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INPE-9553-TDI/829

ANÁLISE DA PAISAGEM DE UM CORREDOR ECOLÓGICO NA


SERRA DA MANTIQUEIRA

Janaina Sant`Ana Maia Santos

Dissertação de Mestrado em Sensoriamento Remoto, orientada pelo Dr. Dalton de


Morisson Valeriano, aprovada em 27 de maio de 2002.

INPE
São José dos Campos
2003
528.711.7

MAIA SANTOS, J. S.
Análise da paisagem de um corredor ecológico na Serra
da Mantiqueira / J. S. Maia Santos - São José dos Campos:
INPE, 2002.
174.. - (INPE-9553-TDI/829).

1.Sensoriamento remoto. 2.Sistemas de Informação


Geográfica (SIG). 3.Floresta. 4.Conservação. 5.Montanhas.
6.Tropical. 7.Regiões tropicais. 8.Uso da paisagem. I.Título.
Prece de Cáritas

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força aquele que
passa pela provação, dai a luz aquele que procura a verdade, ponde no
coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o
repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o
guia, ao órfão o pai.
Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criaste.
Piedade, senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para
aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos espíritos
consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-
nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as
lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só
pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços
abertos oh bondade! oh Beleza! oh Perfeição! E queremos de alguma
sorte merecer a Vossa misericórdia.
Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós;
dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade
que fará de nossas almas o espelho onde deve refletir Vossa Imagem.
Em memória à meus pais, José Alfredo Maia
e Vera Sant’Ana Maia, pelo amor, pela fé e
pela esperança, eternamente...
Dedico

Ao meu esposo André, aos meus


irmãos Iara, Francisco e Jurema e
à pequena Anna Júlia, pelo simples
fato de transformarem minha vida em
alegria e amor...
Ofereço
AGRADECIMENTOS
A Deus, sem o qual não haveria a possibilidade de agradecer a mais ninguém.

À Maria Cecília Barbosa de Toledo, que ao me iniciar nos caminhos da pesquisa


possibilitou que o caminho pudesse ser percorrido, pela amizade e exemplo.

Ao meu orientador Dr. Dalton de Morisson Valeriano, fonte inesgotável de


conhecimentos, pelo apoio e incentivo durante todos os momentos da dissertação.

À Coordenadoria de Observação da Terra (OBT-INPE) e em especial à Dr.ª Telma


Krug, pelo apoio financeiro para a digitalização de parte dos dados utilizados no
presente trabalho.

Ao Dr. Antônio Roberto Formaggio, coordenador do curso de pós-graduação em


Sensoriamento Remoto, pelo apoio e estímulo durante todas as fases de
desenvolvimento deste trabalho.

Aos professores Antônio Miguel Vieira Monteiro e Júlio César Lima D’Alge pelos
preciosos auxílios na busca de soluções para várias dificuldades encontradas durante o
desenvolver deste trabalho.

A todos os professores do curso de pós-graduação em Sensoriamento Remoto, pela


disponibilidade em sanar dúvidas e direcionar a aquisição de conhecimentos, tão
preciosos para a conclusão desta dissertação e para minha atuação profissional futura.

Aos membros da Banca Examinadora, pela disposição em analisar este trabalho.

À Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela


bolsa cedida para a realização do Mestrado em Sensoriamento Remoto.

À Etel, secretária do curso de pós graduação em Sensoriamento Remoto, pelo bom


humor, amizade, auxílio e incentivo prestados durante a realização deste trabalho.

Aos amigos Eliana, Fernando, Norton, Patrícia, Renato, Roberto, Waldiza e a todos da
turma 2000 pela companhia nas noites insones, passadas ao lado de Schowengerdt,
Mather, Neter, Burrough e tantos outros

À minha Avó Rita, exemplo de vida, fé, coragem e amor, e aos meus tios Juscelino,
Elza e Otacílio e minha prima Rita Ariela, pelo carinho com o qual sempre estiveram ao
meu lado.

Aos amigos de todas as horas, Angela, Dª Elza, Fátima, Cristina e tantos outros que
tornam minha lista infinita e meu coração feliz.

À amiga Luciana, que surgiu no momento em que menos se esperava e continuou por
toda a vida.
Aos meus queridos sogros, Tomé e Mariza, por me acolherem como filha em seus
corações.

A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram em todas as etapas deste trabalho.
RESUMO

O longo histórico de conversão da cobertura florestal da terra em áreas agropastoris que


se deu no Sudeste brasileiro resultou em uma paisagem onde a cobertura vegetal natural
se encontra reduzida a fragmentos com diversos tamanhos e padrões espaciais. A
fragmentação da cobertura vegetal causa diversos efeitos deletérios às populações
biológicas que dependem deste hábitat, como subdivisão de populações, aumento da
taxa de endogamia e conseqüente erosão genética, menor resistência a distúrbios e, risco
de extinção local. Existem muitas iniciativas de ação para reduzir as conseqüências da
fragmentação de hábitats, entre as quais a manutenção ou implementação de corredores
ecológicos. Corredores ecológicos são faixas de hábitat natural que conectam
fragmentos de hábitat permitindo o fluxo gênico entre estes fragmentos, aumentando
assim a viabilidade de populações biológicas. Este trabalho se propõe a avaliar a
hipótese de que a legislação brasileira de ordenação da cobertura florestal, o Código
Florestal Brasileiro, poderia manter a presença de corredores ecológicos e melhorar
suas funções como habitat e promotores de fluxo gênico. A avaliação da hipótese
proposta foi feita através da análise do impacto da aplicação de alguns regulamentos
sobre a cobertura da terra previstos no Código Florestal, sobre a qualidade da paisagem
da crista da Serra da Mantiqueira como corredor ecológico entre o Parque Nacional de
Itatiaia (PNI) e o Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ). A paisagem atual da
região da crista da Serra da Mantiqueira entre o PNI e o PECJ foi estratificada em sete
fragmentos florestais com tamanho adequado à conservação de espécies silvestres, sete
corredores, dos quais um representa uma interrupção na cobertura florestal do corredor
PECJ-PNI e seis são faixas florestais estreitas. Uma área de transição entre o PECJ e um
dos fragmentos foi também discriminada. Foi construído um cenário alternativo, no qual
aplicou-se alguns normas para a cobertura da terra previstas no Código Florestal
Brasileiro simulando uma paisagem cujas áreas adjacentes aos polígonos do cenário
atual do corredor PECJ-PNI encontram-se em concordância com o Código Florestal.
Observou-se que a interrupção existente no corredor da Serra da Mantiqueira é
eliminada no cenário alternativo e que a qualidade como habitat dos fragmentos e
principalmente dos corredores melhora de forma significativa. Os resultados confirmam
a hipótese de que a observação às normas do Código Florestal pode manter e ampliar a
área de vegetação florestal existente entre o PECJ e o PNI, possibilitando inclusive a
conexão de fragmentos que atualmente encontram-se separados.
LANDSCAPE ANALISYS OF ONE ECOLOGICAL CORRIDORS IN THE
MANTIQUEIRA RANGE

ABSTRACT

The long history of conversion of the forest land cover into agricultural land that took
place in Southeastern Brazil resulted a landscape where the natural vegetation cover is
reduced to patches with different sizes and spatial pattern. The fragmentation of the
vegetation cover causes many deleterious effects to biological populations which
depend on this habitat, such as population subdivision, increasing inbreeding rates and
consequent genetic erosion, reduced resistance to disturbance and risk of local
extinction. There are many initiatives to mitigate the consequences of habitat
fragmentation, among which the maintenance or implementation of ecological corridors
is one the proposals to reduce the loss of biological diversity. Ecological corridors are
strips of natural habitat which connect habitat patches, allowing gene flux among
patches and increasing the viability of biological populations. The objective of this work
is to evaluate the hypothesis that the Brazilian legislation for land ordinance, the
Brazilian Forest Protection Act, could maintain the existence of corridors and improve
their functions as habitat and promoters of gene flux. The evaluation of the proposed
hypothesis was made through the analysis of the impact of the application of some land
cover regulation stated in the Forest Protection Act on the quality of the landscape of
the crest of Mantiqueira Range as an ecological corridors between the Itatiaia National
Park (INP) and States Park of Campos do Jordão (SPCJ) The present landscape of the
region of the crest of Mantiqueira Range was stratified into seven forest fragments with
size suitable for wildlife conservation, seven corridors, of which one represents an
interruption in the SPCJ-INP corridor and six are narrow forest strips. A transition area
between the SPCJ and a forest fragment was also discriminated. An alternative scenario
was built in which some of the land cover regulation stated in the Brazilian Forest
Protection Act simulating a landscape where the areas adjacent to the to the polygons of
the present SPCJ-INP are in agreement with the Forest Protection Act. It was observed
that the interruption in the SPCJ-INP corridor is no longer present in the alternative
scenario and that habitat quality of the fragments and mainly of the corridors are
significantly improved. The results confirms the hypothesis that the observation the
regulations of the Forest Protection Act can maintain and enlarge the area of existent
native vegetation between PECJ and PNI, besides allowing the connection of fragments
that are presently apart.
SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................ 23

1.1 - Objetivos........................................................................................................ 28
1.1.1 – Objetivos específicos .................................................................................. 28
1.2 - Justificativa .................................................................................................... 29

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................ 31

2.1 – Conservação da biodiversidade e fragmentação de habitats............................ 31


2.1.1 – Efeito da fragmentação em populações ....................................................... 34
2.1.2 – Dinâmica de comunidades em habitat fragmentado..................................... 37
2.2 – Ecologia da Paisagem e dinâmica de populações ........................................... 38
2.2.1 – Corredores Ecológicos na Mata Atlântica ................................................... 43
2.3 – Sensoriamento Remoto e Sistema de Informação Geográfica na Aplicação
do Código Florestal ....................................................................................... 44
2.4 – Processamento Digital de Imagem ................................................................. 50
2.4.1 – Correção geométrica................................................................................... 50
2.4.2 – Correção de efeitos atmosféricos ................................................................ 52
2.4.3 - Geração de imagem com efeito de iluminação atenuado .............................. 54
2.4.4 – Classificação de Imagem Digital................................................................. 54
2.5 – Geoprocessamento......................................................................................... 57
2.5.1 – Modelo Numérico de Terreno (MNT) e suas aplicações.............................. 57
2.5.1.1 – Extração de declividade e altitude à partir de MNT.................................. 59
2.5.2 – Representação de hidrologia à partir de informações lineares...................... 59

CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E MÉTODOS .................................................... 61

3.1 - Área de estudo ............................................................................................... 61


3.2 – Materiais ....................................................................................................... 63
3.3 - Metodologia................................................................................................... 64
3.3.1 – Caracterização do estado atual da paisagem da Crista da Mantiqueira ......... 69
3.3.1.1 – Criação de banco de dados....................................................................... 69
3.3.1.2 – Correção geométrica ................................................................................ 69
3.3.1.3 – Correção de efeitos atmosféricos.............................................................. 71
3.3.1.4 – Geração de imagens com efeito de iluminação atenuado .......................... 73
3.3.1.5 – Segmentação e classificação da imagem .................................................. 74
3.3.1.6 – Estratificação e parametrização dos elementos da paisagem do Cenário
atual ......................................................................................................... 75
3.3.2 – Construção do cenário alternativo ............................................................... 77
3.3.2.1 – Análise de dados cartográficos................................................................. 77
3.3.2.1.1 – Curvas de nível ..................................................................................... 77
3.3.2.1.2 – Hidrografia ........................................................................................... 77
3.3.2.2 – Geração de MNT e declividade................................................................ 78
3.3.2.3 - Geração do mapa de Área de Preservação Permanente em função da
altitude ................................................................................................... 78
3.3.2.4 – Geração do mapa de Área de Preservação Permanente em margens
de rios .................................................................................................... 78
3.3.2.5 - Geração do mapa de Área de Preservação Permanente e Uso Restrito em
função da declividade............................................................................. 79
3.3.2.6 - Identificação da transgressão ao Código Florestal para APP e AUR ......... 79
3.3.2.7 - Integração dos mapas gerados para avaliação do estado normativo da
cobertura da terra.................................................................................... 79
3.3.2.8 - Edição dos elementos da paisagem para geração de cenário alternativo .... 80
3.3.2.9 - Estratificação e parametrização dos elementos da paisagem do cenário
alternativo .............................................................................................. 81

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................... 83

4.1 – Imagem com correção atmosférica................................................................. 83


4.2 – Imagem com efeito de iluminação atenuado .................................................. 84
4.3 – Classificação da imagem ............................................................................... 88
4.4 - Estratificação e parametrização dos elementos da paisagem do cenário atual.. 89
4.5 – Construção de cenário alternativo .................................................................. 91
4.5.1 – Área de preservação permanente em função da altitude............................... 93
4.5.2 – Área de preservação permanente em função da declividade ........................ 94
4.5.3 – Área de uso restrito em função da declividade ............................................ 95
4.5.4 – Área de preservação permanente em função da margem dos rios ................ 96
4.5.5 – Integração das áreas de preservação permanente e de uso restrito................ 97
4.6 – Estratificação e parametrização dos elementos da paisagem do cenário
alternativo................................................................................................... 98
4.7 – Análise individual dos polígonos estratificados na paisagem atual e na
paisagem alternativa ................................................................................... 102
4.7.1 – Fragmentos................................................................................................. 102
4.7.1.1 - Fragmento 1 ............................................................................................. 103
4.7.1.2 - Fragmento 2 ............................................................................................. 105
4.7.1.3 - Fragmento 3 ............................................................................................. 106
4.7.1.4 - Fragmento 4 ............................................................................................. 108
4.7.1.5 - Fragmento 5 ............................................................................................. 110
4.7.1.6 - Fragmento 6 ............................................................................................. 112
4.7.1.7 - Fragmento 7 ............................................................................................. 114
4.7.2 – Corredores.................................................................................................. 116
4.7.2.1 - Corredor 1 ................................................................................................ 117
4.7.2.2 - Corredor 2 ................................................................................................ 118
4.7.2.3 - Corredor 3 ................................................................................................ 120
4.7.2.4 - Corredor 4 ................................................................................................ 122
4.7.2.5 - Corredor 5 ................................................................................................ 124
4.7.2.6 - Corredor 6 ................................................................................................ 126
4.7.2.7 - Corredor 7 ................................................................................................ 128
4.7.3 – Transição.................................................................................................... 129
4.7.4 – PECJ .......................................................................................................... 131
4.7.5 – PNI............................................................................................................. 133
4.8 – Simulação da cobertura do cenário alternativo ............................................... 135

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES ......................................................................... 137

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 141

APÊNDICE A - PROGRAMAS EM LEGAL UTILIZADOS NO PRESENTE


TRABALHO ............................................................................. 149

APÊNDICE B - TABELA DOS VALORES DE ERROS EM X E Y E ERRO


MÉDIO QUADRÁTICO DOS PONTOS DE CONTROLE
UTILIZADOS NO REGISTRO DA IMAGEM TM-
LANDSAT ................................................................................. 161

APÊNDICE C - TABELA DOS VALORES DE COTA MÁXIMA E


MÍNIMA DOS POLÍGONOS, COM SUA RESPECTIVA
AMPLITUDE ALTIMÉTRICA E A DIFERENÇA ENTRE
O CENÁRIO ATUAL E O CENÁRIO ALTERNATIVO....... 162

APÊNDICE D - TABELA DOS VALORES DE ÁREA, INCREMENTO


RELATIVO DE ÁREA E OS VALORES DO EFEITO DE
BORDA PARA O CENÁRIO ATUAL E O CENÁRIO
ALTERNATIVO....................................................................... 163

APÊNDICE E - MAPA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS NO


PRESENTE TRABALHO ........................................................ 164
LISTA DE FIGURAS

3.1.1 – Limites dos municípios da Serra da Mantiqueira. Em verde a APA da


Mantiqueira .............................................................................................. 61

3.1.2 - Área de estudo abrangendo a crista da Serra da Mantiqueira........................ 62

3.3.1 – Modelo Geo-OMT da caracterização do corredor florestal da crista da


Serra da Mantiqueira e estratificação dos elementos do cenário atual. ....... 66

3.3.2 – Modelo Geo-OMT do processamento de dados cartográficos para a


construção do cenário alternativo.............................................................. 67

3.3.3 – Modelo Geo-OMT do cruzamento de dados de sensoriamento remoto com


dados cartográficos para a construção do cenário alternativo..................... 68

3.3.4 – Imagem Landsat-TM, composição colorida R4G5B3 com os valores dos


erros em x e y dos pontos de controle utilizados no georreferenciamento. . 71

3.3.5 – Gráfico do Modelo Relativo de Espalhamento com os valores mínimos dos


níveis de cinza encontrados nas bandas 1, 2, 3, e 4 e com os valores
médios calculados segundo Chavez Jr (1988). .......................................... 73

3.3.6 – Interpretação do Cenário Alternativo à partir do Cenário Atual e do mapa


de avaliação do estado normativo da cobertura da terra integrado ............. 81

4.1.1 – Imagem Landsat – Banda TM3 sem correção do efeito aditivo da


atmosfera apresentando efeito de névoa. ................................................... 83

4.1.2 – Imagem Landsat – Banda TM3 com correção do efeito aditivo da


atmosfera.................................................................................................. 84

4.2.1 – Imagem Landsat – Banda TM5 apresentando boa distinção entre floresta e
campo, porém com intenso sombreamento pelo efeito de iluminação........ 85

4.2.2 – Imagem com efeito de iluminação atenuado através da transformação por


componentes principais – segunda PC da Banda TM3 pela Banda TM4.... 86

4.2.3 – Imagem com efeito de iluminação atenuado através do processo de razão


entre bandas – razão da Banda TM4 pela Banda TM3............................... 87

4.3.1 – Mapa de Cobertura da Terra da Paisagem Atual da Serra da Mantiqueira


demonstrando a pressão antrópica exercida pelo Sul de Minas Gerais e
pelo eixo Rio – São Paulo......................................................................... 88

4.4.1 – Delimitação das áreas de fragmentos e corredores....................................... 90


4.5.1 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da altitude. ........... 93

4.5.2 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da declividade...... 94

4.5.3 – Estado normativo da cobertura da terra, AUR em função da declividade..... 95

4.5.4 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da margem dos


Rios. ......................................................................................................... 96

4.5.5 – Estado normativo da cobertura da terra, integração das áreas de Proteção


Permanente e Uso Restrito........................................................................ 97

4.6.1 – Comparação da paisagem atual com a paisagem alternativa possibilitando


a visualização de uma possível conexão entre os fragmentos 5 e 6 ............ 100

4.6.2 – Estado Normativo das bacias hidrográficas dos rios A) Bacia hidrográfica
do rio dos pilões, B) Bacia hidrográfica do ribeirão Passa-Quatro e C)
Bacia hidrográfica do rio Passa-Quatro..................................................... 101

4.7.1 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 1............. 104

4.7.2 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 2............. 106

4.7.3 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 3............. 108

4.7.4 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 4............. 110

4.7.5 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 5............. 112

4.7.6 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 6............. 114

4.7.7 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 7............. 116

4.7.8 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 1................ 118

4.7.9 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 2................ 120

4.7.10 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 3.............. 122

4.7.11 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 4.............. 124

4.7.12 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 5.............. 126

4.7.13 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 6.............. 127

4.7.14 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 7.............. 129

4.7.15 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área de transição. ... 131
4.7.16 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área do PECJ. ........ 133

4.7.17 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área do PNI. .......... 135
LISTA DE TABELAS

3.3.1 – Valores extraídos de Chavéz Jr. (1998) para o cálculo do modelo a ser
utilizado para o subtração dos níveis de cinza (tm3 e tm4). ....................... 72

4.3.1 – Área das classes do mapa de cobertura da terra e proporção em relação ao


total da área de estudo............................................................................... 89

4.4.1 – Área e perímetro dos elementos da paisagem atual...................................... 91

4.5.1 – Análise tabular da adequação das normas do código florestal para a área de
estudo....................................................................................................... 92

4.6.1 – Área, perímetro e incremento relativo dos elementos da paisagem atual e


da paisagem alternativa............................................................................. 98

4.7.1 – Análise de parâmetros para o fragmento 1................................................... 104

4.7.2 - Análise de parâmetros para o fragmento 2 ................................................... 105

4.7.3 - Análise de parâmetros para o fragmento 3 ................................................... 107

4.7.4 - Análise de parâmetros para o fragmento 4 ................................................... 109

4.7.5 - Análise de parâmetros para o fragmento 5 ................................................... 111

4.7.6 - Análise de parâmetros para o fragmento 6 ................................................... 113

4.7.7 - Análise de parâmetros para o fragmento 7 ................................................... 115

4.7.8 - Análise de parâmetros para o corredor 1...................................................... 117

4.7.9 - Análise de parâmetros para o corredor 2...................................................... 119

4.7.10 - Análise de parâmetros para o corredor 3 .................................................... 121

4.7.11 - Análise de parâmetros para o corredor 4 .................................................... 123

4.7.12 - Análise de parâmetros para o corredor 5 .................................................... 125

4.7.13 - Análise de parâmetros para o corredor 6 .................................................... 127

4.7.14 - Análise de parâmetros para o corredor 7 .................................................... 128

4.7.15 - Análise de parâmetros para a área de Transição ......................................... 130

4.7.16 - Análise de parâmetros para o PNCJ ........................................................... 132


4.7.17 - Análise de parâmetros para o PNI.............................................................. 134

4.8.1 – Simulação numérica do cenário alternativo ................................................. 136

B.1 - Valores de erros em x e y e erro médio quadrático dos pontos de controle


utilizados no registro................................................................................... 161

C. 1 - Valores de cota máxima e mínima dos polígonos, com sua respectiva


amplitude altimétrica e a diferença entre o cenário atual e o cenário
alternativo................................................................................................... 162

D. 1- - Valores de área, incremento relativo de área e os valores do efeito de borda


para o cenário atual e o cenário alternativo.................................................. 163
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Os países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica, ratificada em 1992


durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, se
dispõem a prever, prevenir e combater na origem, as causas da sensível redução ou
perda da diversidade biológica, identificando problemas e propondo ações
conservacionistas (PROBIO/SP, 2001).

Tais estratégias orientam abordar a conservação e o uso da diversidade biológica de


forma integrada, levando em consideração três níveis de organização biológica, a saber:
genes e genomas, destacando a variabilidade genética das espécies; populações e
comunidades, destacando a população mínima viável em casos de habitat fragmentados
e diversidade de espécies; e, habitats, ecossistemas e paisagens, destacando a influência
direta do padrão espacial da paisagem nos processos ecológicos do ecossistema (MMA,
2000; Gustafson e Parker, 1992).

Dentro dos três níveis de organizações, foram criados duas prioridades para a
conservação biológica (MMA, 2000):

1) Espécies raras, considerando as espécies endêmicas e as espécies em risco de


extinção e,

2) Espécies-chave, ou seja, aquelas cuja influência é dominante no ecossistema,


como polinizadores e dispersores, microorganismos fixadores de nitrogênio e
espécies estruturais, na falta das quais, várias outras espécies tenderão a entrar
em declínio (Ricklefs, 1996).

Ainda deve-se considerar a complexidade e a diversidade do ecossistema em questão,


no qual, quanto mais complexo e diverso, maior o risco de perdas irreversíveis e de
extinções em cascata, maior também a dificuldade para o conhecimento de espécies,
populações, comunidades e relações inter e intra específicas existentes (Ricklefs, 1996).

23
Neste contexto, as florestas tropicais possuem a maior diversidade e complexidade
conhecida, possuindo riquezas taxonômicas em qualquer nível (espécies, gênero e
famílias) e relações de interdependência (Ricklefs, 1996). No caso do Brasil, existem
dez complexos vegetacionais distintos que podem ser divididos em dois grupos e
constituem duas grandes unidades fitogeográficas, os conjuntos vegetacionais
homogêneos, englobando a Floresta Amazônica e a Floresta Atlântica, e os conjuntos
vegetacionais heterogêneos, que engloba o Cerrado, a Caatinga, o complexo de Cocais,
o Pantanal, a Restinga, o complexo de Pinheirais e os campos do Alto Rio Branco e da
Planície Rio-Grandense. Somente a unidade de conjuntos vegetacionais homogêneas é
classificada como Floresta Tropical, possuindo a Província Amazônica e a Província
Atlântica, ou Mata Atlântica (Rizzini, 1979).

De acordo com o artigo 3º do decreto federal n.º 750, de 10 de fevereiro de 1993,


considera-se Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos
no domínio Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de
Vegetação do Brasil, IBGE 1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta
Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta
Estacional Decidual, Manguezais, Restingas, Campos de Altitude, Brejos Interioranos e
Encraves Florestais do Nordeste (MPESP, 2000).

A Mata Atlântica localiza-se sobre uma imensa cadeia montanhosa que estende-se
desde o Rio Grande do Sul ao Nordeste e por toda a área costeira ao longo do Oceano
Atlântico. Sua área de domínio concentra-se nas Serras da Mantiqueira e do Mar, as
quais englobam os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo
(Rizzini, 1979).

A Mata Atlântica constitui um importante centro de endemismo para diversos grupos de


seres vivos. Em uma amostra de 127 espécies, 65,3% foram consideradas endêmicas
desse ecossistema. Outras amostras ajudam na demonstração da rica fauna endêmica da
região, como por exemplo, são endêmicos da Mata Atlântica, 92% de 183 espécies de
anfíbios, 71% de 150 espécies de répteis e 29% do total das espécies de aves (Pacheco e
Bauer, 2001).

