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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI- UNIVALI

PROGRAMA DE MESTRADO EM GESTAO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

MAURICIO GHEDIN RODRIGUES

ÁNALISE INSTITUCIONAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO


PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO

Itajaí-SC

2010
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI- UNIVALI

PROGRAMA DE MESTRADO EM GESTAO DE POLÍTICAS PUBLICAS

ÁNALISE INSTITUCIONAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO


PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO

Trabalho apresentado pelo aluno


Mauricio Ghedin Rodrigues como
requisito parcial para avaliação na
disciplina de Aspectos
Sociopolíticos das Relações entre
Executivo e Legislativo no Brasil,
orientado pelo professor Eduardo
Guerini.

Itajaí-SC

2010
ANALISE INSTITUCIONAL DOS PARTIDOS POLITICOS NO PRESIDENCIALISMO
DE COALIZÃO

O termo “presidencialismo de coalizão” é o ponto de partida para análise dos


partidos políticos brasileiros, pois coalizão nada mais é do que uma aliança de
governo.

Mediante ao termo presidencialismo de coalizão racionalizado, compreende-se


mecanismos essenciais no comportamento do legislativo, já que em um país com
cerca de 30 partidos políticos é praticamente impossível uma hegemonia parlamentar
para sustentar o governo.

Sabemos que a escolha de parlamentares para compor cargos e/ou funções


importantes no governo está diretamente ligada aos lideres políticos, sendo que
muitas vezes, a competência se difere das comissões. A aliança estabelecida entre o
governo e outros partidos fazem, em sua grande maioria das vezes a divisão dos
cargos e ministérios, sendo divididos entre os partidos que juntos vão oferecer apoio
no congresso ao presidente.

Vale destacar que este modelo considera que a eficácia da comunicação entre
os diversos cenários e atores no processo de presidencialismo de coalizão e que o
comportamento dos partidos políticos depende de alguns fatores tais como: abertura
do sistema político, convergência de interesses e compromisso dos gestores. É fato
notável também que infelizmente somente alguns indivíduos podem de fato influenciar
os políticos. (Flexor; Pereira Leite, 2007)

Diante do exposto, percebe-se de maneira visível o cenário contrastante que se


desenha na analise das políticas publicas, pois de um lado está um modelo que
centraliza o Estado com ator potencializador no processo de formulação,
implementação e avaliação de políticas publicas e que “desconsidera” todos os demais
atores do processo, e do outro lado há um modelo que reconhece a necessidade de
interação dos diversos atores e ou partidos políticos no processo das políticas
públicas, porem é um modelo que facilita a existência de um ambiente de
“oportunidades, interesses e facilidades”, isto é, a eficácia dos partidos políticos no
presidencialismo de coalizão, dependerá das oportunidades que os diversos atores
inclusos no processo terão através de tais políticas, dos interesses e por conseqüência
do grau de comprometimento dos gestores com a agenda de políticas e infelizmente o
que se percebe é que o grau de comprometimento e interesse do gestor que deveria
ser intrínseco a ele, é determinado pelas “facilidades” e ou “benefícios” que o mesmo
terá se tal política for implementada. Este modelo portanto pressupõe a interação de
diversos atores, porem devido a falta de regras institucionais há uma acentuada falta
de cooperação entre os mesmos, alem da falha de comunicação pois as informações
tendem a ser assimétricas o que propicia o oportunismo entre os gestores.

Nesse contexto cabe analisar a gestão de políticas publicas e o sistema político


brasileiro que é definido por Alston et al. (2004) apud Flexor; Pereira Leite (2007, p. 05
e 06):

No caso brasileiro, as políticas podem ser explicadas pelos padrões de interação entre o
Presidente da República, os membros do Congresso e os demais atores capazes de interferir nesse jogo.
Em função da pressão eleitoral, o Presidente apresenta uma relação de preferência hierárquica. No topo
da agendam encontram-se as políticas que contribuam para fortalecer a estabilidade macroeconômica e o
crescimento. Num nível inferior estariam políticas promovendo oportunidades econômicas e em seguida
políticas visando a redução da pobreza. Os deputados e senadores, por outro lado, tendem a privilegiar
políticas (setoriais, econômicas ou sociais) que trazem recursos para seus eleitores potenciais. Em função
das diversas preferências, os poderes Executivo e Legislativo procuram estabelecer relações que sejam
benéficas a ambos. Assim, o foco do titular do governo está nas políticas macro (fiscal e monetária) e
para alcançá-las pode utilizar políticas setoriais como moeda de troca no intuito de garantir votos no
legislativo. Uma vez arbitrada essa questão, emergem as políticas de educação e saúde (com recursos
mais ou menos fixos e difíceis de serem alterados) e por último as políticas “residuais e mais ideológicas”
como reforma agrária e meio ambiente. O jogo político pode ser interpretado como um jogo seqüencial
em que cada ator tem certo poder de veto. No início, dependendo do sucesso das políticas estratégicas, o
Presidente decidirá quais políticas residuais serão perseguidas. Nesse contexto, portanto, as políticas
residuais, como a reforma agrária ou a política de segurança alimentar, dependerão de sua viabilidade
orçamentária e da dinâmica legislativa, o que explica também o grau de volatilidade desse tipo de política.
Em suma, as instituições que estruturam as transações entre atores e organizações do sistema político
brasileiro e os custos de funcionamento dos mercados políticos proporcionam um conjunto de incentivos -
aprovação, publicidade, controle de recursos, gerências e cargos, entre outros – determinando a agenda
política e a hierarquia dos problemas a serem tratados, assim como os recursos alocados às diferentes
políticas públicas.

