de compra:

1) Coleta de Preços: no documento de registro da pesquisa de preços que, pode ser uma planilha do
Excel ou outro tipo de programa específico, devem ser registrados os dados recebidos dos fornecedores,
identificação, tipo de material a ser fornecido, preços, pagamentos, etc.

2) Pedido de Compras: trata-se do contrato formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar
todas as condições estabelecidas nas negociações. No pedido deverá constar: preço unitário e total,
condições de fornecimento, prazo de entrega, condições de pagamento, especificações técnicas do
fornecimento, embalagens e transporte.

3) Acompanhamento do Pedido: é o procedimento que controla todos os pedidos, até o momento em


que este é liberado para o processo produtivo da empresa.
4) Desenvolvimento de fornecedores: trata-se do procedimento que possibilita à empresa selecionar
os futuros fornecedores sendo os melhores fornecedores do mercado e que tenham condições de atender
a todas especificações e exigências da empresa.

5) Desenvolvimento de novos materiais: consiste no procedimento que possibilita à empresa pesquisar


e selecionar novos materiais ou materiais alternativos, o objetivo é estabelecer alternativas econômicas
ou técnicas para melhorar o desempenho dos produtos no mercado. Baseando-se em especificações e
parâmetros fornecidos pelo mercado ou pela engenharia.

6) Qualificação de fornecedores: o objetivo é assegurar a qualidade do produto e o suprimento do


produto, para otimizar a produção e evitar não conformidades e devoluções. A área de engenharia é
responsável por avaliar a qualificação dos fornecedores.

7) Comunicação: procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor, quando ambas as


partes ganham, esse procedimento é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento de

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fortalecimento dos laços de interesses, de melhorias contínuas e principalmente de aumento dos lucros
para ambas empresas.

Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de compras é realizada no lado do


suprimento da empresa, estabelecendo contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços,
ligados ou não à atividade principal.

Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem
eficazes, precisam compreender tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as
capacitações dos fornecedores que podem fornecer produtos e serviços para a organização.
A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade, quantidade, preço e prazo dos produtos
fabricados numa indústria dependem muito das condições em que foram adquiridos os insumos e as
matérias-primas. No comércio, as compras de mercadorias realizadas em melhores condições
proporcionam venda mais rápida e, possivelmente, com maior margem de lucro.
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos negócios. Comprar significa procurar,
adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à manutenção, funcionamento e expansão da
empresa.

Não é tão fácil definir quais os fornecedores que apresentam todas as condições necessárias:
- se o preço de aquisição é justo e oferece condições de marcar um preço de venda que permita
concorrer no mercado e, ao mesmo tempo, obter uma boa margem de lucro;
- se a qualidade dos produtos oferecidos tem a perfeição do acabamento exigida pelo consumidor; se
a quantidade oferecida é suficiente para as necessidades de produção e vendas de um determinado
período;
- se os prazos de entrega satisfazem as programações de vendas da empresa;
- se os prazos de pagamento cobrem os prazos médios de vendas e não comprometem o capital de
giro próprio.

Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são registradas as informações necessárias sobre
os fornecedores (endereço, número do CNPJ, número da inscrição, objetivos sociais, pessoas para
contato, linhas de produtos ou mercadorias, prazo médio de entrega, condições de pagamento, política
de descontos etc.).

Cadastro de Fornecedores

É o órgão responsável pela qualificação, avaliação e desempenho de fornecedores de materiais e


serviços.

São atribuições do cadastro de fornecedores:


- qualificar e avaliar o desempenho dos fornecedores de materiais e serviços; - acompanhar a
evolução do mercado;
- subsidiar as informações e tarefas do comprador;
- efetuar a manutenção dos dados cadastrais;
- pontuar cada fornecedor com méritos e deméritos durante as fases de consulta e fornecimento.

As premissas do cadastro de fornecedores são:


- preço; qualidade; prazo.

Essas premissas determinam a atuação do setor:


- ter registrado fornecedores cujos produtos ou serviços possam ser de interesse efetivo ou potencial
da empresa;
- garantir um plantel de fornecedores com padrão acima do mínimo necessário;
- despertar o interesse do fornecedor em manter
-se atualizado perante as metas da empresa;
- antecipar-se às necessidades de aquisição da empresa.

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Critérios de cadastramento

A quantidade de empresas mantidas no cadastro varia em função do número e da diversidade dos


materiais consumidos. Esse número não deve ser tão reduzido e nem tão elevado, mantendo uma
quantidade equilibrada.

Os critérios para cadastramento são:


a) Critérios políticos: são definidos pela administração da empresa, tendo como fatores:
estabelecimento de prioridades para cadastramento de empresas da região ou do Estado, prioridade nas
consultas a empresas de pequeno a médio porte etc.
b) Critérios técnicos: envolvem as carências de abastecimento, na procura de desenvolvimento de
novas alternativas de fornecimento.
c) Critérios legais: aplicados exclusivamente às empresas estatais, autárquicas e do serviço público.

Procedimentos para cadastro Basicamente, os fatores de decisão para inclusão de fornecedores


fundamentam-se:
- na estabilidade econômico-financeira;
- na idoneidade comercial;
- na capacidade produtiva;
- na capacidade técnica;
- na tradição no mercado.

Os critérios para cadastramento envolvem duas fases distintas: a. fase inicial – análise preliminar; b.
fase final – análise complementar.

a) Fase inicial – análise preliminar Consiste na análise sumária e rápida dos documentos preliminares
apresentados pelo interessado no cadastramento. Para tanto, os interessados devem apresentar:

a. ato constitutivo da empresa, estatutos ou contrato social e alterações;


b. atestados de capacidade técnica e/ou de fornecimento a outras empresas de ramo e porte
equivalente;
c. atestados de capacidade e idoneidade financeira;
d. cópias dos dois últimos balanços; e. linha de produtos e/ou serviços oferecidos. Com esses
documentos a empresa compradora poderá realizar as seguintes análises:
a1) Análise social Verifica-se seu objetivo, capital e composição acionária. Com isso procura-se evitar
o cadastro de empresas que em cuja composição acionária constem funcionários da empresa que está
cadastrando; sócio e ex-sócio de empresas excluídas do cadastro por falta grave; sócio de empresa já
cadastrada para a mesma linha de materiais etc.
a2) Análise econômico-financeira É constatada por meio de balanços, referências bancárias e cartas
de crédito, cadastrando apenas empresas tidas como solventes.
a3) Análise técnica preliminar É realizada com base nos atestados de capacidade técnica e na relação
de equipamentos, visando constatar a tradição comercial da empresa, o interesse nos materiais e serviços
oferecidos, a necessidade ou não de visita técnica, a qualificação de produtos ou testes de materiais.
b) Fase final – análise complementar Procede-se à análise complementar para as empresas aprovadas
na fase preliminar, definindo ou não o registro.
b1) Análise jurídica É realizada utilizando-se as certidões positivas dos cartórios de feitos executivos,
certidões negativas de falência ou concordata e inscrições fiscais de âmbito federal, estadual e municipal.
b2) Análise técnica conclusiva Sendo necessária, realiza-se a visita técnica, em companhia de
especialistas no campo envolvido, por meio da qual obtêm-se os seguintes elementos para avaliação:
a. recursos humanos: quantidade, qualidade e especialização;
b. recursos materiais: maquinário, ferramental e instalações;
c. organização: programação, controle da produção, segurança e layout;
d. produção: capacidade, flexibilidade e diversificação;
e. controle de qualidade: recebimento, produção e produto.

Aprovação de cadastro

Depois de coletar os dados dos fornecedores a empresa deve efetuar a análise do conceito técnico do
fornecedor:

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- Deficiente – não deverá obter registro;
- Regular – poderá vir a ser registrada;
- Bom e excelente – deverão ser cadastradas.

Seleção de fornecedores

São os seguintes os critérios de seleção:


- O fornecedor da última compra deve sempre ser indicado;
- Não indicar fornecedores com atrasos na entrega;
- Evitar consultas em grupos reduzidos de fornecedores;
- Priorizar as consultas aos fabricantes;
- Evitar a consulta a fornecedores com baixo índice de cotação.

Avaliação de fornecedores
Os fornecedores devem ser constantemente e sistematicamente avaliados por meio dos seguintes
critérios:
a) Desempenho comercial;
b) Cumprimento de prazos de entrega;
c) Qualidade do produto;
d) Desempenho do produto em serviço.

a) Desempenho comercial
São os seguintes aspectos:
- Coleta de preços: número de respostas às consultas e obediência as condições gerais de
fornecimento.
- Cumprimento das condições contratuais: condições de pagamento, reajustes de preços, preços
propostos e ética comercial.

b) Cumprimento dos prazos de entrega


O fornecedor é avaliado quanto a:
- Cumprimento dos prazos de entrega;
- Presteza no atendimento de emergências.

c) Qualidade do produto
O fornecedor é avaliado por meio da quantidade de devoluções efetuadas.

d) Desempenho do produto em serviço


O fornecedor é avaliado por meio das ocorrências de desempenho insatisfatório no serviço.

Modalidades de Compras

De Emergência – É aquela que se realiza às pressas. Acontece quando a empresa não faz
planejamento das compras.

Especulativa – É realizada, antes de se apresentar a necessidade. Destina-se a especular com uma


possível alta de preços.

Antecipada – É realizada, a fim de atender às reais necessidades da loja para determinado período.
Exige rigorosa previsão das vendas.

Contratada – É aquela que prevê a entrega dos pedidos em épocas pré-determinadas.

Reposição – É aquela para adquirir mercadorias com comportamento estável das vendas. Exemplo:
produtos de higiene, limpeza e outros que registram comportamento de vendas equilibrado.

Compras Públicas

O instrumento utilizado para compras na Administração Pública é a licitação. A licitação é o


procedimento administrativo utilizado pelo governo para alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou

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1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
serviços, segundo condições estipuladas previamente, convoca interessados na apresentação de
propostas, a fim de selecionar a que se revelar mais conveniente em função de parâmetros
antecipadamente estabelecidos e divulgados.

Este procedimento visa garantir duplo objetivo:


- Proporcionar às entidades governamentais possibilidade de realizarem o negócio mais vantajoso;
- garantir a transparência do processo licitatório e assegurar igualdade de condições aos concorrentes.

A Lei 8.666/93 é uma lei federal brasileira, criada em 21 de junho de 1993. Esta lei estabelece normas
gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e os
Municípios.

Transportes17
A função de Transportes envolve do fornecedor até o espaço físico de estocagem pode ser feita interna
ou por terceiros. Caso seja interna, envolve o processo de gerenciamento e distribuição das cargas. Se
externa, envolve a contratação de transportadoras (rodoviárias, ferroviárias, aéreas ou marítimas).

Os materiais são movimentados ao longo da cadeia de suprimentos, a matéria-prima é transportada


para as fábricas para se transformarem em produto final; em seguida, flui dos fornecedores para os
centros de distribuição e daí para os clientes, dependendo do modelo estabelecido pela empresa.

A distribuição física consiste basicamente em três elementos globais:

- Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a identificação do material recebido, analisar


o documento fiscal com o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.

- Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda do material. A classificação dos


estoques constitui-se em: estoque de produtos em processo, estoque de matéria – prima e
materiais auxiliares, estoque operacional, estoque de produtos acabados e estoques de materiais
administrativos.

- Distribuição: está relacionada à expedição do material, que envolve a acumulação do que foi recebido
da parte de estocagem, a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu destino final.
Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de saída para que haja controle do estoque.

Com a Revolução Industrial, a invenção da máquina a vapor e a substituição da madeira pelo aço
possibilitaram a construção de embarcações cada vez maiores, o que ocasionou o barateamento dos
custos do transporte sobre as águas o que revolucionou as primeiras empresas e deu início as redes de
distribuição física.
O transporte como o deslocamento de pessoas e pesos de um local para outro. Nos primórdios da
humanidade todos os pesos eram transportados pelo próprio homem, de acordo com a sua limitada
capacidade física. O homem passou a transportar mercadorias também via aérea, sempre que a
imperiosidade de rapidez no transporte privilegiava a relação custo x benefício em especial no caso de
produtos de alto valor agregado.
Atualmente, o estudo do transporte de cargas tomou o cunho sistêmico de especialização científica,
buscando-se entender e analisar todas as variáveis envolvidas para melhor atender às complexas
necessidades decorrentes das transações comerciais locais, regionais e internacionais.

Modais de Transporte

Os cinco tipos de modais de transportes básicos são o rodoviário, o ferroviário, o aquaviário, o


dutoviário e o aéreo. A Importância relativa de cada tipo pode ser medida pela distância coberta pelo
sistema, pelo volume de tráfego, pela receita e pela natureza da composição do tráfego.
Sendo assim, aborda-se aqui cada tipo de modal e sua importância. Suas definições e formas com
que os vários modos de transporte (ou modais) se relacionam:

17
Gestão do Transporte na Logística de Distribuição Física: uma análise da minimização do custo operacional / Adriano Rosa –
Taubaté: 2007 90p.

