UFRRJ1
BARRETO, Ivana2
BASTOS, Jaqueline Suarez3
SILVA, Luis Henrick Teixeira4
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/Seropédica-RJ
Resumo
Considerações Preliminares
1
Trabalho apresentado no GT de História da Mídia Impressa, integrante do IV Encontro Regional Sudeste
de História da Mídia – Alcar Sudeste, 2016.
2
Professora do Curso de Jornalismo da UFRRJ, email: ivanabarreto75@gmail.com.
3
Estudante do 6º semestre do curso de Jornalismo da UFRRJ, email: suarez.jaque@gmail.com.
4
Estudante do 6º semestre do curso de Jornalismo da UFRRJ, email: luishenrickts@gmail.com
âmbito de uma sociedade que se configura participativa. Da mesma forma, as
transformações trazidas pelas NTICs, além de terem acentuado sobremaneira a queda de
circulação dos jornais impressos - processo que vem ocorrendo em diferentes graus
desde meados do século 20 em várias partes do mundo – apontam a urgência de uma
reinvenção da mídia impressa. Em outros termos, se quiserem sobreviver com qualidade
nesse não tão novo cenário midiático, jornais e revistas devem caminhar no sentido da
descoberta de um modelo de negócio que inclua qualidade, credibilidade, sem esquecer
de receita compatível com os custos de produção de informação e apuração de notícias.
Contudo, cumpre aqui ressaltar que o citado modelo deve entender qualidade
como uma mudança de perspectiva em relação ao que vem sendo produzido em termos
de conteúdo noticioso pela mídia tradicional, uma vez que não existe mais espaço para
textos padronizados, sem aprofundamento e um olhar minimamente humanizado para as
questões da nossa sociedade. Se o jornalismo produzido nas mídias digitais tem como
princípio a agilidade na apuração e veiculação das informações, o jornalismo impresso
precisa perceber que a única maneira de competir com o “tempo real” da mídia digital é
oferecer um novo tipo de qualidade, que se distancia, por exemplo, de reformas
gráficas, já que todas as necessárias foram feitas e com competência. Uma qualidade
que vai da escolha da pauta à angulação que será dada na produção das matérias.
Todavia, não é apenas o mercado dos meios de comunicação que deve se
readequar. Os responsáveis pelo ensino do jornalismo, por sua vez, que vem sentindo os
efeitos do novo cenário descrito anteriormente, interativo e com participação dos
cidadãos, devem estar atentos e reconhecerem a urgência dos cursos repensarem a
forma como devem ser habilitados os discentes. Repensar a habilitação dos alunos dos
cursos de jornalismo significa incluir nas ementas de várias disciplinas – e aqui neste
texto nos restringiremos, devido à brevidade do tempo, às disciplinas práticas – tópicos
voltados para um novo estudo do tratamento da notícia, singularizado, que destaca a
necessidade, consequentemente, das coberturas locais, direcionadas para a comunidade
que os jornais (ou revistas) atingem. Aqui concordamos com Jawsnicker (2008), quando
afirma:
O redimensionamento do papel do impresso vai além de investimento em
análise e interpretação. Os jornais deveriam, ainda, refletir sobre a
importância em diferenciar e singularizar a produção e tratamento da notícia,
por meio de uma cobertura mais local, focada na comunidade ao qual o jornal
atende. (Jawnicker, 2008, <http://www.ucb.br/comsocial/comunicologia/0010
1001_data/0futurodosjornaid.htm.> Acesso em 01 jul. 2016)
Foi justamente a partir do pressuposto de que o leitor merece e deseja textos que
contenham mais do que simples declarações, indo, portanto, além do jornalismo oficial
e declaratório, que várias disciplinas práticas, elencadas no Projeto Pedagógico do
Curso de Jornalismo da UFRRJ, passaram a incluir em suas ementas
subsídios/conteúdos que possibilitem aos jornalistas, na nova realidade que se
configura, atender e atingir - da melhor maneira possível – as demandas e desejos dos
leitores.
Assim, o presente estudo ressaltará o trabalho desenvolvido com os alunos do
quarto período do curso na disciplina Planejamento Editorial. Com o objetivo final de
elaboração de uma revista (temática ou de variedades), os estudantes – sob a orientação
da docente responsável, autora deste texto – desenvolveram um projeto que incluiu
desde o planejamento editorial até a edição final, editoração e impressão do citado
veículo. O processo de produção promoveu, ainda, o encontro com as disciplinas
Fotojornalismo e Editoração Eletrônica.
Divididos em grupos de quatro a seis componentes, os discentes – mesmo com
as dificuldades de infraestrutura que o curso, criado há seis anos, enfrenta - atingiram de
forma criativa o objetivo definido pela docente no início do período letivo: produção de
veículos voltados às reais demandas de seus públicos leitores. O resultado final foi a
produção de seis revistas com propostas criativas em relação ao que vem sendo
realizado pela mídia tradicional. Saúde mental, Mulher, Cultura, Música e
entretenimento foram alguns dos temas dos produtos apresentados pelos alunos. Uma
delas, a revista Contraponto, conquistou os prêmios de melhor revista e melhor
reportagem – intitulada “Para sempre mães de anjos” – na XXIII Prêmio Expocom
Sudeste 2016 - Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação.
É justamente sobre a revista Contraponto e “Para sempre mães de anjos” que o
presente texto volta suas atenções.
Contraponto
Variedade cultural
A revista Contraponto foi produzida por duas alunas do Rio de Janeiro, uma da
Bahia e outro aluno, de São Paulo. A variedade cultural foi determinante para a escolha
do seu tema e da sua linha editorial.
Cumpre ressaltar que havia uma diferença de percepção com relação à Cidade
entre as alunas cariocas e os integrantes de fora do Estado. Morando há quase dois anos
no Rio, eles já percebiam contradições entre a realidade mediada que conheciam e a que
vivenciavam diretamente. Foi a partir daí surgindo no grupo o desejo de produzir um
veículo mais próximo da realidade carioca, diversificado e pautado nos conflitos sociais.
Além disso, o aniversário da Cidade, que em 2015 comemorou 450 anos,
inspirou coberturas que exaltavam suas belezas, a partir dos pontos mais nobres da Zona
Sul. Do outro lado, em vista dos megaeventos, os problemas públicos se multiplicavam
na imprensa. Reportagens polarizadas que reduziam a cidade ao paraíso ou a um
problema. Nesse contexto, a construção de um veículo que tivesse o Rio de Janeiro e
sua diversidade como tema era imprescindível.
Métodos e Técnicas
Considerações finais
BUCCI, Eugênio. Sobre ética e Imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
VAZ, Ana Lucia. Jornalismo na Correnteza. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2013.