24
Somente no Estado de São Paulo, a Mata Atlântica abriga 326 espécies de aves, o que
representa 44,1% do total de espécies conhecidas no Estado e, além da alta riqueza de
espécies, o número de espécies sob risco de extinção nesse bioma é expressivo, o qual
inclui a Mata Atlântica como sendo o habitat de uma das avifaunas mais ameaçadas do
planeta (Silva, 1998; Pacheco e Bauer, 2001).

A Mata Atlântica, segundo dados históricos (Dean, 1997), vem sofrendo fortes pressões
antrópicas desde a colonização, o que resultou em um extenso desmatamento, cujo
início se deu com a coleta desordenada e em grande escala do pau-brasil em faixas
litorâneas do Nordeste. Após o ciclo do pau-brasil, outros ciclos econômicos causaram a
perda da cobertura florestal na Mata Atlântica.

A expansão do café, responsável pelo desmatamento de grande parte da mata tropical,


durante o século XIX, foi a promotora do desmatamento nas regiões interiores do
Sudeste, denominada por “mar de morros”, que engloba a Serra da Mantiqueira e a
Serra do Mar. A pecuária juntamente com a produção de carvão, deram continuidade ao
desmatamento iniciado pela cafeicultura. Da mesma forma, o ciclo da cana-de-açúcar
desmatou grande parte das áreas planas do Sudeste do país (Dean, 1997).

A taxa anual de desmatamento até 1998 era de 5,76% ao ano e, da vegetação original da
Mata Atlântica, restavam apenas 152.702 km2, correspondendo a 12% da área total
(Fundação SOS Mata Atlântica / INPE / IS, 1998). A floresta encontra-se fragmentada,
onde, a maioria dos fragmentos concentram-se em áreas íngremes e elevadas pela
dificuldade de acesso e impossibilidade de implantação de atividades agropecuárias.

O desmatamento acelerado acarreta inúmeras conseqüências para a fauna e flora e


também para toda a região desmatada, o ecossistema se desequilibra trazendo prejuízos
ecológicos e sociais, atingindo zonas rurais e urbanas (Ricklefs, 1996). Como exemplo
tem-se o escoamento superficial de águas pluviais e a erosão acelerados, a diminuição
da permeabilidade do solo, a diminuição no nível de base dos rios e o declínio da
qualidade da água.

25
As conseqüências primárias da fragmentação de habitats são 4: (1) perda de espécies da
fauna e flora nativas da região, muitas vezes endêmicas, (2) invasão de espécies
exóticas desequilibrando relações como competição e predação, (3) inicio do processo
de erosão do solo, e (4) diminuição da qualidade e disponibilidade de água (Collinge,
1996)

As conseqüências do isolamento de um fragmento depende basicamente da sua área,


perímetro, e da relação perímetro/área conseqüente da forma do fragmento. Também
são fundamentais fatores como a porcentagem de borda que o fragmento possui e o grau
de conectividade com outros fragmentos (Collinge, 1996; Fleury e Brown, 1997;
Collinge, 1998; Chiarello, 1999)

A fragmentação de habitats é a ameaça mais séria à diversidade biológica, e é a


responsável pela crise de extinção atual uma vez que causa danos irreversíveis, como a
diminuição do fluxo gênico, causada pelo impedimento da dispersão de animais, pólen,
esporos, sementes e propágulos; a diminuição da diversidade biológica; o isolamento de
populações; a redução da escala de recursos disponíveis; o aumento e a intensificação
do efeito de borda no ecossistema; os riscos da consangüinidade como a redução na taxa
de heterozigose e a erosão genética das espécies (Noss, 1987). Em termos de Florestas
Tropicais, a fragmentação de habitats também é a causa principal da perda acentuada da
biodiversidade (Tabarelli et al., 1999).

Em uma análise global, como decorrência de atividades humanas intensas, a cobertura


vegetal original encontra-se reduzida a fragmentos, principalmente em regiões com alta
densidade populacional. A fragmentação impõe uma série de efeitos deletérios às
populações da fauna e flora, como subdivisão de populações, aumento da taxa de
endogamia e conseqüente erosão genética, menor resistência a distúrbios e risco de
extinção local. (Metzger, 1999; Simberloff e Cox, 1987; Noss, 1987; O’Neill, et al.
1988a; O’Neill, et al. 1988b; Turner, 1989; Simberloff et al., 1992; Gardner et al.,
1987).

Em uma escala regional, o Vale do Paraíba é um exemplo do resultado do intenso


desmatamento da Mata Atlântica devido à pressão populacional. Tal região situa-se em

26
um eixo que liga os dois maiores centros urbanos do país, Rio de janeiro e São Paulo,
além de ser uma região intensamente industrializada e com alta densidade populacional.

Com a finalidade de minimizar o impacto causado pelo forte crescimento populacional


foram propostos projetos de corredores de larga escala, denominados de corredores
ecológicos ou corredores de biodiversidade. A função desses corredores seria de
conectar fragmentos de florestas através de unidades da paisagem, facilitando o fluxo
gênico entre populações (IESB/CI, 2000).

Dentro do domínio da Mata Atlântica, dois corredores ecológicos foram propostos,


sendo que um deles, o Corredor Sul da Mata Atlântica (Corredor da Serra do Mar),
abrange todo o Vale do Paraíba e regiões vizinhas e inclui a maior extensão de área do
domínio da Mata Atlântica, sendo o mais viável para a conservação, pois inclui 27
Unidades de Conservação como o Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ)e o
Parque Nacional de Itatiaia (PNI) (MMA, 1998).

A implantação de corredores em larga escala é uma das muitas propostas de ação que
visam reduzir e/ou contornar as conseqüências da fragmentação e, apesar do assunto ser
muito controverso entre os pesquisadores atuais, corredores ecológicos são uma das
soluções para a intensiva perda de diversidade biológica. Esses corredores seriam
capazes de promover ligações entre os fragmentos permitindo o fluxo gênico e, apesar
das divergências de opiniões a respeito da eficiência dos corredores, as discussões
convergem para o fato de que cada caso é um caso único e específico, com sua própria
dinâmica, e que a existência de qualquer corredor deve ser preservada, visando sempre
o aumento dessa vegetação. (Simberloff e Cox, 1987; Noss, 1987; Simberloff et al.,
1992; Metzger, 1999;)

Para preservar a vegetação existente e estabilizar a evolução da perda de habitats pela


fragmentação, existe a legislação de ordenação da cobertura florestal, que em muitos
casos, o cumprimento das leis poderiam manter a presença de corredores entre
fragmentos e até mesmo ampliar a área desses corredores, bem como ampliar a área dos
próprios fragmentos. Segundo o Código Florestal (Lei 4771/65), são consideradas Áreas

27
de Preservação Permanente (APP), ou seja, áreas que não poderiam ser desmatadas em
hipótese alguma, as florestas e demais formações de vegetação naturais situadas:

1) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, com uma largura mínima de 30
metros em cada margem;

2) Nas nascentes e nos chamados olhos d’água qualquer que seja sua situação
topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura;

3) Nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º;

4) Em altitudes superiores a 1800 metros;

5) No topo de morros, montes, montanhas e serras;

O Código Florestal também determina como Áreas de Uso Restrito (AUR) as florestas
situadas em áreas de inclinação entre 25º e 45º, nas quais só é permitido a exploração
sob plano de manejo e a extração sob regime de utilização racional visando o
rendimento permanente.

1.1 - OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo avaliar o impacto da aplicação de alguns


critérios de definição de Área de Preservação Permanente e de Área de Uso Restrito,
segundo o Código Florestal, sobre a qualidade da crista da Mantiqueira como corredor
ecológico entre o Parque Nacional de Itatiaia (PNI) e o Parque Estadual de Campos do
Jordão (PECJ).

1.1.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Como objetivos específicos pretende-se:

1) Caracterizar o quadro de distribuição de grandes remanescentes florestais no


eixo São Paulo - Rio de Janeiro;

28
2) Caracterizar os elementos da paisagem da região da Serra da Mantiqueira entre o
PNI e o PECJ na sua constituição atual;

3) Construir um cenário alternativo dentro de algumas normas do Código Florestal,


a saber: ao longo dos rios com largura mínima de 30 metros; nas encostas com
declividade superior a 45°; em altitudes superiores a 1800 metros e, em encostas
com declividade entre 25° e 45°.

4) Caracterizar os elementos da paisagem do cenário alternativo;

5) Comparar tabularmente o cenário atual com o cenário alternativo;

1.2 - JUSTIFICATIVA

O Código Florestal foi criado em 1965, com o intuito de preservar o meio ambiente e,
prevenir e corrigir os danos causados pelo desmatamento. A transgressão ao Código
Florestal é fruto, entre outras coisas, da limitação tecnológica para verificar sua
aplicação, o que diz respeito principalmente a falta de metodologias adequadas e de
capacitação humana para a eficiente aplicação das metodologias existentes.

Métodos fundamentados nas técnicas de Sensoriamento Remoto (SR) e de Sistema de


Informação Geográfica (SIG) podem ser utilizados para determinar Áreas de
Preservação Permanente e Áreas de Uso Restrito com a avaliação e detecção da
transgressão do Código Florestal (Siqueira, 1999; Maia, 2001).

Propõe-se neste trabalho a aplicação da combinação de tecnologias de Sensoriamento


Remoto e de Sistema de Informação Geográfica para investigar a hipótese de que o
cumprimento de algumas normas do Código Florestal possibilita a conexão de alguns
fragmentos florestais e amplia as áreas de corredores e fragmentos já existentes.

29
30
CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 – CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E FRAGMENTAÇÃO DE


HABITATS

O ritmo acelerado em que as perdas biológicas estão acontecendo tem assustado a


comunidade científica, principalmente pelo fato de que, ao contrário de outras
catástrofes ambientais, a perda da biodiversidade é irreversível (Mittermeier et al.,
1998). Neste contexto de degradação ambiental e perdas irrecuperáveis de patrimônios
biológicos, muitas vezes desconhecidos, a falta de informações e conhecimentos à
respeito das espécies, dos ecossistemas e até mesmo dos componentes estruturais e
físicos da paisagem, aliados à falta de metas claras de preservação, prejudicam a
evolução da ciência conservacionista (Wilcove, 1989).

Outro fator negativo, que dificulta o andamento das pesquisas na área da conservação
biológica, é a multidisciplinaridade que envolve a questão, impossibilitando a existência
de uma padronização nas técnicas científicas e nos termos utilizados pelos profissionais
atuantes. Este fato favorece a rivalidade entre as diferentes disciplinas e corrobora, por
exemplo, com a falta de métodos adequados para descrever as estruturas físicas e
funcionais da paisagem (Hobbs, 1997).

Com relação a conservação, existem discussões a respeito de qual seria o modelo ideal
de conservação. Inicialmente imaginou-se que o modelo ideal seria a manutenção de
grandes unidades de conservação, dispersas geograficamente de modo a manter
populações viáveis e representativas da biota, os quais seriam reservas biológicas
protegidas por lei, como Parques Estaduais ou Nacionais (Cox e Moore, 1985; Hansson
e Angelstam, 1991).

Existem justificativas palpáveis para que grandes unidades de conservação sejam


implantadas e as que já existem sejam ampliadas e administradas com cuidado, pois
alguns trabalhos comprovam que áreas sem proteção por lei tendem a sofrer danos

31
maiores com desmatamentos, queimadas, caças e fragmentação (Bruner et al., 2001;
Sánchez-Azofeifa et al. 1999)

Em um trabalho sobre o impacto antropogênico em 93 áreas de proteção ambiental de


22 países tropicais, concluiu-se que os parques são mais efetivos para mitigar alguns
problemas ambientais, desde que estes parques estejam verdadeiramente funcionado e
sendo bem administrados, pois a efetividade dos parques possui uma forte correlação
positiva com a densidade de guardas (Bruner et al., 2001).

A taxa de desmatamento fora de áreas protegidas na Costa Rica aumentou


consideravelmente, o número dos fragmentos existentes ampliou e a área de cada
fragmento diminuiu drasticamente. Porém, os autores concluem que não basta apenas
preservar áreas de proteção, pois estas também estão sofrendo uma pressão antrópica,
que tende a aumentar com a diminuição das áreas que não estão protegidas por lei
(Sánches-Azofeita et al., 1999).

A grande crítica ao modelo de Unidades de Conservação é o fato do tamanho da área


para manter uma População Mínima Viável a longo prazo. Alguns estudos demonstram
que a riqueza de um ecossistema depende diretamente da área ocupada por ele, e que a
projeção da viabilidade de uma determinada espécie no tempo é muito complexa e
peculiar para ser afirmada (Wilcove, 1989; Cornelius et al., 2000).

Wilcove (1989) apresenta o exemplo de uma espécie de coruja (Strix occidentalis


caurina) que habita o sul da Califórnia, onde seu hábitat natural já foi reduzido em 30%
e, do ecossistema existente, 52.000 acres estão sendo destruídos por ano. Em 1988 foi
elaborado um plano de conservação que visa a preservação de uma rede de fragmentos
que totalizam 374.000 acres. Porém, a área de preservação representa apenas 15% do
total de habitat da coruja e, em uma projeção a longo prazo, estima-se que em 100 anos
a S. occidentalis caurina estará totalmente extinta.

Para uma floresta temperada imagina-se que a área mínima de um fragmento capaz de
manter a biodiversidade deveria variar de 1.639 a 19.541 ha, com uma média de 7.428
ha (Cornelius et al., 2000).

32
Outro fator crítico no modelo de Unidades de Conservação é tamanho do fragmento,
onde, em alguns casos, fragmentos pequenos eram muito pobres em diversidade, ao
passo que a riqueza de espécies e a complexidade das relações inter e intra especificas
aumentavam significativamente com o tamanho do fragmento (Freemark e Merriam,
1986; Collinge, 1998; Chiarello, 1999; Tabarelli et al.,1999; Cornelius et al., 2000).

Um aspecto importante no tamanho dos fragmentos, é que fragmentos pequenos sofrem


mais com as conseqüências da fragmentação, tais como efeito de borda, invasão de
espécies exóticas, caças, queimadas, homogeneidade de habitat, aumento de
interferência antrópica, e mudanças de efeitos estruturais como aumento da temperatura,
da claridade e da velocidade do vento e diminuição da umidade (Collinge, 1996;
Collinge, 1998; Chiarello, 1999).

Examinando a relação entre a área, a heterogeneidade de habitat e as associações da


avifauna em 21 fragmentos, os quais variavam de 3 a 7.620 ha, Freemark e Merriam
(1986) concluíram que, para manter a diversidade de avifauna florestal, as estratégias de
conservação devem considerar como fatores fundamentais, o tamanho e a
heterogeneidade do habitat.

Dessa forma, outro modelo de conservação bastante defendido no meio científico, é o


modelo de unidades de conservação conectados por corredores ecológicos, os quais
formariam uma rede de habitas que possibilitariam a conexão genética das populações e
aumento da biodiversidade (Sodhi, 1999). Populações de fragmentos isolados possuem
menor probabilidade de sobrevivência do que populações de fragmentos conectados
entre si, principalmente se considerarmos a sobrevivência a longo prazo. Em alguns
casos, estão sendo implantados projetos cuja intenção é de mitigar os efeitos causados
pela fragmentação de habitats, através da implantação de corredores biológicos
(Lefkovitch e Fahrig, 1985).

Como exemplo, na antiga Tchecoslováquia, em meados da década de 80, foi


desenvolvido o conceito de Sistema Territorial de Estabilidade Ecológica (STEE)
definido por uma rede selecionada de habitats com biocentros ou fragmentos de
vegetação natural, conectados por biocorredores, ou corredores de migração biótica. Tal

33
metodologia ganhou o apoio oficial de autoridades locais no início de 1990 e, dessa
forma, iniciou-se a implantação de corredores artificias que pudessem promover a
conexão entre os biocentros de vida silvestre (Kubes, 1996).

Outro exemplo, é a implantação de uma rede de corredores interligando parques


nacionais em Singapura. Alguns desses corredores já apresentam seus primeiros
resultados ao permitir o fluxo de algumas espécies de aves, porém, estima-se que a rede
de conexão levará aproximadamente 30 anos para o seu pleno funcionamento físico e
estrutural (Sodhi et al., 1999).

Entretanto, o quadro do Sistema de Unidades de Conservação da região da Mata


Atlântica está muito aquém de qualquer modelo em discussão, onde, o modelo ideal
seriam de grandes fragmentos preservados por lei e conectados entre si. Apenas os
Parques Nacionais da Bocaina e do Iguaçu têm dimensões superiores a 100.000 ha,
tamanho mínimo considerado para a viabilidade de espécies que requerem grandes
territórios em Florestas Tropicais (MMA, 1998). Quanto à conectividade, a maioria das
áreas de preservação possuem um grau de isolamento bastante grande.

O quadro geral de conservação na Mata Atlântica é a manutenção em diversos tipos de


unidades de conservação compondo um mosaico de fragmentos de habitats esparsos e
relativamente isolados (MMA, 1998). Neste quadro, as Unidades de Conservação são
potenciais sumidouros de espécies, ou seja, locais onde as espécies têm risco de se
extinguirem por erosão genética ou por susceptibilidade a distúrbios, devido a alta taxa
de fragmentação de habitats da região.

2.1.1 – EFEITO DA FRAGMENTAÇÃO EM POPULAÇÕES BIOLÓGICAS

A fragmentação de habitats causa danos irreversíveis para populações biológicas e é


uma das principais razões para o declínio das populações, o que pode acarretar em
extinção local. (Verboom et al., 1991).

A fragmentação de habitat é a ameaça mais séria à diversidade biológica e é a


responsável pela crise de extinção atual, acarretando prejuízos sérios como a diminuição

34
do fluxo de animais, pólen e/ou sementes, a diminuição da diversidade biológica, o
isolamento de populações, a redução da escala de recursos disponíveis, o aumento e a
intensificação do efeito de borda no ecossistema, a perda do patrimônio genético das
espécies, entre outros (Noss, 1987; Metzger, 1999; Dário, 1999).

Em Florestas Tropicais a fragmentação é a principal causa da erosão da biodiversidade,


tornando as populações de fragmentos isolados mais susceptíveis ao declínio, sendo
pouco provável a preservação a longo prazo, de espécies animais e vegetais em
fragmentos (Lefkovitch e Fahrig, 1985; Tabarelli et al., 1999)

Stratford e Stouffer (1999) analisaram uma área de floresta tropical recentemente


fragmentada, e puderam constatar que em um ano de fragmentação, período no qual
formaram-se 11 fragmentos variando de 1 a 100 ha, foram identificados 55 casos de
extinções locais em aves insetívoras, representando 74% das populações locais.
Constatou-se ainda, que os fragmentos menores foram os mais atingidos e, em alguns,
todas as populações haviam sido extintas.

A estrutura de uma paisagem é um componente importante na distribuição de aves, onde


a cobertura vegetal e a área dos fragmentos são de suma importância para a presença ou
ausências das espécies, embora as respostas à fragmentação sejam específicas para cada
espécie e para cada caso, ou seja, a mesma espécie pode ter comportamentos diferentes
em fragmentos diferentes (Villard et al., 1999).

A paisagem fragmentada pode ser analisada como um mosaico formado pela matriz
antropizada e por elementos de habitat, manchas e corredores determinando um padrão
espacial da paisagem para cada região (Forman, 1995).

O padrão espacial resultante de um ambiente fragmentado é de grande importância para


a dinâmica de populações, pois o arranjo em que os fragmentos e corredores se
apresentam define a disponibilidade de recursos para determinada população e, a
escassez de recursos, é um fator limitante para determinar o tamanho da população
(O’Neill, et al. 1988a; O’Neill, et al. 1988b; Metzger, 1999; Dário, 1999).

35
A escassez de recursos em um ambiente fragmentado exige que cada população busque
ampliar sua escala de utilização e, dessa forma, passe a colonizar locais com
disponibilidade de recursos, caso não exista a possibilidade de colonização a população
será reduzida (O’Neill, et al. 1988a; O’Neill, et al. 1988b)

A análise dos recursos em ambiente fragmentado pode demonstrar de forma clara a


existência de uma forte ligação entre o padrão espacial e os processos ecológicos em
uma paisagem (O’Neill, et al. 1988a; O’Neill, et al. 1988b; Turner, 1989). Também é
possível verificar que a disponibilidade de recursos é diretamente proporcional ao
tamanho da população, e que a diminuição de ambos pode aumentar o risco de atingir
uma população crítica, sujeito a extinção local (Metzger, 1999).

Outro grande prejuízo irreversível decorrente da fragmentação de habitat, é o aumento


da taxa de consangüinidade e conseqüente depressão endogâmica que, segundo
Simberloff et al. (1992) pode conduzir as populações de pequenos refúgios à extinção.
Simberloff e Cox (1987) e Noss (1987) consideram a depressão endogâmica como um
dos mais importantes processos resultantes da perda de habitat, bem como a
estocasticidade demográfica. Simberloff et al. (1992) definem como depressão
endogâmica a ocorrência de cruzamentos consangüíneos em taxas muito altas e a erosão
genética como a conseqüente perda de variabilidade genética.

O grau de prejuízos causados pela fragmentação irá depender de uma série de fatores,
ou seja, dos atributos espaciais e ecológicos. Entre estes atributos, temos o efeito de
borda, que é específico para cada caso e pode acarretar uma série de distúrbios
ecológicos como aumento da temperatura e diminuição da umidade. Outros atributos
importantes seriam a área, a forma e a relação perímetro/área do fragmento, onde estes
três fatores estariam fortemente relacionados com o grau de perturbação causado pelo
efeito de borda. A conectividade entre os fragmentos, a heterogeneidade de habitats e o
contexto ao qual o fragmento está inserido também interferem e determinam se os danos
serão amenos ou irreversíveis (Collinge, 1996).

Com relação especificamente ao efeito de borda, este atributo pode variar em tamanho
dependendo de uma série de fatores, como o tempo de isolamento do fragmento, a

36
forma do polígono, o tamanho do polígono, o tipo de matriz circunvizinha, a intensidade
de interferência antrópica, etc. Da mesma forma, os distúrbios ecológicos causados pelo
efeito de borda irá depender dos fatores citados acima e do grau de interferência desses
fatores na borda do fragmento.

Stevens e Husband (1998) analisaram o efeito de borda sobre condições microclimáticas


e populações de pequenos mamíferos em dois fragmentos de Mata Atlântica, no Estado
de Sergipe. Foi constatado que as alterações das condições do meio físico, como
umidade do ar e do solo e temperatura, em função da distância da borda alcançam até de
60 m. Porém o número de indivíduos e a diversidade de pequenos mamíferos
observados em uma faixa de até 160 m a partir da borda apresentam diferenças
significativas em relação ao observado no interior dos fragmentos.

Outros autores assumem como largura de borda valores que variam de 50 a 300 metros
(e.g. Collinge, 1996; Flaspohler et al., 2001). Estes valores são um tanto subjetivos pois
são apresentados sem medições precisas de condições físicas e levantamentos de
abundância e diversidade de espécies, como é o caso de Skole e Tucker (1993) que
propõem 1 Km para o alcance do efeito de borda na região amazônica.

2.1.2 – DINÂMICA DE COMUNIDADES EM HABITAT FRAGMENTADO

A biota de um ecossistema é composta de várias populações biológicas, que formam


uma comunidade local. Estas populações possuem interações inter e intra-específicas,
ou seja, relações entre os próprios indivíduos da mesma população e relações entre
indivíduos de populações e/ou espécies diferentes; e, além dessas interações biológicas,
interações com fatores bióticos e abióticos, também denominados de fatores limitantes
ou recursos (Ricklefs, 1996).

As interações entre os indivíduos e/ou populações com os fatores limitantes é


responsável pela manutenção do equilíbrio do ecossistema, sendo responsáveis diretos
pela regulação da população, seu declínio ou seu sucesso. Esse tipo de controle externo
faz com que o tamanho efetivo da população seja diretamente proporcional à quantia de
recursos disponíveis que, por sua vez, é diretamente proporcional ao tamanho do habitat

37
(Metzger, 1999). Um habitat fragmentado é um habitat com quantidade limitada de
recursos que obriga os indivíduos a emigrarem do fragmento ou, na impossibilidade de
movimentação para fora do habitat, implica num aumento das competições intra-
específicas diminuindo o número de indivíduos dentro da população (Cornelius et al.,
2000).

A conectividade é caracterizada pela capacidade da paisagem em facilitar ou impedir o


fluxo entre fragmentos de habitat, sendo dessa forma, uma propriedade vital para a
sobrevivência das comunidades em um ambiente fragmentado (Metzger e Décamps,
1997).

Na impossibilidade de fluxo entre populações diferentes, haverá declínio na população e


aumentará o número de cruzamentos endogâmicos, cruzamento entre indivíduos
aparentados, cuja tendência é diminuir drasticamente a variabilidade genética
aumentando a probabilidade de extinção local (Metzger e Décamps, 1997).

Uma das razões para o declínio das populações é a fragmentação do habitat, podendo
levar pequenas populações locais à extinções, devido a estocasticidade demográfica ou
ambiental (Ricklefs, 1996). Assim, algumas espécies podem (temporariamente) ficar
ausentes nos fragmentos que parecem ser habitats satisfatórios, porém, estes fragmentos
têm uma probabilidade de ser recolonizado, mas se o grau de fragmentação é grande, a
taxa de extinção pode exceder a taxa de colonização e as espécies podem ficar extintas
na área (Verboom et al., 1991).