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1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
UNIMODAL - Quando a unidade de carga é transportada diretamente, utilizando um único veículo, em
uma única modalidade de transporte e com apenas um contrato de transporte. E a forma mais simples de
transporte.
SUCESSIVO - Quando, para alcançar seu destino final, a unidade de carga necessita ser transportada
por um ou mais veículos da mesma modalidade de transporte, abrangidos por um ou mais contratos de
transporte.
SEGMENTADO - Quando se utilizam veículos diferentes, de uma ou mais modalidades de transporte,
em vários estágios, sendo todos os serviços contratados separadamente a diferentes transportadores,
que terão seu cargo a condução da unidade de carga do ponto de expedição até o destino final. Qualquer
atraso pode significar a perda do transporte nos demais modais, gerando “frete morto”, ou seja, pagar por
ter reservado o espaço, mesmo sem realizar o transporte. A imputação de responsabilidades por perdas
ou avarias é muito complexa e as indenizações por lucros cessantes, flutuação de preços, etc., são
praticamente impossíveis.
MULTIMODAL — Quando a unidade de carga é transportada em todo percurso utilizando duas ou
mais modalidades de transporte, abrangidas por um único contrato de transporte.

Os principais modais de transportes mais utilizados para se efetuar um transporte podem ser:

RODOVIÁRIO – transporte pelas rodovias, em caminhões, carretas, etc;


FERROVIÁRIO - transporta pelas ferrovias, vagões fechados, plataformas, etc;
HIDROVIÁRIO (fluvial ou lacustre) - transporte em embarcações, através de rios, lagos ou lagoas;
MARÍTIMO - transporte em embarcações, pelos mares e oceanos;
AQUAVIARIO - abrange em uma só definição os modais marítimo e hidroviário;
AÉREO - transporte em aviões, através do espaço aéreo;
DUTOVIÁRIO - sempre na forma de graneis sólidos, líquidos ou gasosos, a carga é transportada
através de dutos;
CABOTAGEM – a navegação realizada entre portos interiores do país pelo litoral ou por vias fluviais.
A cabotagem se contrapõe à navegação de longo curso, ou seja, aquela realizada entre portos de
diferentes nações.

As principais variáveis de decisão quanto à seleção dos modais de transporte são a disponibilidade e
frequência do transporte, a confiabilidade do tempo de trânsito, o valor do frete, o índice de faltas e/ou
avarias (taxa de sinistralidade) e o nível de serviços prestados.
O tempo de trânsito afeta o prazo de ressuprimento, abrangendo o tempo despendido pelo embarcador
na consolidação e manuseios, o tempo de viagem propriamente dito, os tempos necessários aos
transbordos e o tempo necessário à liberação da carga por ocasião do recebimento. Qualquer atraso
imprevisto pode paralisar uma linha de produção caso o estoque de reserva seja muito baixo.
A possibilidade de avarias aumenta na mesma proporção da quantidade de manuseios e transbordos.
Às vezes, a fragilidade da mercadoria justifica a utilização de um modal cujo frete seja sensivelmente de
maior custo. A sofisticação dos serviços pode sinalizar, por exemplo, para um sistema de posicionamento
geográfico instantâneo via satélite ao longo do percurso.

Armazenagem e Conservação

As funções de Armazenagem e Conservação envolvem todos os processos de recebimento das


mercadorias, controle de qualidade e fechamento contra o pedido de compra, catalogação dos itens
conforme codificação do estoque, armazenagem no local físico (localização) designado para os itens e
contabilização dos itens.

Tipos de armazenagem

Existem dois tipos de armazenagem: a temporária e a permanente.


Armazenagem temporária: tem como função conseguir uma forma de arrumação fácil de material,
como por exemplo a colocação de estrados para uma armazenagem direta entre outros.
Armazenagem permanente: tem um local pré-definido para o depósito de materiais, assim o fluxo do
material determina a disposição do armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantindo
a organização do mesmo.

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Técnicas de armazenagem18

As técnicas de armazenagem são compostas por 3 princípios:


1) Princípio de economia de escala na movimentação – princípio que se baseia no trabalho com o uso
do palete (material de madeira usado para armazenar as mercadorias);
2) Princípio da continuidade do movimento – aquele operador com ou sem equipamento, mas, que
quem começou o movimento termina. Não se trabalha o movimento em divisão com outra pessoa, pois
ocorre perda de tempo e risco maior de acidentes;
3) Princípio de redução do esforço – cargas com maior peso, maior volume ou maior rotatividade,
devem ficar armazenados sempre na parte inferior.

Arranjo físico

Dentro do quadro geral de uma empresa, um papel importante está reservado ao arranjo físico (layout).
Fazer o arranjo físico de uma área qualquer é planejar e integrar os caminhos dos componentes de um
produto ou serviço, a fim de obter o relacionamento mais eficiente e econômico entre o pessoal,
equipamentos e materiais que se movimentam. Dito de uma forma simples, definir o arranjo físico é decidir
onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. O arranjo físico
procura uma combinação ótima das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção,
dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas
de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam
uma atividade industrial. Ao se elaborar, portanto, o arranjo físico deve-se procurar a disposição que
melhor conjugue os equipamentos com os homens e com as fases do processo ou serviços, de forma a
permitir o máximo rendimento dos fatores de produção, através da menor distância e no menor tempo
possível.

Princípios do Arranjo Físico

Para se conseguir os seus objetivos, o arranjo físico se utiliza dos seguintes princípios gerais, que
devem ser obedecidos por todos os estudos.

Integração: Os diversos elementos (fatores diretos e indiretos ligados a produção) devem estar
integrados, pois a falha em qualquer um deles resultará numa ineficiência global. Todos os pequenos
pormenores da empresa devem ser estudados, colocados em posições determinadas e dimensionados
de forma adequada; como por exemplo, a posição dos bebedouros, saídas do pessoal, etc.

Mínima Distância: O transporte nada acrescenta ao produto ou serviço. Deve-se procurar uma
maneira de reduzir ao mínimo as distâncias entre as operações para evitar esforços inúteis, confusões e
custos.
Obediência ao fluxo das operações: As disposições das áreas e locais de trabalho devem obedecer
as exigências das operações de maneira que homens, materiais e equipamentos se movem em fluxo
contínuo, organizado e de acordo com a sequência lógica do processo de manufatura ou serviço. Devem
ser evitados cruzamentos e retornos que causam interferência e congestionamentos. Eliminar obstáculos
a fim de garantir melhores fluxos de materiais e sequência de trabalho dentro da empresa, reduzindo
materiais sem processo mantendo-os contínuo movimento.
Racionalização de espaço: Utilizar da melhor maneira o espaço e se possível as 3 dimensões.

Satisfação e segurança: A satisfação e a segurança do homem são muito importantes. Um melhor


aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da moram do trabalhador quanto a redução de
riscos de acidentes.

Flexibilidade: Este é um princípio que, notadamente na atual condição de avanço tecnológico, deve
ser atentamente considerado pelo projetista de layout. São frequentes e rápidas as necessidades de
mudança do projeto do produto, mudanças de métodos e sistemas de trabalho. A falta de atenção a essas
alterações pode levar uma empresa ao obsoletismo. No projeto do layout deve-se considerar que as
condições vão mudar e que o mesmo deve ser fácil de mudar e de se adaptar as novas condições.

18
CORRÊA, E.; VIEIRA, V. Armazenagem de Materiais, 2012. Disponível em: <http://armazenagemdemateriais2.blogspot.com.br/>. Acesso
em: 12 mai. 2015.

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Tipos de Arranjo Físico

Depois que o tipo de processo foi selecionado, o tipo básico de arranjo físico deve ser definido. O tipo
de arranjo físico é a forma geral do arranjo de recursos produtivos da operação e é em grande parte
determinado pelo tipo de produto, tipo de processo de produção e volume de produção. Existem quatro
tipos básicos de arranjo físico dos quais a maioria dos arranjos se derivam:

- arranjo posicional ou por posição fixa


- arranjo funcional ou por processo
- arranjo linear ou por produto
- arranjo de grupo ou celular

- arranjo posicional ou por posição fixa - Os produtos ficam parados enquanto os funcionários se
movem ao redor deles.
Ex.: construção de avião.

- arranjo funcional ou por processo - Processos similares ou com necessidades similares são
localizados juntos. Os produtos percorrem o roteiro de acordo com suas necessidades. Apresenta alto
grau de complexidade.
Ex.: estampagem de camisetas.

- arranjo linear ou por produto - Cada produto, elemento de informação ou cliente segue um roteiro
pré-definido o qual a sequência dos processos foram arranjados fisicamente.
Ex.: montagem de automóveis.

- arranjo de grupo ou celular - Máquinas são agrupadas em células. São formadas para produzir
uma família de peças, que exijam as mesmas máquinas e têm configurações similares.
Vantagens:
• mudanças de máquinas são simplificadas;
• período de treinamento é menor;
• custos de manuseio de materiais reduzidos;
• menor tempo de despacho de peças;
• menor quantidade de estoque intermediário;
• maior facilidade de automatização da produção.
Ex.: construção de uma rodovia

Vantagens e desvantagens dos layouts

Layout Vantagens Desvantagens


Custo unitário alto
Flexibilidade de mix Programação de espaços e atividades
Posicional Produto não movido complexa
Variedade de tarefas Movimentação de equipamentos e mão-
de-obra
Flexibilidade de mix
Baixa utilização de recursos
Boa reação no caso de paradas para
Funcional Estoques elevados
manutenção
Fluxo complexo
Supervisão facilitada
Flexibilidade de mix Reconfiguração de equipamentos (custos)
Celular Lead-time baixo Pode requerer capacidade adicional
Trabalho em grupo Pode reduzir utilização dos recursos
Baixo custo unitário Baixa flexibilidade de mix
Por
Especialização de equipamento Trabalho repetitivo
Produto
Fluxo continuado Susceptível a paradas para manutenção

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Administração de materiais, gestão de estoques e armazenagem

O estoque é composto por materiais ou produtos que ficam fisicamente disponíveis pela empresa, até
o momento de ingressarem no processo produtivo ou seguirem para a comercialização direta ao
consumidor final. Os estoques podem ser de matérias-primas e outros insumos, produtos em processos
(produtos semiacabados), produtos acabados disponíveis para a comercialização e todos os demais
materiais e insumos que a empresa utiliza e que necessitam estar armazenados nas suas dependências.
Um dos itens mais importantes do Ativo de uma empresa comercial é o estoque. Essa importância
advém não só de sua alta participação percentual no total do Ativo, mas também do fato de ser a partir
dele que se determina o custo das mercadorias ou produtos vendidos.
Segundo Oliveira, o estoque representa o custo das mercadorias possuídas por uma empresa numa
data especifica. Ou seja, é uma conta que registra os bens adquiridos para serem revendidos ou
transformados.
O tipo de estoque que uma empresa possui, depende do seu objetivo social: se for uma empresa que
comercializa produtos, ela compra e vende os mesmos produtos e seu estoque é constituído de
mercadorias. Assim sendo, a venda de estoques gera receita de vendas, custo de mercadorias ou
produtos vendidos e estoque final.

Os estoques existem por duas razões, incerteza e economia de escala. As incertezas surgem por
diversas razões: incerteza na demanda, pois existe uma margem de erro ao prever a demanda; incerteza
no fornecimento, pois, a depender do relacionamento com o fornecedor, não há garantia de que o material
sempre será entregue no momento exato, motivo pelo qual as empresas mantém um estoque de matéria-
prima; e, finalmente, incerteza no nosso próprio processo produtivo, já que podemos atrasar a entrega,
máquinas podem quebrar, peças podem ser produzidas com defeito, pode haver greve, etc. Quanto a
economia de escala, se for feita uma remessa de material para determinada região, por que não fechar
uma carga completa de transporte, já que o carreto já está pago, diminuindo o custo unitário de
transporte? Para não trabalhar com estoques muito grandes, pode-se comprar em parceria com outras
empresas, para ganhar no custo do frete. Produzir em lote, muitas vezes excedendo o pedido feito pelo
cliente, pode significar redução de custos ligados a produção, como água e energia, que seriam utilizados
na mesma quantidade, mesmo produzindo menos, e as peças produzidas a mais vão para estoque em
uma tentativa de reduzir os custos de set up, as eficiências, evitar paradas desnecessárias, etc.

