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Soções CNS?
C748s Conferência Nacional dos Bispos do Brasil / Sede Executores da
Palavra, e não Apenas Ouvintes. (Tg 1,22): Roteiros Homiléticos do
Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009. Brasília, Edições
CNBB. 2009.
Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes. (Tg 1,22):
Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto
de 2009.
88p.:14x21 cm
ISBN: 978-85-60263-67-7
| Liturgia 2. Igreja Católica.
CDU - 264.941.6
Coordenação:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Coordenação Editorial:
Pe. Valdeir dos Santos Goulart
Projeto Gráfico e Diagramação:
Fábio Ney Koch dos Santos
Capa:
Henrique Billygran da Silva Santos
Revisão Doutrinal:
Pe. Wilson Luís Angotti Filho
Revisão;
Lúcia Soldera
12 Edição - 2009
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
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Sumário
Apresentação......................
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| SC,n.7.
10º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Santíssima Trindade
07 de junho de 2009
Situando-nos
“Neste domingo que se segue ao Pentecostes celebramos a soleni-
dade da Santíssima Trindade. Graças ao Espírito Santo, que ajuda a
compreender as palavras de Jesus e orienta para a Verdade completa
(Cf. Jo 14,26; 16,13), os fiéis podem conhecer, por assim dizer, a inti-
midade do próprio Deus. Descobrem que Ele não é solidão infinita,
mas comunhão de luz e de amor, vida doada e recebida num eterno
diálogo entre o Pai e o Filho, no Espírito Santo Amante, Amado e
Amor, para citar Santo Agostinho. Neste mundo, ninguém pode ver
Deus, mas foi Ele mesmo quem se fez conhecer a fim de que, com o
Apóstolo João, possamos afirmar: 'Deus é amor” (1Jo 4,8.16)"./ .
Estamos aqui agradecidos por Deus ter nos dado a conhecer
seu amor e sua luz, por ter voltado para nós sua face, estabelecendo
uma relação pessoal e comunicativa conosco. Especialmente neste
domingo, reunidos para celebrar a Páscoa semanal, glorifiquemos
nosso Deus uno e trino, louvando, bendizendo, adorando. Reafir-
memos, com ênfase, nossa fé, expressando que cremos em um só
Recordando a Palavra
O Evangelho proclamado nesta solenidade da Santíssima Trinda-
de inicia com o encontro entre os onze apóstolos e Jesus, após sua
ressurreição.[Conforme o capítulo 26 de Mateus, na noite em que
ia ser entregue, Jesus disse aos apóstolos: “depois de ressuscitar, eu
irei à vossa frente para a Galileia.” Interessante a escolha do lugar
para este encontro, pois os galileus eram desprezados pelos judeus
de Jerusalém, que diziam que da Galileia “não podia sair nada de
bom.” Mais uma vez, Jesus escolhe manifestar-se entre os peque-
nos, os desprezados, os sem importância aos olhos humanos. Ê,
pois em um monte da Galileia, que vemos Jesus reencontrar-se com
os apóstolos. O local “monte” aqui retoma o simbolismo do Antigo
Testamento, em que “monte” é um dos lugares em que ocorre a ma-
nifestação de Deus.
A seguir, Jesus fala sobre a autoridade que lhe foi atribuída pelo
Pai e envia os apóstolos como missionários: “ide fazer discípulos,
ide batizar”.
/ O Evangelho termina com Cristo assumindo conosco um mag-
nífico compromisso: “Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim
do mundo.” /
A leitura do Antigo Testamento, que hoje escutamos, foi extraída
do livro do Deuteronômio/ Moisés exorta o povo a reconhecer que
“o Senhor é o Deus, lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que
não há outro além dele.” Moisés instiga o povo a assumir este reco-
nhecimento com o coração, mais do que com a razão, pois o mistério
de Deus ultrapassa infinitamente nosso poder de compreensão, mas
cabe todo em nosso coração. Apesar de sua grandeza, Deus mantém-
se próximo de seu povo, falando a ele e fazendo maravilhas. /
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Atualizando a Palavra
“Na origem, tudo provém do Pai, através do Filho, no Espírito. O
Espírito, na criação, é dom do Pai e do Filho, e inspira à criação
a filiação do Filho que provém do Pai. A “marca filial” que possui
a criação não é como a marca de ferro em brasa que um animal
porta de seu dono, mas é a marca 'convidativa” da palavra, da busca
inquieta e da resposta que encontra, de locução livre e obediencial
da criação.”
/ Esta explicitação feita por Frei Susin, converge para as leituras
proclamadas que nos falam da grandeza do mistério de Deus, de
nossa filiação adotiva, dos caminhos que levam ao Pai, da liberdade
que temos para responder ao chamado.
Ao decidirmos responder positivamente à voz amorosa de nos-
so Deus, nos tornamos discípulos e somo enviados em missão, a ser
cumprida na realidade de nosso dia-a-dia, seja ela qual for.
Comprometer-se com o Deus Trindade é afastar-se dos falsos
deuses que insistentemente batem à nossa porta. Antes, os falsos
3 SUSIN, Luiz Carlos. Deus: Pai, Filho e Espirito Santo. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 149.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Uma vertical, que nos põe em relação com nosso Deus Trindade.
Outra horizontal, pela qual buscamos a comunhão com os irmãos.
Ao ensejo da solenidade que hoje celebramos, é oportuno rever
nosso compromisso batismal e fazer uma reflexão sobre como esta-
mos vivenciando o amor do qual a Santíssima Trindade é a perfeição.