2.2 – ECOLOGIA DA PAISAGEM E DINÂMICA DE POPULAÇÕES

A paisagem é um mosaico composto por unidades distintas de ecossistemas ou


ecótopos. As unidades da paisagem compõem-se por uma matriz composta por um
grupo de ecossistemas dominantes, contendo manchas ou fragmentos de outros
ecossistemas, arranjados em padrões variáveis, conectados entre si ou isolados. As
conexões entre os fragmentos são denominadas corredores ecológicos, pois funcionam
como meio de passagem para a biota que ocupa os fragmentos. Cada unidade da
paisagem possui estrutura, condições ambientais, funcionamento e percepções próprios

38
e inerentes a sua área, disposição espacial e/ou forma (Forman, 1995; Hobbs, 1997; Putz
et al., 2001). A estrutura da paisagem é de suma importância para a conservação de
populações biológicas, pois dela depende a dinâmica de populações (Metzger, 1999;
Turner, 1989).

Em áreas com intenso crescimento populacional, a atividade humana transformou a


paisagem original em um mosaico fragmentado. Este é dominado por uma matriz
antropizada, geralmente resultante de atividades agro-pastoris e inserções urbanas ou de
serviços. Inseridos na matriz, encontram-se manchas de ecossistemas originais ou deles
derivados que funcionam como habitats naturais para a biota regional. As dimensões
destas manchas, suas formas e a disposição espacial de seu conjunto determinam as suas
qualidades como habitat para a biota (Collinge, 1996; Kubes, 1996). As manchas podem
estar conectadas por corredores ecológicos que também têm suas qualidades como meio
de fluxo gênico ou mesmo como habitat para manutenção de população biológica
determinadas pelos seus padrões espaciais (Lefkovitch e Fahrig, 1985; Forman, 1995).

A matriz, no contexto de Ecologia da Paisagem, é o meio que envolve as áreas com


ecossistemas naturais, apresentando, em geral, menor probabilidade de ocorrência de
espécies silvestres. Por esta baixa adequação às populações silvestres a matriz impõe
uma resistência ao deslocamento de espécies com conseqüente diminuição do fluxo
gênico. Porém, a resistência que um indivíduo encontra para transpor a matriz e
deslocar-se de um fragmento a outro, depende principalmente do tipo de cobertura de
solo existente na matriz (Merriam, 1988).

Para algumas espécies de mamíferos, a matriz pode bloquear totalmente o fluxo de


indivíduos entre os fragmentos de habitat, como por exemplo, uma espécie de rato
(Peromyscus leucopus) e uma de esquilo (Tamias striatus), nas quais os indivíduos não
se deslocam para fora da floresta (Wegner e Merriam, 1979). Algumas espécies de aves
também não conseguem voar por sobre campos ou áreas de cultura, permanecendo, na
ausência de corredores ecológicos, somente dentro dos fragmentos de habitat (Wegner e
Merriam, 1979; Dário, 1999).

39
Os fragmentos de habitats naturais, inseridos na matriz, representam o meio natural
propício à sobrevivência das populações silvestres (Metzger, 1999). Os efeitos relativos
ao tamanho do fragmento é uma das determinantes importantes para a manutenção da
população, pois deles depende a sobrevivência de um número mínimo viável de
indivíduos (População Mínima Viável-PMV) (Forman, 1995; Collinge, 1996; Chiarello,
1999). A PMV é o número de indivíduos capaz de manter a variabilidade genética e
evitar uma extinção estocástica ao longo de um período relativamente extenso (Ricklefs,
1996). Nos casos de fragmentos relativamente pequenos, as populações que deles
dependem tendem a entrar em declínio com conseqüente extinção local (Metzger,
1999).

Outra determinante importante para auxiliar nos processos de fluxo gênico é a


disposição dos fragmentos dentro da matriz da paisagem. A proximidade dos
fragmentos pode facilitar muito a dispersão e o fluxo, agindo como componente da
dinâmica de populações.

Tanto o tamanho de um fragmento de habitat, quanto a posição relativa a outros


fragmentos, irão definir a diversidade de espécies presentes no fragmento e o tamanho
das populações existentes. Este efeito varia de acordo com as características próprias de
cada espécie. Espécies com estratégias generalistas de aproveitamento de recursos, que
utilizam tanto a borda como o interior de um fragmento de habitat, apresentam um
declínio menor na população com a redução no tamanho do fragmento do que espécies
restritas ao ambiente existente no interior dos fragmentos. Em outro exemplo, as
espécies migratórias sofrem menos com a perda de habitat que as espécies residentes. Já
as espécies de borda, são mais afetadas pela disposição dos fragmentos dentro da matriz
que pelo tamanho de cada fragmento (Bender et al., 1998).

As conexões entre os fragmentos de habitat propiciadas pelos corredores ecológicos são


de grande importância para as dinâmicas das populações silvestres, pois do fluxo gênico
entre subpopulações depende a manutenção da variabilidade genética da população
regional (Forman 1995). Os corredores podem se apresentar de várias formas e possuir
funções variadas na manutenção das populações fragmentadas. Forman (1983) e

40
Simberloff e Cox (1987) propõem quatro funções principais para os corredores: a)
habitat para algumas espécies; b) meio para a movimentação de indivíduos entre
fragmentos; c) barreira semi-permeável que separa áreas da matriz e, d) fonte de fatores
bióticos e abióticos para a matriz circunvizinha.

Além das funções designadas aos corredores, estes também podem apresentar formas
distintas como: a) corredores em linha, formado exclusivamente por habitat de borda,
portanto ocupado apenas por espécies típicas de borda; b) corredores em faixa, podendo
conter habitats e espécies tanto de borda como de interior dependendo de sua largura e
c) corredores de mata ciliar, o qual possui um ecossistema peculiar de espécies
ribeirinhas, mas que também permite o fluxo de espécies de interior e borda (Forman,
1983).

Outro fator importante em um corredor ecológico é a sua qualidade, que irá depender do
tamanho, da largura e do grau de cobertura que possui. Henein e Merriam (1990)
avaliaram a importância da qualidade de corredores através de modelagem de
populações e revisão da literatura. Desta avaliação verificou-se que um corredor com
alta qualidade (bastante largo e com cobertura vegetal em fases sucessionais adiantadas)
é ideal para a propagação do fluxo de espécies. Os autores também concluíram que a
existência de um corredor de baixa qualidade (estreito ou com cobertura vegetal
perturbada) é melhor que a ausência de conexão entre os fragmentos.

A qualidade do corredor pode impedir ou facilitar o movimento de algumas espécies,


como acontece por exemplo, com corredores de eucaliptos, pelo qual, muitas espécies
de aves florestais não se movimentam de um fragmento de floresta natural a outro,
tornando-se uma barreira potencial para estas espécies. Porém, o mesmo corredor
permite o fluxo de algumas outras espécies, que em geral estão mais adaptadas aos
processos antrópicos (Dário, 1999).

Apesar das muitas utilidades dos corredores, não existe respaldo científico para afirmar
que os corredores podem evitar a extinção ou até mesmo preveni-la, embora alguns
trabalhos já tenham conseguido demonstrar que em muitos casos os corredores são
utilizados como canal de fluxo para algumas espécies (Tischendorf et al., 1998;

41
Machtans et al., 1996). Wike et al. (2000) comprovaram a eficácia de corredores de
vegetação ribeirinha como promotores de fluxo de pequena escala de indivíduos de
populações de pequenos mamíferos.

Porém, o que existe de concreto a respeito de corredores é a discussão a respeito das


vantagens e desvantagens que eles apresentam. Existe também, um grande
questionamento a respeito da eficiência dos corredores e se os mesmos representam a
melhor forma de fluxo entre fragmentos (Simberloff e Cox, 1987). Noss (1987) lista
potenciais vantagens e desvantagens de corredores:

Vantagens:

• Aumento da taxa de imigração, que pode levar a um aumento ou manutenção da


riqueza de espécies e diversidade;

• Aumento no tamanho das populações e espécies diminuindo a probabilidade de


extinções locais e prevenindo a depressão endogâmica, o que garante a
manutenção da variabilidade genética na espécies;

• Aumento da área de forrageamento das espécies, fornecendo uma gama


extensiva de recursos;

• Aumento da área de cobertura para manter a relação predador-presa estável,


permitindo o movimento por vários fragmentos;

• Proporcionamento de uma mistura de habitats que permite uma melhor


organização successional nas diversas fazes da vida de várias espécies;

• Proporcionamento de refúgios alternativos durante grandes perturbações e/ou


catástrofes, como fogo ou pragas e,

• Diminuição da poluição provinda dos grandes centros urbanos.

42
Desvantagens:

• Aumento da taxa de imigração pode facilitar a expansão de epidemias, pestes de


insetos e espécies exóticas, ervas daninhas, espécies invasoras, entre outras que
sejam indesejáveis;

• Diminuir o nível de variação genética entre as populações e subpopulações ou


romper adaptações locais;

• Facilitar a expansão de fogo e de outras perturbações bióticas e abióticas como


catástrofes ou doenças e;

• Aumentar a exposição da vida selvagem a caçadores e/ou outros predadores.

2.2.1 – CORREDORES ECOLÓGICOS NA MATA ATLÂNTICA

Em uma análise global, Myers et al. (2000) identificaram 25 áreas de prioridade de


conservação chamadas hotspots, as quais possuem 44% de todas as espécies de plantas
vasculares e 35% de todas as espécies do planeta, apresenta altas taxas de endemismo,
porém com taxas de extinção bastante elevadas. De todos os hotspots identificados, 5
foram classificados como principais, dentre os quais encontra-se a Floresta Atlântica do
Brasil. Juntos, os 5 hotspots principais possuem plantas endêmicas e vertebrados
representando pelo menos 2% das espécies totais do mundo, 20% de todas as plantas,
16% do número total de espécies de vertebrados e 45% das espécies de todos os 25
hotspots.

Atualmente já existem projetos de corredores de larga escala, denominados de


corredores ecológicos ou corredores de biodiversidade, cuja função é conectar
fragmentos de florestas naturais através de unidades da paisagem, formando um
mosaico de uso da terra com o objetivo de facilitar o fluxo gênico entre populações.
Estes corredores podem abranger grandes áreas e até mesmo Estados inteiros (IESB/CI,
2000).

43
No Brasil, a caracterização de áreas de prioridade para conservação abrange projetos
que se concentram em áreas de grande diversidade no país. Estas áreas seriam a
Amazônia e a Mata Atlântica (IESB/CI, 2000).

Dentro do domínio da Mata Atlântica, dois corredores ecológicos foram propostos


(MMA, 1998):

• Corredor Central da Mata Atlântica – áreas de alta diversidade nos Estados de


Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, abrigando muitas espécies animais e
vegetais da planície costeira.

• Corredor Sul da Mata Atlântica (Corredor da Serra do Mar) – inclui a maior


extensão de área do domínio da Mata Atlântica, sendo o mais viável para a
conservação pois inclui 27 Unidades de Conservação como o Parque Estadual de
Campos do Jordão e o Parque Nacional de Itatiaia.

Independente da qualidade dos corredores existentes, sua eficácia é um assunto bastante


controverso, havendo grande questionamento científico sobre sua importância. Wegner
e Merriam (1979); Simberloff e Cox (1987) e, Fahrig e Merriam (1985), verificaram
que corredores facilitam o movimento das espécies entre os fragmentos, mas
questionam o quanto eles podem estar prejudicando essas mesmas populações e suas
estruturas devido às desvantagens acima discutidas.

Simberloff e Cox (1987) afirmam que não há mais tempo viável para testar a eficácia
dos corredores, tamanha a necessidade de fluxo gênico entre os fragmentos existentes e,
na incerteza, aconselham a manter e restabelecer todos os tipos de corredores naturais já
existentes.

2.3 – SENSORIAMENTO REMOTO E SISTEMA DE INFORMAÇÃO


GEOGRÁFICA NA APLICAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL

O Código Florestal foi criado com o intuito de preservar o meio ambiente e, prevenir e
corrigir os danos causados pelo desmatamento e, segundo a Lei nº 4.771, de 15 de
setembro de 1965, alterada pela Lei nº 7.802, de 18 de julho de 1989 e pela Resolução

44
nº 302, de 20 de março de 2002 (Brasil, 2002). Apresenta-se o texto da Lei e a
possibilidade de auxiliar sua implementação com Sensoriamento Remoto e Sistema de
Informação Geográfica:

Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de


vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de
propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta
Lei estabelecem.

Parágrafo único. As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na


utilização e exploração das florestas são consideradas uso nocivo da propriedade
(art. 302, XI b, do Código de Processo Civil).

Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as


florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto
em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação da Lei nº 7.803 de
18.7.1989)

1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez)


metros de largura; (Redação da Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10


(dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; (Redação da Lei nº 7.803 de
18.7.1989)

3) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50


(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; (Redação da Lei nº
7.803 de 18.7.1989)

45
4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; (acrescentado pela
Lei nº 7.511, de 7.7.1986 e alterado pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

5 – de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham


largura superior a 600 (seiscentos) metros; ( acrescentado pela Lei nº
7.511, de 7.7.1986 e alterado pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

A detecção de transgressões ao Código Florestal em relação ao artigo 2a requer a


análise da informação cartográfica da rede de drenagem associado ao mapeamento da
cobertura da terra com o uso de dados de sensoriamento remoto com resolução
adequada. A Área de Preservação Permanente (APP) pode ser determinada a partir do
fatiamento de um mapa de distância da rede de drenagem e o tipo de cobertura
encontrado na faixa de preservação pode ser obtido do cruzamento do mapa de APP
com o mapa de cobertura da terra (Siqueira, 1999).

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais;

1) de 30 (trinta) metros para os que estejam situados em áreas urbanas


consolidadas; (Redação da Resolução nº 303 de 20.03.2002)

2) de 100 (cem) metros para os que estejam situados em áreas rurais,


exceto os corpos d’água com até vinte hectares de superfície, cuja
faixa marginal será de 50 (cinqüenta) metros; (Redação da Resolução
nº 303 de 20.03.2002)

Com relação ao item 2b, a detecção de transgressão ao Código Florestal é prejudicada


pela ausência de definição da distância que deve ser preservada.

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”,


qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50
(cinqüenta) metros de largura; (Redação da Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

46
A detecção de transgressões ao Código Florestal em relação ao artigo 2c requer a
análise da informação cartográfica da rede de drenagem, extraindo os pontos referentes
às nascentes dos corpos d’água, associado ao mapeamento da cobertura da terra com o
uso de dados de sensoriamento remoto com resolução adequada. A Área de Preservação
Permanente (APP) pode ser determinada a partir do fatiamento de um mapa de distância
da rede de drenagem e o tipo de cobertura encontrado na faixa de preservação pode ser
obtido do cruzamento do mapa de APP com o mapa de cobertura da terra (Siqueira,
1999).

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras, em áreas delimitadas a


partir de curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura
mínima de elevação em relação à base

Define-se como:

• Cume ou topo – parte mais alta do morro montes, montanhas ou


serras;

• Morro ou monte – elevação do terreno com cota do topo em relação


a base entre 50 (cinqüenta) a 300 (trezentos) metros e encostas com
declividade superior a 30% (aproximadamente 17º) na linha de
maior declividade; o termo “monte” se aplica de ordinário a
elevações isoladas na paisagem;

• Serra – vocábulo usado de maneira mais ampla para terrenos


acidentados com fortes desníveis, freqüentemente aplicados a
escarpas assimétricas possuindo uma vertente abrupta e outra
menos inclinada;

• Montanha – grande elevação de terreno, com cota em relação à base


superior a 300 (trezentos) metros e freqüentemente formada por
argumentos de morros;

47
• Base de morro, monte ou montanha – plano horizontal definido por
planície ou superfície de lençol d’água adjacente ou nos relevos
ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu redor.

Com relação ao item d do artigo 2, a detecção de transgressão ao Código Florestal é


prejudicada pela dificuldade de implementação dos critérios que determinam a área a
ser considerada como topo de morro, montes, montanhas ou serras, uma vez que tais
critérios são altamente complexos.

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente


a 100% na linha de maior declive;

Para a detecção da transgressão do Código Florestal em relação às áreas com


declividade superior a 45º, é necessário a altimetria da área de estudo para obtenção de
uma grade retangular de declividade em graus, a qual será fatiada em classes temáticas
de interesse e integrada a um mapa de cobertura da terra para determinar as áreas dentro
desta classe de Áreas de Proteção Permanente sem a cobertura adequada (Siqueira,
1999).

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

Para a detecção da transgressão do Código Florestal em relação às áreas de restingas e


mangues é necessário a classificação da imagem, uma vez que esses ecossistemas são de
fácil identificação.

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do


relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções
horizontais; (Redação da Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

Para a detecção da transgressão do Código Florestal em relação às áreas dos tabuleiros e


chapadas é necessário o fatiamento de um mapa distância a partir de linhas de quebra de
declividade, realizado através do aplicativo SPRING, derivado da altimetria e um mapa
de cobertura da terra.

48
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja
a vegetação. (Redação da Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

Para a detecção da transgressão do Código Florestal em relação às áreas com altitude


superior a 1800 metros, é necessário a altimetria da área de estudo para obtenção de um
Modelo Numérico de Terreno (MNT), o qual deverá ser fatiado em classes temáticas de
interesse e integrado a uma imagem classificada para determinar as áreas em que
ocorrem o desmatamento dentro das Áreas de Proteção Permanente (Siqueira, 1999).

i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. (acrescentada pela Lei nº 6.535,


de 15.6.1978)

Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas


nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e
aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto
nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e
limites a que se refere este artigo. (acrescentado pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim


declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação
natural destinadas:

a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção


ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a
critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de
valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de
extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a
assegurar condições de bem-estar público.

§ 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só


será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando
for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de
utilidade pública ou interesse social.

49
§ 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao
regime de preservação permanente (letra g) pelo só efeito desta Lei.

Art. 10 – Não é permitida a derrubada de florestas situadas em áreas de


inclinação entre 25 e 45 graus, só sendo nelas tolerada a extração de toros
quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes.

No caso de Áreas de Uso Restrito com declividade entre 25º 45º, como descrito no
artigo 10, a detecção da transgressão do Código Florestal é realizada com o auxílio da
altimetria da área de estudo para obtenção de uma grade retangular de declividade em
graus, a qual será fatiada em classes temáticas de interesse e integrada a uma imagem
classificada para determinar as áreas em que ocorrem o desmatamento dentro das Áreas
de Proteção Permanente (Siqueira, 1999).

2.4 – PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM

Desde o advento dos sensores imageadores, um amplo conjunto de operadores,


algoritmos e procedimentos vêm sendo desenvolvidos e aperfeiçoados. Atualmente
existem diversas técnicas de processamento digital de imagens documentadas com seus
fundamentos e aplicações, porém, todas as técnicas possuem o intuito de extrair
informações que o olho humano seria incapaz de perceber, muitas vezes extraindo
dados numéricos e tratando de imagens digitais para refinar a interpretação visual
(Lillesand e Kiefe, 1994; Richards, 1995; Schowengerdt, 1997)

2.4.1 – CORREÇÃO GEOMÉTRICA

Dados de Sensoriamento Remoto, tais como imagens de satélites, possuem distorções e


degradações geométricas inseridas pelo sensor no momento da aquisição. Tais
distorções podem ser geradas pela rotação da terra, pela variação de altitude do sensor,
pela variação da velocidade nos três eixos de rotação do satélite e pela velocidade da
plataforma, impossibilitando que uma imagem de satélite possua integridade e precisão
cartográfica quanto ao posicionamento dos objetos da superfície terrestre
(Schowengerdt, 1997; Crósta, 1992).

50
Dessa forma, a função da correção geométrica é de eliminar os efeitos inseridos nos
dados de satélites durante sua aquisição, proporcionando assim, uma imagem digital de
sensoriamento remoto com integridade geométrica de um mapa, no qual cada objeto da
superfície terrestre representado na imagem possuirá uma associação com um sistema
de coordenadas geográficas da superfície terrestre real.

Segundo Richards (1995) existem duas formas de corrigir os vários tipos de distorções
citados acima. A primeira forma de correção, seria através de técnicas que modelassem
a superfície da Terra e utilizassem esses modelos para corrigir matematicamente as
imagens desejadas. Porém tais técnicas só seriam viáveis quando as distorções a serem
corrigidas fossem devidamente identificadas. Esse tipo de correção é utilizada para o
tratamento inicial de imagens orbitais, possibilitando que o usuário adquira uma
imagem previamente corrigida, uma vez que para o usuário tais técnicas seriam
demasiadamente complexas.

Outra forma de correção de dados de sensoriamento remoto seria através de uma


transformação polinomial do sistema de referenciamento de uma imagem, no qual os
parâmetros do polinômio deverão ser definidos por um ajuste de mínimos quadrados
entre a posição de um dado pixel na imagem com a coordenada geográfica
correspondente na superfície da Terra. Para esse tipo de correção, também denominada
georreferenciamento, são necessários a utilização de fontes de informações externas,
tais como mapas ou cartas topográficas, ou até mesmo a coleta de pontos de referência
geográfica através de GPS.

O georreferenciamento é uma técnica utilizada toda vez que houver a necessidade de


uma precisão cartográfica para representar os objetos, a superfície ou até mesmo os
fenômenos que estão ocorrendo em um determinado dado de sensoriamento remoto.
Para este tipo de técnica não é necessário o conhecimento prévio das fontes de
distorções e de seus tipos, sendo uma técnica de relativa simplicidade.

A aplicação da transformação polinomial à imagem requer o mapeamento dos valores


de níveis de cinza dos pixels da imagem original para o local correto no novo sistema de

51
referenciamento. Esse valores são reamostrados através de interpoladores (Lillesand e
Kiefe, 1994; Richards, 1995; Schowengerdt, 1997), tais como:

• Interpolação de alocação de vizinho mais próximo – Trata-se de um


interpolador bastante simples, no qual é atribuído ao valor do nível de cinza da
imagem a ser corrigida o mesmo valor do nível de cinza do pixel mais próximo
da posição a ser ocupada na reamostragem, ou seja, o valor do novo pixel será
igual ao valor do pixel mais próximo na imagem original. Este interpolador
possui a vantagem de não alterar os valores de pixels da imagem original para a
imagem reamostrada e é de grande utilidade em área homogêneas.

• Interpolador bilinear – O valor do pixel reamostrado é dado pela média


ponderada pela distância ao local do georreferenciamento dos quatro pixels
vizinhos. Este interpolador altera os níveis de cinza e com isso torna o aspecto
da imagem mais suave, perdendo o contrate entre as feições da imagem, por esse
motivo é um interpolador muito utilizado em regiões com grande
heterogeneidade.

• Convolução cúbica – Baseado na média ponderada pela distância dos valores


dos 16 pixels vizinhos ao pixel que será reamostrado. A imagem original é
esteticamente melhor que a gerada pelo interpolador bilinear, pois embora altere
os valores dos níveis de cinza ela não altera o contraste da imagem.

2.4.2 – CORREÇÃO DE EFEITOS ATMOSFÉRICOS

Os componentes da atmosfera interferem diretamente na quantidade de energia que


chega até a superfície terrestre e na quantidade de energia que chega até o sensor.
Dependendo dos componentes da atmosfera a influência na detecção da energia
eletromagnética pelo sensor será maior ou menor. Este efeito é denominado
espalhamento atmosférico, que é o resultado da interação entre a radiação
eletromagnética e as partículas e/ou moléculas de gases presentes na atmosfera (Slater,
1980; Mather, 1999).

52
O espalhamento atmosférico pode ser explicado por dois modelos distintos, o
espalhamento Rayleigh e o espalhamento Mie (Slater, 1980; Mather, 1999).

• Espalhamento Rayleigh – é inversamente proporcional à quarta potência do


comprimento de onda (λ-4), o que significa que os comprimentos de ondas mais
curtos do espectro eletromagnético sofrerão maior espalhamento que os
comprimentos de onda mais longos. Este tipo de espalhamento é causado
predominantemente por moléculas de gás que são muito menor que os
comprimentos de onda da luz.

• Espalhamento Mie – é inversamente proporcional ao comprimento de onda,


onde em uma atmosfera moderada o fator de espalhamento é de λ-1. Porém esta
relação pode variar de λ0 para λ-4, onde λ0 representa uma atmosfera com total
espalhamento, como em uma imagem com 100% de cobertura de nuvens. O
espalhamento Mie é causado por partículas que possuem aproximadamente o
mesmo tamanho do comprimento de onda, como as partículas de fumaça ou de
poeira em suspensão.

Chavez (1988) apresenta um método simples para a correção do efeito aditivo do


espalhamento atmosférico em imagem Landsat, adequado para diferentes condições da
atmosfera, como muito clara, clara, moderada, nublada e muito nublada. A condição
atmosférica é identificada através da análise do início do histograma de níveis de cinza
das bandas do visível. A derivada desta parte do histograma indica a condição
atmosférica, sendo quanto maior a derivada, mais clara é a atmosfera.

Um modelo de espalhamento é então selecionado, podendo ser este totalmente


dominado pelo espalhamento Rayleigh (atmosfera muito clara), quando o espalhamento
decai em função da quarta potência negativa do comprimento de onda central da banda
(λ-4), ou uma combinação do espalhamento Rayleigh e Mie, como atmosfera clara (λ-2),
moderada (λ-1), nublada (λ-0.7) e muito nublada (λ-0.5). Níveis de cinza de alvos escuros
na imagem, como sombras de relevo, são então ajustados ao modelo atmosférico e estes
valores ajustados são subtraídos da imagem (Chavez, 1988).

