Vous êtes sur la page 1sur 6

PENSAMENTO NACIONAL

Lições do
pioneirismo
no Brasil
Existe empreendedorismo à moda brasileira?
Segundo o professor Jacques Marcovitch, ex-reitor da
Universidade de São Paulo, sim. Fruto principalmente
da diversidade cultural, seus ingredientes incluem
aguçada sensibilidade para o convívio humano, grande
capacidade de liderança, capacidade de prever
necessidades dos consumidores e de identificar os
melhores talentos. E são personificados neste artigo
por nove grandes empresários do País, que fundaram
sete grupos empresariais de primeira grandeza

O
pioneirismo empresarial brasileiro tem uma história rica em lições e conheci-
mentos. Geralmente conceitos da gestão contemporânea têm sido apresentados
como originários de práticas bem-sucedidas em economias mais desenvolvidas.
Modelos gerenciais são divulgados como novidades resultantes de políticas gerenciais
revolucionárias. Tal abordagem não se sustenta quando estudamos a experiência dos
pioneiros de nossa história empresarial. Esses personagens souberam transformar as ad-
versidades enfrentadas em fonte de aprendizagem para, criativamente, encarar os desafios
empresariais que se apresentaram em sua jornada.
Tendo vivenciado os impactos da diversidade cultural em decorrência de sua vinda de
outras plagas para o Brasil ou do interior para a região urbana do País, eles desenvolve-
ram aguçada sensibilidade para o convívio humano e grande capacidade de liderança.
Souberam prever necessidades dos consumidores e identificar, com discernimento, os
melhores talentos na escolha de seus colaboradores.
Neste artigo focalizamos nove entre 24 pioneiros estudados de norte a sul do Brasil.
Cada um deles deixou como legado um domínio marcante sobre temas de fronteira da

HSM Management 57 julho-agosto 2006 


administração de empresas. Pontuemos, de forma direta, essas heranças do conhecimento
gerencial que revolucionaram o perfil de competitividade empresarial e setorial do País
e suas relações com a economia mundial:
Inovação tecnológica – Leon Feffer.
Internacionalização de empresas – Johannes Gerdau.
Competitividade – Valentim dos Santos Diniz.
Atração de investimentos para a sustentabilidade – Wolff Klabin e Horácio Lafer.
Competitividade da cadeia setorial – Attilio Fontana.
Gestão de risco – Antônio Pereira Ignácio e José Ermírio de Moraes.
Ética empresarial e valores humanos – Júlio Mesquita.
A história empresarial que estamos contando em dois livros já publicados e outro em
fase de elaboração tem como figuras centrais indivíduos que triunfaram independente-
mente de sua condição ou lugar de nascimento. Eles conquistaram uma segunda vida na
memória social e seguem como presenças acentuadas nos setores que escolheram para
seus empreendimentos.

Leon Feffer
O imigrante Leon Feffer, com apenas 23 anos de idade, registrou, na Junta Comercial
de São Paulo, sua primeira firma batizada com o próprio nome. Comprava papel no grande
atacado e revendia para bazares e papelarias. Já então pressentia o rumo de sua longa vida
no Brasil, cujo marco na contemporaneidade é a pujança do Grupo Suzano.
Mais do que o otimismo puro e simples, o êxito dos empreendedores depende de sua
capacidade de sentir tendências do mercado. Papel se faz de celulose, e celulose foi durante
décadas um produto importado e de rara disponibilidade. Diante disso, Leon Feffer tomou
a decisão que o inscreveria na lista dos grandes inovadores da indústria brasileira: investir
em pesquisas sobre a produção de celulose com eucalipto. Ele reconhecia a importância
da parte técnica, mas não se interessava por seus meandros, preferindo deixá-la a cargo de
Gunnar Krogh, que acabara vindo trabalhar em sua empresa, e, sobretudo, de seu filho, Max
Feffer, cujo desempenho mostrou-se absolutamente crucial no caso das pesquisas com o
eucalipto.
Leon Feffer trabalhou praticamente até o dia de sua morte, aos 96 anos. Max morreu
repentinamente em abril de 2001, apenas dois anos depois do pai. Entrou em cena a
terceira geração, formada por David, Daniel, Jorge e Ruben. Eles garantem a força do
Grupo Suzano e honram o exemplo do pioneiro Leon.