Sugestões:
Situando-nos
-. TT
Recordando a Palavra
O Evangelho segundo Marcos, proclamado na festa de hoje, relata
desde os preparativos para a festividade da páscoa judaica, da qual
participariam Jesus e seus discípulos, até o momento posterior à sua
celebração “depois de terem cantado o hino, foram para o monte
das Oliveiras.”
O centro da narrativa apresenta a instituição da Eucaristia: “To-
mai, isto é o meu corpo (...) Isto é o meu sangue, o sangue da alian-
ça.” A Eucaristia, celebração memorial da morte e ressurreição do
Senhor é o mistério de nossa fé. Dom de Cristo que, de modo admi-
rável, nos amou até o fim. Dom de Cristo que por nós se entregou.
Dom de Cristo que permanece entre nós.
j No livro do Êxodo, consta que Moisés tomou do sangue dos
novilhos oferecidos em sacrifício e com ele aspergiu o povo, dizen-
do “Este é o sangue da aliança que o Senhor fez conosco”. Pelo sa-
crifício de Cristo, é seu próprio sangue que sela a nova e definitiva
aliança entre Deus e a humanidade, sangue “derramado em favor
de muitos”. “Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera
todos os sacrifícios”.
YA primeira leitura e o Evangelho nos mostram que a antiga
aliança, que tirou o povo hebreu da escravidão, foi superada pela
nova aliança, pois, por Cristo, chegou-nos a salvação. Ele estabele-
ceu a aliança definitiva entre Deus e a humanidade.
É o autor da carta aos Hebreus quem diz: “se o sangue de bodes
e touros, e a cinza espalhada sobre os seres impuros os santifica e
realiza a pureza ritual dos corpos, quanto mais o Sangue de Cristo
purificará nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao
Deus vivo.” (Hb 9,13s).
Na continuação da carta aos Hebreus, Paulo apresenta Cristo
como o único e verdadeiro mediador da nova e eterna aliança. Ele
explica que a morte de Jesus tornou possível a todos que são chama-
dos receberem a promessa da herança eterna.
Atualizando a Palavra
“Na festa de Corpus Christi olhamos sobretudo para o sinal do pão.
Ele recorda-nos também a peregrinação de Israel durante os quarenta
anos no deserto. A Hóstia é o nosso maná com o qual o Senhor nos
alimenta, é verdadeiramente o pão do céu, mediante o qual Ele se
doa a si mesmo. Na procissão nós seguimos este sinal e assim segui-
mos a Ele próprio. E Lhe imploramos: guia-nos pelos caminhos desta
nossa história! Mostra sempre de novo à Igreja e aos seus Pastores o
caminho justo! Olha para a humanidade que sofre, que vagueia inse-
gura entre tantas interrogações; olha para a fome física e psíquica que
a atormenta! Concede aos homens pão para o corpo e para a alma!
Dá-lhe trabalho! Concede-lhe luz! Concede-te a ti mesmo a ela!”
Estas significativas palavras de Bento XVI favorecem nossa re-
flexão. Vejamos dois aspectos:
Diz o Papa que, ao seguir a procissão, seguimos o próprio Cristo
Jesus. Tal seguimento requer de nós a vivência profunda da fé advinda
do encontro pessoal com Jesus, que conduz à solidariedade com os ir-
mãos, especialmente com os sofredores, com os fracos e oprimidos.
Imploramos a Jesus que nos guie e nos mostre o caminho justo.
Por isto, diante da vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima
de Deus; diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a
vida em Deus como valor supremo; diante do individualismo, Jesus
convoca a viver e caminhar juntos; diante da exclusão, Jesus defen-
de os direitos dos fracos e o direito de uma vida digna para todo ser
humano; diante da natureza ameaçada, Jesus nos convoca a cuidar
da integridade da criação.!º
Sugestões:
12 CNBB. Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2009. Brasília: Edições CNBB,
2008. p. 113.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Hino Eucarístico
Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado,
no deserto foi maná.
Bom pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
O Evangelho nos apresenta duas parábolas, contadas com poucas
palavras, mas muito densas em conteúdo. Na primeira, Jesus recor-
re, como em outras ocasiões, à imagem do semeador, da semea-
dura, da semente. O agricultor lança na terra a semente e depois
independe dele o resultado desta semeadura. Sua nova intervenção
vizá na hora da colheita.
| Podemos nos identificar com a semente: Deus nos lança ao
mundo (semeadura) e virá nos colher ao final de nossa peregrinação
terrena. No tempo decorrido entre estes dois momentos, podemos
nos ver como a semente sob a terra Já nós, como seres dotados de
liberdade, cabe o protagonismo de nosso crescimento e amadu-
recimento na relação com Deus, na fé que professamos e que nos
conduz ao irmão, para que possamos, no dia da colheita, estarmos
vigorosos e prontos.
Na segunda parábola, o reino de Deus é apresentado como
uma semente de mostarda, que é muito pequena, mínima, pode-
mos considerar. Significa isto que o reino de Deus é mínimo? Longe
dist A pequenina mostarda nos mostra que não é preciso gran-
des acontecimentos, ações resplandecentes aos olhos humanos para
cultivar o reino de Deus. Os pequenos atos de nosso dia-a-dia são
o grão de mostarda que cresce, fica uma grande árvore e torna-se
capaz de abrigar quem a ela acorre. JA medida que ampliamos nos-
so compromisso com o projeto
E trazido por Jesus Cristo, somos a
semente em germinação./Ao crescermos na fé, na esperança e na
caridade, nos tornamos árvore capaz de abrigar com sua sombra os
irmãos e irmãs que de nós necessitam, quer por estarem sofrendo,
quer por serem vítimas da violência social e individual, quer por
serem pessoas que necessitam de outras que as ajudem a obter uma
vida digna.
