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Oficina de Filosofia
« Palas Tijuca – aula de 10 de setembro
A prova de Filosofia da UFRJ »
O conceito de filosofia pode ser explicado por seu objeto e por seu método. O objeto da filosofia é conceitual; a filosofia trabalha com
conceitos que utilizamos no nosso dia-a-dia, que utilizamos nas ciências, nas artes, mas a respeito dos quais nunca pensamos. O método da
filosofia é argumentativo e crítico: a filosofia é um tipo de conhecimento construído por meio do debate, do diálogo, da argumentação e que
deve estar sempre aberto à reformulação.
A filosofia surgiu na Grécia do século VI a.C. com homens que buscavam conhecer as coisas por meio da investigação empírica e racional,
não aceitando a sabedoria da tradição como ponto de partida para o conhecimento.
A filosofia nasce como uma reação contra as narrativas mitológicas que procuravam explicar todas as coisas por meio da existência e das
ações dos deuses. A filosofia eventualmente utiliza-se de mitos como recurso retórico, mas busca superar a mitologia por meio da construção
do conhecimento pelo trabalho argumentativo crítico.
O discurso narrativo tem como objetivo narrar um acontecimento factual ou mitológico. O discurso poético tem como objetivo apresentar
uma visão de mundo por meio de imagens, utilizando estruturas poéticas. O discurso predicativo tem o objetivo de afirmar algo sobre alguma
coisa, pôr um predicado num sujeito. O discurso mitológico é geralmente narrativo, ainda que tenha estrutura poética; os poemas são
exemplos de discurso poético; e a filosofia é geralmente escrita como discurso predicativo.
No século V a.C., o filósofo Sócrates defendia que o objetivo da filosofia era conhecer a verdade por meio da argumentação crítica. Sócrates
defendia que existia uma verdade, e que para conhecê-la era necessário descobrir a própria ignorância (o que significa que a primeira tarefa da
filosofia deveria ser a promoção do auto-conhecimento). Sócrates também considerava que um filósofo não deveria ser pago, pois a verdade
não era artigo comerciável. Contudo, os sofistas, que eram contemporâneos de Sócrates, tinham outra visão a respeito da verdade. Eles
achavam que a verdade era função da argumentação: quem tinha a maior força argumentativa era o proprietário da verdade. Os sofistas eram
advogados profissionais e professores de retórica, cobrando pelos seus trabalhos. Sócrates considerava que os sofistas eram charlatões, pois
ensinavam os alunos a vencer os debates e não a buscar pela verdade.
A dialética é o método filosófico: a dialética é o trabalho de chegar ao conhecimento por meio da argumentação crítica e da análise dos
argumentos. A retórica é uma arte: é a arte de vencer um debate e convencer por meio da utilização de argumentos, não importando se os
argumentos são bons ou maus.
7. O que é um argumento?
Um argumento é um conjunto de proposições que justificam ou sustentam uma tese. Essas proposições aparecem como premissas e
conclusão. Todo argumento tem uma ou mais premissas e apenas uma conclusão.
A verdade é uma propriedade das proposições. Uma proposição pode ser verdadeira ou falsa. A validade é uma propriedade dos argumentos
dedutivos. Um argumento dedutivo pode ser válido ou inválido. Mas um argumento nunca pode ser verdadeiro ou falso, nem uma proposição
pode ser válida ou inválida.
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As premissas de um argumento são as proposições que justificam, que sustentam, que explicam, que levam até a conclusão. A conclusão é a
proposição que é justificada, que é sustentada, que é explicada pelas outras proposições. A conclusão é a tese defendida pelo argumento.
Um raciocínio dedutivo é um argumento que parte de uma proposição que tem a forma de uma lei geral para chegar a uma conclusão
particular retirada dessa lei geral. A dedução estabelece uma relação entre conceitos. A dedução é uma relação puramente lógica; um
argumento dedutivo pode ter todas as suas proposições falsas e ainda assim ser um argumento dedutivo válido. Um argumento dedutivo pode
ser válido, quando sua forma lógica é correta, ou inválido, quando sua forma lógica não é correta.
Um argumento indutivo é um argumento que parte de elementos particulares que têm origem na experiência para chegar a uma conclusão
geral e conceitual. A indução estabelece uma relação entre a experiência e um conceito. A indução não é uma relação puramente lógica: ela
mistura a lógica com a experiência. Por isso, um argumento indutivo não pode ser considerado válido ou inválido; ele pode ser considerado
apenas mais provável ou menos provável.
O racionalismo é uma filosofia que enfatiza o papel da razão na aquisição e na justificação do conhecimento, em detrimento da experiência
sensorial e empírica. Para os racionalistas, a razão é a fonte dos conhecimentos mais perfeitos e verdadeiros, enquanto a experiência sensível
tem acesso apenas a conhecimentos imperfeitos. Para os racionalistas, o ser humano já nasce com alguns conteúdos da razão – como, por
exemplo, a idéia de Deus.
O empirismo é uma filosofia que enfatiza o papel da experiência na aquisição e na justificação do conhecimento, minimizando o papel da
razão humana. Para os empiristas, a própria razão humana é adquirida por meio da experiência. É empirista a idéia de que o ser humano,
quando nasce, é uma espécie de tabula rasa, uma folha em branco.
O ceticismo é uma filosofia que afirma que existem limitações ao conhecimento possível. Um cético filosófico não diz que a verdade não
existe ou é impossível, mas que não podemos conhecer ou fazer afirmações sobre a verdade. O ceticismo é uma filosofia contrária ao
dogmatismo, que afirma que a verdade é conhecida e que não há possibilidade de discussão sobre ela. O ceticismo não deve ser confundido
com o relativismo, que afirma que a verdade é relativa, nem com o niilismo, que afirma que não há verdade.
