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3. Ao ser um dom de Deus, “cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se
uma luz na escuridão do mundo.” (AL 66) Que luz irradiam as famílias atuais sobre
o matrimónio, a família, o projeto de vida?
Textos de Apoio
2. Nas situações difíceis em que vivem as pessoas mais necessitadas, a Igreja deve pôr um
cuidado especial em compreender, consolar e integrar, evitando impor-lhes um conjunto de
normas como se fossem uma rocha, tendo como resultado fazê-las sentir-se julgadas e
abandonadas precisamente por aquela Mãe que é chamada a levar-lhes a misericórdia de
Deus. Assim, em vez de oferecer a força sanadora da graça e da luz do Evangelho, alguns
querem «doutrinar» o Evangelho, transformá-lo em «pedras mortas para as jogar contra os
outros». Papa Francisco Exortação Apostólica A Alegria do Amor, 2016, nº 49
3. Dou graças a Deus porque muitas famílias, que estão bem longe de se considerarem
perfeitas, vivem no amor, realizam a sua vocação e continuam para diante embora caiam
muitas vezes ao longo do caminho. Partindo das reflexões sinodais, não se chega a um
estereótipo da família ideal, mas um interpelante mosaico formado por muitas realidades
diferentes, cheias de alegrias, dramas e sonhos. As realidades que nos preocupam, são
desafios. Não caiamos na armadilha de nos consumirmos em lamentações autodefensivas,
em vez de suscitar uma criatividade missionária. Em todas as situações, «a Igreja sente a
necessidade de dizer uma palavra de verdade e de esperança. (...) Os grandes valores do
matrimónio e da família cristã correspondem à busca que atravessa a existência humana».
Se constatamos muitas dificuldades, estas são – como disseram os bispos da Colômbia – um
apelo para «libertar em nós as energias da esperança, traduzindo-as em sonhos proféticos,
ações transformadoras e imaginação da caridade».
Papa Francisco Exortação Apostólica A Alegria do Amor, 2016, nº 57
4. Essa atitude — a de que nada é mais fácil do que amar — tem continuado a ser a ideia
predominante a respeito do amor, apesar da esmagadora prova em contrário. Dificilmente
haverá qualquer atividade, qualquer empreendimento que comece com tão tremendas
esperanças e expectativas e que, contudo, fracasse com tanta regularidade, quanto o amor.
O primeiro passo a dar é tornar-se consciente de que o amor é uma arte, assim como viver é
uma arte; se quisermos aprender como se ama, devemos proceder do mesmo modo por que
agiríamos se quiséssemos aprender qualquer outra arte, seja a música, a pintura, a carpintaria,
ou a arte da medicina ou da engenharia.
Quais são os passos necessários para aprender qualquer arte?
O processo de aprendizagem de uma arte pode ser adequadamente dividido em duas partes:
uma, o domínio da teoria: outra, o domínio da prática (…) Isto é verdade quanto à música, à
medicina, à carpintaria — e quanto ao amor. E talvez aí esteja a resposta à pesquisa sobre os
motivos pelos quais a gente de nossa cultura tão raramente tenta aprender essa arte, a
despeito de seus evidentes fracassos: apesar da profundamente enraizada avidez pelo amor,
quase tudo é considerado mais importante do que o amor: o sucesso, o prestígio, o dinheiro,
o poder. Quase toda a nossa energia é utilizada em aprender como alcançar esses alvos e
quase nenhuma é dedicada a aprender a arte de amar.
Erich Fromm, A arte de amar
5. Muitos dos nossos contemporâneos têm em grande apreço o verdadeiro amor entre
marido e mulher, manifestado de diversas maneiras, de acordo com os honestos costumes
dos povos e dos tempos. Esse amor, dado que é eminentemente humano - pois vai de
pessoa a pessoa com um afeto voluntário - compreende o bem de toda a pessoa e, por
conseguinte, pode conferir especial dignidade às manifestações do corpo e do espírito,
enobrecendo-as como elementos e sinais peculiares do amor conjugal. E o Senhor dignou-se
sanar, aperfeiçoar e elevar este amor com um dom especial de graça e caridade. Unindo o
humano e o divino, esse amor leva os esposos ao livre e recíproco dom de si mesmos, que se
manifesta com a ternura do afeto e, com as obras, e penetra toda a sua vida; e aperfeiçoa-se
e aumenta pela sua própria generosa atuação. Gaudium et Spes 49