Tudo o que somos e fazemos seja, no entanto, em vista da gló-
ria de nosso Deus uno e trino, pois só ele é verdadeiramente gran-
de. Queremos que por nosso testemunho, todos saibam que só um
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
sugestões: «A
14 Papa Bento XVI: pronunciamento, em 25 de junho de 2006, por ocasião da solenidade do Sagra-
do Coração de Jesus.
12º DOMINGO DO TEMPO COMUM
21 de junho de 2009
Situando-nos
Domingo, dia do sol, primeiro dia da semana! Em comunidade, nos
reunimos para louvar e bendizer a Deus, celebrando a Eucaristia,
ação de graças. o
Todos conhecemos a linda canção — O povo de Deus no deserto
andava... na 3º. estrofe cantamos: “O povo de Deus também teve
fome e tu lhe mandaste o Pão lá do céu. O povo de Deus cantando
deu graças, provou teu amor, teu amor que não passa”. A Eucaristia
é Pão para a caminhada, no longo deserto da vida, rumo à Pátria
celeste.
Celebramos hoje o Dia do Migrante. A 17º Assembleia Geral
da CNBB estabeleceu que a Igreja no Brasil, em consonância com a
sociedade civil, celebre esta data no dia 25 de junho ou no domingo
imediatamente anterior.
“É expressão de caridade, também eclesial, o acompanhamen-
to pastoral dos migrantes. Há milhões de pessoas que, por diferen-
tes motivos, estão em constante mobilidade. Na América Latina e
no Caribe, os emigrantes, deslocados e refugiados, sobretudo por
causas econômicas, políticas e de violência, constituem fato novo e
dramático.””
15 DAp,n. 4ll.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Recordando a Palavra
No Evangelho, Marcos conta-nos o episódio da tempestade que cai
sobre o barco no qual Jesus e os apóstolos fazem a travessia do lago
de Tiberíades. Esta é uma narrativa plena de simbolos que falam
muito forte tanto a nosso entendimento quanto a nosso sentimento
de cristãos. Usualmente, ligamos o mar a algo perigoso. Até mesmo
quem está em lazer, à beira mar, sabe que ele oferece riscos, que é
necessário ter muito cuidado com ele. Ao vermos um barco, é ine-
vitável pensar em travessia, viagem, navegar. Nós, cristãos, somos
povo peregrino, navegando pelas águas desta vida com o olhar no
horizonte da eternidade.
Talvez nem todos tenhamos a experiência concreta de termos
vivido uma tempestade, mas todos sabemos a devastação que ela
traz, a luta necessária para dela sair sãos e salvos. Nos dias atuais,
em especial nas cidades, perdemos um pouco a noção da escuridão
noturna, do breu (algo muitíssimo escuro). Em nosso imaginário,
no entanto, permanece a figuração da noite como período perigoso,
em que coisas ruins acontecem. Noite é ausência da luz solar. Noite,
para os cristãos, é ausência da luz divina: de Jesus que é luz para
nossos passos'!*, do Espírito Santo que é 'a divina luz”. Com estes
elementos e alguns outros (vento, ondas, calmaria, margem) Mar-
cos desenha o pano de fundo da mensagem que quer transmitir, re-
sumida nas palavras do próprio Jesus: “ Por que sois tão medrosos?
Ainda não tendes fé?”
16 Cf. Salmo 119 “Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz no meu caminho”.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Atualizando a Palavra
17 Cf. GRINGS, Dadeus. A Conferência de Aparecida, Discípulos Missionários. Porto Alegre: Pascom,
2007. '
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Sugestões:
18 IGMR,n. 82.
SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E
SÃO PAULO - APÓSTOLOS
28 de junho de 2009
Situando-nos
Celebramos hoje a solenidade de São Pedro e São Paulo. O teste-
munho de vida destes dois Apóstolos constituiu-se em alicerce para
a formação da Igreja, impulsionando-a e sustentando-a na missão.
Discípulos missionários de Jesus, tal como desejamos ser hoje, eles
comunicaram o Evangelho de maneiras diferentes. Isto nos anima
a caminhar em nossa missão pastoral, com nossos dons pessoais e
diversos, buscando em Pedro e Paulo a iluminação para também
testemunharmos e anunciarmos a fé cristã no mundo de hoje.
Esta festa, que une os dois Apóstolos, é celebrada, no Brasil, no
domingo mais próximo do dia 29 de junho.
É também nesta liturgia que a Igreja lembra, com muito cari-
nho, o Papa, pastor e guia de todos os fiéis católicos, que nele po-
dem sentir, bem próxima, a presença dos apóstolos Pedro e Paulo.
Recordando a Palavra
No Evangelho, Jesus dirige-se ao grupo dos discípulos e lhes per-
gunta: “e vós, quem dizeis que eu sou?”
Ao confessar que Jesus é o Messias, Filho de Deus, Pedro recebe
a responsabilidade de confirmar os irmãos na fé: “Feliz és tu, por-
que recebeste uma revelação especial de Deus Pai!”
“Sede Executores da Palavra. e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Atualizando a Palavra
19 DAp, n. 251.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)
Sugestões:
A vitória da morte
os uniu, como irmãos
consagrados no sangue,
verdadeira oblação;
pela fé coroados,
ao Senhor louvarão.
