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CNBB

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

“Sede Executores da Palavra,


e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Roteiros Homiléticos do Tempo Comum


Ano B - Junho / Agosto de 2009

Projeto Nacional de Evangelização


O Brasil na Missão Continental

() .
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Soções CNS?
C748s Conferência Nacional dos Bispos do Brasil / Sede Executores da
Palavra, e não Apenas Ouvintes. (Tg 1,22): Roteiros Homiléticos do
Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009. Brasília, Edições
CNBB. 2009.
Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes. (Tg 1,22):
Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto
de 2009.
88p.:14x21 cm
ISBN: 978-85-60263-67-7
| Liturgia 2. Igreja Católica.
CDU - 264.941.6

Coordenação:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Coordenação Editorial:
Pe. Valdeir dos Santos Goulart
Projeto Gráfico e Diagramação:
Fábio Ney Koch dos Santos
Capa:
Henrique Billygran da Silva Santos
Revisão Doutrinal:
Pe. Wilson Luís Angotti Filho
Revisão;
Lúcia Soldera

12 Edição - 2009

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Sumário
Apresentação......................
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10º Domingo do Tempo Comum


Santíssima Trindade
07 de junho de 2000 ...............e
er rrrerererrerenerenrecererearenera

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo


11 de junho de 2000...................eeerererererrnereererenorecencenoraneo

11º Domingo do Tempo Comum


14 de junho de 2000 ................eerr
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12º Domingo do Tempo Comum


21 de junho de 2000..................ee
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Solenidade de São Pedro e São Paulo - Apóstolos


28 de junho de 2000..................eerrereererrerererenrenerrnenernrenaes

14º Domingo do Tempo Comum


05 de julho de 2009 ..............e..ererrereererenreorerenenoreresraresaaes

15º Domingo do Tempo Comum


12 de julho de 2009...................eeeee
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16º Domingo do Tempo Comum


19 de julho de 2000 .................
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17º Domingo do Tempo Comum


26 de julho de 2009 .................ees
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18º Domingo do Tempo Comum
02 de agosto de 2000 ..............ciesrererenerenronrrnnrenrenerenrenceanreasão

19º Domingo do Tempo Comum


09 de agosto de 2000 ...............ceeer
err rererrererererrrerenenrenenrenenõo

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora


16 de agosto de 2000 ..................ceer
esc rerrrerrereerererer nar renanos

21º Domingo do Tempo Comum


23 de agosto de 2000 .............cicrereeeereenerererrerrrecrnrarerenaneneeno

22º Domingo do Tempo Comum


30 de agosto de 2000 .............iererrererrerorererrenerernanerencerrencanos
Apresentação

“Sede executores da Palavra, e não apenas ouvintes.” (Tg 1,22)

O Sínodo dos Bispos sobre 4 Palavra de Deus na vida e na missão da


Igreja insistiu muito na importância da Mesa da Palavra.
Apontou para o valor litúrgico da única Palavra de Deus pro-
clamada, acolhida, rezada, cantada e contemplada na liturgia. E re-
afirmou o ensinamento do Vaticano II sobre a unidade sacramental
que envolve a Liturgia da Palavra e a Liturgia eucarística, consti-
tuindo ambas um só ato de culto. Esta tem sido a preocupação dos
Roteiros Homiléticos. Facilmente, o leitor constata isso. Basta olhar o
esquema de cada comentário: Situando-nos, Recordando a Palavra,
Atualizando a Palavra e Ligando a Palavra com a ação eucarística.
Alimentamos a nossa fé em ambas as mesas. Na Mesa da Palavra,
a Igreja se instrui, ao recordar a ação de Deus na história, ao pro-
clamar a Aliança divina com a humanidade. E na Mesa eucarística,
renova esta mesma Aliança, selada pelo sangue de Jesus, através dos
sinais sacramentais que nos santificam, graças à ação do Espírito
Santo presente na ação litúrgica.
Na verdade, toda a ação eucarística, a partir do pedido de Je-
sus — “fazei isto em memória de mim”, está impregnada da Palavra de
Deus. Por exemplo, além das palavras da instituição da Eucaristia,
encontramos citação da Escritura na antifona de entrada da missa.
A aclamação ao Evangelho se refere ao Evangelho do dia. A antífo-
na da comunhão também é tirada da Escritura. E os prefácios, espe-
cialmente os da Quaresma, retomam os Evangelhos proclamados.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Ao longo do Tempo Comum, vamos aprofundando esta intera-


ção entre Palavra e Liturgia de uma maneira rica, criativa e eficaz,
ao celebrarmos o Mistério que salva, como afirma a Sacrosanctum
Concilium (SC): “... toda celebração litúrgica, como obra de Cristo
sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por
excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o
mesmo título e grau”.
Neste Ano B, Ano de Marcos, a Palavra nos proporciona o
encontro com Cristo que anunciou e tornou presente o Reino de
Deus, suas advertências aos discípulos, seus gestos de compaixão
para com os enfermos, pecadores, pobres, abandonados e esqueci-
dos da sociedade.
Nossos agradecimentos a Lúcia Soldera e Jurema Kalua que tão
cuidadosamente prepararam estes Roteiros Homiléticos.

ft Dom Joviano de Lima Júnior, SSS.


Arcebispo de Ribeirão Preto - SP.
Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia

| SC,n.7.
10º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Santíssima Trindade
07 de junho de 2009

“NÃO HÁ OUTRO ALÉM DELE” (DT 4,39)

Leituras: Deuteronômio 4,32-34.39-40; Salmo 32(33);


Romanos 8,14-17; Mateus 28,16-20.

Situando-nos
“Neste domingo que se segue ao Pentecostes celebramos a soleni-
dade da Santíssima Trindade. Graças ao Espírito Santo, que ajuda a
compreender as palavras de Jesus e orienta para a Verdade completa
(Cf. Jo 14,26; 16,13), os fiéis podem conhecer, por assim dizer, a inti-
midade do próprio Deus. Descobrem que Ele não é solidão infinita,
mas comunhão de luz e de amor, vida doada e recebida num eterno
diálogo entre o Pai e o Filho, no Espírito Santo Amante, Amado e
Amor, para citar Santo Agostinho. Neste mundo, ninguém pode ver
Deus, mas foi Ele mesmo quem se fez conhecer a fim de que, com o
Apóstolo João, possamos afirmar: 'Deus é amor” (1Jo 4,8.16)"./ .
Estamos aqui agradecidos por Deus ter nos dado a conhecer
seu amor e sua luz, por ter voltado para nós sua face, estabelecendo
uma relação pessoal e comunicativa conosco. Especialmente neste
domingo, reunidos para celebrar a Páscoa semanal, glorifiquemos
nosso Deus uno e trino, louvando, bendizendo, adorando. Reafir-
memos, com ênfase, nossa fé, expressando que cremos em um só

2 Papa Bento XVI, Angelus do domingo 11 de junho de 2006.


“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Deus, Pai todo-poderoso; em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho uni-


gênito do Pai; no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do
Pai e do Filho.

Recordando a Palavra
O Evangelho proclamado nesta solenidade da Santíssima Trinda-
de inicia com o encontro entre os onze apóstolos e Jesus, após sua
ressurreição.[Conforme o capítulo 26 de Mateus, na noite em que
ia ser entregue, Jesus disse aos apóstolos: “depois de ressuscitar, eu
irei à vossa frente para a Galileia.” Interessante a escolha do lugar
para este encontro, pois os galileus eram desprezados pelos judeus
de Jerusalém, que diziam que da Galileia “não podia sair nada de
bom.” Mais uma vez, Jesus escolhe manifestar-se entre os peque-
nos, os desprezados, os sem importância aos olhos humanos. Ê,
pois em um monte da Galileia, que vemos Jesus reencontrar-se com
os apóstolos. O local “monte” aqui retoma o simbolismo do Antigo
Testamento, em que “monte” é um dos lugares em que ocorre a ma-
nifestação de Deus.
A seguir, Jesus fala sobre a autoridade que lhe foi atribuída pelo
Pai e envia os apóstolos como missionários: “ide fazer discípulos,
ide batizar”.
/ O Evangelho termina com Cristo assumindo conosco um mag-
nífico compromisso: “Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim
do mundo.” /
A leitura do Antigo Testamento, que hoje escutamos, foi extraída
do livro do Deuteronômio/ Moisés exorta o povo a reconhecer que
“o Senhor é o Deus, lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que
não há outro além dele.” Moisés instiga o povo a assumir este reco-
nhecimento com o coração, mais do que com a razão, pois o mistério
de Deus ultrapassa infinitamente nosso poder de compreensão, mas
cabe todo em nosso coração. Apesar de sua grandeza, Deus mantém-
se próximo de seu povo, falando a ele e fazendo maravilhas. /
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

/ Ainda nesta leitura, é apontado o caminho que leva à santi-


dade, à presença do Pai: guardar suas leis e seus mandamentos,
não por imposição, mas por decisão de nossa livre vontade, como
resposta amorosa a Ele que nos cuida com tanto carinho, a Ele
que é eternamente fiel e justo, a Ele que faz transbordar em toda
a terra a sua graça.
Não somos escravos, temos nossa liberdade e, fazendo uso dela,
nos entregamos à vontade do Pai. No dizer de Paulo nos deixamos
conduzir pelo Espírito de Deus. Este Espírito nos conduz como fi-
lhos e por isto podemos clamar “Abá, ó Pai.”
Alimentados pela Palavra proclamada, nos sentimos reconfor-
tados e seguros e, com o salmista, cantamos a nosso Deus uno e
trino: “Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança.”

Atualizando a Palavra
“Na origem, tudo provém do Pai, através do Filho, no Espírito. O
Espírito, na criação, é dom do Pai e do Filho, e inspira à criação
a filiação do Filho que provém do Pai. A “marca filial” que possui
a criação não é como a marca de ferro em brasa que um animal
porta de seu dono, mas é a marca 'convidativa” da palavra, da busca
inquieta e da resposta que encontra, de locução livre e obediencial
da criação.”
/ Esta explicitação feita por Frei Susin, converge para as leituras
proclamadas que nos falam da grandeza do mistério de Deus, de
nossa filiação adotiva, dos caminhos que levam ao Pai, da liberdade
que temos para responder ao chamado.
Ao decidirmos responder positivamente à voz amorosa de nos-
so Deus, nos tornamos discípulos e somo enviados em missão, a ser
cumprida na realidade de nosso dia-a-dia, seja ela qual for.
Comprometer-se com o Deus Trindade é afastar-se dos falsos
deuses que insistentemente batem à nossa porta. Antes, os falsos

3 SUSIN, Luiz Carlos. Deus: Pai, Filho e Espirito Santo. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 149.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

deuses eram representados, por exemplo, pelo bezerro de ouro. Atu-


almente eles se configuram quando buscamos o ter mais a qualquer
custo; quando procuramos a felicidade nos bens materiais; quando
o individualismo inibe o serviço da caridade aos irmãos.
Moisés convida seu povo e hoje também a nós, para meditar,
no coração, que o Senhor é o único Deus. Diz o Catecismo da Igreja
Católica: “sem dúvida, Deus deixou vestígios de seu ser trinitário
em toda a obra da Criação e em sua Revelação ao longo do Antigo
Testamento. Mas a intimidade de seu ser como Santíssima Trindade
constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de
Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito
Santo.” (n. 237)
Melhor, portanto, ocuparmos nosso tempo não em racionali-
zações vãs que visam compreender o incompreensível, mas na con-
templação do mistério do amor infinito de Deus contido em sua
Trindade.
Corrobora Frei Susin: “A fé cristã é trinitária. Nela, Jesus é o ca-
minho, e o Pai e o Espírito são a paisagem, o início e o fim de todo
o caminho (...) Tudo provém do Pai através do Filho no Espírito, e
tudo no Espírito, através do Filho, vai ao Pai. Até que digamos ple-
namente, com nosso corpo, com nossa voz, com nosso movimento,
com nosso entusiasmo: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
— Amém!”
Jesus enviou os apóstolos a fazer discípulos e a batizar. “Os
cristãos são batizados 'em nome” do Pai e do Filho e do Espírito
Santo, e não nos nomes” destes três, pois só existe um Deus, o Pai
todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima
Trindade”.
(A meditação sobre a Santíssima Trindade nos mostra que o
amor contém em sia reciprocidade e o acolhimento. Pelos preceitos
evangélicos, somos chamados a vivenciar o amor em duas direções.

4 SUSIN. Ibidem. p. 166.


5 Catecismo da Igreja Católica, n. 233.
Re: PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Uma vertical, que nos põe em relação com nosso Deus Trindade.
Outra horizontal, pela qual buscamos a comunhão com os irmãos.
Ao ensejo da solenidade que hoje celebramos, é oportuno rever
nosso compromisso batismal e fazer uma reflexão sobre como esta-
mos vivenciando o amor do qual a Santíssima Trindade é a perfeição.

Ligando a Palavra com a ação eucarística


“Na liturgia, de modo especial na celebração eucarística, somos en-
volvidos pelo mistério eucarístico da Trindade. A liturgia é um ex-
celente lugar para compreender o simbolismo 'eucarístico” da Trin-
dade”, nos ensina Frei Susin*.
Constituída a assembleia orante “Em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo”, o presidente da celebração saúda o povo com as
palavras paulinas: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do
Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.”
Nos ritos iniciais, pedimos ao Pai: “Fazei que, professando a
verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a
Unidade onipotente” (oração do dia). Pedido completado quando
clamamos: “possa valer-nos Senhor nosso Deus, a comunhão no
vosso sacramento ao proclamarmos nossa fé na Trindade eterna e
santa e na sua indivisível Unidade” (oração após a comunhão).
Após a homilia, professamos nossa fé trinitária. Dizemos em
alta voz que cremos em Deus Pai, criador do céu e da terra, em
Jesus Cristo, seu Filho unigênito e no Espírito Santo que procede
do Pai e do Filho.
No prefácio, o sacerdote, em nome de toda a comunidade reu-
nida, reza a Deus Pai: “ com vosso Filho único e o Espírito Santo
sois um só Deus e um só Senhor. Não uma única pessoa, mas três
pessoas em um só Deus (...) proclamando que sois o Deus eterno e
verdadeiro, adoramos cada uma das pessoas, na mesma natureza e
igual majestade.”

6 SUSIN. Ibidem. p. 156.


“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Ao final da celebração, alimentados pelo pão da Palavra e pelo


pão da Eucaristia, retornamos à missão que nos cabe como bati-
zados, conscientes de que a Trindade Santíssima é nosso auxílio e
proteção e sabedores, como Santo Agostinho, que “onde se vê a ca-
ridade, se vê a Trindade”.

Sugestões:

1. O sinal-da-cruz é a primeira ação litúrgica do povo de Deus


reunido para celebrar a Eucaristia. A assembleia litúrgica se cons-
titui em nome da Trindade Santa — Pai e Filho e Espírito Santo.
Torna-se, pois, significativo hoje solenizar esta ação inicial, através
do sinal-da-cruz cantado.
2. Escolher um canto adequado para o sinal-da-cruz inicial. Um
canto que reproduza a fórmula ritual “em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo. Amém.” Evitemos substituir esta fórmula oficial
por outras.
3. Na procissão de entrada trazer um ícone da Santíssima Trin-
dade, colocando-o num lugar já preparado no presbitério.
4. A bênção da água e a aspersão renovando o batismo serão
ritos muito significativos nesta festa. Somos batizados em nome da
Santíssima Trindade.
5. Professar o Creio Niceno-constantinopolitano, no qual se ex-
pressam, com mais clareza, as particularidades de cada Pessoa da
Santíssima Trindade.
SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO
CORPO E SANGUE DE CRISTO
11 de junho de 2009

“OFERECEU-SE À St MESMO A DEUS” (HB 9.14)

Leituras: Éxodo 24,3-8: Salmo 115(116); Hebreus 9,11-15;


Marcos 14,12-16.22-26

Situando-nos

A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, usualmente


conhecida como solenidade de Corpus Christi, que hoje celebra-
mos, tem lugar na quinta-feira depois do domingo em que festeja-
mos a Santíssima Trindade. Nos lugares onde ela não é uma festa de
preceito, fica transferida para o domingo seguinte. Esta solenidade
foi instituída em 1264 pelo Papa Urbano IV, para a glorificação espe-
cífica da “presença real de Jesus Cristo na Eucaristia”.
“A adoração eucarística está em estreita sintonia com o mis-

-. TT

procissões são antecedidas da celebração da Missa. Após participar


da mesa da Palavra e da mesa'da Eucaristia, o povo de Deus sai em
caminhada, a fim de expressar publicamente sua fé na presença de
Jesus na hóstia consagrada.
A procissão também expressa que somos um povo peregri-
no, rumo à casa do Pai, com Jesus no meio de nós a nos guiar e
alimentar.
Vivamos em plenitude esta solenidade, para que ela fortaleça,
em nós, a comunhão com o Pai e com os irmãos.