Assim, o estoque existe justamente devido às falhas que existem em nosso processo. O que leva à
primeira percepção: para reduzir os estoques, é preciso criar sistemas e mecanismos de minimização de
falhas. Esta foi a primeira lição desenhada pelo modelo japonês de produção e todos os processos que
envolvem a gestão pela qualidade total.
Com base nessa justificativa para a existência de estoques é possível desdobrar uma série de
estratégias para a sua melhor utilização. A melhoria das formas de previsão de demanda, por exemplo,
é uma maneira de racionalizar os estoques de produtos acabados e permitir um fluxo mais contínuo de
material com melhor atendimento ao cliente. Assim, os modelos de previsão de demanda, sejam
subjetivos ou objetivos irão determinar um papel crucial para a gestão dos estoques e da demanda.
As ferramentas de melhoria da produção como qualidade total, seis sigma, teoria das restrições, etc.
terminam sempre resultando em níveis mais adequados de fornecimento com a mínima utilização de
recursos.
O termo Custo de Mercadorias entende-se que é o preço pago pela mercadoria, acrescido de outras
despesas para movimentação do estoque, deduzido os impostos recuperáveis e o valor de mercado.
O princípio básico é que o custo das mercadorias adquiridas deve compreender todos os gastos que
a empresa realiza para adquiri-las e colocá-las em condições de serem vendidas. Para uma empresa que
compra e vende mercadorias, tais custos incluem o preço de compra e os gastos com transporte,
recepção, inspeção e colocação nas prateleiras, além de custos administrativos associados ao controle
dos estoques.
Diante da existência do custo das mercadorias e do valor de mercado, surge a necessidade de escolher
o menor valor para avaliar o estoque. O problema para se chegar a essa conclusão, prende-se ao fato da
empresa ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas distintas, com custos unitários diferentes.
Se a empresa conseguir identificar qual unidade foi vendida e quais unidades ficaram em estoque no
final do período, a mensuração do custo das mercadorias vendidas e do estoque final não apresenta
problemas.
A semelhança física entre unidades de alguns produtos, entretanto, cria dificuldades para a
identificação de quais unidades foram vendidas e quais ficaram em estoque. Mesmo quando avanços na

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tecnologia permitem que a empresa acompanhe cada item de seu estoque, ela pode preferir não fazê-lo,
dados os custos envolvidos.
Desta forma, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do
balanço. Favaro destaca que: “o importante é que de acordo com os princípios contábeis (do custo original
como base de valor), deve se trabalhar com os valores de aquisição (entradas) das mercadorias, o que
pode variar é o critério adotado para sua valoração”.

Considerando esse ponto de vista são várias as possibilidades de atribuição desse valor. Qualquer um
dos métodos de valoração dos estoques, quando utilizados nas mesmas condições de quantidades e
preços, manterá a situação real das empresas nas mesmas igualdades, com a mesma quantidade de
estoque, porém ainda segundo Favaro, os resultados são influenciados pelos diferentes critérios de
valoração de seus estoques, que provocam diferença no custo das mercadorias vendidas interferindo
assim na obtenção do lucro bruto na Demonstração de Resultado do Exercício.
Isso quer dizer que os resultados obtidos são diferentes, em consequência dos critérios de atribuição
de custos utilizados, embora todos tenham como base o mesmo custo de aquisição.
Manipulação e Controle dos Estoques

As funções de Manipulação e Controle dos Estoques envolvem todos os processos de requisição e


devolução de itens em seja para fabricação, consumo ou revenda. Cada um destes processos é composto
por subprocessos legais. Caso a retirada de itens seja para venda e entrega em um cliente, um processo
de emissão de notas fiscais para circulação de mercadorias (pode ser o faturamento direto) deve ser
incluído para esta função.

Alguns critérios de avaliação de estoques:

- Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), do inglês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os
primeiros artigos a entrarem no estoque, serão aqueles que sairão em primeiro lugar, deste modo o custo
da matéria-prima deve ser considerado pelo valor de compra desses primeiros artigos.
O estoque apresenta uma relação forte com o custo de reposição, pois esse estoque representa os
preços pagos recentemente, adotar este método, faz com que haja oscilação dos preços sobre os
resultados, pois as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das principais
razões pelas quais alguns se mostram contrários a este método.

As vantagens desse método consistem no controle preciso dos materiais, pois são ordenados em uma
base contínua de acordo com sua entrada, o que é importante, quando se trata de produtos sujeitos a
mudança de qualidade, decomposição, deterioração etc.; o resultado obtido revela o custo real dos artigos
específicos utilizados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do estoque e a baixa dos mesmos é
dada de uma maneira sistemática e lógica.

- Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do inglês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar
estoque bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se as unidades mais recentes adicionadas
ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas).
Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao
custo das mesmas. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos artigos vendidos (saídas)
tende a refletir no custo dos artigos comprados mais recentemente (comprados ou produzidos). Também
permite reduzir os lucros líquidos expostos.
As vantagens de utilização deste método consistem na apuração correta de seus custos correntes; o
estoque é avaliado em termos do nível de preço da época em que o UEPS foi introduzido; é uma forma
de se custear os artigos consumidos de uma maneira realista e sistemática; em períodos de alta de
preços, os preços maiores das compras mais recentes, são ajustados mais rapidamente às produções,
reduzindo o lucro. No entanto, não é aceito pela legislação brasileira.

- Custo Médio é o método utilizado nas empresas brasileiras para atendimento à legislação fiscal.
Empresas multinacionais com operações no Brasil frequentemente têm de avaliar o estoque segundo o
método da matriz, e também segundo o custo médio para atendimento à legislação brasileira.
Esse método permite que as empresas realizem um controle permanente de seus estoques, e que a
cada aquisição, o seu preço médio dos produtos seja atualizado, pelo método do custo médio ponderado.

Geralmente as empresas que não possuem uma boa política de estocagem e vivem um dilema: quanto
a empresa deve estocar para que seus interesses e os dos seus clientes sejam atendidos de forma
satisfatória? A esse respeito, o Planejamento é um dos principais instrumentos para o estabelecimento

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de uma política de estocagem eficiente. Pois, o departamento de vendas deseja um estoque elevado para
atender melhor o cliente e a área de produção prefere também trabalhar com uma maior margem de
segurança de estoque.
Em contrapartida, o departamento financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital investido
e melhorar seu fluxo de caixa. Segundo Erasmo19, planejar esta atividade é fundamental, porque de um
bom planejamento virão, por exemplo, uma menor necessidade de capital de giro e uma margem de lucro
maior”. Por esse motivo, os empresários devem estar atentos aos objetivos da empresa para definir as
quantidades corretas de cada mercadoria que deve estar no estoque em um determinado período de
tempo, para que a empresa não sofra nenhum prejuízo.
E, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar grandes quantias em estoque e que manter
uma empresa com uma boa variedade de produtos exige uma imobilização elevada de capital de giro, ele
deve saber exatamente o equilíbrio entre a quantidade de compras suficiente para um determinado
período de vendas e a variedade de artigos para que os clientes tenham opção de escolha.
Para que isso aconteça, é importante que o empresário levante periodicamente a média mensal de
compras para compará-las com as vendas e, com isso, saber se o investimento em mercadorias está
tendo o retorno desejado.
O ato de comprar deve ser sempre precedido de um bom planejamento. De acordo com Stickney20: "A
compra de mercadorias envolve a colocação do pedido, o recebimento e a inspeção das mercadorias
encomendadas e o registro da compra. Rigorosamente, o comprador de uma mercadoria somente deveria
registrar a compra quando a propriedade legal da mercadoria adquirida passasse do vendedor para o
comprador.
Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades legais associadas ao contrato entre as duas
partes". E para que isso aconteça, é de grande importância a elaboração de uma previsão de compras.
Nas empresas comerciais, essa previsão é complicada, pois o número de mercadorias comercializadas
é muito grande. Como observa Stickney21, “as empresas preferem vender tanto quanto possível, com um
número mínimo de capital ‘empatado’ em estoque”. Por isso, a previsão deve ser elaborada pelos diversos
setores funcionais da empresa, observando-se as características e peculiaridades do mercado fornecedor
e do comportamento das vendas.
É aconselhável que sejam feitas previsões individuais para cada setor ou departamento e reuni-las
posteriormente em uma só, facilitando o planejamento das compras. Depois de preparada a previsão de
compras, esta deve ser ajustada ás condições financeiras da empresa. Isso deve ser feito em reunião
com os encarregados de compras, os encarregados de vendas e os encarregados pelo controle financeiro
para que se encontre um equilíbrio entre os setores.
A empresa que não faz a previsão de compras encontra dificuldades para manter seus estoques de
forma equilibrada. Acabam comprando mercadorias de acordo com as necessidades surgidas correndo
o risco de não ter produtos em épocas que o volume de vendas cresce.
Perdendo dessa forma, oportunidade de aumentar suas vendas, perdendo clientes e,
consequentemente, diminuído o lucro da empresa. E não tendo a previsão correta de compras, ele pode
comprar um volume inadequado de mercadorias aumentando o custo de manutenção dos estoques. Para
Stickney22: "Manter estoques – ou como também se diz, carregar estoques - gera custos".
Isso ocorre, porque quanto maior a quantidade de mercadorias estocadas, maior será o espaço físico
necessário para guardá-las, maior o número de funcionários necessários e maiores os gastos para
controle do estoque.
Além disso, o mesmo autor destaca que pelo menos uma pequena quantidade de mercadorias precisa
ser mantida em estoque para satisfazer às necessidades dos clientes à medida que elas apareçam.

Métodos de previsão de estoques:

Método do último período: Esse método consiste apenas em repetir o consumo do último período. Se,
por exemplo, o consumo em um mês qualquer for de 50, você repete o mesmo valor no estoque para o
próximo mês.

Método da média móvel: Deve-se determinar um período para se efetuar a previsão de consumo do
próximo período, o período deve levar em consideração a sazonalidade do produto. Exemplo: Uma loja
de brinquedos tem suas vendas aumentadas no dia das crianças e no natal.

Exemplo:
2014
- fevereiro – Consumo de 160
- março – Consumo de 165
19
Operações com estoques. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/carneiro/contII>. Acesso em: 12 mai. 2015.
20
STICKNEY; Weil. Contabilidade Financeira: Uma introdução aos Conceitos Métodos e Usos; ed. São Paulo: Atlas, 2001
21
Idem
22
Ibidem

. 88
1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
- abril – Consumo de 170
- maio – Consumo de 165
- junho – Consumo de 160
- julho – Consumo de 170
- agosto – Consumo de 165
- setembro – Consumo de 170
- outubro – Consumo de 200
- novembro – Consumo de 170
- dezembro – Consumo de 170

Calcule a previsão para janeiro de 2015, utilizando todo o período apresentado. Deve-se somar os
valores dos 11 períodos apresentados e posteriormente dividir por 11:

160+165+170+165+160+170+165+170+200+170+170= 1865/11= 169,54


Como não se pode ter metade de um produto, devemos arredondar para 170. De acordo com esse
método da média móvel, a previsão de consumo médio para janeiro de 2015, é de 170.

Método da média móvel ponderada: São estabelecidas porcentagens colocando as maiores nos
períodos mais próximos do que será previsto. Considere os dados da Tabela 1. Prever o mês de Janeiro
do Ano 2 utilizando a média móvel trimestral com fator de ajustamento 0,5 para Dezembro, 0,3 para
Novembro e 0,2 para Outubro.

Ano 1
Jan/Ano
Mês Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2
Consumo 900 1000 800 900 900 700 1100 800 900 900 900
Fator 0,2 0,3 0,5

Dez Nov Out Jan/Ano 2

A previsão para Janeiro Ano 2 = (0,5 x 900) + (0,3 x 900) + (0,2 x 900) =

= 450 270 180 = 900

De acordo com esse método da média móvel ponderada, a previsão de consumo médio para janeiro
do Ano 2 é de 900.

Diante dos fatos apresentados, fica claro que a utilização correta do estoque de mercadorias é fator
determinante para a lucratividade das empresas comerciais. A escolha de um bom critério para atribuição
dos custos das mercadorias é um dos passos importantes para uma política de estoque eficiente. Pois,
mesmo que todos os critérios tenham como base o mesmo custo de aquisição, tornando suas situações
reais idênticas, os resultados obtidos são diferentes influenciando na lucratividade e na carga tributária
da empresa.
Outro fator na determinação da lucratividade da empresa é o bom planejamento da previsão de
compras. Sendo o planejamento bem feito, fica fácil fazer as compras, já que toda empresa organizada
tem seus fornecedores tradicionais cadastrados. O encarregado de compras deve acompanhar
permanentemente os pedidos, principalmente, aqueles que não foram atendidos, pois se os prazos de
entrega não forem cumpridos pelos fornecedores, a previsão de compras pode ser prejudicada e,
consequentemente, a produção e as vendas da empresa também. Mais um fato notado, é que estocar
mercadorias por muito tempo é um fator de diminuição da lucratividade das empresas. Os produtos devem
ser estocados o menor tempo possível, visto que reduz custo de manutenção e indica que o investimento
feito pela empresa na compra das mercadorias retornou rapidamente.
Enfim, conclui-se que o estoque garante os objetivos principais das empresas comerciais e quando o
planejamento é adequado, através de uma política de estoques eficiente, a empresa não fica à mercê da
sorte, podendo controlar seus gastos e aumentar sua lucratividade.