Johannes Gerdau
Outro grande conglomerado que nasceu da vontade férrea de dois pioneiros imigran-
tes é o Grupo Gerdau. Quem acessa seu site e abre uma das janelas na primeira página
certamente fica admirado com a quantidade de links para empresas a ele pertencentes. É
uma lista com mais de 15 endereços, referentes a companhias com sede no Brasil, Canadá,
Estados Unidos, Chile, Uruguai e uma participação societária na Argentina. O internauta
sem dúvida se surpreende ainda mais quando sabe que as quase 70 unidades do Grupo
Gerdau, entre usinas siderúrgicas, unidades de transformação, corte e dobra de aço e es-
critórios, tiveram origem em uma única fábrica de pregos no Rio Grande do Sul, há 103
anos, graças ao pioneiro Johannes Heinrich Kaspar Gerdau. Quase cinco décadas depois,
entrou para a família o empreendedor Curt Johannpeter. Ele impulsionou mais ainda os
negócios do grupo, que hoje é uma das raras multinacionais brasileiras.
A Gerdau tornou-se uma verdadeira multinacional verde-amarela. Metade de seu
faturamento e 35% de seus lucros foram obtidos em 2004 em suas unidades de produ-
ção nos Estados Unidos, Canadá, Chile, Uruguai e Argentina, nas quais trabalham 8 mil
funcionários. Sua última investida nos Estados Unidos, em novembro daquele mesmo
ano, resultou na compra de quatro usinas da North Star Steel. Com essa operação, no
valor de US$ 266 milhões, passou a produzir um total de 16 milhões de toneladas de
aço por ano. Assumiu, assim, a posição de maior fabricante do continente americano
de aços longos.

HSM Management 57 julho-agosto 2006 


Wolff Klabin e Valentim dos Santos Diniz
O fundador da rede de supermercados Pão de Açúcar, Valentim dos Santos Diniz, é
Horácio Lafer, um nome emblemático na história do comércio. Tornou-se o pioneiro mais bem-sucedido
de um ramo de negócios que afeta profundamente a sociedade brasileira. A primeira loja
descendentes de sua rede, inaugurada em 1959, se transformaria nas décadas seguintes em centenas de
outras, com um faturamento anual, no amanhecer do século 21, superior a US$ 3 bilhões.
de um clã de Responsável por alterações radicais nos sistemas de embalagem, refrigeração, técnicas de
imigrantes venda, publicidade e administração, imprimiu sua marca no varejo brasileiro e, por meio
dele, na estrutura econômica de toda a nação.
lituanos, se Quando chegou ao Brasil, esse imigrante português trazia dinheiro para pouco mais de
um mês e o endereço de um tio-avô por parte de mãe, que morava em São Paulo, no bairro
completavam da Mooca. Em pouco tempo, arranjou o primeiro e único emprego de sua vida: caixeiro
e entregador de um empório. Sua rotina começava de manhãzinha, quando percorria
com perfeição as ruas do Jardim Paulista visitando a freguesia para tirar os pedidos do dia. Voltava mais
tarde, de bicicleta, transportando as mercadorias no tradicional cesto de vime. Termina-
da a ronda diária, retornava ao empório e passava boa parte da noite lavando garrafas,
engarrafando e rotulando vinhos.
Depois de estabelecer-se como proprietário de uma doceria, seu faro de comerciante
voltou-se para o rumo que determinaria sua entrada na história do empreendedorismo.
Ao se interessar pelos supermercados, no final da década de 1950, Valentim começou
lentamente a se afastar dessa estrada batida para trilhar os caminhos desconhecidos da
inovação. Supermercados ainda eram novidade para o grande público brasileiro.
Com a ajuda do primogênito, Abílio, recém-formado em administração, Valentim
equacionou uma forma de superar as dificuldades. Com o desaparecimento do balcão e
do balconista, a tarefa de vender passara do homem para a própria mercadoria. Transfor-
madas em vendedoras de si mesmas, as mercadorias competem umas com as outras para
chamar a atenção. Esse é o cenário atual do Pão de Açúcar e de sua imensa rede varejista,
frutos do sonho do pioneiro Valentim.