7 CNBB. Guia Litúrgico-Pastoral. 2º ed. Brasília: Edições CNBB, 2007. p. 47.


“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Recordando a Palavra
O Evangelho segundo Marcos, proclamado na festa de hoje, relata
desde os preparativos para a festividade da páscoa judaica, da qual
participariam Jesus e seus discípulos, até o momento posterior à sua
celebração “depois de terem cantado o hino, foram para o monte
das Oliveiras.”
O centro da narrativa apresenta a instituição da Eucaristia: “To-
mai, isto é o meu corpo (...) Isto é o meu sangue, o sangue da alian-
ça.” A Eucaristia, celebração memorial da morte e ressurreição do
Senhor é o mistério de nossa fé. Dom de Cristo que, de modo admi-
rável, nos amou até o fim. Dom de Cristo que por nós se entregou.
Dom de Cristo que permanece entre nós.
j No livro do Êxodo, consta que Moisés tomou do sangue dos
novilhos oferecidos em sacrifício e com ele aspergiu o povo, dizen-
do “Este é o sangue da aliança que o Senhor fez conosco”. Pelo sa-
crifício de Cristo, é seu próprio sangue que sela a nova e definitiva
aliança entre Deus e a humanidade, sangue “derramado em favor
de muitos”. “Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera
todos os sacrifícios”.
YA primeira leitura e o Evangelho nos mostram que a antiga
aliança, que tirou o povo hebreu da escravidão, foi superada pela
nova aliança, pois, por Cristo, chegou-nos a salvação. Ele estabele-
ceu a aliança definitiva entre Deus e a humanidade.
É o autor da carta aos Hebreus quem diz: “se o sangue de bodes
e touros, e a cinza espalhada sobre os seres impuros os santifica e
realiza a pureza ritual dos corpos, quanto mais o Sangue de Cristo
purificará nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao
Deus vivo.” (Hb 9,13s).
Na continuação da carta aos Hebreus, Paulo apresenta Cristo
como o único e verdadeiro mediador da nova e eterna aliança. Ele
explica que a morte de Jesus tornou possível a todos que são chama-
dos receberem a promessa da herança eterna.

8 Catecismo da Igreja Católica, n. 614.


RÁ PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Envolvidos pelo mistério de Jesus Cristo, somos instigados a


questionar como o salmista: “que poderei retribuir ao Senhor Deus
por tudo aquilo que fez em meu favor?”

Atualizando a Palavra
“Na festa de Corpus Christi olhamos sobretudo para o sinal do pão.
Ele recorda-nos também a peregrinação de Israel durante os quarenta
anos no deserto. A Hóstia é o nosso maná com o qual o Senhor nos
alimenta, é verdadeiramente o pão do céu, mediante o qual Ele se
doa a si mesmo. Na procissão nós seguimos este sinal e assim segui-
mos a Ele próprio. E Lhe imploramos: guia-nos pelos caminhos desta
nossa história! Mostra sempre de novo à Igreja e aos seus Pastores o
caminho justo! Olha para a humanidade que sofre, que vagueia inse-
gura entre tantas interrogações; olha para a fome física e psíquica que
a atormenta! Concede aos homens pão para o corpo e para a alma!
Dá-lhe trabalho! Concede-lhe luz! Concede-te a ti mesmo a ela!”
Estas significativas palavras de Bento XVI favorecem nossa re-
flexão. Vejamos dois aspectos:
Diz o Papa que, ao seguir a procissão, seguimos o próprio Cristo
Jesus. Tal seguimento requer de nós a vivência profunda da fé advinda
do encontro pessoal com Jesus, que conduz à solidariedade com os ir-
mãos, especialmente com os sofredores, com os fracos e oprimidos.
Imploramos a Jesus que nos guie e nos mostre o caminho justo.
Por isto, diante da vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima
de Deus; diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a
vida em Deus como valor supremo; diante do individualismo, Jesus
convoca a viver e caminhar juntos; diante da exclusão, Jesus defen-
de os direitos dos fracos e o direito de uma vida digna para todo ser
humano; diante da natureza ameaçada, Jesus nos convoca a cuidar
da integridade da criação.!º

9 Papa Bento XVI: Homilia da solenidade de Corpus Christi, 2006.


10 Cf. CNBB: Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: 2008-2010 (DGAE). Brasília:
Edições CNBB, 2008. n. 106.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Ligando a Palavra com a ação eucarística


A oração da coleta da Missa da solenidade de Corpus Christi, de cer-
ta forma, antecipa e resume o que será proclamado na Liturgia da
Palavra: “Senhor, Jesus Cristo, neste admirável sacramento, nos dei-
xastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande
amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos
colher continuamente os frutos da vossa redenção.” Pedido que se
completa na oração após a comunhão: “dai-nos, Senhor Jesus, pos-
suir O gozo eterno da vossa divindade, que já começamos a saborear
na terra, pela comunhão do vosso Corpo e do vosso Sangue.”
Ao iniciar a Liturgia Eucarística, o sacerdote prepara as ofe-
rendas de pão e vinho. Bento XVI nos ensina que “a oração com
a qual a Igreja durante a liturgia da Missa entrega este pão ao
Senhor, qualifica-o como fruto da terra e do trabalho do homem.
Nele está contida a fadiga humana, o trabalho quotidiano de quem
cultiva a terra, semeia e recolhe e finalmente prepara o pão. Con-
tudo o pão não é simples e somente o nosso produto, uma coisa
feita por nós; é fruto da terra e portanto também dom. Porque o
fato que a terra dá frutos, não é merecimento nosso; só o Criador
lhe podia conferir a fertilidade. E agora podemos alargar um pou-
co mais esta oração da Igreja, dizendo: o pão é fruto da terra e, ao
mesmo tempo, do céu”!
O belo prefácio da festa de hoje, elenca alguns frutos do 'su-
blime sacramento, pois, pela voz de quem preside dizemos a Deus
Pai: “a todos nutris e santificais. Fazeis de todos um só coração, ilu-
minais os povos com a luz da mesma fé e congregais os cristãos na
mesma caridade.” Nesta oração ainda explicitamos: “aproximamo-
nos da mesa de tão grande mistério, para encontrar por vossa graça
a garantia da vida eterna.”

1 Papa Bento XVI: Homilia da solenidade de Corpus Christi, 2006


ES PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Sugestões:

1. Atender o que está no Diretório da Liturgia: “na Missa, que


é seguida imediatamente pela Procissão Eucarística, consagra-se
uma hóstia grande para a procissão e omitem-se os ritos finais”.
2. A procissão é expressão pública de nossa fé, por isto deve
ser preparada de modo a permitir que, em seu desenvolvimento,
o povo professe a adoração devida à Eucaristia e venere adequa-
damente a hóstia consagrada. Como nos diz a Mysterium Fidei 56:
“A Igreja Católica professou e professa este culto de adoração que
é devido ao sacramento da Eucaristia não somente durante a Mis-
sa, mas também fora dela, conservando com o máximo cuidado as
hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis para que as venerem com
solenidade, levando-as em procissão.”
df 3. Havendo possibilidade, cantar todo o Hino Eucarístico e não
apenas algumas estrofes. Omitir partes deste Hino quebra seu sen-
tido, reduz sua significação e mesmo prejudica a compreensão. O
povo pode participar ou cantando um refrão entre as estrofes, ou
repetindo o verso final de cada estrofe.
w. 4. Em preparação a esta solenidade, pode-se, em momen-
to oportuno, fazer uma meditação com base no texto do Hino
Eucarístico.
5. Escolham-se, para a procissão, cantos apropriados à festa, de
preferência os mais conhecidos pela comunidade.
6. As exortações feitas, durante a procissão, busquem refletir o
sentido do que se está realizando. Sejam elas anteriormente prepa-
radas, com palavras contextualizadas, como um convite à oração.

12 CNBB. Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2009. Brasília: Edições CNBB,
2008. p. 113.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Hino Eucarístico

Terra, exulta de alegria,


louva teu pastor e guia,
com teus hinos, tua voz!

Tanto possas, tanto ouses,


em louvá-lo não repouses,
sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar.
Este pão — que o mundo o creia!
por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia,
que da santa Eucaristia
nos recorda a instituição!

Novo rei e nova mesa,


nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo;
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo faz na ceia,
manda à Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
PA PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Faz-se carne o pão de trigo


faz-se sangue o vinho amigo:
deve o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé
Pão e vinho eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão infimos sinais...
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
E por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como a perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si...

Pensa bem: igual comida,


se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida...
Quem hesita, que duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
Jesus não é atingido:
o sinal é que é partido;
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Eis o pão que os anjos comem


transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem:
não será lançado aos cães!

Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado,
no deserto foi maná.
Bom pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!

Aos mortais dando comida,


dai também o pão da vida:
que a família assim nutrida
seja um dia reunida
aos convivas lá do céu!
11º DOMINGO DO TEMPO COMUM
14 de junho de 2009

"LANÇARÁ RAMOS E DARÁ FRUTOS” (EZ 23)

Leituras: Ezequiel 17,22-24; Salmo 91(92); 2Coríntios 5,6-10;


Marcos 4,26-34

Situando-nos

Hoje reiniciamos o ciclo de leituras dominicais do Tempo Co-


mum até a solenidade de Cristo Rei. Neste período, teremos
oportunidade de acompanhar a vida de Jesus nos aspectos não
privilegiados no Ciclo da Natal e no Ciclo da Páscoa. A cada
domingo, vivendo nossa Páscoa semanal, vamos aprender com
Ele, assimilar seu mistério. Neste ano B, faremos isso com o
evangelista Marcos. Tempo Comum não significa tempo “sem
importância” nem “rotina vazia”, mas significa, sim, oportuni-
dade para melhor conhecermos o plano de amor de nosso Deus,
prenunciado no Primeiro Testamento e anunciado no Segun-
do Testamento por Jesus Cristo, Filho de Deus Pai, no amor do
Espírito Santo.
” Na amplitude do Tempo Comum, há também espaço para ce-
lebrarmos as festas de Maria e as festas daqueles que, por seu teste-
munho de vida, tornaram-se exemplos para nós e são reconhecidos
5como santos e santas da
| Igreja.

Recordando a Palavra

Jesus tinha uma pedagogia muito própria para transmitir ao povo


seus ensinamentos. Ao se dirigir a grupos maiores, ele gostava de

“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

falar usando comparações, fazendo relações com elementos conhe-


cidos da comunidade: objetos, profissões, plantas.
Este modo de Jesus ensinar, contando pequenas histórias com-
preensíveis por todos, denomina-se 'parábolas”. As parábolas ajudam
a assimilar o projeto de Deus. Para nôs, Hoje, mesmo que algumas
imagen3-não sejam fáceis de entender, podem, no entanto, nos aju-
dar a compreender o que Deus nos propõe para nos comprometer-
mos com seu projeto.
No Evangelho de hoje, o Mestre recorre à imagem da semen-
te lançada na terra pelo agricultor, a qual, depois de cumprido seu
ciclo de germinação e maturação, será por ele colhida. Somos riós
esta semente que o Pai lança aqui na Terra, no mundo. Cumpri-
do nosso ciclo de vida, ele virá nos colher. Em seu projeto, Deus
propõe que sejamos como a semente de mostarda, que torna-se “a
maior das plantas da horta”.
7” Na leitura do Antigo Testamento, o profeta Ezequiel recorre
a uma imagem semelhante a esta, quando Deus diz: “ Eu próprio
arrancarei um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto (...)
e ele lançará ramos e dará frutos e tornar-se-á um cedro majestoso”.
No contexto de Ezequiel, ele está se referindo ao povo exilado na
Babilônia e, com estas palavras inspiradas, quer transmitir esperan-
ça aqueles que se encontram longe de sua terra, escravizados, sofre-
dores, sem horizontes de vida. Neste ambiente, Ezequiel mostra,
por imagens, que Deus é fiel e que quer construir, com seu povo, a
história da salvação.
- Na Carta de Paulo aos Coríntios que hoje ouvimos, o apóstolo
começa exatamente sublinhando a confiança que inunda aqueles
que creem em Jesus Cristo. Paulo também se refere a exilados, po-
rém não a um povo que está distante de seu país. Ele refere-se a nós
todos cristãos que peregrinamos neste mundo, visando ao retorno
para junto do Pai, ao final de nossa vida e ao final dos tempos, no
reino que não terá fim.
O salmista lembra-nos que “ é bom louvar o Senhor” e procla-
mar sua bondade e sua fidelidade.
Dre
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Atualizando a Palavra
O Evangelho nos apresenta duas parábolas, contadas com poucas
palavras, mas muito densas em conteúdo. Na primeira, Jesus recor-
re, como em outras ocasiões, à imagem do semeador, da semea-
dura, da semente. O agricultor lança na terra a semente e depois
independe dele o resultado desta semeadura. Sua nova intervenção
vizá na hora da colheita.
| Podemos nos identificar com a semente: Deus nos lança ao
mundo (semeadura) e virá nos colher ao final de nossa peregrinação
terrena. No tempo decorrido entre estes dois momentos, podemos
nos ver como a semente sob a terra Já nós, como seres dotados de
liberdade, cabe o protagonismo de nosso crescimento e amadu-
recimento na relação com Deus, na fé que professamos e que nos
conduz ao irmão, para que possamos, no dia da colheita, estarmos
vigorosos e prontos.
Na segunda parábola, o reino de Deus é apresentado como
uma semente de mostarda, que é muito pequena, mínima, pode-
mos considerar. Significa isto que o reino de Deus é mínimo? Longe
dist A pequenina mostarda nos mostra que não é preciso gran-
des acontecimentos, ações resplandecentes aos olhos humanos para
cultivar o reino de Deus. Os pequenos atos de nosso dia-a-dia são
o grão de mostarda que cresce, fica uma grande árvore e torna-se
capaz de abrigar quem a ela acorre. JA medida que ampliamos nos-
so compromisso com o projeto
E trazido por Jesus Cristo, somos a
semente em germinação./Ao crescermos na fé, na esperança e na
caridade, nos tornamos árvore capaz de abrigar com sua sombra os
irmãos e irmãs que de nós necessitam, quer por estarem sofrendo,
quer por serem vítimas da violência social e individual, quer por
serem pessoas que necessitam de outras que as ajudem a obter uma
vida digna.
Tudo o que somos e fazemos seja, no entanto, em vista da gló-
ria de nosso Deus uno e trino, pois só ele é verdadeiramente gran-
de. Queremos que por nosso testemunho, todos saibam que só um
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

é o Senhor” — pois, como narra Ezequiel, “disse o Senhor Deus (..)


vou plantá-lo num monte alto e ele lançará ramos e dará frutos (...)
e todas as árvores do campo hão de saber que Eu sou o Senhor”.
Por isso cantamos com o salmista: “É bom louvar o Senhor e cantar
salmos ao vosso nome, ó Altíssimo”.
A semente lançada, que vai germinando, crescendo, expan-
dindo-se, é nossa atuação como discípulos missionários em meio a
uma sociedade que nem sempre atende os valores evangélicos. Eis
por que nossa atuação visa, sobretudo, ao anúncio dos ensinamen-
tos de Jesus Cristo, para que todos possam conhecê-lo e segui-lo. “A
força desse anúncio será fecunda se fizermos com estilo adequado,
com as atitudes do Mestre, tendo sempre a Eucaristia como fonte e
cume de toda a atividade missionária.””
Seja ela a “marca registrada” de nossa peregrinação terrestre,
para que confiantes cheguemos ao tribunal de Cristo para receber-
mos o que tivermos merecido (Cf. 2Cor 5).

