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RISCOS
A SAÚDE DO TRABALHADOR
NOS DIVERSOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
William A.Burgess
Professor Associado de Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacional, Emérito
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard
Boston, Massachussets, Estados Unidos da América
10158-0012.
do pela Seção 107 ou 108 da Lei de Direitos Autorais dos Estados Unidos
partamento de Permissões, John Wiley & Sons, Inc., 605 Third Avenue,
10158-0012.
Copyright 1997 adquiridos pela Ergo Editorajunto a John Wiley and Sons,
NLM: WA 400
CDU: 6 16-057
INTRODUÇÃO A EDIÇÃO BRASILEIRA
Tomei contato com o livro do Prof. Burgess pela primeira vez em 1989 nos Estados
Unidos, e naquela ocasião já me interessei pela tradução para o português da primeira
edição do seu livro Recognition of Health Hazards in Industry. Felizmente, ao longo dos
anos seguintes, o Prof. Burgess reescreveu o seu livro, tornando-o muito mais completo, e
desde que o mesmo foi lançado nos Estados Unidos, em 1995, já iniciamos o processo de
tradução, que agora colocamos a disposição do leitor no Brasil.
O presente livro tem uma qualidade singular: e a primeira vez que o estudioso de Saúde
Ocupacional tem em mãos um livro que lhe permite analisar em profundidade os riscos
inerentes aos diversos processos industriais da atualidade, numa análise minuciosa de cada
passo do processo. O beneficio é óbvio: se alguém já disse que "quem não sabe o que
procura não entende o que encontra", antes do presente livro o profissional de Saúde
Ocupacional que, mesmo na melhor das intenções de fazer um trabalho serio de identifica-
ção de riscos ocupacionais teria que "garimpar" informações técnicas, como procurar agu-
lha num palheiro, depois do presente livro passa a ter seu trabalho bastante facilitado: basta
ler o capitulo da atividade industrial a que se refere o assunto, e terá o leitor, de antemão,
uma visão clara dos possíveis problemas de comprometimento a saúde que poderá encontrar
naquela especifica atividade industrial.
Naturalmente, o impacto é extraordinário, facilitando o desenvolvimento do PCMSO,
do PPRA, de inspeções, de fiscalização, de perícias de insalubridade etc... O presente livro
também se constitui num manual extremamente prático para os que estejam cursando En-
genharia de Segurança e Medicina do Trabalho, que poderão, agora sim, estudar um pro-
cesso industrial ou visitar uma indústria já sabendo de antemão o que procurar. E ainda,
deve ser uma referência obrigatória para os engenheiros de processo, pelo menos no capi-
tulo referente ao tipo de indústria na qual estejam trabalhando.
Tudo isso justifica nossa assertiva de ser este um livro único, incomparável.
Uma das virtudes da presente leitura é que ela reflete a realidade norte-americana, uma
das referências para nós de pais de Primeiro Mundo. Assim, o leitor terá um outro ganho
adicional na leitura deste livro, que é o de perceber como as coisas ocorrem naquele país,
com as regulamentações, instituições de pesquisa e demais Órgãos que controlam o risco
ocupacional, num país com enorme tradição de desenvolvimento nesta área. Como exis-
tem muitas siglas de entidades, o leitor deve, sempre que necessário, consultar o Apêndice
C, preparado pelo autor, e o pequeno Apêndice D, preparado por nós, para facilitar a leitura
do livro no Brasil.
Naturalmente pode o leitor encontrar que a fábrica em que esteja trabalhando já não
contenha um determinado risco potencial que o autor cita, por conta de uma tecnologia
novissima de fabricação. Nesse aspecto é importante lembrar que o movimento de moder-
nização e de adequação a competitividade internacional pelo qual passa nosso pais nos
últimos anos tem sido responsável por mudanças tecnológicas importantes, muitas delas
eliminando possíveis riscos a saúde do trabalhador.
A tradução de um livro dessa natureza não e simples, a começar pelo título em inglês,
que não tem um equivalente em português; enquanto que em inglês há uma graduação da
exposição ocupacional (hazard, risk e danger), em português não temos um termo sinôni-
vii
viii INTRODUÇÁO A EDIÇÁO BRASILEIRA
mo de hazard, razão pela qual optamos por traduzir por possíveis riscos, que na realidade
traduz bem o que o autor propõe. Outras dificuldades: os termos técnicos, em inglês, que
tivemos que buscar os equivalentes em português, e para isso tivemos que contar não ape-
nas com o trabalho do tradutor, mas tivemos que encomendar cada capítulo a um revisor
técnico, geralmente ligado a área. Assim, é perfeitamente possível que o leitor encontre um
termo que não seja de seu vocabulário, no tipo de indústria que estiver trabalhando, sendo
esta dificuldade por conta da extensão territorial do Brasil, e das dificuldades de não se ter
ainda uma linguagem técnica de consenso em língua portuguesa.
Por fim, é importante destacar a questão da conversão das medidas inglesas para as A segunda edição deste livro foi escrita para o estudante que está almejando a gradu-
unidades internacionais; em muitos pontos deixamos ambas, especialmente quando sus- ação e m saúde ocupacional e segurança, o médico que busca o relacionamento de
peitamos que a referência pudesse estar sendo um equipamento que utilize as unidades sintomas médicos e situações de exposição encontradas no trabalho, o engenheiro de
inglesas. Gostaríamos de destacar que ocasionalmente permitimos a utilização do decimal ambiente fabril que tem que levar e m consideração as questões de saúde no planeja-
como ponto (conforme se pratica em inglês), em função das dificuldades de se enxergar um mento das dependências da indústria, e os representantes da gerência e de segurança
determinado valor, quando se tem que separar diversos valores com decimal através de dos sindicatos que têm a responsabilidade de assegurar que o processo industrial não
virgula. apresente riscos de saúde aos trabalhadores. Deverá também servir como referência
Temos certeza da enorme contribuição que O livro do Prof. Burgess irá dar para a prática para higienistas industriais em atividades de certificação, consultoria e seguridade
Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho no Brasil, e que cada leitor irá ter em mãos um os quais encontrarão neste trabalho uma ampla variedade de operações industriais.
material capaz de melhorar ainda mais o seu trabalho em prol da saúde do trabalhador.
Este livro se distingue da primeira edição na sua organização, abordagem e conteú-
do. O nível de detalhes e m tópicos individuais foi aumentado. Algumas discussões de
Hudson de Araújo Couto - Diretor da Ergo Editora Ltda.
W.A.B.
PARTE I INTRODUÇÁO
1. Elementos no Reconhecimento de Riscos a Saúde
PARTE 8 MINERAIS
25. Lavra de Pedreira
26. Mineração
27. Fusão
28. Produtos de Amianto
29. Produtos do Asfalto
30. Fabricação de Abrasivos
31. Produtos de Vidro
32. Produtos Cerâmicas
PARTE 9 MISCELÂNEA
33. Celulose e Papel
34. Fibras Têxteis- Algodão e Rayon
Elementos no Rec0.nhecimento de
Riscos a Saúde
Introdução
Materiais
Processos
Padrão de Exposição
Controles
1.5.1 Engenharia
1.5.2 Práticas de Trabalho
1.5.3 Equipamento de Proteção Individual
Evidência de Exposição
Fontes de Informação
Notas de Campo
Referências
1.2 MATERIAIS fica um acompanhamento rigoroso. Se grandes quantidades forem utilizadas, poder-
se-ia pensar no cálculo de uma quantidade de massa e estimar a quantidade do produto
Desenvolveu-se nos Estados Unidos um sistema que oferece as especificações dos químico liberado para o ambiente:As taxas de ventilação poderiam então ser determi-
materiais, incluindo composição e propriedades químicas e físicas; sem tais nadas e a concentração de ar no ambiente de trabalho poderia ser calculada. Isto rara-
especificações a indústria não poderia funcionar. Estas especificações para materiais mente produz resultados bem sucedidos. Em geral, taxas de uso só são valiosas para se
da indústria são úteis para a avaliação da exposição ao qual o trabalhador está sendo fazer uma avaliação qualitativa de exposições; deve-se confiar na amostragem de ar
submetido e são frequentemente citadas no texto. Dados detalhados sobre materiais e durante o estágio de avaliação da higiene industrial para se determinar os níveis de
referências a outras fontes de informações sobre especificações de metais são apresen- exposições.
tados no apêndice A.
Como se determina quê materiais e processos são usados na fábrica? Antes de vki- 1.3 PROCESSOS
tar as instalações o pesquisador pode obter informações preliminares consultando os
diversos textos de engenharia e quimica listados no apêndice B que contêin diagramas Um grande volume de produtos químicos padronizados e de produtos são fabricados
de fluxos de processos e descrições gerais de materiais. Embora algumas fábricas te- através de processos e materiais muito similares. A melhor descrição do processo de
nham processos e materiais próprios, a maioria dos produtos industriais padrões são manufatura é obtido na fábrica e a maioria de suas instalações poderá oferecer estas
manufaturados de maneira marcadamente similar. informações, geralmente na forma de um fluxograma. Os textos de engenharia e de
Em grandes indústrias, as informações detalhadas sobre processos mantidas pela química citados no apêndice B oferecem dados similares. A nomenclatura do processo
empresa inclui listas com especificações das matérias primas e fornecedores aprova- pode divergir de fábrica para fábrica e o investigador deve ser cuidadoso no esclareci-
dos. Estes dados não estão comumente disponíveis na área de produção mas podem mento destas diferenças antes de finalizar seus estudos. O pessoal da fábrica não irá ter
ser obtidos com o engenheiro de produção, pessoal de laboratório responsável pelo muita fé em relatórios de saúde ocupacional que não reflitam conhecimento da fábrica
controle de materiais ou agentes de compras. Em fábricas com processos próprios, e da terminologia pertinente. Muitas das associações industriais oferecem informa-
estas informações estarão disponíveis com pessoal senior de gerenciamento e a libera- ções sobre as operações padrões nas suas indústrias; Frequentemente, há fluxogramas
ção destas informações tem, de modo geral, que ser negociada. de excelente qualidade disponíveis e as associações'de maiores portes possuem comi-
Uma lista de matérias primas pode não estar disponivel em uma pequena fábrica tês de saúde ocu~acionalatuantes que - podem
. oferecer relatórios sobre as atividades
que manufatura um produto convencional. A padronização de materiais nestas fábri- industriais. Uma lista de associações que oferecem tais informações estão presentes no
cas não é frequentemente necessária uma vez que variações no material e na composi- apêndice B. Outras fontes de informações sobre processos industriais são as publica-
ção quimica não tem grandes efeitos no produto. Uma lista pode ser elaborada através ções sobre a poluição do ar que oferecem, com detalhes, taxas de emissões de poluição
da observação direta no local de trabalho ou pela condução de um inventário do mate- nas operações industriais. Estes relatórios são úteis nos estudos de saúde ocupacional
rial no setor de recebimento ou no depósito. Melhor ainda é solicitar para ver a compi- desde que os diagramas de fluxo identifiquem os pontos de liberações de contaminantes,
lação de MSDS da fabrica (ver Apêndice D), que é exigida pelas regulamentações de a natureza dos contaminantes e a quantidade liberada.
Comunicação de Riscos da OSHA - Ocupational and Safety Health Administration
(Administração de Segurança e Saúde Ocupacional).
A maioria dos produtos quimicos utilizados na indústria são de grau técnico, isto é,
Uma vezque a operação está definida e os pontos de liberação de contaminantes iden-
eles não são produtos químicos puros, mas contêm algumas impurezas. Em um pro-
tificados, tem-se que estabelecer o tempo padrão durante o qual o trabalhador fica
cesso sofisticado, estas impurezas podem afetar a produtividade e a qualidade do pro-
exposto. Para tal não é preciso requisitar um estudo de engenharia industrial deste
duto. Neste caso, o fabricante terá especificações de materiais detalhadas e a análise
tempo pois dados aproximados já serão adequados. Se tal pedido fosse solicitado, a
rotineira dos materiais recebidos será feita pelo laboratório de controle de material.
fábrica não iria atendê-lo.
Estes dados podem ser Úteis no estudo da fábrica. Provavelmente não haverá riscos a
Em operações especiais, pode ser importante obter tempos de exposição com preci-
saúde se uma impureza for de baixa toxicidade e se estiver presente numa baixissima
são consistindo, assim, em um primeiro passo na identificação de possíveis riscos. Por
concentração. Se o material for altamente volátil ou facilmente liberado e tóxico, qual-
exemplo, se um soldador estiver realizando um trabalho que demanda um longo tem-
quer impureza deve ser considerada um risco em potencial. Encontra-se frequentemente
po de preparação, ele pode vir a soldar efetivamente, durante apenas 5-10 % do tempo
produtos químicos nos quais a concentração de impurezas pode ser de até 20% Tal
do turno. Entretanto, em uma outra operação um soldador pode estar trabalhando em
caso demanda uma estudo detalhado. A questão das impurezas é ainda mais complica-
grande peças de metal e o tempo de arco pode chegar a ser de 60 a 70% do turno. Neste
da quando nem mesmo o fabricante do material tem conhecimento das suas identida-
des. caso o tempo de soldagem pode ser estimado pela observação da operação. Em outros
Informações sobre a quantidade de matéria prima consumida num processo de fa- processos, o tempo de utilização de equipamentos e a quantidade de material usada
bricação é de grande valor quando se considera o risco relativo a que se expõem o durante um turno compõem um índice de tempo de exposição que pode ser útil na
trabalhador. Se apenas alguns poucos quilos são usados durante um mês não se justi- identificação dos riscos.
1.5 CONTROLES 7
Diz-se frequentemente que uma pessoa experiente pode usar sua visão e olfato para
identificar e estimar a concentração de um contaminante. Isto é um exagero. Uma
pessoa pode ver uma partícula de 25 p m em condições ideais de iluminação. Portanto, ACGIH (1 992), Industrial Ventilation, A Mnn~lalof Recornrnended Prnctice, 2 1 st ed. Cornrnittee
em uma fábrica não se pode ver pó respirável menor do que 10 p m a menos que uma on Industrial Ventilation, American Conference of Govemmental Industrial Hygienists,
nuvem densa de pó, névoa ou gás tenha sido gerada. Partículas pequenas podem ser Cincinnati, OH.
detectadas usando-se a luz de uma janela, ou de uma luz portátil. Esta técnica tão AIHA (1 993), Who S Who in Industrial Hygiene. American Industrial Hygiene Association,
simples é muito útil na engenharia de controle, mas não se pode utilizá-la para o esta- Fairfax, VA.
belecimento de concentrações de poeira. BOHS (1 987), ControllingAirborne Contarninants in the Workplace, BOHS Technical Cuide
A presença de gases e vapores pode ser identificada pelo odor ou imitação, e fontes No.7, British Occupational Hygiene Society, Science Reviews Ltd., Northwood, Middlesex,
de informação de dados sobre o limiar do odor estão anotados no apêndice B. Estas UK.
fontes deveriam ser partes das referências de rotina de um especialista em saúde ocu- Burgess, W. A. (1994), "Philosophy of Management of Engineering Controls," in Patfy 's
pacional. Ii?d~isMalHygiene and Toxicology, Vol. 3D, 3rd ea., L. J. Cralley, L. V. Cralley, and R. J.
Harris, Eds., Wiley, New York.
1.7 FONTES DE INFORMAÇÁO Burgess, W. A,, Ellenbecker, M. J., and Treitman, R. D. (1989). ~entilationfor Conti.01 of the
Work Environrnent, Wiley, New York.
Não incluímos neste livro as listas de Limites Permissíveis de Exposições (PELs) da
Burton, D. J. (1989), Industrial Ventilntion Workbook, DJBA, Inc., Salt Lake City, UT.
OSHA, Limites Recomendáveis de Exposição (RELs), do NIOSH e a Tabela de Limi- Clayton, C. D. and Clayton, F. E., Eds. (1991), Patfy 's Indtatrial Hjlgiene and Technology, Vol.
tes de Tolerância (TLVs) da ACGIH uma vez que limites de exposição ocupacional I, Parts A and B. Wiley, New York.
estão sendo continuamente revisados e podem ser obtidos com facilidade em outras NIOSH (/978),Pocket Gtlide to ChernicalHazards, NIOSH Pub. No.78-210, National Institute
fontes. Este não é um trabalho sobre a toxicidade de materiais industriais; há outras
for Occupational Safety and Health, Cincinnati, OH.
fontes disponíveis sobre o efeito de exposições a contaminantes. Na introdução de
Roach, S. A. (1992), Health R i s k Frorn Hazardous Substances At Work, Pergamon Press,
cada capítulo há uma tentativa de se estabelecer a magnitude dos problemas de saúde
Oxford.
ocupacional em cada segmento industrial através do fornecimento de uma estimativa
Schwope,A. D., Costas, P. P., Jackson, J. O., and Weitzman, D. J. (1987). Guidelines foi-Selection
aproximada do número de trabalhadores envolvidos e de se mostrar a realidade da
of Chemicnl Protective Clothing, 3rd ed., American Conference of Govemmental Industrial
doença nesta população, pela inclusão de um resumo selecionado de recentes estudos
Hygienists, Cincinnati, OH.
epidemiológicos.
As formas físicas de contaminantes do ar liberados em cada processo estão listados
no texto e definidos no apêndice C. Esta informação é necessária para se chegar a
exposição e avaliar a adequação dos equipamentos de limpeza do ar.
I: 2.1 Alumínio
2.1.1
2.1.2
Matérias Primas
Redução Eletrolitica da Alumina
2.1.3 Perfil das Exposições
2.2 Ferro e Aço
2.2.1 Intermediários e Produtos
2.2.2 Fabricação do Coque
2.2.3 Alto Forno
2.2.4 Fabricação do Aço
i Referências
AGUA DE
VERMELHA
MOINHO
DE BOLAS
DE SO.DI0
DILUI00
FILTRO
OE ALUMINIO
ELETRODOS
GASTOS
I A
PARA EPUIPAMENTO OE CONTROLE
Figura 2.1 Sala de Cubas de uiiia grande instalação para a produção de aluminio mostrando o Figura 2.2 Fluxograma do processo de produção do aluminio. Fonte: EPA, 1973.
alumínio fundido sendo retirado por meio de sifão de uma das 198 cubas. Fonte: Cortesia da
Associação de Alumínio, Washington, D.C.
adicionado para aumentar a eficiência da célula. Estes aditivos têm o potencial de
O manuseio do mineral e da alumina cria um problema de poeira em potencial, o
liberar fluoretos para o ambiente. A célula de aço tem um revestimento interno de
qual pode ser prontamente controlado por métodos de engenharia. A solução alcalina
carbono que atua como cátodo e um ânodo consumível oriundo de coque de petróleo
cria problemas que podem variar de simples dermatoses a sérias queimaduras quími-
e piche é gradualmente queimado, liberando uma variedade de contaminantes do ar
cas. Procedimentos rigorosos de limpeza devem ser estabelecidos, equipamentos de
incluindo hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. A corrente direta de baixa volta-
proteção individual devem ser usados, e a higiene pessoal deve ser enfatizada.
gem (4-6 V ) - a l t a amperagem (120.000-150.000 A) passando através do banho de
criolita-alumina reduz a alumina a alumínio metálico e oxigênio. O metal fundido
resultante se acumula no fundo da cuba e é retirado por sifão periodicamente, alumina
2.1.2 Redução Eletrolítica da Alurnina
é fornecida a cuba através de funis de carga e criólita e ânodos consumíveis são repos-
A alumina é convertida em alumínio em uma célula de redução ou cuba como mostra- tos. Para se produzir uma tonelada de aluminio metálico é preciso aproximadamente 2
do na Figura 2.3 (EPA, 1973). Um número delas são arranjadas na sala de cubas. A toneladas de alurnina. O oxigênio liberado no ânodo forma monóxido de carbono e
alumina é dissolvida em criólita (Na3AlF,); a uma temperatura de operação de 980°C, dióxido de carbono. Além do C 0 e CO,, a célula de redução de alumínio ainda libera
a criólita pode dissolver até 20% de alumina. Fluorita (CAF,) é adicionada ao banho hidrocarbonetos aromáticos polinucleares proveniente dos ânodos consumíveis, com-
para abaixar o ponto de fusão da mistura e o fluoreto de alumínio (AIF,) é postos da criolita, fluorita e fluoreto de alumínio e partículas contaminantes vindas do
manuseio de vários materiais granulares.
16 PROOUÇÃo DE METAI%ALUM~NIO, FERRO E AÇO
solúveis em benzeno. Ânodos das células são substituídos por operadores de ânodo e
operadores de cátodo a cada 20-30 dias.
As células pré-cozidas são projetadas para receber alimentação tanto pela parte
central como pela lateral. Na configuração da alimentação central mostrada na Figura
2.5, um quebrador de crosta automatizado é usado para quebrar a crosta quando do
carregamento da alumina. Nas células de alimentação lateral, as portas entre os ânodos
tem de ser abertas para se quebrar a crosta manualmente e carregar alumina fresca.
Esta operação permite a liberação de contaminantes do ar das células para as salas de
cubas. Quando ja se formou bastante alumínio pela redução de alumina, o metal fun-
dido é retirado da célula através de sifonamento.
Na célula de redução Soderberg mais comum a pasta anódica é cozida no local. A
pasta anódica é feita de coque de petróleo e piche e levada diretamente para a célula
para recompor o material anódico ou é moldado em briquetes para facilitar o manu-
seio. A célula Soderberg mostrada na Figura 2.6 tem pinos de aço energizados imersos
na pasta anódica em uma configuração vertical, daí portanto o nome de pino vertical
Soderberg. Gases desprendidos pelo ânodo são coletados por uma coifa com abas e
Figura 2.3 Esquema de uma célula de redução eletrolitica. queimados como se pode ver na Figura 2.6. Às vezes, para um melhoramento do
controle, instala-se coifas secundárias.
A celula pode ser operada tanto com um ânodo pré-cozido como material anódico Em um segundo desenho de célula, células de pinos horizontais Soderberg, os pi-
que é curado no local. No processo de precozimento os ânodos são formados em uma nos são imersos lateralmente na pasta anódica. Este desenho requer uma superestrutu-
dependência separada através da mistura de coque de petróleo finamente moído com ra completa sobre a célula, para a captura dos gases emanados. Quando se necessita
um ligante a base de piche quente (Figura 2.4). Esta pasta espessa é então moldada sob operar na célula, portas de acesso têm que ser abertas, permitindo a liberação de
pressão para formar um ânodo "verde". O ânodo moldado é então cozido a 1100- contaminantes do ar. Células de pino horizontal Soderberg emitem aproximadamente
1200°C (1830-2 190°F) por vários dias, liberando poluentes particulados, voláteis de 6 vezes mais hidrocarbonetos aromáticos policíclicos do que as células de pinos verti-
alcatrão e piche (VAP), dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros contami- cais.
nantes. Depois do cozimento, pequenos bastões de aço anódico ou pinos são Os sacadores de pinos e os operadores de ânodo (veja Tabela 2.1) trabalham em
posicionados em buracos preformados nos ânodos e ferro fundido é derramado nos passarelas na parte superior das células de pino vertical Soderberg. Os trabalhadores
espaços intersticiais para fixá-los. Durante a fabricação da célula pré-cozida, os traba- nas células de pinos horizontais usam máquinas ao nível do piso para arranjar e remo-
lhadores ficam expostos a poeira com uma concentração significante de partículas de ver os pinos; operadores de ânodo mantêm a altura de ânodos pelo reajuste da forma
das células. Além da sobrecarga térmica, os trabalhadores de redução ficam expostos
a fluoretos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, dióxido de enxofre e monóxido
de carbono.
PAREDE DE AÇO
ISOLANTE
REVESTIM
DE
CARBONO
Figura 2.4 Instalação de ãnodo precozido. Fonte: EPA, 1974. Figura 2.5 Célula de redução precozida com alimentador de alumina central. Fonte: Schuler
and Bierbaum, 1974.
18 PRODUCÃO DE METAI%ALUM~NIO. FERRO E AÇO
Uma avaliação do desempenho de respiradores na sala de cubas Soderberg de pinos produto, mas é convertido em ferro fundido e aço.
horizontaismostrou que 95% dos fatores de proteção no local de trabalho estavam acima O aço é formado no convertedor BOF ou em fomos elétricos. A conversão do ferro
de 275 para respiradorespurificadoresde ar motorizadossem vedação facial e acima de 9 para aço é um processo de refino no qual o teor de carbono é futado a uma baixa
para aparelhospurificadores de ar de meia peça facial (Gaboury et al., 1993). Trabalhado- percentagem e certos outros elementos são reduzidos na composição. Ferro fundido
res usandorespiradoresde meia peça facial estavam limpos e barbeados e se submeteram proveniente do alto fomo contém cerca de 4% em peso de carbono; este teor será
a um ensaio de vedação facial antes do estudo de campo. Todas as concentrações de reduzido para 0,02-0,04% no convertedor BOF e se um refino secundário for reali-
particuladosdentro do respiradoreram menores do que 0,5 mg/m3. zado então o teor de carbono será reduzido para níveis tão baixos quanto 0,002%.
Um estudodas exposições a energia radianteas quais estavam sujeitos os trabalhadores Ligas especiais de aço podem ser fabricadas com a adição de outras ligas de metais.
da sala de cubas de uma grande fábrica de redução de alumínio nos Estados Unidos in- Ligas de aço são aquelas que receberam a adição de outros elementos, excetuando-se
cluiu radiação UV actinidea (20&3 15 nm), radiação UV próxima (315-400 nm), radia- o carbono, ou os aços carbono que contém teores maiores do que 1,65% de manganês,
ção visível (40&760 nm) e radiação IV (NIOSH, 1988). Exposições a radiação 0,60% de silício ou 0,60% de cobre. Estes aços têm, frequentemente, metais de ligas
infravennelha excedendoao TLV da ACGIH de 10 mW/cm2 ocorreram ein locais perto que auxiliam as ligas de aço a alcançar melhores propriedades mecânicas através de
das portas abertasdas cubas, nos moldes contendoalumínio fundido,e durantea reposição tratamento térmico. Entre os elementos que são frequéntemente adicionados ao aço
do ânodo. A medida da exposiçãode todo o corpo a campos magnéticosestáticosexcedeu carbono para a formação de aço-liga estão o vanádio, o cromo, o molibdênio, o alumí-
o limite de exposição ocupacionalem 600 gauss. nio e o níquel. Outros materiais incluindo o cobalto, o nióbio e o tungstênio são encon-
Uma técnica de lavagem a seco vem sendo largamente aceita em fábricas de redu- trados em aços-liga especiais feitos para a fabricação de ferramentas de cortes.