Wolff Klabin e Horácio Lafer


Wolff Klabin e Horácio Lafer, descendentes de um clã de imigrantes lituanos, foram
sócios de temperamento e de virtudes empresariais distintos, mas que se completavam
com perfeição. Primos (a mãe de Wolff era tia de Miguel Lafer, pai de Horácio), foram
criados na mesma casa. Separaram-se na adolescência, Wolff interessado na vida prática e
Horácio nos estudos. Reencontraram-se logo depois, construindo a partir desse momento
uma trajetória de múltiplas facetas, inclusive na vida pública –Horácio chegou a ocupar
o Ministério da Fazenda e o das Relações Exteriores. Como empresários, foram respon-
sáveis diretos pela criação, nos anos 40, de uma grande referência na industrialização de
celulose no País.
Wolff Klabin faleceu no dia 15 de março de 1957 em seu escritório da Avenida Rio
Branco, nº 81, 14° andar. Quando Horácio Lafer morreu, em 1965, em um hotel em
Paris, acabava de renegociar com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o
refinanciamento do empréstimo que transformaria um ambicioso projeto em realidade.
Pertencia àquela classe de homens que não podem viver sem empreender.
Depois da morte de ambos, o grupo continuou em expansão. Conseguiu modernizar-
se por meio de diversas reformas administrativas, do cuidadoso redirecionamento dos
negócios e de associações. A década de 1990 trouxe a parceria com a Kimberly-Clark,
a maior fabricante de produtos de papel para higiene pessoal do mundo, a compra da
Lalekla e da Bacraft, fabricantes, respectivamente, de papéis para ambientes e papéis
higiênicos, e a entrada no mercado de papel-cartão para embalagem de líquidos, tipo
Tetra Pak.
O cuidado para manter todo esse processo sustentável ao longo do tempo fez com que,
durante toda sua história, a Klabin investisse em preservação e reflorestamento. No total,
possui 348 mil hectares de terras, nas quais mantém 207 mil hectares de florestas plantadas
de pínus, eucalipto e araucária, além de 112 mil hectares de florestas nativas preservadas.

HSM Management 57 julho-agosto 2006 


Contornando Ao comemorar cem anos, em 1999, a modesta empresa criada pela família Lafer–Klabin
transformara-se na maior fabricante integrada de celulose, papel e produtos de papel da
riscos e sem América Latina, com 19 unidades industriais no Brasil e duas na Argentina.

dar ouvidos Attilio Fontana


A o r i g e m m o d e s t a n ã o i m p e d i u q u e o u t r o g r a n d e e m p r e e n d e d o r,
a previsões Attilio Fontana, chegasse aonde chegou. Menino pobre, filho de camponeses, ele
vendia bolachas caseiras na rua para formar o “pé-de-meia” inicial. Teve o primeiro
catastrofistas, par de sapatos na adolescência. Não completou sequer o curso primário. Mas todas
José Ermírio essas provações não foram obstáculos para que iniciasse pequenos negócios, até
estabelecer-se em uma vendinha, em sociedade com o irmão e o pai. Aos 21 anos,
consolidou a tornou-se caixeiro e depois sócio de um armazém. Daí por diante, prosperou muito
no comércio, principalmente comprando e vendendo porcos, atividade em que ad-
Votorantim nos quiriu experiência para montar, em 1944, o frigorífico Sadia. Nesse empreendimento,
enfrentando batalhas memoráveis, firmou definitivamente seu nome na história do
anos 40 progresso industrial brasileiro.
O interesse pela atualização tecnológica tornou-se, realmente, uma das marcas regis-
tradas da Sadia. O mais singular foi a maneira como a empresa transferiu esse conheci-
mento aos pequenos proprietários agrícolas fornecedores de matéria-prima. O sistema de
parcerias, ou de fomento, como Attilio preferia chamá-lo, desenvolvido por ele de forma
pioneira, converteu-se em modelo de enorme êxito em diversas regiões do País, a partir
de Santa Catarina.
Depois de revolucionar a suinocultura, Attilio Fontana passou a fazer o mesmo na
avicultura. Seu interesse foi despertado em 1950, durante uma conversa com Roberto
Nogueira da Gama, entusiasta da criação de aves. O industrial e o veterinário resolveram
criar uma sociedade para tocar a granja Santa Luzia, estabelecimento piloto no qual Attilio
entrava com o capital e Nogueira da Gama com a orientação técnica.
Attilio incentivou a presença de familiares e amigos em postos de importância. Como
projeto de vida, família e negócios permaneceram sempre indissociavelmente ligados. Eis
as palavras dirigidas a seus filhos, netos e bisnetos, com as quais terminou suas memórias
em 1979: “A eles confio o legado de meu nome e de minha memória, bem como o fruto
de meu trabalho. São parte de minha individualidade e neles serei um sobrevivente múl-
tiplo, mas sempre humilde de mim mesmo”.