Ligando a Palavra com a ação eucarística


Como o apóstolo Paulo, nós também manifestamos nossa confiança
em Deus rezando, no início da celebração: “força dos que esperam em
vós, sede favorável ao nosso apelo e como nada podemos em nossa
fraqueza, dai-nos sempre o socorro de vossa graça” (oração do dia).
Para que a semente germine, lance ramos e dê bons frutos, ela
precisa do húmus da terra para nutri-la e sustentá-la. Assim tam-
bém nós precisamos ser nutridos e sustentados quer na vida física,
quer na vida espiritual. Deste modo, expressamos ao Pai, na oração
sobre as oferendas: “pelo pão e pelo vinho, alimentais a vida dos
seres humanos, fazei que jamais falte este sustento ao nosso corpo
e à nossa alma.”
Na comunhão, pelas sagradas espécies, somos alimentados
pelo Corpo e Sangue de Cristo. Este rito marca também a unidade

13 Documento de Aparecida (DAp), n. 363.


PÁ PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

da Igreja, por isto, pela voz do sacerdote, dizemos ao Pai, na oração


após a comunhão: “ esta comunhão na Eucaristia prefigura a união
Ç

dos fiéis em vosso amor; fazei que realize também a comunhão na


vossa Igreja.”
Alimentados pelo pão da Palavra e pelo pão da Eucaristia, vol-
tamos à nossa missão, buscando nela viver o que celebramos no
mistério eucarístico.

sugestões: «A

É 1. Colocar próximo ao ambão um arranjo com sementes de


plantas próprias do lugar.
2) Motivar para um momento especial de silêncio, antes ou após
a homilia, relacionando-o ao silêncio da semente que germina sob
a terra.
3. Ensina a Instrução Geral sobre o Missal Romano (IGMR), n.
74: “o canto da preparação das oferendas acompanha a procissão das
oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido
. = A

colocados sobre o altar.” Na celebração de hoje, que o canto cesse


neste momento, a fim de que a assembleia acompanhe as duas belas
orações, com-as quais o sacerdote bendiz a Deus pelos dons: “Ben-
dito sejais Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos da
vossa vontade, fruto da terra e do trabalho do humano, que agora
vos apresentamos, e para nós se vai tornar pão da vida.” E “Bendito
sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vos-
sa bondade, fruto da videira e do trabalho humano, que agora vos
apresentamos, e para nós se vai tornar vinho da salvação.”
4. Lembrar que no dia 19/6, sexta-feira, a Igreja celebra a soleni-
dade do Sagrado Coração de Jesus, sobre a qual assim falou o Papa
BentoXVEL CT. TT
“A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é uma data que une fe-
lizmente a devoção popular com a profundidade teológica. Era tra-
dicional e em alguns países ainda o é a consagração das familias ao
Sagrado Coração, que conservavam uma imagem dele na sua casa.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

As raizes desta devoção aprofundam-se no mistério da Encarnação;


foi precisamente através do Coração de Jesus que se manifestou de
modo sublime o amor de Deus pela humanidade. Por isso, o culto au-
têntico do Sagrado Coração conserva o seu valor e atrai sobretudo as
almas sequiosas da misericórdia de Deus, que nele encontram a fonte
inesgotável da qual sorvem a água da Vida, capaz de irrigar os deser-
tos da alma e fazer florescer a esperança.”

5. Neste dia, 19/06, também, inicia o Ano Sacerdotal, convoca-


do pelo Papa para rezar e refletir sobre o ministério ordenado na
Igreja.
6. Lembrar que no dia 20/6, sábado, fazemos memória do Ima-
culado Coração de Maria.

14 Papa Bento XVI: pronunciamento, em 25 de junho de 2006, por ocasião da solenidade do Sagra-
do Coração de Jesus.
12º DOMINGO DO TEMPO COMUM
21 de junho de 2009

“ELE OS LIBERTOU DAQUELA ANGÚSTIA” (SI 106)

Leituras: Jó 38,1.8-11; Salmo 106(107); 2Coríntios 5,14-17;


Marcos 4,35-41

Situando-nos
Domingo, dia do sol, primeiro dia da semana! Em comunidade, nos
reunimos para louvar e bendizer a Deus, celebrando a Eucaristia,
ação de graças. o
Todos conhecemos a linda canção — O povo de Deus no deserto
andava... na 3º. estrofe cantamos: “O povo de Deus também teve
fome e tu lhe mandaste o Pão lá do céu. O povo de Deus cantando
deu graças, provou teu amor, teu amor que não passa”. A Eucaristia
é Pão para a caminhada, no longo deserto da vida, rumo à Pátria
celeste.
Celebramos hoje o Dia do Migrante. A 17º Assembleia Geral
da CNBB estabeleceu que a Igreja no Brasil, em consonância com a
sociedade civil, celebre esta data no dia 25 de junho ou no domingo
imediatamente anterior.
“É expressão de caridade, também eclesial, o acompanhamen-
to pastoral dos migrantes. Há milhões de pessoas que, por diferen-
tes motivos, estão em constante mobilidade. Na América Latina e
no Caribe, os emigrantes, deslocados e refugiados, sobretudo por
causas econômicas, políticas e de violência, constituem fato novo e
dramático.””

15 DAp,n. 4ll.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

É muito oportuno que, exatamente neste Dia do Migrante, a li-


turgia da Palavra nos conduza a refletir sobre Deus sempre presente
a nosso lado, sempre fiel, mesmo nos momentos da mais extrema
dificuldade, do mais extremo desânimo (desespero). Deus nos ofe-
rece permanentemente a salvação, mas nem sempre sabemos nos
entregar em suas mãos.

Recordando a Palavra
No Evangelho, Marcos conta-nos o episódio da tempestade que cai
sobre o barco no qual Jesus e os apóstolos fazem a travessia do lago
de Tiberíades. Esta é uma narrativa plena de simbolos que falam
muito forte tanto a nosso entendimento quanto a nosso sentimento
de cristãos. Usualmente, ligamos o mar a algo perigoso. Até mesmo
quem está em lazer, à beira mar, sabe que ele oferece riscos, que é
necessário ter muito cuidado com ele. Ao vermos um barco, é ine-
vitável pensar em travessia, viagem, navegar. Nós, cristãos, somos
povo peregrino, navegando pelas águas desta vida com o olhar no
horizonte da eternidade.
Talvez nem todos tenhamos a experiência concreta de termos
vivido uma tempestade, mas todos sabemos a devastação que ela
traz, a luta necessária para dela sair sãos e salvos. Nos dias atuais,
em especial nas cidades, perdemos um pouco a noção da escuridão
noturna, do breu (algo muitíssimo escuro). Em nosso imaginário,
no entanto, permanece a figuração da noite como período perigoso,
em que coisas ruins acontecem. Noite é ausência da luz solar. Noite,
para os cristãos, é ausência da luz divina: de Jesus que é luz para
nossos passos'!*, do Espírito Santo que é 'a divina luz”. Com estes
elementos e alguns outros (vento, ondas, calmaria, margem) Mar-
cos desenha o pano de fundo da mensagem que quer transmitir, re-
sumida nas palavras do próprio Jesus: “ Por que sois tão medrosos?
Ainda não tendes fé?”

16 Cf. Salmo 119 “Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz no meu caminho”.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Na 1º leitura, ouvimos um pequenino texto do livro de Jó. Aqui


também há referência a uma tempestade: “O Senhor respondeu a
Jó, do meio da tempestade.” Como em outras situações referidas
na Bíblia, Deus manifesta-se aos homens em meio à tempestade,
ou seja, ele nos fala nos momentos mais difíceis, dos grandes desa-
fios que nos levam, muitas vezes, a fraquejar na fé e na esperança.
É aí que Deus mostra seu poder e sua fidelidade.
O Salmo 126, com o qual hoje respondemos à Palavra de nos-
so Deus, traz imagens similares às que vimos no Evangelho e na
leitura do Livro de Jó: “sulcam o alto-mar com seus navios”; “nas
grandes águas testemunhamos os prodígios”, “ele ordenou e le-
vantou-se o furacão”; “transformou a tempestade em bonança”;
“alegraram-se ao ver o mar tranquilo”. Ao concluir seu canto, tão
rico em imagens que nos chamam à reflexão, o salmista convida-
nos “Agradeçam ao Senhor por seu amor e por suas maravilhas
entre os homens!”
Na Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo expressa um forte
ensinamento: “Cristo morreu por todos, para que os vivos não vi-
vam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e
ressuscitou ./ Paulo faz um chamamento para que abracemos uma
vida nova em Cristo, pois se “alguém está em Cristo, é uma cria-
tura nova. O mundo velho desapareceu.” Jesus veio anunciar um
mundo novo — o divino reino de amor, paz e justiça — em substi-
tuição ao mundo velho. Somos convidados a sermos, como seus
discípulos missionários, sujeitos desta troca do velho pelo novo.

Atualizando a Palavra

Os apóstolos estão atravessando o lago e são envolvidos pela tem-


pestade. Jó, em meio a intensos sofrimentos (a sua tempestade pes-
soal) ouve a resposta do Senhor Deus. O salmista diz: “e levantou-se
o furacão, arremessando grandes ondas para o alto; aos céus subiam
e desciam aos abismos, seus corações desfaleciam de pavor.”
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

As situações evidenciadas nos textos da Liturgia da Palavra de


hoje nos levam a questionar: quais as tempestades que temos a en-
frentar, como Igreja, como cristãos, nos dias atuais?
A Conferência de Aparecida apontou inúmeros desafios que
se apresentam à Igreja na América Latina e Caribe. Entre eles a
crise social (desequilíbrios, desigualdades, estruturas injustas); a
crise de personalidade (agressões à dignidade humana e à vida);
a crise da convivência humana (violação dos direitos humanos,
violência, corrupção); a crise do modelo sedentário (migrações
em busca de melhores condições de vida).”
Neste domingo, Dia do Migrante, podemos nos deter neste
último desafio enumerado. A “crise do modelo sedentário”, gera-
dora de forte mobilidade humana tanto do campo para a cidade,
como de uma cidade para outra, de um país para outro. Estes
migrantes buscam melhores condições de vida, ora pela falta de
condições de sobrevivência com dignidade, ora por motivos po-
líticos e mesmo étnicos que os forçam a abandonar o local em
que nasceram.
Os migrantes fazem sua travessia do lago de Tiberíades. Po-
demos conservar o mesmo cenário desenhado pelo evangelista
Marcos e apenas substituir os apóstolos que estão no barco pelos
migrantes. Aí teremos uma significativa imagem das migrações
contemporâneas. Jesus está no barco com eles, certamente! No
entanto, nós como Igreja, como discípulos missionários, somos
chamados a participar do projeto de salvação que Cristo nos
trouxe e assim não podemos ficar como expectadores, à mar-
gem, temos que agir. Nem sempre poderemos intervir direta-
mente, entretanto sempre teremos a possibilidade de nos posi-
cionarmos, de divulgarmos nossa visão de Igreja sobre o assunto
e, sobretudo, de intervir através da oração.

17 Cf. GRINGS, Dadeus. A Conferência de Aparecida, Discípulos Missionários. Porto Alegre: Pascom,
2007. '
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Diz-nos o Documento de Aparecida (n. 412): “A Igreja como


Mãe, deve sentir-se como Igreja sem fronteiras, Igreja familiar, aten-
ta ao fenômeno crescente da mobilidade humana em seus diversos
setores. Considera indispensável o desenvolvimento de uma menta-
lidade e espiritualidade a serviço da pastoral dos irmãos em mobili-
dade, estabelecendo estruturas nacionais e diocesanas apropriadas,
que facilitem o encontro do estrangeiro com a Igreja particular de
acolhida.” E mais: “... deverá aprofundar seu esforço pastoral e te-
ológico para promover uma cidadania universal na qual não haja
distinção de pessoas” (n. 414).
Neste contexto, que ressoe em nossos corações, durante a se-
mana iniciada neste domingo, o Salmo 106: “ Dai graças ao Senhor
porque ele é bom, porque eterna é sua misericórdia!”

Ligando a Palavra com a ação eucarística


No início da celebração, pedimos a Deus para termos a graça de
amá-lo por toda a vida e expressamos nossa confiança dizendo:
“nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor” (oração
do dia). Esta breve oração dá o foco do específico a que vamos nos
ater neste dia. Queremos dizer ao Pai que, mesmo em meio à tem-
pestade (vista em seus vários simbolismos), sabemos que ele está
conosco e nos conduz.
Por isto também lhe expressamos nosso desejo de que “possa-
mos receber um dia, resgatados para sempre, a salvação que devo-
tamente estamos celebrando.” Aqui a salvação não mais significa
ser salvo das tempestades, mas ser salvo da grande tempestade do
pecado e chegar à vida eterna.
Rezando sobre as oferendas, o sacerdote, em nome da comu-
nidade, pede ao Pai: “acolhei este sacrifício de reconciliação e lou-
vor” e acresce, ao final do Prefácio, “concedei-nos também a nós
associar-nos a seus louvores”, isto é, aos louvores dos anjos e santos
que já se encontram ao redor do Pai.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Sugestões:

1. Convidar a participarem da procissão de entrada pessoas re-


centemente chegadas à comunidade.
2. Solenizar o rito da paz, através do qual “os fiéis exprimem
entre si a comunhão eclesial e a mútua caridade”"*.
3. Lembrar que no dia 24 de junho, próxima 4º feira, a Igreja
celebra a solenidade da Natividade de São João Batista. João Batista
foi o escolhido para ser o precursor, aquele que anunciou à huma-
nidade a chegada do reino de Cristo. João nos deixou um exemplo
de vida, sintetizado em suas belas palavras, que podem ser adotadas
por todos nós que aderimos a Cristo, como discípulos missionários
“ É necessário que ele cresça e eu diminua.” (Jo 3,30).

18 IGMR,n. 82.
SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E
SÃO PAULO - APÓSTOLOS
28 de junho de 2009

"PROVA! E VEDE QUÃO SUAVE É O SENHOR!” (SI 34/33)

Leituras: Atos 12,1-11; Salmo 33(34); 2Timóteo 4,6-8.17-18;


Mateus 16,13-19

Situando-nos
Celebramos hoje a solenidade de São Pedro e São Paulo. O teste-
munho de vida destes dois Apóstolos constituiu-se em alicerce para
a formação da Igreja, impulsionando-a e sustentando-a na missão.
Discípulos missionários de Jesus, tal como desejamos ser hoje, eles
comunicaram o Evangelho de maneiras diferentes. Isto nos anima
a caminhar em nossa missão pastoral, com nossos dons pessoais e
diversos, buscando em Pedro e Paulo a iluminação para também
testemunharmos e anunciarmos a fé cristã no mundo de hoje.
Esta festa, que une os dois Apóstolos, é celebrada, no Brasil, no
domingo mais próximo do dia 29 de junho.
É também nesta liturgia que a Igreja lembra, com muito cari-
nho, o Papa, pastor e guia de todos os fiéis católicos, que nele po-
dem sentir, bem próxima, a presença dos apóstolos Pedro e Paulo.

Recordando a Palavra
No Evangelho, Jesus dirige-se ao grupo dos discípulos e lhes per-
gunta: “e vós, quem dizeis que eu sou?”
Ao confessar que Jesus é o Messias, Filho de Deus, Pedro recebe
a responsabilidade de confirmar os irmãos na fé: “Feliz és tu, por-
que recebeste uma revelação especial de Deus Pai!”
“Sede Executores da Palavra. e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

/ É significativo observar que Pedro, homem de coração sim-


ples, compreendeu a revelação do Pai. Nem todos os que se julga-
vam sábios viam em Jesus mais do que um homem justo, um pro-
feta como os outros| O grande mérito de Pedro foi ter o espírito
aberto à revelação de Deus./
Mesmo passando pela grande fraqueza de mais tarde negar
Jesus, a experiência de fé que Pedro viveu junto d'Ele, tornou-
o definitivamente firme no apostolado e no testemunho da Boa
Nova do Reino. Por isso foi pastor e guia da Igreja. /
| Como podemos observar na primeira leitura, a Igreja rezava
unida por ele, quando foi preso por Herodes. Também desta vez, o
Senhor demonstrou estar ao seu lado, libertando-o, oportunizan-
do-lhe fazer a experiência do encontro com Ele/ Com o salmista,
Pedro pode testemunhar: “Provai e vede, quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio.”
| Feliz também Paulo que, a partir da experiência do encon-
tro com Jesus, passou de perseguidor dos cristãos ao apostolado,
mantendo-se firme em sua grande missão de evangelizar. À se-
gunda leitura nos traz o testemunho final de Paulo, declaran-
do sua intensa experiência do encontro com Deus que lhe deu
forças e o acompanhou na missão de propagar sua Palavra) No
final desta leitura, temos a grande profissão de fé do Apóstolo
ao Senhor a quem dedicou sua vida: “A Ele glória, pelos séculos
dos séculos! Amém. |

Atualizando a Palavra

Neste dia em que concluímos o Ano Paulino, encorajados pelo Pro-


jeto Nacional de Evangelização “O Brasil na Missão Continental”,
busquemos, no testemunho de Paulo, a iluminação para viver com
determinação “a alegria de ser missionário”. Façamos da resposta
de Pedro, que identifica Jesus como Filho de Deus, a nossa resposta,
hoje, à pergunta de Jesus. |
ENÁ PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

( Nossa decisão não pode, no entanto, ser mero discurso, pois


assumir a resposta de Pedro significa ultrapassar nossa visão de
um Jesus humano, de um homem especial que viveu e anunciou
o amor.
Viver de perto o encontro com Jesus — experimentá-lo, prová-
lo — é ter a certeza de sua presença ao nosso lado nos acontecimen-
tos do nosso cotidiano, em nossas famílias, em nossa comunidade,
em nosso trabalho. É desta forma que nos libertamos das correntes
com que o mundo tenta nos aprisionar — “as correntes caíram-lhes
das mãos”.
Com Pedro testemunhamos que Jesus é o Filho de Deus. Com
Paulo somos convocados a anunciar esta verdade ao mundo, sendo
discípulos missionários do Mestre. |
No discipulado e na missão varmós enfrentar dificuldades e barrei-
ras, nos diversos espaços de nossas vidas. Busquemos no testemunho
de Paulo, exemplo e coragem para a caminhada. Por vezes, talvez até
seja necessário refazer nosso “caminho a Damasco” e experimentar,
a fundo, novamente, nosso primeiro encontro com Jesus.
Somos nós, agora, que temos a missão de continuar o anúncio
do Evangelho, como apóstolos, discípulos missionários de Jesus.
Para isso, é necessário nos deixar transformar verdadeiramente
por Ele, como Paulo, e reconhecê-lo como nosso Deus, deixando
que ocupe lugar central em nossas vidas, em nosso tempo, em nos-
sos objetivos, como Pedro. /

Ligando a Palavra com a ação eucarística


Diz-nos o Documento de Aparecida que “A Eucaristia é o lugar
privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo””. Por isso
é na partilha do Pão eucarístico que buscamos a força necessária
para testemunhar Jesus ao mundo, como discípulos missionários, a
exemplo de Pedro e Paulo.