Pedro foi o primeiro
Por Jesus consagrado;
Paulo , arauto por graça,
Vaso eleito chamado,
Pela fé se igualava
ao que tem o Primado.
Com os pés para o alto
foi Simão levantado
sobre a cruz do martírio,
como o Mestre, elevado,
recordando a Palavra
que ele tinha falado.
Em tão nobre triunfo,
Roma foi elevada
ao mais alto dos cumes,
em tal sangue fundada;
Situando-nos
Domingo, dia do Senhor! A comunidade reúne-se para ouvir a Pala-
vra, repartir o Pão eucarístico.
Ao celebrar a Eucaristia viemos oferecer a Deus os frutos da
semana e nos reabastecer para seguir na missão, pois a liturgia é “o
cume para onde converge toda a ação da Igreja e a fonte de onde
brota toda a sua força”*!.
Hoje, neste 14º domingo do Tempo Comum, a Palavra proclama-
da refere-se à vocação, ao chamado recebido pelos profetas, pelos após-
tolos, pelos discípulos, por todos nós, filhos e filhas amados do Pai.
Lembremos que a “formação permanente e integral possibilita-
rá aos leigos a descoberta de sua própria vocação e os motivará para
assumirem sua missão"?, Que esta celebração, como rezamos na
oração sobre as oferendas, “nos leve, cada vez mais, a viver a vida”
do reino de Deus, a vida plena trazida por Jesus Cristo.
Recordando a Palavra
No Evangelho deste domingo, encontramos Jesus em sua terra,
acompanhado pelos discípulos. Cumprindo o costume de seu
21 SC,n.10.
22 DGAE, n. 96.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Atualizando a Palavra
Deus manifesta-se na fraqueza e na fragilidade do ser humano. Seu
chamado nos chega no comum de nosso dia-a-dia. Neste início de
século, nos acostumamos aos megaeventos, aos grandes espetácu-
los com muitos efeitos especiais. O chamado divino, no entanto,
nos chega sem alarde, sem propaganda, sem luzes nem fogos de ar-
tifícios. Ao darmos nossa resposta positiva, somos enviados a uma
missão que exige humildade, confiança em Deus e muita oração.
Ela requer que vejamos o mundo com os olhos do Pai.
Nossa vocação primeira é “à santidade, favorecendo e encora-
jando uma unidade íntima entre a vida prática e a própria fé”*. Isto
não é, porém, motivo para nos engrandecer, para nos deixar tomar
pela soberba.
É importante mantermos a consciência que permanecemos fra-
cos, frágeis, que nossa força vem de Deus — “o Espírito entrou em
mim e fez-me levantar”, Sabemos que é a graça de Deus que age em
nós — “basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que se manifesta
todo o meu poder”,
Evitemos reduzir a vocação a um momento único, finito. Na
realidade, ela é um processo e constantemente somos instados a
renovar nossa adesão, a manifestar nossa fidelidade.
Torna-se oportuno referir o que está no número 53 das Dire-
trizes Gerais da CNBB e que pode também ser aplicado à voca-
ção: “Quando a proclamação do Evangelho atinge o coração da
pessoa, exigindo dela uma resposta de fé, descreve-se melhor o
caminho percorrido pelo sujeito de fé. As etapas desta caminha-
da, descritas pelo Documento de Aparecida, são: encontro vivo
com Jesus, conversão, discipulado, comunhão e missão. (...) A
conversão nasce do anúncio e por ele se sustenta; por sua vez o
discipulado, fiel ao chamado amoroso e íntimo do Mestre, deve
traduzir-se sempre em serviço, humanizador e libertador, à vida:
23 DGÃAE,n. 159.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Sugestões:
Situando-nos
“A celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no
coração da vida da Igreja. O domingo, dia em que por tradição
apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda
a Igreja como dia de festa de preceito por excelência.”
Neste 15º domingo do Tempo Comum, retomamos a reflexão
sobre o chamado vocacional, iniciada no domingo passado. Pela Pa-
lavra proclamada e acolhida, nos confrontamos com nossa vocação
pessoal e, nela reafirmados, celebramos a liturgia eucarística na qual,
através de Jesus Cristo, no Espírito Santo, ofertamos nossa vida a
Deus Pai, e da qual obtemos vigor para nossa ação missionária.
Recordando a Palavra
O início do Evangelho narra o envio dos doze apóstolos: “começou
a enviá-los dois a dois”. Esta frase pode ser vista sob dupla aborda-
gem. Ela refere-se ao costume judaico de não viajar sozinho, de ter
sempre um companheiro ao lado para mutuamente se apoiarem,
se ajudarem quando necessário. Ela simboliza tambéma dimensão
comunitária da Igreja e, por consequência, damissão.
ça
à época, era uma espécie de santuário oficial, onde o culto era finan-
ciado pelo próprio rei, portanto contaminado pelo “poder terreno.
Vemos aí a oposição entre o Reino de Deus e o reino dos homens.
Talvez a frase mais significativa deste pequeno texto seja a resposta
da Amós a Amasias: “Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era
pastor de gado (...) foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho”.
Como nas vocações enfocadas na Liturgia da Palavra do domingo
passado, aqui se repete e se reforça a convicção que ninguém se
constitui profeta por si mesmo: é Deus quem escolhe, é Deus quem
chama, é Deus quem envia.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)
Atualizando a Palavra
No Evangelho proclamado, vemos Jesus que envia os apóstolos,
dois a dois, e lhes confere o poder sobre 'os espíritos impuros”. Eles
26 DGAE,n. 51.
27 DAp,n. 13.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
28 DAp,n. 13.
29 DGAE,n. 57.
30 “No caminho aberto pela Conferência de Aparecida, foi elaborado o novo Projeto Nacional de
Evangelização (...) intitulado “O Brasil na Missão Continental”, o novo projeto tem como lema
'A alegria de ser discípulo missionário” - Documentos da CNBB - 88.