Antônio Pereira Ignácio e José Ermírio de Moraes


Outro empreendimento familiar de grande êxito é o Grupo Votorantim. Nasceu da
aliança entre a intuição, representada por Antônio Pereira Ignácio, e a competência
de seu genro, José Ermírio de Moraes. Tinha este 25 anos quando foi convidado pelo
sogro, logo após seu casamento, a assumir a direção da Sociedade Anônima Votoran-
tim, proprietária de uma fábrica de tecidos no município de mesmo nome, próximo
à cidade de Sorocaba, Estado de São Paulo. Concordou em abandonar a profissão de
engenheiro de minas para tocar os negócios de sua nova família. Essa decisão revelou-se
essencial para o desenvolvimento do grupo, que hoje vai da indústria têxtil à siderurgia,
passando pela metalurgia, química, petroquímica, metais não-ferrosos, cimento, açúcar,
papel e celulose.
Ermírio e Ignácio foram dois homens separados pela origem social, pela educação for-
mal e pelo temperamento, mas que sempre, ou quase sempre, se entenderam perfeitamente
tanto no plano pessoal como na condução de seus em­preendimentos. O pernambucano
José Ermírio de Moraes pertencia a uma família tradicional de senhores de engenho,
estudou na melhor escola de Recife e formou-se em engenharia nos Estados Unidos.
O cidadão português Antônio Pereira Ignácio chegou ao Brasil na infância, começou a
trabalhar com a idade de 10 anos e tornou-se autodidata.
Contornando riscos e sem dar ouvidos a previsões catastrofistas, o empreendedor José
Ermírio consolidou a Votorantim nos anos 40. A guerra trouxe um surto de progresso
para a indústria têxtil brasileira, que, somente entre 1943 e 1945, cresceu cerca de 60%.

HSM Management 57 julho-agosto 2006 


Diretamente ligada ao processo, a Nitro Química, empresa do grupo, além de vender
toda sua produção da fibra rayon, aproveitou os produtos residuais para entrar no setor
de tintas e vernizes.
Todas as questões referentes à Nitro Química e à tecelagem Votorantim compunham,
no entanto, apenas parte das atividades de José Ermírio. Havia também o cimento. A
experiência do grupo, iniciada desde que Pereira Ignácio adquirira a antiga fábrica Ro-
dovalho, os conhecimentos que ele próprio, José Ermírio, trouxera de seus estudos na
Colorado School of Mines e a existência de ricas jazidas de calcário na região de Votorantim
levaram à construção, em 1936, do primeiro forno de cimento do complexo industrial.
A produção inicial –pequena, apenas 175 mil toneladas anuais– constituía um primeiro
passo decisivo no caminho que levaria a Votorantim a controlar boa parte da indústria
do cimento no Brasil.

Júlio Mesquita
Empreendedores costumam andar à procura de idéias para criar novas empresas.
Seguindo o rumo inverso, o Grupo O Estado de S. Paulo foi criado com o objetivo maior
de defender idéias e assim continuou, ao longo de sua próspera, embora acidentada,
existência. Tem hoje como organização líder o jornal O Estado de S. Paulo, reconhecido
por todos como um dos mais importantes diários do mundo.
Empresa singular, nela o cliente –leitor ou anunciante– nunca teve razão por prin-
cípio. Pode tê-la ou não, segundo suas opiniões coincidam ou se afastem daquelas de-
fendidas pelo próprio jornal, que sempre imprime o que bem entende. É uma profissão
de fé herdada de seu fundador, Júlio Mesquita, que nenhum dos sucessores colocou
em dúvida.
Em 1888, Júlio Mesquita, filho de portugueses, assumiu o car­go de redator-gerente do
jornal. No ano seguinte, nascia a República brasileira, trazendo repercussões imediatas
na empresa, a começar pela troca do nome de A Província de S. Paulo para o de O Estado de
S. Paulo. Mudava também a direção: Rangel Pestana transferiu residência para Petrópolis,
chamado a colaborar na nova Constituição. Em seu lugar, Júlio Mesquita introduziu de
imediato vários melhoramentos, como um contrato com a agência de notícias Havas e a
publicação da primeira ilustração.
Vinte anos depois, em 1908, o jornal comemorou a entrada em operação da nova
rotativa Frankental, produzindo 23,4