53
2.4.3 – GERAÇÃO DE IMAGEM COM EFEITO DE ILUMINAÇÃO
ATENUADO

A topografia da área imageada impõe uma impressão visual de relevo causado pela
variação da irradiância em superfícies inclinadas comparadas com superfícies
horizontais, em função da orientação da superfície em relação à posição do sensor e da
fonte solar (Holben e Justice, 1981).

Um método de correção dos efeitos topográficos é o método de extração de informação,


utilizando transformação por componentes principais ou razão de bandas efetuada por
Conese et al. (1988) que utilizaram a técnica de transformação por principais
componentes (PC) para a redução do efeito topográfico aplicada sobre duas ou mais
bandas. Como resultado de suas observações pode-se concluir que a 1ª PC está
relacionada com a variação de brilho da imagem devido à diferença de iluminação que é
dominada pelo efeito de relevo na imagem e que a 2 ª PC concentra as informações
relacionadas as diferenças da cobertura da terra.

Holben e Justice (1981) utilizaram a razão de bandas para atenuação do efeito


topográfico, observando que nas áreas onde o efeito topográfico tem maior efeito sobre
a radiância, a redução deste efeito foi mais perceptível. Com a razão de bandas o efeito
topográfico é atenuado devido à eliminação do efeito multiplicativo do ângulo de
iluminação. Mortara (2000) em um trabalho realizado na Serra da Mantiqueira, obteve
bons resultados de classificação da cobertura da terra utilizando, além da 2ª PC, as
razões das bandas TM3/TM4 e TM5/TM4. Neste caso, existe a necessidade de realizar a
correção de efeitos da atmosfera nas bandas utilizadas com a finalidade de eliminar este
termo aditivo para se computar adequadamente a razão entre bandas.

2.4.4 – CLASSIFICAÇÃO DE IMAGEM DIGITAL

A classificação digital de imagens orbitais possui como principal função a detecção de


padrões e objetos homogêneos em uma determinada cena, Os algorítmos de
classificação podem ser divididos em dois grupos: supervisionada e não supervisionada

54
A classificação supervisionada é precedida por uma fase de treinamento, quando o
usuário seleciona amostras representativas das classes que a serem discriminadas. O
conjunto de amostras selecionadas permite estimar os parâmetros estatísticos da função
densidade de probabilidade de nível de cinza de cada classe, os quais serão usados na
definição de critério para atribuir os demais pixels da imagem às classes definidas na
fase de treinamento.

Os passos essenciais para a classificação supervisionada, independente do método


utilizado (Richards, 1995), são:

1) Selecionar as classes que deseja-se identificar na imagem;

2) Escolher um conjunto de amostras representativas das classes selecionadas;

3) Utilizar o conjunto de amostras para estimar os parâmetros estatísticos utilizados


pelo classificador;

4) Rotular cada pixel ou cada região como pertencente a determinada classe,


definida e amostrada nos passos anteriores;

5) Gerar dados tabulares ou mapas temáticos para análise e visualização dos


resultados da classificação.

As abordagens mais utilizada de classificação, são as classificações supervisionadas por


pixel, na qual cada pixel é atribuído a uma determinada classe previamente definida,
através de uma função discriminante que pode ser determinada pelos seguintes métodos
(Richards, 1995):

• Paralelepípedo – O pixel é atribuído a uma determinada classe caso a célula de


seu vetor de número digital no espaço de atributos se encontre dentro dos
intervalos dos valores máximos e mínimos da classe em cada banda;

• Vizinho mais próximo – O pixel á atribuído a uma determinada classe em


função da distância da célula de seu vetor de número digital no espaço de
atributos em relação às médias das classes neste mesmo espaço;

55
• Decisão Bayesiana – O pixel á atribuído a uma determinada classe caso a sua
célula do vetor de número digital no espaço de atributos tenha probabilidade de
pertencer a esta classe maior do que a de pertencer às demais classes. A função
de densidade de probabilidade de cada classe é pré-determinada na fase de
treinamento.

As classes espectrais e suas respectivas funções discriminantes podem ser determinadas


por análise de agrupamentos de modo não supervisionado. Outra abordagem de
classificação de imagens é a realização da segmentação prévia da imagem em campos
espectralmente homogêneos, seguida da classificação destes campos por análise de
agrupamentos com base nas médias e matrizes de covariância destes campos.

A segmentação de imagens pode ser realizada de duas formas diferentes:

1) Crescimento de regiões: divide a imagem através do crescimento de regiões a


partir da análise iterativa da vizinhança de pixels ou regiões onde o pixel vizinho
é agregado uma dada região caso seu vetor de nível digital seja contido na
função de distribuição de probabilidade dos pixels da região.

2) Detecção de bordas: divide a imagem através da determinação de limites entre as


regiões homogêneas através da detecção de variações abruptas nos valores dos
pixels da imagem que são utilizadas na delimitação de regiões.

Bins et al. (1996) analisou a técnica de segmentação por crescimento de regiões,


implementando o algoritmo no SPRING e definiu o algoritmo como sendo um processo
iterativo, pelo qual as regiões são agregadas em função de grau de similaridade a partir
de pixels individuais ou de outra segmentação inicial. O crescimento de regiões procede
iterativamente até que todos os pixels sejam processados. Resumidamente este
procedimento pode ser descrito pelas seguintes etapas:

1) Toda a imagem é segmentada em celas padrão, de 1 ou mais pixels;

56
2) Cada cela padrão é comparada com suas celas vizinhas para determinar suas
semelhanças, caso sejam semelhantes, as celas se fundem para forma um
fragmento que será atualizado e novamente utilizado na comparação;

3) O agrupamento de celas continua até que não haja mais celas adjacentes e
semelhantes, então todas as regiões detectadas serão rotuladas;

4) O ultimo passo é rotular todas as celas que foram detectadas durante o


processamento da segmentação.

A técnica de Crescimento de Regiões tem sido muito utilizada na segmentação de


imagens com áreas de floresta e áreas agrícolas, apresentando resultados satisfatórios
(Bins et al. 1996).

2.5 – GEOPROCESSAMENTO

Geoprocessamento é a disciplina do conhecimento que possui a finalidade de tratar as


diversas informações geográficas por meio de técnicas matemáticas e computacionais.
Seu principal objetivo é fornecer ferramentas computacionais que permitam aos mais
diferentes analistas determinarem as evoluções espaciais e temporais dos mais diversos
tipos de fenômenos através da análise conjunta de diversos tipos de dados (Câmara e
Medeiros, 1998a).

Assim, geoprocessamento tem a função de uma ferramenta potente utilizada nos mais
diversos campos do conhecimento para auxiliar a análise, interpretação e compreensão
de condições, localizações, tendências, roteamentos, padrões e modelos.

2.5.1 – MODELO NUMÉRICO DE TERRENO (MNT) E SUAS APLICAÇÕES

O termo Modelo Numérico de Terreno (MNT) tem sido utilizado para representar de
forma quantitativa, algumas grandezas que variam continuamente no espaço e que
podem estar associadas com a altimetria. O MNT também pode ser utilizado para
modelar grandezas geoquímicas como teor mineral, propriedades do solo, teor de
matéria orgânica, acidez ou condutividade elétrica.

57
Burrough e McDonnell (1998) e Câmara e Medeiros (1998b) citam alguns exemplos de
aplicações que podem ser executadas utilizando o modelo numérico de terreno:

1) Geração de mapas topográficos através do armazenamento de curvas de nível e


pontos cotados (altimetria);

2) Projeção de estradas e barragens através de análise de corte-aterro;

3) Geração de mapas de declividade e exposição para finalidades diversas;

4) Apresentação da área de interesse em três dimensões;

5) Extração de medidas de distância à partir de um objeto específico para realização


de análise de proximidade;

6) Identificação e análise da hidrografia, delimitando e analisando as bacias


hidrográficas;

O MNT representa a superfície real de uma determinada área através de modelos


matemáticos, os quais são gerados a partir de algoritmos computacionais sobre um
conjunto de pontos que possuem uma coordenada x,y, representada pela latitude e
longitude de cada ponto e, também, um valor de altitude ou cota designado por um
atributo z que irão descrever a variação topográfica contínua da superfície.

A representação do MNT pode ser feita através de grades regulares ou de redes


triangulares:

• Grade Regular – Trata-se de um modelo digital representado por uma matriz


na qual cada um de seus elementos está associado a um valor numérico
referente à cota do local ou ao valor de qualquer propriedade que está sendo
representada (teor de argila, concentração de minério, temperatura, etc.).

• Rede Triangular (TIN) – Trata-se de uma estrutura do tipo vetorial. Com


topologia arco-nó e representa uma superfície utilizando um conjunto de facetas

58
triangulares justapostas. Cada vértice da face triangular armazena as
coordenadas de localização (x, y) e o atributo de elevação (z).

Para a geração de MNT, tanto da grade regular como do TIN, são utilizadas curvas de
nível cotadas e pontos cotados representados por isolinhas e pontos, respectivamente.
Os valores existentes em uma determinada malha de isolinhas e pontos são interpolados
através de cálculos matemáticos. Os dados utilizados para a geração de isolinhas e
pontos podem ser obtidos através da digitalização de cartas topográficas ou através de
valores coletados diretamente em campo, formando uma representação em amostras. A
grade regular pode ser gerada a partir da interpolação entre as amostras ou a partir do
TIN, porém o TIN, por sua vez, é gerado somente a partir de amostras.

2.5.1.1 – EXTRAÇÃO DE DECLIVIDADE E ALTITUDE À PARTIR DE MNT

A declividade em uma posição da superfície é definida por um plano tangente àquela


posição da superfície modelada pelo MNT. A declividade é formada por duas
componentes, sendo elas o gradiente ou declividade, que é a máxima razão de variação
da cota z e a exposição, que é a direção azimutal da declividade.

A obtenção da declividade em um pixel, é feita através da derivada do MNT na direção


de máxima variação da cota dos pixels vizinhos. A grade de declividade pode ser
fatiada, o que consiste na definição de intervalos ou fatias de declividades ou de cotas,
gerado com a finalidade de obter uma imagem temática à partir do modelo. Cada fatia
será associada a uma classe pré-definida de acordo com os intervalos de declividade.

Com relação à altitude, o fatiamento é feito a partir da grade regular do MNT, a qual
será dividida em fatias que posteriormente serão associadas às classes de interesse.

2.5.2 – REPRESENTAÇÃO DE HIDROGRAFIA A PARTIR DE


INFORMAÇÕES LINEARES

A hidrografia é representada por uma topologia do tipo arco-nó, ou seja, a representação


vetorial está associada a uma rede linear conectada, onde um nó pode ser definido como

59
um ponto de interseção entre duas ou mais linhas, correspondente ao ponto final ou
inicial de cada linha.

Uma operação de cunho prático é a definição da adjacência imediata à rede de


drenagem, comumente denominada “buffer” e relacionada com a área de maior
influência sobre a rede hidrográfica. Para tal uma grade de distância em relação a rede
hidrográfica é gerada e fatiada na distância desejada. Exemplos de aplicações de
“buffers” podem ser encontradas em Siqueira (1999) e Maia (2001) que utilizaram a
grade de distância em relação a rede hidrográfica para delimitar áreas de Preservação
Permanente em torno das margem dos rios.

60
CAPÍTULO 3

MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 – ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo situa-se na Serra da Mantiqueira, possuindo 5.700 Km². É delimitado


pelos paralelos w 45º30’ e 44º30’ e s 22º45’ e 22º15’ e abrange 12 municípios do
Estado de São Paulo, 19 municípios do Estado de Minas Gerais e 2 municípios do
Estado do Rio de Janeiro. A Figura 3.1.1 apresenta o limite municipal das cidades que
situam-se ao longo da Serra da Mantiqueira e em seu entorno, o retângulo ao centro da
figura indica a área de estudo do presente trabalho e em verde está delimitada a APA da
Serra da Mantiqueira.

Fig. 3.1.1 – Limites dos municípios da Serra da Mantiqueira. Em verde a APA da


Mantiqueira.
FONTE: modificado de IBAMA
(http://www2.ibama.gov.br/unidades/parques/mapasucs/1001/index.htm)

A área de estudo está situada entre o Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ), e o
Parque Nacional do Itatiaia (PNI). Ao longo da crista da Serra da Mantiqueira existe um
corredor de vegetação nativa e interligando as duas Unidades de Conservação (Figura
3.1.2).

61
Fig. 3.1.2 – Área de estudo abrangendo a crista da Serra da Mantiqueira.

O Parque Estadual de Campos do Jordão, criado pelo Decreto nº 11.908/41, possui uma
área total de 8.386 ha e sua vegetação predominante classifica-se como Floresta
Ombrófila Mista, também conhecida como Mata de Araucária ou Pinheiral, sendo
exclusivo do Planalto Meridional Brasileiro e algumas áreas isoladas nas Serras do Mar
e da Mantiqueira, possui também áreas de vegetação classificadas como Floresta Pluvial
Montana (Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Ombrófila Aberta) e áreas de Campos
de Altitude (IBGE, 1993; Brito, et al., 1999; MPESP, 2000).

O Parque Nacional de Itatiaia foi o primeiro parque a ser criado no Brasil através do
Decreto nº 1.713 de 14 de junho de 1937 com uma área total de 12.000 ha. A vegetação
predominante é classificada como Floresta Pluvial Montana (Floresta Ombrófila Densa
ou Floresta Ombrófila Aberta), que revestem as serras entre 800 e 1.700 metros de
altitudes, possui áreas cuja vegetação classifica-se em Floresta Ombrófila Mista e nas
áreas acima de 1.700 metros encontram-se os Campos de Altitude (IBDF/FBCN, 1982;
Rizzini, 1979; MPESP, 2000).

Os fragmentos florestais encontra-se situados entre as duas unidades de conservação. A


vegetação predominante desses fragmentos é Floresta Pluvial Montana, com Campos de
Altitudes em áreas acima da cota de 1800 metros e algumas manchas de Floresta
Ombrófila Mista, localizando-se em uma região montanhosa que varia de 700 a 2.100
metros de altitude.

62
A porcentagem de desmatamento em toda a área de estudo é bastante alta, porém a
existência de sete fragmentos florestais contínuos torna a região estudada uma área em
potencial para a conexão das Unidades de Conservação e para o aumento do fluxo
gênico e de habitats, formando um grande corredor entre o PECJ e o PNI.

3.2 – MATERIAIS

Para a realização do presente trabalho foram necessários a utilização dos seguintes


materiais:

1) Cartas topográficas na escala 1:50.000 (IBGE):

• Carta Itajubá – Folha SF.23-Y-B-VI-2/MI-2711-2

• Carta Virgínia – Folha.SF-23-Y-B-III-4

• Carta Passa Quatro – Folha.SF-23-Z-A-I-3/MI-2712-3

• Carta Agulhas Negras – Folha.SF-23-Z-A-I-4/MI-2712-4

• Carta Delfim Moreira – Folha.SF-23-Y-B-VI-1/MI-2741-1

• Carta Lorena – Folha.SF-23-Y-B-VI-2/MI-2741-2

• Carta Cruzeiro – Folha.SF-23-Z-A-IV-1/MI-2742-1

• Carta São José do Barreiro – Folha.SF-23-Z-A-IV-2/MI-2742-2.

2) Imagem Landsat – TM órbita-ponto 218/76 e 218/75 nas bandas TM3, TM4 e


TM5, adquiridas na data de 04/09/1999.

3) Curvas de nível referentes às cartas topográficas Itajubá, Agulhas Negras, São


José do Barreiro, Cruzeiro, Lorena e Delfim Moreira, digitalizadas pela Imagem
Sensoriamento Remoto S/A e curvas de nível referentes às cartas topográficas
Virgínia e Passa Quatro, digitalizadas pela NATURE S/A.

4) Rede hidrográfica referente a toda área de estudo, digitalizada pela NATURE


S/A

63
5) Aplicativo SPRING versão 3.5 e 3.5.1 para WINDOWS.

3.3 – METODOLOGIA

A realização do trabalho procedeu-se dividindo as atividades distintas de acordo com o


Modelo Geo-OMT apresentado nas Figuras 3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3 e descritos a seguir:

1) Processamento de Imagens para obtenção do Mapa de Cobertura da Terra e para


a parametrização dos elementos da paisagem atual, seguindo os seguintes
procedimentos:

1. Pré- processamento de Imagem.

1.1. Georreferenciamento.

1.2. Correção dos efeitos atmosféricos.

2. Processamento de Imagem.

2.1. Geração de Imagem com efeito de iluminação atenuado.

2.1.1Operações aritméticas (razão entre bandas).

2.1.2Transformações por componentes principais.

2.2. Segmentação e Classificação da Imagem.

2.3. Mapeamento e interpretação da classificação não-supervisionada em classes


informativas

2.3.1. Geração de mapa temático de Uso da Terra

2.3.2. Estratificação e parametrização dos elementos da paisagem do cenário


atual

2) Processamento de dados cartográficos para avaliação do Estado Normativo da


Cobertura da Terra com a finalidade de detectar áreas em transgressão ao
Código Florestal e, através da edição e interpretação visual da paisagem atual,
criar um cenário alternativo, seguindo os seguintes procedimentos:

1. Construção de cenário alternativo.

64
1.1. Digitalização de dados cartográficos.

1.1.1. Curvas de nível.

1.1.2. Hidrografia.

1.2. Geração de rede triangular (TIN) e grade regular.

1.3. Geração de grade de declividade.

1.4. Geração de grade de distância.

1.5. Geração do mapa de área de preservação permanente em função da altitude.

1.6. Geração do mapa de área de preservação permanente em função da presença


de rios.

1.7. Geração do mapa de área de preservação permanente e uso restrito em


função da declividade.

1.8. Identificação da transgressão ao Código Florestal para APP e AUR.

1.9. Integração dos mapas gerados para avaliação do estado normativo da


cobertura da terra.

1.10. Análise do estado normativo da cobertura da terra.

1.11. Edição dos elementos da paisagem para geração de cenário alternativo.

1.12. Estratificação e parametrização dos elementos da paisagem do cenário


alternativo.

1.13. Comparação tabular entre os elementos da paisagem do cenário atual e dos


elementos da paisagem do cenário alternativo.

65
PROCESSAMENTO DE
IMAGEM

"Imagem
Landsat-TM
Órbitas ponto
218/76

Georreferenciamento da
Imagem

"Imagem "Imagem "Imagem


Imagem Landsat-TM Composição
Georreferenciada Imagem
colorida sintética
TM3-B, TM4-G,
TM5-R

Correção
Atmosférica

Atenuação do
efeito de
iluminação

Segmentação

Imagem
Imagem Landsat-TM
segmentada

Cobertura final

Classificação Elementos da Paisagem


atual

"Imagem
Imagem Landsat-TM
Classificada
Estratificação visual
dos elementos da
paisagem
mapeamento

Cobertura da Terra Cobertura final


Mapeamento da classificação Análise das Mapeamento da classificação
não-supervisionada classes geradas não-supervisionada com
pelo mapeamento respaldo no conhecimento da
área de estudo

Fig. 3.3.1 – Modelo Geo-OMT da caracterização do corredor florestal da crista da Serra


da Mantiqueira e estratificação dos elementos do cenário atual.

66
PROCESSAMENTO DE DADOS
CARTOGRÁFICOS

Digitalização de
dados

Altimetria Altimetria
Hidrografia
Curva de nível Pontos Cotados
Rios de 1ª a 6º
ordem

Geração de
grade triangular Hidrografia
Rios
Altimetria
Grade triangular

Mapa de
distância –
Geração de “buffer” de 30 m
grade regular

“buffer”
Altimetria
Grade de
Grade regular Fatiamento distância

Geração de Fatiamento
declividade

Declividade

Grade Retangular
declividade em graus

Fatiamento para
classes temáticas

Declividade Declividade Altitude Hidrografia


Mapa Temático - Mapa Temático - Mapa Temático – Mapa Temático –
classe declividade classe declividade altitudes acima margem de rios
> 45º de 25º a 45º de 1800 m “buffer” de 30 m

LEGAL
Integração dos dados

Código Florestal
Mapa Temático –
Normas do Código Florestal -
integrado

Fig. 3.3.2 – Modelo Geo-OMT do processamento de dados cartográficos para a


construção do cenário alternativo.

67
CRUZAMENTO DE DADOS DE SENSORIAMENTO
REMOTO COM DADOS CARTOGRÁFICOS

Declividade Declividade Altitude Hidrografia


Mapa Temático - Mapa Temático - Mapa Temático – Mapa Temático –
classe declividade classe declividade altitudes acima margem de rios
> 45º de 25º a 45º de 1800 m “buffer” de 30 m

Cobertura da Terra
Mapeamento da classificação LEGAL
não-supervisionada com Cruzamento dos dados
respaldo no conhecimento da cartográficos com
área de estudo Cobertura da Terra

Declividade Declividade Altitude Hidrografia


Avaliação do Estado Avaliação do Estado Avaliação do Estado Avaliação do Estado
Normativo da Cobertura Normativo da Cobertura Normativo da Normativo da Cobertura
da Terra da Terra Cobertura da Terra de da Terra
> 45º de 25º a 45º 1800 m “buffer” de 30 m

LEGAL
Integração dos dados

Código Florestal
Mapa Temático –
Avaliação do Estado Normativo da
Cobertura da Terra - integrado

Cobertura da Terra
Edição e interpretação
Elementos da Paisagem visual dos elementos da
atual paisagem alternativa

Cobertura final
Elementos da Paisagem
alternativa

Fig. 3.3.3 – Modelo Geo-OMT do cruzamento de dados de sensoriamento remoto com


dados cartográficos para a construção do cenário alternativo.

68
3.3.1 – CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ATUAL DA PAISAGEM DA
CRISTA DA MANTIQUEIRA

Para a caracterização do corredor florestal existente na crista da Serra da Mantiqueira,


analisando o estado atual de desmatamento, foi realizado o mapeamento da cobertura da
terra, no qual os habitats naturais foram classificados. Em seguida o corredor florestal
foi estratificado em elementos de paisagem. Foram identificados 7 fragmentos florestais
e 7 áreas entre os fragmentos que aqui são denominadas de corredores. Algumas
métricas de paisagem foram extraídas destes elementos. Para tanto foi utilizada a
seguinte metodologia:

3.3.1.1 – CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS

Devido ao grande esforço computacional para processar o volume de dados existente,


criou-se um projeto para cada carta topográfica. A criação de projetos menores se deu
com o intuito de gerar dados cartográficos como curvas de nível e hidrografia e, ainda,
auxiliar na Correção Geométrica da Imagem Landsat-TM, mediante as cartas
topográficas digitalizadas. Porém encontrou-se dificuldade nesse procedimento, uma
vez que as cartas topográficas haviam sido digitalizadas na projeção geográfica UTM
com DATUM Córrego Alegre e o Banco de Dados havia sido criado na mesma projeção
geográfica, porém com DATUM SAD69. Este fato dificultou o processo de
georreferenciamento das cartas topográficas e a importação das mesmas para dentro de
seus respectivos projetos uma vez que aumentava demasiadamente o erro obtido no
registro.

3.3.1.2 – CORREÇÃO GEOMÉTRICA

A Correção Geométrica foi realizada tendo como base as cartas topográficas


digitalizadas e georreferenciadas. Inicialmente realizou-se a correção geométrica da
imagem para dentro dos projetos referentes a cada carta topográfica, para
posteriormente registrar a imagem em um projeto que abrangesse toda a área de estudo,
para tanto coletou-se pontos de controle nas imagens registradas anteriormente.

69
Para cobrir toda a área de estudo foram necessários o registro de duas Imagens com
órbita-ponto seqüenciais (218/76 e 218/75), uma vez que a cena do Landsat órbita-ponto
218/76 abrange a maior parte da área de estudo mas não cobre uma pequena faixa do
canto superior direito.

A cena 218/76 foi registrada com um total de 29 pontos de controle utilizando um


polinômio de transformação de 2º grau. Foram coletados 45 pontos de controle,
utilizando registros anteriores da mesma imagem em projetos menores. Foi realizada a
análise dos resíduos do erro dos pontos coletados e selecionou-se os melhores pontos de
controle, totalizando 29 pontos. Os resíduos de validação cruzada destes pontos foram
representados por uma linha em um plano de informação para verificar a distribuição e
tendência espacial dos erros.

A Figura 3.3.4 apresenta os pontos de controle utilizados no georreferenciamento,


representados pela estrela vermelha e as barras amarelas representam os resíduos dos
erros em x e y para cada ponto de controle, multiplicados por 2000 para possibilitar a
visualização dos mesmos. A distribuição espacial da direção e magnitude dos resíduos
de validação cruzada dos pontos de controle demonstra que não existe uma tendência
espacial dentro da área de estudo.

Para a realização do georreferenciamento foi aplicado uma transformação polinomial de


2º grau, na qual obteve-se uma incerteza média de 0,918 em um pixel de 30 metros, ou
seja, este valor representa 27,54 metros de incerteza na precisão cartográfica do registro.

70
Fig. 3.3.4 – Imagem Landsat-TM, composição colorida R4G5B3 com os valores dos
erros em x e y dos pontos de controle utilizados no georreferenciamento.