31 Projeto Nacional de Evangelização “O Brasil na Missão Continental” - Documentos da CNBB
-88.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Sugestões:
32 SC,n. 60.
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM
19 de julho de 2009
Situando-nos
“Instituído para amparo da vida cristã, o domingo adquire natural-
mente também um valor de testemunho e anúncio. Dia de oração,
de comunhão, de alegria, ele repercute-se sobre a sociedade, irra-
diando sobre ela energias de vida e motivos de esperança.”
Nós, povo de Deus, conscientes dos frutos que emanam da ce-
lebração comunitária da Páscoa semanal, nos reunimos, neste 16º
domingo do Tempo Comum, para participar da mesa da Palavra e
da mesa da Eucaristia.
Hoje, a Palavra escutada nos chama à esperança, à prática da
justiça, à vivência da paz positiva. Imbuídos de tais valores, partici-
pando do Corpo e Sangue de Cristo e reunidos pelo Espírito Santo,
nos constituímos, na celebração da Missa e na vida de fé, em um só
corpo e um só espírito.
Recordando a Palavra
No Evangelho de Marcos que centraliza a Liturgia da Palavra de
hoje, os Apóstolos que haviam sido enviados dois a dois, como vi-
mos no domingo passado, retornam para junto de Jesus e com ele
Atualizando a Palavra
Em 1992, o papa João Paulo II, dirigiu ao episcopado, ao clero e aos
fiéis uma exortação apostólica que começa exatamente com uma
das ideias-chave do texto de Jeremias que hoje ouvimos.
“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15). “Com
as palavras do profeta, Deus promete a seu povo que jamais o dei-
xará privado de pastores que o reúna e guie: “Eu estabelecerei para
elas (as minhas ovelhas) pastores, que as apascentarão, de sorte que
não mais deverão temer ou amedrontar-se” (Jr 23,4).
A Igreja, povo de Deus, experimenta continuamente a realiza-
ção deste anúncio profético e, na alegria, continua a dar graças ao
Senhor. Ela sabe que o próprio Jesus Cristo é o cumprimento vivo,
supremo e definitivo, da palavra de Deus: “Eu sou o Bom Pastor”(Jo
10,117!
Cristo deixou pastores instituídos para continuarem a guiar
seu povo, quer por prados e campinas verdejantes, quer por vales
tenebrosos. Eles são essenciais à vida da Igreja, por isto temos sem-
Ed
34 Exortação Apostólica pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis de sua santidade João Paulo Il ao episco-
pado, clero e aos fiéis sobre a formação dos sacerdotes nas circunstâncias atuais. Roma, 25 de
março de 1992.
55 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
pre que pedir ao Senhor que suscite pastores que apascentem suas
ovelhas.
- Neste início de século, vislumbramos muitos prados e campi-
nas verdejantes nos quais floresce o reino de Deus. Entre outros
elementos, o Documento de Aparecida” destaca: a grande estima
do povo pelos sacerdotes (nossos pastores); a renovação litúrgica
que acentuou a dimensão celebrativa da fé cristã centrada no mis-
tério pascal de Cristo; os esforços de renovação pastoral nas paró-
quias; a valiosa obra evangelizadora desenvolvida por missionários
e missionárias.
De igual modo, vislumbramos vales tenebrosos, que se cons-
tituem como obstáculos para o crescimento do reino de Deus. O
Documento de Aparecida? ressalta, entre outros: o número insufi-
ciente de sacerdotes (nossos pastores); numerosas pessoas que per-
dem o sentido transcendente de suas vidas e abandonam as práticas
religiosas; o afastamento de alguns católicos do Evangelho que re-
quer um estilo de vida simples, austero e solidário.
Neste contexto, somos todos chamados a ser discípulos mis-
sionários de Jesus Cristo e, em um constante movimento de ida e
vinda, partir para atuar e retornar para com Ele dialogar, “num lu-
gar deserto (tranquilo) “, que propicie o cultivo da espiritualidade.
O progresso em nossa vida espiritual conduz sempre mais à união
íntima com Cristo, cujo coroamento, no dizer de S. Tomás de Aqui-
no, encontra-se na Eucaristia.
35 DAp,n. 99.
36 DAp, n. 100.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)
Sugestões:
Situando-nos
Recordando a Palavra
Jesus passa para a outra margem do lago, seguido pela multidão que,
tendo visto seus sinais, buscava-o, esperando o conforto, a cura, O
alimento às suas necessidades. Olhando para eles, Jesus percebeu
que precisavam ser alimentados. Mesmo sabendo o que iria fazer,
o Mestre remete aos discípulos a necessidade do povo. Eles, porém,
não conseguem ver como poderiam alimentar a tantos; pensam,
com lógica humana, que não teriam dinheiro para tal.
» O menino que traz cinco pães e dois peixes simboliza o milagre
que pode acontecer quando o egoismo dá lugar à solidariedade, ao
s)º PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - 2009
Atualizando a Palavra
Se desejamos ser verdadeiros discípulos de Jesus, a exemplo dos
apóstolos, então é conosco que Ele quer contar, hoje, para multipli-
car pães e peixes e alimentar o povo. É para nós que Ele diz: “Onde
vamos comprar pão para que eles possam comer?”