Lote Econômico de Compras refere-se à quantidade ideal de material a ser adquirida em cada
operação de reposição de estoque, onde o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de
estocagem são mínimos para o período considerado. Este conceito aplica-se tanto na relação de
abastecimento pela manufatura para a área de estoque, recebendo a denominação de lote econômico de
produção, quanto à relação de reposição de estoque por compras no mercado, passando a ser designado
como lote econômico de compras.

. 89
1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
Os Sistemas de Controle de Estoque permite que o poder público controle seu estoque com maior
eficiência e agilidade, o controle pode ser feito por programas de computador institucionais ou não
institucionais. Os sistemas de controle de estoque fazem controle das entradas e saídas dos produtos
permitindo a identificação das unidades que tiveram suas entradas e saídas e a identificação dos produtos
e permitem a emissão de vários relatórios para conferencia do estoque.

O nível de serviço logístico refere-se à qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado,
ao tempo necessário para se entregar um pedido ao cliente, em outras palavras o somatório das
atividades relacionadas com a transação do produto divididas em elementos pré-transação, transação e
pós-transação23.
Diversos fatores tornam importante o nível de serviço oferecido por uma empresa. A logística concentra
uma série de constatações que podem ratificar tal importância, como:
• o nível de serviço influencia a escolha do cliente;
• o nível de serviço é importante elemento de satisfação do cliente;
• as vendas tendem a aumentar se o serviço for melhorado além daquele já oferecido por fornecedores
concorrentes;
• níveis baixos e ruins de serviço geram diminuição nas vendas;
• compradores são sensíveis aos níveis de serviço que recebem de seus fornecedores;
• melhores níveis de serviço podem significar menores custos de estoque;
• níveis de serviço adequados, combinados para o cliente, de maneira balanceada com preço,
qualidade são armas importantes para a competitividade da empresa; entre outros.

O baixo Nível de Serviço resulta em prejuízo para a organização. Por isso, é importante encontrar um
equilíbrio saudável, entre custo e um bom nível de serviço. A organização deve procurar uma boa relação
entre custo x nível de serviço, para isso deve-se considerar as necessidades de serviço dos clientes, que
devem ser satisfeitas dentro de limites negociáveis de custo, ou seja, no melhor custo benefício do serviço
x lucro gerado, e quando o nível de serviço já se encontrar em patamares elevados, suas melhorias são
mais caras e devem ser analisadas, quanto a serem ou não implementadas.

Aquisição de Recursos Materiais e Patrimoniais

O Governo Federal utiliza o seu poder de compra para incentivar diversos setores da economia
brasileira. A política de fornecimento de bens e serviços por Micro e Pequenas Empresas e a aquisição
de itens sustentáveis são exemplos de como o governo direciona recursos para áreas estratégicas para
o desenvolvimento do país. Por meio da atuação da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI) são disponibilizados sistemas para realização e acompanhamento de compras eletrônicas,
cadastro de fornecedores e diversas informações sobre licitações, contratações, processos de aquisições
de bens e passagens e diárias da Administração Pública Federal.
A administração pública busca “imitar” ou seguir os êxitos da administração privada, para aperfeiçoar
seus mecanismos de gestão. Na administração pública, a aquisição de materiais segue a Lei 8.666 de
1993, mas, antes de apresentá-la, estudaremos a aquisição de recursos materiais e patrimoniais em um
contexto geral. Esclarecemos que os termos “compra” e “aquisição” possuem o mesmo significado.

Gestão de compras de recursos materiais24


A gestão de compras é muito importante, pois pode criar vantagens competitivas. Comprar significa
procurar e providenciar a entrega de materiais, suprimentos e máquinas, dentro da qualidade especificada
e no prazo pedido a um preço justo, para a manutenção, a expansão e o funcionamento da empresa.
A função compras “assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do
volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez para trás a visão
preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um centro
de lucros”.
Como a função compras exerce uma grande influência sobre os lucros da organização, a
responsabilidade de comprador consiste em comprar materiais com qualidade correta, na quantidade
certa, no instante certo e ao preço correto, da fonte certa, para entrega no local correto. Dessa forma, a
compra tem em vista responder às necessidades da empresa, para esta obter lucros. Por esse motivo,

23
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Logística Empresarial. Editora Bookman Companhia Ed, 2006.
TCHAMO, Joaquim Eugênio. Administração de Bens Materiais e Patrimoniais na Universidade Pedagógica de Maputo (Moçambique) –
24

Um Estudo de Caso / Joaquim Eugênio Tchamo – Piracicaba, São Paulo, 2007.

. 90
1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
os materiais comprados têm enorme impacto nos lucros das empresas mesmo nas manufatureiras
automatizadas, conferindo à atividade de compras uma importância crescente.
Os materiais adquiridos devem ser compatíveis com as necessidades de produção e da
competitividade, considerando o papel que estes exercem no custo total da produção.
Qualquer atividade industrial necessita de matérias-primas, componentes, equipamentos e serviços
que possa operar. Em todo sistema empresarial, para se manter um volume de vendas e um perfil
competitivo no mercado e, consequentemente, gerar lucros satisfatórios, a minimização de custos deve
ser perseguida e alcançada, principalmente os que se referem aos materiais utilizados, já que
representam uma parcela por demais considerável na estrutura de custo total.
Para as organizações não manufatureiras a administração de compras exerce uma grande importância
no controle financeiro, considerando que” os órgãos públicos estão cada vez mais trabalhando com
menos dinheiro, o que significa esforços extenuantes para reduzir custos por meio de compras mais
eficazes [...] a tarefa do executivo responsável por esses serviços é atender às demandas exigidas dentro
das restrições orçamentárias”. Desse modo, é importante que o gestor área de compras desempenhe a
sua função consciente de que faz parte do sistema empresa e das elevadas somas envolvidas no
investimento em bens públicos, de modo a dar uma resposta positiva ao público consumidor dos serviços.
A função compras ou suprimentos para uma organização de prestação de serviços, tem a missão de
proporcionar ao cliente final, a garantia de que este irá receber o produto final de acordo com as suas
expectativas.
Na Administração Pública, a Administração de Recursos Materiais pode ser definida como um conjunto
de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir
as diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
Tais atividades abrangem aquisição, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o registro, o
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc.
Visa gerenciar de maneira eficaz os recursos do processo produtivo, indo além de um simples controle
de estoques, envolvendo um vasto campo de relações que são interdependentes e que precisam ser bem
geridos para evitar desperdícios.

Por isso, para um desempenho adequado e eficiente do gestor de compras é necessário que se
perceba no seio organizacional que este exerce uma ligação vital entre a empresa e os fornecedores. Por
esse motivo, os gestores de compras realizarem suas atividades de maneira eficaz “precisam
compreender em detalhe tanto as necessidades de todos os processos da empresa que estão servindo,
como as capacitações dos fornecedores [...] que potencialmente podem fornecer produtos e serviços para
a organização”.
(...) o departamento de compras desempenha um papel fundamental na realização dos objetivos
estratégicos da empresa [...] a missão do departamento de compras é perceber as prioridades
competitivas necessárias para cada produto/serviço importante (baixos custos de produção, entregas
rápidas e no tempo certo, produtos/serviços de alta qualidade e flexibilidade) e desenvolver planos de
compras para cada produto/serviço importante que sejam coerentes com as estratégias de operações.
Desta visão, entende-se que a função compras deve ser manejada de forma a manter os estoques
equilibrados para responder às necessidades da empresa. À área de compras também compete o
cuidado com os níveis de estoque da empresa, pois, embora altos níveis de estoque possam significar
poucos problemas com a produção, acarretam um custo exagerado para sua manutenção. Esses altos
custos para mantê-los são resultantes de despesas com o espaço ocupado, custo do capital, pessoal de
almoxarifado e controles [...] Baixos níveis de estoque, por outro lado, podem fazer com que a empresa
trabalhe num limiar arriscado, onde qualquer detalhe, por menor que seja, acabe prejudicando ou parando
a produção. Neste sentido, e com vista a responder ao controle de estoques na organização, a função
compras deve alcançar as seguintes metas/objetivos fundamentais.
a) permitir continuidade de suprimentos para o perfeito fluxo de produção;
b) coordenar os fluxos com o mínimo de investimentos em estoques e adequado cumprimento dos
programas;
c) comprar materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro das especificações predeterminadas
em qualidade, prazos e preços;
d) evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e percepção do mercado;
e) permitir à empresa uma posição competitiva, mediante negociações justas e credibilidade;
f) manter parceria com os fornecedores para crescer junto com a empresa.

Slack et al. (1997), define cinco objetivos, também denominados “os cinco corretos de compras”.

. 91
1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
OBJETIVO DESCRIÇÃO
(...) Historicamente este objetivo de compras tem sido enfatizado tanto na
teoria como na prática de compras. Boa parte da qualificação profissional do
pessoal de compras esteve ligada tradicionalmente à capacidade de
Comprar ao preço correto negociação com fornecedores de modo a assegurar o melhor acordo de preço.
[...] A razão para esta ênfase no “custo Correto” é compreensível, pois as
compras têm um impacto bastante significativo nos custos de qualquer
operação.
Comprar no momento correto e na quantidade correta pode ter impactos no
desempenho da empresa em termos de velocidade de entrega, confiabilidade
de entrega e flexibilidade. [...] Entretanto, a função de compras também deve
lidar com algumas características do mercado fornecedor que podem afetar
as decisões de quantidade e momento de compra. Por exemplo, compras
internacionais que envolvem transporte marítimo podem requerer que os
Comprar para entrega no
pedidos sejam colocados dois meses antes, [...] alguns produtos agrícolas têm
momento correto e, na que ser comprados e colhidos no exato momento em que se tornam maduros.
quantidade correta Contudo, quer as decisões de quantidade e momento de compra sejam
determinadas através de previsão de demanda futura, avaliação de
quantidade econômica de compra ou características do produto ou mercado,
a função compra sempre estará envolvida: normalmente através da geração
da ordem que irá autorizar os fornecedores a fornecer na quantidade e no
memento necessários.
Comprar produtos e serviços na qualidade correta tem efeitos significativos no
desempenho da empresa em conseguir alcançar uma vantagem em termos
de qualidade; além disso, a Qualidade também afetará a velocidade do
fornecimento e a confiabilidade. Serviços ou materiais de confiabilidade ruim
podem atrasar a entrega dos produtos ou serviços finais ao cliente. De forma
similar, falha na qualidade de produtos ou serviços comprados também irá
Comprar na qualidade
aumentar os custos. [...] Programas de garantia de qualidade de fornecimento
correta monitoram e aprimoram os níveis de qualidade do fornecedor [...] Os
fornecedores podem ter sua qualificação certificada, garantindo que seus
sistemas e processos estão em conformidade com normas internacionais,
como o ISO 9000 ou a BS5750. Mediante essa certificação, os compradores
podem ao menos ter a confiança de que os sistemas dos fornecedores são
capazes de fornecer boa qualidade de produtos e serviços
Numa primeira análise, parece importante considerar se a fonte dos produtos
ou serviços vai influenciar o preço, a qualidade ou a entrega. Contudo, a
Compra da fonte correta pessoa de compras pode por vezes escolher comprar de uma fonte específica
devido a seu potencial atual ou futuro, em vez de considerar os benefícios
diretos e imediatos.

A complexidade da função de compras e de sua estruturação é proporcional ao tamanho da empresa.


O seu gestor responde por deveres administrativos e executivos, por isso, “é responsável pelo perfeito
relacionamento com as empresas fornecedoras e com as exigências operacionais dos demais
departamentos da organização”.