19 DAp, n. 251.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)

Na Instrução Geraldo do Missal Romano (n. 67) lemos: “O sím-


bolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido
a responder à Palavra de Deus anunciada na sagrada Escritura e ex-
plicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através
de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os
grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaris-
tia”. Hoje e sempre, somos convidados a fazer bem esta profissão de
fé, evitando fazê-la de forma mecânica, sem pensar no sentido do
que estamos dizendo. Como Igreja, tenhamos na Palavra de Deus
e na doutrina dos Apóstolos o critério seguro a orientar a missão,
para a qual somos enviados.
Peçamos ao Senhor que através da nossa celebração sejamos for-
talecidos em nosso discipulado: “Concedei-nos, ó Deus, por esta Eu-
caristia, viver de tal modo na vossa Igreja que, perseverando na fra-
ção do pão e na doutrina dos apóstolos, e enraizados no vosso amor,
sejamos um só coração e uma só alma.” (oração após a comunhão).

Sugestões:

1. Cantar o “Creio” (profissão de fé).


X2. Acor litúrgica é o vermelho, lembrando o sangue derramado
pelo martírio de Pedro e Paulo.
4 3. Antes da proclamação das leituras, poderia-se fazer uma bre-
ve recordação da vida de Pedro e Paulo, para depois, na homilia,
fazer uma ligação entre a Páscoa deles, a Páscoa de Jesus e a nossa
Páscoa hoje.
s» 4. Nas Preces dos Fiéis, lembrar de modo especial o Papa, sinal
de unidade e pastor da comunhão universal da Igreja.
«| 5. A oferta deste dia (coleta) é chamada de “óbolo de S. Pedro”. Esta
coleta é destinada às necessidades do mundo que a Igreja atende fazen-
do-se solidária, sobretudo nas grandes calamidades e catástrofes.
6. No Missal Romanos temos uma bênção final, própria para
esta solenidade.
7. Lembrar que no dia 3 de julho, a Igreja celebra a festa de São
Tomé, apóstolo.
Cio PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Hino? - Solenidade de São Pedro e São Paulo 1

A paixão dos apóstolos


este dia sagrou,
o triunfo de Pedro
para nós revelou,
e a coroa de Paulo
até os céus exaltou.

A vitória da morte
os uniu, como irmãos
consagrados no sangue,
verdadeira oblação;
pela fé coroados,
ao Senhor louvarão.
Pedro foi o primeiro
Por Jesus consagrado;
Paulo , arauto por graça,
Vaso eleito chamado,
Pela fé se igualava
ao que tem o Primado.
Com os pés para o alto
foi Simão levantado
sobre a cruz do martírio,
como o Mestre, elevado,
recordando a Palavra
que ele tinha falado.
Em tão nobre triunfo,
Roma foi elevada
ao mais alto dos cumes,
em tal sangue fundada;

20 Ofício Divino, Laudes, 29 de junho.


“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

por tão nobres profetas


a Jesus consagrada.
Para cá vem o mundo,
e se encontram os crentes,
feita centro dos povos,
como sede escolhida
pelo Mestre das gentes.
Redentor, vos pedimos
que possamos também
conviver com tais santos,
junto a vós, Sumo Bem,
e cantar vossa glória
pelos séculos. Amém.
14º DOMINGO DO TEMPO COMUM
05 de julho de 2009

"SABERÃO QUE HÁ UM PROFETA ENTRE ELES" (EZ 2.5)

Leituras: Ezequiel 2,2-5; Salmo 122(123); 2Coríntios 12,7-10;


Marcos 6,1-6

Situando-nos
Domingo, dia do Senhor! A comunidade reúne-se para ouvir a Pala-
vra, repartir o Pão eucarístico.
Ao celebrar a Eucaristia viemos oferecer a Deus os frutos da
semana e nos reabastecer para seguir na missão, pois a liturgia é “o
cume para onde converge toda a ação da Igreja e a fonte de onde
brota toda a sua força”*!.
Hoje, neste 14º domingo do Tempo Comum, a Palavra proclama-
da refere-se à vocação, ao chamado recebido pelos profetas, pelos após-
tolos, pelos discípulos, por todos nós, filhos e filhas amados do Pai.
Lembremos que a “formação permanente e integral possibilita-
rá aos leigos a descoberta de sua própria vocação e os motivará para
assumirem sua missão"?, Que esta celebração, como rezamos na
oração sobre as oferendas, “nos leve, cada vez mais, a viver a vida”
do reino de Deus, a vida plena trazida por Jesus Cristo.

Recordando a Palavra
No Evangelho deste domingo, encontramos Jesus em sua terra,
acompanhado pelos discípulos. Cumprindo o costume de seu

21 SC,n.10.
22 DGAE, n. 96.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

povo, ele vai à sinagoga e começa a ensinar. Suas palavras causam


perplexidade aos ouvintes, porque eles o veem como um simples
homem, um carpinteiro, irmão (parente ou familiar, conforme
a terminologia judaica) de pessoas que eles conheciam e com as
quais conviviam.
Jesus percebe isto e lhes diz que “ um profeta só é desprezado
em sua terra”. Com esta frase, ele não apenas se contrapõe ao es-
tranhamento dos que o escutavam, mas, o mais importante, Jesus
apresenta-se como profeta. De certa forma, explicita sua missão,
podemos dizer sua “vocação”, pois ele foi “chamado” pelo Pai para
vir ao meio de nós, trazer-nos a salvação, oferecer-nos a vida em
plenitude.
Na primeira leitura o próprio Ezequiel conta como foi chama-
do por Deus e as consequências de sua adesão. Importante subli-
nhar a primeira frase desta narrativa “ o Espírito entrou em mim e
fez-me levantar”, só depois disto ele ouviu alguém que lhe falava.
Portanto, é o Espírito que ilumina e orienta — “o Espírito entrou
em mim e fez-me levantar”. O ato de “alguém” falar a Ezequiel, de
chamá-lo mostra-nos que a vocação vem de Deus. Ninguém chama
a si mesmo, Deus é quem escolhe, convida e, obtida a resposta posi-
tiva, envia: “Eu te envio aos filhos de Israel”.
Na segunda leitura, Paulo relata aos Coríntios algumas das di-
ficuldades com que se deparou ao optar pelo seguimento de Jesus.
Ele, no entanto, não se detém na referência aos momentos dificeis,
mas nos mostra como os compreendeu — “para que a grandeza das
revelações não me ensoberbeça” — e como os aceitou — “de boa von-
tade me gloriarei de minhas fraquezas”.
E completa: “para que habite em mim o poder de Cristo”. Aqui
Paulo aproxima-se de João Batista, quando este disse “É necessário
que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
Neste contexto de chamado, de ser vocacionado, entoamos um
salmo de súplica, clamamos a nosso Deus e lhe pedimos “Senhor,
tende piedade de nós”, “Senhor, se compadeça de nós”.
43 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Atualizando a Palavra
Deus manifesta-se na fraqueza e na fragilidade do ser humano. Seu
chamado nos chega no comum de nosso dia-a-dia. Neste início de
século, nos acostumamos aos megaeventos, aos grandes espetácu-
los com muitos efeitos especiais. O chamado divino, no entanto,
nos chega sem alarde, sem propaganda, sem luzes nem fogos de ar-
tifícios. Ao darmos nossa resposta positiva, somos enviados a uma
missão que exige humildade, confiança em Deus e muita oração.
Ela requer que vejamos o mundo com os olhos do Pai.
Nossa vocação primeira é “à santidade, favorecendo e encora-
jando uma unidade íntima entre a vida prática e a própria fé”*. Isto
não é, porém, motivo para nos engrandecer, para nos deixar tomar
pela soberba.
É importante mantermos a consciência que permanecemos fra-
cos, frágeis, que nossa força vem de Deus — “o Espírito entrou em
mim e fez-me levantar”, Sabemos que é a graça de Deus que age em
nós — “basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que se manifesta
todo o meu poder”,
Evitemos reduzir a vocação a um momento único, finito. Na
realidade, ela é um processo e constantemente somos instados a
renovar nossa adesão, a manifestar nossa fidelidade.
Torna-se oportuno referir o que está no número 53 das Dire-
trizes Gerais da CNBB e que pode também ser aplicado à voca-
ção: “Quando a proclamação do Evangelho atinge o coração da
pessoa, exigindo dela uma resposta de fé, descreve-se melhor o
caminho percorrido pelo sujeito de fé. As etapas desta caminha-
da, descritas pelo Documento de Aparecida, são: encontro vivo
com Jesus, conversão, discipulado, comunhão e missão. (...) A
conversão nasce do anúncio e por ele se sustenta; por sua vez o
discipulado, fiel ao chamado amoroso e íntimo do Mestre, deve
traduzir-se sempre em serviço, humanizador e libertador, à vida:

23 DGÃAE,n. 159.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

a comunhão deve traduzir-se em testemunho de comunhão ao


interno da comunidade cristã; bem como em diálogo dos que bus-
cam o Reino de coração sincero.”
Como Ezequiel, como Paulo, “não temos outra felicidade nem
outra prioridade senão sermos instrumentos do Espírito de Deus
na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado,
adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as
dificuldades e resistências” (DAp, n. 14).

Ligando a Palavra com a ação litúrgica

A Liturgia da Palavra leva-nos a considerar nossa aceitação ao cha-


mado do Pai para sermos discípulos missionários de Jesus Cristo
e como tal anunciar, pelo testemunho de nossa vida, seu reino de
amor, justiça, paz. Assim, ao iniciarmos a liturgia eucarística, ora-
mos: “possamos, ó Deus, ser purificados pela oferenda que vos con-
sagramos; que ela nos leve cada vez mais a viver a vida do vosso
reino.”
No Prefácio da Oração Eucarística para Diversas Circunstân-
cias III (Jesus, Caminho para o Pai), pela voz do sacerdote, agora
voz do povo reunido em assembleia orante, expressamos ao Pai:
“vós nos destes o vosso Filho como mediador. Ele nos dirigiu a vos-
sa palavra, convidando-nos a seguir seus passos. Ele é o caminho
que conduz para vós, a verdade que nos liberta e a vida que nos en-
che de alegria”. Por isto unidos à Igreja celeste cantamos: “Bendito
o que vem em nome do Senhor”.
Alimentados pela Palavra e pelo Pão da Vida, antes de nos dis-
persarmos, elevamos ainda um pedido a Deus “que enriquecidos
por tão grande dádiva, possamos colher os frutos da salvação sem
jamais cessar vosso louvor” (Oração após a comunhão).
Que iluminados pelo Espírito Santo, possamos, em nossa fra-
queza e fragilidade, ser instrumentos nas mãos do Pai para a cons-
trução de uma nova sociedade fundada nos valores evangélicos.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Sugestões:

1. Todo batizado é um anunciador do Pai, e, a seu modo, pro-


feta. Na celebração litúrgica, alguns são chamados a colocar-se a
serviço da Igreja e da comunidade reunida, como proclamadores
da Palavra divina. Deus serve-se da voz de leitores e salmistas para
falar à assembleia. Quem exerce este ministério é sinal vivo da Pa-
lavra. Cuidemos sempre para que leitores e salmistas sejam pessoas
com um mínimo de formação bíblica e litúrgica e que, efetivamen-
te, vivam a fé que proclamam.
2. Valorizar o uso da veste litúrgica por leitores e salmistas, pois
ela torna visível o serviço de quem proclama a Palavra, ela pontua
a função ministerial, isto é, o colocar-se a serviço de Deus e da as-
sembleia orante.
3. Lembrar que dia 09 de julho, a Igreja no Brasil faz memória
de Santa Maria Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Ela foi be-
atificada pelo Papa João Paulo II, em 1991, quando ele visitou ofi-
cialmente o Brasil. Depois o mesmo pontífice a canonizou em 2002.
Assim, Madre Paulina tornou-se a primeira Santa do Brasil.
4. Fazer uma prece especial pela realização do MUTIRÃO DE
COMUNICAÇÃO DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, que se
realizará em Porto Alegre, RS, nos dias 12 a 17 de julho. O tema será:
processos de comunicação e cultura solidária (ww w.muticom.org)
15º DOMINGO DO TEMPO COMUM
12 de julho de 2009

“ELE NOS ESCOLHEU" (EF 1,4)

Leituras: Amós 7,12-15; Salmo 84 (85); Efésios 1,3-14 ou abreviada


Ef 1,3-10; Marcos 6,7-13

Situando-nos
“A celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no
coração da vida da Igreja. O domingo, dia em que por tradição
apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda
a Igreja como dia de festa de preceito por excelência.”
Neste 15º domingo do Tempo Comum, retomamos a reflexão
sobre o chamado vocacional, iniciada no domingo passado. Pela Pa-
lavra proclamada e acolhida, nos confrontamos com nossa vocação
pessoal e, nela reafirmados, celebramos a liturgia eucarística na qual,
através de Jesus Cristo, no Espírito Santo, ofertamos nossa vida a
Deus Pai, e da qual obtemos vigor para nossa ação missionária.

Recordando a Palavra
O início do Evangelho narra o envio dos doze apóstolos: “começou
a enviá-los dois a dois”. Esta frase pode ser vista sob dupla aborda-
gem. Ela refere-se ao costume judaico de não viajar sozinho, de ter
sempre um companheiro ao lado para mutuamente se apoiarem,
se ajudarem quando necessário. Ela simboliza tambéma dimensão
comunitária da Igreja e, por consequência, damissão.
ça

24 Catecismo da Igreja Católica, n. 2177.


PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - 2009

Ao enviá-los, Jesus lhes dá “poder sobre os espíritos impuros”,


isto é, o poder de denunciar tudo o que nos impede de sermos san-
tos, tudo o que escraviza o ser humano e o afasta de Deus. A seguir,
são apresentadas as recomendações do Mestre aos discípulos. Elas
podem ser sintetizadas como a recomendação de exercer a missão
com gratuidade, com desapego 'às coisas que passam”; com inteiro
despojamento de si mesmo.
Forte é a frase: “se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá,
sacudi o pó dos vossos pés”. Ela é uma exortação ao afastamento da-
quilo que é impuro, isto é, à renúncia ao que impede a santidade; ela
é também exortação a colocar-se plenamente a serviço de Deus.
Ao final da narrativa, temos uma alusão à unção dos enfermos:
“ungiram com óleo muitos doentes”. O sacramento da Unção dos
Enfermos será posteriormente promulgado pelo apóstolo Tiago:
“Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da
Igreja, para que orem sobre ele ungindo-o com óleo no nome do
Senhor"(Tg 5,14).
Sublinhemos ainda que Jesus enviou os doze, ou seja, simbolicamen-
te enviou todo o povo de Deus para anunciar a Boa Nova do Reino.
Na leitura do Antigo Testamento, encontramos o profeta Amós
em confronto com Amasias. Este praticamente expulsa Amós do
templo onde ele estava dando a conhecer suas profecias. De certa
forma, esta situação mostra a oposição entre as coisas do céu (o que

à época, era uma espécie de santuário oficial, onde o culto era finan-
ciado pelo próprio rei, portanto contaminado pelo “poder terreno.
Vemos aí a oposição entre o Reino de Deus e o reino dos homens.
Talvez a frase mais significativa deste pequeno texto seja a resposta
da Amós a Amasias: “Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era
pastor de gado (...) foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho”.
Como nas vocações enfocadas na Liturgia da Palavra do domingo
passado, aqui se repete e se reforça a convicção que ninguém se
constitui profeta por si mesmo: é Deus quem escolhe, é Deus quem
chama, é Deus quem envia.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)

Na carta de Paulo aos Efésios temos oportunidade de ouvir um


belíssimo hino. Sobre este hino, diz-nos o Papa Bento XVI:
“Cada semana, a Liturgia das Vésperas apresenta à oração da Igre-
ja o solene hino de abertura da Carta aos Efésios... Pertence ao gênero
das 'berakot”, ou seja, as bênçãos”, que já aparecem no Antigo Testa-
mento e que terão uma ulterior difusão na tradição judaica. Trata-se,
portanto, de uma constante cadeia de louvor elevada a Deus, que, na
fé cristã, é celebrado como “Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo'”?
Há muitos elementos a serem destacados neste texto. Vejamos
alguns:

“Ele nos predestinou a sermos seus filhos”: é admirável o infl-


nito e incondicional amor do Pai por nós. Ele não nos faz ser-
vos, mas filhos; pela filiação adotiva, nos assemelha a Cristo
seu único Filho; pelo sangue deste Filho obtivemos também a
redenção, a remissão dos pecados, ou seja, fomos resgatados,
recuperados da ruptura com o Pai; deu-nos a conhecer o mis-
tério de sua vontade, permitiu-nos participar de seu projeto de
salvação, de vida plena; destinou-nos a sermos santos, a nos co-
locarmos totalmente a seu serviço, a nos consagrarmos à sua
perene glorificação; ao darmos nossa resposta de fé ao Pai, so-
mos marcados pelo Espírito Santo, penhor (garantia, certeza)
de nossa salvação, da participação na vida eterna.