ção de alumínio como um mecanismo de limpeza do ar com o objetivo de reduzir as
emissões de fluoreto nos exaustores provenientes das salas de cubas. O fluoreto é 2.2.2 Fabricação do Coque
removido do fluxo dos exaustores fazendo-o passar por um lavador a seco que é ope- Carvão betuminoso é moído, limpo, seco e despachado para a coqueria. Em fomos de
rado com a alumina como material absorvente. Periodicamente o material absorvente
subprodutos do coque, o carvão é cozido em um fomo-fenda na ausência de ar a tem-
é substituído por alumina nova e o material recuperado (alumina recuperada) é usada
peraturas próximas de 1090°C (2000°F) por 14-20 horas. O fomo de coque é mantido
para o carregamento das cubas. Um estudo feito por Eduard e Lie (1981) mostrou que
sob vácuo, e a medida que os materiais voláteis são desprendidos, eles são coletados e
a concentração total de partículas no ambiente de trabalho é aumentada de 5,4 mg/m3,
recuperados na usina de subprodutos (veja Figura 2.8).
quando as células são carregadas com alumina nova, para 7,6 mg/m3, quando as célu-
Os trabalhadores nas coquerias ficam expostos a uma variedade de partículas, gases
las foram recarregadas com alumina recuperada. Não houve nenhuma diferença esta-
e vapores provavelmente sem igual se comparada com quaisquer outras instalações
tística na concentração de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos comparando-se as
duas condições operacionais. Paralelo ao aumento da concentração de partículas, hou-
ve uma ocorrência maior de sintomas médicos relacionados ao trabalho quando a MINERIO
alumina recuperada foi utilizada. Este aumento em poeira e gás exalado resultante do
i DE FERRO
uso de alurnina recuperada também foi notada pelos investigadores do NIOSH, que
enfatizaram a impo&cia do sistema da coifa exaustora das cubas quando da opera-
ção neste modo (NIOSH, 1978). & I ALTO
FORNO
LINGOTAMENTO CONTiNUO
2.2 FERRO E AÇO TARUGO
TABELA 2.2 Principais contaminantes do ar em usinas de ferro e de aço Manuseio de carvão Forno de coque Planta de resíduos
Operação Exposição
Poeira rnonha para c a ~ á o
Mineração Poeira de minério e de carvão
I
Sinterização e pelotização de minério Óxido de Ferro
Fomos de coque Emissões dos fomos de coque
Manuseio de refrathrio Pó de Silica
Fundições Areia de Silica
Fumos metálicos
Fornos
Operações de rebarbamento
Óxido de Ferro
Óxido de Ferro
'
Preparação de refugo Fumos de Chumbo
Galvanização Fumos de Escória, Zinco
I I vapor
4,
Aços com chumbo e com Ferromanganès Fumos de Chumbo e de Manganés
Gases e Vapores
Alto Fomo Fluoretos, C 0
Produção de Coque CO, SO,,,H,S
Ozõnio, Oxidos de Nitrogènio
Solda
Manutenção e Limpeza de Motores
Névoas
Vapores de Solventes i Coque
inesperado, resultando ila exposição a uina alta concentração por breves períodos.
Manutenção das instalações, uma supervisão inteligente e treinamentos extensivos
são condições para se assegurar a segurança em relação a estas exposições.
Uma publicação da NIOSH apresenta as técnicas de controle disponíveis para o
ambiente de uma coqueria (NIOSH, 1980). A lista de prioridades proposta inclui a
vedação de portas laterais, vedação das cabeceiras dos fomos, emissões do carrega-
mento, emissões no transporte e na movimentação do carvão. Os principais controles
de engenharia incluem carregamento por estágios para reduzir emissões, carregamen-
to por tubulação que eliminaria as funções dos operadores da vagoneta e do controlador
dai tampas, levantadores mecânicos nas tampas das vagonetas e resfriamento do car-
vão a seco substituindo a operação com água. A instalação de linhas volantes que
mantém o fomo sob pressão negativa tem se mostrado de bom valor. O uso de ar
condicionado, recinto fechado, postos de comando de reserva e áreas de descanso com
suprimento de ar filtrado podem reduzir, significativamente, os riscos de exposição.
Vazamentos nas tampas, tubos verticais e recurvados e portas podem ser reduzidos
por manutenção e vedação apropriadas. Instalação de galpões sobre as estufas como
Figura 2.9 Vista lateral da bateria de fornos de uma coqueria com carro empurrador a distância. forma de controle ambienta] de poluentes aumenta o risco de exposição para O traba-
lhador e não parece ser uma técnica adequada.
de ganso") e diversos outros que compõem o pessoal de manutenção. O grupo de
operários da lateral inclui o operador do carro empurrador e da vagoneta e pessoal de
manutenção da porta. O trabalhador da coqueria está exposto ao pó de carvão, emis-
sões de particulados dos fomos de coque, com significativa quantidade de componen-
tes solúveis de benzeno, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, e uma vasta gama
de outros contaminantes em concentrações menores. A sobrecarga térmica é também
um possível risco físico significativo em coquerias.
Nas plantas de resíduos os riscos de exposições incluem monóxido de carbono,
amônia, benzeno, dissulfeto de carbono e outros contaminantes. Uma vez que as ope-
rações são realizadas em um sistema fechado, a principal dificuldade é um vazamento
Figura 2.10 Parte superior da bateria de fornos da coqueria com a vagoneta em preparação
para o carregamento do fomo. Figura 2.11 Descarregamento do coque da bateria e preparação para o resfriamento.
26 PRODUÇÃO DE METAIMLUM~NIO, FERRO E AÇO 2.2 FERRO E A Ç O 27
Ponte
rolante a
n Larninador de
blocos e de placas Larninador de tarugos
pósitos adicionais
a o convertedor
o
a Folhas (viga em I, Vergalhíio Árarne Barra
Tiras canais, etc.)
Fitas
Figura 2.13 Fomo BOF. Fonte: De Problemas de Projeto de Engenharia de Grandes Fornos
para a Fabricação de Ferro e Aço. Publicação 136 ISI. Copyright 1970. Com permissão da
Sociedade de Metais, Londres.
Figura 2.14 Fabricação de produtos de aço. Fonte: Cortesia da Indústria Americana de Ferro
O aço derretido produzido nos fomos mencionados anteriormente é transformado e Aço.
em produtos de aço de inúmeras maneiras (Figura 2.14). Até os anos 60, o processo
convencional de produção de aço envolvia o vazamento de lingote. Neste procedi- inferior do molde a chapa tem uma crosta sólida mas o miolo ainda está derretido. O
mento o aço derretido dentro da panela é derramado ou seja "vazado" para dentro de endurecimento completo acontece a uma distância de 30 m (100 pés) do molde e a
moldes de ferro fundido. Os moldes são afilados para facilitar a retirada do aço sólido. chapa pode, assim, ser levada para a laminação como mostra a Figura 2.7.
Depois de se retirar o molde do lingote, este é colocado no fomo-poço ou fomo de O processo intermediário do aço inclui produtos laminados a frio e a quente, lâmi-
retenção onde permanece até que uma temperatura uniforme seja atingida por todo o nas de folha-de-Flandres, galvanização a quente, formas estruturais, vergalhões, ara-
lingote. Retira-se o lingote do fomo-poço levando-o para um laminador intermediário mes, canos e tubulações. A operação da laminação é energética, e o ambiente em uma
e então para laminadores de especialidades para formar blocos, chapas e tarugos. Blo- instalação convencional é barulhento, quente, apresentando névoas de óleo em sus-
cos têm seção transversal quadrada, chapas são retangulares, e tarugos são longos com pensão.
seções transversais pequenas. A galvanização pode ser feita através de banho quente ou eletroquimicamente. O
O lingotamento de intermediários e seu reaquecimento subsequente mostrou ser aço a ser galvanizado deve ser previamente limpo em um banho alcalino e então é
um procedimento ineficiente e dispendioso. Esta pratica também acarretou uma perda atacado com ácido s u l f i c o ou hidrocloridrico. O estoque tem então de ser atacado
de 15 a 25% devido ao descarte das pontas dos lingotes quando estes deveriam ser com cloreto de zinco, cloreto de amônia, ou a mistura dos dois. Dufresne et al. (1988)
utilizados para a obtenção de produtos de aço de alta qualidade. Nos anos setenta e caracterizou o contaminante aerosol dos tanques de banho quente com tamanhos me-
oitenta, um número de desenvolvimentos levou à implementação do lingotamento nores do que 2 pm consistindo de cloreto de zinco, óxido de zinco, cloreto de amônia
continuo, o processo alternativo mostrado na Figura 2.7. O metal é retirado diretamen- e um complexo de cloretos. Remijn et al. (1982) estudaram cinco operações de
te do fomo BO ou do processo de refinamento secundário para a área de lingotamento galvanização por banho quente na Holanda e descobriu médias geométricas de con-
contínuo onde o aço derretido é despejado dentro de um recipiente com a forma de um centrações de cloreto de hidrogênio de 5.3,4.1,2.3, 1.8, e 3.4 mg/m3com base em 50
funil chamado de "tundish" ou tanque distribuidor (Figura 2.15). O metal flui desde o amostras em cada usina. As concentrações de Óxido de zinco foram baixas com médi-
tundish através de uma válvula para um molde de cobre resfriado a água. O aço então as inferiores a 0,2 mg/m3em cada usina. Verma e Shaw (1991) descrevem o uso de 2%
se solidifica, em um processo que parece inacreditável para um leigo em metalurgia, e de níquel em um banho quente de galvanização para melhorar a aderência e a aparên-
forma urna crosta externa nas bordas do molde. O metal flui na forma de uma chapa cia. Concentrações suspensas de níquel estavam bem abaixo dos limites de exposições
em uma velocidade que é definida pelo movimento de rolos puxadores. No fluxo ocupacionais.
30 PRODUÇÃO DE METAISALUM~NIO. FERRO E AÇO
Os riscos causados por ruído neste tipo de indústria são abrangentes e requerem
uma variedade de controles, incluindo modificações de equipamentos, silenciosos para
entrada e saída de ar, isolamento e blindagem e equipamentos de proteção individual.
Amistrong, B. G., Tremblay, C. G., Cyr, D., and Theriault, G.(1986), Scand J. Work Environ.
Health, 12, 48-93,
Balya, D.R. and Danchik, R.S. (1984), Am. Ind. Hyg. Assoc. J., 45, 260-268.
Bjorseth, A., Bjorseth, O., and Fjeldstad, P.I.E. (1981), Scand J. Work Environ. Health, 7,
22S232.
Dufresne, A., Perrault, G., Roy, C., Lauzon, J., Michaud, D., and Baril, M. (1988), Ann. Occup.
Hyg., 32, 179-189.
Eduard, W. and Lie, A. (1981), ScandJ. Work Environ. Healrh, 7, 214-222.
CORTE
EPA
(.1973), Co,npilafion of Air Pollution Emission Factors, 2nd ed., ~hblicationNo. AD42,
US Environmental Protection Agency, Research Triangle Park, NC.
EPA
(1974), Backgroirnd Informarion for Standards ofPerforrnance: Prima~AluniinurnPlants,
ESTEIRA Vol. I, US Environmental Protection Agency, Research Triangle Park, NC.
do, mas é possível o controle através de ventilação local exaustora. Aços especiais IARC
(1984), Monographs on the Evaluation of the Carcinogenic Risk of Chemicnls to Hir-
podem conter niquel, bismuto, crômio, ferromanganês, tungstênio e molibdênio. mans, Vol. 34, Part 3, International Agency for Research on Cancer, Lyon, France.
Fluoretos podem ser encontrados em certos minérios de ferro. IARC (1987) Monographs on rhe Evalirntion of the Carcinogenic Risk of Chernicals to Hu-
A produção da folha-de-Flandres (folha estanhada) envolve a exposição a ácidos e rnans, Overall Evaluations of Carcinogenicity: An Updaring of IARC Monographs Volirmes
as chapas de aço chumbado envolvem o uso de chumbo. Usinas de ferro e aço possu- 1 to 42. Supplement 7, International Agency for Research on Cancer, Lyon, France.
em também eletrodeposição, pinturas com sprays e operações de solda com os riscos Krokje, A., Tiltnes, A., Mylius, E., and Gullvag, B. (1985),Scand. J. WorkEnviron. Health. 11,
presentes descritos em outros capitulos. Exposições a fumos metálicos acontecem du- 31 1-316.
rante a injeção de oxigênio nos alto fomos e nos fomos arcos. Estas emissões dernan- Lloyd, J.W.
(1971), J. Occirp. Med. 13, 5 M 8 .
dam controle por ventilação e purificação do ar. NIOSH (1978), HETA 78-044-715, Kaiser Aluminum and Chemical Corporation, West Vir-
O principal dano causado pela sílica ocorre durante a instalação de tijolos refratári- ginia, National Institute for Occupational Safety and Health, Cincinnati, OH.
os que contém altas concentrações de quartzo, no revestimento de fomos e estufas. A NIOSH (1980), Control Technology for Worker Exposure to Coke Oven Emissions, DHHS '
sobrecarga térmica é um problema pertinente aos fomos de coquerias, produção bási- (NIOSH) Publ. No. 80-1 14, National Institute for Occupational Safety and Health, Cincin-
ca de aço e operações fmais de laminação. A carga principal de calor é causada pela nati, OH.
radiação proveniente dos fomos e do metal derretido. A indústria vem utilizandoos NIOSH (19831, Occuparional Henlth Control Technology for rhe Prirnary Aluminum Industiy,
seguintes controles: DHHS (NIOSH) Publ. No. 83-1 15, National Institute for Occupational Safety and Health,
Cincinnati, OH.
1. Escudos protetores de radiação. . NIOSH (1988), HETA 88-229-1985, Onnet Corp., Hannibal, OH, National Institute for Occu-
2. Ar condicionado em estações de controle, postos de comando e cabines de opera- pational Safety and Health, Cincinnati, OH.
ção de ponte rolantes. Ny, E. T., Heederik, D., Kromhout, H., Jongeneelen, F., (1993), Am. Ind Hyg. Assoc. J., 54,
3. Resfkiamento de áreas de locais de trabalho. 277-284.
4. Roupa especial de proteção aluminizadas equipadas com resfriadores de vortex. Redmond, C. K., Ciocco, A., Lloyd, J.W., and Rush, H.W. (1972), J. Occup. Med., 14, 621-
. . 629.
32 PRODUÇÁO DE METAI%ALUM~NIO. FERRO E AÇO
Remijn, B., Koster, P., Houthuijs, D., Boleij, J., Willems, H., Brunekreef, B., Biersteker, K.,
Plants," Publ. No. NIOSH 74-101, National Institute for Occupational Safety and Health,
Cincinnati, OH.
PARTE TRÊS
Verma D. K.. and Shaw, D. S. (1991), Am. fnd. Hyg. Assoc.
J., 52, 5 11-5 15.
PREPARAÇÁO DE METAIS
Jateamento Abrasivo
3.1 Introdução
3.2 Abrasivos
3.3 Processos de Jateamento Abrasivo
3.4 Aplicações
3.4.1 Controle de Poeira no Jateamento eni InterioreeVentilação e Contenção
3.4.1 . I Cabines
3.4.1.2 Jateamento por Queda (Tambor de Bola) e Limpeza
3.4.1.3 Mesa Rotativa de Jateamento
3.4.1.4 Oficina de Jateamento Abrasivo
3.4.2 Jateamento em Áreas Abertas
3.5 Possiveis Riscos a Saúde
3.6 Controles
Referências
Alumina
em uso seja identificado com precisão, para que se possa predizer com correção os
Brita/silex/granada
possíveis riscos a saúde . Contas.de vidro.
Os abrasivos mais comuns para trabalho pesado em superfícies metálicas são a Carbetos
abrasivos sintéticos (Tabela 3.2). Areia é, sem dúvida, o abrasivo mais usado, seguida Orgãnicos
do pó e da granalha de metal. Para trabalhos mais leves de limpeza de peças de plásti- Fonre: NIOSH (1974).
cos e de metal onde não se deseja causar erosão a peça em que se trabalha, um número
de produtos orgânicos moídos com baseno milho, aveia e sementes de frutas se encon- O jateamento hidráulico (Figura 3.2) usa um jato de água de alta pressão para car-
tram disponíveis além do bicarbonato de sódio, contas de vidro e pedaços de plástico. regar o abrasivo até a superfície de trabalho. Pressões altas de 1000-10.000 psig e
ultra pressões acima de 20.000 psig são usadas correntemente neste equipamento. Esta
3.3 PROCESSOS DE JATEAMENTO ABRASIVO operação, que também requet um mínimo de dois trabalhadores, é usada principal-
Os três métodos de jateamento para projetar o abrasivo são o ar comprimido, o mente para trabalhos ao ar livre.
jateamento hidráulico e o propulsor centrífugo. Os equipamentos mais comuns de No sistema de roda centrífuga mostrado na Figura 3.3, o abrasivo flui para o centro
jateamento por ar comprimido usam o método chamado de pressão direta (Figura 3.1). da roda e é descarregado tangencialmente em alta velocidade. Esta unidade é, normal-
Neste sistema, o receptor do abrasivo ou reservatório é pressurizado e o abrasivo é mente, um componente de uma câmara para jateamento abrasivo, como será discutido
forçado para a garganta do bico de jateamento. Em um sistema alternativo, o reserva- posteriormente neste capítulo.
tório é aberto para a atmosfera e o abrasivo é sifonado para a garganta do bico. Em
ambos os sistemas o ar comprimido alimentado ao bico carrega o abrasivo para a
superfície de trabalho em velocidades que excedem 60 metroslsegundo. Este equipa-
mento é comumente usado, tanto no jateamento ao ar livre como naquele inserido em 3.4.1 Controle de Poeira no Jateamento em Interiores-Ventilação e
áreas internas da instalação fabril. Além da pessoa que cuida do jateamento, há o Contenção
trabalhador responsável pelo reservatório que o alimenta com abrasivo ,- ciiida do O jateamento de abrasivo em instalações de fabricação de metais é realizado em áreas
funcionamento do compressor de ar. O trabalhador do reservatório tem também res- fechadas, planejadas especialmente com sistemas integrais para a recirculação do
ponsabilidade de limpar detritos resultantes da operação. abrasivo, ventilação exaustora e purificação de ar. O projeto das áreas fechadas, proje-
to da ventilação e outros controles são discutidos nesta seção.
TABELA 3.1 Abrasivos d e uso comum
Materiais Orgânicos Materiais Plásticos 3.4.1. I Cabines. Alguns fabricantes oferecem pequenas bancadas ou cabines equi-
Casca de amêndoas, noz e noz pecan Poliestireno (isopor) padas com base própria para jateamento abrasivo de pequenas peças em reparo ou
Casca do coco Nylon
Sabugo de milho serviço de oficina. As unidades são do tipo "caixas-com-luvas" (Figura 3.4) com um
Pó de serra de madeiras rigidas número de características especiais. A cabine é urna construção de aço pesado com um
Caroços de azeitona e de pêssego painel frontal de enrolar ou uma porta lateral, por onde se introduz a peça que se vai
Abrasivos naturais Abreivos sintéticos limpar. A mangueira de jatearnento abrasivo entra, em geral, pela parte superior da
Areia Oxido de alumínio
Silicatos Selecionados Carbeto de silicio cabine por um encaixe de borracha com forma estrelar que veda o fluxo de pó. O bico
Oxido de aluminio é manipulado pelo operador usando luvas de borracha para trabalho pesado, enquanto
Metais selecionados , pode ver a peça que está sendo trabalhada através de uma janela vedada. Uma guarni-
Granalha-bronze, aço e aço inoxidável.
Pó-Ferro coquilhado e aço ção de luz à prova de poeira é instalada de modo que a cabine pode ser usada para
Pellets (pelotas) de arame de zinco abrasivos orgânicos. A cabine é exaurida com uma taxa de fluxo de ar mínima com
Escórias de Metais quatro trocas de ar por minuto. O ar carregado de pó passa por um coletor tipo ciclone
Outrowelo seco, bicarbonato de sódio e daí para uma bolsa, antes de ser liberado para fora.
e contas de vidro
Os abrasivos comuns para cabines são o carbeto de silício e óxido de alumínio.
Embora um sistema de ventilação ofereça excelente controle sobre o pó, é importante
(c)
Figura 3.1 Local de uma operação de jateamento abrasivo em uma ponte de estrada antes da
pintura. ( n ) Compressor de ar portátil servindo ao tanque de abrasivo Goliath. (b) Esquema do
tanque de abrasivo. O ar sob alta pressão vindo do compressor entra vindo da direita e se subdi-
vide em duas linhas principaisimediatamenteapós a válvula de entrada de ar. Uma linhapressuriza
o tanque que contém o abrasivo; a segunda linha recolhe o abrasivo no ápice do cone do tanque
e direciona o abrasivo sob pressão para o bico, seguro pelas mãos. (c) Um trabalhador usando
roupa protetora e o capacete para jateamento de abrasivo trabalhando na estrutura de uma ponte.
I VALVULA DE
ENTRADA DE AR
que se escolha um abrasivo de baixa toxicidade, uma vez que falhas na manutenção do
equipamento podem resultar em exposição do trabalhador. A areia silicosa não deve
1 A
O TANOUE PERMANECF
I
I
w
m
- -
COMPRESSOR
FILTRO DE
CONTROLE DA
-
ser utilizada neste tipo de equipamento. Inspeções periódicas das luvas, da junta de
vedação estrelada, vedadores da porta e da integridade estrutural da estufa são impor-
tantes, uma vez que a ventilação exaustora não consegue controlar o pó projetado por
uma abertura maior. O operador não precisa usar uma proteção respiratória quando
iueumç~o estiver trabalhando em uma cabine projetada e mantida apropriadamente.
Abrasivo e detritos provenientes da peça que se depositam na vedação ~ o d e m
cons-
tituir um importante risco de exposição ao pó durante a limpeza e manutenção; assim,
ABR
o pessoal responsável deve usar práticas de trabalho adequadas e proteção respirató-
ria. Alem da exposição ao pó do abrasivo e da superfície de trabalho da peça, o traba-
lhador está, também, exposto a vibração do bico da mangueira que é seguro pelas
mãos e ao barulho do jateamento. Em geral, a média ponderada no tempo (dosimetria
de ruído) não excede 85 dBA numa cabine de jateamento abrasivo com manutenção
adequada, mas isto deverá ser confirmado através de medições.
3.4.1.2 Jateamento por Queda (Tambor de Bola) e Limpeza. As cabines de
jateamento descritas acima não são eficientes para um grande número de peças peque-
nas. Neste caso, as peças são trabalhadas em um tambor de bola para jateamento mos-
40 JATEAMENTO ABRASIVO
VALVULA A G U L HA VISOR
ADAPTADOR DO BICO
FIXADOR
DOBICO
ABRASIVO
EAR
I JA&
AGUA
DE \
ÁGUA ABRASIVO
INJETOR PULVERIZADA ÁGUA
Figura 3.2 Um adaptador de bico para converter uma unidade de jateamento ii seca, mostrada
na Figura 3.1, em uma unidade de jateamento hidráulico. Uma bomba operada a água fornece
água sob alta pressão para o adaptador, onde o fluxo é ajustado por uma válvula agulha. A
cavidade do abrasivo distribui a água através de pequenos jatos para misturar com o abrasivo
que passa. O abrasivo, ar comprimido e água sào entào lançados pelo bico. Fonte: Cortesia da
Clemco Industries, Washington, MO.
trado na Figura 3.5. O cilindro horizontal, apoiado sobre munhões e girado em baixa
velocidade, tomba as peças enquanto elas são jateadas com abrasivo de carbeto de
silicio ou óxido de aluminio. O pó liberado pelo atrito do abrasivo ou o residuo da peça
é coletado por um sistema de ventilação exaustora local projetado para suprir uma
velocidade de 150 metros por minuto apesar de todas as aberturas.
3.4.1.3 Mesa Rotativa de Jateamento. Um mecanismo comum de jateamento
abrasivo para peças de tamanhos moderados com sujeira grossa é a mesa de jateamento
rotativa mostrada na Figura 3.6. As peças são colocadas sobre uma mesa oscilatória
grande, presa a porta principal de acesso. Depois de carregar, a porta é fechada e a Figura 3.4 Cabine de jateamento abrasivo.
mesa de peças se retrai para dentro do compartimento fechado. O abrasivo é projetado
sobre a superficie da peça colocada na mesa rotativa usando o propulsor centrífugo ventilação de exaustão no recinto fechado principal e no equipamento conjunto de
descrito na Figura 3.3. Limalha de metal ou pó de pedra sao usados normalmente para transporte de abrasivo incluindo o guincho de monta-cargas. A ventilação é planejada
limpeza pesada dentro destes compartimentos fechados; este equipamento é ampla- para suprir uma velocidade de 150 meros por minuto através de todas as aberturas.
mente usado nas fundições de metais ferrosos ou não-ferrosos para a retirada de areia 3.4.1.4 ' Oficina de Jateamento Abrasivo. peçaS grandes como conjuntos sol-
silicosa aderida as peças. O controle deste pó é conseguido com sucesso através de dados, forjados e fundidos são limpos em grandes oficinas (Figura 3.7) onde a peça a
ser trabalhada é transportada para a posição de receber o jateamento por uma
carregadeira mecânica ou uma vagoneta de fundo chato. Depois que a peça é coloca-
da,. a porta de acesso é fechada e o jateamento é feito manualmente por um operador
usando roupas de proteção especiais.