Aceitarmos a proposta de Jesus significa viver esta outra lógica
que multiplica dons ao partilhar; ao viver o amor e o compromis-
so com o outro; ao se importar com a fome de todos, não apenas
com a nossa. É nosso o compromisso de levar ao mundo o pró-
prio Jesus, pois é Ele mesmo que se multiplica como pão descido do
céu em nossos altares, nos alimenta, nos dá vida e coragem para a
caminhada.
— “Diversas são as formas de presença solidária junto aos pobres
e excluídos” afirma o documento das Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil”. Nosso compromisso de discí-
pulos missionários de Jesus Cristo nos impele a identificar a forma
de participação e comprometimento com a qual vamos fazer parte
da multiplicação dos pães, hoje. Fazendo isso, lembrando que, ao
mesmo tempo que nos preocupamos em “alimentar o povo”, somos,
nós também, parte deste povo, e é necessário que tenhamos fome de
Deus, de sua misericórdia, de seu amor, fome de justiça e de paz!
Por isso, o documento da CNBB?” deixa claro: “o discípulo mis-
sionário também sabe que não pode restringir sua solidariedade ao
gesto imediato de doação caritativa. Embora importante e mesmo
indispensável, a doação imediata do necessário à sobrevivência não
abrange a totalidade da opção pelos pobres. Antes de tudo, esta impli-
ca convívio, relacionamento fraterno, atenção, escuta, acompanha-
mento nas dificuldades”, que são formas de multiplicar nossos dons,
buscando seguir a lógica de Jesus e, aceitando a participação, parti-
lhá-los com todos, atendendo seu pedido “para que nada se perca”.
mae
37 DGAE,n. 183.
38 DGÃE,n. 186.
o PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Sugestões:
Situando-nos
Recordando a Palavra
Depois do sinal da multiplicação dos pães, Jesus explicita o sentido
deste sinal ao povo que o procura. Ele diz que o mais importante
não é o pão que alimenta o corpo, mas o pão que pode alimentar o
homem para a vida eterna, o pão que sacia definitivamente a fome,
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Atualizando a Palavra
39 DAp, n. 249.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Sugestões:
Situando-nos
Neste Domingo, dia dos pais, mês vocacional, nos reunimos para
nos alimentar com a Eucaristia e com a Palavra.
Na continuidade do Evangelho de João, falando sobre Jesus, o
Pão da vida, neste 19º Domingo do Tempo Comum, teremos a cer-
teza de que o mais importante é ver Jesus pelos olhos da fé, reco-
nhecendo-o como Filho de Deus, caminho que nos conduz ao Pai.
Caminhemos com Jesus neste Tempo Comum, buscando ampliar
nosso entendimento de sua Palavra, para melhor vivê-la a cada dia.
Com nossos pais, presentes ou distantes, vivos ou falecidos, ce-
lebremos com alegria a vocação familiar. /
Recordando a Palavra
Muitos dos que ouviram Jesus dizer que Ele é o pão vivo descido
do céu, pão da vida, alimento para a vida eterna, começaram a
questionar suas palavras, porque conheciam apenas sua dimen-
são humana: diziam que era filho de José e, por isso, não acredi-
taram n Ele.
Eles não ouviram verdadeiramente o que Jesus dizia. A certeza
de que sabiam quem Ele era os impedia de entender todo o restan-
te. Eram inflexíveis em suas certezas, não tinham o espírito aberto
às novidades de Deus. Queriam um deus de acordo com os planos
deles, não conseguiam ser abertos ao plano de Deus.
"Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Atualizando a Palavra
Imitar a Deus, ser bom como Jesus, perdoar como Jesus. Por que é
tão difícil?
-x Ele é o Filho de Deus, perfeito, não tem as nossas limitações
humanas. Mas, qual é nossa maior limitação, por que é tão difícil
para nós ser como Jesus?
O problema é que queremos ser “bons”, como nós mesmos acha-
mos que devemos ser, sem mudar nossas certezas, nossos desejos,
ou tudo aquilo a que já nos acostumamos.
Queremos perdoar, mas ficamos com a certeza de que tivemos
razão, não queremos esquecer a ofensa, continuamos questionando
a atitude do outro, fomos magoados, não queremos esquecer.
Onde está realmente a dificuldade? Talvez nas nossas certezas
formuladas pelo mundo e não iluminadas pela Palavra de Deus.
Tais certezas impedem que sejamos diferentes daqueles que
não conseguiram enxergar o Jesus Divino, porque tinham certeza
que Ele era filho de José, apenas Jesus humano.
Aprisionados às certezas do mundo, ao que pensamos, ao que
fomos condicionados a acreditar, nos faz previsíveis demais, talvez
até “pré-programados”.
A sociedade nos programa, as críticas das quais temos medo
nos programam, não deixamos o coração aberto para as surpresas
que Deus nos oferece. Mais que isso, deixamos passar estas surpre-
sas, não identificamos as obras de Deus, exatamente como aqueles
que não conseguiram identificar Jesus como o Filho de Deus, o Pão
verdadeiro descido do céu.
Como nos diz o Documento de Aparecida*!, “para ficarmos ver-
dadeiramente parecidos com o Mestre, é necessário assumir a centra-
lidade do mandamento do amor”, mas não da nossa forma de amar,
selecionando a quem amar, como amar, e sim, como nos diz o mesmo
documento, amando “com a medida de Jesus”. Esta é a diferença.
41 DAp, n. 138.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22) 7/0
42 DAp, n. 137.
A! PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Sugestões:
Tu és a Verdade!
