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Base - Frente Unitária de Trabalhadores - Rua Maria aos Anjos, nº 15 - 1170-208 Lisboa - basefut@mail.telepac.pt
N
o dia 30 de Janeiro tem lugar em Lisboa Rocha, que estudavam ciências sociais na Uni- Porque a JOC foi escola para muitos militantes
a abertura das celebrações dos 75 anos versidade de Lovaina, a elaboração do projecto e dirigentes do CCO e da Base FUT, e do mo-
da LOC/ Movimento de Trabalhadores de bases da Acção Católica, ainda nascente, não vimento operário e sindical, fazemos aqui uma
Cristãos. Neste dia e de acordo com o programa, suspeitando, decerto, que estavam a tomar uma pequena transcrição que nos situa no nascimento
participam alguns companheiros percursores do decisão de enorme alcance histórico. deste movimento que havia de ser em tantos paí-
Centro de Cultura Operária e, depois, da Base Com efeito, aqueles padres sociólogos não se ses do mundo e também em Portugal uma escola
– FUT entre os quais Fernando Abreu, Emídio limitaram a formular um conjunto de artigos de formação de jovens trabalhadores, homens e
Martins, Natividade Cardoso e o Pe. Jardim Gon- jurídicos que viessem a regular a vida da orga- mulheres, comprometidos com o mundo do tra-
çalves. nização, mas propunham sobretudo uma ideia: balho, com a transformação da sociedade e com
Durante o ano de 2011 decorrerão inúmeras ini- Que a Acção Católica se estruturasse a partir de a mensagem de Jesus Cristo.
ciativas em diferentes pontos do país integradas um conjunto de movimentos específicos de cada “Joseph Cardijn, que já havia fundado a JOC
nas celebrações onde, naturalmente, participarão meio social; isto para que se não se verificasse na Bélgica, em 1925, convicto de que a JOC e
muitos militantes e simpatizantes da Base – Fren- uma supremacia dos intelectuais sobre os ope- o seu método (Ver, Julgar e Agir) eram as formas
te Unitária de Trabalhadores. rários, das senhoras sobre as mulheres, experi- perfeitas da Acção Católica, realizava contactos
Para a LOC/ MTC “celebrar os 75 anos de vida mentada já em algumas instituições congéneres e conferências em todo o mundo para que a JOC
significa, entre outros motivos, avivar a memó- de outros países que se organizavam de forma se expandisse. Nesse sentido, ainda antes da
ria sobre tantos homens e mulheres que, sempre conjunta”. fundação da Acção Católica Portuguesa (1932),
inspirados no Evangelho e no Ensino Social da Esta proposta de especialização contrariava po- Cardijn esteve em Lisboa a convite do cardeal
Igreja, fizeram deste movimento uma referência, rém uma forte corrente de pensamento, interna Cerejeira… e teve nessa altura um encontro com
seja na vida eclesial, seja no campo sindical, po- e externa,, que se batia pela unidade, nuns casos um grupo de jovens trabalhadores com o objec-
lítico ou social”. por genuína escolha, noutros por cedência, cons- tivo de os motivar para aderirem a esta grande
O jornal “Voz do Trabalho”, na sua edição de Ja- ciente ou não, às subtis pressões do regime dita- organização que já fazia sucesso em muitos paí-
neiro/ Fevereiro, destaca a abertura das referidas torial do Estado Novo que se estruturava também ses europeus.”
celebrações, salienta a figura pioneira do Padre nessa altura à volta da suposta unidade.” “Julga-se que o acontecimento mais importante
Abel Varzim e de Cardjn, fundador da JOC. que contribuiu para o nascimento da JOC por-
Transcrevemos aqui uma passagem do texto que tuguesa, foi o facto de o jovem padre Manuel
o jornal publica. “Um Movimento Operário” Rocha ter estudado em Lovaina (Bélgica) e ter
mantido um contacto quase diário com Cardijn
“Primeiros passos” “Os argumentos a favor da especialização por
e com o seu projecto jocista. Após a sua forma-
ção em ciências políticas e sociais, entre 1930 e
Tudo começou quando, em 1932, o presidente da meios sociais eram porém muito fortes e, sobre- 1935, regressa a Portugal decidido a criar defini-
Acção Católica Portuguesa, D. Ernesto Sena de tudo, muito bem fundamentados. Convém aqui tivamente a JOC”.