Saiba mais sobre Marcovitch mil exemplares de 16 páginas


por hora. A máquina anterior
Jacques Marcovitch é professor de Marcovitch é mem- necessitava três horas para o
estratégia empresarial e de relações bro do conselho con- mesmo trabalho. Havia ainda
internacionais da Universidade de São sultivo da Nestlé do outra novidade. A composição,
Paulo (USP). Reitor da USP de 1997 a Brasil e do conselho até então feita à mão por 40
2001, foi também pró-reitor de cultura deliberativo da Funda- tipógrafos, passava a ser exe-
e extensão universitária e diretor do ção Bunge, além de cutada por linotipos.
Instituto de Estudos Avançados e da integrar o comitê su-
Júlio Mesquita trabalhou
Faculdade de Economia, Administração perior do Prêmio Alcan
até o fim da vida. Seu último
e Contabilidade (FEA-USP). Presidiu de Desenvolvimento
as empresas de energia do Estado de Sustentável. É autor artigo, saudando o nascimento
São Paulo (Cesp, CPFL, Eletropaulo e de vários livros, entre do Partido Democrático, foi
Comgás) e foi secretário de Economia eles A Universidade entregue aos revisores dez dias
e Planejamento do governo paulis- (Im)Possível (lançado no Brasil pela ed. antes de sua morte, em 15 de março de
ta. Desde 2002 estuda as áreas de Futura e na Inglaterra pela Cambridge 1927. Daí por diante, a redação passou às
estratégia e inovação, pesquisando University Press) e Universidade Viva mãos de Júlio de Mesquita Filho e depois
o pioneirismo empresarial no Brasil. (ed. Mandarim), sobre gestão univer- a Júlio de Mesquita Neto, sucedido por
Dedica-se também a estudos sobre sitária, e Pioneiros e Empreendedores: seu irmão Ruy Mesquita, atual diretor
a implantação da Convenção do a Saga do Desenvolvimento no Brasil
responsável.
Clima/Protocolo de Kyoto e sobre as (ed. Edusp/Saraiva), uma trilogia sobre
Em 1975, o também jornalista Barbosa
iniciativas para a redução de gases de empreendedorismo que já teve os dois
efeito estufa. primeiros livros lançados. Lima Sobrinho comentou muito apro-
priadamente essa troca de bastões que

HSM Management 57 julho-agosto 2006 


não resultou em mudança de rumo: “O que me surpreende é que, através dos tempos,
não seja fácil distinguir as três fases d’O Estado de S. Paulo. De Júlio Mesquita a Júlio de
Mesquita Filho não chegava a haver sucessão, mas uma continuidade tão perfeita como
se ainda estivesse vivo, e à frente da folha, seu primeiro Mesquita. E, do filho aos netos,
o fenômeno se repetiu, com a mesma naturalidade
Referências bibliográficas e a mesma força. Não conheço caso semelhante na
C aldeira , Jorge. Mauá, Empresário vida do jornalismo brasileiro”.
do Império. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
Empreendedorismo brasileiro
D rucker, Peter. Inovação e Espírito
Empreendedor – Prática e Princípios. Este relato demonstra que o empreendedoris-
São Paulo: Editora Pioneira,1998. mo brasileiro muito deve a pioneiros egressos de
F a u s t o , Boris. História Concisa do outras culturas, movidos por extraordinária força
Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa
Oficial do Estado, 2001. no enfrentamento das adversidades.
Govindarajan, V.; Trimble, C. 10 Rules for
Seus exemplos nos trouxeram muitas lições.
Strategic Innovators: From Idea to Uma delas demonstra que a economia de mercado
Execution. Boston, Mass.: Harvard
University Press, 2005. pode agir como força transformadora e não só como
Marcovitch, Jacques. 2003. Pioneiros fonte de lucros. Outra evidencia que todo negócio,
e Empreendedores – A Saga do de algum modo, é a continuação de experiências
Desenvolvimento no Brasil. São Paulo:
Edusp, 2003. v. i. precedentes, cabendo aprender com os erros, para
Pioneiros e Empreendedores – A Saga não repeti-los, e com os acertos, para seguir passos
do Desenvolvimento no Brasil. São inspiradores –tendo por bússola, sempre, a ética
Paulo: Edusp, 2005. v. II.
do trabalho.
Sachs, Ignacy; Wilheim, Jorge; Pinheiro,
Paulo Sérgio (orgs.). Brasil: um Século Esses pioneiros buscaram, sobretudo, perenizar
de Transformações. São Paulo: suas iniciativas, gerando riquezas no país que aju-
Companhia das Letras, 2001.
daram a construir.
Schumpeter, Joseph A. Teoria do Desen­
volvimento Econômico. Rio de Janeiro:
Fundo de Cultura, 1961. © Jacques Marcovitch

HSM Management 57 julho-agosto 2006 

Vous aimerez peut-être aussi