Desperta nossas mentes
e faze arder nossos corações com a tua Palavra.
Que ela ilumine e aqueça os corações sedentos de justiça e santidade.
Ajuda-nos a sentir a beleza de crer em Ti!
Fica conosco, Senhor!
Tu és a Vida!
Abre nossos olhos para te reconhecermos
no “partir o Pão”, sublime Sacramento da Eucaristia!
Alimenta-nos com o Pão da Unidade.
Sustenta-nos em nossa fragilidade.
Consola-nos em nossos sofrimentos,
Faze-nos solidários com os pobres, os oprimidos e excluídos.
Fica conosco, Senhor!
Situando-nos
Durante o ano litúrgico, acontecem diversas celebrações do Senhor,
de Nossa Senhora e dos santos e santas.
Neste Domingo, celebramos a Solenidade da Assunção de Nos-
sa Senhora. O dogma da Assunção de Nossa Senhora foi proclama-
do em 1950, pelo Papa Pio XII.
Celebramos esta solenidade da Páscoa de Maria dando graças
ao Pai que eleva a humilde mulher, Maria de Nazaré, nela nos ofere-
cendo o sinal da vitória definitiva de toda a humanidade, pela força
da ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Com os religiosos contemplativos e missionários, membros dos
institutos seculares e sociedades de vida apostólicas, escutemos a
Palavra que o Senhor hoje nos dirige.
Recordando a Palavra
A liturgia da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora nos traz o
Evangelho de Lucas, em que Maria, grávida do Salvador do mundo,
vai até a casa da prima Isabel. É o encontro maravilhoso destas
duas mulheres pobres mas especialmente escolhidas pelo Senhor,
cada uma com sua vocação específica.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22) 74
Atualizando a Palavra
Para alcançar a vida eterna, precisamos viver, hoje, o exemplo de
Maria, sua disponibilidade de acolher, indo ao encontro do outro;
43 Cf. CNBB. O Messias, Filho de Deus, caminha a nossa frente: Roteiros Homiléticos. São Paulo: Pauli-
nas e Paulus, 2006. pp. 94-95.
FAS PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
44 DAp, n. 272.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22)
Sugestões:
4. Lembrar que:
à Dia 20 de agosto, a Igreja celebra a memória de São Bernar-
do, abade e doutor da Igreja. Ele percorreu a Europa para
restabelecer a paz e a unidade da Igreja, por causa dos cismas
que a ameaçavam.
à Dia 22 de agosto, a Igreja celebra Maria sob o título de Nossa
Senhora Rainha. Maria Rainha é a Mãe glorificada. Esta cele-
bração tem íntima relação com a festa da Assunção de Nossa
nhora celebrada no domingo.
21º DOMINGO DO TEMPO COMUM
23 de agosto de 2009
Situando-nos
Neste 21º domingo do Tempo Comum, vemos que após os sinais,
o anúncio e as propostas de Jesus sobre o pão da vida, alguns discí-
pulos o abandonam, porque acham duras suas palavras, exigentes
suas propostas.
É Pedro que, mais uma vez, questionado por Jesus, como quan-
do o identificou como Filho de Deus, fala pelo grupo de apóstolos
que decidem acompanhá-lo: “A quem iremos, Senhor? Tu tens pa-
lavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que
Tu és o Santo de Deus”.
Nesta liturgia, vamos viver a decisão de nossa vocação. Como
os discípulos, depois de ouvirmos o Mestre, aceitemos a proposta
de segui-lo e sejamos verdadeiramente, seus discípulos missioná-
rios no mundo de hoje.
Recordando a Palavra
Pedro responde, firme e decididamente, a pergunta de Jesus. Ele
representa a comunidade que se decide pelo seguimento de Jesus.
1 Todos ouviram as palavras do Mestre, mas nem todos tiveram
a coragem para segui-lo. Alguns pensaram que eram muitas as exi-
gências, que não valeria enfrentar tantos desafios e desistiram. O
/9 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - 2009
grupo que está com Pedro permanece firme, pois entende que assu-
mir todas as exigências vale a pena, porque as palavras de Jesus não
são meras promessas passageiras, são “palavras de vida eterna”,
Neste Evangelho, vemos os discípulos entendendo que a opção
por Jesus requer uma adesão completa, radical, absoluta. Alguns
dos discípulos desejaram estar com Jesus, participar das curas, dos
milagres, sem participar do compromisso de sua proposta; no mo-
mento de assumir esta decisão eles desistiram do seguimento do
Mestre.
A primeira leitura põe o povo diante de uma escolha funda-
mental. Josué organiza a assembleia de Siquém. O povo deve acei-
tar sua nova identidade teológica, social e cultural. Josué interpela
o povo sobre-a qual Deus quer servir. E o povo se decide, renovam
a aliança que já haviam feito no Êxodo e no Sinai.
Esta decisão, demonstrando a certeza de que Deus nunca aban-
dona os que lhe são fiéis, é proclamada no Salmo: “Clamam os jus-
tos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta”.
Pedro e os discípulos, que não abandonaram o Mestre, também
fizeram esta escolha. Depois da ascensão de Jesus ao céu, levaram
ao mundo a proposta de vida com os valores que Ele pregou.
A Na segunda leitura, Paulo exemplifica como viver a proposta
de Jesus na família, no testemunho do casal cristão, no amor e no
respeito mútuo.
Também estabelece uma mesma relação de compromisso no
amor, entre Cristo e a Igreja, ou seja, Cristo amou sua Igreja até O
extremo de entregar sua própria vida por todos. Assim, aqueles que
decidem segui-lo, também devem ter dedicação, respeito e demons-
trar, em suas atitudes, escolhas e ações, imenso amor por Ele.