A oficina de jateamento abrasivo é servida de um sistema de ventilação local com
fluxos provenientes de fontes no forro para posições mais abaixo passando pela área
de trabalho na direção tanto da grade no piso, como das saídas de ventilação ao longo
das paredes. O projeto tem como base uma velocidade transversal de 30 metros por
minuto. Tal qual outros sistemas, o ar passa através de uma câmara de acomodação e
JATO para um filtro de pano antes de escapar para a parte externa.
IMPULSOR O risco principal nas oficinas de jateamento abrasivo e a alta concentração (10-
100mg/m3) de poeira proveniente do abrasivo e dos detritos na superfície das peças. A
Figura 3.3 Impulsor centrífugo para sistemas de jateamento abrasivo fixo. ventilação para baixo permite visibilidade, mas não consegue controlar a poeira a um
42 JATEAMENTO ABRASIVO
CONTR
o MANUSEIO DO ABRASIVO
PORTA OSCILANTE
E M SUPOFrrE
A magnitude do problema que se enfrenta durante o jateamento ao ar livre pode ser ilustra-
da por duas aplicações comuns. A construção de navios novos e o reparo de embarcações
Figura 3.5 Unidade de jateamento por queda. mais velhas requer uma preparação extensiva das superfícies dos metais antes que um sofis-
ticado sistema de pintura seja aplicado. Uma limpeza rigorosa dos tanques de armazenamento
nivel higienicamente aceitável. O capacete para jateamento abrasivo é a principal for- de água e de combustível é também necessária. Em geral, a contenção da poeira gerada pelo
ma de proteção. Entretanto, como discutiremos posteriormente nesta seção, pode não trabalho dejatearnento a bordo é possível. Entretanto, o trabalho nos cascos pintados previa-
ser suficiente para evitar doenças no pulmão. mente com revestimento marinho contendo biocidas tóxicos, no espaço semi-confinado de
O bico, que projeta o abrasivo em alta velocidade e que é de utilização manual, uma doca, com outros serviços acontecendo nas proximidades,requer uma área fechada tem-
expõe o trabalhador aos danos de vibrações. Luvas isolantes podem ser de algum porária bem elaborada, um excelente programa de proteção a respiração e planos de trabalho
valor. O bico é equipado com uma chave automática; Se ele cair, o suprimento de ar é bem concebidos.
interrompido automaticamente. Esta medida é necessária para eliminar o risco de da- A preparação de estruturas de pontes para a reforma de pintura é outro desafio maior. Na
nos ao trabalhador que poderiam ser causados por uma mangueira funcionando como maioria dos casos a tinta a base de chumbo aplicada previamente tem de ser removida e a
um chicote descontrolado. O nivel de ruido nas áreas fechadas de trabalho excede a superfíciejateada com o que se chama de metal branco. Estima-se que a limpeza com abrasivo
110 dBA e existe a necessidade de um programa de conservação da audição (NIOSH, de uma ponte de estrada de tamanho médio produzirá 800 toneladas de resíduos de abrasivo
1975). contaminados com chumbo e o despejo em terra custará US$400.000 (NY Times, 1992).
Para prevenir uma contaminação geral do meio ambiente, este trabalhoé feito em áreas fecha-
3.4.2 Jateamento em Áreas Abertas
das temporariamente, com ou sem ventilação. Este procedimento ameniza a liberação de
O jateamento abrasivo de grandes equipamentos para transporte como navios, caminhões,
poeira para a comunidade, mas expõe os aplicadores de abrasivo a altas concentrações de
trens e de estruturas que incluem pontes, torres e caixas d'água, tem de ser feito ao ar livre chumbo abrasivo e poeira. De novo temos que confiar no uso de mecanismos de proteção
(Figura 3.8). O maior desafio durante esta atividade é proteger o trabalhador e o meio-ambi- respiratória para proteger o trabalhador. A indústria de pintura de aço estrutural tem dedicado
ente da poeira abrasiva e do revestimento das superficies da estrutura. um estudo considerável a proteção do meio-ambientee da população em geral (SSPC, 1992).
44 JATEAMENTO ABRASIVO
CONEXAO DE C O N E X A ~DE
EXAUSTAO EXAUSTAO
t t
\
FUNIL DE
CARGA
Figura 3.8 Jateamento abrasivo de uma ponte pintada com tinta a base de chumbo pode reque-
rer um enclausuramento da área de jateamento e exaustão do ar carregado de poeira para um
purificador de ar portátil. Os trabalhadores devem usar equipamento de proteção apropriado.
foi o fato de que 8 dos trabalhadores que morreram de silicose haviam trabalhado no
Figura 3.7 Oficina de jateamento abrasivo. jateamento de abrasivo menos de 3 anos. Em um alerta publicado em 1992, o Instituto
Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional identificou o registro de 99 casos de
silicose em jateamento abrasivo, com 14 casos de óbito ou de comprometimento seve-
ro da função pulmonar (NIOSH, 1992). Em 1993 a fiustração de profissionais da saú-
Historicamente, o principal dano associado com o jateamento abrasivo nos Estados
de pública com esta questão foi trazida a público pelo Diretor do NIOSH, ao procla-
Unidos é atribuível ao amplo uso de areia silicosa como abrasivo. A popularidade
mar ser a prevalência da silicose no jateamento abrasivo uma desgraça nacional.
deste abrasivo se dá devido a sua facilidade de ser encontrado, eficiência e baixo cus-
to. Infelizmente, muitas das areias para jateamento abrasivo apresentam alta concen- No Reino Unido a silicose entre aplicadores de abrasivo foi reconhecida em 1949 e
tração de silica livre, que causa silicose. Nos Estados Unidos, o padrão de doenças do o uso de areia foi proibido para jateamento abrasivo dentro de fábricas. O banimento
trabalho nesse tipo de atividade foi claramente identificado pelos estudos realizados do uso da areia, tanto para aplicações internas como externas, foi adotado pela
pelo Serviço Público de Saúde dos Estados Unidos nos anos 30. Comunidade Européia. Ao contrário, nos Estados Unidos a OSHA requisitou no final
Na década de 70, estudos sobre o estado de saúde dos aplicadores de abrasivo nos dos anos 70 uma posição em relação ao banimento da areia usada para o jateamento
Estados Unidos mostrou que trabalhadores atuando em ambiente confinado sem me- abrasivo. O resultado com base nas informações obtidas se traduziu pelo não bani-
canismos de proteção respiratória adequados tinham uma vida funcional de 10 anos. mento do uso da areia, mas sim pela exigência de um controle mais severo das opera-
Em um estudo de uma população de 100 trabalhadores, 28 homens morreram de silicose ções de jateamento abrasivos. Foi escrito o rascunho de um padrão, não foram realiza-
c o m média de idade de 45 anos (Samini et al., 1974). Um outro resultado sobressaltante das consultas e o padrão proposto foi abandonado.
46 JATEAMENTO ABRASIVO 3.6 CONTROLES 47
Além dos danos a saúde associados ao abrasivo, deve-se considerar, ainda, os detri- de moldes para pneus. Ele não só remove resíduos soltos ou material desagregante e
tos que são removidos da peça trabalhada. Se esta peça for uma liga contendo cromo, negro de pneu, como também desobstrui os orificios de escape no molde, sem destmir o
niquel ou um material altamente tóxico como o berilio, os detritos suspensos podem padrão das ranhuras. Na indústria automotiva é usado para a remoção da crosta de tinta no
apresentar danos. Se a peça que está sendo trabalhada for aço doce e se se estiver retiran- gancho do transportador que passa através das estações de pintura eletrostáticas e da apli-
do apenas escamas ou ferrugem, o dano advindo destes detritos será mínimo. No entanto, cação de plástico nas partes modeladas por plástico. Quando comparado com abrasivos
a remoção de revestimentos tóxicos, tais como tinta rica em chuinbo em estruturas de convencionais só é eficaz para trabalhos de limpeza leve; uma importante vantagem é o
pontes e mercúrio orgânico dos cascos de navios têm de ser controlados com rigidez. fato de que este material não produz resíduo. No entanto, é mais caro e, embora o dióxido
de carbono tenha um baixo nível de toxicidade, em áreas de trabalho confinadas ele pode
3.6 CONTROLES trazer risco potencial de asfixia.
Independente do tipo de abrasivo que se usa, quanto menor o grão do abrasivo, maior é
O controle mais eficiente dos danos causados pelo jateamento com areia continua a ser o potencial de altas concentrações de poeira no tamanho respirável. Para diminuir este
a substituição por abrasivos de baixa toxicidade. Um dos substitutos da areia ampla- problema, as muitas autoridades especificam que o tamanho do grão do abrasivo deve ser
mente usado é uma série de escória de metais e carvão (Tabela 3.3). Estudos em ani- tal que, antes do jateamento não mais do que 1% por peko do abrasivo passe por uma
mais demonstraram a ocorrência de alterações fibróticas em ratos expostos a escórias peneira #70, padrão EUA, e, após o uso, não mais do que 1,8% das partículas seja menor
de carvão; tais efeitos não foram vistos em estudos comparados com escória de cobre do que 5 ,um.
(Mackay et al., 1980). Existe também a preocupação expressa com relação a presença A ventilação temumimportante papel no controle da poeira vinda do jatearnento abrasivo
de metais pesados e de traços carcinógenos em certas escórias (Stetler et al., 1982). em áreas fechadas e há padrões aceitos disponíveis. (ACGIH, 1992; ANSI, 1985). Em
Uma preocupação maior é dirigida a variabilidade da composição química das escóri- jateamento abrasivo em áreas externas, entretanto, o controle por ventilação é difícil de se
as que ocorre com as mudanças de fontes do material. Embora este conhecimento seja conseguir. Uma abordagem que tem sido tentada comercialmente é um sistema de capta-
inquietante, ainda há uma opinião forte de que abrasivos com base em escórias são ção de alta-velocidade-baixo-volume.Esta técnica requer uma atenção especial à vedação
substitutos apropriados para a areia silicosa. Outros substitutos para esta areia são os entre a escova de nylon e a superficie de trabalho e o resultado é uma maior lentidão,
silicatos de minerais selecionados que contenham baixa percentagem de silica. Um comparada com técnicas convencionais.
fabricante oferece uma areia mineral que consiste primariamente de silicato de alumí- Tentativas de utilizar jateamento úmido para diminuir a geração de poeira em aplica-
nio ferros0 que foi condicionado para reduzir a concentração de sílica livre para me- ções ao ar livre têm encontrado aceitação em certas operações. Uma critica comum é que
nos de 1% (Dupont, 1990). Este abrasivo, que tem tido aplicação na indústria de aço o seu uso anterior a pintura da superfície interfere na aderência adequada da tinta. Esta
para a remoção de carepa de laminação e ferrugem, oferece baixa produção de poeira critica encontra argumentos contrários por parte do fabricante do equipamento, que alega
e requer uma baixa proporção de abrasivo em relação ao ar. (Veja o Apêndice F para que uma lavagem preparatória pode ser usada depois do jateamento a qual irá proteger a
informações sobre silica e silicatos.) superficie até que a pintura seja completada.
O dióxido de carbono sólido é um abrasivo de baixo potencial de risco a saúde em Um estudo anterior encontrou uma grande variabilidade na eficácia dos programas de
aplicações selecionadas. Neste caso, o contaminante na peça a ser trabalhada é desalo- proteção respiratória operacionalizadaspor empresas especializadas em jateamento abrasivo
jado por uma combinação de forças, incluindo o impacto direto da particula do dióxido (NIOSH, 1974). O equipamento individual de proteção variava desde uma simples másca-
de carbono sólido sobre os detritos na superfície, choque térmico causado pelo gelo ra semi-facial de papel até respiradores do Tipo C com suprimento de ar contínuo e másca-
seco, e a força agitadora quando o gelo seco muda de sólido para gás. Foi usado pri- ra facial completa mais capuzes e capacetes. Os fatores de proteção variaram de 1,9a
meiramente com o propósito especial de limpeza na indústria aeroespacial e apresen- 3750. A principal'falha foi a falta de um programa escrito sobre mecanismo de proteção a
ta boa relação custoíbenefício para um número de aplicações na indústria em geral respiração como se definiu no Título 29 CFR1910.134. Emvários locais não existia nem
(Anon., 1993). Este material compete atualmente com as contas de vidro na limpeza seleção, nem ajuste, nem manutenção dos respiradores. Em outros estudos nesse tipo de
indústria, foram usados mecanismos fornecendo ar de má qualidade e fluxo insuficiente
TABELA 3.3 Nomes comerciais de escórias de metal(')
para o capacete.
Escórias de cobre Como percebido anteriormente, mecanismos de proteção da respiração não são exigi-
Apache
Green Diarnond
dos em áreas fechadas de jateamento abrasivo adequadamente planejadas e controladas
Kleen Blast externamente. E também óbvio que capacetes para jateamento abrasivo com suprimento
Blast Off de ar do Tipo C são necessários para proteger o pessoal em operação externa de jateamento
Diarnond K e os que estiverem trabalhandoem estações de jateamento abrasivo. O NIOSH definiu um
Escória da caldeira
Black Beauty fator de proteção de 25 para um respirador com capuz do Tipo C , em operação sob um
Escória de niquel módulo de fluxo continuo, e 2.000 para operação sob módulo de pressão positiva. O pri-
meiro respirador é recomendado para jateamento abrasivo externo com silica cristalina
Fonte: Reist and parker (1984).
(NIOSH, 1992). Menos óbvia é a seleção de instrumentos de proteção adequada a respira-
" Nontes comerciais di.sponívei.s izos Estados Unidos (NT).
48 JATEAMENTO ABRASIVO
ção para o pessoal que se envolve com o jateamento abrasivo em áreas abertas ou para
aqueles que estejam desenvolvendo outras atividades na área. Na maioria dos casos é
prudente requerer o uso de respiradores integrais ou semi-integrais equipados com um
filtro de alta-intensidade. Há, sem dúvida, um número de riscos de danos físicos em
jateamento abrasivo. O fluxo em alta velocidade de abrasivo seco através de um bico
operado com as mãos pode resultar na geração de uma carga de eletricidade estática.
Isto não representa o risco real de um choque elétrico para o operador, mas pode
causar um acidente se o trabalhador estiver em uma plataforma de trabalho precária.
Limpeza Ácida e Alcalina de Metais
Isto pode ser contornado aterrando adequadamente o bico e a mangueira. Além disso,
a descarga que vem do bico em alta velocidade pode causar danos sérios ou morte, se
o bico for direcionado inadvertidamente para um indivíduo. 4.1 Introdução
A liberação de ar em alta velocidade pelo bico de jateamento gera um barulho de 4.2 Decapagem Ácida e Imersáo Abrilhantadora
faixa ampliada que excede facilmente 1 10 dBA. Este barulho é altamente atenuado em 4.2.1 Aplicações
uma área fechada adequadamente planejada, controlada externamente, mas esta alter- 4.2.2 Possíveis riscos a Saúde e Controles
nativa não é disponível para trabalhos ao ar livre. Controle de engenharia através de 4.3 Tratamento Alcalino
um novo projeto para O bico não tem sido possível até esta data e uin abafador não é 4.3.1 Limpeza por Imersão Alcalina
viável. O único meio de controle satisfatório é a implementação de um Programa de 4.3.2 Banhos de Sais
programa irá exigir o uso de ambos, plug de inserção e abafador do tipo concha (NIOSH,
1975).
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Banho de Cobre Fosco Ácidos Sulfúrico, Nitrico Gases de Óxido de Nitrogênio, Névoa ácida 2,1
Banho de Magnésio Ácido Crômico Névoa ácida, Vapor 2
Ácidos Sulfúrico, Nitrico Gases de Óxido de Nitrogênio, Névoa acida 2,l
Banho de Metal Monel Ácidos Sulfúrico e Nitrico Gases de oxido de Nitrogênio, Névoa ácida 2,l
Banho de Níquel e de Ligas de Níquel Ácidos Sulfúrico, Nitrico Gases de Oxido de Nitrogênio, Névoa ácida 2,l
Banho de Prata Ácido Nítrico Gases de Oxido de Nitrogênio I
Ácido Sulfúrico Névoa de Ácido Sulfúrico 2
Banho de Zinco e de Ligas de Zinco Ácidos Crômico e Clorídrico Gás de Ácido Clorídrico (se HCI atacar o Zn) 4,3
Fonte: Adaptado da ACGIH, 1992.
" Classificação da Geração de Coniaminantes: I= alta; 2= inidia; 3= baixa; 4= nenhuma.
54 LIMPEZA ÁCIDA E ALCALINA DE METAIS 4.3 TRATAMENTO ALCALINO 55
A limpeza e descamação do aço através do processo de decapagem representa um se dissocia sendo o oxigênio liberado no ânodo e o hidrogênio no cátodo. Uma imersão
custo significativo para a indústria, devido ao consumo de ácidos, descarga dos ácidos inicial é usada para o afrouxamento da sujeira. Quando o sistema é energizado, o
já utilizados e os controles de saúde e segurança que tem de ser instalados. A indústria hidrogênio liberado na peça pela dissociação da água, causa uma agitação das sujeiras
já reconheceu que precisa implantar programas para eliminar a necessidade da opera- da superfície com um resultado excelente de remoção desta sujeira.
ção de descamação e, quando for necessário, empregar outros métodos de descamação.
A maior formação de carepa acontece no processo de tratamento térmico. Para ameni- TABELA 4.3 Composição de um limpador por saturação alcalina para o aço
zar este problema, a atmosfera dos fomos de tratamento térmico está sendo mudada,
Componente Objetivo
objetivando a diminuição da ocorrência de carepa. Quando a descamação é necessá-
ria, métodos mecânicos, incluindo o jateamento abrasivo estão agora sendo levados Soda Cáustica Neutralizar sujeira ácida
Silicato de Sódio Dispersar sólidos, ajudar a detergência
em consideração (AISI, 1982).
Fosfato Trissódico Peptizar a sujeira
As práticas mínimas de segurança para operários que executam a decapagem e o Pirofosfato Trissódico Ação de detergência, óleos minerais, sujeiras
banho abrilhantador foram propostas por Spring (1974): Tripirofosfato de Sódio Reduzir dureza
Surfactantes Reduzir tensão superficial
1. Lavar mãos e face antes de fumar, alimentar-se ou deixar a usina. Comer e fumar Carbonato de Sódio Reserva alcalina e eletrólito
não devem ser permitidos no local de trabalho. Fonte: Spring, 1974.
2. Apenas operários autorizados devem ter a permissão de acrescentar produtos quí-
micos aos tanques de banhos.
3. Máscaras faciais, óculos de proteção, luvas, aventais e botas de proteção de borra- A limpeza convencional do aço é conduzida a 550-1700 A/m2 por 30 segundos a 3
cha devem ser usadas no ato de acrescentar produtos quimicos aos tanques e quando minutos. A limpeza do zinco é feita a uma densidade de corrente mais baixa entre
se realizar reparos ou limpeza dos mesmos. 100-330 A/m2 por um período de 20 segundos a 1 minuto. A reversão periódica da
4. Partes do corpo que entrarem em contato
com os ácidos devem ser lavadas imedi- corrente pode ser usada para melhorar a limpeza.
atamente e receber assistência médica. Como acontece com os banhos de eletrodeposição, os gases gerados na peça e no
5. Os supervisares devem ser notificados de qualquer mudança de procedimentos tanque podem levar a liberação de névoa cáustica e vapor na superfície do banho. A
ou de ocorrências incomuns. geração de névoas é muito maior na limpeza catódica (a peça é o cátodo) e varia com
a concentração do banho, temperatura e densidade da corrente.
Surfactantes e aditivos, que formam uma camada de espuma no banho, são impor-
4.3 TRATAMENTO ALCALINO tante para a operação adequada do banho. E ideal que a camada de espuma tenha de 5-
8 cm de espessura para prender as bolhas de gás liberadas (NIOSH, 1985). Os aditivos
4.3.1 Limpeza por Imersão Alcalina
Técnicas de limpeza com ácidos e com álcalis são complementares em relação as
tarefas de limpeza que podem ser realizadas. Os sistemas de imersão alcalina são usa-
dos na imersão (encharcamento), pulverização e limpeza eletrolítica e são mais efica-
zes na remoção de Óleo, gases, componentes de polimento, certas sujeiras, e tintas.
Uma variedade de agentes de limpeza alcalinos, incluindo o hidróxido de sódio, o
hidróxido de potássio, o carbonato de sódio, meta ou ortosilicato de sódio, fosfato
trissodico, borax e pirofosfato de tetrassódico são usados tanto para as soluções de
limpeza alcalina como para as eletrolíticas.
A composição do banho alcalino pode ser complexa, como mostrado na Tabela 4.3,
com aditivos para exercer funções especificas. Na limpeza não eletrolítica da f e m -
gem do aço, o banho pode conter 5 0 4 0 % de soda cáustica, somada a agentes quelantes
e separadores. As partes são submersas por 10-15 minutos e enxaguadas com um
pulverizador (spray); este ciclo é repetido até que a peça esteja livre de ferrugem.
Embora esta técnica seja excelente para a limpeza de ferrugem, ela não serve para a
remoção de carepa.
A limpeza eletrolítica alcalina é um método agressivo e usado, em geral, após uma ' SOLUÇÃO
ALCALINA
limpeza primária. O banho é uma célula eletrolítica alimentada por corrente contínua,
no qual a peça é convencionalmente o cátodo e o tanque o ânodo (Figura 4.2). A água Figura 4.2 Tanque eletrolítico para limpeza catódica.
56 LIMPEZA ÁCIDA E ALCALINA DE METAIS
devem ser adaptados ao tipo de limpeza, uma vez que as propriedades da sujeira po-
dem tanto aumentar ou suprimir a geração de espuma. Se a camada de espuma estiver
fina demais, o gás pode escapar, criando uma significativa névoa alcalina suspensa; se ACGIH, (1992), lndr~strialVentilnfion, A Monunl ofReconln~e~~ded Pracfice, 2lst ed., Comrnittee
esta for muito espessa, a camada pode prender o hidrogênio e o oxigênio, causando on Industrial Ventilation, Arnerican Conference of Governmental Industrial Hygienists,
explosões iniciadas por faíscas dos eletrodos. Cincinnati, OH.
O alumínio é rotineiramente limpo eletroliticamente e atacado com uma solução AIS1 (1982), Cleaning nizd Descnling StninlessSteels. Committee of Stainless Steel Producers,
alcalina forte na configuração de uma limpeza catódica. Devido a atividade da solução American Iron and Steel Institute, Washington, DC.
na superficie, quantidades significantes de alumínio superficial são removidas. A re- NIOSH ( 1985), Control TechnologyAssessi~zenf:Metal Plotiilg and Cleaning Operafions, DHHS
moção pode ser controlada de modo a se atacar as peças suavemente, remover imper- (NIOSH) Publ. No. 85-1 02, National Institute for Occupational Safety and Health, Cincinnati
feições da superficie e conseguir um acabamento fosco. Banhos alcalinos podem tam- OH.
bém ser utilizados para a redução dimensional das peças, através da remoção de gran- Sprinç, S. (1 974), lndrrsfriol Clenizii~g,Prism Press, Melbourne, Australia.
des quantidades de metal. Steenland, K. T., Schnorr, L., ( 1 988), Brif. J. lnd Med., 45, 766-776.
Entre os aditivos usados em banhos de imersão alcalinos para alumínio incluem-se
a trietanolamina, sais de estrôncio, bário e cálcio para reduzir o grau de ataque, e sais
de estanho ou de cobalto para aumentar este grau de ataque. A aparência da peça
atacada pode ser modificada pela adição de nitrato de sódio ao banho.
TABELA 5.3 Uso de solventes desengraxantes em 1991" Como consequência da importância desta questão para a saúde pública, houve um
Uso (milhões de kg)
consenso mundial de que a fabricação e uso destes materiais teriam de ser reduzidos a
Solvente Desengraxadores a vapor Desengraxadores a frio
Inflamável Sim I
PAINEL DE
CONTROLE
\\ TAMPA DE VEDAÇÃO ROTATIVA
OPERADAMANUALMENTE
Alcool Isopropílico Regra editada \ /
Aguarrás Mineral Não
Solvente ~ombustivel" Sim C
Terpenos Limitado"
EDB Não
NMP Regra Editada
Acetatos de Alquila Não
Solventes Clorados
TCE Sim Sim
PERC s i d Sim
METH Não
Sim
TCA
0, 1 Não Sim
Clorofluorcarbono (CFCs) Não
CFC-I
1 1,O Sim
CFC-
113 0,s Sim
Hidroclorofluorcarbono
VALVULA DE
(HCFCs) Não
HCFC- 123 0,02 Em teste PORTA DE
HCFC-141B O,l-O,IS Em teste LIMPEZA
GERAL
HCFC-225 ND Em teste ANTERIOR
Hidrofluorcarbono
(HFCs) e
Fluorcarbonos (FCs)
Pentafluorpropanol ND ND ND Em teste Figura 5.1 Desengraxador a frio. Fonte: Adaptado de Whim (1982).
Fonte: Wolf et al. (199 1) Reimpresso com permissão do Journal of the Air & Waste Managing Assoriarion.
PDO: O potencial de destruição do oxigênio (PDO) e o potencial para a destruição de ozõnio de I k tra o perigo de respingos acidentais. Em alguns casos há a necessidade de se ter dispo-
de um produto quimico relativo ao potencial de I k de CFC-I I, que definiu como 1,O o potencial de nivel uma bancada de trabalho, com um exaustor, para o descarregamento e inspeção
destruição da camada de ozõnio das peças.
h PAG: O potencial de aquecimento global de um produto quimico é o potencial de I k de produto
Em algumas operações, as peças são transportadas para uma estação de trabalho e
quimico capaz de causar aquecimento global relativo ao potencial de Ik de CFC-I I para o aqueci-
mento global, o CFC-I I tem um PAG de 1,O. limpas com um bico pulverizador (spray); em tais operações há dois princípios de
C I refere-se a Inflamável e C refere-se a combustível.
controles obrigatórios. Primeiro, um bico sem ar deve ser usado para reduzir a
d~~~ é Ester dibásico; NMP é
N-metil-Zpirrolidona. aerosolização e evaporação do solvente. Usa-se ventilação local na forma de urna
'Um dos terpenos, d-limoneno, foi testado. pistola a jato convencional para pintura em conjunto com os controles de proteção de
/Embora o Perc não seja fotoquimicamente reativo, ele não é isento de acordo com a Lei do Ar incêndio necessários, incluindo extintores automáticos. Apenas solventes com alto
Limpo ponto de ignição podem ser utilizados para se fazer a limpeza a jato; há disponíveis, no
ND quer dizer não-disponivel.
momento, solventes eficientes para uma ampla variedade de aplicações com pontos de
ignição acima de 93°C. Na consideração aos danos à saúde deste tipo d e
desengraxamento a frio, o investigador deverá considerar os assuntos abordados no
planejados, estes materiais eram utilizados em tanques de imersão do tipo mostrado na
Capitulo 15, sobre pintura a jato.
