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A vocação da família

Encontro 1 A família, uma história de amor


Vivemos uma mudança de época e, por conseguinte, é necessário e urgente escutar a
realidade das famílias e os desafios a que estas estão sujeitas. É o que se pretende com este
primeiro tema: olhar a realidade atual da família em toda a sua complexidade, nas suas luzes
e sombras, com uma saudável atitude de humildade, realismo e autocrítica. Porque muitas
vezes “agimos na defensiva e gastámos as energias pastorais multiplicando os ataques ao
mundo decadente, com pouca capacidade de propor e indicar caminhos de felicidade” (AL
38), queremos empreender um caminho que coloca o amor no centro da vida cristã e do
projeto matrimonial.
Objetivos
a) Olhar criticamente e com espírito cristão as situações concretas da vida
familiar com as suas luzes e sombras.
b) Questionar as razões para a falta de confiança no projeto matrimonial
sacramental.
c) Situar o amor como centro de toda a existência e centro da vida cristã.

1º Passo – Tempo de oração


Cada encontro deve começar por um tempo de silêncio, de serenidade, após o qual se
recita em conjunto esta oração. Evitar fazer da oração apenas mais um texto que se lê.
Maria, Mulher da escuta, abre os nossos ouvidos;
faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu Filho Jesus,
no meio das mil palavras deste mundo;
faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos,
cada pessoa que encontramos,
especialmente quem é pobre e necessitado, quem se encontra em dificuldade.
Maria, Mulher da decisão,
ilumina a nossa mente e o nosso coração,
para que saibamos obedecer à Palavra do teu Filho Jesus, sem hesitações;
concede-nos a coragem da decisão,
para não nos deixarmos arrastar
para que outros orientem a nossa vida.
Maria, Mulher da ação,
faz com que as nossas mãos e os nossos pés
se movam «apressadamente» rumo aos outros,
para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus,
para levar ao mundo, como tu, a luz do Evangelho. Amém!

(Papa Francisco, Praça São Pedro 31 de maio de 2013)


2º Passo – Olhar o chão que pisamos
O animador do grupo propõe que se dialogue sobre a realidade da família hoje, como
cada um interpreta o que se passa com as famílias de hoje. Não esquecer, como dizia um
pensador americano, se alguém procura problemas na família, só verá problemas; mas se
procura fortalezas, encontrará fortalezas.
Podem fazer-se algumas perguntas para ajudar a entrar no tema:
a) Na nossa vida familiar e conjugal há a experiência de situações complicadas,
dificuldades, problemas, a que se chama muitas vezes “crises”. Indicar as situações
mais frequentes.
b) Como enfrentamos essas “situações de crise”?
c) De que modo essas “crises” ajudam ao crescimento do amor familiar e conjugal?
Também pode ser muito útil, ler os textos de apoio 1, 2 e 3 e compará-los.

3º Passo – Olhar mais longe


Na sua carta “Cada família uma história de amor”, o senhor bispo António Moiteiro
afirma que “aprender a amar alguém não é algo que se improvisa, nem pode ser o objetivo
dum breve curso antes da celebração do matrimónio. É preciso ajudar os jovens a descobrir o
valor e a riqueza do matrimónio.
“O amor é fundamentalmente dar… É uma arte, assim como viver é uma arte” escreveu
Eriche Fromm (texto de apoio 4). A crise fundamental, vivida hoje mais do que nunca pelas
famílias, preocupa-se precisamente com o analfabetismo afetivo, que parte da relação
fundamental entre os esposos em todas as outras áreas, gerando a “cultura do provisório”.
“Refiro-me, por exemplo, à rapidez com que as pessoas passam duma relação afetiva
para outra. Creem que o amor, como acontece nas redes sociais, se possa conectar ou
desconectar ao gosto do consumidor e, inclusive, bloquear rapidamente. Penso também no
medo que desperta a perspetiva dum compromisso permanente, na obsessão pelo tempo
livre, nas relações que medem custos e benefícios e mantêm-se apenas se forem um meio
para remediar a solidão, ter proteção ou receber algum serviço. Transpõe-se para as relações
afetivas o que acontece com os objetos e o meio ambiente: tudo é descartável, cada um usa
e joga fora, gasta e rompe, aproveita e espreme enquanto serve; depois… adeus” (AL 39).
Tudo isso desencoraja claramente a geração mais jovem em formar uma família,
assustada pelo fracasso daqueles que fizeram essa escolha antes deles. Com tudo isto,
importa refletir e partilhar:
a) Em que sentido o amor é a realidade fundamental da vida humana? Tem
sentido a vida sem amor?
b) Porque é difícil que a beleza da cultura do “amor para sempre” resulte atrativa
face à cultura do provisório?
c) Em que medida os jovens e os adultos assumem o amor como uma arte que se
aprende?
4º Passo – Para concluir
O encontro pode terminar com um exercício de síntese do tema, tendo o nº 57 da
Amoris Laetitia como guia:
a) Que motivos encontramos para dar graças a Deus?
b) A que devemos prestar muita atenção?
c) Que esperanças nos animam e nos fazem caminhar?