Atividade Especificações
Informação Básica Controle e registro de fornecedores
Controle e registro de compras
Controle e registro de preços
Controle e registro de especificações
Controle e registro de estoques
Controle e registro de consumo
Controle e registro de catálogos
Controle e registro econômicos
Pesquisa de Suprimento Estudo de mercado
Especificações de materiais
Análise de custos
Análise financeira
Desenvolvimento de novos fornecedores
Desenvolvimento de novos materiais

. 92
1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
Qualificação de fornecedores
Administração de Materiais Garantir atendimento das requisições
Manutenção de estoques
Evitar excesso de estoques
Melhorar giro de estoques
Garantir transferência de materiais
Padronizar embalagens
Elaborar relatórios
Sistema de Aquisição Negociar contratos
Efetivar as compras
Analisar cotações
Analisar requisições
Analisar condições de contratos
Verificar recebimento de materiais
Conferir fatura de compra
Contatar vendedores
Negociar redução e preços
Relacionamento interdepartamental
Ações Diversas Dispor de materiais obsoletos
Projeções de custos
Comparações de materiais
Manter relações comercias de confiabilidade
Atividades Partilhadas com outros setores
Padronização
Normatização
Projetos de Produção
Controle de estoques
Testes de novos produtos
Diretrizes de reciprocidade
Especificação de fornecedores
Definir em comprar ou fabricar
Contatar seguros e sistemas de transportes

Fonte: Adaptado in POZO, 2001, Pp. 142-144

Para o efeito, no desenvolvimento das suas funções, o gestor de compras deve ter em conta que a
sua atividade requer o desenvolvimento da pesquisa do mercado, como uma das atividades básicas, pois,
(...) a busca e a investigação estão vinculadas diretamente às atividades básicas de compras: a
determinação e o encontro da qualidade certa, a localização de uma fonte de suprimento, a seleção de
um fornecedor adequado, o estudo para determinar se o produto deve ser fabricado ou comprado, o
estabelecimento de padrões e análises de valores são exemplos de pesquisa.

Relações entre o Setor de Compras e os Outros Setores

Administração de Vendas
A área de vendas envia o pedido para este setor, que mantém contato constante e direto com os
clientes, informando a situação dos pedidos

Planejamento e Controle da Produção


Planejamento do sistema produtivo mediante informações de administração de vendas e programação
das necessidades baseando-se nos inventários.

Materiais
É a área que administra os materiais na organização e informa a situação dos estoques e os
recebimentos dos pedidos de compras em andamento.

Transportes
Situação dos fretes e posicionamento dos materiais em trânsito, negociação de redução de custos e
recebimentos e distribuição e principalmente a otimização das entregas aos clientes.

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Produção
Atendimento às necessidades de programa de produção, materiais auxiliares necessários,
relacionamento de benefícios comuns e globais da empresa. É o setor que produz a necessidade do
mercado.

Qualidade
Definições dos parâmetros de qualidade e performance dos materiais comprados e confirmação destas
especificações. Desenvolver conjuntamente novos fornecedores e avaliar periodicamente os atuais

Finanças
Avaliação das condições econômicas e contábeis dos contratos e das compras. Elaboração de
informes contábeis para análise de estoques, compras, prazos e rentabilidade dos produtos envolvidos
nas transações de compras e vendas.
A pesquisa que ocorre no setor de compras tem em vista suprir com informações e orientações aos
outros setores interessados, sendo este campo dividido em áreas distintas, das quais se pode destacar:
Estudos dos materiais, a análise econômica, a análise de fornecedores, a análise do custo e do preço, a
análise das embalagens e transporte e a análise administrativa. Para além destes estudos, deve se ter
em conta que o sistema de compras gera informações úteis para outros setores e estes também fazem-
no de forma recíproca.

O outro problema inerente à função compra é decisão de comprar ou alugar um bem patrimonial, como
veículo, avião, edifício ou equipamento. Uma das modalidades mais frequentes é o leasing, que
geralmente está ligado a um banco, em que “o cliente (arrendatário) escolhe o bem, a empresa de leasing
(arrendador) adquire o bem escolhido junto ao fornecedor e o aluga ao cliente. Dependendo da forma do
contrato, o cliente, ao encerramento do prazo contratual, poderá exercer o direito de compra do bem em
pauta”.
A função compras é de extrema importância para o sucesso do sistema empresa, sendo por isso uma
área que vem conhecendo um acentuado aprimoramento, principalmente na era atual caracterizada por
acirrada concorrência e pela globalização do mercado. É neste sentido, que é uma área que conta muito
com o auxílio das novas tecnologias de informação para o seu funcionamento.

Gestão de compras de recursos patrimoniais25


Os recursos patrimoniais ou ativos imobilizado constituem-se em elementos que são primordiais para
as operações tanto de uma organização produtora de bens como a de prestação de serviços. E são
determinantes para o sucesso operacional da organização, merecem, portanto, uma atenção especial.
De acordo com a sua complexidade e tamanho, as organizações fazem transações constantes dos seus
bens patrimoniais por meio de aquisições, vendas ou troca de bens com vista a otimizar a sua prestação,
procurando no entanto a satisfação dos seus clientes internos e externos. Como consequência, “as
empresas costumam fazer uma série de investimentos em longo prazo, mas o investimento mais comum
em uma empresa industrial é em ativos imobilizados, os quais incluem imóveis (terrenos), instalações e
equipamentos”, sendo sua gestão fundamental para a vida organizacional.
Os recursos patrimoniais são “todos os bens necessários para a empresa operar, criar valor e
proporcionar satisfação ao cliente”. O ativo imobilizado é “todo o ativo de natureza relativamente
permanente, que é normalmente mantido na empresa para a utilização na produção de mercadorias ou
prestação de serviços”.
Os recursos patrimoniais são “recursos que a empresa utiliza na consecução de seu objetivo social,
utilizados nas operações do dia-a-dia, mas que são adquiridos esporadicamente, como instalações,
máquinas, equipamentos, terrenos, prédios e galpões”.
Por administração de recursos patrimoniais entende-se como “sequência de operações que, assim
como a administração dos recursos materiais, tem início na identificação do fornecedor, passando pela
compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção ou, quando for o
caso, alienação”.
Considerando que recursos corresponde a “tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riqueza,
no sentido econômico”, ou seja, geradores de lucros para empresa e por isso “muitas vezes são
denominados de ativos rentáveis, porque geralmente fornecem a base para a geração de lucro e valor à
empresa”.

25
ADMINISTRAÇÃO DE BENS MATERIAIS E PATRIMONIAIS NA UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO (MOÇAMBIQUE) – UM
ESTUDO DE CASO. Disponível em: https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/GAQJKEYBITJS.pdf

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Os recursos patrimoniais têm essa particularidade de base de produção porque eles, de acordo com
devem:
¾ Ter natureza relativamente permanente;
¾ Ser utilizado na operação do negócio;
¾ Não ser destinado à venda.
Nesse contexto, diferentes das mercadorias, materiais de produção ou suprimentos, os bens de capital
não são comprados para as necessidades correntes, para uso a curto prazo, mas para exigências a longo
prazo, para ser utilizados na produção de bens ou serviços. Como regra geral, os bens de capital têm
vida útil muito superior a um ano
Administração de recursos patrimoniais deve prestar atenção no estado de cada um dos elementos
que fazem parte desse grupo de recursos, pois estes são determinantes para as operações da empresa.
Nesta ótica, após a implantação de uma instalação ou da montagem de equipamento é necessário
“administrá-lo da melhor forma possível, pois são fatores de produção e, portanto, devem contribuir para
o resultado operacional da empresa”. Ou seja, verificar se estão sendo operados de forma econômica e
se a sua manutenção está sendo realizada de acordo com as recomendações.
Esta análise permite visualizar se os equipamentos ou instalações já atingiram o limite da sua vida
econômica e se há necessidade de substituí-los por outros e ao mesmo tempo ver até que ponto a
manutenção preventiva é eficiente na redução dos custos com as paradas do equipamento, porque é
necessário ter-se em conta que (...) a gestão operacional dos imobilizados tem como foco central a
verificação periódica da capacidade de geração de serviços dos Ativos Fixos e dos custos reais de operá-
los. Esta verificação se dá em termos de comparação com os serviços e custos esperados pelo
equipamento, mensurados quando da decisão inicial de investir nos equipamentos.
Por esse motivo que “as organizações, em face de suas complexidades e tamanho, transacionam
constantemente seus recursos patrimoniais, ora adquirindo, ora vendendo, ou trocando-os. Fator que
também interagem com as necessidades de recursos patrimoniais é o sistema de produto ou serviços
produzidos”. Ou seja, com a constante evolução dos equipamentos aliada à robótica, as organizações
precisam estar em constante alerta quanto à modernização de seus equipamentos para não perderem
para a concorrência. Tendo-se em conta a especificidade de cada organização, é necessário fazer-se a
distinção do que são bens patrimoniais, porque o que é imobilizado para uma organização pode não ser
para outra, dependendo da área em que cada uma opera. É nesta ótica que Francischini e Gurgel fazem
algumas distinções:
¾ terrenos e edifícios de uma empresa imobiliária não são ativos imobilizados, pois, destinam-se à
venda;
¾ veículos são considerados ativos imobilizados numa empresa de transporte, mas não para a
indústria automobilística, pois destinam-se à venda;
¾ as máquinas e as prensas de uma montadora são consideradas ativo imobilizado, não o sendo,
porém, para os fornecedores desse tipo de equipamento.
A aquisição dos bens patrimoniais é um processo complexo e precisa de um bom planejamento para
puder responder às necessidades do projeto. Por esse motivo, em geral pode conhecer duas etapas,
sendo a primeira durante a implantação do projeto inicial do negócio e a segundo quando a empresa é
ampliada ou quando há troca de recursos. Para a aquisição dos bens patrimoniais há necessidade de
elaboração de um planejamento em que estejam envolvidas todas as necessidades e de acordo com a
capacidade financeira da empresa.
(...) a primeira etapa é elaborada em um projeto amplo, que envolve todas as necessidades iniciais da
empresa e os bens são adquiridos em uma só vez ou dentro de um planejamento financeiro para que em
determinado período a empresa tenha todos os recursos patrimoniais necessários para iniciar sua
operação. [...] A etapa que se refere à ampliação ou substituição sempre deverá estar subordinada a um
planejamento estratégico e fundamentada em uma projeção de retorno de investimento para sua
aprovação e garantia de sucesso.

Atributos para Classificação de Materiais Permanentes e de Consumo.

Existem diversos tipos de recursos em uma organização, como recursos financeiros, recursos
humanos, recursos tecnológicos etc. Quando falamos de recursos materiais, estamos nos referindo aos
elementos físicos que são utilizados pela empresa na sua atuação.
Assim sendo, a gestão de materiais engloba o planejamento, a execução e o controle de todas as
atividades que possibilitam o adequado suprimento para a organização desses recursos materiais

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necessários ao seu funcionamento. De acordo com Viana26, a administração de materiais é, “o
planejamento, a coordenação, a direção e o controle de todas as atividades ligadas à aquisição de
materiais para a formação de estoques, desde o momento de sua concepção até seu consumo final”.
A Administração de Materiais é fundamental em qualquer entidade pública e privada, pois é através
dela que a organização adquire os insumos de que necessitará para produzir um produto ou fornecer um
serviço.
A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital investido. Espera-se então, que
o dinheiro que está investido em estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das
vendas. Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados; evitar a formação
de estoques ou tê-los em número reduzidos de itens e em quantidade mínimas, sem que em
contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a
administração de materiais visa solucionar.
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios
internos da empresa, minimizando as necessidades de capital investido. A grande questão é poder
determinar qual a quantidade ideal de material em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de não
poder satisfazer a demanda serão os menores possíveis.

Para Viana, um bom método de classificação deve ter algumas características:

Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir apenas materiais para
serem classificados;
Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação de modo que se obtenha
ampla visão do gerenciamento do estoque;
Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.

Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie os vários tipos
de classificação.

Tipos de Classificação27

Segundo Viana, existem 8 principais tipos de classificação de materiais. São eles:

• Por tipo de demanda


• Materiais Críticos
• Perecibilidade
• Quanto à periculosidade
• Possibilidade de fazer ou comprar
• Tipos de estocagem
• Dificuldade de aquisição
• Mercado fornecedor

Por tipo de demanda

Essa classificação é bastante usada nas empresas e se subdivide em materiais de estoque e materiais
não de estoque.

- Materiais de estoque
São materiais que devem existir em estoque e para os quais são determinados critérios e parâmetros
de ressuprimento automático, com base na demanda e na importância para a empresa.

- Materiais não de estoque


São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros para
ressuprimento automático. A aquisição desses materiais somente é feita por solicitação direta do usuário,
na oportunidade em que se constata a necessidade deles. Devem ser comprados para utilização imediata
e são debitados no centro de custo de aplicação.

Quanto à aplicação:

26
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
27
MACIEL, P. O. Classificação de materiais. 2011. Disponível em: <http://oadministradormoderno.blogspot.com.br/2011/11/classificacao-de-
materiais.html>. Acesso em: 12 mai. 2015.

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Materiais produtivos - ligado direta ou indiretamente ao processo de fabricação.
• Matéria-prima - materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do
processo produtivo da empresa.
• Produtos em fabricação - são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo da
empresa.
• Produtos acabados - produtos já prontos para comercialização.
• Materiais de manutenção - materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados em
manutenção.

Materiais improdutivos - qualquer material não incorporado às características do produto fabricado.