A cena 218/75, por tratar-se de uma imagem com a órbita-ponto seqüencial à imagem
anterior, e por possuir uma boa área de sobreposição entre ambas, foi registrada
utilizando a cena anterior como referência para coleta de pontos de controle via tela,
com exceção do conto direito superior, no qual os pontos tiveram que ser coletados nas
cartas topográficas Passa Quatro e Agulhas Negras.

3.3.1.3 – CORREÇÃO DOS EFEITOS ATMOSFÉRICOS

A partir das imagens georreferenciadas foi feita a correção do efeito de espalhamento


atmosférico, utilizando o método de subtração proposto por Chavez Jr. (1988).

Pela análise do histograma de distribuição dos níveis de cinza na banda 1, o valor


mínimo de nível de cinza observado foi de 37, o que segundo Chavez Jr. (1988)
significa condição atmosférica muito limpa (valores abaixo de 56). Também observou-

71
se os valores dos níveis de cinza para a banda 2, encontrando como valor mínimo o
nível de cinza 12.

O valor de níveis de cinza observados no histograma das duas bandas foram assinalados
na imagem e analisados quanto a distribuição de seus pixels para verificar se estavam
em áreas de sombra, com esse procedimento verificou-se a presença de valores ainda
menores assinalados em áreas sombreadas para a banda 1 (nível de cinza 34). Após a
verificação, os valores extraídos da análise do histograma foram utilizados para a
escolha dos modelos relativos de espalhamento, dos quais foram extraídos a média para
obter o valor a ser usado no cálculo de subtração dos níveis de cinza das demais bandas
(Figura 3.3.5). Este cálculo utiliza valores de offset específicos para cada banda, valores
estes obtidos em Chavez Jr. (1988) (Tabela 3.3.1)

TABELA 3.3.1 – VALORES EXTRAÍDOS DE CHAVÉZ JR. (1998) PARA O


CÁLCULO DO MODELO A SER UTILIZADO PARA O SUBTRAÇÃO DOS
NÍVEIS DE CINZA (TM3 E TM4).

Bandas do λ médio Níveis de Valores Níveis de Valores Média dos


TM cinza de cinza de níveis de
referência referência cinza
cálculo B1 cálculo B2
TM1 0,485 37 1 21 1,777 29
TM2 0,56 20 0,536 12 1 16
TM3 0,66 11 0,292 6 0,518 9
TM4 0,83 4 0,117 2 0,207 3

Na Tabela 3.3.1 observa-se os valores 37 e 12 em negrito, que são valores mínimos


encontrados nas bandas 1 e 2 respectivamente pela análise do histograma, os quais
foram multiplicados pelos valores de referência B1 e B2 para obter os valores das
demais bandas do TM.

72
Os valores utilizados no cálculo de offset foram obtidos pela média dos resultados das
bandas 1 e 2 e, a subtração foi realizada em ambiente SPRING, através da Linguagem
Espacial para Geoprocessamento Algébrico (LEGAL) (ver Apêndice A).

Modelo Relativo de Espalhamento Segundo Chavez Jr. (1988)


Valores mínimos de NC para bandas 1, 2, 3

40
Valores mínimos de NC*
35
Valores médios de NC*
30
Potência (Valores médios de NC*)
25 Potência (Valores mínimos de NC*)
e4

20
15
10
5
0
0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85

Valores médios de comprimentos de ondas para as bandas 1,2, 3 e 4

* Níveis de Cinza

Fig. 3.3.5 – Gráfico do Modelo Relativo de Espalhamento com os valores mínimos dos
níveis de cinza encontrados nas bandas 1, 2, 3, e 4 e com os valores médios
calculados segundo Chavez Jr (1988).

3.3.1.4 – GERAÇÃO DE IMAGEM COM EFEITO DE ILUMINAÇÃO


ATENUADO

Para a correção dos efeitos topográficos e de sombreamento foram testados dois


métodos: razão entre bandas e transformação por componentes principais.

Para o método de Razão entre Bandas, obtido através da linguagem de programação


LEGAL (ver apêndice), foram examinadas todas as combinações possíveis entre as
bandas 3, 4 e 5 do TM. O critério de análise e escolha das melhores imagens baseou-se
na efetividade da atenuação do efeito da topografia e do sombreamento, na ausência de
ruídos nas imagens e na análise dos intervalos dinâmicos dos histogramas das imagens.

73
Todas as análises de razão entre bandas foram realizadas atribuindo um fator de ganho,
igual a 20, e de offset, igual a 50.

De todas as imagens geradas pelo método de razão entre bandas a que apresentou
melhor resultado foi a razão da banda 4 pela banda 3 que, além dos fatores relevantes
utilizados na escolha, apresentou uma boa separabilidade entre as feições da imagem
com contrate entre áreas florestadas e não florestadas.

Na Transformação por Componentes Principais também examinou-se várias


combinações entre as bandas 3, 4, e 5. A melhor atenuação do efeito topográfico e
sombreamento deu-se na segunda PC das banda TM 3 e TM 4.

3.3.1.5 – SEGMENTAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA IMAGEM

Para a realização da classificação não supervisionada utilizando a técnica de


segmentação por regiões (ISOSEG), foi necessária a segmentação da imagem e, para
tanto, utilizou-se os melhores produtos gerados pela atenuação do efeito de iluminação
através dos processos de razão entre bandas e da transformação por componentes
principais, sendo eles, a razão da banda TM 4 pela banda TM 3 (R4/3) e a segunda PC
da banda TM 3 pela banda TM 4 (2PC-43).

Para determinar as regiões, o algoritmo ISOSEG do SPRING requer a criação de um


contexto contendo as bandas da imagem a ser segmentada e a definição de dois
parâmetros: o limiar de similaridade para agrupar os pixels em regiões adjacentes e o
número mínimo de pixels por área para delimitar uma região. O contexto foi composto
pelas imagens R4/3 e 2PC-43. Foram testadas os seguintes parâmetros de segmentação:
similaridade 10 e área mínima do segmento de 20 pixels, similaridade 5 e área mínima
do segmento de 10 pixels e similaridade 5 e área mínima do segmento de 20 pixels. Das
três combinações o melhor resultado de segmentação observado através de inspeção
visual, foram os parâmetros de similaridade 10 e área mínima do segmento de 20 pixels.

Após a segmentação foi realizada a classificação na qual foram testados vários limiares
de aceitação (99.9%, 99%, 95% e 90%) e optou-se por aquele que melhor conseguiu

74
distinguir as feições da imagem (99%), sendo que o principal objetivo foi a
identificação de florestas primária, florestas secundária, reflorestamentos,
pastos/agricultura e área urbana.

Realizou-se o mapeamento das classes geradas na classificação para as áreas de


interesse onde, as classes foram mapeadas para planos de informação diferentes,
obtendo oito planos de informações. Cada classe foi analisada cuidadosamente com o
auxílio de imagem sintética gerada pela composição colorida das bandas 4, 5 e 3 nos
canais RGB, respectivamente.

A distinção das classes pré definidas foi feita através de métodos de interpretação visual
de imagens que envolvem, entre os procedimentos de interpretação, a fase de leitura ou
identificação de objetos de interesse e a fase de análise ou estudo do relacionamento
entre os objetos ou feições que apresentem propriedades comuns.

A análise de cada classe baseou-se na identificação e interpretação dos elementos da


paisagem, que considerou o tamanho, a textura, a estrutura, os padrões de estrutura
organizados, os padrões de estrutura desorganizados, a formas, as cores e as tonalidades
de cinza ou de cores das feições existentes na imagem. Dessa forma, alguns polígonos
precisaram ser editados, pois muitas vezes coberturas diferentes foram agregadas em
uma mesma classe.

Após a análise de todas as classes e das edições necessárias os resultados foram


sintetizados em um mesmo plano de informação, contendo todas as classes de interesse,
o qual sofreu uma última análise e pequenas edições.

3.3.1.6 – ESTRATIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA


PAISAGEM DO CENÁRIO ATUAL

Após a classificação, mapeamento e edição da imagem, foi gerado um mapa de


Cobertura da Terra e foram delimitadas as áreas contendo Floresta Primária e Floresta
Secundária. Das áreas delimitadas extraiu-se os fragmentos florestais e os corredores
existentes.

75
Foram criados dois planos de informações, o primeiro contendo os polígonos referentes
aos fragmentos florestais e o segundo contendo os polígonos referentes aos corredores.
De cada plano de informação foram extraídos os parâmetros dos elementos da
paisagem.

Para os fragmentos florestais foram extraídos a área de cada fragmento, a proporção de


floresta primária e de floresta secundária, a amplitude altimétrica, a forma e a definição
das bordas dos fragmentos.

Para os polígonos referentes aos corredores florestais foram extraídos os mesmos


parâmetros dos fragmentos.

Com relação ao efeito de borda, levou-se em consideração que este pode variar em
tamanho e no grau de distúrbios ecológicos causados, dependendo de fatores como o
tempo de isolamento do fragmento, a forma do polígono, o tamanho do polígono, o tipo
de matriz circunvizinha, a intensidade de interferência antrópica e o grau de
interferência desses fatores na borda do fragmento.

Procurou-se definir um tamanho adequado para a borda baseada em literatura, porém, a


maioria das literaturas apresentavam valores de borda sem medições precisas de
condições bióticas ou abióticas, tornando seus valores um tanto subjetivos (Collinge,
1996; Flaspohler et al., 2001; Skole e Tucker, 1993). Outro fator considerado ao utilizar
dados de literatura para inferir o tamanho da borda no presente trabalho foi o tipo de
ecossistema utilizado nos trabalhos de referência.

Portanto, a área sob o efeito de borda foi calculada considerando que este se estende até
100 metros a partir do limite do fragmento. Esse valor foi definido tendo como base os
resultados encontrados por Stevens e Hustband (1998) que analisaram o efeito de borda
sobre condições microclimáticas e populações de pequenos mamíferos em dois
fragmentos de Mata Atlântica, no Estado de Sergipe.

Os parâmetros relativos à proporção de floresta primária e secundária, amplitude


altimétrica e à definição das bordas dos fragmentos foram extraídos através de LEGAL.

76
Os demais parâmetros foram obtidos através de opções disponíveis na interface gráfica
do SPRING.

3.3.2 – CONSTRUÇÃO DE CENÁRIO ALTERNATIVO

Para a construção do cenário alternativo foram utilizadas técnicas de processamento de


dados cartográficos com a finalidade de gerar mapas temáticos de APP e AUR
consideradas relevantes para a presente dissertação, como: mapa de altitudes acima de
1800 metros; mapa contendo buffers de 30 metros à partir da margem dos rios; mapa de
declividade acima de 45º; e mapa de declividade entre 25º a 45º

3.3.2.1 – ANÁLISE DE DADOS CARTOGRÁFICOS

Os dados cartográficos foram obtidos de fontes externas devido ao grande volume a ser
digitalizado, como curvas de nível de 20 em 20 metros e rede hidrográfica contendo rios
de 1º a 6º ordem, ambos referentes à oito cartas topográfica na escala de 1:50.000.

3.3.2.1.1 – CURVAS DE NÍVEL

Os dados foram avaliados quanto à integridade e houve necessidade de correções, tais


como: valores de cota errados, linhas cruzadas, linhas duplas, falta de linhas cotadas e
até mesmo falta de linhas.

Com a avaliação feita pode-se verificar que alguns dos erros são inerentes às próprias
cartas topográficas, tais como os erros nos valores de cotas, os quais foram mais comuns
nas junções das cartas topográficas.

3.3.2.1.2 – HIDROGRAFIA

Com relação a hidrografia, analisou-se todas as cartas topográficas e verificou-se a


existência de distorções em algumas bacias hidrográfica, principalmente em áreas
íngremes. Para corrigir tal distorção, criou-se um plano de informação contendo
polígonos que envolvessem cada uma das áreas distorcidas encontradas e realizou-se
uma edição da hidrografia através da interpretação visual com auxílio de imagem
sintética na composição colorida RGB/543.

77
3.3.2.2 – GERAÇÃO DE MNT E DECLIVIDADE

As amostras de cota contidas nas curvas de nível foram convertidas em uma rede
triangular através da triangulação do tipo Delaunay, sem linha de quebra, com
tolerância de isolinha de 20 metros, distância entre pontos de isolinhas de 400 metros,
valor de menor aresta a ser gerada de 2 metros.

A Grade Regular, representando o MNT, foi gerada através do interpolador linear, com
a resolução de 30 m e utilizando a rede triangular como dado de entrada para realização
do processamento.

A Grade de Declividade foi gerada à partir da Grade Retangular com seus valores
representados em graus (0º a 90º).

3.3.2.3 – GERAÇÃO DO MAPA DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO


PERMANENTE EM FUNÇÃO DA ALTITUDE

Para a geração do Mapa de APP em função da altitude foi necessário o fatiamento da


Grade Regular. Tal procedimento foi realizado tanto pela interface gráfica do SPRING
como pelo LEGAL para comparação dos resultados, sendo estes, Pis contendo o
fatiamento das áreas com altitudes acima de 1800 metros, Pis contendo o fatiamento das
áreas com altitudes abaixo de 1800 metros e Pis contendo as duas classes anteriores. Os
resultados gerados pela interface gráfica e os resultados gerados pelo LEGAL foram
idênticos.

3.3.2.4 – GERAÇÃO DO MAPA DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO


PERMANENTE EM MARGENS DE RIOS

Uma Grade de Distância foi gerada à partir da hidrografia com seus valores medidos em
metros. Esta grade foi em seguida fatiada em duas classes (>30m e <30m) para a
geração do Mapa de APP em margens de rios. Tal procedimento foi realizado tanto pela
interface gráfica do SPRING como pelo LEGAL para comparação dos resultados, sendo
estes, Pis contendo buffers de 30 metros a partir da linha dos rios. Os resultados gerados
pela interface gráfica e os resultados gerados pelo LEGAL foram idênticos

78
3.3.2.5 – GERAÇÃO DO MAPA DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE E USO RESTRITO EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE

Para a geração do Mapa de APP AUR em função da declividade foi necessário o


fatiamento da Grade de Declividade. Tal procedimento foi realizado tanto pela interface
gráfica do SPRING como pelo LEGAL para comparação dos resultados, sendo estes,
Pis contendo declividades acima de 45º, PIs contendo declividades de 25º a 45º e Pis
contendo declividades de 25º a 45º e declividades acima de 45º. Os resultados gerados
pela interface gráfica e os resultados gerados pelo LEGAL foram idênticos.

3.3.2.6 – IDENTIFICAÇÃO DA TRANSGRESSÃO AO CÓDIGO FLORESTAL


PARA APP E AUR

De posse dos mapas de Áreas de Preservação Permanente para altitudes acima de 1800
metros, margem de rios com buffer de 30 metros, declividades acima de 45º e do mapa
de Uso Restrito para declividades de 25º a 45º, foram realizado os cruzamentos com o
mapa de Uso da Terra para identificar as áreas do Código Florestal que se encontram
em transgressão. Tal cruzamento foi obtido através do LEGAL, de forma que as áreas
que pertenciam às normas do Código Florestal e coincidissem com áreas de Floresta
Primária ou Floresta Secundária, seriam classificadas como áreas preservadas e, as áreas
que pertenciam às normas do Código Florestal e coincidissem com áreas de pastagem,
seriam classificadas como áreas em desacordo com o Código Florestal.

3.3.2.7 – INTEGRAÇÃO DOS MAPAS GERADOS PARA AVALIAÇÃO DO


ESTADO NORMATIVO DA COBERTURA DA TERRA

Para cada norma do Código Florestal foi gerado um mapa para avaliação do estado
normativo da cobertura da terra, contendo as áreas preservadas e as áreas em desacordo
com o Código Florestal. Todos os mapas de normas do Código Florestal foram
integrados por operação de união em um único mapa para facilitar a análise do estado
normativo da cobertura da terra através de LEGAL. Em seguida foi realizada a
interseção deste mapa com o Mapa de Cobertura da Terra para a determinação de áreas

79
de APP e AUR com cobertura em desacordo com o Código e áreas com cobertura
adequada.

3.3.2.8 – EDIÇÃO DOS ELEMENTOS DA PAISAGEM PARA GERAÇÃO DE


CENÁRIO ALTERNATIVO

Para geração do cenário alternativo, realizou-se uma edição nos mapas que continham o
contorno dos fragmentos e corredores, interpretados para a geração do cenário atual.
Com o auxílio de Mapa do Estado Normativo da Cobertura da Terra, com todas as
normas do Código Florestal integradas, realizou-se uma interpretação visual com
posterior edição, na qual as áreas em transgressão ao Código Florestal, e que se
encontrassem adjacentes aos limites de fragmentos e corredores, eram agregados aos
mesmos, de forma a fazer parte do novo limite, posteriormente analisado como sendo o
limite dos fragmentos e corredores no Cenário alternativo.

Após a união do Mapa da Paisagem Atual com o Mapa do Estado Normativo da


Cobertura da Terra foi realizada a edição das áreas que se encontram em desacordo com
o Código Florestal. As áreas editadas foram definidas por estarem adjacentes aos
polígonos do cenário atual e por formarem polígonos maciços representando as normas
do código florestal analisadas.

A edição foi feita com o intuito de simular o impacto da observação do Código Florestal
sobre os elementos de paisagem analisados. Na Figura 3.3.6 pode-se observar a forma
como os polígonos foram editados para a criação do cenário alternativo. No cenário
alternativo as áreas editadas, que no cenário atual pertenciam a classe de
pasto/agricultura, foram considerada como sendo Floresta Secundária.

80
Cenário Atual
Limite do Cenário Atual
APP e AUR em desacordo com o CF
Limite do novo cenário após interpretação

Fig. 3.3.6 – Interpretação do Cenário alternativo à partir do Cenário Atual e do Mapa de


Avaliação do Estado Normativo da Cobertura da Terra Integrado.

3.3.2.9 – ESTRATIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA


PAISAGEM DO CENÁRIO ALTERNATIVO

Após a geração do Cenário Alternativo, por meio de interpretação visual e edição do


Cenário Atual, foram criados dois planos de informações, o primeiro contendo os
polígonos referentes aos fragmentos florestais do novo cenário e o segundo contendo os
polígonos referentes aos corredores. De cada plano de informação foram extraídos os
parâmetros dos mesmos elementos da paisagem extraídos no cenário atual, uma vez que
o objetivo era de realizar uma comparação tabular.

Para os fragmentos florestais foram extraídos: área de cada fragmento; proporção de


floresta primária e de floresta secundária; amplitude altimétrica; forma; perímetro e a
proporção de borda. Para os polígonos referentes aos corredores florestais foram
extraídos os mesmos parâmetros dos fragmentos.

Os parâmetros relativos à proporção de floresta primária e secundária, amplitude


altimétrica e à definição das bordas dos fragmentos foram extraídos através de LEGAL.
Os demais parâmetros foram obtidos através de opções disponíveis na interface gráfica
do SPRING.

Com relação ao efeito de borda, procurou-se definir um tamanho adequado de borda


com base em literatura, no entanto, a maioria das literaturas definem seus valores de

81
borda sem a obtenção de dados bióticos ou abióticos, tornando-os um tanto subjetivos
(Collinge, 1996; Flaspohler et al., 2001; Skole e Tucker, 1993). Considerou-se também,
o tipo de ecossistema utilizado nos trabalhos de referência para extrapolar o tamanho da
borda da literatura para o presente trabalho.

Dessa forma, os valores relativos ao efeito de borda foram calculados considerando-se


100 metros do fragmento a partir da extremidade, definido com base nos resultados
obtidos por Stevens e Hustband (1998) que analisaram o efeito de borda avaliando
condições microclimáticas e populações de pequenos mamíferos em dois fragmentos de
Mata Atlântica, no Estado de Sergipe.

82
CAPÍTULO 4

RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 – IMAGEM COM CORREÇÃO ATMOSFÉRICA

A Figura 4.1.1 apresenta a imagem Landsat TM3 original, com aspecto de névoa
causado pelo efeito aditivo da atmosfera, existente mesmo em condições atmosféricas
muito limpa, como é o caso da imagem utilizada no presente trabalho.

Fig. 4.1.1 – Imagem Landsat – Banda TM3 sem correção do efeito aditivo da atmosfera
apresentando efeito de névoa.

A análise da Figura 4.1.2 demonstra que após a eliminação do efeito aditivo da


atmosfera pelo método da subtração a imagem torna-se mais nítida e perde
completamente o efeito de névoa

83
Fig. 4.1.2 – Imagem Landsat – Banda TM3 com correção do efeito aditivo da atmosfera.

4.2 – IMAGEM COM EFEITO DE ILUMINAÇÃO ATENUADO

A Figura 4.2.1 apresenta a banda TM5 da Imagem Landsat, na qual é nítida a separação
entre vegetação e campo, porém percebe-se que o efeito de sombreamento causado pelo
relevo acidentado da área de estudo é grande.

A Figura 4.2.2 apresenta a segunda componente principal da transformação por


componentes principais das bandas TM3 e TM4. Ao comparar a Figura 4.2.1 com a
Figura 4.2.2 observa-se que a separabilidade das áreas de vegetação e campo continua
bastante acentuada, porém com reduzido efeito de sombreamento evidenciando a
atenuação do efeito topográfico.

84
Fig. 4.2.1 – Imagem Landsat – Banda TM5 apresentando boa distinção entre floresta e
campo, porém com intenso sombreamento pelo efeito de iluminação.

85
Fig. 4.2.2 – Imagem com efeito de iluminação atenuado através da transformação por
componentes principais – segunda PC da Banda TM3 pela Banda TM4.

86
Fig. 4.2.3 – Imagem com efeito de iluminação atenuado através do processo de razão
entre bandas – razão da Banda TM4 pela Banda TM3.

Na Figura 4.2.3 pode-se verificar outro bom resultado de atenuação do efeito


topográfico sobre as condições de iluminação. A imagem é o resultado da razão da
banda TM4 pela banda TM3. Neste caso a cobertura florestal apresenta níveis de cinza
mais altos do que as áreas de campo e a atenuação do efeito de iluminação é total.

87
4.3 – CLASSIFICAÇÃO DA IMAGEM

O Mapa de cobertura da Terra contendo os resultados da classificação da Imagem


referente à área de estudo mostra o alto grau de fragmentação da região e demonstra a
forte pressão antrópica exercida pelo eixo Rio – São Paulo e pelas cidades do sul de
Minas Gerais sobre a Serra da Mantiqueira (Fig. 4.3.1).

Pressão Antrópica

Pressão Antrópica

Fig. 4.3.1 – Mapa de Cobertura da Terra da Paisagem Atual da Serra da Mantiqueira


demonstrando a pressão antrópica exercida pelo Sul de Minas Gerais e
pelo eixo Rio – São Paulo.
Observando a Figura 4.3.1 nota-se que a parte superior esquerda do mapa de cobertura
da terra encontra-se altamente fragmentada, dominada por uma matriz composta
predominantemente de pastagem e agricultura, contendo ainda áreas urbanas.

Com relação ao eixo Rio – São Paulo, observa-se, na parte inferior direita do mapa, o
mesmo padrão da fragmentação encontrado no sul de Minas Gerais, porém, no caso do
eixo Rio – São Paulo a matriz é composta por uma percentagem maior de áreas de

88
pastagens e cultivo, sendo que as áreas ocupadas pelas cidades também são maiores,
demonstrando uma maior urbanização.

A Tabela 4.3.1 apresenta os valores das áreas de cada classe de cobertura da terra e, em
uma análise geral, verifica-se que 65% da área de estudo encontra-se destinada a
plantios e pastagens, 72% estão desmatadas e fazem parte de uma matriz que contém
áreas urbanas, pastagens, áreas agrícolas e reflorestamentos de eucaliptos. Com relação
a florestas primárias, apenas 22% da área de estudo encontra-se preservada, onde a
maior parte de vegetação nativa encontra-se localizada na crista da Serra da
Mantiqueira.

TABELA 4.3.1 – ÁREA DAS CLASSES DO MAPA DE COBERTURA DA


TERRA E PROPORÇÃO EM RELAÇÃO AO TOTAL DA ÁREA DE ESTUDO
Cálculo de Áreas (km2) Proporção de área em
Paisagem Atual relação à área total
Área Total 5.713
Floresta Primaria 1.257 0,22
Floresta Secundaria 385 0,07
Reflorestamento 161 0,03
Pasto/Agricultura 3.698 0,65
Campos de Altitude 63 0,01
Área Urbana 149 0,03

4.4 – ESTRATIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA


PAISAGEM DO CENÁRIO ATUAL

Conforme a Figura 4.4.1, o cenário atual foi estratificado em 7 fragmentos, 7


corredores, 1 área de transição, o PECJ e o PNI através de interpretação visual da Crista
da Serra da Mantiqueira. Os polígonos referentes aos fragmentos foram delimitados pela
análise da área de interesse e, considerou-se fragmento, uma área de vegetação densa
que apresenta em seu perímetro dois pontos de inflexão próximos, demonstrando um
estrangulamento do polígono. As áreas florestadas entre os fragmentos foram
interpretadas como sendo corredores.

89
Com relação à área de transição, esta obteve tal denominação por ser uma área com
grande potencial para formar um fragmento, porém com grande perturbação antrópica.

Fig. 4.4.1 – Delimitação das áreas de fragmentos e corredores.

Cada polígono delimitado e interpretado foi analisado separadamente e, a princípio,


extraiu-se os valores de área e perímetro. Através da análise da Tabela 4.4.1 pode-se
concluir que o menor fragmento da crista da Serra da Mantiqueira presente na área de
estudo é o fragmento 1, com 25,7 km² e, o maior é o fragmento 7, com 209,1 km². Os
fragmentos 2 e 5 também possuem uma área relativamente grande se comparado aos
demais, com 182,8 e 105,6, respectivamente.