Oliveira, pediu aos padres Abel Varzim e Manuel dizer que a opção pelos movimentos especializa- José Manuel Duarte
FICHA TÉCNICA
Titulo e propriedade: Base Frente Unitária de Trabalhadores; Edição: Edições Base; Redacção: Diná Barbosa, Jorge H. Santos; José M. Duarte,
Colaborações nesta edição: Brandão Guedes, Paulo Caetano, João Lourenço, Jaime Chiquita,
Redacção e Administração: Rua Maria aos Anjos, nº15 – LISBOA
Difusão livre, gratuita e solidária - abre, lê e critica, reencaminha para os teus amigos, imprime e distribui por quem não tem internet
Janeiro/Fevereiro | BASE-FUT | Folha Informativa |
“O Legado de Lula”
tude de uma sociedade oprimida. A
sua atitude, a sua postura, mas tam-
bém as suas palavras, fazem dele
um “Homem Grande”. “Tomei a
decisão de não falhar, …” disse ele,
sabia que falhando, era um povo e
uma classe que falhava, era um so-
nho que se desfazia.
“Eu sou agradecido a Deus em pri-
meiro lugar, porque se não fosse o
dedo de Deus não era normal que
um retirante de caetés, que saiu
do sertão para fugir da fome, se
transformasse em presidente da Re-
pública do Brasil. Isso só pode ter
sido o dedo de Deus. (…) Nós não
conseguimos nos respeitar, apren-
demos a acreditar em nós, e quem
acredita em si próprio nunca será
derrotado.”
L
Aprendamos também nós com
uís Inácio Lula da Silva e cionada pelo “ter”. A humildade de leiros. Lula, aprendamos também nós a
que o mundo conhece por um homem, o esforço, o trabalho Lula plantou, o que vemos. … Lula ser humildes, a sermos capazes de
“Lula”. Nasceu em Gara- desenvolvido ao longo destes anos, já colheu, muito ainda não vemos. acreditar em nós, despidos de opor-
nhuns estado de Pernambuco Brasil, direccionado para a criação das … Aqui esconde-se a dimensão tunismos, de interesses pessoais, a
a 27 de Outubro de 1945 no seio de condições ao desenvolvimento de do seu legado à humanidade ultra- acreditar num projecto colectivo e
uma família pobre e numerosa, seu um povo, é imenso. … Admiramos passando fronteiras e reconhecido alicerçado em valores fermento ne-
caminho foi árduo, sofrido mas de o que vemos, mas devemos também como transformador de vontades, cessário e indispensável a uma nova
dimensão nobre. Partindo das entra- reflectir sobre o que não vemos e o mentalidades e novos valores que utopia a um novo paradigma.
nhas do povo, seu percurso feito a que se esconde por detrás do apa- urge propor ao mundo. “Acreditar em nós, a vida é um bem
pulso transportava no ventre muitos rente. Certo é que o Brasil mudou! No momento da partida, Lula cho- único, o projecto é colectivo”.
sonhos e muitas utopias. Depois de Vinte milhões de pessoas saíram da rou. … Lula conhece o alcance da Jaime da Silva Chiquita
algumas tentativas, de maturação e pobreza, quem não tinha acesso ao obra que iniciou e que mudou a ati- Sociólogo - Covilhã
conciliação de estratégias, foi esco- ensino passou a ter, os filhos dos
lhido para ser presidente da Repú- desafortunados também podem ser
blica do Brasil. O cargo foi por ele professores, engenheiros ou douto-
assumido a 1 de Janeiro de 2003, res. A reforma agrária alicerçou o
reeleito em 2006 terminou em De- combate à pobreza, serviu de celei-
zembro de 2010. ro a milhares de pessoas que nada
O povo Brasileiro saiu à rua para tinham e passaram a ter emprego,
lhe agradecer a obra notável que pão e acesso a outras oportunida-
deixou. … des. A indústria desenvolveu-se e
Ao procurar compreender a dimen- todos os sectores sentiram que o
são do que Lula nos deixou, fico Brasil estava a “Crescer”. Mercê de
perplexo e não consigo descrever uma estratégia despida de interesses
o seu alcance, a sua profundida- pessoais, preocupada com o bem
de e particularmente os impactes comum, servindo de suporte para
ocorridos numa sociedade condi- a libertação de milhares de Brasi-
C
menos químicos se forem biológi-
om as nossas atitudes con- cos ou do nosso quintal se o houver
tribuímos para o desequilí- ou dar preferência e comprá-los à
brio e a insustentabilidade vizinha vendedeira de rua ou lugar
quando consumimos mais do que de produtos próprios normalmente
aquilo que conseguimos produzir e biológicos.
