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aí a sua realidade cultural e social vivenciada retirada de estilos musicais que lhes são
cotidianos e concretos. É assim que se vai delineando uma estrutura cognitiva da qual se
partirá para uma série de relações possíveis propostas e próprias do repertório dos
alunos, como também novas relações a serem apresentadas pelo professor. Nesse espaço
de relações é que se desenvolverá o trabalho com o novo material, momento em que se
dará a assimilação de conceitos novos, estes como se observa no mapa, ligados aos
conhecimentos prévios dispostos. Os conceitos novos (na ordem de cima para baixo
apresentada pelo mapa) aos quais nos referimos são o gênero lírico e o amor
platônico.
Assim engendrada, a estrutura cognitiva recebe novo fôlego, considerando
sempre o plano relacional, isto é, entre o que faz parte já do conhecimento prévio do
aluno e o material a ser aprendido, configurando-se aí a moldura ideacional que
representa, segundo a teoria de Ausubel, o detalhamento do conteúdo já sabido pelo
indivíduo (aluno) de modo que este o supere. Como pode ser observado no mapa, tanto
o gênero lírico, quanto o amor platônico podem então ser desenvolvidos em suas
ramificações próprias, através do trabalho com materiais diversos. Ao gênero lírico
propomos o mito de Orfeu, deus grego que rouba o gado do deus Apolo para então fazer
o primeiro instrumento musical conhecido como lira, mito esse que nos serve para
exemplificar o gênero lírico tanto em seu aspecto musical quanto no aspecto do “eu
poético”, reforçados pela canção “Choro Bandido”, de Chico Buarque, que ilustra
claramente esses aspectos. Na sequência do processo, temos a questão do amor
platônico que se desenvolverá pelo viés da idealização feminina e seus vários exemplos
possíveis, estes podendo ser tanto presentes já da estrutura cognitiva do aluno como
também de novos exemplos a serem apresentados. Através desse trabalho que envolve
conhecimentos prévios, novos materiais e esquemas de relações possíveis, chegamos às
cantigas de amor trovadorescas, conceito novo, mas ao qual chegamos já com todo
um arsenal e uma estrutura cognitiva devidamente elaborada e aberta para a inserção
desse novo conteúdo.
Vale, por fim, apontar no mapa também para a maleabilidade desse processo,
maleabilidade essa representada pelas setas à direita do mapa conceitual, que ligam
tanto de cima para baixo como de baixo para cima a questão do sofrimento amoroso
com as cantigas de amor trovadorescas, ou seja, as setas apontando para baixo
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sugerindo a direção da diferenciação progressiva enquanto que as setas apontando para
cima a reconciliação integrativa.