Com relação aos polígonos referentes aos corredores, três corredores apresentam áreas
muito pequenas, o corredor 6, com 2,5 km²; o corredor 5, com 3,5 km²; e o corredor 3,
com 4,5 km². Entre os demais corredores, destacam-se os corredores 1 e 7 como sendo
os maiores, o primeiro com 35,1 km² e o segundo, com 43,3 km² (Tabela 4.4.1).

90
Em uma análise do contexto da paisagem, pode-se comparar a disposição de polígonos
encontrada no presente trabalho com exemplos discutidos em Jordán (2000), que analisa
a disposição dos polígonos que pode ser em forma de cruz, círculo ou linha. No formato
de cruz ou circulo, um mesmo fragmento pode possuir dois ou mais corredores
conectando-o a outro fragmento. Porém, no formato de linha, como ocorre no contexto
da paisagem da área de estudo, a probabilidade de isolamento total entre os fragmentos
extremos é muito maior, pois cada fragmento possui um único corredor conectando-o a
outro fragmento (Jordán, 2000), como acontece com o PECJ e o PNI.

TABELA 4.4.1 – ÁREA E PERÍMETRO DOS ELEMENTOS DA PAISAGEM


ATUAL
Área (km²) Perímetro (km)
Fragmento1 25,7 49,5
Fragmento2 182,8 231,3
Fragmento3 42,2 97,8
Fragmento4 36,1 166,5
Fragmento5 105,6 168,1
Fragmento6 33,5 83,2
Fragmento7 209,1 200,1
Corredor1 35,1 117,9
Corredor2 22,0 42,6
Corredor3 4,5 33,9
Corredor4 12,5 28,8
Corredor5 3,4 31,0
Corredor6 2,5 10,7
Corredor7 43,3 61,7
PECJ 102,4 93,6
PNI 477,4 606,9
Transição 31,7 128,1
Área total do corredor da 1.369,7
Serra da Mantiqueira

4.5 – CONSTRUÇÃO DE CENÁRIO ALTERNATIVO

Para a construção do Cenário alternativo foram elaborados Mapas de Avaliação do


Estado Normativo da Cobertura da Terra levando em consideração algumas normas do

91
Código Florestal. Através dos mapas gerados foi possível a extração de dados como o
cálculo da área preservada e da área em desacordo com o Código Florestal.

TABELA 4.5.1 – ANÁLISE TABULAR DA ADEQUAÇÃO DAS NORMAS DO


CÓDIGO FLORESTAL PARA A ÁREA DE ESTUDO
Área total % da área Área % da área Área em % da área
de estudo adequada total das desacordo total das
classes classes
Área de Estudo 5.713,09
Altitude (>1800m) 448,48 8 425,88 95 22,59 5
Declividade (>45°) 12,34 0,2 10,86 88 1,476 12
Declividade (25-45°) 878,13 15 528,05 60 350,08 40
Margem de rios 1.193,21 21 379,86 32 813,35 68
(30m)
Somatória 2.532,16 44 1.344,65 53 1.187,51 47
Integrado 2.215,46 39 1.068,49 48 1.146,97 52

A Tabela 4.5.1 apresenta a percentagem da área de estudo de cada classe referente as


normas do Código Florestal. Pode-se verificar que a classe com maior
representatividade na área de estudo são as Áreas de Proteção Permanente em relação as
margens dos rios, que ocupam 21% da área total, em segundo, verificam-se as áreas de
uso restrito com declividade de 25° a 45º, que ocupam 15%, seguido das áreas de
proteção permanente acima de 1800m, que representam 8% da área de estudo e as áreas
de Preservação Permanente em função da declividade acima de 45°, com apenas 0,2%
da área total.

A análise integrada das classes permite verificar que 39% da área de estudo pertence a
áreas de preservação permanente e uso restrito analisadas no presente trabalho. O valor
para a somatória das classes, de 44% da área de estudo, indica que existem áreas onde
as classes se sobrepõem e, por esse motivo, a percentagem encontrada na análise
integrada das classes foi menor (Tabela 4.5.1).

As classes que possuem maior área em desacordo com o Código Florestal são: margem
de rios, com 68% da área da classe em desacordo; área de uso restrito, com 40% da área

92
da classe em desacordo. Em análise integrada, 52% da área total das classes analisadas
encontra-se em desacordo com o Código Florestal (Tabela 4.5.1).

4.5.1 – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM FUNÇÃO DA


ALTITUDE

Na Figura 4.5.1 observa-se as APP acima de 1800 metros de altitude, totalizando uma
área de 448,48 km², o que representa 8% da área de estudo (Tabela 4.5.1). Através de
uma análise de área do estado normativo da cobertura da terra, feito sobre a Figura
4.5.1, pode-se concluir que 95% (425,88 km²) das áreas encontradas acima de 1800
metros de altitude encontram-se preservadas, possuindo Mata Atlântica e Campos de
Altitude e, 5% (22,59 km²) encontra-se em desacordo com o Código Florestal, ou seja,
sofreram algum tipo de perturbação antrópica.

Fig. 4.5.1 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da altitude.

93
4.5.2 – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM FUNÇÃO DA
DECLIVIDADE

Observa-se na Figura 4.5.2 as Áreas de Preservação Permanente situadas em


declividades superiores a 45º, totalizando uma área de 12,34 km², o que representa 0,2%
da área de estudo (Tabela 4.5.1). Ao analisar a área no mapa do estado normativo da
cobertura da terra (Figura 4.5.2), pode-se concluir que 88% (10,86 km²) das áreas
encontradas em declividade superior a 45° encontram-se preservadas, possuindo
vegetação nativa e, 12% (1,48 km²) encontra-se em desacordo com o Código Florestal,
ou seja, sofreram algum tipo de perturbação antrópica.

Fig. 4.5.2 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da declividade.

94
4.5.3 – ÁREA DE USO RESTRITO EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE

As Áreas de Uso Restrito situadas em declividades entre 25° e 45º podem ser
observadas na Figura 4.5.3 e, através da tabela 4.3.5 verifica-se que elas totalizam uma
área de 878,13 km², o que representa 15% da área de estudo (Tabela 4.5.1). Ao analisar
as áreas que encontram-se entre 25° e 45° no Mapa do Estado Normativo da Cobertura
da Terra (Figura 4.35.3), pode-se concluir que 60% (528,05 km²) das Áreas de Uso
Restrito encontram-se preservadas, possuindo vegetação nativa e que, 40% (350,08
km²) encontra-se em desacordo com o Código Florestal, pois estão intensamente
perturbadas.

Fig. 4.5.3 – Estado normativo da cobertura da terra, AUR em função da declividade.

95
4.5.4 – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM FUNÇÃO DA
MARGEM DOS RIOS

Com relação às matas ciliares, as Áreas de Preservação permanente foram definidas


através de um buffer de 30 metros em cada margem de rio e podem ser observadas na
Figura 4.5.4. Através da Tabela 4.5.1 verifica-se que as APP ao longo dos rios totalizam
uma área de 1193,21 km, o que representa 21% da área de estudo. Ao analisar as áreas
ao redor de toda a hidrografia da área de estudo no Mapa do Estado Normativo da
Cobertura da Terra (Figura 4.5.4), pode-se concluir que existem 32% (379,86 km²) de
matas ciliares preservadas e que, 68% (813,35 km²) das margem dos rios encontram-se
desflorestadas.

Fig. 4.5.4 – Estado normativo da cobertura da terra, APP em função da margem dos
Rios.

96
4.5.5 – INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE
USO RESTRITO

Com a finalidade de realizar uma análise conjunta das normas do Código Florestal
consideradas neste trabalho, gerou-se uma mapa do estado normativo da coberturas da
terra integrado. Através da análise do mapa integrado pode-se verificar que a área
contendo todas as normas do Código Florestal aqui consideradas totalizou 2215,46 km²,
representando 39% da área de estudo total (Figura 4.5.5). Do total de 2215,46 km²,
1068,49 km² (48%) foram consideradas em acordo com pelo menos uma das normas do
Código Florestal e, 1146,97 km² (52%) encontram-se sem cobertura florestal, portando
em desacordo com as normas analisadas (Tabela 4.5.1).

Fig. 4.5.5 – Estado normativo da cobertura da terra, integração das áreas de Proteção
Permanente e Uso Restrito.

97
4.6 – ESTRATIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA
PAISAGEM DO CENÁRIO ALTERNATIVO

Após a criação do Cenário Alternativo, analisou-se cada polígono separadamente


extraindo parâmetros como cobertura da terra, área, perímetro, efeito de borda, entre
outros. A Tabela 4.6.1 mostra os valores de área, perímetro e incremento relativo dos
elementos da paisagem atual e da paisagem alternativa. Destacados em azul, encontram-
se os polígonos cujo incremento da área da paisagem atual para a paisagem alternativa
ultrapassou 100%, em amarelo os polígonos cujo incremento foi superior a 50% e em
negrito os polígonos com incremento maiores que 20%.

TABELA 4.6.1 – ÁREA, PERÍMETRO E INCREMENTO RELATIVO DOS


ELEMENTOS DA PAISAGEM ATUAL E DA PAISAGEM ALTERNATIVA
Área (km²) Área (km²) incremento Perímetro Perímetro incremento
Atual Alternativo relativo (Km) (Km) relativo
Atual Alternativo
Fragmento1 25,7 29,5 0,15 49,5 57,1 0,15
Fragmento2 182,8 211,2 0,16 231,3 243,7 0,05
Fragmento3 42,2 45,6 0,08 97,8 93,3 -0,05
Fragmento4 36,1 50,0 0,39 166,5 162,9 -0,02
Fragmento5 105,6 133,6 0,27 168,1 244,3 0,45
Fragmento6 33,5 41,4 0,24 83,2 95,7 0,15
Fragmento7 209,1 230,6 0,10 200,1 212,8 0,06
Corredor1 35,1 48,1 0,37 117,9 143,9 0,22
Corredor2 22,0 30,8 0,40 42,6 74,7 0,75
Corredor3 4,5 15,5 2,46 33,9 57,1 0,68
Corredor4 12,5 15,1 0,21 28,8 31,4 0,09
Corredor5 3,4 19,3 4,70 31,0 64,3 1,08
Corredor6 2,5 4,7 0,88 10,7 20,7 0,94
Corredor7 43,3 53,9 0,25 61,7 63,0 0,02
Transição 31,7 59,0 0,86 128,1 133,0 0,04
PECJ 102,4 106,7 0,04 93,6 101,2 0,08
PNI 477,4 574,3 0,20 606,9 349,6 -0,42

A Tabela 4.6.1 apresenta os valores de área e perímetro para o cenário atual e para o
cenário alternativo, com o incremento relativo dos dois parâmetros analisados. A análise
da Tabela 4.6.1 permite concluir que os corredores foram os polígonos que obtiveram

98
maior incremento relativo em área, destacando-se o corredor 5, com 470% de
incremento; o corredor 3, com 246% e o corredor 6, com 88%. Os fragmentos 4, 5 e 6
foram os que obtiveram maior incremento, com 39%, 27% e 24%, respectivamente.

Com relação ao perímetro, os corredores também obtiveram maior incremento, com


108% para o corredor 5, 94% para o corredor 6, 75% para o corredor 2 e 68% para o
corredor 3. Um resultado interessante foi obtido pelo polígono referente ao PNI, o qual
obteve 20% de incremente em área, porém o perímetro do polígono diminuiu em 42%,
apresentando o único caso de incremento negativo entre todos os polígonos analisados
(Tabela 4.6.1).

Um benefício visível da ampliação da área dos polígonos através do respeito ao Código


Florestal, é a conexão de fragmentos que atualmente encontram-se isolados. Tal
conexão permitiria a formação de um corredor contínuo de vegetação, o qual seria o elo
de conexão entre o PECJ e o PNI. Um exemplo do aumento da conectividade entre
fragmentos que o respeito ao Código Florestal possibilitaria, é o caso do corredor 5,
entre os fragmentos 5 e 6 (Figura 4.6.1).

99
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.6.1 – Comparação da paisagem atual com a paisagem alternativa possibilitando a


visualização de uma possível conexão entre os fragmentos 5 e 6.

Pode-se considerar que seria importante para a região, as área de floresta que poderiam
ser ampliadas, na Serra da Mantiqueira, caso não houvesse nenhum tipo de
transgressões ao Código Florestal. Além de aumentar a conectividade das áreas
florestadas, a observação ao Código Florestal teria também grande impacto sobre os
mananciais que tem como área de captação a Serra da Mantiqueira. A Figura 4.6.2 a, b e
c, exemplificam o nível de transgressão ao código, encontrado em diversas bacias.

100
A B

C
Margem de rio desmatada
Mata ciliar

Fig. 4.6.2 – Estado Normativo das bacias hidrográficas dos rios A) Bacia hidrográfica
do rio dos pilões, B) Bacia hidrográfica do ribeirão Passa-Quatro e C)
Bacia hidrográfica do rio Passa-Quatro.

101
4.7 – ANÁLISE INDIVIDUAL DOS POLÍGONOS ESTRATIFICADOS NA
PAISAGEM ATUAL E NA PAISAGEM ALTERNATIVA

Todos os polígonos foram analisados separadamente, porém procurou-se analisar com


maior riqueza de detalhes os polígonos que apresentaram maior incremento de área na
paisagem alternativa, como os polígonos dos corredores 3 e 5, que obtiveram um
incremento relativo superior a 100% e, o corredor 6 e a área de transição, com
incremento relativo acima de 50% (Tabela 4.6.1).

4.7.1 – FRAGMENTOS

A soma da área total dos fragmentos representa 44% da Crista da Serra da Mantiqueira
e 13% da área de estudo, possuindo uma área de 634,9 km² na paisagem atual, acrescida
de 107,1 km² na paisagem alternativa, o que representa 17% de incremento absoluto na
paisagem preservada.

O tamanho dos fragmentos variam de 25,7 a 209,1 km² em cenário atual. No cenário
alternativo, esses números sobem para 29,5 e 230,6 km². Segundo Cornelius et al.
(2000), para florestas temperadas, imagina-se que o tamanho ideal de um fragmento
para manter a biodiversidade, seria em média de 74,28 km², com um tamanho mínimo
de 16,39 km². O estudo somente é válido para florestas temperadas e, embora haja um
grande questionamento com relação à área necessária para a conservação de fragmentos
em florestas tropicais, pois essas possuem uma riqueza em biodiversidade muito maior,
verifica-se que o tamanho dos menores fragmentos encontrados no presente trabalho,
são superiores aos valores indicados por Cornelius et al. (2000).

Vários autores consideram a área do fragmento de suma importância para a riqueza de


espécies, a complexidade estrutural e a manutenção da diversidade (Freemark e
Merriam, 1986; Collinge, 1996; Collinge, 1998; Chiarello, 1999; Tabarelli et al., 1999;
Cornelius et al., 2000).

Freemark e Merriam (1986), examinaram a relação entre a área e a heterogeneidade de


habitat com associações de aves em 21 fragmentos florestais variando de 0,03 a 76,2
km². Tal análise permitiu a conclusão de que, para manter a diversidade de avifauna

102
florestal, a principal estratégia de conservação deve ser a preservação do tamanho e
heterogeneidade dos habitas, visando sempre o aumento da área de vegetação natural.
Tal argumento justifica a necessidade de ampliar a área dos fragmentos que existem na
Serra da Mantiqueira.

Segundo Collinge (1996), o arranjo espacial da paisagem pode influenciar fortemente na


ecologia e, tal arranjo depende basicamente da borda, da forma e do tamanho do
fragmento, da conectividade entre os fragmentos, da heterogeneidade de habitat e do
contexto ao qual os fragmentos estão inseridos. Ao observar o padrão espacial da
cobertura florestal na Serra da Mantiqueira, pode-se considerar que a paisagem atual
possui uma certa qualidade como meio para dispersão de populações dependentes de
habitat florestal, pois quase todos os fragmentos estão conectados entre si. A observação
ao Código Florestal aumenta significativamente esta qualidade da área de estudo.

4.7.1.1- FRAGMENTO 1

De acordo com a Tabela 4.7.1, o fragmento 1 obteve um incremento relativo de área de


15% e de perímetro também de 15%. A relação Perímetro/Área permaneceu
praticamente inalterada. A análise do efeito de borda, considerando 100 metros de borda
ao redor do polígono, demonstrou que, embora a área da borda tenha aumentado de 4,68
para 5,17 km², a proporção da borda em relação ao fragmento, se mantém estável em
18% da área do polígono em questão.

103
TABELA 4.7.1 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 1

Fragmento1 Atual Fragmento1 Alternativo


Área (km²) 25,7 29,5
Perímetro (km) 49,5 57,1
Incremento relativo (área) 0,15
Incremento relativo (perímetro) 0,15
Perímetro/Área 1,93 1,94
Efeito de Borda (km²) 4,68 5,17
Proporção de borda 0,18 0,18
Floresta de Interior (km²) 21,00 24,29
Proporção de floresta de interior 0,82 0,82
Floresta Primaria (km²) 23,25 23,25
Floresta Secundaria (km²) 1,69 2,12
Pasto/Agricultura (km²) 0,35 3,98
Campos Altitude (km²) 0,36 0,36

A análise da Figura 4.7.1 aponta as áreas de desmatamento na parte Norte do polígono e


na parte Leste, a qual coincide com uma bacia hidrográfica intensamente desmatada
(bacia hidrográfica do Ribeirão do Guameral ou Pirutinga).

Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.1 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o Fragmento 1.

104
4.7.1.2 – FRAGMENTO 2

O fragmento 2 obteve um incremento relativo de área de 16% e de perímetro de 5%, o


que resultou em uma diminuição da relação Perímetro/Área de 1,27 para 1,15 (Tabela
4.7.2). A análise do efeito de borda demonstrou que, embora a área da borda tenha
aumentado de 21,73 para 23,22 km², a proporção da borda em relação ao fragmento
diminuiu apenas 1% do cenário atual para o cenário alternativo. O fato do efeito de
borda diminuir, mesmo quando a área do fragmento aumenta, pode ser explicado pela
relação Perímetro/Área também haver diminuído, pois quanto menor for a relação P/A,
mais compacto se torna o polígono.

TABELA 4.7.2 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 2

Fragmento2 Atual Fragmento2 Alternativo


Área (km²) 182,8 211,2
Perímetro (km) 231,3 243,7
Incremento relativo (área) 0,16
Incremento relativo (perímetro) 0,05
Perímetro/Área 1,27 1,15
Efeito de Borda (km²) 21,73 23,22
Proporção de borda 0,12 0,11
Floresta de Interior (km²) 161,10 188,00
Proporção de floresta de interior 0,88 0,89
Floresta Primaria (km²) 156,46 157,33
Floresta Secundaria (km²) 9,25 9,62
Reflorestamento (km²) 0 0,60
Pasto/Agricultura (km²) 1,22 27,80
Área Urbana (km²) 0,25 0,25
Campos Altitude (km²) 15,58 15,60

105
A análise da Figura 4.7.2 aponta as áreas de desmatamento na parte Sul do polígono e
na parte Sudoeste. A parte inferior do polígono coincide com a bacia hidrográfica do
Rio dos Pilões, a qual encontra-se intensamente desmatada.

Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.2 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 2.

4.7.1.3 – FRAGMENTO 3

O fragmento 3 obteve um incremento relativo de área de 8% e de perímetro de –5%, o


que resultou em uma diminuição da relação Perímetro/Área de 2,32 para 2,04 (Tabela
4.7.3). A análise do efeito de borda, considerando 100 metros de borda ao redor do
polígono, demonstrou que a área da borda diminuiu de 8,96 para 8,91 km² e, a
proporção da borda em relação ao fragmento diminuiu apenas 1% do cenário atual para
o cenário alternativo.

106
TABELA 4.7.3 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 3

Fragmento3 Atual Fragmento3 Alternativo


Área (km²) 42,2 45,6
Perímetro (km) 97,8 93,3
Incremento relativo (área) 0,08
Incremento relativo (perímetro) -0,05
Perímetro/Área 2,32 2,04
Efeito de Borda (km²) 8,96 8,91
Proporção de borda 0,21 0,20
Floresta de Interior (km²) 33,30 36,70
Proporção de floresta de interior 0,79 0,80
Floresta Primaria (km²) 33,16 33,16
Floresta Secundaria (km²) 8,43 8,43
Reflorestamento (km²) 0,11 0,21
Pasto/Agricultura (km²) 0,40 3,73
Campos Altitude (km²) 0,08 0,10

A análise da Figura 4.7.3 aponta as poucas áreas de desmatamento, este fato explica-se
por esse fragmento ser circundado por outros fragmento e por corredores, o que diminui
sua área de contato com a matriz circunvizinha. Observe na Figura 4.7.3 que uma das
faces que possui maior contato com a matriz é exatamente a face Sudeste, na qual se
concentra a maior parte do incremento relativo da paisagem alternativa.

107
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.3 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 3.

4.7.1.4 – FRAGMENTO 4

O fragmento 4 obteve um incremento relativo de área de 39% e obteve um incremento


negativo de perímetro de –2%, o que resultou em uma diminuição da relação
Perímetro/Área de 4,62 para 3,26 (Tabela 4.7.4). A análise do efeito de borda,
considerando 100 metros de borda ao redor do polígono, demonstrou que, embora a área
da borda tenha aumentado muito pouco, de 15,11 para 15,72 km², a proporção da borda
em relação ao fragmento diminuiu de 41% no cenário atual para 31% no cenário
alternativo, ou seja, no cenário atual a borda ocupa 10% a mais da área do polígono que
no cenário alternativo. Com relação a área de floresta de interior no fragmento 4, esta
aumento de 21 (58% do polígono) para 34,30 km² (69% do polígono).

108
TABELA 4.7.4 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 4

Fragmento4 Atual Fragmento4 Alternativo


Área (km²) 36,1 50,0
Perímetro (km) 166,5 162,9
Incremento relativo (área) 0,39
Incremento relativo (perímetro) -0,02
Perímetro/Área 4,62 3,26
Efeito de Borda (km²) 15,11 15,72
Proporção de borda 0,42 0,31
Floresta de Interior (km²) 21,00 34,30
Proporção de floresta de interior 0,58 0,69
Floresta Primaria (km²) 31,55 31,89
Floresta Secundaria (km²) 1,23 1,45
Reflorestamento (km²) 0,28 0,64
Pasto/Agricultura (km²) 1,08 14,11
Campos Altitude (km²) 1,91 1,91

A análise da Figura 4.7.4 explica o incremento relativamente alto pelo contato do


polígono com a matriz circunvizinha se estender por todo o limite do polígono. Neste
caso específico a norma do código que mais contribuiu para o aumento da área do
fragmento foi o desmatamento de matas ciliares.

109
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.4 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 4.

4.7.1.5 – FRAGMENTO 5

O fragmento 5 obteve um incremento relativo de 27% de área e de 45% de perímetro o


que resultou em um aumento da relação Perímetro/Área de 1,58 para 1,83 (Tabela
4.7.5). A análise do efeito de borda, demonstrou que, embora a área da borda tenha
aumentado de 105,6 para 133,6 km², a proporção da borda em relação ao fragmento
aumentou de 15% no cenário atual para 18% no cenário alternativo, ou seja, no cenário
alternativo a borda ocupa 3% a mais da área do polígono que no cenário atual. O fato do
efeito de borda aumentar, se deve ao fato da relação Perímetro/Área também ter
aumentado, pois existe uma correlação positiva entre estes parâmetros.

110
TABELA 4.7.5 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 5

Fragmento5 Atual Fragmento5 Alternativo


Área (km²) 105,6 133,6
Perímetro (km) 168,1 244,3
Incremento relativo (área) 0,27
Incremento relativo (perímetro) 0,45
Perímetro/Área 1,59 1,83
Efeito de Borda (km²) 15,48 24,05
Proporção de borda 0,15 0,18
Floresta de Interior (km²) 90,10 109,57
Proporção de floresta de interior 0,85 0,82
Floresta Primaria (km²) 69,41 71,68
Floresta Secundaria (km²) 27,24 28,06
Reflorestamento (km²) 0,29 3,46
Pasto/Agricultura (km²) 1,42 23,21
Campos Altitude (km²) 7,17 7,17

A análise da Figura 4.7.5 aponta que as áreas de desmatamento encontram-se


concentradas na parte Norte do polígono e, em uma análise da transgressão ao Código
Florestal pode-se notar que os principais elementos para quase a totalidade do
incremento obtido foram o desflorestamento total de área de uso restrito e matas ciliares
que circundam o fragmento.

111
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.5 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 5.

4.7.1.6 – FRAGMENTO 6

O fragmento 6 obteve um incremento relativo de 24% de área e de 15% de perímetro,


resultando na diminuição da relação Perímetro/Área de 2,48 para 2,31%. A análise do
efeito de borda, demonstrou que, embora a área da borda tenha aumentado de 7,82 para
9,32 km², a proporção da borda em relação ao fragmento diminuiu 1% do cenário atual
para o cenário alternativo. A área de floresta também aumentou de 25,7 para 32,12, o
que representa o aumento de 1% em relação á área dos fragmentos (Tabela 4.7.6).