Ex.: materiais para limpeza, de escritório.

Materiais de consumo - materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados em diversos


setores da empresa, para fins que não sejam de manutenção.
Materiais Críticos

São aqueles materiais de reposição específica de um equipamento ou de um grupo de equipamentos


iguais, cuja demanda não é previsível e cuja falta causa grande risco às empresas. Classificação muito
utilizada por indústrias. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer
estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínima.

Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios:


• Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta no mercado;
estratégico e de difícil obtenção ou fabricação.
• Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de
transporte.
• Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade,
elevado peso ou grandes dimensões.
• Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso
• Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da
produção.

Perecibilidade

Não só a deterioração das propriedades físico-químicas dos materiais influem nesse tipo de
classificação, como também a ação do fator tempo.
Dessa forma, quando a empresa adquire determinado material para ser utilizado em data oportuna, e,
se por ventura não houver mais consumo, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza
a estocagem por longos períodos.
Alguns materiais apresentam recomendações quanto à sua preservação e sua adequada embalagem,
como forma de proteção contra a umidade, oxidação, poeira, choques mecânicos, pressão, etc.
Quanto à perecibilidade os materiais podem ser classificados em:
- Perecíveis;
- Não perecíveis.

Os materiais perecíveis podem ser classificados:

- Pela ação higroscópica – materiais que possuem grande afinidade com a água (vapor d´água).
Ex.: sal marinho, cal virgem etc.;

- Pela limitação do tempo – materiais com prazo de validade. Ex.: remédios, alimentos etc;

- Instáveis – produtos sujeitos a reações químicas. Ex.: peróxido de éter, óxido de etileno etc;

- Voláteis – produtos que se evaporam naturalmente. Ex.: amoníaco;

- Por contaminação pela água – materiais que se degradam pela adição de água. Ex.: óleo para
transformadores;

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- Por contaminação por partículas sólidas – materiais que perdem suas propriedades físicas ou
químicas se contaminados por partículas sólidas. Ex.: graxas;

- Pela ação da gravidade – materiais que se deformam se estocados incorretamente. Ex.: eixos de
grande comprimento;

- Pela queda, colisão ou vibração – materiais de grande sensibilidade ou fragilidade. Ex.: vidros,
cristais, instrumentos de medição etc.;

- Pela mudança de temperatura – materiais que perdem suas características se mantidos em


temperaturas diferentes da requerida.
Ex.: selantes para vedação, anéis de vedação de borracha, etc.;

- Pela ação da luz – materiais que se degradam pela incidência direta da luz. Ex.: filmes fotográficos;

- Por ação de atmosfera agressiva – materiais que sofre corrosão quando em contato com atmosfera
com grande concentração de gases ou vapores (de água ou ácidos);

- Pela ação de animais – materiais sujeitos ao ataque de insetos ou outros animais, durante o estoque.
Ex.: grãos, madeiras, peles, etc.

A adoção da classificação por perecimento permite:


a. Determinar lotes de compras mais racionais;
b. Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem;
c. Selecionar adequadamente os locais de estoque, utilizando técnicas adequadas de manuseio e
transporte de materiais.

Quanto à periculosidade

A adoção dessa classificação visa à identificação de materiais, como, por exemplo, produtos químicos
e gases, que, por suas características físico-químicas, possuam incompatibilidade com outros,
oferecendo riscos à segurança. Essa classificação é útil para o manuseio, transporte e armazenagem
desses materiais.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Norma NBR-7502, aborda o
transporte de cargas perigosas e a Norma P-NB-98 classifica os líquidos inflamáveis.

Possibilidade de fazer ou comprar

Essa classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabricados
internamente ou comprados. A recuperação de um material deve ter custo inferior à compra de um novo
item.
Material que após a sua utilização passou por um processo de beneficiamento, permitindo a sua
reutilização sem que suas qualidades originais fossem diminuídas.
a. Fazer internamente – materiais que são fabricados na empresa;
b. Comprar – são materiais que devem ser adquiridos no mercado, para os quais não há a
possibilidade de fabricação na empresa;
c. Decidir por fazer ou comprar – são materiais que estão sujeitos à análise de fazer internamente
ou comprar;
d. Recondicionar – materiais passíveis de recuperação que devem ser recondicionados após
desgaste e uso, não devendo ser comprados nem feitos internamente.

Tipos de estocagem

- Estocagem permanente – materiais com ressuprimento constante do estoque (renovação


automática), devendo sempre existir saldo no almoxarifado;

- Estocagem de consumo – são materiais de utilização imediata, ou seja, de não estoque, que ficam
estocados no almoxarifado somente até a sua utilização.

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Dificuldade de aquisição

As dificuldades na obtenção de materiais podem provir de:


• Fabricação especial: envolve encomendas especiais, com cronogramas de fabricação longos e
acompanhamentos e inspeções nas diversas fases da fabricação;
• Escassez: há pouca oferta no mercado, o que pode comprometer a produção;
• Sazonalidade: a oferta sofre alterações durante o ano;
• Monopólio ou tecnologia exclusiva: há um único fornecedor;
• Logística sofisticada: transporte especial, ou difícil acesso para a retirada ou entrega;
• Importações: dependem da liberação de verbas ou financiamentos externos.

Quanto à dificuldade de aquisição os materiais podem ser classificados em:


• Fácil aquisição
• Difícil aquisição

A classificação “dificuldades de aquisição” proporciona alguns benefícios à organização:


• Dimensionar os níveis de estoque;
• Fornecer subsídios aos gestores de estoque para a seleção do método a ser adotado para o
ressurgimento;
• Propiciar maior experiência aos compradores em materiais com maior grau de dificuldade;
• Propicia maior experiência, pois tais materiais necessitam de ações ágeis e prioritárias.

Mercado fornecedor

• Mercado nacional: materiais fabricados no próprio país;


• Mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país;
• Materiais em processo de nacionalização: materiais para os quais se estão desenvolvendo
fornecedores nacionais.

Metodologia de cálculo da curva ABC

A Classificação ABC (também denominada Curva de Pareto) é utilizada no planejamento e controle


de estoques, e é baseada no princípio de que a maior parte do investimento em materiais está
concentrada em um pequeno número de itens.
A Classificação ABC permite identificar aqueles itens em estoque que necessitam de atenção maior
em razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque.
A importância da Classificação ABC reside no fato de que em um estoque com milhares de itens é
inviável dar a mesma atenção a todos os itens, por isso identificar o valor ou importância dos principais
itens facilita a gestão de estoque.
Na Classificação ABC, os itens são divididos em três classes:

1. Classe A: pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor total dos
estoques. Justificam procedimentos meticulosos no seu dimensionamento e controle (mais
importantes).
2. Classe B: são itens intermediários entre as classes A e C. Os procedimentos de dimensionamento
e controle não precisam ser tão meticulosos (importância intermediária).
3. Classe C: são itens de menor importância, que não justificam procedimentos rigorosos de
dimensionamento e controle, devendo predominar a adoção de estoques elevados (pouco importantes).
A Classificação ABC pode ser feita de diversas formas, mas a mais difundida e assimilada é a que
considera o valor de custo da demanda anual de cada material em estoque.

Os elementos necessários para que a classificação possa ser feita são:


1. Relação de todos os materiais em estoque;
2. Preço unitário de aquisição de cada material;
3. Demanda ou consumo anual de cada material;
4. Montante do capital investido no exercício para a aquisição desses materiais.

Com esses elementos, é possível calcular o valor do consumo anual, a relação de materiais em
ordem decrescente de capital investido e a relação de valores acumulados de capital investido.
Dessa forma, procede-se listando todos os itens que estão em estoque durante um determinado
período de tempo. Para cada linha de produto, insira as seguintes colunas: descrição, preço unitário,
quantidade e valor total (preço unitário X quantidade).

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Inclua uma nova coluna para classificar os itens pelo valor total, em ordem numérica. Em seguida,
utilize essa coluna para reorganizar os produtos de acordo com seu valor total, em ordem decrescente.
Adicione outra coluna para inserir o valor total acumulado, ou seja, o valor do produto em questão
somado ao valor de todos os itens anteriores.

Por último, inclua uma coluna extra para calcular a porcentagem que o valor de cada item representa
em relação ao valor total acumulado de todos os produtos. Com a planilha organizada desta forma,
você terá à sua disposição uma classificação para gerenciar os produtos de acordo com sua prioridade.
Ao somar a porcentagem de cada tipo de produto sobre o valor total acumulado, por exemplo, sua
empresa será capaz de identificar que itens deve controlar para gerenciar 80% do valor estoque (Classe
A). Esses itens deverão ser acompanhados de perto por seus funcionários e dispor de um estoque de
segurança reduzido.
Já os itens da classe C (5% do valor) podem ter controles mais simples e estoques de segurança
ampliados, enquanto a classe B (15% do valor) pode ter uma estratégia intermediária de
gerenciamento.

Dessa forma, as letras ABC servem para classificar cada grupo de item estocado, levando em conta
a quantidade armazenada e seu respectivo valor (custo):

A: são os itens de alta prioridade. Corresponde a 80% do valor do estoque distribuídos em 20% dos
itens;
B: são os itens intermediários. Representa 15% do valor disseminados em 30% dos itens;
C: são os itens de baixa prioridade. Condiz a 5% do valor partilhado em 50% das mercadorias.

A classificação ABC ou análise ABC é uma ferramenta muito utilizada na gestão de estoques. O uso
dessa ferramenta permite dar uma atenção especial no controle de acordo com a importância dos
produtos estocados, espaço de tempo e consumo, valor monetário e quantidade. Os itens da classe A
são classificados como itens responsáveis pela alta participação no valor total dos estoques, conforme
alternativa A). Os itens da classe B são intermediários entre as classes A e C, os procedimentos de
dimensionamento e controle não precisam ser meticulosos e seu método pode variar. Os itens C são de
menor importância, que não justificam procedimentos.

Questões

01 (ANATEL - Técnico Administrativo - CESPE/2014) No que se refere a compras de recursos


materiais, julgue os itens subsecutivos.
É desnecessária aos profissionais que atuam na área de compras a aquisição de conhecimentos
amplos das características dos produtos, ou das fases de fabricação dos itens comprados.
( ) Certo ( ) Errado

02 (Petrobras - Técnico de Administração e Controle - CESGRANRIO/2015) A área de compras


tem um papel importante na lucratividade da empresa porque
(A) realiza a aquisição de matéria-prima de acordo com o agendamento estabelecido pelo fornecedor
(B) maximiza as compras e a capacidade de armazenamento da empresa, reduzindo a demanda de
fornecedores

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(C) mantém inventários para avaliação das quantidades e conservação dos materiais estocados na
empresa
(D) define a catalogação e especificação dos materiais que compõem o estoque para alimentar a
produção
(E) seleciona os fornecedores de acordo com as necessidades da empresa em termos materiais e
financeiros.

03 (Prefeitura de Caieiras/SP - Assistente de Patrimônio e Estoque - VUNESP/2015) O conceito


da Administração de materiais, no sistema de Gestão de Patrimônio e Estoque na Administração Pública,
é
(A) um conjunto de ações destinadas a assegurar a aquisição, os registros e controles das atividades
relacionadas com o emprego, a movimentação e a destinação dos diversos materiais.
(B) a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, matérias-
primas e outros itens empregados ou passíveis de empregos nas atividades dos órgãos, autarquias e
fundações do Poder Executivo.
(C) um controle exercido pelo cidadão e associações representativas da comunidade, mediante amplo
e irrestrito exercício do direito de petição perante qualquer órgão do poder e entidade da Administração
pública
(D) o processo pelo qual se obtém ou se consegue um material ou bem, seja de natureza industrial,
comercial ou prestação de serviços.
(E) a atividade ou função administrativa que compreende trocar dinheiro por mercadoria.

04. (Petrobras - Técnico de Administração e Controle Júnior – CESGRANRIO/2011) A função de


compras de uma empresa tem grande importância para a administração, em especial para a
administração pública. São objetivos típicos da função de compras, EXCETO o de
(A) obter serviços e mercadorias na quantidade e qualidade necessárias.
(B) obter serviços e mercadorias ao menor custo possível.
(C) garantir a entrega do produto ou serviço por parte do fornecedor.
(D) garantir a armazenagem correta dos produtos.
(E) desenvolver novos fornecedores.

05. (UFF - Assistente de Administração – COSEAC/2014) Nos termos de J. R. Tony Arnold, obter
mercadorias e serviços na quantidade e com a qualidade necessárias, garantir o melhor serviço possível
e pronta-entrega por parte do fornecedor e desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e
desenvolver fornecedores potenciais são objetivos da função de:
(A) relações públicas.
(B) estoques.
(C) inventário.
(D) compras.
(E) recursos humanos.