A arte e a ciência têm algo em comum: ambas pretendem ser um meio de o ser humano compreender e agir, ordenando e tornando inteligível
o mundo. Contudo, a ciência é feita a partir do método empírico e busca, por meio da razão e da experiência controlada, encontrar a verdade
sobre a natureza. Já a arte não tem um método específico, mas vários métodos diferentes, e não visa necessariamente encontrar qualquer
verdade.
A questão da universalidade do belo é o problema de saber se a beleza é um conceito universal e se algo considerado belo em determinada
cultura e época será também considerado belo em outra cultura e época. O problema questiona se a beleza é uma característica objetiva da
obra de arte (ou seja, se a beleza existe independentemente da perspectiva histórica e cultural do observador) ou se a beleza é subjetiva (ou
seja, se a beleza está nos olhos de quem vê a obra de arte).
A teoria da arte como imitação afirma que uma obra só é arte se imita algo, e será tanto melhor obra de arte quanto mais perfeita for a
imitação.
A teoria da arte como expressão afirma que uma obra só é arte se exprime um sentimento do artista, e será tanto melhor obra de arte quanto
melhor e mais profundamente exprimir esse sentimento.
A teoria formalista da arte afirma que a obra de arte tem uma forma significante que provoca nos observadores emoções estéticas. Contudo, a
beleza não está “nos olhos de quem vê”, mas na forma da obra de arte.
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O determinismo é a idéia de que quando se conhece todas as condições iniciais de um sistema, pode-se prever o desenvolvimento futuro
desse mesmo sistema.
19. Por que a idéia de determinismo impõe um problema para a compreensão da liberdade humana?
Porque se o determinismo for verdadeiro, então poderia ser previsto o comportamento das pessoas diante de determinadas condições.
Contudo, se é possível prever o comportamento de uma pessoa, então essa pessoa não é livre, pois seu comportamento já estava
determinado.
A moral é a consideração do que é bem ou mal. A ética é o estudo das teorias que vão explicar a moral. A moral é a prática, a ética é a teoria.
O relativismo moral é a teoria que afirma que as afirmações morais (isso é bom, aquilo é mau) são relativas à cultura. Para o relativista moral,
não existe algo objetivamente bom ou mau; o relativista moral afirma que algo considerado mau em determinada cultura pode ser considerado
bom em outra cultura. O relativista moral tende a considerar que “bom” é aquilo que é socialmente aprovado e “mau” é aquilo que é
socialmente desaprovado em determinada cultura.
O absolutismo moral é a teoria que afirma que existem valores morais objetivos. Para o absolutista moral, uma ação é boa ou má,
independentemente da cultura à qual o agente pertença. O absolutista moral parte de princípios éticos definidos e deles deduz suas
proposições morais.
21.c) O utilitarismo
O utilitarismo é a teoria que afirma que deve-se buscar maximizar os benefícios e minimizar os malefícios para a maior quantidade de
pessoas. O utilitarista faz uma espécie de cálculo ético para chegar à conclusão de que uma ação é boa (a que maximiza os benefícios e
minimiza os malefícios) e outra é má (a que não maximiza os benefícios e/ou não minimiza os malefícios).
Estado é uma organização social, política e jurídica de um povo que tem estrutura administrativa e governo próprio, com soberania sobre um
determinado território. O Estado é produto das vontades individuais do povo e é onde essas vontades individuais podem ser realizadas.
Sociedade é uma associação de indivíduos que repousa sobre um contrato social e cujos laços de reciprocidade instituem uma ordem
econômica ou política. O poder é a capacidade de se mobilizar forças econômicas, sociais ou políticas para obter um certo resultado. Alguns
filósofos (como Foucault) afirmam que todas as relações entre o Estado e os indivíduos e todas as relações sociais são relações de poder: o
poder fundamental não é exercido por indivíduos, mas encontra-se disperso, como um aspecto impessoal da sociedade, e manifesta-se em
particular sob a forma de vigilância, regulação ou disciplina, que adaptam os seres humanos à estrutura social envolvente. O poder da
sociedade não se encontra limitado à sua capacidade de impedir as pessoas de fazerem coisas; inclui o controle da autodefinição e da forma
de vida preferida dos seus membros.
23.a) A social-democrata
A concepção social-democrata de cidadania visa garantir direitos civis, políticos e sociais a todos por meio do estado-providência.
23.b) A conservadora
A concepção conservadora de cidadania visa garantir o máximo de liberdade individual e autonomia para os cidadãos, diminuindo a
capacidade do Estado interferir na vida privada de cada um.
A concepção dos defensores da teoria da sociedade civil centra sua atenção no modo como aprendemos a ser cidadãos responsáveis. Para
eles, aprendemos a ser cidadãos participando de organizações civis.
A concepção liberal da cidadania enfatiza a necessidade de os cidadãos serem capazes de argumentar publicamente. Os cidadãos precisam dar
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razões para suas exigências políticas, e não apenas exprimir preferências ou fazer ameaças.
A concepção dos republicanos cívicos defende que os cidadãos responsáveis devem ter na participação política sua ênfase, e a vida política
deve ser colocada à frente das outras atividades.
Publicado em 07/11/2007 de 12:35 am e arquivado sobre Filosofia no Vestibular . Você pode acompanhar qualquer resposta por
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1.
Patrícia Barros Diz:
07/11/2007 às 11:46 am
2.
Carla Diz:
11/06/2008 às 1:43 pm
3.
barbara Diz:
03/11/2008 às 9:25 am
muuuuuuuuuuuito bom!
4.
Diego Diz:
03/11/2008 às 2:58 pm
5.
Paulo Diz:
28/11/2009 às 12:58 am
6.
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