112
TABELA 4.7.6 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 6

Fragmento6 Atual Fragmento6 Alternativo


Área (km²) 33,5 41,4
Perímetro (km) 83,2 95,7
Incremento relativo (área) 0,24
Incremento relativo (perímetro) 0,15
Perímetro/Área 2,48 2,31
Efeito de Borda (km²) 7,82 9,32
Proporção de borda 0,23 0,22
Floresta de Interior (km²) 25,7 32,12
Proporção de floresta de interior 0,77 0,78
Floresta Primaria (km²) 26,21 26,35
Floresta Secundaria (km²) 6,93 7,37
Reflorestamento (km²) 0 0,20
Pasto/Agricultura (km²) 0,25 7,39
Campos Altitude (km²) 0,08 0,08

A análise da Figura 4.7.6 aponta as áreas de desmatamento concentradas principalmente


na parte Norte e Sudeste do polígono, onde a transgressão ao Código Florestal é
decorrente principalmente pelo desmatamento de áreas de uso restrito e matas ciliares
que circundam o fragmento.

113
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.6 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 6.

4.5.1.7 – FRAGMENTO 7

A análise da Tabela 4.7.7 demonstra que o fragmento 7 obteve um incremento relativo


de área de 10% porém, devido ao fato desse polígono ser um dos maiores, com 230,6
km², o incremento absoluto também é um dos maiores encontrados, com a adição de
21,5 km² de área. Com relação ao perímetro, houve um acréscimo de 12,7 km²,
representando um incremento de 6%. Na relação do Perímetro/Área, os valores
encontrados foram relativamente baixos, com 0,96 para o cenário atual e 0,92 para o
cenário alternativo. O efeito de borda do fragmento 7 representa apenas 9% do
polígono, tanto para o cenário atual como para o cenário alternativo, restando 91% de
floresta de interior.

114
TABELA 4.7.7 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O FRAGMENTO 7

Fragmento7 Atual Fragmento7


Alternativo
Área (km²) 209,1 230,6
Perímetro (km) 200,1 212,8
Incremento relativo (área) 0,10
Incremento absoluto (área/km²) 21,5
Incremento relativo (perímetro) 0,06
Incremento absoluto (perímetro/km) 12,7
Perímetro/Área 0,96 0,92
Efeito de Borda (km²) 19,17 20,60
Proporção de borda 0,09 0,09
Floresta de Interior (km²) 189,90 209,01
Proporção de floresta de interior 0,91 0,91
Floresta Primaria (km²) 140,17 140,64
Floresta Secundaria (km²) 29,76 29,76
Reflorestamento (km²) 0,06 2,88
Pasto/Agricultura (km²) 1,84 20,11
Campos Altitude (km²) 37,19 37,19

A análise da Figura 4.7.7 aponta que as áreas de desmatamento encontram-se


concentradas principalmente na parte Norte do polígono e, em uma análise da
transgressão ao Código Florestal pode-se notar que os principais elementos geradores
do incremento obtido foram o desflorestamento de áreas de uso restrito e de parte dos
campos de altitudes, os quais possuem uma grande extensão dentro desse polígono, pois
ele possui uma larga amplitude altimétrica, variando de 560 metros à 2768 metros de
altitude.

115
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.7 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o fragmento 7.

4.7.2 – CORREDORES

Em relação aos corredores, pode-se observar que todos os polígonos obtiveram um


incremento relativo superior a 20%, totalizando 52% de incremento relativo se
analisarmos todos os polígonos, área esta que representa 11,2 % da Crista da Serra da
Mantiqueira e 3,3% da área de estudo.

Com relação a amplitude altimétrica dos polígonos, todos os corredores obtiveram


aumento na amplitude altimétrica que varia de 40 m de altitude, para o corredor 2, até
259 m de altitude para o corredor 5.

Através de uma análise quantitativa, pode-se deduzir que as áreas delimitadas como
corredores são as regiões da Serra da Mantiqueira que sofrem mais intensamente com a
pressão antrópica, consequentemente obtendo um grau de desmatamento superior à
outras áreas. Esta observação pode explicar o estreitamento da cobertura vegetal ao
longo da serra nos corredores, podendo chegar à separação de fragmentos adjacentes.

116
4.7.2.1 – CORREDOR 1

O corredor 1, é o polígono que possui a segunda maior área entre os corredores, obteve
um incremento relativo de 37%, com uma área de incremento absoluto de 13 km², com
relação ao perímetro, o incremento relativo foi de 22%, com aumento absoluto de 26
km. A relação Perímetro/Área foi alta para ambos os cenários, com 3,36 para o cenário
atual e 2,99 para o cenário alternativo, porém o decréscimo de 0,37 foi suficiente para
diminuir o efeito de borda do cenário alternativo e aumentar a área de floresta de
interior em 5%, ou seja, o cenário atual possui 30% de borda e 70% de interior e o
cenário alternativo, possui 25% de borda e 75% de interior. A amplitude altimétrica
desse polígono aumentou 61 metros de altitude, passando de 1299 m no corredor atual
para 1360 m no corredor alternativo (Tabela 4.7.8).

TABELA 4.7.8 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 1

Corredor 1 Atual Corredor 1


Alternativo
Área (km²) 35,1 48,1
Perímetro (km) 117,9 143,9
Incremento relativo (área) 0,37
Incremento absoluto (área/km²) 13
Incremento relativo (perímetro) 0,22
Incremento absoluto (perímetro/km) 26
Perímetro/Área 3,36 2,99
Amplitude altimétrica (m) 1299 1360
Efeito de Borda (km²) 10,47 11,95
Proporção de borda 0,30 0,25
Floresta de Interior (km²) 24,60 36,12
Proporção de floresta de interior 0,70 0,75
Floresta Primaria (km²) 26,21 26,49
Floresta Secundaria (km²) 8,35 8,58
Reflorestamento (km²) 0 0,09
Pasto/Agricultura (km²) 0 12,87
Campos Altitude (km²) 0,04 0,04

117
A análise da Figura 4.7.8 aponta que as áreas de desmatamento encontram-se
concentradas principalmente na parte Noroeste do polígono devido à uma grande área
de campo de altitude degradada pelo uso antrópico e, na parte Nordeste por ser uma área
de contato com a bacia hidrográfica do Ribeirão do Guameral ou Pirutinga, a qual
encontra-se intensamente desmatada.

Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.8 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 1.

4.7.2.2 – CORREDOR 2

Com relação á área, o corredor 2 possui o quarto maior incremento relativo, com 40%
de área adicionada no cenário alternativo e, com relação ao perímetro, possui o terceiro
maior incremento relativo, com 75% de área adicionada ao perímetro do polígono. Em
valores absolutos, a área do corredor aumenta 8,8 km² e o perímetro 32 km do cenário
atual para o cenário alternativo. Tais valores favorecem o aumento da relação
Perímetro/Área, que aumenta de 1,94 no cenário atual para 2,43 no cenário alternativo.
Consequentemente há um aumento no efeito de borda, que varia de 17% no cenário
atual para 22% no cenário alternativo e, há uma diminuição da área de floresta de
interior, que varia de 83% no cenário atual para 78% da área do cenário alternativo. Sua
amplitude altimétrica aumentou 40 metros de altitude, passando de 960 m no corredor
atual para 1000 m no corredor alternativo (Tabela 4.7.9).

118
TABELA 4.7.9 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 2

Corredor 2 Atual Corredor 2


Alternativo
Área (km²) 22,0 30,8
Perímetro (km) 42,6 74,7
Incremento relativo (área) 0,40
Incremento absoluto (área/km²) 8,8
Incremento relativo (perímetro) 0,75
Incremento absoluto (perímetro/km) 32
Perímetro/Área 1,94 2,43
Amplitude altimétrica (m) 960 1000
Efeito de Borda (km²) 3,82 6,8
Proporção de borda 0,17 0,22
Floresta de Interior (km²) 18,2 24,01
Proporção de floresta de interior 0,83 0,78
Floresta Primaria (km²) 15,37 15,73
Floresta Secundaria (km²) 5,31 5,31
Reflorestamento (km²) 0 6,60
Pasto/Agricultura (km²) 1,23 3,05
Campos Altitude (km²) 0,08 0,08

A análise da Figura 4.7.9 aponta que as áreas de desmatamento encontram-se


concentradas principalmente na parte Noroeste do polígono devido ao desmatamento de
matas ciliares.

119
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.9 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 2.

4.7.2.3 – CORREDOR 3

O corredor 3, um dos menores polígonos de corredor, com uma área de 4,5 km²,
apresenta o segundo maior incremento relativo obtido em corredores, com 246% e um
incremento absoluto de 11 km². O perímetro do corredor 3 aumentou 68% do cenário
atual para o cenário alternativo, com aumento absoluto de 23,2 km. A relação
Perímetro/Área, que para o cenário atual era de 7,56, diminuiu para 3,68 no cenário
alternativo, isso permitiu a variação do efeito de borda de 64% para 35% e, a área de
interior aumentou de 36% para 65%. A amplitude altimétrica do corredor 3 aumentou
140 metros de altitude, passando de 574 m no corredor atual para 714 m no corredor
alternativo (Tabela 4.7.10).

120
TABELA 4.7.10 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 3

Corredor 3 Atual Corredor 3


Alternativo
Área (km²) 4,5 15,5
Perímetro (km) 33,9 57,1
Incremento relativo (área) 2,46
Incremento absoluto (área/km²) 11
Incremento relativo (perímetro) 0,68
Incremento absoluto (perímetro/km) 23,2
Perímetro/Área 7,56 3,68
Amplitude altimétrica (m) 574 714
Efeito de Borda (km²) 2,85 5,45
Proporção de borda 0,64 0,35
Floresta de Interior (km²) 1,60 10,08
Proporção de floresta de interior 0,36 0,65
Floresta Primaria (km²) 3,62 4,13
Floresta Secundaria (km²) 0,31 0,31
Reflorestamento (km²) 0,02 0,34
Pasto/Agricultura (km²) 0,35 10,55
Campos Altitude (km²) 0,18 0,18

A análise da Figura 4.7.10 aponta que o desmatamento encontra-se concentrado


principalmente na parte Nordeste e Oeste do polígono devido ao intenso desmatamento
das matas ciliares e de áreas de uso restrito. O fato do corredor 3 ser o polígono com a
menor variação altitudinal em relação ao nível do mar, talvez possa explicar o intenso
desmatamento da região, pois quanto menor a altitude mais acessível se torna um local,
facilitando o desflorestamento com finalidades exploratórias e pastoris.

121
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.10 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 3.

4.7.2.4 – CORREDOR 4

O corredor 4 apresentou um incremento relativo em área de 21% e absoluto de 2,7 km²,


sendo o polígono a possui o menor incremento relativo entre os polígonos de corredor.
O perímetro apresentou incremento relativo de 9% e a relação Perímetro/Área diminuiu
de 2,31 para 2,08 ocasionando a diminuição de 5% do efeito de borda do cenário atual
para o cenário alternativo. A área de interior de floresta aumentou de 77% para 81% do
total do corredor. A amplitude altimétrica desse polígono aumentou 76 metros de
altitude, passando de 829 m no corredor atual para 905 m no corredor alternativo
(Tabela 4.7.11).

122
TABELA 4.7.11- ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 4

Corredor 4 Atual Corredor 4


Alternativo
Área (km²) 12,5 15,1
Perímetro (km) 28,8 31,4
Incremento relativo (área) 0,21
Incremento relativo (perímetro) 0,09
Perímetro/Área 2,31 2,08
Amplitude altimétrica (m) 829 905
Efeito de Borda (km²) 2,86 2,89
Proporção de borda 0,23 0,19
Floresta de Interior (km²) 9,60 12,25
Proporção de floresta de interior 0,77 0,81
Floresta Primaria (km²) 11,08 11,08
Floresta Secundaria (km²) 0,30 0,31
Reflorestamento (km²) 0 0,03
Pasto/Agricultura (km²) 1,03 3,73
Campos Altitude (km²) 0,06 0,06

A análise da Figura 4.7.11 aponta que o desmatamento encontram-se concentrado na


parte Norte do polígono devido ao desmatamento de matas ciliares e áreas de uso
restrito.

123
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.11 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 4.

4.7.2.5 – CORREDOR 5

O corredor 5 trata-se de um caso especial dentre todos os polígonos analisados na Crista


da Serra da Mantiqueira, pois o mesmo, após a criação do cenário alternativo,
possibilitou a conexão entre os fragmentos 5 e 6, os quais encontram-se separados no
cenário atual. Com um incremento relativo de 470%, o maior dentre todos os polígonos,
e um incremento absoluto de 15,9 km² (Tabela 4.7.12), o corredor 5 demonstra
claramente a eficiência das técnicas aplicadas no presente trabalho, para a criação de
cenários alternativos visando a conexão de fragmentos isolados.

O corredor 5, no cenário atual, divide-se em pequenos polígonos dispersos em uma


matriz, a qual sofre grande pressão antrópica devido à existência da rodovia estadual
SP-52, principal rodovia de ligação entre o Vale do Paraíba e o Sul de Minas Gerais.

A Tabela 4.7.12, apresenta os valores de incremento relativo para área, citado


anteriormente e, para perímetro, de 108%, com aumento absoluto de 33,3km. A relação
Perímetro/Área para o cenário atual foi de 9,15 e para o cenário alternativo diminuiu

124
para 3,33, possibilitando o aumento do efeito de borda de 1,62 para 6,17 km, porém a
proporção da borda diminuiu de 57% para 32%, uma vez que a área aumentou 470%. A
área de interior aumentou de 1,5 km² para 13,14 km². A amplitude altimétrica desse
polígono foi a maior encontrada entre os polígonos de corredores, a qual aumentou 259
metros de altitude, passando de 840 m no corredor atual para 1099 m no corredor
alternativo.

TABELA 4.7.12 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 5

Corredor 5 Atual Corredor 5


Alternativo
Área (km²) 3,4 19,3
Perímetro (km) 31,0 64,3
Incremento relativo (área) 4,70
Incremento absoluto (área/km²) 15,9
Incremento relativo (perímetro) 1,08
Incremento absoluto (perímetro/km) 33,3
Perímetro/Área 9,15 3,33
Amplitude altimétrica 840 1099
Efeito de Borda (km²) 1,92 6,17
Proporção de borda 0,57 0,32
Floresta de Interior (km²) 1,50 13,14
Proporção de floresta de interior 0,43 0,68
Floresta Primaria (km²) 3,14 4,21
Floresta Secundaria (km²) 0,21 0,29
Pasto/Agricultura (km²) 0,02 14,80

A análise da Figura 4.7.12 aponta que o desmatamento encontram-se concentrado


principalmente na parte Oeste e Sudoeste do polígono devido ao intenso desmatamento
das matas ciliares e de áreas de uso restrito, principalmente em função do fluxo
contínuo gerado pela rodovia estadual SP-52.

125
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.12 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 5.

4.7.2.6 – CORREDOR 6

O corredor 6 apresentou um incremento relativo de 88% e absoluto de 2,2 km², sendo o


polígono a possui o terceiro maior incremento relativo entre os polígonos de corredor
devido ao fato de possuir atualmente uma área muito pequena, com 4,7 km². O
perímetro obteve um incremento relativo de 94% do cenário atual para o cenário
alternativo. A relação Perímetro/Área foi de 4,26 para o cenário atual e de 4,40 para o
cenário alternativo, possibilitando um aumento no efeito de borda que varia de 1,03 no
cenário atual para 2,03 no cenário alternativo, consequentemente a proporção de área de
interior do polígono diminui de 59% para 57%. A amplitude altimétrica desse polígono
aumentou 70 metros de altitude, passando de 706 m no corredor atual para 776 m no
corredor alternativo (Tabela 4.7.13).

126
TABELA 4.7.13 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 6

Corredor 6 Atual Corredor 6


Alternativo
Área (km²) 2,5 4,7
Perímetro (km) 10,7 20,7
Incremento relativo (área) 0,88
Incremento relativo (perímetro) 0,94
Perímetro/Área 4,26 4,40
Amplitude altimétrica 706 776
Efeito de Borda (km²) 1,03 2,03
Proporção de borda 0,41 0,43
Floresta de Interior (km²) 1,50 2,69
Proporção de floresta de interior 0,59 0,57
Floresta Primaria (km²) 2,48 2,69
Floresta Secundaria (km²) 0,02 0,03
Reflorestamento (km²) 0 0,15
Pasto/Agricultura (km²) 0 1,81

A análise da Figura 4.7.13 aponta que o desmatamento encontram-se concentrado na


parte Norte do polígono devido ao desmatamento de matas ciliares e áreas de uso
restrito.

Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.13 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 6.

127
4.7.2.7 – CORREDOR 7

O corredor 7 possui a maior área dentre os polígono de corredores, com 53,9 km²,
porém obteve o segundo menor valor de incremento relativo, com 25% e um incremento
absoluto de 10,6 km² . O incremento relativo para perímetro também foi pequeno, com
apenas 2% e, a relação Perímetro/Área variou de 1,42 no cenário atual para 1,17 no
cenário alternativo. Com relação ao efeito de borda, não houve grandes variações,
embora a área de interior tenha aumentado de 37,10 para 47,13 km², a proporção em
relação a área de cada polígono aumentou apenas 1% do cenário atual para o cenário
alternativo. A amplitude altimétrica desse polígono apresentou o segundo maior
aumento, de 239 metros de altitude, passando de 1280 m no corredor atual para 1519 m
no corredor alternativo (Tabela 4.7.14).

TABELA 4.7.14 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O CORREDOR 7

Corredor 7 Atual Corredor 7 Alternativo


Área (km²) 43,3 53,9
Perímetro (km) 61,7 63,0
Incremento relativo (área) 0,25
Incremento absoluto (área/km²) 10,6
Incremento relativo (perímetro) 0,02
Perímetro/Área 1,42 1,17
Amplitude altimétrica 1280 1519
Efeito de Borda (km²) 6,20 6,82
Proporção de borda 0,14 0,13
Floresta de Interior (km²) 37,10 47,13
Proporção de floresta de interior 0,86 0,87
Floresta Primaria (km²) 39,61 40,94
Floresta Secundaria (km²) 0,80 2,24
Reflorestamento (km²) 0,01 1,13
Pasto/Agricultura (km²) 2,01 8,73
Campos Altitude (km²) 0,85 0,85

A análise da Figura 4.7.14 demonstra que o incremento encontram-se concentrado nas


bordas do polígono que entram em contato com a matriz antropizada devido ao intenso
desmatamento das matas ciliares e de áreas de uso restrito.

128
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.14 – Análise do incremento da paisagem alternativa para o corredor 7.

4.7.3 – TRANSIÇÃO

A área de transição trata-se de um caso especial entre os polígonos analisados, pois foi
classificada dessa forma devido ao grande potencial para formar um fragmento e ao
mesmo tempo possuir uma grande perturbação antrópica em seu interior. Possui um
incremento relativo de 86% e um incremento absoluto de 27,3 km². O perímetro
apresenta um aumento de apenas 4%, com incremento absoluto de 4,9 km². A relação
Perímetro/Área variou de 4,04 no cenário atual para 2,26 no cenário alternativo e, dessa
forma o efeito de borda diminuiu com conseqüente aumento da área de interior. O efeito
de borda no cenário atual é de 37% diminuindo para 23% no cenário alternativo e a área
de interior aumentou de 19,90 para 45,66 km² no cenário alternativo (Tabela 4.7.15)

129
A área de transição demonstra de forma eficiente que as técnicas aplicadas no presente
trabalho, visando a criação de cenários alternativos, podem possibilitar a ampliação e
restauração de fragmentos de Mata Atlântica, em áreas que, no cenário atual,
encontram-se intensamente perturbadas.

TABELA 4.7.15 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA A ÁREA DE


TRANSIÇÃO
Transição Atual Transição Alternativa
Área (km²) 31,7 59,0
Perímetro (km) 128,1 133,0
Incremento relativo (área) 0,86
Incremento absoluto (área/km²) 27,3
Incremento relativo (perímetro) 0,04
Incremento absoluto (perímetro/km) 4,9
Perímetro/Área 4,04 2,26
Efeito de Borda (km²) 11,75 13,3
Proporção de borda 0,37 0,23
Floresta de Interior (km²) 19,90 45,66
Proporção de floresta de interior 0,63 0,77
Floresta Primaria (km²) 28,15 29,31
Floresta Secundaria (km²) 0,55 0,89
Reflorestamento (km²) 0,01 2,65
Pasto/Agricultura (km²) 1,91 25,03
Campos Altitude (km²) 1,05 1,05

A análise da Figura 4.7.15 aponta que o incremento encontram-se concentrado em toda


a borda de contato com a matriz, devido ao intenso desmatamento das matas ciliares e
de áreas de uso restrito

130
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa

Fig. 4.7.15 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área de transição.

4.7.4 – PECJ

O fragmento denominado de PECJ é o polígono ao qual está inserido o limite do Parque


Estadual de Campos do Jordão, embora a área do fragmento de vegetação seja maior
que a área do parque (Figura 4.7.16). O fragmento do PECJ possui um incremento
relativo de 4%, sendo o menor incremento obtido entre todos os polígonos, e um
incremento absoluto de 4,3 km², também considerado pequeno em relação à área total
do polígono, com 106,7 km². A análise do efeito de borda mostra que os resultados
obtidos para o cenário atual e alternativo foram os mesmos, com apenas 9% da área do
polígono sendo definida como borda e 91% da área do polígono considerada floresta de
interior, ou seja, a área do polígono restante após a extração da borda (Tabela 4.7.16).

131
A análise da Figura 4.7.16 e dos valores numéricos (Tabela 4.7.16) encontrados para o
fragmento do PECJ indicam que a região foi a que menos sofreu com o desmatamento
e, este fato pode ser um indicativo de que, neste caso, as áreas preservadas por lei na
forma de reservas e parques tendem a sofrer uma menor pressão antrópica, com uma
preservação efetiva da área.

TABELA 4.7.16 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O PECJ

PECJ Atual PECJ Alternativo


Área (km²) 102,4 106,7
Perímetro (km) 93,6 101,2
Incremento relativo (área) 0,04
Incremento relativo (perímetro) 0,08
Perímetro/Área 0,91 0,95
Efeito de Borda (km²) 9,05 10,00
Proporção de borda 0,09 0,09
Floresta de Interior (km²) 93,4 96,70
Proporção de floresta de interior 0,91 0,91
Floresta Primaria (km²) 87,40 87,96
Floresta Secundaria (km²) 0,57 0,57
Reflorestamento (km²) 0 0,65
Pasto/Agricultura (km²) 12,31 15,39
Campos Altitude (km²) 2,11 2,11

132
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
Limite do PECJ

Fig. 4.7.16 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área do PECJ.

4.7.5 – PNI

O fragmento denominado de PNI é o polígono no qual está inserido o Parque Nacional


de Itatiaia, sendo que a área do polígono é maior que a área do parque (Figura 4.7.17).
O fragmento do PNI possui de um incremento relativo de 20%, e um incremento
absoluto de 96,9 km², valores estes considerados médios se considerarmos que tal
fragmento é o maior de todos, com uma área de 574,3 km² (Tabela 4.7.17). O perímetro
obteve um incremento relativo negativo, de –42%, ou seja, o perímetro do cenário
alternativo é 257,3 km menor que o perímetro do cenário atual, indicando que, além de
haver um acréscimo da área do polígono, houve também uma alteração brusca no
formato irregular do polígono. A análise do efeito de borda mostra que há uma variação
de 12% de borda no cenário atual para 6% no cenário alternativo, diminuindo 20, 29
km² de efeito de borda e aumentando 117,21 km² na área de interior.

133
TABELA 4.7.17 – ANÁLISE DE PARÂMETROS PARA O PNI

PNI Atual PNI Alternativo


Área (km²) 477,4 574,3
Perímetro (km) 606,9 349,6
Incremento relativo (área) 0,20
Incremento absoluto (área/km²) 96,9
Incremento relativo (perímetro) -0,42
Incremento absoluto (perímetro/km) -257,3
Perímetro/Área 1,27 0,61
Efeito de Borda (km²) 55,56 35,27
Proporção de borda 0,12 0,06
Floresta de Interior (km²) 421,90 539,07
Proporção de floresta de interior 0,88 0,94
Floresta Primaria (km²) 304,92 309,53
Floresta Secundaria (km²) 86,38 88,98
Reflorestamento (km²) 0,04 3,50
Pasto/Agricultura (km²) 9,98 96,14
Campos Altitude (km²) 76,08 76,12

A análise da Figura 4.7.17 e dos valores numéricos (Tabela 4.7.17) encontrados para o
fragmento do PNI indicam que a região está sofrendo uma forte pressão antrópica, a
qual atinge os limites do parque na borda superior. O desmatamento, nesse caso, ocorre
mesmo se tratando de um Parque Nacional.

134
Paisagem Atual
Incremento da Paisagem Alternativa
Limite do PNI

Fig. 4.7.17 – Análise do incremento da paisagem alternativa para a área do PNI.

4.8 – SIMULAÇÃO DA COBERTURA DO CENÁRIO ALTERNATIVO

De posse dos resultados obtidos pela análise de todos os polígonos, dois cenários foram
simulados. No primeiro cenário foram feitas projeções de regeneração para um futuro
próximo, no qual todas as áreas de APP e AUR originalmente com cobertura de pasto
ou agricultura que pertencessem ao corredor da Crista da Serra da Mantiqueira são
consideradas como com cobertura de floresta secundária e, analisou-se o incremento
relativo que esta simulação resultaria para a classe de floresta secundária.