Figura 5.1 com uma placa vertical perfurada para agitar (Whim, 1982). Os tanques de
Embora tanques de imersão e lavagem a jato sejam usados amplamente, a técnica
imersão eram equipados com controles de proteção contra incêndio incluindo tampa de desengraxamento a frio mais comum é o uso de um tanque com um pouco de
com acionamento condicionado a um fusivel. O risco a saúde mais comum é a dermatite. solvente que é levado para dentro da instalação para aplicação no local. No caso dos
O contato com a pele deye ser evitado e o uso de luvas de proteção para serviços
hidrocarbonetos derivados do petróleo convencionais (descritos anteriormente), os prin-
pesados é indispensável. Oculos e protetores faciais também são imprescindíveis con-
cipais danos a saúde são a dermatite causada pelo contato com a pele e os danos da
64 DESENGRAXAMENTO DE METAIS 5.3 DESENGRAXAMENTO A FRIO 65
inalação quando estes materiais são usados em espaços confinados. Estes problemas
1: estão evidenciados em uma Avaliação de Riscos Potenciais i SaYde feita pelo NIOSH
(NIOSH, 1988) ao investigar a ocorrência generalizada de dermatite de contato em
livremente com vassoura e panos. Pouco tempo depois ele desmaiou na base da esca-
da. Foi retirado do fosso mas morreu devido a uina parada cardíaca no caminho para o
hospital. A ainostragem do ar durante a simulação do acidente revelou as concentra-
j uma fábrica de máquinas de parafusos. Recipientes contendo 8 a 20 litros de solvente
Stoddard eram colocados em cada uma das máquinas, e a cada 10 minutos o operador
ções mostradas na Figura 5.2. A concentração de l , l , 1-tricloroetano na base do fosso
I, era muito maior do que a concentração de 30.000 ppm na bancada de trabalho, o que
1 limpava as peças mergulhando-as manualmente no solvente. As peças eram então pode ser letal em 5-6 minutos. Este caso demonstra o cuidado que se deve ter quando
secas com um pano e com ar comprimido. O solvente stoddard é composto de cadeias solventes desengraxantes voláteis são aplicados em espaços confinados.
continuas ou quebradas de parafinas, cicloparafinas e hidrocarboneto aromático. Este
produto tem o cheiro do querosene a 5 mg/m3; os limites de exposição recomendados 5.3.2 Controles
pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH) atual é de 350
mg/m3. Amostras de ar coletadas em três turnos completos de operadores de máquinas Uma lista abrangente de precauções para práticas operacionais seguras d e
de parafuso mostraram resultados tais como 36.5, 35.8 e 15.3 mg/m3. As recomenda- desengraxamento a frio proposta por Whim (1980) é a base para as seguintes reco-
ções propostas pela NIOSH para esta operação, foram a instalação de um dispositivo mendações:
para executar a imersão das peças, eliminando o contato da mão com o solvente, co-
brir a lata quando não se estiver usando o produto, eliminação do uso da mangueira de Precauções gerais
ar, uso de equipamento de proteção individual e melhoria da higiene pessoal. 1. Ventilação exaustora geral é necessária e se as concentrações de vapor de solvente
Uma grande mudança no perfil dos riscos potenciais causados por desengraxamento excederem níveis aceitáveis, deve-se instalar ventilação exaustora local.
a frio aconteceu durante os anos sessenta e setenta quando se precisou de um maior 2. Um rigoroso protocolo de entrada em locais confinados deve ser cumprido antes
poder de solvência e muitas fábricas mudaram para o uso de solventes hidrocarbonetos que o trabalhador tenha a permissão de entrar em tanques de limpeza, fossos,
clorados tais como o tricloroetileno, percloroetileno e cloreto de metileno. Reconhe- canais ou recipientes que contenham solventes desengraxantes.
ceu-se posteriormente as vantagens do 1,I, 1-tricloroetano e este solvente tomou-se 3. Havendo o risco de respingo de solvente nos olhos, deve-se usar proteção ocular.
popular para executar o desengraxamento a frio. Os danos advindos do amplo uso de O contato da pele com o solvente deve ser evitado. Se o contato for inevitável,
solventes sofisticados no desengraxamento a frio para propósitos gerais, no ambiente .4.- deve-se usar luvas de proteção. O tipo do material das luvas dependerá do solvente
da fábrica sem controles adequados, são ilustrados no seguinte caso investigado nos especifico que se estiver usando.
anos setenta (Burgess, 1975). Um derramamento de óleo hidráulico ocorreu em um 5. Exigências de proteção contra incêndio devem ser ado.tadas e fumar deve ser
fosso em uma oficina de usinagem (Figura 5.2). Um empregado despejou alguns ga- proibido.
lões de l , l , 1-tricloroetano em um tambor de 200 litros, nas proximidades, desceu por
uma escada até a base deste fosso e iniciou a limpeza do óleo aplicando o solvente
Bons princípios de arrumação e limpeza
1. Uma lista de precauções deve ser colocada nos locais de armazenamentos de
CONC.. PPM solventes e apenas pessoal autorizado que já recebeu inst-uções de segurança quanto
200
ao uso destes produtos deve ter acesso aos mesmos.
2. O so'lvente não deve ser armazenado ou carregado em baldes ou recipientes aber--
tos; recipientes de solventes devem ser rotulados com clareza.
400
3. Havendo um derramamento maior, a área deve ser evacuada e ventilada extensi-
vamente antes do pessoal ter permissão de retomar ao local.
d. A borda livre do tanque deve ser pelo menos igual a sua largura.
e. O tanque deve ser coberto com uma tampa deslizável quando este não estiver
em uso.
f. Deve-se usar uma cesta de arame para se colocar pequenas peças para permitir
a drenagem completa do solvente; as peças devem ser mantidas a altura da bor-
da livre do tanque até que a drenagem seja completada.
g. Limpe as peças no tanque, não em uma bancada próxima.
h. Se a superfície do tanque for maior do que lm 2, considere a possibilidade da
instalação de ventilação exaustora.
m a s t e do pulverizador
O mm c3
Liquido em ebulição Vapor Liquido quente
Figura 5.4 Nuvem de vapor tio deseiigraxador
descrito acima, o qual é projetado apenas para operações com pequenos lotes de peças,
há unidades móveis em linha, para produções em alta escala (Figura 5.6). Figura 5.5 Desengraxador a vapor. Fonte: Szrrface PI-eparationand Finishes for Merals de J.
As demandas do sistema de aquisição militar no período após a Segunda Guerra A. Murphy. Copyright 1971. Com permissào de McGraw-Hill Book Co.
Mundial, as da indústria aeroespacial, e finalmente aquelas dos fabricantes de semi-
condutores resultaram em melhorias gradativas de equipamentos de desengraxamento Este transdutor comprime e expande o solvente, alternadamente, formando pequenas
e do desempenho dos solventes. Os sistemas desenvolvidos para atender a demanda bolhas que escavam ou são destruidas na superfície da peça. O fenômeno da cavitação
acima citada tiveram sua base tecnologica nos diversos desengraxadores a vapor des- faz saltar a sujeira agarrada e limpa a peça. Desengraxadores ultra-sônicos usam
critos anteriormente. Desengraxadores ultra-sônicos representam uma evolução que solventes clorados a 3249°C e soluções aquosas a 43-7 1"C. Estes desengraxadores
ampliou a utilização desse tipo de equipamento. Este equipamento, mostrado na Figu-
ra 5.7, tem um transdutor montado na base do tanque que trabalha na faixa de 2 W 0
kHz. CURSO D O
TRANSPORTADOR
TABELA 5.5 Propriedades dos Solventes Dara Desen~raxamentoa V a ~ o r
Clorofórmio
Tricloro Metilico
Percloro- Cloreto de trifluor- (I ,I , I -
Tricloroetileno etileno Metileno etano" Tricloroetano)
PE APÁRA
Ponto de Ebulição S E 8 LIMPA
OC 87 121 40 48 74
OF 188 250 104 118 165
Inflamabilidade Não é inflamável sob as condições do desengraxador a vapor
Aquecimento Latente de Vaporização
(b.p.), Btutlb 103 90 142 63 105
Gravidade Especifica
I
Vapor (Ar = 1,OO) 4.53 5,72 2,93 6,75 4.60
Liquido (agua =
1,OO) 1,464 1,623 1,326 1,514 . 1,327
Figura 5.6 Desengraxador móvel ou de calha reta.
Azeotropos Binários também estào disponíveis com o álcool etilico, álcool isopropilico, acetona e
cloreto de metileno.
70 DESENGRAXAMENTO DE METAIS 5.4 DESENGRAXAMENTO A VAPOR 71
&,
(Náo estão mostradas) I ,O+ 1.25 1O 1O
ANTEPARO
ENTRE
- Juntas de tubulações
parafusadas
- Cabine do
Desengraxador
Tampa automatizada 40 40
Horário de operação- h
6oras em operação; 2 hrs. ocioso; 16 hrs. parado.
Operação manual h Desdobramento da perda total de solvente: Em Ação - 69%; Parado - 22%; Inativo - 9%.
com rotaçáo opclonal
SERP~",\~"ç~~ Tamanho correto
da cesta
Fonte: EPA (1 992).
uma bomba de gás quando a tampa é aberta mecânica ou manualmente, resultando em Interruptores Termostáticos e Controles de Segurança. Todo desengraxador deveria
uma perda do vapor para o ambiente de trabalho. A tampa elétrica de deslizar mostra- ter termostatos para desligar a fonte de calor sob determinadas condições de operação. Os
da na Figura 5.8 é facilmente operada e, por ser deslizante, não permite a dispersão do termostatos e outros princípios de controles mostrados na Figura 5.9 são descritos a seguir:
se incline para eliminar quaisquer acúmulos de solvente líquido. Para mininizar emis-
sões de solventes, a velocidade da operação deve ser controlada mecanicamente (blo-
PULVERIZADOR
queio mecânico para se evitar operação em velocidade excessiva).
MANUAL Uma peça grande, ou uma grade carregada, descidas para o interior de um
desengraxador funcionarão como uin pistão, colocando vapor no local de trabalho.
TERMOSTATO DO
N~vELDE VAPOR Este efeito pode ser minimizado limitando-se a áreatransversal da carga a não mais do
que 50% da área transversal da camada de vapor.
ENTRADA
ERPENTINAS DO
ONDENSADOR Resfriamento nas Interrupções de Operação. Reduções significativas nas perdas du-
rante as intempções podem ser conseguidas diminuindo a temperatura do solvente no
SAiDA DA
DO CONDENSADOR poço coletor de modo rápido e de fácil execução. Existe um sistema que utiliza uma
MONITOR DA serpentina de resfriamento imersa no poço coletor. Este procedimento só é prático se a
TEMPERATURA interrupção for longa e se a temperatura do desengraxador puder ser elevada rapida-
DE REFRIGERAÇÁO
mente quando o trabalho tiver de ser retomado.
machos demonstrou evidências de problemas renais. Embora ele venha tendo um novo energético, depende de exigências específicas da operação. A secagem adequada pode
e significativo uso como agente desengraxante, tem de se fazer mudanças extensivas ser conseguida girando, secando comum pano ou com jatos de ar. Havendo a exigência
nos equipamentos das instalações antes deste produto ser introduzido, uma vez que os de peças totalmente secas, tem-se que usar um secador de ar quente Classe A.
terpenos são inflamáveis e têm um limiar de odor na razão de partes em um bilhão. Os novos processos semi-aquosos têm um número de vantagens sobre aplicações
Um estudo de efeitos médicos e de higiene industrial com o uso do solvente D- anteriores de solventes de clorofluorcarbonos e de 1,1,1-tricloroetanos,ao mesmo tempo
lirnoneno em duas oficinas de manutenção de aviões foi conduzido pela NIOSH (Kiefer, que oferecem uma limpeza comparável para uma faixa de sujeiras de superficie en-
1993). Neste estudo, a formulação do solvente também continha baixas concentrações contradas no trabalho geral com metais. Equipamentos de desengraxamento que te-
de butilcarbinol, dietanolamina, e etanolamina. Na oficina 1 o solvente D-limoneno nham sido usados previamente com clorofluorcarbono e I, 1,l-tricloroetano podem
foi usado em um tanque de saturação para limpar tubulação e na oficina 2 foi empre- ser readaptados para estes sistemas de semi-aquosos retirando-se os aquecedores elé-
gada a escovação manual para efetuar a limpeza de cubos de rodas com este solvente. tricos, serpentinas de condensação e acrescentando-se ventilação e componentes de
De um total de 12 amostragens individuais com tempo prolongado na oficina 1, oito secagem. A abordagem mais prudente, no entanto, é comprar o equipamento já proje-
foram menores do que 1 ppm e quatro foram na faixa de 1-5 ppm. Na oficina 2 as três tado especificamente para este tipo de trabalho.
amostras foram 11.58, 114.30, e 14.63 ppm. Os outros componentes do solvente fo- As vantagens citadas pelos fabricantes de processos gemi-aquosos são a eliminação
ram detectados em concentrações bem baixas e não constituíam possíveis riscos. A de solventes que destroem a camada de ozônio, baixa toxicidade, ponto de ignição alto
avaliação médica baseou-se em questionários pessoais respondidos por 14 emprega- e baixa pressão de vapor, resultando em uma exposição mínima do trabalhador aos
dos, incluindo dois casos de dermatite por contato, ao mesmo tempo que sete empre- vapores dos solventes. Uma outra importante característica é a facilidade de separação
gados
- descreveram pele seca e quatro relataram imitações nasais ou da garganta. do solvente da água, minimizando, assim, a necessidade de tratamento de água exten-
No .iníciodos anos noventa um número de processos de limpeza semi-aquosos foram sivo. Em contraposição, o componente ativo pode ser declarado não isento pela EPA,
desenvolvidos em resposta ao banimento do clorofluorcarbono e do 1,1,1-tricloroetano. pode ser exigido o enxague com água e ser necessária uma operação de secagem. Por
Vários solventes incluindo os hidrocarbonetos avançados, terpenos, esteres dibásico, décadas, usou-se a lavagem das peças com água para remover sais, ferrugens, carepa e
éteres glicólicos, e n-meti1 pirolidona foram usados em conjunto com surfactantes outras sujeiras inorgânicas de metais femosos. A técnica foi recentemente modificada,
para se conseguir sistemas efetivos (Anon 1992). Um processo representativo usando visando a remoção também de graxas e óleos. As fórmulas existentes no mercado
'
tal limpador semi-aquoso inclui a imersão inicial das peças no tanque de lavar de baseiam-se em detergentes, surfactantes, agentes separadores, saponificadores,
hidrocarboneto, e frequentemente imersão em um tanque de emulsão seguido de um emulsificadores, estabilizadores e quelantes. Tanto os limpadores ácidos como os al-
tanque de enxaguar (Figura 5.1 1). A secagem da peça, um passo intensivamente calinos se encontram disponíveis para uso em equipamentos de imersão ou de limpeza
por pulverização. Brent et al. (1993) apresentaram um estudo abrangente das soluções
aquosas disponiveis no mercado como alternativas quando não se deseja utilizar o
desengraxamento por solventes.
CAREONETO DE
HIDROGCNIO I
SURFACTANTE AOUECEDOR
ESTAGIO DE EMULÇÁO AR QUENTE
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REUTILIZAÇÃO
DESCARGA ou
CIRCUITO FECHADO DE
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RECICLAGEM
2 DEP~SITODE
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@ DIRETO PARA O DRENO DE.
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Weemes, G. C., (1 990), Design of"Equipmentf"orUse with HCFC Cleaning Fluids, presentation 6.2.3 Poliinento Fino
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Estas operações foram agrupadas porque todas elas envolvem o uso controlado de
abrasivos aglomerados para operações de acabamento em metais; em muitos casos, as
operações são conduzidas na sequência descrita. Esta discussão cobre as aplicações
inespecificas dos equipamentos listados na Tabela 6.1 ;técnicas de retifica de precisão
incluindo a retífica de ferramentas e de fresas serão discutidas no Capitulo 9.
6.2 APLICAÇOES
6.2.1 Esmerilhamento
Esmerilhamento grosso ou retifica não-dimensional é amplamente usado na indústria.
Entre os trabalhos pesados em fundições estão a remoção dos canais de vazamento e
dos canais alimentadores, bem como a remoção de protuberâncias grossas (rebarbas)
dos fundidos após a remoção da areia de moldagem das peças fundidas. A indústria de
forjados usa as técnicas de retifica para remover a carepa da superficie de tarugos
antes e depois de forjar, eliminando assim rebarbas em peças acabadas. Soldadores
usam marteletes e esmeris para remover a carepa e retificar as soldas. Aplicações mais
leves das técnicas de usinagem incluem a remoção de cavacos em lâminas e nas fábri-
cas de usinagem. As técnicas de retifica são empregadas em peças que variam desde
pequenas dobradiças para portas até gigantescas sedes para turbinas.
A retifica requer o uso de rebolos, discos e elementos de várias geometrias feitos de
abrasivos selecionados em matrizes de modelagem. Como discutiremos no capítulo
3 1, os abrasivos comuns são o óxido de alumínio e o carbonindo (carbeto de silício);
menos comuns são o diamante e o nitreto de boro cúbico e uma variedade de
TABELA 6.1 Fontes contaminantes no ar em operações de esmerilhamento, polimento e O disco de diamante e de nitreto de boro são ligados por um ligante metálico, resinóide
~olimentofino ou vitreo, a base de cobre ou de um tipo de cerâmica. O desempenho de um sistema
Tipos de Equipamentos Subtipos aglutinador com diamante convencional degrada quando usado em ligas com base em
Esmeris para superfície Esmeris para superficie ferro, cobalto ou níquel por causa da reação química. Para tais aplicações, diamantes
Esmeris de disco sinterizados são aglomerados com boretos, nitretos, carbetos e vários óxidos (Wentorf
Esmeris para rebarba et al., 1980).
Esmeris para placa e lingote A indústria de abrasivo utiliza a nomenclatura para rotulagem padrão mostrada na
Esmeris de pêndulo Figura 6.1 para identificar o projeto do disco de esmeril (ANSI 1990). Esta informa-
Esmeris de pedestal Esmeris de pedestal ção não possibilita identificar os possíveis contaminantes do ar liberados pelos discos
Esmeris de bancada
Esmeris de pedestal múltiplo
Esmeris ferramenta
Discos de esmerilhamento e polimento Esmeris com um disco
Esmeris com dois discos
Discos polidores
Esmeris internos Esmeris para serviço interno \ 111 IV v
abrasivos naturais. Escovas de arame estão incluídas nesta classificação. Embora estes L 12 S
elementos não usem abrasivos, eles são usados em conjunto com elementos abrasivos.
apenas exemplos tipioos
O material abrasivo aglomerado é projetado para oferecer resistência para o rebolo e não escáo oanpletos
e o disco e ao mesmo tempo liberar os grânulos de abrasivos gastos para renovar a
superficie de corte. O ligante mais comum é o vidro. O disco de abrasivo vitrificado é
feito misturando-se a argila e o feldspato com o abrasivo, modelando-se sob pressão e
queimando a uma alta temperatura para formar o revestimento vitrificado que une os
grãos abrasivos. Esta técnica permite ao fabricante fazer o rebolo com uma variação
de dureza que atenda as necessidades do cliente; em geral, para ,um corte eficiente,
quanto mais dura for a peça de metal, mais macio é o padrão do rebolo. Rebolos
unidos por resina, o segundo tipo mais comum, são usados para uma faixa de aplica-
ções que inclui a rebarbação e discos de cortes. Para os discos de cortes, o molde de
abrasivo-resina é reforçado com metal ou fibra de vidro para se conseguir a resistência
e a flexibilidade necessárias.
O silicato de sódio (vidro aquoso), o mais macio agente aglutinante, é usado em
D 6 usado para indicar o iipo de Abrasivo Diamante na
Seç3.o de Graduação do
Livreto de Fatos do Esmerilhamento
Y I
1
Z-DURO
discos de esmeril que requerem alto gasto do disco mantendo-se frio. Agentes
aglutinantes de borracha são usados rotineiramente para acabamentos finais, aplica-
ções de polimento e discos de cortes. Figura 6.1 Identificação de rebolos. Fonte: Cortesia do Instituto Americano de Padronização
(ANSI).
84 ESMERILHAMENTO.POLIMENTO E POLIMENTO FINO 6.3 POSS~VEIS
RISCOS A SAÚDE 85
de esmeril. É de interesse específico do especialista em Saúde Ocupacional a identifi- T A B E L A 6.3 Fontes de materiais gerados de equipamentos nas operações de
cação do abrasivo e do agente aglutinante (Tabela 6.2) . esmerilhamento, polimento e polimento fino
Existe pouca informação disponível sobre a taxa de produção de detritos dos rebo- Fontes (% da Massa Total)
los nas diversas aplicações; entretanto, os componentes do disco formam uma peque-
Peca de Trabalho Abrasivo Meio Liaante
na fiação de todas as partículas suspensas liberadas durante o esmerilhamento. Como
descrito na Tabela 6.3, a maior parte das particulas são liberadas pela peça. No caso do Esmerilhamento pesado 80 16 4
Esmerilhamento leve 95 4 I
ferro fundido, apenas 2% do total das particulas são oriundos do rebolo (NIOSH, 1975). 98 2 O
Polimento
Após uso prolongado, a superfície de corte do rebolo pode ficar acumulada de resí- Polimento fino 20 40 40
duos, vitrificada na superficie ou perder o seu perfil. Neste ponto a superficie de corte
Fonte: Adaptação do NIOSH (1975).
tem de ser maquiada, ou seja, a superficie de trabalho do rebolo tem de ser rebarbada.
Dependendo do tipo de disco de esmeril e de sua aplicação, ela pode ser rebarbada
com uma ferramenta com ponta de diamante ou rebarbada por trituraçao por um rolo Material têxtil entra em suspensão em quantidade significativa durante a operação de
de aço semeado. Durante este breve período, uma quantidade significativa do rebolo é polimento fino. O abrasivo é aplicado ao perímetro do disco, e a peça é então imprensada
removida, formando uma nuvem de poeira de grãos grossos com uma quantidade contra o disco em movimento giratório. Em um outro fofmato a superficie de trabalho
mínima de pó respirável. do disco é revestida com um adesivo e então rolada sobre abrasivo granulado. Depois
que o revestimento abrasivo-adesivo está seco, o revestimento endurecido no períme-
tro do disco é esmagado para se obter uma superficie flexível que possa ser aplicada ao
6.2.2 Polimento
trabalho. Os discos são normalmente montados em um tomo de polimento fino que é
Técnicas de polimento são usadas para remover imperfeições na superficie da peça semelhante a um suporte de esmerilhamento; alta produção de polimento de brilho de
tais como marcas de ferramentas; esta técnica pode remover até O, 1 mrn de desbastes peças com geometria simples pode ser obtida com equipamento semi-automatizado.
da peça. O abrasivo, em geral óxido de alumínio ou dióxido de silício, é colado a
superfície de uma correia, disco ou roda em uma geometria regulada com muita preci-
são. A peça a ser trabalhada é aplicada ao rebolo manualmente, embora diversas má-
quinas estejam disponíveis para operações de polimento automatizadas. Infelizmente, até os dias atuais, nem o estado de saúde dos esmerilhadores, polidores
e acabadores, nem o perfil dos danos decorrentes da exposição foram estudados de
6.2.3 Polimento Fino modo abrangente. Os principais estudos estão associados com esmerilhadores operan-
O processo de polimento com camurça ou de brilho é diferente do esmerilhamento e do nas oficinas de acabamento das fundições. Como descrito no capítulo 8, uma gran-
do polimento simples, pelo fato de que muito pouco metal é removido da peça. Este de variedade de esmeris fixos ou portáteis, desbastadeiras volantes ou rebolos de corte
tipo de polimento produz uma superfície de alto brilho ao esfregar as irregularidades são usados nas oficinas de acabamento. O primeiro passo da limpeza de peças fundi-
da superfície com um abrasivo leve. O vermelho rubro (óxido de ferro) e o verde rubro das é a remoção de metal em excesso; uma técnica comum é o rebolo de corte. As
(Óxido de cromo) são usados para metais macios, o óxido de alumínio para metais peças fundidas são então limpas por jateamento abrasivo para remover o grosso da
duros. O abrasivo é misturado em graxa ou cera, que é empacotado em barra ou tubo. areia agarrada por fusão. O terceiro e último passo de acabamento varia enormemente
A roda de polimento de brilho é feita com discos de algodão ou lã costurados juntos de acordo com o produto. Peças pequenas podem receber.^ acabamento de um esmeril
para formar uma roda ou "lustrador". de coluna (Figura 6.2) e peças de tamanhos moderados podem ser levadas para uma
cabine com exaustão ou uma estação de trabalho com um balcão descendente (Figura
TABELA 6.2 Nomenclatura da especificação dos rebolos 6.3). Se a peça não puder ser removida, O, operador traz um esmeril portátil até a peça
Abrasivos (primeira letra em especijicaçüo) (Figura 6.4). Na maioria dos estudos sobre fundições, uma fração significativa de
A Oxido de Aluminio esmerilhadoresestava exposta a concentrações excessivas de quartzo (O'Brien e al., 1992).