5º Passo – Respostas a enviar


1. O Papa Francisco convida-nos a olhar a realidade da família em toda a sua
complexidade, nas suas luzes e sombras. Que diagnóstico fazemos das famílias de
hoje? O que sobressai como sombras e como luz?
2. Como deveria interagir uma comunidade eclesial/paroquial com as várias crises
familiares? O que é chamada a oferecer em nome de Jesus?

3. Ao ser um dom de Deus, “cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se
uma luz na escuridão do mundo.” (AL 66) Que luz irradiam as famílias atuais sobre
o matrimónio, a família, o projeto de vida?

6º Passo – Oração de conclusão


O animador convida os presentes a fazerem uma partilha sobre o que mais os tocou
no encontro. Não é preciso que todos partilhem, são suficientes dois ou três sublinhados. No
fim reza-se o Pai Nosso.

Textos de Apoio

1. Fortemente marcada por essa dinâmica de egoísmo e de egocentrismo, a cultura do nosso


tempo apresenta sinais de degradação preocupante quanto a alguns valores fundamentais. É
uma cultura do provisório, que dá prioridade ao que é efémero sobre as realidades perenes
com a marca da eternidade: propõe que se viva ao sabor do imediato e do momento, e
subalterniza as opções definitivas, os valores duradouros. É uma cultura do prazer, que
orienta para a satisfação imediata e egoísta dos próprios anseios e desejos: ao apresentar o
amor e a sexualidade como objeto de consumo imediato e descomprometido, banaliza e
empobrece a conceção da dimensão sexual humana e esconde ao homem o horizonte da
verdadeira felicidade. É uma cultura do consumo e do bem-estar material: ao criar ilusões e
necessidades inúteis, ao seduzir os homens com o brilho dos bens perecíveis, ao potenciar o
reinado do «ter» sobre o «ser», escraviza o homem e relativiza a busca da identidade
espiritual. É uma cultura da facilidade, que ensina a evitar tudo o que exige esforço,
sofrimento e luta: produz pessoas incapazes de lutar por objetivos exigentes e por realizar
projetos que exijam esforço, fidelidade, compromisso e sacrifício. É uma cultura do
indivíduo: ao sublinhar fortemente os direitos e deveres do indivíduo, anula a dimensão de
comunhão e fere de morte a família como comunidade de vida e de amor. É uma cultura
irresponsável, que relativiza os princípios éticos: prepara leis destinadas a regular as
“crises”, sem se preocupar em atacar os comportamentos inadequados e em educar para
um projeto de valores verdadeiros. É uma cultura de morte: desvaloriza de forma dramática
a vida humana e aceita, com leviandade, que lógicas utilitaristas e materialistas se
sobreponham aos direitos das crianças não nascidas, dos débeis, dos doentes e das pessoas
idosas. É uma cultura mediatizada: todos estes traços culturais impõem-se, continuamente,
às famílias, através da avalanche dos meios de comunicação, alterando fortemente os ritmos
familiares e não deixando espaço para um discernimento sadio da realidade familiar.
CEP, Carta Pastoral A Família, esperança da Igreja e do mundo, 2004, nº 12