06. (Banco Central do Brasil - Técnico - Área Suporte Administrativo ∙ Médio - CESPE/2013)
Acerca da função armazenagem, julgue os itens subsecutivos. A classificação é o processo de
aglutinação de materiais por características semelhantes, no qual são utilizados os critérios de
abrangência, flexibilidade e praticidade.
( ) Certo ( ) Errado

07. (Fundação Universidade de Brasília - Administrador – CESPE/2013) Com relação a


recebimento e armazenagem de material, julgue os itens a seguir. No ato do recebimento, são realizadas
obrigatoriamente duas conferências: uma dos materiais e outra da documentação.
( ) Certo ( ) Errado

08. (CÂMARA DOS DEPUTADOS - TÉCNICO EM MATERIAL E PATRIMÔNIO – CESPE/2012) Com


relação a recebimento e armazenagem, julgue os próximos itens. A armazenagem por frequência é o
critério mais indicado para se obter o aproveitamento mais eficiente do espaço.
( ) Certo ( ) Errado

09. (ANP – Analista Administrativo – CESPE/2013) No que se refere à administração financeira de


empresas, julgue os itens a seguir.

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O método da curva ABC baseia-se no diagrama de Ishikawa para criar uma graduação que prioriza o
controle dos itens mais significativos do estoque.
( ) Certo ( ) Errado

10. (BRDE - Analista de Projetos – Engenharia – FUNDATEC/2015) A curva ABC é uma ferramenta
utilizada para administração e tomada de decisões, sendo muito adotada em orçamento de obras e
também em controle de estoques, pois tende a facilitar o entendimento de quais itens são os mais
significativos em um empreendimento ou negócio. Assinale, nas alternativas abaixo, outra forma de se
referir à citada ferramenta.

(A) Gráfico de Pareto.


(B) Plano 5W2H.
(C) Diagrama de Ishikawa.
(D) Histograma de frequências.
(E) Seis Sigma.

11. ( CADE – Agente Administrativo – CESPE/2014) A utilização do sistema ABC, também


denominado de curva ABC, para o controle de estoques possibilita a priorização das ações de controle
em relação aos itens mais relevantes no processo produtivo de uma organização.
( ) Certo ( ) Errado

12. (CSM – Primeiro Tenente – Nutrição – MB/2014) Na curva ABC, utilizada para administração de
estoques, os itens classe A são aqueles que possuem:

(A) alto custo ou alto consumo.


(B) alto custo ou baixo consumo.
(C) baixo custo ou baixo consumo.
(D) baixo custo ou consumo intermediário.
(E) custo intermediário ou alto consumo.

Respostas

01. Resposta: Errado.


Os profissionais que atuam na área de compras, devem comprar para entrega no momento correto,
na quantidade correta e na qualidade correta. O que implica em conhecer as características dos produtos,
ou das fases de fabricação dos itens comprados.

02. Resposta: E.
Sabemos que muitas empresas buscam obter vantagens competitivas, ao gerenciar suas compras.
Por isso é indispensável selecionar os fornecedores de acordo com as necessidades da empresa em
termos materiais e financeiros.

03. Resposta: A.
Na Administração Pública, a Administração de Recursos Materiais pode ser definida como um conjunto
de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir
as diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
Tais atividades abrangem aquisição, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o registro, o
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc.
Visa gerenciar de maneira eficaz os recursos do processo produtivo, indo além de um simples controle
de estoques, envolvendo um vasto campo de relações que são interdependentes e que precisam ser bem
geridos para evitar desperdícios.

04. Resposta: D
De fato, a armazenagem dos produtos não faz parte do setor de compras de uma empresa. Existem
departamentos específicos responsáveis por esse serviço (almoxarifado, por exemplo). Todos os demais
são de responsabilidade do setor de compras de uma empresa.

05. Resposta: D

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1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
Esta é a descrição do objetivo primordial do setor de compras conforme visto anteriormente. os
objetivos básicos de uma Seção de Compras seriam, então:
a) Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produção.
b) Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que afete a
operacionalidade da empresa.
c) Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de quantidade e
qualidade definidos.
d) Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para empresa,
principalmente em condições de pagamento.

06. Resposta: Certo.


A classificação de materiais é o processo de aglutinação por características semelhantes, e determina
grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques.
Abrangência: cada classificação deve buscar abarcar um número considerável de materiais em função
de suas características. Em outras palavras, a classificação deve agrupar o maior número de itens em
função de suas propriedades.
Flexibilidade: A classificação também deve permitir o inter-relacionamento entre outras classificações,
permitindo uma visão ampla do gerenciamento de estoques.
Praticidade: A classificação deve ser direta e simples.

07. Resposta: Certo.


O recebimento de materiais não consiste somente no ato de descarregá-los e armazená-los em algum
lugar onde exista um espaço livre, para posterior utilização. As atividades de recebimento envolvem desde
a recepção do laterial na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. É de extrema importância
que sejam realizados os procedimentos de conferência antes de proceder ao recebimento definitivo.

08. Resposta: Errado.


A Armazenagem por frequência implica em armazenar tão próximo quanto possível da saída os
materiais que tenham maior frequência de movimento.

09. Resposta: Errado.


O método da curva ABC é baseada no diagrama de Pareto.

10. Resposta: A
A Classificação ABC também é denominada como Curva ou Diagrama de Pareto.

11. Resposta: Certo


As letras ABC servem para classificar cada grupo de item estocado, levando em conta a quantidade
armazenada e seu respectivo valor (custo):

A: são os itens de alta prioridade. Corresponde a 80% do valor do estoque distribuídos em 20% dos
itens;
B: são os itens intermediários. Representa 15% do valor disseminados em 30% dos itens;
C: são os itens de baixa prioridade. Condiz a 5% do valor partilhado em 50% das mercadorias.

12. Resposta: A
A: são os itens de alta prioridade. Corresponde a 80% do valor do estoque distribuídos em 20% dos
itens.

7. Ciclo PDCA: planejar, fazer, verificar, agir

Ciclo PDCA28

Também conhecida como Ciclo de Deming, o Ciclo PDCA foi idealizado por Walter A. Shewhart na
década de 1930 e mais tarde aplicado por Willian Edwards Deming no uso de estatísticas e métodos de

28 PACHECO, A. P. R. O CICLO PDCA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO: UMA ABORDAGEM SISTÊMICA. Universidade Federal de
Santa Cataria, 2015.

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1170717 E-book gerado especialmente para GLEDSON DOS SANTOS FERREIRA
amostragem, já em 1950. Tal ferramenta é a que melhor representava o ciclo de gerenciamento de uma
atividade e foi empregado com sucesso nas empresas japonesas para o aumento da qualidade de seus
processos.
Segundo Werkema29, o ciclo PDCA “é um método gerencial de tomada de decisões para garantir
o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.
Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos.
É uma metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico, análise e prognóstico de
problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de problemas. Poucos instrumentos
se mostram tão efetivos para a busca do aperfeiçoamento quanto este método de melhoria contínua,
tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas que agilizam a obtenção de melhores resultados com
a finalidade de garantir a sobrevivência e o crescimento das organizações.
Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de gestão
melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão do negócio.
Como a utilização do Ciclo PDCA está intimamente ligada ao entendimento do conceito de processo,
é importante que todos os envolvidos em sua aplicação entendam a visão processual como a identificação
clara dos insumos, dos clientes e das saídas que estes adquirem, além dos relacionamentos internos que
existem na organização
De maneira em geral, o Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação, em seguida tudo
o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a necessidade de checagem constante destas
ações implementadas. Com base nesta análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado, o
gestor começa então a implantar medidas para correção das falhas que surgiram no processo ou produto.
É importante lembrar que como o Ciclo PDCA é verdadeiramente um ciclo, e por isso deve “girar”
constantemente. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com as ações corretivas ao final do primeiro
ciclo é possível (e desejável) que seja criado um novo planejamento para a melhoria de determinado
procedimento, iniciando assim todo o processo do Ciclo PDCA novamente. Este novo ciclo, a partir do
anterior, é fundamental para o sucesso da utilização desta ferramenta.
A não execução de uma das etapas do ciclo pode comprometer seriamente o processo de melhoria
contínua. Por este motivo, essa ferramenta deve ser encarada como um processo contínuo em busca da
qualidade máxima requerida por um procedimento ou produto.
Como pode ser observado na própria nomenclatura e também na Figura a seguir, o Ciclo PDCA está
dividido em 4 fases bem definidas e distintas, conforme melhor detalhado a seguir, de acordo com o
CICLO PDCA

Figura: Ciclo PDCA.

• Ação Corretiva • Localizar


no insucesso problemas
• Padronizar e • Estabelecer
treinar no planos de ação
sucesso

Action Plan
Agir Planejar

Check Do
Checar Fazer
• Verificar • Execução do
atingimento de plano
meta • Colocar plano
• Acompanhar em prática
indicadores

29
WERKEMA, M. C. C. As ferramentas da qualidade no gerenciamento de processos. Belo Horizonte, MG: Editora de Desenvolvimento
Gerencial, 1995.

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Primeira Fase: P (Plan = Planejar)

Planejar significa estabelecer o que vai ser feito. É pensar antes de fazer. É decidir o que vai ser feito
amanhã. É enumerar, na véspera, todas as atividades. Todo e qualquer trabalho tem que ser planejado
para ser organizado. A improvisação é mãe da ineficácia.
Planejar é a primeira etapa do ciclo PDCA, mas por se tratar de um ciclo, essa etapa pode ser realizada
diversas vezes, mas, de qualquer forma, é nesta etapa em que o planejamento é realizado, para isso, são
realizadas atividades como levantamento de dados, elaboração de processos, controles, analises de
causas e efeitos, entre outros.
Esta fase é caracterizada pelo estabelecimento de um plano de ações e está dividida em duas etapas:
a) a primeira consiste em definir o que se quer, com a finalidade de planejar o que será feito. Esse
planejamento envolve a definição de objetivos, estratégias e ações, os quais devem ser claramente
quantificáveis (metas);
b) a segunda consiste em definir quais os métodos que serão utilizados para se atingir os objetivos
traçados.

O planejamento do ciclo PDCA pode conter as seguintes análises:


Qual é o problema/processo a ser trabalhado?
A definição do problema é extremamente importante, pois revelará o o objetivo do trabalho, ou seja,
onde você deseja chegar com o seu projeto ou na solução de um problema. Por isso, é imprescindível
ser o mais claro possível para facilitar os resultados.

Como chegar a este objetivo ou solucionar este problema?


Deve-se definir os recursos e métodos que serão empregados para solucionar os problemas, assim
como as metas, ou seja, os prazos para realizar as atividades.

Quais são as opções disponíveis e acessíveis a sua empresa para que você alcance o seu objetivo ou
resolva algum problema?
Deve-se analisar o que se tem disponível na empresa, recursos humanos, financeiros etc. e quais
recursos terão de serem alocados para realizar os objetivos ou solucionar problemas.
É importante lembrar que se deve ao menos considerar todas as opções antes de descartá-las.

Quais os melhores métodos para alcançar o objetivo ou resolver o problema?


Depois de listar as opções para a solução de problemas, é o momento de visualizar no PDCA quais
são as que melhor se adaptam a empresa.

No momento de decidir quais os melhores métodos para atingir os resultados, é interessante analisar
se as metas são para manter ou para melhorar alguma coisa, pois cada uma deve ter um procedimento
diferente.

Segunda Fase: D (Do = Executar)


Caracteriza-se pela execução do que foi planejado e, da mesma forma que a primeira fase, está
dividida em duas etapas:
a) Consiste em capacitar a organização para que a implementação do que foi planejado possa ocorrer.
Envolve, portanto, aprendizagem individual e organizacional;
b) Consiste em implementar o que foi planejado.

Mas, quais são os problemas que podem surgir na hora de colocar em prática o que foi planejado?

As maiores reclamações são com relação aos atrasos e retrabalho. Por isso, na hora da execução,
uma função administrativo muito importante é o controle, controlar, para seguir o cronograma, para ficar
dentro do orçamento e para fazer bem feito da primeira vez.

Trabalhar com objetivos de desempenho30 também pode ajudar:

30
MARQUES, F. H.; VIDAL, P. G. OBJETIVOS DE DESEMPENHO DE OPERAÇÕES E SUA INFLUÊNCIA NA COMPETITIVIDADE: A
IMPORTÂNCIA PARA AS EMPRESAS NO BRASIL REVISTA JOVENS PESQUISADORES. VOL. 8, N. 2 (15), JUL./DEZ. 2011.

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Qualidade: Slack et al. argumenta que qualidade é ‘fazer certo as coisas’, porém essas “coisas” variam
com o tipo do negócio. Qualidade é um objetivo que todas as operações devem zelar, afinal ela pode ser
um atrativo para que o consumidor retorne. A qualidade de um produto ou serviço é facilmente percebido
numa organização, visto que “é algo que o consumidor acha relativamente fácil de julgar numa operação”.