do que a natureza nos pode oferecer. Comprar produtos nacionais evita
Por isso é preciso emendar a mão e os transportes longos e menos gas-
tudo está na atitude individual e co- tos com estes vantagens para com
lectiva de cada um de nós que passa o ambiente e menos consumos de
por uma cidadania mais responsável energias, ao mesmo tempo também
e humanizada face a tudo o que nos protegeremos a nossa biodiversida-
envolve. de e ajudaremos os agricultores a
Para compreendermos melhor já em manterem os terrenos úteis e ocupa-
2006 cada Português necessitava de que não se voltam a reproduzir como seja barato, falamos de desperdício dos para serem produtores de bens
4,2 hectares de território produtivo é o caso das matérias primas, foceis de matéria prima ou de comida, seja alimentares.
para nos alimentar e dar matérias ou minerais e que infelizmente hoje quando se confecciona exagerada- Os recursos pesqueiros estão na sua
primas entre outras como seja a algumas estão no rol da extinção. Da mente ou se deixa estragar por má maioria sobre explorados, são boas
madeira e a lenha, e responder ás mesma forma como estão muitas gestão ou se substitui coisas ainda alternativas ao consumo de carne
constantes necessidades do nosso plantas, arvores, insectos, animais e em bom estado e sem verdadeira mas aqui devemos saber quais são as
aumento de consumismo, apesar peixes, etc. necessidade etc. espécies que devemos dar priorida-
disso e de então para cá quase nada Face a esta realidade quais regras Dar uma especial atenção para com des no nosso consumo e não ajudar
ainda se fez as coisas continuam em fundamentais que nos devem de os resíduos que são um autêntico há extinção das mesmas sob pena de
agravamento. orientar. Na nossa responsabilidade desperdício quando não devidamen- um dia queremos saborear um bom
Para entendermos melhor a situação e possibilidade participativa como te reciclado por isso devemos redu- peixe selvagem e não haver mais.
do nosso país para pudermos respon- cidadãos e cidadãs. zir os mesmos sempre que possível, Brevemente voltaremos a este tema
der ás necessidade básicas a que nos Primeiro saber dar o valor do que a assim como com a água que gasta- que nos preocupa porque ainda po-
habituámos no que consumimos, o terra nos dá, a própria vida e a na- mos muitas vezes com facilidade e demos fazer muito pela nossa única
nosso défice é insuperável como tureza. sem preocupação pela sua cada vez terra que é quem nos dá de tudo e
está hoje porque só temos cerca de Segundo a nossa obrigação para maior escassez. é onde vivemos. O futuro impõe a
1,8 hectares de terreno produtivo e com a sociedade de que fazemos Também devemos consumir menos nossa participação mais conscien-
portanto vivemos do que importa- parte e que muitas vezes sem dar- carne pelo impacto que esta tem na te e com medida e o peso certo,
mos. mos conta com as nossas atitudes sua produção em água e em ocupa- cientes que assim viveremos com a
No presente a comida é o maior fardo estamos a pô-la em causa na sua ção de terreno dar no entanto pre- abundância suficiente e com garan-
dentro da causa do desequilíbrio e da sustentabilidade, mas nós pudemos ferência naquela que é produzida tia e como se diz na defesa do meio
escassez mas tudo se tornou muito fazer muito por ela. em pasto que tem menos impacto ambiente é respeitando a lei da natu-
preocupante. Há muitos outros pro- Como por exemplo fica nos casos de no meio ambiente pelo facto de ser reza e os seus limites que nada nos
dutos que não alimentos e que são não desperdiçar o que a natureza e produzida em forma extensiva e em faltará.