Atualizando a Palavra
46 DAp, n. 280b.
e PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Sugestões:
2. Lembrar que:
h Dia 24 de agosto, celebramos a Festa de São Bartolomeu,
apóstolo, que foi conduzido a Jesus por Filipe e que, segundo
uma tradição, depois da Ascensão do Senhor, pregou o Evan-
gelho na Índia onde foi martirizado.
Dia 27 de agosto, celebramos a memória de Santa Mônica,
exemplo de mãe, que, com muita fé, orou durante muitos
anos pela conversão do filho, Santo Agostinho.
Dia 28 de agosto, celebramos a memória de Santo Agostinho,
Bispo e Doutor da Igreja. Agostinho converteu-se após uma
juventude conturbada deixando numerosos e significativos
escritos para a fé católica.
Dia 29 de agosto, a Igreja faz memória do martírio de São João
Batista. Precursor de Jesus, anunciou sua vinda e foi martiri-
zado por suas denúncias que desagradaram aos poderosos.
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
30 de agosto de 2009
Situando-nos
Recordando a Palavra
A Liturgia da Palavra tem sua centralidade no Evangelho, o qual
hoje nos traz mais uma das confrontações de Jesus com aqueles que
o queriam destruir. Aqui, Jesus é confrontado por seus inimigos
que tentam pegá-lo em contradição. Na narrativa que hoje escuta-
mos, há dois 'senhores” a lei dos homens e a lei de Deus.
Os fariseus acusam Jesus de descumprir a lei e a tradição. Ele
lhes mostra que não é contra a lei, mas contra aqueles que a querem
cumprir somente em aparência, para que os outros os achem puros,
exemplares e, no entanto, em seu interior distanciam-se de Deus.
Para enfatizar sua postura, Jesus responde aos fariseus, citando
as Escrituras: “este povo me honra com os lábios, mas seu coração
está longe de mim (...) Vós abandonais os mandamentos de Deus para
seguir a tradição dos homens” Depois, Jesus explica à multidão que
é no coração humano que se encontra tanto a pureza quanto a impu-
reza. A leimaior é « aleido amor, vinda « do próprio Deus. O homem a
pode acolher ou não em seu coração. A lei de Deus, que é o amor, não
pode ser nem ultrapassada, nem reduzida por leis humanas.
A leitura do Antigo Testamento inicia com as significativas pala-
vras de Moisés “ouve Israel”. É o “Shemá Israel”, o chamado para que
o povo de Deus se coloque em atenta escuta da Palavra, a guarde no
coração, a cumpra e a ponha em prática e assim qualifique-se para en-
trar na Terra Prometida. Similar apelo é dirigido a nós hoje, a quem a
Terra Prometida é a vida eterna, a vida no Reino que não terá fim.
É a isto que Tiago nos conclama, ao expressar: Tecebei com
humildade a Palavra que em vós foiimplantada e que é capaz de
salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não
meros ouvintes.” O apóstoloé bastante duro em sua exortação, pois
assevera que aquele que ouve, mas não cumpre os ensinamentos
divinos 'engana-se a si mesmo”.
Como interlocutores da Palavra, clamamos, pedindo que nos se-
jam clareados os caminhos que levam à casa do Pai: “Senhor, quem
morará em vossa casa e no vosso monte santo habitará?” O próprio
85 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Atualizando a Palavra
A Palavra de Deus e, por consequência, sua lei, são exigentes. No
entanto, a lei dada por Deus tem uma característica muito própria:
reveste-se do amor, amor que chega a nós, vindo da própria Trinda-
de. Assumir a lei de Deus não é ignorar as leis dos homens, mas as
ter subordinadas àquela, que é a maior de todas.
Mas por que acolher a lei de Deus? Certamente, como uma res-
posta de gratidão, de ação de graças por Ele nos indicar o caminho
da libertação, antes da escravidão a outros povos, hoje da escravi-
dão a tudo o que nos afasta do que é bom e justo.
Ao serem assumidos com o coração, os preceitos do Senhor ad-
quirem significado transcendente, deixam de ser apenas proibições
e interdições para serem indicações seguras rumo à casa do Pai, a
Terra Prometida.
Lembremos sempre que nosso Deus é um Deus próximo de
nós. Através de Jesus Cristo, permanece no meio de nós, portanto,
viver seus mandamentos é viver nEle e com Ele, viver a lei que está
acima de todas: a do amor.
O próprio Jesus nos ensina que o primeiro mandamento é este:
“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força! O se-
gundo mandamento é: amarás teu próximo como a ti mesmo! Não
existe outro mandamento maior do que estes.” (Mc 12,30-31).
As leis humanas, para validamente organizarem o convívio so-
cial, devem respeitar estes dois princípios que estão acima de qual-
quer outro.
Há muitas ações que são 'legais' (estão em conformidade com a
lei), porém não são éticas, não estão de acordo com os valores evan-
gélicos. Por exemplo, é plenamente legal, em acordo com a lei, que
determinados funcionários públicos recebam salários milionários,
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1.22)
equivalentes a muitos
e muitos salários mínimos, enquanto outros
53 DAp,n. 13.
SA PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum - Ano B - Junho / Agosto de 2009
Sugestões:
54 ZILLES, Urbano. Os sacramentos da Igreja. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. p. 293.
“Sede Executores da Palavra, e não Apenas Ouvintes.” (Tg 1,22) 88