Rapidez: Segundo Slack et al. rapidez significa “quanto tempo os consumidores precisam esperar
para receber seus produtos e serviços”. Quanto mais rápido a disposição de um produto ao consumidor,
maior será a probabilidade de compra, “este é o principal objetivo da rapidez” entregar os bens e serviços
para o consumidor.

Confiabilidade: Para Slack et al. a confiabilidade se refere a entrega dos bens e serviços dentro do
prazo prometido. O consumidor só terá condições de julgar a confiabilidade de uma operação depois do
produto ser entregue.

Flexibilidade: Flexibilidade significa capacidade da organização em se adequar a uma nova operação.


Especificamente, a mudança necessária se refere a quatro tipos de exigências. Flexibilidade pode ser
dividida em quatro tipos:
Flexibilidade de produto/serviço: a capacidade da organização em oferecer novos produtos e serviços
aos seus clientes.
Flexibilidade de composto: Quando a empresa oferece uma gama de produtos e serviços ou um mix.
Flexibilidade de volume: quando a empresa tem a capacidade de alterar seu nível de produção dos
produtos ou serviços.
Flexibilidade de entrega: o cliente pode solicitar o adiantamento ou postergar o recebimento dos
produtos e serviços.

Custo: Para empresas em mercados que tem um forte apelo a preços baixos, o custo será seu
principal objetivo de produção. Mesmo aquelas outras em que o custo não é seu principal enfoque, elas
dão importância, visto que o dinheiro economizado será acrescido ao seu lucro. Os custos de produção
podem ser divididos em custo de funcionários; no custo de instalações, tecnologia e equipamento; no
custo de materiais.
A representatividade dos três diferentes tipos de custos de produção dependerá do ramo da empresa,
e o enfoque que ela vai dar a cada um deles.
O custo é afetado por outros objetivos de desempenho, desta forma, para melhorar o desempenho
dos custos é necessário a aprimorar os demais objetivos operacionais.

Um ponto muito importante nesta etapa do ciclo PDCA é o envolvimento das pessoas na execução
das tarefas, pois se não há comprometimento, não há sucesso nos resultados.
Uma das maneiras de conseguir este comprometimento é investir no treinamento do pessoal e na
conscientização da equipe sobre o objetivo da empresa em chegar aos resultados esperados.
Após ter uma boa equipe para a realização das tarefas, elas devem ser feitas da melhor maneira
possível até que os dados possam ser coletados para a verificação do processo.

Terceira Fase: C (Check = Verificar)


Esta fase consiste em checar, comparando os dados obtidos na execução com o que foi estabelecido
no plano, com a finalidade de verificar se os resultados estão sendo atingidos conforme o que foi
planejado. A diferença entre o desejável (planejado) e o resultado real alcançado constitui um problema
a ser resolvido. Dessa forma, esta etapa envolve a coleta de dados do processo e a comparação destes
com os do padrão e a análise dos dados do processo fornece subsídios relevantes à próxima etapa.

Quarta Fase: A (Action = Agir)


Esta fase consiste em agir, ou melhor, fazer as correções necessárias com o intuito de evitar que a
repetição do problema venha a ocorrer. Podem ser ações corretivas ou de melhorias que tenham sido
constatadas como necessárias na fase anterior. Envolve a busca por melhoria contínua até se atingir o
padrão, sendo que essa busca da solução dos problemas, por sua vez, orienta para: a necessidade de
capacitação; o preenchimento das lacunas de conhecimento necessário à solução do problema,
propiciando a criação de novos conhecimentos e a atualizações do padrão.
De um modo geral, as etapas desta fase do ciclo PDCA podem ser divididas em:
Tomar ações corretivas, caso o projeto tenha sido desviado dos objetivos.

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Analisar os resultados individualmente e, caso estejam fora dos padrões da empresa, analisar suas
possíveis causas, bem como as ações que podem ser feitas para corrigi-lo.
Promover melhorias em sistemas e métodos de trabalho, se necessário.

Exemplo: aumentar em 20% as vendas mensais.

P (Plan) Identificar Aumentar em 20% as vendas mensais: hoje estão em R$ 100.000,00,


planejamento - META: R$ 120.000,00 – em até 4 meses.
Análise: Existem algumas regiões que não foram exploradas pelos vendedores.
Plano De Ação: Dividir as regiões não exploradas entre os vendedores. Treinar a
abordagem dos vendedores. Fornecer material de divulgação para cada um. Cada
vendedor terá que visitar 1 novo cliente em potencial por dia.
D (Do) Fazer Execução: Colocar o Plano de Ação em prática (treinamento e implantação das
fases)
C (Check) Verificação: Ações eficazes e resultado de aumento de 20% a partir do 2º. Mês
Avaliar de ações, estabilizando o faturamento nos 2 meses seguintes.
A (Action) Conclusão: Não houve necessidade de correção.
Ação corretiva

Questões

01. (TRE - Analista Judiciário - Área Administrativa – FCC/Adaptada). Considere a figura


abaixo.

Trata-se de um:
(A) fluxograma de uma rotina de gerenciamento do ciclo de melhoria de Crosby.
(B) fluxograma circular.
(C) fluxograma linear.
(D) diagrama representando o ciclo de melhoria contínua de Juran.
(E) fluxograma de uma rotina de gerenciamento do ciclo PDCA.

02. (TCE-GO - Analista de Controle Externo - Planejamento e Desenvolvimento Organizacional


– FCC/Adaptada) O método PDCA

(A) é utilizado em processos produtivos para manter o nível de controle e, como tal, não tem
aplicabilidade na melhoria desses processos, que precisam ser analisados a partir de ferramentas como
a espinha de peixe.
(B) estabelece, na etapa do planejamento (plan), as metas da organização, enquanto que os métodos
utilizados para atingir as metas são definidos na etapa da ação (do).

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(C) foi desenvolvido a partir da percepção de que os problemas em um processo, considerados como
oportunidades de melhoria, são causados pela diferença entre as necessidades dos clientes e o
desempenho do processo.
(D) é utilizado para realizar o diagnóstico estratégico externo de uma organização, etapa em que são
identificados oportunidades, problemas ou ameaças.
(E) é a ferramenta utilizada para calcular os índices que serão incorporados na matriz GUT para definir
o grau de gravidade, urgência e tendência.

03. (TCE-GO - Analista de Controle Externo - Administrativa – FCC/2014) A principal característica


da técnica de PDCA é:
(A) explorar potencialidades.
(B) visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um problema.
(C) mostrar características médias.
(D) ajudar a lembrar pontos principais a serem abordados.
(E) planejar e implantar processos, inclusive melhorias e/ou correções.

04. (DETRAN-SP - Agente de Trânsito – VUNESP/2013) O ciclo PDCA, ou ciclo de Deming, é


(A) um fluxograma, com respectivo cronograma, de procedimentos vinculados a um processo produtivo
específico.
(B) uma ferramenta de verificação de fatores institucionais, econômicos e sociais vinculados ao
processo decisório.
(C) um fluxograma de procedimentos vinculados ao processo orçamentário.
(D) uma sigla formada por Plano, Dotação, Controle e Atuação, vinculados ao processo orçamentário.
(E) uma ferramenta de controle gerencial cuja finalidade é monitorar a melhoria contínua de um
processo ou do sistema de gestão, por inteiro, de uma organização.

05. (Prefeitura de Fortaleza/CE - Bibliotecário - Prefeitura de Fortaleza – CE/2015) A ferramenta


administrativa que corresponde a um ciclo de análise e melhoria contínua de processos e produtos, criada
por Walter Shewhart e disseminada por Deming, é conhecida como:
(A) GQTI.
(B) PADT.
(C) CHAS.
(D) PDCA.

06. (Petrobras - Técnico de Suprimentos de Bens e Serviços Júnior - Administração –


CESGRANRIO/2011) O PDCA é um método que se baseia no controle de processos. As etapas do
método PDCA são, sucessivamente,
(A) prevenir, executar, verificar e agir
(B) prevenir, dirigir, controlar e administrar
(C) planejar, dirigir, controlar e administrar
(D) planejar, executar, controlar e administrar
(E) planejar, executar, verificar e agir

Respostas

01. Resposta: E
A figura está representado o Ciclo PDCA. Também conhecido como ciclo de Deming, O PDCA é um
dos principais métodos da Administração pela Qualidade Total nas organizações. Foi desenvolvido na
década de 1930 pelo norte-americano Walter Andrew Shewhart, mas foi com Willian Edwards Deming
que o método foi mais divulgado. Tornou-se mundialmente conhecido ao aplicá-lo nos conceitos de
qualidade no Japão. Significa "Plan, Act, Do and Check, em inglês, controle de processos. Plan (Planejar):
Nesse passo são traçados os planos com base nos problemas da organização; Do (Fazer): Nesse passo
são executadas as tarefas previstas nos planos; Check (Verificar): Nesse passo são verificados os
processos e avaliados os resultados obtidos; Act (Agir): Nesse passo são tomadas ações baseadas no
passo da verificação.

02. Resposta: C
Esta questão merece comentário de cada alternativa:

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(A) - Falsa: O PDCA é uma técnica simples para o controle de processos, que também pode ser
utilizada para o gerenciamento contínuo das atividades de uma organização. É um método utilizado para
controlar e melhorar as atividades de um processo.
(B) - Falsa: As etapas do PDCA são: Planejamento (Plan); Execução (Do); Controle/Verificação
(Check/Control); Ação Avaliativa (Act). Na etapa do planejamento são estabelecidos objetivos, metas e
os meios para alcançá-los. A afirmativa está incorreta ao afirmar que “os métodos utilizados para atingir
as metas são definidos na etapa da ação”.
(C) - Verdadeira: Embora não aborde os conceitos tradicionais, é a única alternativa passível de ser
aceita como verdadeira. O PDCA se fundamenta no “processo”; ele padroniza as informações de controle,
reduz e evita erros lógicos, facilita o entendimento das informações, melhora a realização das atividades,
e proporciona resultados mais confiáveis. Ou seja, traz melhoria de todo o processo. Como a afirmativa
menciona “melhoria” e “processo” e não apresenta nenhuma afirmação equivocada, é aceita como
verdadeira.
(D) - Falsa: O seu conteúdo se refere ao planejamento estratégico e a análise SWOT, e não ao PDCA.
(E) - Falsa: Trata-se novamente de ferramenta distinta do PDCA. A matriz GUT (Gravidade, Urgência
e Tendência) tem como finalidade orientar decisões mais complexas, que envolvem muitas questões.

03. Resposta: E
A alternativa (E) é a correta, pois é justamente o que demonstra a sua forma de atuação segundo as
etapas: Ciclo PDCA:
Planejamento => Consiste num processo racional para determinar antecipadamente os objetivos e os
meios para alcança-los (projetos, ações, métodos, técnicas, etc.).
Organização => A função administrativa de organizar inclui todos os recursos (financeiros, humanos,
etc.) e conduz necessariamente à criação da estrutura organizacional – compreende os meios que a
organização necessita para pôr em prática o planejamento elaborado e para o desempenho das demais
funções administrativas.
Direção => Compreende guiar e orientar o comportamento das pessoas para o alcance dos objetivos
pretendidos. É uma atividade gerencial que envolve liderança, comunicação e motivação.
Controle => O controle tem a finalidade de assegurar que o planejado, organizado e dirigido seja
executado em conformidade com o determinado, visando o alcance dos objetivos.

04. Resposta: E
A melhoria contínua é sempre explorada nas questões de concurso, fique atento, pois ela está
diretamente relacionada com a ferramenta do clico PDCA.

05. Resposta: D
Esta questão tem o intuito que o candidato diferencie as ferramentas apenas observando quem a criou
e mais tarde a utilizou. Mesmo que o candidato não soubesse dessa informação, poderia acertar ao
conhecer que o Ciclo PDCA também é conhecido por Ciclo de Deming, justamente por ele mais tarde
disseminar a ferramenta no uso de estatísticas e métodos de amostragem. O candidato também poderia
se apegar ao “melhoria contínua”, termo muito explorado ao tratarmos de Ciclo PDCA.

06. Resposta: E
Vamos observar aqui as etapas do Ciclo PDCA e verificar que o entendimento nesse ponto é muito
importante, pois sinônimos podem ser usados.
-Planejamento (PLAN): estabelecer objetivos, metas e meios para alcançá-los;
-Execução (DO): executar as atividades propostas no planejamento;
-Controle/verificação (CHECK/CONTROL): monitora, controla a execução e verifica o grau de
cumprimento do que foi planejado;
-Ação avaliativa/corretiva (ACT): identifica eventuais falhas e corrige-as, a fim de melhorar a
execução das atividades.

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