O que se percebe diante do exposto é que no Brasil, o sistema político embora


considere a atuação de diversos atores, é um sistema marcado pela falta de regras
institucionais e embora os poderes executivo e legislativo formulem uma agenda que
na teoria é voltada para o bem comum dos cidadãos, mas na pratica tal agenda é
formulada de acordo com oportunidades e interesses de cada um e de modo, como
citado a cima, que se estabeleça relações que sejam benéficas a ambos, o que explica
o por que de tais projetos serem colocados em pauta e votados de forma mais rápida
e outros projetos demoram meses, anos e até são arquivados sem serem colocados
na pauta para votação. O que, por conseqüência, da base e enfatiza a necessidade
de uma Reforma Política no Brasil.

Não se pretende aqui negar a importância do Estado Brasileiro no processo


de desenvolvimento das políticas públicas nem deixar de enfatizar a importância dos
partidos políticos no presidencialismo de coalizão, pois considera-se que o Brasil, tem
como principio para a governabilidade a Democracia Representativa, ou seja, os
cidadãos elegem por meio do voto direto, os seus representantes, e a estes outorga-
lhes a função de determinar planos governamentais, bem como tomar decisões
políticas, porém as políticas públicas só vão ser de fato eficazes, se estas focarem as
necessidades e anseios dos cidadãos, bem como promovam o fortalecimento
econômico, por conseqüência a economia forte aumenta a possibilidade de melhoria
da qualidade de vida, porém, para que essa possibilidade se torne real é necessário
que se perceba, em princípio, dois pontos fundamentais: O primeiro é que o
crescimento econômico só vai gerar melhoria da qualidade de vida se associado a
uma melhor distribuição de renda através do aumento dos postos de trabalho e
melhoria salarial (que possibilitará melhor acesso da população aos direitos básicos de
cidadania), e da percepção de que o homem não é um ser unidimensional e que,
portanto, para que se efetive a o desenvolvimento se faz necessário atentar para as
necessidades do ser humano, e para tanto se faz necessário, a participação de todos
os atores envolvidos no processo, bem como a simetria de informação e comunicação
entre os mesmos. Outro fator de importância a ser considerado é a necessidade de se
analisar quanto a formulação e implementação da agenda de políticos, bem como
avaliar os impactos sociais produzidos a médio e longo prazo pelas mesmas.

Vale ainda destacar que a possibilidade de coalizão foi aberta com a


Constituição Federal de 1988, que aumentou o poder do parlamento sobre o
executivo. O presidente teve seu poder reforçado por esta constituição, e para se ter
influencia na política publica, é necessário estar aliado ao presidente. Aos
parlamentares restam duas saídas: fazer parte desta aliança, ou declarar a oposição
esperando chegar ao fim este governo.

O presidencialismo de coalizão não pode girar somente em torno de cargos,


pois assim, torna-se um grande projeto de poder e com o objetivo de mantê-lo nas
mãos dos interessados, mas sim deve buscar a institucionalização deste poder para
que também faça com que a ampliação dos planos de ação, programas, projetos
atenda toda a população.

É fato notável que pode se perceber as varias “facetas” do processo como um


todo e a diversidade de interação dos partidos políticos na gestão das políticas
publicas no presidencialismo de coalizão. Infelizmente se constatou que a agenda das
políticas publicas atualmente é organizada e se da prioridade á esta ou aquela política
que possa resultar em maiores benefícios para os poderes executivos e ou
legislativos, que o que se fala na teoria, muitas vezes não é o que se efetiva na
prática, o que, por conseqüência, reforça a tese e a necessidade de uma reforma
política no Brasil.

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