C Carbeto de Silicio Embora um estudo feito por Balir (1980) não tenha revelado mortalidade excessiva
D ou DN Diamantes naturais em operadores de polimento em metais, um estudo feito por Sparks e Wegman (1980)
DS Diamante Sintético
BC NBC
demonstrou um excesso de câncer no estômago em um grupo de polidores numa in-
Niheto de Boro Cúbico
dústria de jóias. Um terceiro estudo nos primórdios dos anos 80 feito por Jarvholm et
Ligantes (úlrinia letra em especificaçüo)
V Vitrificado
al. (1982) sugeriu um possível risco de câncer entre polidores. Os autores de todos os
B Resinóide três estudos sugeriram que os polidores fossem observados mais atentamente. Devido
R Borracha a singularidade das atividades de polimento em cada fábrica, é difícil estender estes
S Silicato resultados para outras amostras .
6.3 POSS~VEISRISCOS A SAÚDE 87
kigura 6.2 Dois trabalhadoresem função em um esmeril fixo retirando aparas de pequenas peças fundidas.
A extensão da sindrome da vibração da mão e braço (HAVS) em populações de . Pode-se estender a aplicação das orientações para o esmerilhamento para o poli-
operadores de vários tipos de esmeris portateis é ilustrada em um estudo feito em um mento. As exigências de ventilação para o polimento fino, no entanto, baseiam-se
estaleiro (NIOSH, 1990). Uma clinica local relatou que 70% dos operadores de esmeris principalmente na grande quantidade de detritos que são liberados pelo disco, os quais
sofreram empalidecimento dos dedos, uma condição causada por vibração excessiva podem representar um problema de limpeza e um risco em potencial de incêndio se
da ferramenta manual. Uma avaliação, in-loco, de 1 1 ferramentas manuais elétricas não forem controlados por ventilação exaustora. Os projetos da coifa para esmeri-
usadas por este grupo de operadores incluiu 3 esmeris, 4 rebolos de rebarba e 4 ferra- lhamento, polimento e polimento fino têm como base uma coifa justa, com um mini-
mentas variadas. Os investigadores da NIOSH concluíram que a "maioria das 1 1 fer- mo de espaço entre o disco e a coifa para controlar a poeira dentro de um volume de
ramentas deveriam ser usadas por 4 horas, ou menos, durante uma jornada de 8 horas
exaustãomínimo. Uma lingueta ajustável na coifa também reduz o ar induzido pelo
de trabalho para se adequar aos limites de tolerância de exposição a
vibração das mãos movimento do disco em alta velocidade. No polimento fino a coifa é projetada com
e braços da Conferência Americana de Higienistas industriais Governamentais (ACGIH) uma câmara de assentamento para minimizar o tamponamento da tubulação com par-
de 1989-1990." tículas têxteis residuais de maior tamanho, provenientes do disco.
Discutindo-se a magnitude deste problema o relatório declara que a "Síndrome de
Uma série de oito projetos para operações de esmerilhamento, polimento e poli-
Vibração das Mãos e Braços (HAVS) pode afetar trabalhadores que tenham usado
mento fino são apresentados na Industrial Ventilation (ACGIH, 1992) consistindo na
extensivamente ferramentas manuais vibratórias."Madeireiros que usam inotosserras
mais abrangente cobertura de projetos para qualquer grupo de operações. Embora os
portáteis, trabalhadores de fundição que usam marteletes de ar comprimido e rebolos
projetos de controles de ventilação para esmerilhamento, polimento e polimento fino
e mineradores que usam máquinas de furar a ar comprimido têm sido os grupos de
em locais fixos sejam eficientes, é difícil conseguir controles de ventilação para esmeris
trabalho mais extensivamente estudados. Em geral os primeiros sintomas experimen-
portáteis usados em soldas de grande porte, fundidos e forjados. Coifas flexíveis ex-
tados por trabalhadores afetados são dormências e formigamentos nas mãos e dedos,
temas colocadas pelo trabalhador podem ser eficientes; para oficinas de maior porte,
semelhanteaos sintomas relatados por pessoas com a síndrome do túnel do
carpo. de alta produção, o modelo da coifa pode ser adaptado para um peça específica. NO
Depois de um
penodo variável de uso da ferramenta (dependendo da intensidade da entanto, em muitas aplicações esta abordagem convencional não produziu um bom
vibração produzida pela ferramenta), os trabalhadores percebem que uma das pontas controle da poeira.
dos dedos, ou mais de uma, toma-se esbranquiçada e dormente após exposta ao frio. O Uma abordagem mais eficiente para o controle de poeira para ferramentas portáteis
trabalhador pode também notar uma perda de destreza e uma certa debilidade do tato é o sistema de exaustão de baixo volume e alta velocidade com a coifa de exaustão
das mãos. Se a exposição à vibração persistir, os sintomas podem aumentar ao ponto integrada ao esmeril (Fletcher, 1988). Uma vez que nesse sistema a coifa é um compo-
de todos os dedos de ambas as mãos passarem por vasoespasmos locais e nente fixo do esmeril, o sucesso da abordagem não depende do operador manter a
embranquecimento dos dedos, até mesmo quando expostas a frios amenos. posição da coifa perto do ponto de esmerilhamento para encontrar uma velocidade de
Embora os riscos de HAVS sejam geralmente reconhecidos no uso de ferramentas coleta adequada. A capacidade desses sistemas em alcançar uma alta eficiência de
portáteis, o problema de vibração em ferramentas montadas sobre pedestais é coleta em volumes de exaustão de um décimo do sistema de exaustão convencional é
frequentemente esquecido. Em um estudo de esmeris de pedestal, a população total de também um destaque notável. Embora esta abordagem esteja sendo bem recebida na
trabalhadores de uma oficina de acabamento desenvolveu branqueamento do dedo Dor Europa, trabalhadores norte-americanos têm resistido ao seu uso por causa do volume
vibração com um período médio de latência de 10,3 meses (Starek, et a]., 1983). e peso adicionais. A resistência dos trabalhadores pode ser minimizada usando-se um
balancim para reduzir os esforços para se manobrar o esmeril.
6.4 CONTROLE DOS RISCOS
O'Brien et al. (1992) estudaram as ferramentas e operações que contribuem para a
exposição à sílicà no esmerilhamento manual de peças de aço fundido em cabines
A necessidade de ventilação exaustora local em operações de esmerilhamento foi le-
equipadas com coifa com sucção descendente, próprias para o esmeriihamento de pe-
vantada pelas autoridades britânicas (Departamento de Empregos do Reino Unido,
ças de tamanhos pequenos a médios. Os dados mostraram que quanto maior o diâme-
1974), que declaram que o controle é exigido quando se está esmerilhando metais
tro do esmeril ou do disco de corte, maior a exposição a poeira. Na fundição em estu-
tóxicos, ligas, fundidos ferrosos e não ferrosos, produzidos por meio de moldagem
do, a cabine com sucção descendente não propiciou uma contenção eficiente devido
com areia e superfícies de metais revestidas por material tóxico.
ao tamanho das peças fundidas. Além disso, o sistema de limpeza de ar, projetado para
A mesma fonte também declara que o controle por ventilação não será necessário
permitir a recirculação do ar, operou com apenas 50% da sua eficiência. Os autores
se superfícies de aço forem esmerilhadas antes da soldagem, do forjamento, da
recomendaram que a fundição adotasse um sistema de coleta de baixo volume-alta
prensagem e do esmerilhamento de precisão. Esta afirmação pode ser aplicada tam-
velocidade.
bém para o aço brando; mas se ligas de aço estiverem sendo trabalhadas, pode haver a
Em muitas operaçbes, nenhuma das abordagens descritas acima propiciará controle
necessidade de ventilação para estas operações. O controle de exposições em opera-
ções de esmerilha-mento em fundições deve incluir a remoção de areia fundida ou de adequado e uma cabine de esmerilhamento é a melhor alternativa. Heinshon et al.
(1982) apresentaram informações sobre o projeto de tais cabines. O desempenho das
revestimento de metais tóxicos dos fundidos através de jateamento abrasivo sob con-
coifas convencionais em operações de esmerilhamento, polimento e polimento fino
dições controladas antes que o esmerilhamento seja realizado.
90 ESMERILHAMENTO, POLIMENTO E POLIMENTO FINO
deve ser verificado periodicamente. Uma vez que o fator de perda da entrada da coifa
para coifas convencionais é conhecido, o método de sucção estática para coifas é um
modo eficiente para avaliar astaxas de exaustão com rapidez.
Uma estratégia para a proteção de esmerilhadores, polidores e polidores finos con-
tra a HAVS foi claramente proposta pelo documento de critérios do NIOSH (NIOSH, PARTE QUATRO
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Forjamento
7.1 Introdução
7.2 Prática do Forjamento
7.3 Contaminantes do Ar
7.4 Sobrecarga Térmica
7.5 Barulho
7.6 Danos aos Olhos
7.7 Controle
Referências
e
BLOCO
PERCUSSOR
PARTE
SUPERIOR FORMA
DA MATRIZ
INTERMEDIARIA
PARTE
INFERIOR
DA MATRIZ FORMA FINAL
COM REBARBA
.T IF
Titânio Comercial ~ u r o 84&1260
a gás ou a óleo e levada a uma temperatura de forjamento que varia de 430°C (800°F) 2 Desbaste
3 Gravacão
para o alumínio a 1320" (2400°F) para aço liga. Para o pré-aquecimento do material a 4 Acabamento
Combustível/ 5 Ajustagem
estas temperaturas de forjamento utiliza-se um fomo caixa, fomo fenda ou fomo de especial Energia 6 Molde da gravação'
soleira móvel, rotativo, ou linear. (se necessária)
No martelo de desdobramento as superfícies das matrizes são sopradas com ar com-
primido e lubrificadas ou por pulverização ou por aplicação com estopa. O operador
Eletricidade 1 Conjunto de matrizes
do aquecimento, com um ajudante, transfere o material do fomo para o martelo de Aquecimento para
para estampagem
desdobramento usando uma empilhadeira, guincho, ou manualmente se a peça for o forjamento
pequena. A peça é colocada na matriz pelo operador do martelo e pelo lubrificador. De
8 a 10 pancadas são executadas pelo operador. O lubrificante é aplicado a matriz supe-
rior pelo operário responsável pela lubrificação entre os golpes de acordo com as exi-
gências diprocesso. Há, geralmente, um excesso de lubrificante e a formação de né-
J
voa é um contaminante significativo do ar. Quando o lubrificante a base de petróleo 1 Equipamento
de fojamento Matrizes aquecidas
atinge a peça aquecida e a matriz, uma parcela dele é queimada gerando névoade óleo,
fuligem de partículas e uma variedade de gases e vapores do tipo resultante da com- 4
bustão pobre de óleo pesado (Figura 7.6). Quando se usa um lubrificante de matrizes Forjamento
a base de água há a formação de névoa. No trabalho em que se usa lubrificantes a base
2 Desbaste preliminar
de petróleo a forja pode ser equipada com uma coifa exaustora do tipo mostrado na 3 Fo jamento bruto
Figura 7.7; impede-se a contaminação do ar através da instalação de um anteparo de 4 Acabamento
5 Corte
vidro. Se não há a disponibilidade de exaustão local, instala-se ventiladores de base,
posicionados como mostra a Figura 7.5 para soprar os contaminantes do ar para longe
dos operadores. Os contaminantes do ar que não forem assimilados pela coifa exaustora
são, em geral, absorvidos por exaustores de teto.
Quando a forma bruta do forjado é atingida no martelo de desdobramento, a peça é I Peças forjadas I
levada a um segundo fomo para reaquecimento a uma temperatura para forjamento. 3.
Após o reaquecimento, o forjado é transferido para o martelo de acabamento onde o I Limpeza. Tratamento térmico, Acabamento, Inspeção, Contagem. Embalagem, Expedição 1
processo de forjamento é completado usando-se a mesma técnica que se usou no mar-
telo de desdobramento. Outra vez, o lubrificante de matrizes é aplicado a elas, entre
um golpee o outro, e a mesma névoa de contaminante aéreo descrita na operação com Figura 7.4 Operações associadas com as operações de forjamento a quente. Fonte: FIA (1 982)
o martelo de desdobramento volta a ser gerada. Depois que o forjamento é completa- Cortesia da Forging Industty Association (Associação de Indústria de Forjados).
do, a peça é levada para a prensa de rebarbar onde as aparas de metal são removidas
pela matriz de rebarbar. As aparas são colocadas em uma caixa de sucata e as opera-
ções de acabamento são executadas como mostradas na Figura 7.4. durante a operação. O material a ser trabalhado, ou o preformado, é aquecido nova-
As operações das prensas de forjar são semelhantes as operações dos martelos. Na mente em um fomo e, então, transferido para a .forja através de uma empilhadeira. O
operação de uma prensa.grande, a equipe é composta de um operador, um fornecedor lubrificador sopra a matriz com ar comprimido e, então, aplica-se o óleo lubrifícante
de tamgos, um lubrificador e um ajudante. O operador trabalha, em geral, em um de matrizes. A peça é posicionada na matriz inferior e forjada por um só golpe. Há
'console de controle, a uma certa distância da prensa, enquanto os outros trabalham exposição a uma névoa durante a aplicação do Óleo lubrificante de matrizes e aos
diretamente na prensa e se expõem enormemente aos contarninantes do ar formados produtos resultantes da combustão quando se emprega lubrificantes a base de petróleo.
98 FORJAMENTO 7.3 CONTAMINANTES D O AR 99
& ~~..:Ê%~~~ORJAMENTO
@ LUBRIFICADOR
&b OPERADOR DO
FORNO DE AQUECIMENTO
8 LIMPADOR DE
CAREPAOU AUXILIAR
g. VENTILADORES DE PISO
veículo aquoso. Este passo pode ser eliminado usando-se como veículo vapor sob alta
pressão que se evanescerá em temperatura ambiente. Uma solução de bórax também é
usada para a pré-formação de revestimento; isto também requer pré-aquecimento para
uma secagem efetiva.
Em forjamento isotérmico com matriz quente o lubrificante pode ser aplicado direta-
mente ao tarugo ou esboçado por imersão, esfregado ou pulverizado antes do aquecimento
no fomo. Uma vez que o lubrificante de matriz se queimaria no forno, usa-se um lubrifi-
cante alternativo. As peças são revestidas com vidro pastoso dissolvido em álcool, usando-
se a técnica de banho de imersão ou pulverização. O álcool evapora-se a temperatura
ambiente, deixando um revestimento em pó no tarugo que forma uma camada viscosa e
fluídica quando na temperatura do fomo. Esta camada vítrea age como um lubrificante na
operação de fo jamento.
Quando peças quentes são forjadas com um lubrificanie de matriz a base de óleo, este
é queimado, formando uma nuvem densa de partículas contendo uma névoa de Óleo, par-
tículas de fuligem, traços de metais como o vanádio, e hidrocarboneto aromático polinuclear
(Figura 7.6). O anidrido sulfiuoso pode, também, ser formado com a combustão do óleo.
No Unico estudo abrangente na literatura sobre forjas, Goldsmith et al. (1976) encontrou
concentrações significativas de partículas de massa respirável e benzopireno(a) (Tabela
7.2). Neste estudo, as concentraçõesde anidrido sulfuroso, aldeídos, e dióxido de nitrogê-
nio não estavam excessivas.
Os problemasassociados com lubrificantes de matrizes a base de Óleo podem ser elirni-
Figura 7.7 Abordagem geral de ventilação exaustora local para um martelo de forjamento. Não nados pela substituição por um lubrificante a base de água. Lubrificantes de matrizes a
estão disponíveis os padrões para um projeto. base de água foram introduzidos na indústria em 1950, mas urna observação mais intensa
dos mesmos só foi feita na década de 70. O lubrificante de matriz a base de agua mais
trados durante mudanças de processos e manutenções. Todas as precauções necessárias simples é composto de grafite e um surfactante dissolvido em água. Lubrificantes de ma-
para espaços confinados devem ser observadas, incluindo procedimentosque só permitam triz sintética mais complexos incluem uma variedade de produtos químicos para que se
a entrada de trabalhadorestreinados, além da identificação dos equipamentos e operações possa conseguir certas característicasoperacionais. Essas formações possibilitam não apenas
de risco através de etiquetas. A manutenção do equipamento de forjar dos controles e das uma mudança operacional mas, também, desencadeam a investigação das características
câmaras de processos deve ser executada por pessoal devidamente treinado. de degradação térmica dos aditivos. A conversão de lubrificantes a óleo para outros a água
A aplicação de lubrificantes as matrizes tem sido um contribuinte majoritário de riscos tem sido lenta, mas atualmente 60% das vendas de lubrificantes de matrizes nos Estados
na fo jaria desde que esse tipo de indústria teve início. No forjamento a frio, o principal Unidos são de sistemas a base de água em contraposição a 25% de grafite a base de óleo e
lubrificante de matrizes tem como base sabões, óleos naturais, gorduras e bissulfureto de 15% de sistemas sintéticos (Anon., 1993). As demandas acentuadas de algumas operações
molibdênio, O bissulfureto de molibdênio, um lubrificante superior para matrizes de de forjamento complexas não podem ser satisfeitas pelo lubrificante de matriz a água,
forjamento a frio, pode ser aplicado na forma de pó seco, com um meio solvente e na Dortanto os orobiemas associados com os materiais a base de óleo ainda existem.
dispersão com água. Poucos dados estão disponíveis sobre a concentração de pó de metal ou gases gerados
Os primeiros lubrificantes para forjamento a quente eram constituídos de grafite natu- durante as operações de forjamento. A taxa de geração de contaminação depende da tempe-
ral e de gordura animal adicionada a uma base a óleo. Os lubrificantes atuais são uma ratura de fo jamento, da pressão de vapor do metal a temperatura de fo jamento, das caracte-
mistura sofisticada de componentes planejados para aplicações específicas no forjamento.
Para ser eficiente, o lubrificante de matrizes tem de ficar na face da matriz até que o TABELA 7.2 Concentragâo de partículas poluidoras durante o forjamento
forjarnentoseja completado. Para se conseguirtal exigência usava-se na década de 40 e de Faixa de concentração
50 uma variedade de aditivos incluindo o coque, pó de serra, argila, talco e amianto. Com- Particulas (me/rn3) No. de amostras
postos de sódio, estanho, alumínio, antimônio, bismuto e arsênio também eram valoriza-
dos como aditivos pela indústria de forjados durante este período. Atualmente os aditivos Total 3,2-92.1 43
Massa respiravel 3,&33,3 10
usados comumente incluem o estearato de alumínio, bissulfureto de molibdênio e naftenato
Benzol solúvel 1, M , O 6
de chumbo. Este Último deve ser substituído pelo nafienato de zinco. No trabalho direto Aromático suspenso O,H,9 6
com matriz quente, o tarugo pode também ser revestido com lubrificante de matrizes de Benzopireno(a) 0,0024,003 6
grafite a base de água. Neste processo a peça tem de ser pré-aquecida para a eliminação do
Fonte: Goldsmith et al. (1976)
102 FORJAMENTO 7.5 BARULHO 103
rísticas de fluxo do metal, e do potencial de oxidação do metal. A experiência pessoal 7.4 SOBRECARGA TÉRMICA
do autor demonstra que a concentração de particulas de metal suspensas originárias Em forjarias com alta produção, a sobrecarga térmica é um problema de saúde de
das peças de trabalho é bem baixa. Esta afirmação é comprovada por uma investiga- importância. A principal carga de calor é devido a radiação proveniente dos fomos,
ção bem recente (Porter 1990). Voborsky (1978) realizou um estudo de particulas de matrizes e das peças de trabalho, carga metabólica durante o manuseio de materiais, e
niquel suspensas geradas durante o forjamento a quente do aço, com martelo, com um
carga convectiva oriunda dos produtos resultantes da queima de lubrificantes de ma-
teor de níquel de menos de 3%. Uma vez que óxido de niquel é formado na presença
trizes a base de Óleo. Nos meses de verão a carga de calor convectiva pode ser signifi-
de oxigênio em temperaturas acima de 200°C, Voborsky antecipou que o óxido de
, cativa. Um estudo deve ser feito para determinar a origem da carga de calor sobre o
níquel estaria presente no local de trabalho. Uma série de amostras pessoais, durante
trabalhador para que se possa adotar procedimentos de controle. Controles podem
25 turnos completos, foram coletadas em duas forjarias em operadores de aquecedo-
i incluir redução da carga de trabalho fisico otimizando-se o manuseio de materiais,
res, lubrificadores, sopradores de carepas e manipuladores. Os resultados mostraram
isolamento dos fomos para que se reduza a carga de radiação, e refrigeração local para
que, com exceção de 3 amostras, todas as médias de concentrações de níquel pesadas
o trabalhador. Uma redução relevante da sobrecarga térmica pode ser conseguida se
e cronometradas foram inferiores aquela estabelecida pelo NIOSH REL de 15 pg/m3.
barreiras (biombos) isolantes refletoras forem i n s t a l a d ~nos fomos de aquecimentos
As três amostras que excederam 15 pg/m3 foram coletadas nos manipuladores que
de matéria prima, embora deva-se enfrentar o desafio de manter estas barreiras limpas,
manuseavam a peça de trabalho quente diretamente na frente do martelo.
para que se consiga sempre o máximo de eficiência. A altura de abertura das portas e
Uma nova dimensão em forjamento é alcançada com o pó de forjar, um processo de alta
frestas deve ser mantida a um mínimo para se reduzir a exposição do operário a radi-
eficiência para ligas de aço e de alumínio que proporciona propriedades metalúrgicas me-
ação direta do fomo. Placas móveis leves ou escudos de calor em frente da porta de
lhoradas para peças pequenas (Kulkarni, 1985). Antes de ser forjado, o pó de metal é
misturado com componentes ligantes e lubrificantes, tais como o estearato de zinco e o carga do fomo podem também ser eficazes se usados eficientemente pelo trabalhador
grafite. A mistura é comprimida, conseguindo-se uma massa densa através de técnicas responsável. A indústria usa, frequentemente, emissores de vapor ou de ar instalados
metalúrgicas de pó convencionais. Este preformado é então sinterizado e é, ou imediata- na base da porta que liberam vapor ou ar quando esta é aberta. Um estudo sobre a
mente forjado a quente, ou resfriado para a lubrificação subsequente e reaquecido para o eficácia das cortinas a vapor em fomos de aquecimento de matéria prima alimentado a
forjamento. Os riscos de danos a saúde que este processo acarreta estão associados com o gás operando a 1090" C e a 1200" C mostrou que, durante o tempo de abertura da porta
manuseio de pós de metal finos, que podem causar tanto uma exposição ao pó como o de 5 minutos, a carga de radiação foi reduzida significativamente; isto refletiu em uma
risco de uma explosão e de incêndio, proveniente de seus potenciais de reação no ar. redução da sobrecarga térmica para aquele período, como foi medido por vários índi-
Uma variação do forjarnento com pó envolve a fabricação de preformados de me- ces (Porter e Goldman, 1990). Mais importante ainda, as cortinas de vapor extenderam
tais ferrosos pulverizados (Dreger, 1976). A liga a ser forjada é derretida em um fomo em 20%, o tempo máximo de tolerância em que o operador podia permanecer na
de indução ou a arco de plasma e flui através de uma válvula onde é atomizado por estação de carga e descarga sem incômodo severo. O impacto das cortinas de vapor no
jatos de nitrogênio. As partículas derretidas são depositadas em um molde preformado Índice de Bulbo Umido - Termômetro de Globo (IBUTG) em um turno completo foi
e soldadas umas as outras para a obtenção de uma forma prévia de alta qualidade para menos marcante, apresentando uma redução de menos do que 5%.
o forjamento a quente. Quando se usa a técnica de arco de plasma, todo o processo
7.5 BARULHO
deve ser executado em uma câmara de vácuo. As operações de manutenção de tal
instalação envolvem riscos usuais de espaços confinados. Forjamento foi uma das primeiras operações industriais a ser identificada como res-
No passado, o amianto foi usado para cobrir peças grandes durante o forjamento para a ponsável por perda auditiva induzida por barulho.Este dano é causado pelo barulho
redução da perda de calor mas, atualmente, mantas de fibra de vidro são usadas. Durante do impacto do martelo (e.g., um pilão de 3-4 toneladas caindo sobre uma bigorna de
o forjamento, a manta é rasgada e pode dar origem a fibras suspensas no ar. Q u h d o a peça 20 toneladas), o barulho de componentes do martelo e da prensa e, em grau menor, a
pronta é limpa porjateamento abrasivo, as fibras aderentes ao metal ficarão suspensas no "batida de pino" da operação dos cilindros de vapor e ar e dos solenóides pneumáticos
ar. Outra abordagem para se evitar o resfiiamento precoce é pulverizar um revestimento em ambos martelos e prensas. Em um estudo de perda de audição devido ao barulho
ao preformado com base no pó de silicato de sódiol alumina,-argilase calcinado de vidro de impactos em sete forjarias do Reino Unido, os valores médios da média ponderada
dissolvido em álcool. A queima do preformado em um fomo converte o pó em uma cama- no tempo para operadores de martelos foi de 108 dB e 99 dB para os operadores de
da cerâmica isolante na superficie do preformado. prensas (Taylor et al., 1984). Um estudo audiométrico. longitudinal envolvendo 7 16
A usinagem de blocos de matrizes pode ser executada como parte da operação de operadores mostrou perdas auditivas severas, tanto nos operadores de martelos como
forjgmento ou feita por um fornecedor externo. As operações executadas no "corte"ou no nos de prensas. Na população exposta por menos de 10 anos, a perda foi menor do que
"aprofundamento" da cavidade da matriz estão listadas na Figura 7.4. Na maioria dos a prevista para barulhos contínuos comparáveis; entretanto, para exposiçbes de 10
casos, a matéria prima é uma liga de aço que pode ter cromo ou molibdênio. Uma vez que anos ou mais, a perda foi maior do que o que se esperava.
a maior parte do trabalho é a laminação usando-se refrigerantes, este não representa uma Medidas efetivas para controle de barulho incluem o remodelamento de peças de
fonte significativa de contaminantes do ar. Comentários específicos sobre as opera- trabalho de modo a eliminar as batidas em alta frequência e de curta duração e, desse
ções de usinagem de metal estão presentes no Capitulo 9. modo, permitir a substituição de martelos por prensas, instalação de abafadores em
104 FORJAMENTO
embreagem, instalação de sistema de freios em martelos acionados por manivelas, ANSI (1985),Snfeiy Requii*enzentsforForgingMnchineiy, ANSI B24. I - 1989, American National
enclausuramento da embreagem e do freio, e enclausuramento total do martelo e da Standards lnstitute, New York.
prensa (Doege e Wischman, 1985). O barulho da liberação de ar pode ser controlado Doege, E. and Wischmann, G. (1985), Noise Control Eng. J., April, 44-48.
pelo replanejamento de válvulas de escape ou a instalação de abafadores. O problema Dreger, D.R. (1976), Machine Design, Aug. 12, 8 6 4 8 .
do barulho na forjaria é normalmente controlado pelo protetor de ouvidos e um pro- FIA (1982), Forging Capabiliiy Chart, Forging Industry Association, Cleveland, OH.
grama completo de conservação da audição. FIA (1985), Forging Handbook, Forging Industry Association, Cleveland, OH.