Ao celebrarmos uma tão densa Liturgia da Palavra, brota de


nossos lábios, através do salmo 84, um canto de confiança e certeza:
“a fidelidade vai germinar da terra e a justiça descerá do céu”.

Atualizando a Palavra
No Evangelho proclamado, vemos Jesus que envia os apóstolos,
dois a dois, e lhes confere o poder sobre 'os espíritos impuros”. Eles

25 Papa Bento XVI: Audiência geral de 23-11-2005.


49 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

partiram, pregaram o arrependimento, ungiram e curaram doen-


tes e expulsaram muitos demônios.
Como, na atualidade, mostram-se os “espíritos impuros"? Quais
os 'demônios” atuais que nos afastam de Deus e de seu plano salvífi-
co e, por conseguinte, também do convívio fraterno com nossos se-
melhantes? Tudo aquilo que escraviza, que afasta de uma vida digna
e amorosa representa 'espíritos imundos'. Podemos fazer uma abor-
dagem tanto das estruturas sociais que provocam este afastamento,
quanto dos falsos valores que distanciam dos verdadeiros valores
enunciados e anunciados na pregação de Jesus Cristo.
As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil expli-
citam: “A fecundidade da comunhão que vem de Deus nos impul-
siona para a vida em comunidade e para a transformação da socie-
dade. Esta vocação deve se concretizar tanto na firme e constante
busca da vida comunitária, quanto no empenho por incessantemen-
te trabalhar pela superação de todas as formas de individualismo e
exclusão. A fraternidade cristã é aberta e quer acolher todos os seres
humanos, sem fazer discriminação. Aponta para a fraternidade uni-
versal como vocação de toda a humanidade e meta a ser perseveran-
te e constantemente buscada”?.
7” Curar doentes, hoje, não se restringe a seres humanos portado-
res de algum mal físico. Doente está também a sociedade, quando
segue caminhos que “traçam uma cultura sem Deus e sem seus
mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do
poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma
cultura contra o ser humano”?
” Poristo, Deus nos chama e nos diz “Vai profetizar”, vai anun-
ciar, com palavras e atitudes, “caminhos de vida verdadeira e plena
para todos, caminhos de vida eterna, aqueles abertos pela fé que
conduzem à 'plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com esta vida
divina também se desenvolve em plenitude a existência humana,
No

26 DGAE,n. 51.
27 DAp,n. 13.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural. Essa é a vida


que Deus nos partilha por seu amor gratuito, porque “é o amor que
dá a vida”.
Deus age no mundo através daqueles que aderiram ao chama-
do de Jesus Cristo, que optaram por “conviver, participar de sua
vida, unir-se à sua Pessoa”?.
Neste tempo de graça da Missão Continental”, a partir do en-
contro pessoal com Jesus Cristo e por ele enviados, na autenticidade
do discipulado, busquemos “promover a pessoa (amor e liberdade),
renovar a comunidade (unidade e diversidade) e construir a socie-
dade (justiça e Vida)”.

Ligando a Palavra com a ação eucarística


A mesa da Palavra conduz a assembleia orante à mesa da eucaristia.
Jesus mesmo recomendou o afastamento dos espíritos impuros”, a
fim de atendermos nossa vocação à santidade. Por isto, na oração
sobre as oferendas, pedimos ao Pai que as acolha e que faça “crescer
em santidade os fiéis que participam” do sacrifício celebrado.
Este pedido completa a súplica inicial, contida na oração do dia:
“Pai, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao
cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome”.
Quando o sacerdote, em nome da assembleia, diz em alta voz
estas orações, ressoa em nós o que cantamos no Salmo 84: “Mostrai-
nos, Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!”
Assim nutridos pela Palavra e pelo Corpo e Sangue, somos con-
duzidos à mesa da caridade, ao encontro com nosso próximo. Para

28 DAp,n. 13.

29 DGAE,n. 57.

30 “No caminho aberto pela Conferência de Aparecida, foi elaborado o novo Projeto Nacional de
Evangelização (...) intitulado “O Brasil na Missão Continental”, o novo projeto tem como lema
'A alegria de ser discípulo missionário” - Documentos da CNBB - 88.
31 Projeto Nacional de Evangelização “O Brasil na Missão Continental” - Documentos da CNBB
-88.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

isto recebemos a bênção e somos enviados: “Ide profetizar”. Neste


encontro celebrativo, o Senhor nos fortalece e nos ajuda a recuperar
a alegria e o entusiasmo de nossa consagração a serviço do Reino.

Sugestões:

1. Neste domingo, pedimos a Deus que nos ajude a rejeitar o


que nos afasta d'Ele e nos faça crescer em santidade. Por isto, procu-
remos dar especial destaque ao ato penitencial, através da aspersão,
conforme diz a Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 51: “aos
domingos, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer,
por vezes, a bênção e aspersão da água.”
2. No início da celebração e nas preces, lembrar a realização do
12º, Encontro Intereclesial das CEB's que se realizará, nos dias 21 a
25 de julho, em Porto Velho, RO. O tema deste grande evento da
Igreja no Brasil é: "CEBs: Ecologia e Missão" e o lema: "Do Ventre
da Terra, o grito que vem da Amazônia",
3. Lembrar que dia 14 de julho, 3º feira, a Igreja faz memória de
São Camilo de Lélis. Ele é protetor dos enfermos e dos hospitais.
Fundou o ministério chamado 'ministros dos enfermos! Era muito
admirado pelo modo como tratava os doentes, pois neles via o pró-
prio Cristo.
4. Lembrar que dia 16 de julho, 5º feira, é a festa de Nossa Se-
nhora do Carmo. Esta festa tem íntima relação com a Ordem Car-
melitana, ordem estabelecida no século XII no Monte Carmelo, na
Palestina. O Escapulário de N.Sra. do Carmo tem aceitação univer-
sal entre o povo católico. Ele é um sinal externo de devoção maria-
na. O escapulário do Carmo é um sacramental, quer dizer, segundo
o Concílio Vaticano II, "um sinal sagrado segundo o modelo dos
sacramentos, por meio do qual se significam efeitos, principalmen-
te espirituais, obtidos pela intercessão da Igreja"*.

32 SC,n. 60.
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM
19 de julho de 2009

“ERAM COMO OVELHAS SEM PASTOR" (MC 6,34)

Leituras: Jeremias 23,1-6; Salmo 22(23); Efésios 2,13-18;


Marcos 6,30-34

Situando-nos
“Instituído para amparo da vida cristã, o domingo adquire natural-
mente também um valor de testemunho e anúncio. Dia de oração,
de comunhão, de alegria, ele repercute-se sobre a sociedade, irra-
diando sobre ela energias de vida e motivos de esperança.”
Nós, povo de Deus, conscientes dos frutos que emanam da ce-
lebração comunitária da Páscoa semanal, nos reunimos, neste 16º
domingo do Tempo Comum, para participar da mesa da Palavra e
da mesa da Eucaristia.
Hoje, a Palavra escutada nos chama à esperança, à prática da
justiça, à vivência da paz positiva. Imbuídos de tais valores, partici-
pando do Corpo e Sangue de Cristo e reunidos pelo Espírito Santo,
nos constituímos, na celebração da Missa e na vida de fé, em um só
corpo e um só espírito.

Recordando a Palavra
No Evangelho de Marcos que centraliza a Liturgia da Palavra de
hoje, os Apóstolos que haviam sido enviados dois a dois, como vi-
mos no domingo passado, retornam para junto de Jesus e com ele

33 João Paulo Il: Carta Apostólica Dies Domini, em 31 de maio de 1998.


Jo) PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - 2009

dialogam, sobre como tinham agido e como tinham ensinado. Jesus


os convida para se retirarem do tumulto e irem a um lugar isolado,
a fim de descansarem.
No entanto, a multidão os aguardou do outro lado do lago de
Tiberiíades. Ao ver todo aquele povo, Jesus teve compaixão daquelas
pessoas porque elas “eram como ovelhas sem pastor”, isto é, esta-
vam sem rumo, perdidas, sem alguém que lhes mostrasse o cami-
nho até a “casa do Senhor”.
“Neste evangelho proclamado, encontramos elementos funda-
mentais a considerar para a nossa vivência cristã. O retorno dos
apóstolos a Jesus para dialogar sobre a missão mostra-nos a impor-
tância da oração constante.
Enviados por Jesus, partimos para a ação. Mas ao mestre sem-
pre devemos retornar, através da reflexão e da conversa íntima com
ele.|“Vinde comigo a um lugar isolado e descansai” — esta frase in-
dica a necessidade do descanso, da parada, do afastamento momen-
tâneo para o reabastecimento espiritual e também físico. Vendo a
multidão como pessoas que se assemelhavam a “ovelhas sem pas-
tor”, Jesus teve duas reações: compadeceu-se (ficou pesaroso pelo
sofrimento daquelas pessoas) e começou a ensinar-lhes (mostrando
o projeto do Pai, que estava revelando ao mundo). Sé
| Aqui vemos cumprido o que Deus anunciou pela boca do pro-
feta: “suscitarei para elas novos pastores que as apascentem”. Cristo
é o grande pastor, ele se contrapõe aqueles referidos por Jeremias,
no início desta leitura, os que “perdem e dispersam as ovelhas” A
estes Deus dirige-se com palavras muito duras: “irei verificar isto
entre vós e castigar a malícia de vossas ações. No entanto, às suas
ovelhas o Pai, em sua infinita bondade, promete que elas voltarão
a seus campos e, guiadas por autênticos pastores, não mais sofrerão
medo e angústia.
» Em resposta à Palavra de nosso Deus, com convicção nos aban-
donamos confiantes em suas mãos, cantando com o salmista “O
Senhor é o pastor que me conduz: felicidade e todo o bem hão de
seguir-me”. Este salmo expressa a mais plena e confiante entrega
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

aos desígnios de Deus, quer nas alegrias — prados e campinas ver-


dejantes —, quer nas tristezas e dificuldades — vale tenebroso —, pois
o amor e a fidelidade de Deus são o bastão e o cajado que nos dão a
segurança e a certeza de que um dia habitaremos a casa do Pai por
tempos infinitos.
Paulo, na carta aos Efésios, faz uma síntese sobre nosso Bom
Pastor, referindo sua ação no mundo: fez unidade; destruiu o muro
da separação — e o que visava alcançar através desta ação: quis criar
em si um só homem novo; estabelecer a paz; reconciliar com Deus.
Graças ao sacrifício de Cristo na cruz, somos reunidos em um só
Espírito, temos acesso junto ao Pai.

Atualizando a Palavra
Em 1992, o papa João Paulo II, dirigiu ao episcopado, ao clero e aos
fiéis uma exortação apostólica que começa exatamente com uma
das ideias-chave do texto de Jeremias que hoje ouvimos.
“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15). “Com
as palavras do profeta, Deus promete a seu povo que jamais o dei-
xará privado de pastores que o reúna e guie: “Eu estabelecerei para
elas (as minhas ovelhas) pastores, que as apascentarão, de sorte que
não mais deverão temer ou amedrontar-se” (Jr 23,4).
A Igreja, povo de Deus, experimenta continuamente a realiza-
ção deste anúncio profético e, na alegria, continua a dar graças ao
Senhor. Ela sabe que o próprio Jesus Cristo é o cumprimento vivo,
supremo e definitivo, da palavra de Deus: “Eu sou o Bom Pastor”(Jo
10,117!
Cristo deixou pastores instituídos para continuarem a guiar
seu povo, quer por prados e campinas verdejantes, quer por vales
tenebrosos. Eles são essenciais à vida da Igreja, por isto temos sem-
Ed

34 Exortação Apostólica pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis de sua santidade João Paulo Il ao episco-
pado, clero e aos fiéis sobre a formação dos sacerdotes nas circunstâncias atuais. Roma, 25 de
março de 1992.
55 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

pre que pedir ao Senhor que suscite pastores que apascentem suas
ovelhas.
- Neste início de século, vislumbramos muitos prados e campi-
nas verdejantes nos quais floresce o reino de Deus. Entre outros
elementos, o Documento de Aparecida” destaca: a grande estima
do povo pelos sacerdotes (nossos pastores); a renovação litúrgica
que acentuou a dimensão celebrativa da fé cristã centrada no mis-
tério pascal de Cristo; os esforços de renovação pastoral nas paró-
quias; a valiosa obra evangelizadora desenvolvida por missionários
e missionárias.
De igual modo, vislumbramos vales tenebrosos, que se cons-
tituem como obstáculos para o crescimento do reino de Deus. O
Documento de Aparecida? ressalta, entre outros: o número insufi-
ciente de sacerdotes (nossos pastores); numerosas pessoas que per-
dem o sentido transcendente de suas vidas e abandonam as práticas
religiosas; o afastamento de alguns católicos do Evangelho que re-
quer um estilo de vida simples, austero e solidário.
Neste contexto, somos todos chamados a ser discípulos mis-
sionários de Jesus Cristo e, em um constante movimento de ida e
vinda, partir para atuar e retornar para com Ele dialogar, “num lu-
gar deserto (tranquilo) “, que propicie o cultivo da espiritualidade.
O progresso em nossa vida espiritual conduz sempre mais à união
íntima com Cristo, cujo coroamento, no dizer de S. Tomás de Aqui-
no, encontra-se na Eucaristia.

Ligando a Palavra com a ação eucarística


Desde o início da celebração nos colocamos confiantes nas mãos do
Pai, ao pedirmos: “multiplicai em nós os dons da vossa graça, para
que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente vos-
sos mandamentos” (oração do dia).

35 DAp,n. 99.
36 DAp, n. 100.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)

Fazendo eco ao que ouvimos na carta de Paulo sobre a unidade,


o sacerdote, em nome da assembleia orante, suplica “que partici-
pando do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito
Santo num só corpo. Ao que todos enfatizam: “Fazei de nós um só
corpo e um só espírito”. (Oração Eucarística IJ).
Ainda ecoando a carta de Paulo, ao final da celebração dirigimos
ao Pai um último pedido: “permanecei junto ao povo que iniciastes
nos sacramentos do vosso reino, para que, despojando-nos do velho
homem, passemos a uma vida nova” (oração após a comunhão).
Ao vermos como Jesus compadeceu-se da multidão, com maior
veemência dizemos: “tende piedade de todos nós” (Oração Euca-
rística II); “Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo tende
piedade de nós, dai-nos a paz.”
Façamos o propósito de, nesta semana, atendermos o convite
do Bom Pastor: “vinde sozinhos para um lugar deserto e descan-
sai”. Sem descuidar de nossos compromissos e obrigações, procure-
mos conceder a nós mesmos o tempo necessário para o diálogo com
Jesus, para contar-lhe o que temos feito e ensinado.
Levemos em nossos corações o que cantamos no salmo 22: “es-
tais comigo com o bastão e o cajado, eles me dão a segurança.”

Sugestões:

NW 1. Colocar em destaque, no espaço celebrativo, um ícone do


Bom Pastor.
2. Valorizar bem os momentos de silêncio e oração pessoal du-
rante a celebração.
3. Na celebração de hoje, referimos dois importantes elementos
que se entrecruzam: a unidade da Igreja e os sacerdotes, pastores do
povo de Deus. Diz o Catecismo da Igreja Católica, 815: “a unidade
da Igreja peregrinante é também assegurada por vínculos visíveis de
comunhão” e cita entre eles “a sucessão apostólica, por meio do Sa-
cramento da Ordem, que mantém a concórdia fraterna da família de
Deus.” É oportuno, pois, na Oração dos Fiéis desta celebração, formu-
lar preces tanto pelos sacerdotes quanto pela unidade da Igreja.
57 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

4. Lembrar que no dia 25, sábado, a Igreja celebra a festa de São


Tiago (Maior) Apóstolo. Ele era irmão do apóstolo João e esteve
presente nos principais milagres realizados por Jesus e também na
Transfiguração. É venerado com grande devoção em Compostela,
Espanha, onde há uma basílica dedicada a seu nome, que atrai a
cada ano milhares e milhares de peregrinos.
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
26 de julho de 2009

“SACIAI OS VOSSOS FILHOS, O SENHOR!" (SL I45-144)

Leituras: 2Reis 4,42-44; Salmol44(145); Efésios 4,1-6; João 6,1-15.