2. Nas situações difíceis em que vivem as pessoas mais necessitadas, a Igreja deve pôr um
cuidado especial em compreender, consolar e integrar, evitando impor-lhes um conjunto de
normas como se fossem uma rocha, tendo como resultado fazê-las sentir-se julgadas e
abandonadas precisamente por aquela Mãe que é chamada a levar-lhes a misericórdia de
Deus. Assim, em vez de oferecer a força sanadora da graça e da luz do Evangelho, alguns
querem «doutrinar» o Evangelho, transformá-lo em «pedras mortas para as jogar contra os
outros». Papa Francisco Exortação Apostólica A Alegria do Amor, 2016, nº 49

3. Dou graças a Deus porque muitas famílias, que estão bem longe de se considerarem
perfeitas, vivem no amor, realizam a sua vocação e continuam para diante embora caiam
muitas vezes ao longo do caminho. Partindo das reflexões sinodais, não se chega a um
estereótipo da família ideal, mas um interpelante mosaico formado por muitas realidades
diferentes, cheias de alegrias, dramas e sonhos. As realidades que nos preocupam, são
desafios. Não caiamos na armadilha de nos consumirmos em lamentações autodefensivas,
em vez de suscitar uma criatividade missionária. Em todas as situações, «a Igreja sente a
necessidade de dizer uma palavra de verdade e de esperança. (...) Os grandes valores do
matrimónio e da família cristã correspondem à busca que atravessa a existência humana».
Se constatamos muitas dificuldades, estas são – como disseram os bispos da Colômbia – um
apelo para «libertar em nós as energias da esperança, traduzindo-as em sonhos proféticos,
ações transformadoras e imaginação da caridade».
Papa Francisco Exortação Apostólica A Alegria do Amor, 2016, nº 57

4. Essa atitude — a de que nada é mais fácil do que amar — tem continuado a ser a ideia
predominante a respeito do amor, apesar da esmagadora prova em contrário. Dificilmente
haverá qualquer atividade, qualquer empreendimento que comece com tão tremendas
esperanças e expectativas e que, contudo, fracasse com tanta regularidade, quanto o amor.
O primeiro passo a dar é tornar-se consciente de que o amor é uma arte, assim como viver é
uma arte; se quisermos aprender como se ama, devemos proceder do mesmo modo por que
agiríamos se quiséssemos aprender qualquer outra arte, seja a música, a pintura, a carpintaria,
ou a arte da medicina ou da engenharia.
Quais são os passos necessários para aprender qualquer arte?
O processo de aprendizagem de uma arte pode ser adequadamente dividido em duas partes:
uma, o domínio da teoria: outra, o domínio da prática (…) Isto é verdade quanto à música, à
medicina, à carpintaria — e quanto ao amor. E talvez aí esteja a resposta à pesquisa sobre os
motivos pelos quais a gente de nossa cultura tão raramente tenta aprender essa arte, a
despeito de seus evidentes fracassos: apesar da profundamente enraizada avidez pelo amor,
quase tudo é considerado mais importante do que o amor: o sucesso, o prestígio, o dinheiro,
o poder. Quase toda a nossa energia é utilizada em aprender como alcançar esses alvos e
quase nenhuma é dedicada a aprender a arte de amar.
Erich Fromm, A arte de amar

5. Muitos dos nossos contemporâneos têm em grande apreço o verdadeiro amor entre
marido e mulher, manifestado de diversas maneiras, de acordo com os honestos costumes
dos povos e dos tempos. Esse amor, dado que é eminentemente humano - pois vai de
pessoa a pessoa com um afeto voluntário - compreende o bem de toda a pessoa e, por
conseguinte, pode conferir especial dignidade às manifestações do corpo e do espírito,
enobrecendo-as como elementos e sinais peculiares do amor conjugal. E o Senhor dignou-se
sanar, aperfeiçoar e elevar este amor com um dom especial de graça e caridade. Unindo o
humano e o divino, esse amor leva os esposos ao livre e recíproco dom de si mesmos, que se
manifesta com a ternura do afeto e, com as obras, e penetra toda a sua vida; e aperfeiçoa-se
e aumenta pela sua própria generosa atuação. Gaudium et Spes 49

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