Goldsmith, A. H., Vorpahl, K. W., French, K. A., Jordan, R T., and Jurinski, N. B. (1976), Am.
7.6 DANOS AOS OLHOS Ind. Hyg. Assoe. J., 37, 2 17-226.
A visão periódica da peça aquecida e do interior do fomo acarreta em uma possível Kulkami, K.M. (1985), Machine Design, June 2 0 , 1985.
exposição a radiação infravermelha que não tem sido bem avaliada. A catarata causa- NSC ( 199 1 ), Foi-ging Sn/eiy Manual, National Safety Council, Chicago, IL.
da pelo infravermelho pode se desenvolver dependendo da intensidade da radiação, Porter, C. and Goldman, R. F. (1990), "The Effectiveness of Fumace Steam Curtains in Reducing
do tempo de exposição e da idade do trabalhador. As informações contidas no Capítu- Radiant Heat Exposure," presented at the 1990 American Industrial Health Conference and
lo 33 sobre produção de vidro aplica-se também para a indústria de forjados. Exposition, Orlando, FL.
Porter, C. (1990), personal communication.
7.7 CONTROLE Voborsky, R. C. (1978), "Occupational Exposure to Nickel in the Metal Forging Processes,"
presented at the 1978 American Industrial Health Conference and Exposition, Los Angeles,
Uma combinação de ventilação exaustora local e de diluição é usada na maioria das CA.
grandes forjarias para o controle de contaminantes do ar. Uma instalação pequena Taylor, W., Lembert, B., Pelmear, P. Hemstock, I., and Kershaw, J. (1984), J. Acousr. Soc. Anz.,
opera, em geral, sem um controle por ventilação exaustora local nos martelos ou nas 76,82
prensas. Ventilação exaustora de diluição é razoavelmente eficaz para o controle de
monóxido de carbono proveniente de fontes inconstantes, mas não controla a nuvem
de fumaça originária das operações de forjamento. Martelos e prensas para forjamento
a quente usando lubrificantes de matriz a base de óleo devem ser equipados com ven-
tilação exaustora local. Até então não há nenhum critério de projeto publicado sobre
tal sistema de ventilação exaustora local, embora informações auspiciosas indiquem
que uma velocidade de 105 metros por minuto transversal as aberturas dos martelos e
prensas seja capaz de possibilitar um controle razoável. Contaminantes do ar oriundos
dos fomos de aquecimento de matéria prima podem ser eliminados se a matéria prima
puder ser aquecida por métodos de resistência elétnca ou de aquecimento por indução.
Exigências de roupas de proteção variam em função do tipo de forjamento. Deve-se
levar em consideração pelo menos o uso de capacete para a proteção da cabeça, bem
como o uso obrigatório de óculos e botas de segurança. Em certas operações se fazem
necessárias o uso de luvas do tipo mangote (de cano longo) e de mangas protetoras até
a altura dos ombros, a prova de fogo. Se o uso de lubrificantes de matriz a base de óleo
for pesado, os operadores deverão usar aventais apropriados, a prova de fogo e óleo,
bem como perneiras protetoras. Para os operadores dos fomos de aquecimento dever-
se-á exigir o uso de óculos com lentes coloridas e,uma máscara de tela de arame para
proteçâo facial. Empregados expostos a níveis excessivos de barulho devem usar pro-
tetores auriculares.
Uma variedade de importantes questões de segurança que existem nas forjarias são
abordadas em outros textos (ANSI, 1985 e NSC, 1991).
i Operações de Fundição fundição (Tabela 8.1) indicam que a maioria das fundições empregava menos do que 100
trabalhadores.
I
8.1 Introdução 8.2 QUESTÕES DE SAÚDE OCUPACIONAL
8.2 Questões de Saúde Ocupacional
I
Há inúmeros possíveis riscos a saúde nas fundições, incluindo a exposição a poeiras
8.3 Fabncação de Moldes
minerais, fumos metálicos, produtos da combustão e da pirólise, e a produtos químicos
t 8.4 Moldes
1 associados com sistemas de resinas ligantes. Danos físicos incluem o stress causado
:I
8.4.1 Moldagem com Areia Verde
por barulho, vibração e calor. Um estudo em 281 fundições no estado de Michigan, em
8.4.2 "Shell Molding" (Machos de Paredes Finas)
1969, revelou que mais do que 7% dos empregados estavam expostos a sérios riscos a
8.4.3 Fundição por Revestimento ou "Cera Perdida"
saude (Anon., 1968). É razoável presumir que as condições 26 anos depois são pelo
8.4.4 Fundição pelo Modelo Evaporavel (EPC, Espuma Perdida, Molde Integral)
menos tão sérias quanto antes.
8.5 Fabncação de Machos
Areias de fundição com teor de cristal de quartzo de 5% a até aproximadamente 100%
I 8.5.1 Sistema do Silicato de Sodio
apresentam os maiores riscos de exposição a poeira. As areias que têm argila associada
i 8.5.3 Sistemas de Cura Fria
com o depósito de pedreira, identificadas como areias ligadas naturalmente, eram usa-
,I
das comumente para moldagem nos primórdios deste século mas são de pouco uso na
8.6 Preparação do Metal e Vazamento
fundição moderna. Areias de fundição atualmente são sintéticas, não no sentido quími-
8.6. I Fusão no Fomo
co, mas porque são uma mistura de vários tipos de areias. ligantes argilosos tais como
8.6.1.1 Fomos a Arco
a bentonita e outros aditivos. As fundições misturam suas próprias areias ou as com-
8.6.1.2 Fornos de lndução
i 8.6.1.3 Fomos de Cadinhos
pram pré-misturadas, que são entregues em grandes quantidades por via férrea ou por
/ 8.6.1.4 Cubilô
8.6.2 Transferência, Vazamento e Resfriamento
rodovias. O componente crítico da areia refratária é o cristal de quartzo, um material de
toxicidade conhecida. A exposição a poeira na fundição toma-se complicada devido a
transformação, sob a alta temperatura de vazamento, do cristal de quartzo na areia em
8.6.3 Remoção da Areia da Peça Fundida-Demoldagem
duas formas altamente tóxicas de quartz~ristobalita e tridimita (veja Apêndice F para
8.6.4 Limpeza e Acabamento das Peças- Rebarbação
I 8.7 Tecnologia de Controle
Referências
silicose relatados em 22 estados, Trasko (1956) encontrou que mais ocorrências da Concentrações relativamente pequenas destes metais na carga podem causar concen-
doença eram atribuídas as fundições do que a qualquer outro grupo fabril. Uin estudo trações significantes de fumos no ar devido a suas altas pressões de vapor no ponto de
feito pelos investigadores da NIOSH nos anos 80 mostra que o problema continua a fusão do ferro. Nas fundições de ligas de aço as concentrações de cromo, níquel,
existir. Em uma fundição de ferro cinzento, 8 em 10 trabalhadores empregados por 20 manganês e uma variedade de outras ligas metálicas no ar devem ser consideradas em
anos ou mais mostraram evidências radiográficas de silicose e 2 em 84 trabalhádores conjunto com gases oriundos de vários inoculantes (veja Apêndice A, para a composi-
com menos de vinte anos de atividade tinham silicose (Landrigan et al., 1986). Uma série ção de ligas comuns). Nas fundições de não-ferrosos, latão e bronze comuns ocorrem
de estudos realizados nas décadas de setenta e de oitenta (Tabela 8.2) mostraram que possíveis exposições ao chumbo, zinco e antimõnio. Os trabalhadores nas áreas de
30-50% das amostras de ar para sílica nas fundições nos Estados Unidos excederam o limpeza e acabamento das peças - rebarbação - das fundições ficam expostos a fumos
limite de exposição permitido pela OSHA. metálicos provenientes dos cortes, soldas e aquecimento das peças e as partículas
Nos Últimos 50 anos uma série de estudos epidemiológicos na América do Norte, respiráveis oriundas de operações mecânicas como o esmerilhamento ou rebarbação.
Escandinávia e Reino Unido indicaram um crescimento do risco de câncer no pulmão Monóxido de carbono é o mais perigoso de todos os gases contaminantes na fundi-
dos trabalhadores de fundições. Após um exame abrangente, o IARC concluiu que ção e a cada ano um número de metalúrgicos morre devido a exposições agudas. O
"Considerandotodas as evidências disponíveis, estas indicam que exposições ocupacio- monóxido de carbono é formado pelos processos de combustão nos fomos tais como
nais ocorrem nas fundições de aço e ferro as quais são, provavelmente, carcinogênicas o cubilô e pela pirólise de componentes orgânicos do molde.
para o homem"(IARC, 1984). Mais recentemente, estudos epidemiológicos confirma- As seções seguintes tratam dos principais processos utilizados em uma variedade
ram este risco em crescimento de câncer no pulmão. Está amplamente aceito que o risco de operações de fundição e suas relações com riscos ocupacionais de danos a saúde.
está associado à exposição a hidrocarbonetos aromáticos policiclicos que se formam da A discussão se concentra na fundição do aço e do ferro; entretanto, problemas especí-
pirólise de materiais orgânicos nos moldes de areia verde durante o vazamento e o ficos associados com fundições do alumínio, magnésio, latão e bronze também são
resfriamento. Os resultados de um exame abrangente das concentrações de identificados. Pouca atenção será dada a operações de limpeza e acabamento, uma vez
hidrocarboneto aromático policíclico em 10 fundições de ferrosos e não-ferrosos no que estas foram abordadas nos Capítulos 3 e 6.
Canadá foram relatados por Verma et al. (1982). Um estudo feito por Knecht et al. (1986)
caracteriza a mistura complexa de 20 hidrocarbonetos aromáticos policíclicos associa- 8.3 FABRICAÇÃODE MOLDES
dos as operações de remoção da areia de moldagem da peça fundida em uma fundição.
Uma questão polêmica é a possível associação da exposição a sílica e o câncer nos Na primeira metade deste século, os riscos de danos a saúde relativos a fabricação de
brônquios nos trabalhadores de fundições. Embora um número de encontros científi- moldes eram idênticos aqueles das marcenarias e carpintarias, pois os moldes eram
cos de importância já tenham tratado desta questão na década passada, ela ainda feitos em madeira e demandavam técnicas simples de acabamento. Com o advento de
aparece continuamente em debates na comunidade científica. Entretanto, em uma atitu- máquinas de moldagem semi-automáticas ou automáticas, os moldes para máquinas de
de que resultou na ação regulatória por um certo número de agências, o IARC identifi- moldagem para alta produção passaram a ser fabricados em metal. Nos Últimos 20 anos,
cou a sílica como um provável carcinogênico (IARC, 1984). Os efeitos na saúde oriun- plásticos reforçados de poliéster, epoxi e uretano foram introduzidos na fabricação de
dos da exposição a uma ampla variedade de fumos metálicos e poeiras de metais ferrosos moldes permanentes. Moldes consumíveis usados nos sistemas de cera e espuma
e não-ferrosos estão bem entendidos. Entretanto, é frequentemente difícil identificar os perdida serão discutidos nas Seções 8.4.3 e 8.4.4
metais de importância em um complexo ambiente de fundição. A fundição de ferro Os danos a saúde associados a marcenaria e usinagem de metal estão discutidos em
cinzento pode ser operada tanto com o ferro gusa como com a sucata. Esta última é outros capítulos: Exposição a poeira de madeira ou a serragem tem sido relacionada com
frequentemente contaminada com chumbo, cádrnio e zinco. o câncer de nariz em trabalhadores responsáveis pela confecção de moldes. As princi-
pais questões de saúde relacionadas com resinas plásticas reforçadas e com adesivos
TABELA 8.2 Concentrações de sílica no ar nas fundições são problemas dermatológicos proveniente de acabamentos de epoxi e adesivos e a
Período Fonte Fundições Amostras Percentagem acima d o PEL* sensibilização respiratória oriunda de catalizadores usados nos sistemas de uretano.
1976 Wisconsin 65 1187 41.6
OSHA (I) 8.4 MOLDAGEM
1977 Michigan 28 63O A fabricação de um molde para uma peça de metal fundida requer dois materiais especí-
OSHA (2)
ficos, cada um servindo a uma necessidade específica (Figura 8.1). O material primário
1978 OSHA (3) 282 -
1981 PA (4) 20 62 na fundição, o meio de moldagem, tem de manter.acomplexa geometria do molde quan-
. .,-
1983 Oudiz (5) 205 I 743 40,6 do o metal líquido flui para dentro da cavidade. Desde o século XVI, a areia de sílica tem
sido o meio escolhido para moldes para se usar uma única vez. Nos primórdios deste
Fontes: ( 1 ) Zimrnerman e Barry (1976); (2) Mirer (1977); Bolt, Beranek. and Newinan (1978); (4)
Pennsylvania Foundrymen Association (1981); . (. 5 ) Oudiz et al.
.
11983).
~.--
século, a maior parte das areias de moldagem era sintética, isto é, era urna mistura de
*PEL = (Permissible Exposure Level - Nivel de Exposição Perrnissivel)
silicose. Por esta razão, areias de silica vêm sendo substituídas por areias olivina, zircão
e cromitas, que apresentam um baixo índice de toxicidade. Este movimento positivo de
substituição começou na Escandinávia, progrediu para a Europa e está sendo praticado
nos Estados Unidos com certa limitação. Onde esta substituição foi efetivada, a con-
centração de sílica suspensa no ar foi reduzida drasticamente e a silicose eliminada.
Embora a conversão de areia de sílica para areias de olivina e de zircão livres de silica
leve a redução da exposição ao quartzo, deve-se compreender que estas areias, ao
longo do tempo, serão contaminadas pelo quartzo proveniente dos machos a base de
sílica (Davis, 1994). A aplicação das areias de zircão e de olivina nas fundições de aço
pode ficar limitada a peças com seções transversais estreitas devido ao endurecimento
prematuro do metal, causado pela alta taxa de transferência de calor que estes materiais
refratários possuem (Cleary, 1994).
A areia de moldagem é preparada misturando-se a areiácom outros ingredientes em
um misturador (Figura 8.2). Esta operação produz muita poeira e o misturador deve
possuir ventilação exaustora local. Depois de misturada, a areia é colocada em depósi-
tos ou silos de onde é transferida mecanicamente para os depósitos de distribuição nas
Figura 8.1 Quadro esquematico da moldagem. posições de moldagem (Figura 8.3). Neste ponto, a areia é uma massa coesa, úmida e
representa um risco mínimo de danos por exposição a poeira. Investigadores do Reino
areia de sílica, argila e outros aditivos usados para ligar os grãos individuais de areia, Unido demonstraram que a poeira em suspensão no ar pode ser mantido a taxas míni-
formar um meio plástico e fornecer outras características desejáveis. mas se o teor de umidade for mantido acima de 25% (Shaw, 1977). O potencial de risco
Ao longo de décadas este meio simples, resultante da mistura de areia e argila, a saúde oriundo da areia de moldagem aumenta à medida que ela é processada ao longo
chamada areia verde nos meios industriais, foi modificado para melhorar seu desempe- da fundição. Depois da operação de fundição, a areia quebradiça, poeirenta, apresenta
nho. A areia de moldagem, atualmente, é uma mistura de areia de sílica com bentonita e o maior grau de risco de danos a saúde.
argila caulina (argila refiatária) na função de ligante, farinhas de cereais ou de madeira-
para diminuir aprobabilidade de fragmentação-água e óleo. Também se associa carvão 8.4.1 Moldagem com Areia Verde
(carvão marítimo) finamente moído a areia de moldagem para melhorar a qualidade da Os passos envolvidos na construção manual de um molde simples de areia verde são
peça fundida. Quando o metal é vazado, o carvão pirolisa, formando gases que reduzem
mostrados na Figura 8.4. O molde ou imagem da peça a ser fundida é feito em madeira ou
a penetração de metal para dentro da areia melhorando, deste modo, a superfície do metal, como descrito anteriormente. As duas metades ou seções do molde são
metal. A partir dos anos 50, novos sistemas para colagem ou fixação do macho foram
aplicados na fabricação de moldes, a qual ainda tinha como base a silica, mas usavam
resinas químicas para colar os grãos de areia.
O segundo material essencial na fundição, o meio do macho, teve, originalmente,
como base, a sílica em grãos maiores ligados pelo óleo de linhaça. Este sistema de
confecção do macho demandava que os machos individuais fossem levados a uma
estufa para a obtenção da resistência necessária para manter a,posição e a geometria na
cavidade do niolde sob a pressão do fluxo do metal líquido. Oleos para machos foram
substituídos por sistemas de resinas sintéticas com base no feno1ou uréia-formaldeida
e álcool furfurol (AFS, 1993).
Nos anos 80, metade dos moldes de areia nas fundições nos EUA eram feitos através
do processo de areia verde. De modo geral, a distribuição é de 10% de moldagem de
dióxido de carbono, 8% de molde-casca (machos ocos de paredes finas) e menos de
10% usando os sistemas de cura fria e de caixa quente e fria. Entretanto, os procedimen-
tos de moldagem de cura fria estão substituindo, gradualmente, o processo de areia
verde.
Afirmamos anteriormente que a areia de silica era largamente utilizada nas fundições
pois esta era um rehtário barato que podia ser moldado na geometria exigida usando Figura 8.2 Um misturador para mistura de areias para o molde e para o macho. Esta unidade é
v ~ i osistemas
s ligantes. A areia de silica tem uma desvantagem principal -ela causa a geralmente suprida com uma coifa enclausurante para controle de poeira.
>
i?.
e,
I ---- ,
Preparação Enchimento da parte inferior Posicionamento da tampa da Enchimento da tampa, retirada dos
caixa e do canal de vazamento pinos, e colocação da prancha
(a) (b) (c) (d/
/ Orifícios das ventaneiras
Tamp
Abertura da caixa, colocação da tampa, corte do canal Montagem, pronto para o enchimento A peça fundida
(e) (9 (s)
Figura 8.4 Moldagem manual de uma forma reta, cilíndrica e oca para uma polia. Fonte: Manufacturing Processes de A. Roberts e S. LaPidge.
A
Copyright 1977. Reproduzido com permissão da McGraw-Hill Book Co. A
O
l
i 8.4 MOLDAGEM 115
A tampa e a base são viradas com as faces para cima de modo que se possa retirar as
formas usadas para a formação dos diversos canais. Se a peça a ser fundida tiver no seu
corpo canais ou áreas ocas, tem-se que colocar um macho de areia no molde. A fabrica-
ção do macho de areia será descrita posteriormente; entretanto, estas são peças refra-
tárias para serem posicionadas nas formas de moldagem do macho (prendedores) den-
tro do molde. Com a definição da cavidade de fundir, monta-se a base com a tampa que
são presas por grampos e estão prontas para o enchimento, como mostra a Figura 8.4.
A formação de molde a vácuo é um método popular de moldagem em fundições de ferro
cinzento para grandes produções. Neste sistema a base e a tampa são feitos pelo modo
convencional, mas a densidade e a resistência do meio de moldagem de baixo-ligante é
obtido poruma técnica de formação a vácuo. O baixo teor de ligante na areia de rnoldagem
toma a eliminação de resíduos muito mais fácil (Cleary, 1994).
Como mencionamos anteriormente, neste estágio do processo, a areia de rnoldagem
úmida não é poeirenta e não requer, em geral, o uso de ventilação exaustora local.
Entretanto, o material desagregado mais fino apresenta, com certeza, um risco de expo-
sição a poeira. O componente desagregado mais perigoso é a farinha de sílica ou areia
de faceamento, a qual na sua forma de aplicação mais simples é esparramada no molde
por um saco pequeno. Embora tenha sido usada amplamente outrora, a farinha de silica
tem sido, na maioria dos casos, substituída por materiais livres de silica e está proibida
no Reino Unido. Os componentes desagregados mais comuns estão relacionados na
Tabela 8.3. Se os materiais forem aplicados por pulverizadores, os componentes podem
estar dissolvidos em água, hidrocarbonetos alifáticos, 1-1-1 tricloroetano,ou um solvente Figura 8.5 Linha dc inoldageiii de alta produção.
Freon R. Os dois Últimos materiais estão em fase de redução de aplicação por força da
ação regulatória do CFC discutida no Capítulo 5. Se houver a necessidade de se usar a moldes no chão usando caixas que são manuseadas por guinchos ou pontes rolantes.
aplicação por pulverização das suspensões, dever-se-á usar as técnicas eletrostáticas Estas caixas são preenchidas comareia de moldagem com o auxílio de uma linga móvel,
ou a técnica sem uso do ar, minimizando-se, deste modo, a pulverização excessiva e o a qual é uma máquina com um soprador centrífugo de uma só lâmina localizado na
rebote. extremidade de um pau de carga que recebe a areia de moldagem vinda de um silo
Em uma instalação de alta produção o molde de areia verde descrito acima seria alimentador (Figura 8.6). O operador pode direcionar, ligeiramente, o fluxo de areia em
executado em uma máquina de moldagem. Este equipamento é projetado para compactar alta velocidade para várias partes da caixa e conseguir um molde compacto. Quando a
a areia firmemente na caixa de moldagem e manipular caixas, modelos e moldes comple- peça a ser fundida é muito grande para as caixas disponíveis, faz-se um poço no chão da
. ~
tos semi-automaticamente, minimizando, desta forma, o esforço fisico do moldador e fundição e a moldagem e acorridãdo metal liquido são executadas neste local. Todas as
melhorando a qualidade do molde (Figura 8.5). A areia é distribuída vindo de um silo técnicas de moldagem por máquinas descritas acima apresentam problemas de vibração
alimentador na parte superior da máquina de moldagem para a mesa da máquina de e de wido na fundição.
moldar. A mesa sacode a areia para compactá-la na caixa de rnoldagem; é então pren- Além do processo de moldagem convencional de areia verde, há um número de
sada para ganhar forma em volta do modelo (ferramental), de modo reproduzivel. Se a outros processos especiais, usados principalmente nas fundições de aço e de não-
peça a ser fundida for muito grande para a máquina de rnoldagem, ela é feita em grandes ferrosos, com base em um dos sistemas de resina ligante e que é direcionado originari-
amente para a fabricação do macho, como se pode ver na Tabela 8.4.
TABELA 8.3 Componentes separadores para fundicão
Agentes liberados secos Agentes liberados úmidos 8.4.2 "Shell Molding" (Machos de Paredes Finas)
Grafite Agentes liberados secos em suspensão O processo de molde-casca usa uma areia ligada por resina para a alta produção de
Mica Suspensão de bentonita moldes para peças pequenas. Esta areia é revestida por resina de feno1 ou uréia-
Estereatos metais Oleo mineral formaldeida usando a técnica de revestimento a frio, temperatura média ou quente. Na
Disulfeto de molibdênio Acidos gordurosos (ácidos oleicos)
Polietileno Si licones técnica a frio a resina, hexametilenotetramina, e o estearato de cálcio são misturados
Alcool de polivinil Lecitina de soja com areia seca em um misturador. No processo de revestimento com temperatura média,
p i n h a de silica a mistura de resina com areia é secada por um jato de ar a uma temperatura de 150-
Acido esteárico 1 80°C. Resina em flocos é misturada a areia na técnica de revestimento a quente, que é
Talco resfriada por uma pasta de hexametilenotetramina e estereato de cálcio e, então,
8.4 MOLDAGEM 117
ri Máquina
moldagem
n Prateleiras
estocagem
Deposito
refugos
Figura 8.8 Quadro esquemático de trabalhadores e funções na operação com "shell molding".
m-Xilol C C C B B C B B C C C
o-Xilol C C C B B C B C C C. C
Naftalina C C C C C C C C C C C
Formaldeído C C C C C C C C C C C
Acroleina C C C C C C C C C C C
Aldeidos totais (acetaldeído) C C C B C B C B C C C
Oxidos de Nitrogênio B C C B C C C B B B C
Cianeto de Hidrogènio C C C B B C B B B B B
Amònia C C C C C C C B A A B
Aminas Totais (como a anilina) C C C ' C B C C B B B B
Fonte: Scott et al. (1977)
a Medido em ppm, determinado pela integração grrifica.
b ~ Agente
= químico presente em quantidades siificientes para ser considcrado, sem dúvida, iim risco i saúde. Moiiitoraineiito periódico dos iiiveis recon~endadosde
concentração em locais de trabalho.
"= Agente químico presente ein quantidades mensurivcis, considerado coino ~ i i i ipossivcl risco a saúde. A avaliação do risco deve ser determinada para uma dada
operação.
C= Agente químico achado cin quantidades reduzidas. Nào S considerado conio Liin risco isaúdc sob coiidiçòes iiorinais de LISO.