consumidos mas a sua agravante é a terra nos dá mesmo que para nós liberdade em contraste com a inten- João Lourenço
N
o ano de 2010, uma parceria
entre o Jornal do Seixal, o
CLDS – Contrato Local de
Desenvolvimento Social de Arren-
tela e as associações de idosos desta
freguesia, aventuraram-se numa
iniciativa singular cujo objectivo é Depois de um bom Jantar/Ceia,
desenvolver a auto-estima nas pes- imagem do 1º Desfile na ARIFA - Associação de Refiormados e Idosos da Amora muito farta a bem confecionada,
soas idosas, dinamizar e promover desfiles, para seleccionar o modelo mobilidade reduzida, este singular como já é hábito na Nossa Casa,
o movimento associativo sénior, já que a irá representar na Gala Final desfile de moda, conta também com numa Sala muito bem decorada
de si bastante activo no concelho e que se realizará no dia 9 de Abril, modelos a desfilar em cadeira de ro- (parabéns aos companheiros que
procurar a sua ligação com o comér- em local ainda a designar. das. Uma modalidade que pressupõe trabalharam para isso), lá fomos
cio local. Realizando-se o Primeiro O trabalho de preparação começou um trabalho de equipa pois a repre- dar um pé de dança , conviver, co-
Desfile de Moda Sénior do Seixal já em Novembro do ano passado, sentação será feita com o participan- mer as passas, beber o champanhe
em 20 de Março de 2010. estando nesta ocasião todas as as- te (em cadeira de rodas) e o auxiliar
A experiência revelou-se extra- sociações mobilizadas, com os seus de acção directa que o apoia.
ordinária com elevada satisfação, modelos inscritos e em preparação Os trajes, os penteados e a maqui-
nos promotores, nas parcerias e nos de trajes e ensaio para o seu desfile lhagem, são preparados autonoma-
participantes, não ficando também interno, o qual se converterá numa mente e com o apoio dos animado-
indiferente à comunicação social re- festa com muita beleza e glamour. res nas associações, patrocinados
gional e nacional. Nessa sequência Os primeiro tiveram lugar já nos em vários casos por lojas do comér-
os promotores decidiram este ano dias 19 e 25 de Janeiro e outros se cio local que apostam também a sua e BRINDAR !!!!!! Brindar aos Pre-
alargar o evento a todas as 12 asso- irão seguir até à gala final que acon- representação vestindo, penteando sentes, aos Ausentes e a um Ano 2011,
ciações de Reformados Pensionistas tecerá no dia 9 de Abril. ou apoiando vários modelos. que desejamos muito Positivo, e nos
e Idosos do Concelho do Seixal. O evento deste ano é também ino- jhs faça esquecer o que de menos bom
Trata-se assim de em cada asso- vador em termos de inclusão. Pelo
ciação se realizarem um ou vários interesse manifesto de idosos com
Dimensão internacional
do CFTL e da BASE-FUT aconteceu no Ano Velho.
No dia 1, depois do Almoço, ru-
mou-se até à Vila de Penela, para
quadriénio 2011-2014 e analisado o trabalho realizado conhecer o célebre PRESÉPIO
no mandato anterior. VIVO, mas….só de longe, pois
O Centro de Formação e Tempos Livres, bem como a muitos tiveram a mesma ideia.
BASE-FUT viram, nesta Assembleia-geral, o seu traba- Mas , valeu o passeio.
lho reconhecido com a Eleição do João Paulo Branco, Lá voltámos para o CFTL. Jantá-
para Vogal do Conselho de Administração. mos e no dia seguinte, depois do
Esta eleição é fruto da acção e do empenho destas duas Almoço, cada um partiu para as
Organização, bem como do papel activo que o Director suas casas, depois dum Fim de Se-
de Gestão e Finanças do CFTL e Coordenador Nacional mana de Convívio e Amizade.
da BASE, João Paulo Branco, tem realizado, no estrei-
tar de relações com o EZA e com os cerca de 70 Centros
O CFTL participou, como membro activo, na Assem- de Formação, que fazem parte da Rede Europeia.
bleia-geral do EZA – Centro Europeu para os Assun-
tos dos Trabalhadores, realizada a 18 de Dezembro, na Paulo Caetano.
Alemanha, onde foram eleitos os corpos sociais para o
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