Situando-nos

Neste 17º Domingo do Tempo Comum do Ano B, inicia-se uma


série de domingos, nos quais vamos ouvir o evangelista João nar-
rando o discurso de Jesus sobre o “pão da vida”.
Hoje ele narra a multiplicação dos pães, quando Jesus, sentindo
a necessidade do povo, alimenta a multidão com a palavra e com o
pão partilhado. Bênção de Deus, o pão multiplica-se como dom do
Pai, que de graça recebemos e de graça deve ser oferecido, por isso
sacia a fome de todos e dele nada pode ser perdido.
Acolhemos com carinho todas as pessoas, mas hoje, especial-
+mente a presença dos avós em nossa celebração.

Recordando a Palavra
Jesus passa para a outra margem do lago, seguido pela multidão que,
tendo visto seus sinais, buscava-o, esperando o conforto, a cura, O
alimento às suas necessidades. Olhando para eles, Jesus percebeu
que precisavam ser alimentados. Mesmo sabendo o que iria fazer,
o Mestre remete aos discípulos a necessidade do povo. Eles, porém,
não conseguem ver como poderiam alimentar a tantos; pensam,
com lógica humana, que não teriam dinheiro para tal.
» O menino que traz cinco pães e dois peixes simboliza o milagre
que pode acontecer quando o egoismo dá lugar à solidariedade, ao
s)º PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - 2009

pensar no “nós” e não no 'eu”, Não é a quantidade de pães e peixes


que importa e sim o gesto da oferta/Trazido pelo próprio povo, re-
presentado no menino, os dons são elevados a Deus, por Jesus, que
ao Pai dá graças, e potencializados pelo gesto da partilha, alimen-
tam a todos, multiplicam-se pelo amor, pela doação. sé
1) Os doze cestos com as sobras são recolhidos, a pedido de Jesus, para
que nada se perca. Os dons não podem ser perdidos. Tudo que recebe-
mos e, em comunidade, partilhamos é valioso e deve ser preservado.
“4 No sinal realizado por Jesus, alimentando a multidão, além de
sua preocupação clara com a necessidade do povo, é perceptível
também seu desejo em precisar dos apóstolos, em responsabilizá-
los pelas necessidades uns dos outros. Ele os compromete à solida-
riedade. Se cada um partilhar seus dons, colocando-os a serviço do
bem comum, acontece o milagre da multiplicação. X
Jesus propõe uma nova lógica para o enfrentamento das dificul-
dades: não a lógica da quantificação do que cada um possui, mas a
lógica do que pode ser partilhado, se todos colaborarem com seus
respectivos dons, dando graças a Deus, de quem tudo recebemos, e
cuja providência jamais abandona os que nele confiam.
Esta confiança também é expressa na primeira Leitura por
Eliseu: “Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: “Co-
merão e ainda sobrará'” Através do profeta, Deus concretiza seu
desejo de alimentar a todos, saciando a fome do povo na partilha,
na fraternidade.
“ Assim, bendizendo ao Senhor com louvores, por tudo que dele
recebemos, na certeza de que, no tempo certo, ele nos cumula de
bênçãos e nos alimenta com fartura, suplicamos com o salmista:
“Saciai Os vossos filhos, ó Senhor!”
Na segunda leitura, Paulo sinaliza os bens a serem partilhados:
humildade, paciência, mansidão, amor, devem ser multiplicados
por todos a cada dia, alimentando a unidade e a paz no coração do
mundo. A concretização disto se dá no exercício da vocação de cada
um, na oferta dos dons que se complementam, e, quando partilha-
dos, alimentam a todos.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Atualizando a Palavra
Se desejamos ser verdadeiros discípulos de Jesus, a exemplo dos
apóstolos, então é conosco que Ele quer contar, hoje, para multipli-
car pães e peixes e alimentar o povo. É para nós que Ele diz: “Onde
vamos comprar pão para que eles possam comer?”
Aceitarmos a proposta de Jesus significa viver esta outra lógica
que multiplica dons ao partilhar; ao viver o amor e o compromis-
so com o outro; ao se importar com a fome de todos, não apenas
com a nossa. É nosso o compromisso de levar ao mundo o pró-
prio Jesus, pois é Ele mesmo que se multiplica como pão descido do
céu em nossos altares, nos alimenta, nos dá vida e coragem para a
caminhada.
— “Diversas são as formas de presença solidária junto aos pobres
e excluídos” afirma o documento das Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil”. Nosso compromisso de discí-
pulos missionários de Jesus Cristo nos impele a identificar a forma
de participação e comprometimento com a qual vamos fazer parte
da multiplicação dos pães, hoje. Fazendo isso, lembrando que, ao
mesmo tempo que nos preocupamos em “alimentar o povo”, somos,
nós também, parte deste povo, e é necessário que tenhamos fome de
Deus, de sua misericórdia, de seu amor, fome de justiça e de paz!
Por isso, o documento da CNBB?” deixa claro: “o discípulo mis-
sionário também sabe que não pode restringir sua solidariedade ao
gesto imediato de doação caritativa. Embora importante e mesmo
indispensável, a doação imediata do necessário à sobrevivência não
abrange a totalidade da opção pelos pobres. Antes de tudo, esta impli-
ca convívio, relacionamento fraterno, atenção, escuta, acompanha-
mento nas dificuldades”, que são formas de multiplicar nossos dons,
buscando seguir a lógica de Jesus e, aceitando a participação, parti-
lhá-los com todos, atendendo seu pedido “para que nada se perca”.
mae

37 DGAE,n. 183.
38 DGÃE,n. 186.
o PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Ligando a Palavra com a ação Eucarística


Como em Tiberíades, na celebração eucarística formamos comu-
nidade, somos Igreja, povo faminto que busca Jesus e necessita do
alimento que é Ele próprio, na Palavra e no Pão eucarístico.
Somos o povo que traz seus dons para a oferta em favor de
todos, oferta de pão e de vinho, que, colocados sobre o altar,
depois transformam-se no próprio Corpo e Sangue do Senhor.
Ofertas que são elevadas ao céu dando graças a Deus, dizendo:
“Acolhei, ó Pai, os dons que recebemos de vossa bondade e tra-
zemos a este altar. Fazei que estes sagrados mistérios, pela força
de vossa graça, nos santifiquem na vida presente e nos condu-
zam à eterna alegria.”
Na comunhão, Jesus entrega-se a todos. Ele mesmo é o pão
que alimenta a todos aqueles que têm fome de seu infinito amor,
que o seguem, que vêm até Ele. Ele é o milagre!
No final da celebração, quando o ministro diz: “Ide em paz
e o Senhor vos acompanhe”, respondemos, glorificando ao Se-
nhor, dizendo: “Graças a Deus!”, Sim, ao sairmos da celebração
estamos levando Jesus para o mundo. É preciso levá-lo a todos,
partilhar com os outros, o que d'Ele recebemos. Esta é nossa
missão, por isso queremos ser discípulos missionários de Jesus.
Tal como Ele pediu aos apóstolos, é preciso que nada se perca.
Assim, não podemos perder nada do que recebemos na celebração.
Esta é a lógica com a qual é possível alimentar uma multidão com
cinco pães e dois peixes, este é o milagre de nosso Deus, em nós.

Sugestões:

- 1. Valorizar que possa acontecer, nas celebrações, a procissão


das oferendas levadas pelos próprios fiéis, pois “embora os fiéis já
não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à
liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e signifi-
cado espiritual” (IGMR, n. 73).
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

3 2. Quem preside deve realçar bem o gesto da fração do pão que


se realiza terminado o abraço da paz e durante o canto do Cordeiro
de Deus.
3. “A Comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal,
quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais per-
feitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime, de modo
mais claro, a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no
Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarísti-
co e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, n. 281).
” 4, O mês de agosto é também chamado de “mês vocacional”.
A Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a
Vida Consagrada, insiste numa nova terminologia para os domin-
gos deste mês. É importante que tenhamos presente esse conteúdo
para preparar as preces e alguma referência particular às vocações:

» 1º Domingo: vocação para os ministérios ordenados (bispo,


presbítero e diácono);
à 2º Domingo: vocação para a vida em família;
» 3º Domingo: vocação para a vida consagrada (vida religiosa
contemplativa e missionária, institutos seculares, sociedades
de vida apostólica e outras novas formas de vida religiosa);
à 4º Domingo: vocação para os ministérios e serviços na co-
munidade e na sociedade.
18º DOMINGO DO TEMPO COMUM
02 de agosto de 2009

"EU SOU O PÃO DA VIDA.” (JO 6,35)

Leituras: Êxodo 16,2-4.12-15: Salmo 77(78); Efésios 4,17.20-24; João 6,24-35

Situando-nos

No domingo anterior, acompanhamos a narração de S. João sobre o


sinal de Jesus na multiplicação dos pães. Neste 18º domingo do Tempo
Comum, a narrativa do Evangelho de João nos traz a explicação do Mes-
tre quanto ao significado daquele sinal: Jesus é o verdadeiro pão descido
do céu, o “pão da vida”, conforme Ele mesmo refere. Pão da vida eterna,
pão que sacia definitivamente a fome, transforma o homem, abre o ca-
minho da santidade para aqueles que dele se alimentam.
Nesta semana, no diaç6 de agosto, greja celebra a festa da,
Transfiguração
Senhor,/ocasiãodo em que os apóstolos ouvem, no
Tabor, a voz do Pai dizendo que Jesus é seu Filho amado, enviado
para nossa salvação, como Cristo mesmo já havia revelado.
Nesta caminhada do Tempo Comum, podemos sentir a espiri-
tualidade que brota dos sinais de Jesus, vivendo de forma significa-
tiva a Páscoa de cada domingo.
Neste primeiro domingo do mês vocacional, rezamos por nos-
sos bispos, presbíteros e diáconos.

Recordando a Palavra
Depois do sinal da multiplicação dos pães, Jesus explicita o sentido
deste sinal ao povo que o procura. Ele diz que o mais importante
não é o pão que alimenta o corpo, mas o pão que pode alimentar o
homem para a vida eterna, o pão que sacia definitivamente a fome,
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

ou seja o desejo de santidade Jesus é o pão da vida, por isso o cami-


nho para a santidade. Por isso é necessário aceitar Jesus, viver o que
Ele prega e pede. Isto, porém, só é anunciado a quem o procura,
como a multidão que foi encontrá-lo no outro lado do mar.
Na leitura do livro do Êxodo, ouvimos como o Senhor ali-
mentou o povo no deserto com o pão enviado do céu. Agora Jesus
anuncia que Ele é o verdadeiro pão do céu, porque, através d'Ele,
não será apenas alimentado o corpo, como ao povo no deserto, mas
também o espírito, para a salvação eterna. De certa forma, Jesus
antecipa o que vai fazer na última ceia, na qual, pelo pão entregue
aos apóstolos, prefigura sua entrega na cruz.
Participar das grandes obras realizadas pelo Senhor compro-
mete ao anúncio como afirma o Salmo: “Tudo aquilo que ouvimos
e aprendemos, e transmitiram para nós os nossos pais, não havere-
mos de ocultar aos nossos filhos, mas à nova geração nós contare-
mos: as grandezas do Senhor e seu poder”.
S. Paulo nos pede na segunda leitura: “despojai-vos do homem
velho (...) Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus,
em verdadeira justiça e santidade”. O homem novo é o que adere à
proposta de Jesus, encaminha-se para a santidade, deixa-se revestir
pela lógica de Jesus, torna-se capaz do milagre da multiplicação, não
só dos pães, mas de toda mensagem do Mestre.

Atualizando a Palavra

Queremos ser, hoje, a multidão a quem Jesus se dirige e anuncia a


vida eterna. Para isto, precisamos aceitar suas propostas, libertar-
nos do homem velho que existe em nós, aceitar a transformação
que pode nos tornar o homem novo, refletindo a imagem de Deus,
buscando a santidade. Isto, certamente, é necessário a todos nós
cristãos, discípulos missionários de Jesus.
* No entanto, inúmeras vezes queremos que isto aconteça sem
nos deslocarmos até o encontro com Jesus, não queremos desaco-
o PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

modar-nos, passar para “o outro lado do mar”. É preciso investir


tempo e disposição para caminhar até Jesus, encontrá-lo, sentar até o
entardecer, ouvindo-o falar, alimentar-nos do pão da sua Palavra.
4. Para fazermos isso, podemos hoje priorizar a proximidade e o
tempo significativo de intimidade com a Sagrada Escritura. Como nos
diz o Documento de Aparecida 2. “entre as muitas formas de se aproxi-
mar da Sagrada Escritura existe uma privilegiada à qual todos somos
convidados: a Lectio divina ou exercício de leitura orante da Sagrada
Escritura”. Através da leitura orante, somos conduzidos ao encontro
com Jesus, à luz de sua Palavra. Rezando com ela, mergulhamos no
mistério do nosso Mestre, entramos em comunhão com Ele.
— Não deixemos que “as paixões enganadoras do mundo”, como
diz São Paulo, nos desviem do caminho e da disposição de ir ao
outro lado do mar, ao encontro de Jesus. Priorizemos tempo para
ouvi-lo, como as multidões que o seguiam, deixemo-nos conduzir
pela fome de sua Palavra. /

Ligando a Palavra com a ação Eucarística


Na celebração eucarística, partilhamos o Pão da Vida. É o próprio
Jesus que se dá a nós no pão da Eucaristia.
Antes de recebê-lo na comunhão, ouvimos sua Palavra e na
aclamação ao Evangelho afirmamos: “O homem não vive somente
de pão, mas vive de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Alimentados pela Palavra do Senhor e pelo pão da Eucaristia
nos deixamos transformar por Jesus.
Na celebração eucarística buscamos nos revestir do homem
novo e acumulamos resistência para vencer as dificuldades engana-
doras do mundo, as quais nos acomodam e nos impedem de ir ao
encontro de Jesus.
Participar da celebração eucarística é, pois, ir ao encontro do
Pão da vida e, comprometidos por este encontro, testemunhar Je-
sus em nossa vida. Contamos com o amor fiel do nosso Deus, a

39 DAp, n. 249.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

quem suplicamos depois da comunhão: “Acompanhai, ó Deus, com


proteção constante os que renovastes com o pão do céu e, como
não cessais de alimentá-los, tornai-os dignos da salvação eterna. Por
Cristo, nosso Senhor”.

Sugestões:

1. Especialmente neste domingo, torna-se significativo, na


Aclamação ao Evangelho, cantar o Aleluia e o versículo que se en-
contra no Lecionário. Esta Aclamação constitui um rito ou ação por
si mesma. Ela é cantada, primeiro pelo grupo de cantores ou cantor,
depois por toda a assembleia, que já se colocou em pé. O versículo,
tomado do Lecionário é cantado, porém, somente pelo grupo de
cantores ou cantor.”
2. Lembrar que:
à Dia 4 de agosto a Igreja celebra a memória de são João Ma-
ria Vianney, patrono dos padres, que foi ordenado presbítero
após muitas dificuldades, tornando-se, no desempenho de
seu ministério, um grande pregador, com dedicação especial
ao sacramento da penitência, sendo por isso procurado por
fiéis vindos dos mais diferentes lugares.
, à Quem preside ou alguém da comunidade pode lembrar os ob-
jetivos e o espírito do Ano Sacerdotal que estamos vivendo.
N-Dia 06 de agosto celebramos a Festa da Transfiguração dq
Senhor. Esta celebração traz à luz a dimensão pascal e estato-
ógica da liturgia e de toda a vida cristã. Rezamos no Prefácio
desta missa: “perante testemunhas escolhidas, Jesus manifes-
tou sua glória e fez resplandecer seu corpo, igual ao nosso,
para que os discípulos não se escandalizassem da cruz. Desse
modo, como cabeça da Igreja, manifestou o esplendor que
refulgiria em todos os cristãos”.