8.6 PREPARAÇÁO DO METAL E VAZAMENTO 127
TABELA 8.7 Emissões suspensas provenientes de sistemas a frio durante a mistura, a 8.6 PREPARAÇAO DO METAL E VAZAMENTO
moldapem e confecção de machos"
Furânico Fenólico O processo de fundição inclui a preparação dos materiais de carga, pré-aquecimento do
Furãiiico caixa quente a frio Fenólico fomo de carga e das panelas, fusão da carga no fomo, escorificação do líquido tanto no
Quimicos a frio (TSA)" USA) uretaiio fomo como na panela para a remoção de silicatos e óxidos, inoculação da carga com
Monóxido de carbono O' o o materiais para a melhoria das propriedades metalúrgicas e vazamento do fomo (Figura
Formaldeido ?" ? X'
Cianeto de hidrogénio o o o 8.12). Também inclui a transferência do metal fundido do fomo para a panela com a
Aniânia o o o passagem subsequente para panelas de vazamento menores e o vazamento do fundido
Aminas aroináticas o O o para dentro dos moldes já preparados. Os principais riscos potenciais a saude nas
MDI-lsocianatos o o o operações com ferrosos e não-ferrosos incluem a exposição a gases de metais tóxicos,
Dióxido sulfuroso o o ?
monóxido de carbono e outros gases tóxicos, e sobrecarga térmica.
Aiiidrido sulfuroso o ? ?
Fenóis ? ? X O potencial de exposições a fumos metálicos está descrito na Tabela 8.8 e os produ-
Benzol o ? ? tos resultantes da decomposição térmica oriundos dos moldes e machos estão nas
Tolueno o ? ? Tabelas 8.5,8.6 e 8.7.
Alcool fiirfurol ? ? o
Metanol o ? ?
8.6.1 Fusão no Forno
Fonte: Adaptado de NIOSH ( 1 985)
c-- Linhas de
eletricidade
Eletrodos de c a r b o n o 2
Soleira sacada
Inclinado
para vazar
INDUÇAO Figura 8.13 Um forno a arco. Fonte: Mnni(ncruriizg Pi.ocesses and Mnferinls for Eizgineers
(Maferiais e Processos de Fnbricnçào para Et~genheiros)de L. E . Doyle. Copyright 1969.
Reproduzido com a devida permissão de Prentice Hall Inc.
Figura 8.12 Diagrama esquernatico da fusão do metal.
Os fumos metálicos são bem melhor controlados por coifas enclausurantes, embora
coifas de cobertura e ventilação diluidora sejam usadas com frequência. Para aço de
Quando o fundido está pronto para o derramamento, os eletrodos são suspensos e o baixa liga, a coifa de cobertura ou a ventilação diluidora podem fornecer um controle
fomo é inclinado para vazar o metal líquido dentro de panelas de transferência. adequado; entretanto, uma coifa enclausurante se faz necessária para metais não-
Estes fomos produzem quantidades enormes de fumos metálicos, resultando em ferrosos.
problemas de poluição do ar no local de trabalho e no meio ambiente externo. Sistemas
de ventilação exaustora local com sucção lateral do ar ou coifas enclausurantes são 8.6.1.3 Fornos de Cadinhos. O cadinho carregado é aquecido diretamente por um
disponiveis para controlar a geração de fumos metálicos durante o ciclo de fusão. Uma queimador a gás ou a óleo ou, ocasionalmente, a coque. Este fomo (Figura 8.15) é
coifa na porta de remoção da escória, e outra na bica de vazamento devem ser incluídas amplamente usado para ligas não-ferrosas. Os principais riscos de danos a saúde são o
como partes do sistema de ventilação. Uma vez que fumos metálicos escaparão durante monóxido de carbono, os fumos metálicos, o ruído dos queimadores, e a sobrecarga
a operação, exaustores de teto de alta-vazão são colocados sobre a área dos fomos térmica. X ventilação geralmente é conseguida através de exaustão geral na linha do
para remover os contaminantes de fuga ou escape. Uma outra abordagem para a venti- fomo, embora coifas de alhetas perimetrais ofereçam um controle melhor.
lação exaustora neste equipamento é o uso de divisórias que descem do teto para 8.6.1.4 Cubilô.Mais de 60% dos fundidos de ferro cinzento produzido nos Estados
formar uma espécie de coifa de varanda. A dificuldade com esta abordagem de controle Unidos são produzidos pelo cubilô (Figura 8.16). É o meio mais econômico de se trans-
é que ela leva a um difícil problema de limpeza ou de remoção do ar, ou seja, há um formar sucata e ferro gusa em ferro fundido utilizável. Quando produzido, o metal é ferro
grande volume de ar e uma baixa concentração de gases e fumos metálicos. Há, também, cinzento; se este for inoculado com magnésio ou cério na panela, obtém-se ferro dúctil.
um sério problema de ruído devido ao ligar e desligar intermitente do arco nestes for- Como mostrado na Figura 8.16, alimenta-se o fomo periodicamente com camadas alter-
nos. nadas de coque, calcário e metal.
8.6.1.2 Fornos de Indução. Este tipo de fomo (Figura 8.14) é amplamente usado, Um risco a saúde relevante na operação do cubilô é a exposição ao monóxido de
tanto nas fundições de metais não ferrosos como nas de aço-liga. Um refiatário de carbono. Isto acontece especialmente se cubilôs duplos estiverem em uso e um deles
fusão é cercado por serpentinas de cobre resfriadas a água e energizadas por uma fonte estiver sendo submetido a reparos pelos trabalhadores da manutenção. Gases de óxido
de eletricidade de alta frequência. As correntes de ar externas causamum fluxo na borda de ferro não é um problema direto no local de trabalho, mas sucata de ferro pode conter
externa da carga de metal e, devido a alta resistência, a carga de metal é aquecida e a pequenas quantidades de metais tóxicos, tais como chumbo e cadmio, as quais podem
fusão progride da borda para o centro da carga. ser causas de exposições significativas.
130 OPERAÇOES DE FUNDIÇÁO 8.6 PREPARAÇAODO METAL E VAZAMENTO 131
,Piáo f Cadlnho
Bica de vazamento
compactado
Figura 8.15 Forno para Cadinhos. Fonte: Manufactriring Processes nnd Materiais for Engineer.7
(Materinis e Processos de Fabricação para Engenheiros) de L. E . Doyle. Copyright 1969.
Reproduzido com a devida permissão de Prentice Hall Inc.
Armação -
Revestimento
Cargas de metal
Figura 8.1 7 Vazando o ferro fiindido.
Cargas de coque adicionado a areia de moldagem para melhorar a superficie do fundido. O coque forma
metano, o qual é queimado com a produção de monóxido de carbono. A taxa de geração
é relativamente constante para os primeiros 20 minutos depois do vazamento e então
ela cai exponencialmente com o tempo. O autor deste livro já detectou concentrações de
I
Ventanelras
monóxido de carbono de 200-300 ppm na área de plataformas de uma pequena fundição
de ferro cinzento operando com pouca ventilação. O controle pode ser obtido pela
circulação dos moldes por um túnel exaustor de resfriamento.
Fundições que fazem peças muito grandes com capacidade limitada de fusão usam
o pó (extraordinariamente) quente para diminuir a taxa de resfriamento no alimentador.
Fundo com areia socada Estes pós exotérmicos podem ter como base o alumínio com um agente oxidante como
o nitrato de potássio ou de sódio ou um fiuoreto de um metal alcalino que controle a
Porta de entrad reação. Os pós quentes podem atingir temperaturas de 1800°C com a liberação de uma
da base aberta
nuvem de particulas pesadas. Esta operação ainda não foi estudada amplamente e as
Esteio da base espécies químicas liberadas podem variar em grande escala, dependendo da composi-
ção exata do pó.
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Fundaçáo
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AREIA DE
DA PEÇA FUNDIDA
ABRASIVO
livremente suspensa para a limpeza. Pequenas peças podem ser retiradas das caixas
através do extrator. Este método é superior ao do desmoldador, uma vez que ele gera
-
menos poeira; entretanto, o processo de desmoldagem ainda se faz necessário para a
retirada da areia de superfície e dos machos. Desmoldagem é um trabalho exigente e
quente, com sérias exposições a particulas poluentes, gases, vapores, bamlho e vibra-
ção.
Há dados consideráveis que demonstram concentrações significativas de sílica no
ar nas operações de desmoldagem nas fundições. Os sistemas de resina-areia usados
Figura 8.19 Operação de remoção da areia da peça fundida-Desmoldagem.
na moldagem e na confecção de machos são fontes de vários gases e vapores, refletin-
do a composição do sistema de resina-catalisador como se pode ver nas Tabelas 8.6 e
8.7. Se o coque for usado na areia de moldagem, pode haver uma exposição importante
8.6.4 Limpeza e Acabamento das Peças - Rebarbaçáo
ao monóxido de carbono, embora a taxa de geração de monóxido de carbono já terá
caído quando o molde atingir o desmoldador. Há poucos dados disponíveis sobre as Após a desmoldagem, o fundido é processado na área de limpeza e acabamento de
exposições a partículas poluentes de metais tóxicos a que estão sujeitos os operadores peças. Machos complexos requerem extratores de machos especiais que podem ser
do desinoldador, resultante da contaminação da areia, embora esta deva ser considera- operações mecanizadas ou manuais, dependendo da geometria do macho e da sua taxa
da como um problema em potencial. de produção. O metal excedente, incluindo os canais de vazamento, de alimentação e de
O principal controle de contaminantes do ar no desmoldador é a ventilação exaustora saída de gases nos fundidos de ferro cinzento, mostrados na Figura 8.20, são removi-
local utilizando enclausuramento e coifas com correntes descendentes ou laterais. Ex- dos por batidas firmes de martelo; para os fundidos de aço e de ligas, usa-se rebolos de
cetuando-se enclausuramentos bem projetados para desmoldadores automáticos de queima ou de corte. As peças são frequentemente limpas por jateamento abrasivo ou
pequenas peças fundidas, nenhum dos sistemas é.completamente eficaz. Várias abor- hidráulico e o acabamento grosso é feito por marteletes com talhadeira pneumática ou
dagens têm sido pensadas para a substituição ou desenvolvimento do desmoldador esmerilhamento. Se as peças estiverem limpas, o risco será limitado; entretanto, nas
convencional. Unidades de jateamento hidráulico têm sido usadas para a liberação do fundições de aço a areia se funde a superfície e alguma parte da sílica pode ser conver-
fundido originando pouca poeira ou invés do processo de desmoldagem por vibração. tida em tridimita ou cristobalita.
Pequenos moldes podem ser colocados em um tambor de limpeza onde as peças são E evidente que uma percentagem significativa de trabalhadores de fundições nos
separadas da areia. Quando o controle não consegue ser eficaz, a desmoldagem é feita Estados Unidos continuam expostos a concentrações excessivas de poeira de silica.
durante os períodos fora dos turnos diminuindo assim o número de pessoas expostas. As concentrações de sílica na desmoldagem, na remoção de rebarbas com marteletes,
A remoção dos machos dos fundidos é feita no desmoldador ou em urna estação espe- esmerilhamento e em outras operações de limpeza estão entre as maiores que se tem
cial para a retirada dos machos. Jatos de água sob pressão têm sido usados nesta noticia. As fundições de ferro e de aço têm índices de exposição maiores do que as
operação com sucesso. operações com não-ferrosos, devido, aparentemente, a maior penetração de areia nos
fundidos a altas temperaturas.
8.7 TECNOLOGIA DE CONTROLE 137
- Adicione areia de inoldagem preparada com alto teor de umidade a areia de desmoldagem.
- Onde for possível, adicione coque e argila para agir como pasta semifluida.
Recomendação adicional é apresentada pela BCIRA sobre o projeto adequado da
esteira rolante e talhas e ganchos para diminuir o derrame acidental. A areia derramada
dos transportadores seca e facilmente se toma em suspensão, aumentando a exposição
do trabalhador a silica.
Historicamente, a abordagem para controlar a poeira da areia de fundições tem sido
o uso de controles por ventilação associado a limpeza e métodos de uso de umidade
(ACGIH, 1992). Sistemas de captação de alta velocidade e baixo volume têm encontrado
crescente aplicação nas operações de marteletes com talhadeiras e esmerilhamento nas
áreas de limpeza e acabamento. Em anos recentes, o uso de componentes desagrega-
dos não-silicosos no lugar da farinha de sílica tem demonstrado o valor da substituição
como controle. Mudanças no procedimento, tais como o método Schumacher, o qual
mistura areia de moldagem úmida preparada com a areia de desmoldagem seca antes
dela ser transportada de volta proveniente do desmoldador, resultam em reduções
relevantes da poeira. A introdução de técnicas d.e moldagem permanentes terá, sem
dúvidas, um impacto de vulto no uso de areia silicosa e no nível de exposição do
trabalhador aos seus danos.
Figura 8.20 Fundido após a desiiioldageni e antes da renioção d e material excessivo e areia
fundida.
O barulho em uma fundição é um problema de grande importância (Tabela 8.9). A
American Foundrymen's Society (Sociedade Americana'dos Técnicos de Fundição)
publicou um excelente estudo do controle de ruído nos marteletes com talhadeiras
8.7 TECNOLOGIA DE CONTROLE pneumáticas e esmeris, queimadores, fomos a arco, desmoldadores, operações de
Embora existam outros poluentes do ar, a silica e o monóxido de carbono continuam a moldagens, máquinas de moldagens e transportadores (AFS, 1985). Este documento
ser os principais riscos de danos à saúde na fundição. Barulho é o mais importante trata dos mais difíceis problemas na fundição e oferece soluções tecnológicas que vêm
stress físico. A eliminação do carvão na moldagem com areia verde tem recebido aten- sendo avaliadas na indústria.
ção no Reino Unido (Radia, 1977) como sendo um método de redução de concentrações Até o final dos anos setenta, pouca atenção era dada a ocorrência de doenças
do monóxido de carbono e de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. No entanto, nos causadas por vibração, tais como a Sindrome de Raynould (Vibration Induced White
anos noventa ainda se faz uso generalizado do carvão em fundições de ferro cinzento Finger-VWF) (sindrome dos dedos brancos induzida pela vibração), na população de
nos Estados Unidos. fundições.
O dano causado pela silica varia com o estado físico da areia, sua composição TABELA 8.9 Exposição ao barulho em uma fundição
química e o método de manuseio. Uma vez que a areia está inicialmente seca, as opera-
Exposição admissivel
ções de trituragem ou de mistura são poeirentas e ventilação exaustora local é neces- Nivel do Som (dBA) Tempo (hr)"
sária ainda que a areia apresente granulação grossa. Após este ponto, o teor de umida-
de é alto e há pouca poeira durante a operação de moldagem. Depois de fundida, a areia Operação Min. Max. Min. Max.
.. .
se toma quebradiça e poeirenta; assim, sérias exposições a poeira podem ocorrer du- Desmoldagem 105 115 I 0,25
A r comprimido sob alta pressão-liberação rápida. 95 1 17 4 0.25
rante a desmoldagem e a recuperação da areia. 100 120 2 0,25
Remoção por sopro
Uma pesquisa realizada pela British Cast Iron Research Association (BCIRA) -As- Totnborões, não alinhados 100 115 2 0,25
sociação Britânica de Pesquisa de Ferro Fundido- demonstrou que a areia de fundição Cabines de jateainento com granalha. parte externa 100 1 10 2 0.5
com um teor de umidade maior do que aproximadamente 25% não apresenta o problema Linhas de remoção de rebarbas e esmerilhaniento 95 115 4 0.25
de poeira durante o manuseio normal (Shaw, 1977). Esta constatacão de laboratório tem Funis de carga vibradores 95 115 4 0.25
Maquinas de Moldagem 95 115 8 0.25
suas origens em observações na indústria, onde já na estação de vazamento ocorre Estação de Moagem, area geral 95 110 4 0.50
pequeno índice de contaminação por poeira. A partir deste ponto a areia se toma Ventiladores de refrigeração para os operadores 90 95 8 4
quebradiça, seca e poeirenta. E, portanto, imperativo a adição imediata de umidade no Lançador de areia 90 95 8 4
desmoldador através das seguintes técnicas: Moedores de areia 95 110 4 0.5
Esmerism, carregamento e descarregamento 95 115 4 0,25
- Use um reservatbrio misturador no desmoldador e adicione água imediatamente. Martelete pneumático manual com talhadeira 92 97 6 3
- Adicione água na esteira proveniente do desmoldador. Fonte: Adaptado da AFS (1985)
Estudos nas fundições dos Estados Unidos demonstraram que VWF é um problema de
NIOSH (1988), Health Hazard Evaluation Report HETA 86-264, National Institute for
proporções capitais, com uma frequência mínima de VWF de 50% do pessoal em açâo
Occupational Safety and Heath, Cincinnati, OH.
nas áreas de limpeza e acabamento de peças, apresentando períodos de latência tão
Oudiz, J., Brown, J. A., Ayer, H., and Samuels, S. (1983).,Am. Ind. Hyg. Assoc. J., 44,374-376.
curtos quanto de 1-2 anos. Um guia publicado no Reino Unido recomenda limites de
Pelmear, R L. and Kitchener, R. (1 977), Proceedings oflhe WorkingEnvimnment in Imn Forrndries,
exposiçáo para vibrações transmitidas as mãos por ferramentas vibratórias dos tipos
Bntish Cast Iron Research Association,Bimingham, W pp. 1311-13n.
usados na fundição (Verma et al., 1982). A abordagem de controle mínimo para este
Pennsylvania Foundrymens Association (1 98 I), Castingfor Safely, 11, 11.
problema proposta por Pelmear e Kitchener (1977) inclui:
Radia, J. T. (1 977). Proceedings oflhe Working Environment in Iron Foundries, British Cast Iron
Research Association, Birmingham, UK, pp. 18/1-1811 3.
- Identificação de situações de alto risco Scott, W. D., Bates, C. E., and Sames, R. J. (1977), AFS Trans., 85,203.
- Replanejamento das ferramentas visando a redução de vibração Shaw, F. M. ( 1 977), Proceeding of the WorkingEnvironment in Iron Foundries, British Cast Iron
- Uso de amortecedores isolantes de vibração onde possível Research Association, Birmingham, UK pp. 1711-1 713.
- Introdução de métodos de trabalho alternativos
Trasko, V. M. (1956), AMA Arch. Ind. Health, 14, 37S386.
- Educação de trabalhadores -
- Exames pré-admissionais e periódicos de pessoas expostas à vibração USPHS (1950), Health ofFerroui Foundiymen in Illinois, Public Health Service, Cincinnati,
OH.
- Transferência de trabalhadores afetados para serviços alternativos
Verma, D. K., Muir, D.C. F., Cunliffe, S., Julian, J. A., Vogt, J. H., and Rosenfeld, J., (1 982),Anrz.
Occup. Hyg., 25, 17.
Zimmerman R. E. and B a q J. M. ( 1976), AFS Trnns., 84, 15-20.
descrita no século passado no Reino Unido; o Óleo mineral foi classificado como
carcinógeno pela International Agency for Research in Cancer - Agência Intemacio-
na1 para a Pesquisa do Câncer - em 1987 (IARC, 1987). Embora um estudo anterior
feito por Southam (1928) tenha atribuído a alta ocorrência de câncer no pulmão e na
laringe a inalação de fluidos de usinagem a base de óleo mineral, mais tarde estudos
/ Usinagem de Metais epidemiológicos nos anos setenta e oitenta mostraram dados inconsistentes. No entan-
to, um estudo recente feito por Eisen et al. (1994) mostra uma ocorrência em dobro de
câncer na laringe em operadores de máquinas de usinagem expostos a fluidos de
usinagem a base de óleo mineral. Inclui-se entre os outros males atribuidos aos fluidos
( 9.1 Introdução de usinagem o câncer no aparelho digestivo (Decoulfe, 1978; Jawholm et al., 1982;
I 9.2 Prática Convencional de Usinagem de Metais Vena e al., 1985). Também bronquite e asma são associados com a exposição a névoa
i 9.2.1
9.2.2
Máquinas Operatrizes
Ferramentas de Corte
de fluidos de usinagem e Kennedy et al. (1989), notaram uma diminuição nas funções
i 9.2.3 Peça de Trabalho de Metal
pulmonares antes e depois de um turno de trabalho.
Dermatoses causadas pelo contato com fluidos de usinagem são, obviamente, a
9.2.4 Fluidos para Usinagem doença ocupacional mais comum desse tipo de indústria e a cada ano afeta um em
9.2.4.1 Composição cada três fresadores (Adams, 1983). Além das doenças ocupacionais associadas aos
9.2.4.2 Dados de Exposições fluidos de usinagem, há exposições importantes a metais de alta toxicidade quando
9.2.4.3 Efeitos na Saúde estes são usinados (e.g. berílio) e um risco especial está associado à afiação de ferra-
t
9.2.5 Controle de Exposições aos Fluidos para Usinagem mentas de metal duro.
9.2.5.1 Projeto de Máquinas
9.2.5.2 Projeto para Fluidos para Usinagem
i[ 9.2.5.3
9.2.5.4
9.2.5.5
Equipamento de Proteção Individual
Prática de Trabalho
Ventilação
Todas as operações de usinagem dimensionais são feitas apoiando-se a ponta de uma
ferramenta de cortar contra a peça de trabalho, em uma certa direção com velocidade
i
i 9.3 Usinagem Eletroquímica (ECM)
e força controladas (Figura 9.1). A ferramenta de corte remove um pouco da peça de
9.4 Usinagem com Descarga Elétrica (EDM) trabalho por cisalhamento ou desbaste. O material removido é liberado na forma de
9.5 Ferramenta de Metal Duro e Retífica de Fresas cavacos finos, contínuos, na forma de arame; cavacos curtos e grossos, ou em pedaços
9.5.1 Processo de Fabricação individuais. Ocorrem extremos de temperaturas e pressões na face de contato entre a
9.5.2 Dados de Exposição Ocupacional ferramenta de corte e a peça de trabalho. Para o resfriamento deste ponto, usa-se um
9.5.3 Efeitos na Saúde lubrificante que auxilia na limpeza dos cavacos formados pela ferramenta de corte; um
9.6 Corte a Laser e Jato de agua
fluido de usinagem é dirigido para o ponto de corte na forma de um jato sólido ou
Referências
pulverizante. Os termos aplicados a estes fluidos de usinagem estão mostrados na
Tabela 9.1.
PEÇA DE TRABALHO
BANDEJA DE RECOLHIMENTO
DO FLUIDO
(c)
Figura 9.2 (c) Retifícando um eixo.
oficina pequena que faz usinagem de encomenda, cada trabalhador opera apenas uma
máquina; em uma oficina de alta produção com máquinas operatrizes semi-automáti-
cas dispostas em lay-out funcional ou em grupo, cada operador pode cuidar de várias
máquinas operatrizes ao mesmo tempo (Figura 9.3). Em oficinas de usinagem antigas
as máquinas eram operadas por correias ligadas a polias suspensas; em oficinas mo-
dernas cada máquina tem seu próprio motor. A caixa de transmissão em um tomo gira
o mandril e a peça de trabalho; a energia em uma plaina mecânica é direcionada para
o local sobre o qual está posicionada a peça de trabalho. Tanto o rebolo como o berço
da peça de trabalho são energizados sobre uma retífica de superfície. Segundo a
experiência do autor o mecânico trabalhando em uma oficina de tamanho médio está
exposto a níveis médios de pressão sonora que excedem 85 dBA. Em grandes oficinas
com alia densidade de máquinas, as exposições podem exceder a 90 dBA. A medida
de controle mais eficaz é o de uma máquina operatriz com especificação de compra de
80 dBA na posição do operador.
Figura 9.3 O lay-out de máquinas operatrizes varia, mas elas são, normalmente, posicionadas
9.2.2 Ferramentas de Corte de acordo com (a) tipo de máquina ou lay-out por função ou (b) fluxo do material ou lay-out por
grupo. T, tomeamento; F, fresamento; B, broqueamento; R, retífica da superfície; RC, retífica
Ligas especiais têm sido desenvolvidas para a fabricação de ferramentas de corte. cilíndrica. (Cortesia da McGraw Hill Book Co.)