Na simulação do segundo cenário, com uma projeção a longo prazo, após a completa
recuperação da floresta, todas as áreas de APP e AUR originalmente com cobertura de
pasto, agricultura ou floresta secundária foram consideradas como floresta primária,
analisando o incremento resultante dessa simulação e a área total da classe floresta
primária, comparando-a com o cenário atual.

A Tabela 4.8.1 apresenta os valores encontrados para cada simulação realizada. No


primeiro caso, onde as áreas de pasto, agricultura e reflorestamento foram
hipoteticamente consideradas como floresta secundária, o novo cenário, cuja classe de
floresta secundária representava 3,4% da área de estudo e 11% da área total da Crista da

135
Serra da Mantiqueira, passou para 9% da área de estudo e 31% da Serra da Mantiqueira.
Em valores absolutos, a área de floresta secundária aumente de 194,3 para 510,1 km²,
representando um aumento de 163% de incremento relativo ou 315,8 km² de incremento
absoluto de Mata Atlântica em estágio de sucessão secundária.

TABELA 4.8.1 – SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO CENÁRIO ALTERNATIVO

Atual Alternativo Simulação 1 Simulação2


Área do corredor (km²) 1.369,7 1.669,5 1.669,5 1.669,5
% da área de estudo 24 29 29 29
Floresta Primária (km²) 1.002,3 1.016,2 1.016,2 1.526,3
% da área de estudo 17,5 17,8 17,8 27,0
% da área do corredor 73 61 61 91,0
Floresta Secundária (km²) 187,4 194,3 510,1 #
% da área de estudo 3 3,4 9 #
% da área do corredor 11 11,6 31 #

Na simulação do segundo cenário alternativo, no qual todas as áreas de pastagem,


agricultura, reflorestamento e floresta secundária foram considerados como floresta
primária, cuja classe representava 17,8% da área de estudo e 61% da área total da Crista
da Serra da Mantiqueira, passou para 27% da área de estudo e 91% da Serra da
Mantiqueira. Em valores absolutos, a área de floresta primária aumenta de 1.016,3 para
1.526,3 km², representando um aumento de 50% de incremento relativo ou 510,1 km²
de incremento absoluto de Mata Atlântica em estágio de clímax.

A simulação dos cenários alternativos possibilitam a visualização da preservação de


áreas adjacentes aos polígonos do cenário atual a longo prazo e, permite concluir que a
observação ao Código Florestal pode ser de grande valia para a ampliação das áreas de
vegetação natural na Crista da Serra da Mantiqueira.

136
CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES

A gestão adequada da ocupação da terra na região Sudeste é de suma importância para a


preservação da Mata Atlântica por ser uma região que possui um alto grau de
desmatamento e uma alta taxa de extinção, pois trata-se de uma área cuja diversidade e
endemismo são muito grandes. Por estas características a Mata Atlântica é incluída
entre as cinco áreas de prioridade mundial para conservação (Myers et al., 2000).

Atualmente existem muitos modelos e metodologias que visam propor áreas para
conservação e instalação de corredores, como por exemplo a metodologia baseada em
Análise de Lacunas (e.g. Jennings, 1995; Strittholt e Boerner, 1995; Davis e Reiner,
1996). Tal metodologia visa a análise da representatividade de um sistema de unidades
de conservação, analisando a relação existente entre o sistema de unidades de
conservação e os padrões espaciais da diversidade biológica da região. A partir desta
análise este método propõe novas unidades de conservação de modo a otimizar a
proteção da diversidade biológica da região de forma abrangente e não apenas restrito a
certos grupos taxonômicos ou certas áreas geográficas.

A Análise de Lacunas, embora seja uma metodologia bastante eficiente, depende de


informações sobre o padrão espacial da diversidade, o que muitas vezes não está
disponível para a região de interesse, como é o caso da Mata Atlântica e demais biomas
brasileiros. Dessa forma, o presente trabalho vem de encontro com a falta de
informações disponível, possibilitando inclusive a aplicação de outros modelos e
metodologias.

Em termo práticos, a legislação brasileira oferece recursos para, se não estabelecer um


sistema de conservação ótimo, pelo menos manter um conjunto de regras com o
objetivo de conservar a biodiversidade e os recursos hídricos que ainda estão
disponíveis. Entretanto a legislação não é efetivamente aplicada devido principalmente
à falta de tecnologia adequada e de pessoal qualificado para utilizar as metodologias que
já existem.

137
A aplicação de técnicas de Sensoriamento Remoto e de Análise de Informação Espacial
à análise da paisagem considerando Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Áreas
de Uso Restrito (AUR), previstas no Código Florestal (CF) permite a detecção e
representação espacial de áreas em transgressão ao Código Florestal.

A análise das APP em função da altitude na área de estudo, realizada através do


fatiamento da grade regular de um modelo numérico de terreno (MNT) e posterior
comparação com o Mapa de Cobertura da Terra, possibilitou concluir que 95% das
áreas que se encontram acima de 1800 metros de altitude encontram-se preservadas e
somente 5 % estão em transgressão.

Com relação a análise das APP em função da declividade na área de estudo, realizada
através da geração de uma grade de declividade a partir do MNT e posteriormente
fatiada e comparada com o Mapa de Cobertura da Terra, possibilitou concluir que 88%
das áreas acima de 45º encontram-se preservadas e 12% em estado de transgressão.

A análise de APP em função das margens dos rios na área de estudo, obtida pelo
fatiamento de uma grade de distância gerada a partir da linha dos rios para a obtenção
de buffers de 30 metros e posterior comparação com o Mapa de Cobertura da Terra,
demonstra o caso mais grave de transgressão ao CF, pois indica que 68 % desta classe
de APP encontra-se em transgressão. Como esta classe de APP representa 21% da área
de estudo, tem-se um total de 14% da área de estudo em desacordo com o Código
Florestal devido a este tipo de transgressão.

A análise de AUR em função da declividade na área de estudo, obtida pelo fatiamento


da grade de declividade, demonstra que 40 % das áreas com declividade que varia de
25º a 45º e que deveriam ser exploradas somente mediante plano de manejo aprovado,
encontra-se em transgressão ao CF.

A integração dos dados obtidos pela análise do Estado Normativo da Cobertura da Terra
possibilitou visualizar a transgressão regional da Crista de Serra da Mantiqueira e
permitiu concluir que a área encontra-se em estado crítico de preservação, onde 52%
das áreas que são protegidas por lei, encontram-se em transgressão ao CF.

138
A caracterização dos elementos da paisagem da região da Serra da Mantiqueira entre o
Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ) e o Parque Nacional de Itatiaia (PNI) na
sua constituição atual distinguiu sete fragmentos florestais, sete corredores e uma área
de transição.

Observa-se uma interrupção no corredor PECJ-PNI, seis corredores estreito e sete


fragmentos com tamanho adequado à preservação de espécies silvestres.

Com a observação do CF, a interrupção existente no corredor da Serra da Mantiqueira é


eliminada e a qualidade dos fragmentos e principalmente dos corredores melhoram de
forma significativa.

Ao concluir que existe uma área responsável por uma interrupção na cobertura vegetal,
e que tal interrupção é eliminada ao simular um cenário alternativo, no qual a cobertura
vegetal encontra-se em acordo com o CF na sua totalidade, podemos utilizar os
resultados obtidos como justificativa para propor que essa área seja utilizada em estudos
pontuais visando a recuperação de sua vegetação.

As áreas em transgressão ao CF que se encontram adjacentes ao corredor da crista da


Mantiqueira poderiam ser anexadas às áreas que se encontram em bom estado de
conservação, melhorando assim a qualidade da crista da Mantiqueira como corredor
ecológico entre o PECJ e o PNI.

A simulação de cenários alternativos permite concluir, que a longo prazo, seria de


grande importância a preservação e a recuperação das áreas adjacentes à cobertura
vegetal que existe na Crista da Serra da Mantiqueira. A vegetação natural seria
ampliada, o patrimônio biológico da região seria recuperado e haveria a possibilidade de
conexão entre duas grandes reservas locais. Tal iniciativa poderia ser estendida para
toda a Serra da Mantiqueira e sistemas serranos adjacentes como a Serra do Mar e a
Serra da Cantareira.

139
140
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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analysis of the patch size effect. Ecology, v. 79, n. 2, p. 517-533, 1998.

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1989.

147
APÊNDICE A

Programas em LEGAL utilizados no presente trabalho.

//Programa LEGAL utilizado para realizar o fatiamento das áreas de APP acima de
1800 m de altitude

{
Tematico fat ("AltitudeFatiada");
Numerico alti ("Altimetria");
Tabela fatia (Fatiamento);

fatia = Novo (CategoriaFim = "AltitudeFatiada",


[0,1800] : "Nenhuma",
[1800, 2800] : "altitude>1800");

alti = Recupere (Nome = "TINGrade");


fat = Novo(Nome= "fatiamento>1800", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);

fat = Fatie (alti, fatia);


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para realizar o cruzamento mapa de APP acima de 1800 m
de altitude com o mapa de Cobertura da Terra para gerar o mapa do estado normativa da
cobertura da terra APP em função da altitude

{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("AltitudeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");

uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="fatiamento1800");
diagnostico = Novo(Nome="Altitudes",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="altitude1800")&&
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroAltitude":((apa.Classe=="altitude1800")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************

149
//Programas LEGAL utilizado para realizar o fatiamento das áreas de APP ao longo da e
dos rios.

{
Tematico fat ("DistanciaFatiada");
Numerico decli ("MapaDistancia");
Tabela fatia (Fatiamento);

fatia = Novo (CategoriaFim = "DistanciaFatiada",


[0, 30] : "buffer30m");

decli = Recupere (Nome = "MapaDistancia");


fat = Novo(Nome= "BufferRios", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);

fat = Fatie (decli,fatia);


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para realizar o cruzamento mapa de APP ao longo dos rios
com o mapa de Cobertura da Terra para gerar o mapa do estado normativa da cobertura
da terra APP em função da margem dos rios.

{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("DistanciaFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");

uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="BufferRios");
diagnostico = Novo(Nome="Rios",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="buffer30m")&&
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroRios":((apa.Classe=="buffer30m")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************

150
//Programas LEGAL utilizado para realizar o fatiamento das áreas de APP e AUR em
função da declividade.

{
Tematico fat ("DeclividadeFatiada");
Numerico decli ("Declividade");
Tabela fatia (Fatiamento);

fatia = Novo (CategoriaFim = "DeclividadeFatiada",


[0,25] : "nenhuma",
[25, 45] : "25-45",
[45, 90] : ">45");

decli = Recupere (Nome = "GradeDeclividade");


fat = Novo(Nome= "FatiamentoDeclividade", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);

fat = Fatie (decli,fatia);


}

{
Tematico fat ("DeclividadeFatiada");
Numerico decli ("Declividade");
Tabela fatia (Fatiamento);

fatia = Novo (CategoriaFim = "DeclividadeFatiada",


[0,25] : "nenhuma",
[25, 45] : "25-45",
[45, 90] : "nenhuma");

decli = Recupere (Nome = "GradeDeclividade");


fat = Novo(Nome= "FatiamentoDeclividade25-45", ResX=30, ResY=30,
Escala=50000);

fat = Fatie (decli,fatia);


}

{
Tematico fat ("DeclividadeFatiada");
Numerico decli ("Declividade");
Tabela fatia (Fatiamento);

fatia = Novo (CategoriaFim = "DeclividadeFatiada",


[0,25] : "nenhuma",
[25, 45] : "nenhuma",
[45, 90] : ">45");

151
decli = Recupere (Nome = "GradeDeclividade");
fat = Novo(Nome= "FatiamentoDeclividade45", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);

fat = Fatie (decli,fatia);


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para realizar o cruzamento mapa de APP em função da
declividade com o mapa de Cobertura da Terra para gerar o mapa do estado normativa
da cobertura da terra APP em função da declividade.

{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("DeclividadeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");

uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="FatiamentoDeclividade45");
diagnostico = Novo(Nome="Declividade45",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="maior45")&&
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroDeclividadeAPP":((apa.Classe=="maior45")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para realizar o cruzamento mapa de AUR em função da
declividade com o mapa de Cobertura da Terra para gerar o mapa do estado normativa
da cobertura da terra AUR em função da declividade.

{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa("DeclividadeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");

uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa = Recupere(Nome="FatiamentoDeclividade25-45");
diagnostico = Novo(Nome="Declividade25-45",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa.Classe=="25-45")&&

152
(uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroDeclividadeAUR":((apa.Classe=="25-45")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado gerar o mapa temático de Efeito de Borda dos polígonos
da paisagem atual.

{
Tematico paisagem ("PaisagemAtual");
Tematico entrada ("PaisagemAtual");
Tematico saida ("PaisagemAtual");

paisagem = Recupere(Nome="*");
entrada = Recupere(Nome="EfeitoBorda*");
saida = Novo(Nome="EfeitoBorda*Recorte",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

saida = Atribua(CategoriaFim="PaisagemAtual")
{
"EfeitoBorda": ((paisagem=="*") && (entrada=="EfeitoBorda"))
};
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado gerar o mapa temático de Efeito de Borda dos polígonos
da paisagem alternativa.

{
Tematico paisagem ("PaisagemAlternativa");
Tematico entrada ("PaisagemAlternativa");
Tematico saida ("PaisagemAlternativa");

paisagem = Recupere(Nome="*");
entrada = Recupere(Nome="EfeitoBorda*");
saida = Novo(Nome="EfeitoBorda*Recorte",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

saida = Atribua(CategoriaFim="PaisagemAlternativa")
{
"EfeitoBorda": ((paisagem=="*") && (entrada=="EfeitoBorda"))
};
}
**********************************************************************

153
//Programa LEGAL executado para separar as áreas de dúvidas geradas pela
classificação, para interpretação visual das mesmas.

{
Tematico uso,uso1800("UsoTerra");
Tematico alti ("AltitudeFatiada");
Numerico classe4, altitudes, resultado ("Altimetria");
Tabela TabelaUso, TabelaAltitude (Ponderacao);
Tabela Fat (Fatiamento);

uso = Recupere (Nome="Classe4(EditarTudo)");


alti = Recupere (Nome="todas");

classe4 = Novo (Nome="gradeUso2",ResX=30,ResY=30,Escala=50000, Min = 0,


Max= 100);
altitudes = Novo (Nome="gradeAltitude2",ResX=30,ResY=30,Escala=50000, Min = 0,
Max= 100);

TabelaUso = Novo (CategoriaIni = "UsoTerra",


"Duvida" : 1,
"Nada" : 0);

TabelaAltitude = Novo (CategoriaIni = "AltitudeFatiada",


"altitude<1800" : 1,
"altitude>1800" : 0);

classe4 = Pondere (uso, TabelaUso);


altitudes = Pondere (alti, TabelaAltitude);

resultado = Novo (Nome="grades",ResX=30,ResY=30,Escala=50000, Min = 0, Max =


100);
uso1800 = Novo (Nome="Classe4",ResX=30,ResY=30,Escala=50000);

resultado = classe4 * altitudes;

Fat = Novo (CategoriaFim = "UsoTerra",


[0,0.9] : "Nada",
[0.9, 2] : "Duvida");

uso1800 = Fatie (resultado, Fat);

}
**********************************************************************

154
//Programa LEGAL utilizado analisar as classes geradas pela classificação não-
supervisionada.

{
Tematico uso,uso1800("UsoTerra");
Tematico altitude ("AltitudeFatiada");

uso = Recupere (Nome="ClassesEspec");


altitude = Recupere (Nome="todas");
uso1800 = Novo (Nome="CamposAltitude2",ResX=30,ResY=30,Escala=50000);

altitude = altitude >1800? Classe("altitude>1800"):


uso.Classe == "Classe1" || uso.Classe == "Classe4" && altitude.Classe ==
altitude>1800?
Classe("CamposAltitude") : Classe ("Nada");
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado analisar as classes geradas pela classificação não-
supervisionada.

{
Tematico uso,uso1800("UsoTerra");
Tematico alti ("AltitudeFatiada");
Numerico classes1e4, altitudes, resultado ("Altimetria");
Tabela TabelaUso, TabelaAltitude (Ponderacao);
Tabela Fat (Fatiamento);

uso = Recupere (Nome="Classes1e4");


alti = Recupere (Nome="fatiamento>1800");

classes1e4 = Novo (Nome="gradeUso",ResX = 30, ResY = 30, Escala = 50000, Min =


0, Max = 100);
altitudes = Novo (Nome="gradeAltitude", ResX = 30, ResY = 30, Escala = 50000, Min
= 0, Max = 100);
TabelaUso = Novo (CategoriaIni = "UsoTerra",
"Duvida" : 1,
"Nada" : 0);

TabelaAltitude = Novo (CategoriaIni = "AltitudeFatiada",


"altitude>1800" : 1,
"Nenhuma" : 0);

classes1e4 = Pondere (uso, TabelaUso);


altitudes = Pondere (alti, TabelaAltitude);

155
resultado = Novo (Nome="grades",ResX=30,ResY=30,Escala=50000, Min = 0, Max =
100);
uso1800 = Novo (Nome="CamposAltitude",ResX=30,ResY=30,Escala=50000);

resultado = classes1e4 * altitudes;

Fat = Novo (CategoriaFim = "UsoTerra",


[0,0.9] : "Nada",
[0.9, 2] : "CamposAltitude");

uso1800 = Fatie (resultado, Fat);


**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para integração das normas do Código Florestal para
análise conjunta

{
Tematico uso("PaisagemAtual");
Tematico apa1("AltitudeFatiada");
Tematico apa2("DistanciaFatiada");
Tematico apa3("DeclividadeFatiada");
Tematico diagnostico ("Diagnostico");

uso = Recupere(Nome="CorredorVegetacao2");
apa1 = Recupere(Nome="fatiamento1800");
apa2 = Recupere(Nome="BufferRios");
apa3 = Recupere(Nome="FatiamentoDeclividade");
diagnostico = Novo(Nome="CDIntegrado2",ResX=30,ResY=30,Escala=50000 );

diagnostico = Atribua(CategoriaFim="Diagnostico")
{
"Adequado":((apa1.Classe=="altitude1800") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"Adequado":((apa2.Classe=="buffer30m") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"Adequado":((apa3.Classe=="maior45") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"Adequado":((apa3.Classe=="2545") && (uso.Classe=="Vegetacao")),
"erroAltitude":((apa1.Classe=="altitude1800") && (uso.Classe=="Pasto/Agricultura")),
"erroRios":((apa2.Classe=="buffer30m")&& (uso.Classe=="Pasto/Agricultura")),
"erroDeclividadeAPP":((apa3.Classe=="maior45")&&
(uso.Classe=="Pasto/Agricultura")),
"erroDeclividadeAUR":((apa3.Classe=="2545")&& (uso.Classe=="Pasto/Agricultura"))
};
}
**********************************************************************

156
//Programas LEGAL utilizados para gerar a razão entre bandas para análise da
atenuação do efeito de iluminação

{
Imagem TM3CorAtm, TM4CorAtm ("Landsat04_09_99");
Imagem RazaoB4B3 ("Landsat04_09_99");
TM3CorAtm = Recupere (Nome="TM3CorAtm");
TM4CorAtm = Recupere (Nome="TM4CorAtm");
RazaoB4B3 = Novo (Nome = "RazaoB4B3", ResX = 30, ResY = 30);
RazaoB4B3 = (50 + 20 * (TM4CorAtm)/(TM3CorAtm));
}

{
Imagem TM4CorAtm, TM5mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem RazaoB4B5 ("Landsat04_09_99");
TM4CorAtm = Recupere (Nome="TM4CorAtm");
TM5mosaico = Recupere (Nome="TM5mosaico");
RazaoB4B5 = Novo (Nome = "RazaoB4B5", ResX = 30, ResY = 30);
RazaoB4B5 = (20 + 50 * (TM4CorAtm)/(TM5mosaico));
}

{
Imagem TM4CorAtm, TM5mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem RazaoB5B4 ("Landsat04_09_99");
TM4CorAtm = Recupere (Nome="TM4CorAtm");
TM5mosaico = Recupere (Nome="TM5mosaico");
RazaoB5B4 = Novo (Nome = "RazaoB5B4", ResX = 30, ResY = 30);
RazaoB5B4 = (20 + 50 * (TM5mosaico)/(TM4CorAtm));
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para reclassificar as áreas de vegetação em uma única
classe

{
Tematico uso, recl ("UsoTerra");
Tabela juntar (Reclassificacao);

uso = Recupere (Nome="ClassificacaoFinal3");


recl = Novo (Nome= "CorredorVegetacao", ResX=30, ResY=30, Escala = 50000);
juntar = Novo (CategoriaIni = "UsoTerra", CategoriaFim = "UsoTerra",
"FlorestaPrimaria": "Vegetacao",
"FlorestaSecundaria": "Vegetacao",
"CamposAltitude" : "Vegetacao",
"AreaUrbana": "AreaUrbana",

157
"Reflorestamento": "Reflorestamento",
"Pasto/Agricultura" : "Pasto/Agricultura");

recl = Reclassifique (uso, juntar);


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para reclassificar o mapa de Cobertura da Terra em duas
classes apenas, vegetação e não vegetação.

{
Tematico uso, recl ("UsoTerra");
Tabela juntar (Reclassificacao);

uso = Recupere (Nome="ClassificacaoFinal3");


recl = Novo (Nome= "CorredorVegetacao2", ResX=30, ResY=30, Escala = 50000);
juntar = Novo (CategoriaIni = "UsoTerra", CategoriaFim = "UsoTerra",
"FlorestaPrimaria": "Vegetacao",
"FlorestaSecundaria": "Vegetacao",
"CamposAltitude" : "Vegetacao",
"AreaUrbana": "Pasto/Agricultura",
"Reflorestamento": "Pasto/Agricultura",
"Pasto/Agricultura" : "Pasto/Agricultura");

recl = Reclassifique (uso, juntar);


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para extração dos parâmetros de altimetria mínima dos
polígonos do cenário atual

{
Tematico mascara ("PaisagemAtual");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");

mascara = Recupere (Nome = "*");


entrada = Recupere (Nome="TINGrade");
saida = Novo(Nome="TINGrade*Min", ResX=30, ResY=30,
Escala=50000,Min=0,Max=3000);

saida = mascara.Classe == "*" ? entrada : 3000;


}
**********************************************************************

158
//Programa LEGAL utilizado para extração dos parâmetros de altimetria mínima dos
polígonos do cenário alternativo

{
Tematico mascara ("PaisagemAlternativa");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");

mascara = Recupere (Nome = "*");


entrada = Recupere (Nome="TINGrade");
saida = Novo(Nome="TINGrade*Min", ResX=30, ResY=30,
Escala=50000,Min=0,Max=3000);

saida = mascara.Classe == "*" ? entrada : 3000;


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para extração dos parâmetros de altimetria máxima dos
polígonos do cenário atual

{
Tematico mascara ("PaisagemAtual");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");

mascara = Recupere (Nome = "*");


entrada = Recupere (Nome="TINGrade");
saida = Novo(Nome="TINGrade*Max", ResX=30, ResY=30,
Escala=50000,Min=0,Max=3000);

saida = mascara.Classe == "*" ? entrada : 0;


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para extração dos parâmetros de altimetria máxima dos
polígonos do cenário alternativo

{
Tematico mascara ("PaisagemAlternativa");
Numerico entrada, saida ("Altimetria");

mascara = Recupere (Nome = "*");


entrada = Recupere (Nome="TINGrade");
saida = Novo(Nome="TINGrade*Max", ResX=30, ResY=30,
Escala=50000,Min=0,Max=3000);

saida = mascara.Classe == "*" ? entrada : 0;


}
**********************************************************************

159
//Programas LEGAL utilizado para realizar a Correção Atmosférica das Bandas TM3 e
TM4

{
Imagem TM3mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem TM3CorAtm ("Landsat04_09_99");
TM3mosaico = Recupere (Nome="TM3mosaico");
TM3CorAtm = Novo (Nome = "TM3CorAtm", ResX = 30, ResY = 30);
TM3CorAtm = (TM3mosaico - 9);
}

{
Imagem TM4mosaico ("Landsat04_09_99");
Imagem TM4CorAtm ("Landsat04_09_99");
TM4mosaico = Recupere (Nome="TM4mosaico");
TM4CorAtm = Novo (Nome = "TM4CorAtm", ResX = 30, ResY = 30);
TM4CorAtm = (TM4mosaico - 3);
}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para extrair os parâmetros relativos a proporção de cada
classe do mapa de cobertura da terra dentro de cada polígono do cenário atual.

{
Tematico mascara("PaisagemAtual");
Tematico entrada, saida ("UsoTerra");

mascara = Recupere (Nome = "*");


entrada = Recupere (Nome="ReClassificacaoFinal");
saida = Novo(Nome="Uso*", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);

saida = (mascara == "*")? entrada : Classe(nenhum);


}
**********************************************************************
//Programa LEGAL utilizado para extrair os parâmetros relativos a proporção de cada
classe do mapa de cobertura da terra dentro de cada polígono do cenário alternativo.

{
Tematico mascara("PaisagemAlternativa");
Tematico entrada, saida ("UsoTerra");

mascara = Recupere (Nome = "*");


entrada = Recupere (Nome="ReClassificacaoFinal");
saida = Novo(Nome="Uso*", ResX=30, ResY=30, Escala=50000);

saida = (mascara == "*")? entrada : Classe(nenhum);


}

160
161
162
163
APÊNDICE E

Mapa dos principais resultados obtidos no presente trabalho

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