40 Cf. IGMR, n. 62.


19º DOMINGO DO TEMPO COMUM
09 de agosto de 2009

“SEDE IMITADORES DE DEUS”. (EF 5,1)

Leituras: 1 Reis 19,4-8; Salmo 33(34); Efésios 4,30-5,2; João 6,41-51

Situando-nos
Neste Domingo, dia dos pais, mês vocacional, nos reunimos para
nos alimentar com a Eucaristia e com a Palavra.
Na continuidade do Evangelho de João, falando sobre Jesus, o
Pão da vida, neste 19º Domingo do Tempo Comum, teremos a cer-
teza de que o mais importante é ver Jesus pelos olhos da fé, reco-
nhecendo-o como Filho de Deus, caminho que nos conduz ao Pai.
Caminhemos com Jesus neste Tempo Comum, buscando ampliar
nosso entendimento de sua Palavra, para melhor vivê-la a cada dia.
Com nossos pais, presentes ou distantes, vivos ou falecidos, ce-
lebremos com alegria a vocação familiar. /

Recordando a Palavra
Muitos dos que ouviram Jesus dizer que Ele é o pão vivo descido
do céu, pão da vida, alimento para a vida eterna, começaram a
questionar suas palavras, porque conheciam apenas sua dimen-
são humana: diziam que era filho de José e, por isso, não acredi-
taram n Ele.
Eles não ouviram verdadeiramente o que Jesus dizia. A certeza
de que sabiam quem Ele era os impedia de entender todo o restan-
te. Eram inflexíveis em suas certezas, não tinham o espírito aberto
às novidades de Deus. Queriam um deus de acordo com os planos
deles, não conseguiam ser abertos ao plano de Deus.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Não acreditaram em Jesus, porque seus critérios eram eminen-


temente humanos. Faz-se necessário olhar para Jesus com os olhos
da fé, abrir o espírito e o coração para acolher a mensagem de Deus
para, então, poder vê-lo como o Filho, enviado pelo Pai, para nossa
salvação] É Jesus mesmo que nos diz: “quem crê, possui a vida eter-
na”(Jo 6,47). Não acreditando em Jesus, tornaram-se cada vez mais
rígidos e descrentes, não se alimentaram com o pão que alimenta
definitivamente, que sustenta a caminhada desta vida e leva ao en-
contro do Pai.
Vemos, na primeira leitura, que Elias obteve forças para chegar
até o Horeb, o monte de Deus, alimentando-se com o pão que o
próprio Senhor lhe enviou, através de um anjo. Jesus é o pão que
auxilia na travessia desta vida até a vida eterna.
Deus jamais nos abandona, mas é preciso ter fé, abrir-se a seu
amor em qualquer que seja a dificuldade, atender à sua proposta
por mais desafiadora que nos pareça. É preciso ter a certeza que nos
propõe o Salmo: “Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de
todos os temores me livrou”.
Deus jamais abandona os que vivem segundo seu amor. Ele
envia-nos seu próprio Filho para ser nosso alimento na caminhada
e, desta forma, propõe que vivamos de acordo com o espírito de
Jesus, seguindo o modo como Ele mesmo viveu.
São Paulo nos explica, na segunda leitura: “Sede imitadores de
Deus, como filhos que ele ama”. Esta é uma proposta realmente
desafiadora, para não dizer que parece mesmo impossível: imitar
a Deus, como fazer isto? O próprio Paulo nos explicita: “Sede bons
uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamen-
te como Deus vos perdoou por meio de Cristo”. Na verdade, esta
proposta está totalmente sintetizada no mandamento do amor que
Jesus nos deixou; seu único mandamento: amar-nos uns aos outros
como Ele nos amou. Na radicalidade de seu amor por nós, entre-
gou-se a si mesmo por nossa salvação.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Atualizando a Palavra
Imitar a Deus, ser bom como Jesus, perdoar como Jesus. Por que é
tão difícil?
-x Ele é o Filho de Deus, perfeito, não tem as nossas limitações
humanas. Mas, qual é nossa maior limitação, por que é tão difícil
para nós ser como Jesus?
O problema é que queremos ser “bons”, como nós mesmos acha-
mos que devemos ser, sem mudar nossas certezas, nossos desejos,
ou tudo aquilo a que já nos acostumamos.
Queremos perdoar, mas ficamos com a certeza de que tivemos
razão, não queremos esquecer a ofensa, continuamos questionando
a atitude do outro, fomos magoados, não queremos esquecer.
Onde está realmente a dificuldade? Talvez nas nossas certezas
formuladas pelo mundo e não iluminadas pela Palavra de Deus.
Tais certezas impedem que sejamos diferentes daqueles que
não conseguiram enxergar o Jesus Divino, porque tinham certeza
que Ele era filho de José, apenas Jesus humano.
Aprisionados às certezas do mundo, ao que pensamos, ao que
fomos condicionados a acreditar, nos faz previsíveis demais, talvez
até “pré-programados”.
A sociedade nos programa, as críticas das quais temos medo
nos programam, não deixamos o coração aberto para as surpresas
que Deus nos oferece. Mais que isso, deixamos passar estas surpre-
sas, não identificamos as obras de Deus, exatamente como aqueles
que não conseguiram identificar Jesus como o Filho de Deus, o Pão
verdadeiro descido do céu.
Como nos diz o Documento de Aparecida*!, “para ficarmos ver-
dadeiramente parecidos com o Mestre, é necessário assumir a centra-
lidade do mandamento do amor”, mas não da nossa forma de amar,
selecionando a quem amar, como amar, e sim, como nos diz o mesmo
documento, amando “com a medida de Jesus”. Esta é a diferença.

41 DAp, n. 138.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22) 7/0

Vencendo nossas certezas, precisamos viver o que Deus nos


oferece, pois “O Espírito Santo, que o Pai nos presenteia, identifica-
nos com Jesus-Caminho, abrindo-nos a seu mistério de salvação
para que sejamos filhos seus e irmãos uns dos outros; identifica-nos
com Jesus-Verdade, ensinando-nos a renunciar a nossas mentiras e
ambições pessoais; e nos identifica com Jesus-Vida, permitindo-nos
abraçar seu plano de amor e nos entregar para que outros “tenham
vida nEle”?

Ligando a Palavra com a ação Eucarística


Na celebração da Eucaristia, vamos ao encontro de Jesus, o Pão da
Vida. Para isso, porém, precisamos nos libertar de nossas certezas
preconceituosas que nos impedem de viver o amor ao estilo de Je-
sus. No Ato Penitencial, abramos, pois, o coração à misericórdia
do Senhor, sendo sinceros na identificação de nossas culpas e nos
dispondo internamente a vencer nossas fraquezas.
Ouvindo a Palavra, tenhamos o coração realmente aberto ao
que o Senhor vai falar, não interpretemos de acordo com nosso de-
sejo, mas abandonemos nossas certezas para acolher o novo que
Deus nos apresenta a cada vez que nos aproximamos da Sagrada
Escritura.
Partilhando o pão da Eucaristia, tenhamos o espírito frater-
no, identificando a quem está ao nosso lado como filho do mes-
mo Deus, não tendo preconceito com ninguém dentro de nossas
comunidades.
Na oração que Jesus nos ensinou vivamos a medida do amor de
Jesus, pois não dizemos Pai meu” e sim “Pai Nosso”.
Após a comunhão, agradeçamos ao Senhor por seu imenso
amor por nós. Fiéis ao Salmo que proclamamos nesta liturgia, en-
toemos sempre nosso louvor a Deus: “Bendirei ao Senhor Deus em
todo tempo, seu louvor estará sempre em minha boca”.

42 DAp, n. 137.
A! PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Sugestões:

1. Convidar alguns pais para participarem da procissão de en-


trada (mas não fazer este convite na última hora — é importante que
eles sejam preparados e orientados de como proceder durante a pro-
cissão, ao chegar ao presbitério, se farão genuflexão ou inclinação,
o lugar em que permanecerão etc.).
2. Fazer uma prece especial pelos pais, lembrando também a
Semana da Família.
3. Na procissão das oferendas, uma família pode levar o pão e o
vinho até o altar.
— 4. Lembrar a proximidade do XVI Congresso Eucarístico Na-
cional que será realizado nos dias 13 a 16 de maio de 2010, em Bra-
sília, DF. O tema será: “Eucaristia, pão da unidade dos discípulos
missionários”, O lema: “Fica conosco, Senhor!”
1. Lembrar que:
e

ap Dia 10 de agosto, celebramos a Festa de são Lourenço, diá-


cono, que morreu mártir na perseguição de Valeriano. Lou-
AU renço foi fiel a seu ministério, servindo a Deus com exemplar
coragem até a morte.
(3 Dia 11 de agosto, celebramos a Memória de Santa Clara. Cla-
ra nasceu em Assis e seguiu o ideal de são Francisco.
b
A
( à Dia 14 de agosto, celebramos a memória de são Maximi-
liano Maria Kolbe, Presbítero, fundador do apostolado ma-
riano, que sofreu o martírio no campo de concentração de
Auschwitz.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Oração do XVI Congresso Eucarístico Nacional dm

Tema: Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários.


Lema: “Fica conosco, Senhor!” (Cf. Lc 24,20)

Senhor Jesus, Tu és o Caminho!


Em meio a sombras e luzes,
alegrias e esperanças, tristezas e angústias,
tu nos levas ao Pai.
Não hos deixes caminhar sozinhos.
Fica conosco, Senhor!

Tu és a Verdade!
Desperta nossas mentes
e faze arder nossos corações com a tua Palavra.
Que ela ilumine e aqueça os corações sedentos de justiça e santidade.
Ajuda-nos a sentir a beleza de crer em Ti!
Fica conosco, Senhor!

Tu és a Vida!
Abre nossos olhos para te reconhecermos
no “partir o Pão”, sublime Sacramento da Eucaristia!
Alimenta-nos com o Pão da Unidade.
Sustenta-nos em nossa fragilidade.
Consola-nos em nossos sofrimentos,
Faze-nos solidários com os pobres, os oprimidos e excluídos.
Fica conosco, Senhor!

Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida!


No vigor do Espírito Santo,
faze-nos teus discípulos missionários!
Com a humilde serva do Senhor, nossa Mãe Aparecida, queremos ser:
Alegres no Caminho para a Terra Prometida!
corajosas testemunhas da Verdade libertadora!
promotores da Vida em plenitude!
Fica conosco, Senhor! Amém!
SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO
DE NOSSA SENHORA
16 de agosto de 2009

"O MEU ESPÍRITO SE ALEGRE EM DEUS, MEU SALVADOR “(LC [,47)

Leituras: Apocaplipse 11,192; 12,1.3-6? 10ab; Salmo 44(45);


ICoríntios 15,20-27º; Lucas 1,39-56

Situando-nos
Durante o ano litúrgico, acontecem diversas celebrações do Senhor,
de Nossa Senhora e dos santos e santas.
Neste Domingo, celebramos a Solenidade da Assunção de Nos-
sa Senhora. O dogma da Assunção de Nossa Senhora foi proclama-
do em 1950, pelo Papa Pio XII.
Celebramos esta solenidade da Páscoa de Maria dando graças
ao Pai que eleva a humilde mulher, Maria de Nazaré, nela nos ofere-
cendo o sinal da vitória definitiva de toda a humanidade, pela força
da ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Com os religiosos contemplativos e missionários, membros dos
institutos seculares e sociedades de vida apostólicas, escutemos a
Palavra que o Senhor hoje nos dirige.

Recordando a Palavra
A liturgia da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora nos traz o
Evangelho de Lucas, em que Maria, grávida do Salvador do mundo,
vai até a casa da prima Isabel. É o encontro maravilhoso destas
duas mulheres pobres mas especialmente escolhidas pelo Senhor,
cada uma com sua vocação específica.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22) 74

P Vemos a percepção de Isabel que, sensível ao Espirito Santo,


sente a presença do Senhor em Maria.
H — É então que ouvimos o mais sublime cântico de ação de graças,
o Magnificat”, pelo qual Maria glorifica o Senhor por todas as ma-
ravilhas que Ele lhe fez.
w Maria, por obra de Deus, é elevada ao céu; glorificada, alcança
a vida eterna.
A leitura do Apocalipse nos apresenta a mulher, símbolo da co-
munidade. Ela está adornada de todo seu esplendor: veste-se de sol,
sinal da glória do Senhor; tem aos pés a luz, símbolo de alguém que
não será vencido pelo passar do tempo; usa uma coroa de doze es-
trelas, simbolizando o povo de Deus, o antigo Israel, com suas doze
tribos, do qual nasceu Jesus, e depois o novo Israel, a Igreja, Corpo
de Cristo, Povo de Deus perseguido pelo dragão. Está grávida, na
hora de dar à luz, como Maria e a Igreja, que fazem jesus nascer na
história e na vida das pessoas.
O Salmo celebra a festa de casamento de um rei e uma prince-
sa; mas para nós é a celebração da aliança que Deus faz com o seu
povo.
A segunda leitura nos fala do combate entre as forças do Reino
e o mal. O sinal da vitória do Reino representa a derrota da morte
na ressurreição de Jesus. A morte é o último inimigo a ser derro-
tado. Tendo certeza de que a morte não significa um ponto final e
a ressurreição é a palavra decisiva sobre nossas vidas, todo o resto
ganha nova luz e nossgs medos são dissolvidos pela confiança no
poder maior do Pai.” /

Atualizando a Palavra
Para alcançar a vida eterna, precisamos viver, hoje, o exemplo de
Maria, sua disponibilidade de acolher, indo ao encontro do outro;

43 Cf. CNBB. O Messias, Filho de Deus, caminha a nossa frente: Roteiros Homiléticos. São Paulo: Pauli-
nas e Paulus, 2006. pp. 94-95.
FAS PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

sua humildade; sua vida em constante ação de graças, glorificando


a Deus por suas obras em nós.
Referindo-se à Maria, e atualizando seu exemplo de acolhida,
nos diz o Documento de Aparecida: “Em nossas comunidades, sua
forte presença tem enriquecido e continuará enriquecendo a di-
mensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte
em 'casa e escola de comunhão" e em espaço espiritual que prepara
para a missão”,
X Maria foi a primeira missionária, carregando o próprio Jesus
em seu ventre, ela foi em missão ao encontro de Isabel para ajudá-la,
oferecer-lhe seu apoio, sua atenção, sua escuta, seu serviço.
Com humildade, Maria reconhece a grandiosa obra de Deus
em sua vida: “porque olhou para a humildade de sua serva. Dora-
vante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o
todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”.
Reconheçamos as obras de Deus em nossas vidas e veremos o
quanto temos para agradecer-lhe.
Experimentemos viver a ação de graças constante ao nosso
Deus, louvando-o e glorificando-o por tudo que temos e somos,
embora, muitas vezes, em meio às tribulações que enfrentamos.
Louvemos pela fé que nos sustenta e dá coragem na caminha-
da, por aqueles que nos transmitiram esta fé, por nossas famílias e
comunidades, especialmente pelos religiosos e religiosas.
” ) Como missionários, a exemplo da Maria, acolhamos aos que
necessitam de atenção e apoio, em especial abrindo nossas comu-
nidades aos que ainda não fizeram esta experiência de convivência
fraterna.

Ligando a Palavra com a ação Eucarística


Em muitos momentos da Celebração Eucarística, podemos identifi-
car referências à Maria:

44 DAp, n. 272.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

No Ato Penitencial, pedimos sua intercessão por nós, pecado-


res: “e peço a Virgem Maria, aos anjos e santos, e a vós, irmãos e
irmãs, que rogueis por mim a Deus...”
Na escuta da Palavra de Deus, na resposta a esta Palavra, é Ma-
ria que nos deixa o exemplo, dando seu sim ao Plano do Pai.
Quando fazemos memória da entrega de Jesus na cruz, sua
morte e ressurreição, sempre encontramos a Mãe, silenciosa e fiel,
animando os discípulos, acompanhando a Igreja nascente.
Quando damos graças a Deus, ouvimos, no eco do “Magnificat”,
o reconhecimento da sua ação na história.
Maria é presença em toda a Liturgia, nos apontando sempre
para o seguimento de Jesus, para que caminhemos na direção do
Reino de Deus.
Por isso, na oração do dia da Solenidade da Assunção de Nossa
Senhora suplicamos: “Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à
glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, mãe do
vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de partici-
parmos da sua glória.”

Sugestões:

R' 1. Pode ser colocada uma imagem de Maria, em lugar adequa-


do e preparado previamente, no presbitério.
| 2. No momento das Preces comunitárias, lembrar os religiosos
e religiosas que trabalham na comunidade, dando testemunho de
serviço ao Reino, pela vida consagrada.
3. O Magnificat pode ser cantado após a comunhão. Tenhamos
o cuidado “de não se cantar qualquer canto de Nossa Senhora em
qualquer festa” como diz Frei Alberto Beckhãuser, que, no mesmo
texto, acrescenta: “os cantos da solenidade da Imaculada Conceição
têm caráter diferente dos da solenidade da Mãe de Deus ou da As-
sunção de Nossa Senhora””, a qual hoje nos referimos.

45 BECKHÁUSER, F.A. Cantara Liturgia. Petrópolis: Editora Vozes, 2004. p. 72.


PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

4. Lembrar que:
à Dia 20 de agosto, a Igreja celebra a memória de São Bernar-
do, abade e doutor da Igreja. Ele percorreu a Europa para
restabelecer a paz e a unidade da Igreja, por causa dos cismas
que a ameaçavam.
à Dia 22 de agosto, a Igreja celebra Maria sob o título de Nossa
Senhora Rainha. Maria Rainha é a Mãe glorificada. Esta cele-
bração tem íntima relação com a festa da Assunção de Nossa
nhora celebrada no domingo.
21º DOMINGO DO TEMPO COMUM
23 de agosto de 2009

"NÓS CREMOS FIRMEMENTE E RECONHECEMOS QUE TU ÉS O SANTO DE DEUS.“JO 6,69)

Leituras: Josué 24,1-2º.15-17.18b; Salmo33(34);


Efésios 5,21-32; João 6,60-69

Situando-nos
Neste 21º domingo do Tempo Comum, vemos que após os sinais,
o anúncio e as propostas de Jesus sobre o pão da vida, alguns discí-
pulos o abandonam, porque acham duras suas palavras, exigentes
suas propostas.
É Pedro que, mais uma vez, questionado por Jesus, como quan-
do o identificou como Filho de Deus, fala pelo grupo de apóstolos
que decidem acompanhá-lo: “A quem iremos, Senhor? Tu tens pa-
lavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que
Tu és o Santo de Deus”.
Nesta liturgia, vamos viver a decisão de nossa vocação. Como
os discípulos, depois de ouvirmos o Mestre, aceitemos a proposta
de segui-lo e sejamos verdadeiramente, seus discípulos missioná-
rios no mundo de hoje.

Recordando a Palavra
Pedro responde, firme e decididamente, a pergunta de Jesus. Ele
representa a comunidade que se decide pelo seguimento de Jesus.
1 Todos ouviram as palavras do Mestre, mas nem todos tiveram
a coragem para segui-lo. Alguns pensaram que eram muitas as exi-
gências, que não valeria enfrentar tantos desafios e desistiram. O
/9 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - 2009

grupo que está com Pedro permanece firme, pois entende que assu-
mir todas as exigências vale a pena, porque as palavras de Jesus não
são meras promessas passageiras, são “palavras de vida eterna”,
Neste Evangelho, vemos os discípulos entendendo que a opção
por Jesus requer uma adesão completa, radical, absoluta. Alguns
dos discípulos desejaram estar com Jesus, participar das curas, dos
milagres, sem participar do compromisso de sua proposta; no mo-
mento de assumir esta decisão eles desistiram do seguimento do
Mestre.
A primeira leitura põe o povo diante de uma escolha funda-
mental. Josué organiza a assembleia de Siquém. O povo deve acei-
tar sua nova identidade teológica, social e cultural. Josué interpela
o povo sobre-a qual Deus quer servir. E o povo se decide, renovam
a aliança que já haviam feito no Êxodo e no Sinai.
Esta decisão, demonstrando a certeza de que Deus nunca aban-
dona os que lhe são fiéis, é proclamada no Salmo: “Clamam os jus-
tos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta”.
Pedro e os discípulos, que não abandonaram o Mestre, também
fizeram esta escolha. Depois da ascensão de Jesus ao céu, levaram
ao mundo a proposta de vida com os valores que Ele pregou.
A Na segunda leitura, Paulo exemplifica como viver a proposta
de Jesus na família, no testemunho do casal cristão, no amor e no
respeito mútuo.
Também estabelece uma mesma relação de compromisso no
amor, entre Cristo e a Igreja, ou seja, Cristo amou sua Igreja até O
extremo de entregar sua própria vida por todos. Assim, aqueles que
decidem segui-lo, também devem ter dedicação, respeito e demons-
trar, em suas atitudes, escolhas e ações, imenso amor por Ele.

Atualizando a Palavra

“Vós também quereis ir embora?” Na liturgia de hoje, esta é a per-


gunta que temos que responder a Jesus.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Qual é nossa decisão após ouvirmos sua proposta? Já sabemos


que não é possível só receber suas bênçãos, temos que nos envolver
em seu amor incondicional e, no dia-a-dia, temos várias vezes que
optar entre Ele e o que o mundo nos propõe.
Nossas decisões, opiniões e atitudes anunciam a proposta de
Jesus ou demonstram nosso medo em segui-lo?
A sociedade tem sempre sugestões atraentes para nos fazer de-
sistir de acompanhar a proposta do Evangelho, na defesa da vida,
no seguimento dos valores éticos, na promoção de uma cultura de
paz.
Nossas relações do cotidiano também são ricas em desafios para
que sejamos como Jesus ou não, tanto no trabalho, na comunidade
paroquial como em nossa família.
YX Se queremos ser discípulos missionários que não abandonam
Jesus, mesmo que a dificuldade seja extrema, precisamos nos forta-
lecer na própria comunidade/ pois Pedro respondeu representando
a comunidade dos que ficaram unidos junto a Jesus.
A formação permanente, no conhecimento da Palavra e na ora-
ção, é um sustento indispensável para que testemunhemos Jesus,
no mundo de hoje. “É a dimensão formativa que funda o ser cris-
tão na experiência de Deus manifestado em Jesus e que o conduz
pelo Espírito Santo através dos caminhos de profundo amadure-
cimento. Por meio dos diversos carismas, a pessoa se fundamenta
no caminho da vida e do serviço proposto por Cristo, com estilo
pessoal”.
Não, não queremos ir embora, não queremos abandonar Jesus,
queremos segui-lo e viver sua proposta. Essa é, com certeza, a res-
posta de todos nós.
- Não podemos, porém, fazer isto sozinhos, precisamos estar
unidos em comunidade como os apóstolos, precisamos ser Igreja
com Cristo e em Cristo, no mundo de hoje.
“ey

46 DAp, n. 280b.
e PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Ligando a Palavra com a ação eucarística


Na Liturgia da Palavra, ouvimos o Senhor, dialogamos com Ele,
refletimos sobre suas propostas, constatamos, por vezes, como os
discípulos, muitas exigências, duros desafios.
Mas quando, na Liturgia Eucarística, fazemos memória de sua
entrega total por nós, de seu amor sem medidas, como abandoná-lo?
Ele vem até nós, nos alimenta com o Pão da vida.
Participando da oração eucarística, “prece da aliança”, nos
comprometemos com seu amor. Conforme o mesmo documento,
nosso compromisso é selado no amém final que é “a confirmação
solene do povo à prece que o ministro ordenado, em nome da Igreja
inteira elevou a Deus por Cristo, na unidade do Espírito Santo”.
Ao sairmos da celebração temos que ser, na prática de nosso
dia-a-dia, discípulos missionários do Mestre, vivendo o compro-
misso com a sua Igreja, à luz do que nos diz Paulo.
Na liturgia, buscamos a força para nosso serviço pastoral, e toda
a nossa ação converge para que todos conheçam Jesus, vivam os va-
lores que Ele anunciou e celebrem seu Mistério Pascal, como povo
da aliança que caminha rumo ao Pai, conforme afirma a Consti-
tuição Sacrosanctum Concilium: “a Liturgia é o cimo para o qual se
dirige a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte donde emana
toda a sua força””.

Sugestões:

1. Cantar o Amém que finaliza a Oração Eucarística, salientan-


do nossa resposta de compromisso no seguimento de Jesus, pois,
por esta Aclamação, o povo se une à oração e a faz sua”?

47 CNBB. Guia Litúrgico-Pastoral. 2º ed. Brasília: Edições CNBB, 2007. p. 24.


48 CNBB. Ibidem. p. 26.
49 SC, n. 10.

50 Cf. IGMR, n. 77.


“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

2. Lembrar que:
h Dia 24 de agosto, celebramos a Festa de São Bartolomeu,
apóstolo, que foi conduzido a Jesus por Filipe e que, segundo
uma tradição, depois da Ascensão do Senhor, pregou o Evan-
gelho na Índia onde foi martirizado.
Dia 27 de agosto, celebramos a memória de Santa Mônica,
exemplo de mãe, que, com muita fé, orou durante muitos
anos pela conversão do filho, Santo Agostinho.
Dia 28 de agosto, celebramos a memória de Santo Agostinho,
Bispo e Doutor da Igreja. Agostinho converteu-se após uma
juventude conturbada deixando numerosos e significativos
escritos para a fé católica.
Dia 29 de agosto, a Igreja faz memória do martírio de São João
Batista. Precursor de Jesus, anunciou sua vinda e foi martiri-
zado por suas denúncias que desagradaram aos poderosos.
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
30 de agosto de 2009

GUARDA! OS MANDAMENTOS DO SENHOR” (DT 4,2)

Leituras: Deuteronômio 4,1-2.6-8; Salmo 14(15);


Tiago 1,17-18.21b-22.27, Marcos 7,1-8.14-15.21-23

Situando-nos

Em nossa vida de cristãos, “o ritmo semanal é marcado pelo Do-


mingo, o dia em que o Senhor se manifestou ressuscitado.”!
“O domingo é o dia em que a família de Deus se reúne para 'es-
cutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição
do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humani-
dade inteira repousar diante do Pai.”*?
Assim, neste 22º domingo do Tempo Comum, nos reencontra-
mos para celebrar, louvar a Deus, subimos ao cume com a oferta
de nossa própria vida e, tendo bebido na fonte, de lá descemos para
nossa missão, inserida em nosso dia-a-dia.
Nos domingos precedentes, acompanhamos o discurso de João
sobre o 'pão da vida”. Hoje, retornamos ao evangelista Marcos que nos
vai mostrar Jesus confrontado pelos fariseus. Iniciamos também a lei-
tura da carta de Tiago, que terá continuidade por alguns domingos.
Neste Dia Nacional dos Catequistas, agradecemos a Deus todos
aqueles que foram instrumentos da sua graça para que a Boa Nova
fosse a nós anunciada.
Que a celebração de hoje nos ilumine para que, livres e fiéis,
sigamos a lei do amor emanada de nosso Deus uno e trino.

51 CNBB. Guia Litúrgico-Pastoral. 2º ed. Brasília: Edições CNBB, 2007. p. 9.


52 CNBB. Ibidem. p. 10.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)

Recordando a Palavra
A Liturgia da Palavra tem sua centralidade no Evangelho, o qual
hoje nos traz mais uma das confrontações de Jesus com aqueles que
o queriam destruir. Aqui, Jesus é confrontado por seus inimigos
que tentam pegá-lo em contradição. Na narrativa que hoje escuta-
mos, há dois 'senhores” a lei dos homens e a lei de Deus.
Os fariseus acusam Jesus de descumprir a lei e a tradição. Ele
lhes mostra que não é contra a lei, mas contra aqueles que a querem
cumprir somente em aparência, para que os outros os achem puros,
exemplares e, no entanto, em seu interior distanciam-se de Deus.
Para enfatizar sua postura, Jesus responde aos fariseus, citando
as Escrituras: “este povo me honra com os lábios, mas seu coração
está longe de mim (...) Vós abandonais os mandamentos de Deus para
seguir a tradição dos homens” Depois, Jesus explica à multidão que
é no coração humano que se encontra tanto a pureza quanto a impu-
reza. A leimaior é « aleido amor, vinda « do próprio Deus. O homem a
pode acolher ou não em seu coração. A lei de Deus, que é o amor, não
pode ser nem ultrapassada, nem reduzida por leis humanas.
A leitura do Antigo Testamento inicia com as significativas pala-
vras de Moisés “ouve Israel”. É o “Shemá Israel”, o chamado para que
o povo de Deus se coloque em atenta escuta da Palavra, a guarde no
coração, a cumpra e a ponha em prática e assim qualifique-se para en-
trar na Terra Prometida. Similar apelo é dirigido a nós hoje, a quem a
Terra Prometida é a vida eterna, a vida no Reino que não terá fim.
É a isto que Tiago nos conclama, ao expressar: Tecebei com
humildade a Palavra que em vós foiimplantada e que é capaz de
salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não
meros ouvintes.” O apóstoloé bastante duro em sua exortação, pois
assevera que aquele que ouve, mas não cumpre os ensinamentos
divinos 'engana-se a si mesmo”.
Como interlocutores da Palavra, clamamos, pedindo que nos se-
jam clareados os caminhos que levam à casa do Pai: “Senhor, quem
morará em vossa casa e no vosso monte santo habitará?” O próprio
85 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Salmo 14 nos dá a resposta: caminhar sem pecado, praticar a justiça,


não prejudicar os outros, não agir com maldade contra os inocentes.

Atualizando a Palavra
A Palavra de Deus e, por consequência, sua lei, são exigentes. No
entanto, a lei dada por Deus tem uma característica muito própria:
reveste-se do amor, amor que chega a nós, vindo da própria Trinda-
de. Assumir a lei de Deus não é ignorar as leis dos homens, mas as
ter subordinadas àquela, que é a maior de todas.
Mas por que acolher a lei de Deus? Certamente, como uma res-
posta de gratidão, de ação de graças por Ele nos indicar o caminho
da libertação, antes da escravidão a outros povos, hoje da escravi-
dão a tudo o que nos afasta do que é bom e justo.
Ao serem assumidos com o coração, os preceitos do Senhor ad-
quirem significado transcendente, deixam de ser apenas proibições
e interdições para serem indicações seguras rumo à casa do Pai, a
Terra Prometida.
Lembremos sempre que nosso Deus é um Deus próximo de
nós. Através de Jesus Cristo, permanece no meio de nós, portanto,
viver seus mandamentos é viver nEle e com Ele, viver a lei que está
acima de todas: a do amor.
O próprio Jesus nos ensina que o primeiro mandamento é este:
“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força! O se-
gundo mandamento é: amarás teu próximo como a ti mesmo! Não
existe outro mandamento maior do que estes.” (Mc 12,30-31).
As leis humanas, para validamente organizarem o convívio so-
cial, devem respeitar estes dois princípios que estão acima de qual-
quer outro.
Há muitas ações que são 'legais' (estão em conformidade com a
lei), porém não são éticas, não estão de acordo com os valores evan-
gélicos. Por exemplo, é plenamente legal, em acordo com a lei, que
determinados funcionários públicos recebam salários milionários,
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)

equivalentes a muitos
e muitos salários mínimos, enquanto outros

quem sequer consegue um emprego, não tendo, pois, remunera-


ção alguma. Tal situação é “legal”, está em concordância com a lei,
mas será ela ética, justa, atenderá aos princípios de fraternidade e
solidariedade?
Em muitos países o aborto é permitido por lei. Porém tal
procedimento “legal” contradiz a proposta de Jesus que veio tra-
zer a vida, portanto, que nos leva a defender a vida em todas as
circunstâncias.
Não é uma questão de descumprir as leis, mas de perceber que
elas nem sempre correspondem ao projeto de Deus. É questão de
engajar-se para transformar as leis injustas, o que se obterá pela
transformação da própria sociedade.
Fique claro que Jesus não disse que as leis humanas se opõem à
lei divina. Elas só são opostas, quando distorcem ou se desviam dos
preceitos divinos.
— No tempo presente, ouvir 'as leis e os decretos que Deus mes-
mo nos ensina a cumprir, “receber com humildade as palavras que
nos hão de salvar”, compreender que o ser humano se torna impuro
pelo que está dentro dele, não pelo que o rodeia, é “escolher en-
tre caminhos que conduzem à vida ou caminhos que conduzem à
morte.
Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que
recebemos de Deus através daqueles que nos precederam na fé. São
caminhos que traçam uma cultura sem Deus e sem seus manda-
mentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do poder, da
riqueza e do prazer efêmero (...)
Caminhos de vida verdadeira e plena para todos, caminhos de
vida eterna, são aqueles abertos pela fé que conduzem à “plenitude
da vida que Cristo nos trouxe”,

53 DAp,n. 13.
SA PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009

Ligando a Palavra com a ação eucarística


Desde o início da celebração, reconhecemos que todo o bem, todo
o amor emana de Deus: “bendito seja Deus que nos reuniu no amor
de Cristo”. Por isto lhe pedimos: “derramai em nossos corações o
vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimen-
tar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes”
(oração do dia).
Isto rogamos ao Pai, porque ansiamos pela graça da salvação e
pela plenitude do que antecipamos ao celebrar a liturgia (Cf. oração
sobre as oferendas). Ao concluir nosso culto de ação de graças, so-
mos bem explícitos ao verbalizar o propósito que hoje levamos para
nossa missão: poder servir a Deus em nossos irmãos e irmãs (Cf.
oração após a comunhão). Isto outra coisa não é do que colocar em
prática a Palavra ouvida, cumprindo a lei de Deus.

Sugestões:

1. Oportunizar, na semana que segue, uma celebração peniten-


cial, em que as pessoas tenham possibilidade de receber o Sacra-
mento da Reconciliação. Isto ajudará a perceber como corremos o
risco de nos assemelhar aos fariseus e não compreender que 'o que
é impuro é o que sai de nós, não o que entra. “O sacramento da
reconciliação pressupõe, todavia, o pecado e a conversão. Muitas
pessoas, entretanto, têm hoje dificuldade de reconhecer a própria
fraqueza como culpa perante Deus, ou seja, como pecado. Muitas
vezes, evita-se falar da culpa pessoal. Quando se reconhece culpa e
fracasso trata-se do mal dos 'outros”, dos adversários, do passado, da
natureza, das condições do meio etc”.
2. Lembrar que, dia 03 de setembro, a Igreja faz memória de
São Gregório Magno. Ele foi um santo e humilde pontífice. Certa
vez, falando de si próprio, descreveu-se como “Servus Servorum Dei”

54 ZILLES, Urbano. Os sacramentos da Igreja. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. p. 293.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22) 88

(servo dos servos de Deus). Reconstruiu Roma destruída por vários


desastres naturais; organizou programas de caridade para alimen-
tar a população faminta; escreveu muitas obras de moral e teologia
e é considerado o criador da forma musical que conhecemos como
“canto gregoriano”.
3. Motivar a comunidade para o início do mês da Bíblia dia 1º
de setembro.

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