Estes mateiiais incluem: ( 1 ) aços de alto-carbono com elementos ligantes de vanádio,
cromo, e manganês; (2) aços de alta velocidade contendo manganês e tungstênio; (3)
aços de cobalto especiais; (4) ligas fundidas de tungstênio, cromo, e cobalto; e (5) Nas operações de retifica as ferramentas de corte -rebolos - são grãos individuais de
carbeto de tungstênio. A perda de material da ferramenta de corte é insignificante abrasivos (óxido de alumínio, carbeto de silício, nitreto de boro cúbico) instalados
durante a usinagem convencional e portanto não representa risco potencial de conta- dentro de um molde. Na fabricação de ferramentas de corte, ocorre uma exposição
minação do ar. significante a poeiras de metais tóxicas durante as operações de esmerilhamento e de
dressagem; estas operações devem ser equipadas com ventilação exaustora local. OS
146 USINAGEM DE METAIS
9.2 PRÁTICA CONVENCIONAL DE USINAGEM DE METAL 147
riscos especiais associados com a fabricação de ferramentas de carbeto de tungstênio Os fluidos com base em óleos minerais são, em geral, misturas de hidrocarbonetos
serão discutidos na Seção 9.5. parafínicos e naftênicos provenientes das refinarias. Desde a década de 70, o refina-
mento de solvente ou o hidrotratamento profundo têm sido usados para reduzir o teor
9.2.3 Peça de Trabalho de Metal de hidrocarboneto aromático policíclico destes óleos e, conseqüentemente, o seu po-
tencial carcinógeno. Aromáticos originários da destilação a vácuo dos óleos de
O metal usinado na indústria, em termos gerais, varia do aço doce com pouca
parafínicos e naftênicos podem fazer parte da mistura.
potencialidade de gerar danos a saúde, a várias ligas de aço inox e de alta temperatura
Fluidos de usinagem a base de óleo mineral têm sido usados extensivamente por
contendo cromo, níquel e cobalto (veja Apêndice A sobre a composição de ligas me-
décadas, provavelmente atingindo o seu ápice de utilização nos anos 60. Desde esta
tálicas). Estes três metais tóxicos, comuns em ligas, podem apresentar exposição sig-
época, óleos emulsionados e fluidos de usinagem sintéticos têm tido um uso crescente.
nificativa a poeira em suspensão, dependendo da técnica de usinagem. Finalmente,
A composição de fluidos de usinagem de óleo mineral mudou com a adição de aditivos
todas as usinagens de metais altamente tóxicos como o berilio apresentam um alto
para melhorar a amplitude da aplicação e segurança (Tabela 9.2). A complexidade das
potencial de exposição.
formulações e o potencial de exposições a uma variedade de produtos químicos po-
A visão comum, reinante entre a maioria dos membros da comunidade científica de
saúde ocupacional, é que a usinagem do aço doce e de suas ligas com ferramentas de dem ser identificados por um estudo do número extenso de aditivos de extrema pres-
corte não dá origem a concentrações relevantes de metais em suspensão. Isto foi con- são e de poder lubrificante usados nos sistemas modemos de fluidos de usinagem
firmado na prática, através de um estudo patrocinado pela UAW-GM sobre fluidos de (Tabela 9.3). Os componentes típicos principais de fluidos de usinagem sintéticos e
emulsionados são mostrados nas Tabelas 9.4 e 9.5. .
usinagem realizado por Woskie et al. (1987), que encontrou que menos de 10% da
névoa gerada por operações de retífica era não oleosa; em operações de corte conven-
cionais, tais como o tomeamento e o fresamento, menos do que 2-3% da névoa era 9.2.4.2 Dados de Exposição
não-oleosa. Uma vez que todas as partículas de metais são encontradas na fração de Concentrações do Ar. Atualmente existem dados disponíveis sobre a concentração
amostra de ar de base não-oleosa, é óbvio que a maior parte do material suspenso se de névoa de fluidos de usinagem e a distribuição do tamanho de suas partículas para
origina dos fluidos de usinagem e quantidades mínimas da peça de metal ficam vários metais e operaçóes de usinagem. Muitas destas informações disponíveis fazem
suspensas. Operações de usinagem no magnésio e no titânio podem gerar concentra- parte de uma série de estudos sobre o estado da saúde dos operadores, patrocinados
ções explosivas de poeira e estas operações devem ser executadas com ventilação de pela UAW-M National Joint Comittee on Health and Safeíy (Comissão Nacional
controle adequada e limpeza do ar. A usinagem do ferro fundido é feita a seco e o para Saúde e Segurança - Associação entre a General Motors e o Sindicato de Traba-
resultado é a liberação de poeira suspensa proveniente da matéria prima, o que pode se lhadores da Indústria de Veículos Automotores). Na fase do estudo direcionada para a
tomar um problema de limpeza. avaliação retrospectiva de exposições ocupacionais a névoa de fluidos de usinagem,
Estudos recentes mostram que fluidos de usinagem podem ser contaminados com Hallock et al. (1994) defmiram exposições em três grandes instalações de usinagem. A
traços do metal base. O trabalhador entra, então, em contato com o metal por causa de média aritmética das concentrações para todas as amostras feitas antes de 1.970 foi de
respingos ou por imergir as mãos no fluido durante a execução do trabalho. Este con- 5,42 mg/m3; de 1970 a 1989 a média aritmética da concentração caiu para 1,82 mg/m3.
tato pode ser responsável pela sensibilização ao cromo, níquel e cobalto, que ocorre Esta redução nas concentrações de névoa de fluidos de usinagem é atribuída a
neste tipo de indústria. implementaçãodas medidas de controle nas instalações, tais como a ventilação exaustora
local e geral, limpeza do ar, enclausuramento das ferramentas de corte e o uso crescen-
9.2.4 Fluidos de Usinagern te de fluidos de usinagem a base de água.
Fluidos de usinagem são projetados para resfriar e lubrificar as superfícies ou pontos
de contatos entre a ferramenta de corte e a peça de matéria prima e para a remoção de TABELA 9.2 Aditivos para fluidos de usinagem a base de óleo mineral
cavacos. O fluido de usinagem correto aumenta a vida Útil da ferramenta, melhora o Aditivos d e poder lubrificante
acabamento da superficie e a estabilidade dimensional da peça durante a usinagem. Aditivos de extrema pressão
Antioxidantes
Melhoradores do índice de viscosidade
9.2.4.1 Composição. Estes fluidos estão disponíveis na forma de: (a) óleos mine- Depressores do ponto de vazamento
rais, os quais contêm mais de 80% de óleo mineral balanceado com vários aditivos; (b) Aditivos anti-névoa
óleos emulsionados, consistindo de 3-10% de Óleo mineral, emulsionadores e outros Aditivos de viscosidade
aditivos, e água; e (c) fluidos de usinagem sintéticos que, em geral, consistem de in- Inibidores de corrosão
Pacificadores de metal
gredientes químicos ativos em solução aquosa. Os fluidos de usinagem sintéticos têm Aditivos de decapagem
como base um grupo complexo de produtos químicos solúveis em água que dão ori- Pigmentos, odores, reodorantes
gem a um fluido, que é basicamente um fluido não-corrosivo com propriedades refrige- Aditivos anti-espumante
rantes e de lubrificação. Uma quarta classe de fluidos, semi-sintéticos, tem como base Fonte: Adaptado de Ruane ( 1 989b)
óleos emulsionados com a adição de químicos encontrados em óleos sintéticos.
.-
TABELA 9.3 Aditivos de manca1 de carga para fluidos de usinagem TABELA 9.4 Composi~âodos fluidos de usinagem de óleo emulsionado
Aditivos de poder lubrificante Óleo básico
Gorduras naturais Oleos de solveiites de parafiiia e nafta
Acidos gordurosos Einulsionadores
Esteres sinteticos Sulfonatos de petróleo
Ceras Sabões de acidos gordurosos
Sabões metálicos Aininas gordurosas
Aditivos de extrema pressão Acidos sulfoa~nidocarboxilico
Aditivos a base de enxofre Iiiibidores de corrosão
Farinhas de enxofre Alcanolaniinas (e.g. trietanolainiiia)
Gorduras sulfurizadas e polissulfetos se a ausência de manchas e exigida Acidos carboxilicos
Aditivos a base de cloro
Mercaptobenziltiozidos
Ceras de parafina clorada
Borato de esters
Gorduras cloradas,
ésteres gordurosos e acidos graxos Biocidas
Inibidores para minimizar a liberação de ácido cloridrico Tipos do fenol ( e.g. ortofeiiilfenol)
Epoxi orgânicos Tipos de fornialdeideos liberados
Fosfitos Hexaliidro- 1.3.5 tris (2- Iiidroxi-etil)-s-triazina
Aminas gordurosas Outros incluindo piridietionas
Sulfonatos de petróleo Agentes acopladores
Materiais sulfo-clorados Alcoois
0leos minerais sulfo-clorados, esteres gordurosos e ácidos gordurosos Glicóis
Compostos de fósforo Eteres glicóis
Fosfatos orgànicos e organometálicos Ageiites anti-espumantes
Éster de fosfato incluindo tripolifosfato Silicones
Ditiofosfato diaquil de zinco Ceras insoluveis em água
Sódio e cálcio superbaseado Poliglicol
Sulfonatos de petróleo Condicionadores de água
Fonte: Adaptado de Ruane (1989b). Fosfatos
Boratos
Carbonatos
Em um estudo sueco, a concentração média de névoa de fluidos de usinagem foi
próxima de 2mg/m3 (Einarsson et al., 1979). Em uma fábrica de usinagem geral estu- Forlre: Adaptado de Ruane (1989b) e Woskie et al., (1994)
dada pelo NIOSH, a concentração de fluidos de usinagem em uma série de 20 amos-
tras individuais de ar variou de O,11 a 1,57 mg/m3, com uma média aritmética de
concentração de 0,38 mg/m3(NIOSH, 1988). Foram usadas uma variedade de máqui- uma classe e não identifica as etanolaminas específicas e suas concentrações nos flui-
nas de usinagem e todos os três tipos de fluidos foram utilizados. Em uma Avaliação dos de usinagem. Os autores declaram que os dados da MSDS têm valor limitado, uma
de Possíveis Riscos à Saúde feita pelo NIOSH em uma oficina de usinagem de alumi- vez que a toxicologia das etanolaminas é variável. Como exemplo, a MEA é um irri-
nio, a concentração da névoa de óleo solúvel no ar variou de 0,14 a 1,08 mg/m3 tante mais poderoso do que a DEA e a TEA. Também, desde que Threshold Limit
(NIOSH, 1989a). Values (TLV-Valores dos Limites de Tolerância) foram propostos pela ACGIH para
Para inibir a corrosão e reduzir o pH, uma mistura de etanolaminas (EA), incluindo TEA e DEA, dados sobre a concentração dispersa no ar na MSDS serão de utilidade
monoetanolarnina (MEA), dietanolarnina (DEA) e trietanolamina (TEA) é adicionada para o profissional de segurança e saúde ocupacional que esteja planejando um pro-
a maioria dos fluidos de usinagem, com exceção dos óleos minerais puros. A exposi- grama de monitorainento. As concentrações de EA no ar, determinadas pelo
ção de mecânicos à etanolarnina foi investigada em uma outra fase do estudo sobre monitoramento individual realizado por Kenyon et al. (1993), mostraram diferenças
fluido de usinagem patrocinado pela U A W 4 M National Comittee on Health and significativas, dependendo do fluido de usinagem (Figura 9.4) e do teor de etanolami-
Safety (Kenyon et al., 1993). Os fluidos de usinagem dispersos no ar foram analisados nas no fluido disperso no ar (Figura 9.5). Os autores se referem arelatórios anteriores
em relação a todas as três etanolaminas; as amostras de ar foram analisadas só em citando a presença de nitrodietanolamina (NDELA) como uma impureza na TEA. Se
relação a trietanolamina, uma vez que as outras etanolaminas eram voláteis demais houver a presença de NDELA e nitrito, também presentes em muitos fluidos de
para se obter uma coleta que levasse a eficiência absoluta. As concentrações das três usinagem, estas reagir20 formando nitro-dietanolamina que é carcinógeno para o ho-
etanolaminas no geral das amostragens foram então comparadas aos dados existentes mem. No estudo da U A W 4 M não houve evidência de NDELA no fluido disperso no
na Folha de Dados Sobre a Segurança de Materiais (Material Safety Data Sheet - ar, portanto não foi executada a amostragem de ar para detectação de nitro-
MSDS), do fabricante. A MSDS oferece dados apenas sobre alcanolaminas como dietanolamina.
I I
TABELA 9.6 Distribuição do tamanho médio das partículas em várias operações de TABELA 9.7 Concentrações de massa total e respirável em operações de Usinagem
usinagem
Concentração total Percentagem
Operação de usinagem Fábrica I Fábrica 2 Fábrica 3 Área d e ~ r o d u c ã o T i ~ doe fluido (me/m3) res~iravel
Fluido de usinagem DMM" DPG DMM DPG DMM DPG
Área d e recuperação 0 l e o puro 2,99+1,95 25,7
Broqueamento/Fresa/Torneamento Usinagem d e alumínio Oleo solúvel 2,55+1,72 19,2
Sem fluido
3.6 3.6 6.3 29 0,83*0,24 40,7
Usinagem d e aço Sintético
Fluido solúvel
4.7 3.2 5.9 35 82 2,7
Fluido sintético
6.0 3.8 Semi-sintético 0,7 1 *0,22 55,3
Brocha Oleo puro 0,73*0,47 50,2
Fluido solúvel 5.8 3.2 Retifica de aço Sintético 0,60+0,2 1 44,7
Broca, bica escareador
Foilte: Adaptado de Chan et al. (1990).
Fluido solúvel 42 3,6 7.3 2,9 6-1 3,1
Fluido sintético 7,l 2,6
Corte de de?tes da engrenagem O caso raro de dermatite causada por fluidos de usinagein a base de Óleo mineral é
Oleo puro 3,9 2.4
Retitica
em geral foliculite e acne pelo óleo, que são facilmente resolvidas com medidas de
Qleo puro
5,7 2,s higiene. Ocasionalmente, nota-se sensibilização em mecânicos de usinagem trabalhando
Oleo solúvel
6,4 24 7.1 3.7 6,s 2.2 com materiais a base de Óleo. Rycroft (1989) cita a sensibilização em um trabalhador
Fluido sintético
5.6 2.8 exposto ao dipeno em formulações de óleo de afiação e em um segundo caso o
Semi-sintético
4,4 2.5
Polimento com disco
sensibilizante foi um epóxido introduzido na formulação do fluido de usinagem para
Oleo de polimento 5,5 2.6 expulsar ions de cloretoliberados pela parafina clorada, um aditivo de extrema pres-
Máquinas de parafuso são no fluido de usinagem.
Oleo puro 3,s 3,4 7,3 2,9 7,7 2.9 Rycroft (1989) classifica os três tipos principais de fluidos de usinagem em ordem
Maquinas de transferência automática de estação
Fluido solúvel 4,9 2.7 7,s 2-9
decrescente de potencial para causar dermatites - sintéticos, óleo emulsionado e, fi-
Fluido sintético 6 1 2.4 nalmente, óleo mineral; para o câncer de pele a classificação é óleo mineral, óleo
Semi-sintético 5,6 2.6 emulsionado e fluido de usinagem sintético.
Area de fluido solivel 4,6 3.5
Montadores Efeitos Respiratórios. Na década de 70 e de 80 estudos sobre o câncer respiratório
Sem exposição ao fluido 6,l 4,4 5,s 5,O 1,6 4.3 em trabalhadores que se expuseram aos fluidos de usinagem mostraram resultados
Fonte: Adaptado de Woskie et al. (1994) inconsistentes. Como observado anteriormente, Eisen et al. (1994) demonstraram ter
O diâmetro médio de massa (DMM) e o desvio padrão geométrico (DPG) foram estimados visualmente dobrado a incidência de câncer de laringe em torneiros na indústria automotiva. Em-
de áreas de probabilidade logaritimica da massa média em cada estágio dos impactadores individuais bora alguns casos de pneumonia lipóide tenham sido atribuidos a exposição a fluidos
(veja texto). de usinagem, Burge (1989) não acredita que isto seja um problema, considerando-se
uma variação de exposição de 1-2 mg/m3. Burge não acha que tomeiros correm o
Um simpósio sobre o assunto patrocinado pelo Institute of Occupational Health (Ins- risco de,ter bronquite e que a asma ocupacional é iniciada pela sensibilização as névo-
tituto de Saúde Ocupacional) na Universidade de Birmingham em 1989 é citado ex- as dos fluidosde usinagem. Finalmente é aceito, de modo geral, que a exposição a
tensivamente nesta Seção. névoa de fluido de usinagem a base de Óleo mineral não causa mudanças fibróticas no
Dermatites. A maioria dos casos de dermatites em mecânicos de usinagem é causada pulmão.
por fluidos de usinagem a base de água, isto é, Óleo emulsionado e fluido de usinagem contaminação por ~icroorganismos.O óleo emulsionado e os fluidos de usinagem
sintético. Embora haja consenso quanto a este ponto, as opiniões se dividem quanto a oferecem água , nutrientes e condições de temperatura necessárias para o crescimento
identidade do agente causador. Rycroft (1989) declara que os emulsionadores irritan- de microorganismos. Entre os organismos inclui-se bactérias aeróbicas que causam
tes são a causa principal. Ruane (1989a), entretanto, acredita que esta causa principal queda no pH do fluido de usinagem e bactérias anaeróbicas, incluindo as que provo-
é o pH alto dos fluidos de usinagem. Além destes dois mecanismos, os quais juntos são cam a redução de sulfatos, produzindo sulfetos como o ácido sulfidrico, fermento e
realmente as causas da maioria dos casos (70-80%), pode-se creditar a sensibilização fungos (Weaver, 1989). Hill(1989) defmiu como referenciais para a concentração de
os casos restantes (20-30%). Entre os principais agentes causadores de sensibilização microorganismos nos fluidos de usinagem 50 x 103unidades de formação de colònia
incluem-se o formaldeido e os agentes de liberação que contêm formaldeido, os quais (UFC) milímetro para sistemas com programas de controle dè resultados excepci-
são, frequentemente, os agentes ativos no biocida. Somado a isto, a resina usada como onais, 1 O6 UFC/ml para um programa de controle com resultados razoavelmente satis-
base para o emulsionador e os resíduos de cromo, níquel e cobalto provenientes dos fatórios, e até 109UFC/ml para um programa de controle com resultados fracos.
aços-liga podem causar sensibilização. Embora agentes patogênicos fecais e urinários possam estar presentes em fluidos
de usinagem, não há documentação de doenças causadas por estas fontes (Hill, 1989).
154 USINAGEM DE METAIS 9.2 PRÁTICA CONVENCIONAL DE USINAGEM DE METAL 155
Agentes patogênicos da pele não são viáveis nos fluidos de usinagem. Pseudornonas 9.2.5.2 Projeto do Fluido de Usinagem. A quantidade de emulsionadores nas
aei-oginosa é um agente patogênico oportunístico, presente em alta concentração em formulações de fluidos de usinagem a base de água deve ser minimizada, uma vez que
fluidos de usinagem a base de água. Esta bactéria é um importante produtor de estes agentes são irritantes comuns da pele. As formulações devem, também, ser
endotoxina, produzindo também queratinase, uma enzima que fragiliza a pele e pode projetadas para o controle da alcalinidade; sistemas que funcionam com pH alto cau-
facilitar dermatites. A presença de altas concentrações de endotoxina oriundas do cresci- sam imitação respiratória e redução de gordura da pele.
mento de micróbios é uma questão de grande interesse para muitos pesquisadores e há Depois de descobrir que fluidos para corte que contêm tanto nitratos como m i n a s
estudos em desenvolvimento que buscam documentar os efeitos respiratórios potenci- podem dar origem a várias nitrosaminas carcinógenas, o NIOSH publicou um
ais deste tipo de exposição (Rietschel e Brade, 1992). Intelligence Bulletin (Boletim de Informação) e iniciou um estudo de campo sobre as
exposições as névoas de fluidos para corte (NIOSH, 1978).
9.2.5 Controle de Exposições aos Fluidos de Usinagem
9.2.5.3 Equipamento de Proteçáo Individual. As recomendações que se se-
9.2.5.1 O Projeto de Usinagem. Há dois sistemas de utilização dos fluidos de
guem, feitas por Rycroft (1989), refletem a vasta experiência e senso comum deste
usinagem em uma fábrica de usinagem. Nas pequenas, as máquinas operatrizes de
usinagem têm sistemas de alimentação de fluidos independentes. O fluido corre por dermatologista ocupacional:
sobre a ferramenta de corte vindo de um bocal, é drenado para uma cuba coletora e daí Ein relação as vestimentas de proteção, maiigotes de plástico são muitas vezes úteis. O material de
corre para um tanque com um volume de 19 a 190 litros. Os cavacos são removidos que são feitos, bem coiiio o s modelos, poderiam ser melhorados. Muitas vezes as luvas não podem
manualmente. Uma bomba de reintegração retoma o fluido para o bocal de aplicação. ser usadas por qtiestão de segurança mas, quando elas puderem ser usadas, materiais e modelos
Devido a pequena capacidade deste sistema, os contaminantes crescem rapidamente e tanibém requerem atenção. Creiiies protetores não parecem ser de grande ajuda, provavelmente por-
que fluidos de corte a base de água iendeiii a removè-10s. Sensibilização por lanolina n o creme
a manutenção é crítica. bloqueador ocorre muito raraiiieiite. Creines reco~idicionadoresda pele após o trabalho parecem
Em grandes instalações, usinando materiais semelhantes e usando fluidos de realniente ser uma boa ajuda mas educar o uso de cixmes após o trabalho e, frequentemente, difícil.
usinagem comuns, todas as ferramentas de corte são alimentadas de fluidos por um Na escolha de limpadores da pele deve-se contrabalançar a eficacia destes e seus efeitos adversos na
sistema central, muito frequentemente com a capacidade volumétrica de 75.000 litros. pele.
Os cavacos são afastados através de uma esteira ou arrastador de um transportador
automático. Os fluidos são bombeados de um reservatório grande para cada máquina 9.2.5.4 Prática de Trabalho. A abordagem de controle de névoa mais abalizada
operatriz, onde eles escorrem por sobre o ponto de corte, retomando, em seguida, para é a eliminação do fluido de usinagem. Atualmente oficinas já executam usinagem a
o depósito da ferramenta de corte, para ser bombeada de volta para uma valeta onde ele seco em ferro gusa, ferro nodular e aço. Fabricantes de máquinas operatrizes para
é drenado para o reservatório central. O grande volume destes sistemas contrabalança o usinagem já estão considerando o uso desta técnica para outros metais. As operações
tempo de carga pesada e protege a qualidade dos fluidos de usinagem (Cookson, 1971). de corte e esmerilhamento na máquina operatriz devem ser executadas na velocidade
Protetores mecânicos contra respingos são planejados para manter os cavacos e o mais baixa em compatibilidade com a produção e qualidade para minimizar a geração
fluido dentro do enclausuramento da máquina. A solução . -
preferida é o uso de escudos de névoa. Quanto maior for a velocidade, maior será a geração de névoa, especialmen-
sobrepostos anti-respingos. Para manter eficiência, os protetores devem ser robustos te na retífica. Faz-se necessário haver um programa escrito de gerenciamento de flui-
e firmemente instalados. Necessitando-se de acessá-los, eles devem ser projetados de dos de usinagem para assegurar que fluidos adequadamente projetados sejam usados
modo a poderem ser deslizados para fora; não são recomendados os protetores remo- como o fabricante recomenda (Ruane, 1989b).
víveis. Um protetor com um visor transparente é,apropriado quando se precisa fazer o Os protetores instalados incluindo os protetores contra respingos devem ser usados
monitoramento visual das funções da máquina. E óbvio que o controle efetivo de uma rotineiramente pelo operador. A taxa de diluição do fluido de usinagem recomendada
névoa de fluido de usinagem pode ser melhor obtido com o enclausurarnento total pelo fabricante deve ser respeitada rigorosamente. Atenção especial deve ser dedicada
conjugado com ventilação exaustora. para que a quantidade correta de biocida seja adicionada a máquina - dosagens acima
A geração de névoa de fluido de usinagem pode ser minimizada mantendo-se baixa do padrão são erros frequentes nas oficinas de usinagem. Uma série de recomendações
a temperatura no ponto de corte, através do aumento da vazão do fluxo de fluidos de abrangentes sobre a saúde e segurança em relação aos fluidos de usinagem foi apre-
usinagem. Em um exemplo de aplicação deste tipo de controle citado por Lee (1989), sentada em um Relatório de Avaliação de Riscos a Saúde (NIOSH, 1989b). Um exce-
a concentração de névoa foi reduzida de 67 para 0,4 mg/m3 com uma simples mudan- lente panfleto sobre óleos de lubrificação e fluidos de usinagem, preparado pela ESSO
ça. A ferramenta de usinagem, associada com o sistema de fluido de usinagem devem (1979), descreve um procedimento recomendado para minimizar a exposição a flui-
ser projetados para suportar estes altos níveis de fluxo. A máquina de usinagem deve dos de corte. O material que se segue é uma citação:
também ser projetada de modo a ser fácil o acesso ao depósito de fluidos para a execu-
ção de limpeza. O uso de sistemas de fluidos de usinagem "através da ferramenta"pode I. Evite todo contato desnecessário com fluidos minerais ou sintéticos. Diminua o contato usando
protetores contra respingos. luvas e aventais de proteção etc. Use oculos de segurança ou protetores
resultar na geração de névoa excessiva. Se um transportador de cavacos for instalado em thciais ao manusear concentrado de óleo solúvel. A principal regra é: não use roupas molhadas de
máquinas de alta produção, este deve ser projetado de modo a facilitar a limpeza. óleo e não ponha chumaço de estopa embebido ein óleo nos bolsos.
156 USINAGEM DE METAIS
2. Encoraje os trabalhadores a usar roupas de trabalho limpas, pois roupas molhadas de óleo rnan-
têm o coiitato do óleo com a pele por mais teinpo. Esta regra se aplica principaliiieiite as roupas
intimas, que devem ser trocadas com frequência e bem lavadas antes de novo uso. Pode-se pensar
na necessidade d e um armário para roupas de trabalho e um outro separado para roupas de uso
externo ao ambiente de trabalho.
3. Prefira o uso de niacacòes de mangas curtas para trabalhadores manuseando Hiiidos de trabalho
em metal; isto evitara o contato da pele com punhos de mangas longas saturados de óleo, o qiie
acarretaria problemas de pele.
4. Em caso de coiitato limpe o óleo da pele tão logo quanto seja possivel. Isto implica em se ter a
disposição lavatórios coni siiprimento adequado de sabão suave e de toalhas limpas. Evite sabões
fortes e detergentes e limpadores de pele do tipo abrasivo.
5. Incentive o trabalhador a tomar banhos de chuveiro ao final da joniada para eliminar vestígios de
óleo da pele.
6. Não permita o uso de solvente para a limpeza da pele. Use apenas agua morna, sabão suave e
uma escova macia ou uma combinação com um limpador de pele de formiila suave.
7. Incentive o uso de um creme recondicionador de pele ao final de um turno. após lavar as mãos.
Estes produtos auxiliam na reposição das gorduras e óleos naturais da pele qiie possam ter sido
retirados pelo contato com o óleo industrial e pela limpeza, e são uma parte muito importante de
um programa de conservação da pele.
8. Incentive o uso de creme bloqueador antes do inicio do trabalho, e também após cada vez que as
máos forem lavadas. A escolha do creme protetor deve variar de acordo com o tipo de óleo, assegu-
rando-se o uso do tipo adequado.
10. Assegure-se que todos os cortes e arranhòes recebam o tratamento medico adequado.
13. Obedeça qualquer instrução especial nos rótulos dos produtos. A indústria de petróleo, bem
como a maioria das outras indústrias, tem aumentado o fornecimento de medidas de precaução nos
rótulos.
14. Use a técnica de trabalho correta - particularmente para concentrados de óleos solúveis que
possam irritar os olhos e a pele. Para o manuseio do concentrado, bem como para a preparação de
diluições, deve-se obedecer às medidas de precaução: o uso de óculos de segurança ou uma viseira
de proteção, luvas impermeáveis etc. Faça uso de cartazes, quadros etc., para chamar a atenção para
a necessidade de uma boa higiene pessoal, e de boas práticas de trabalho, para evitar doenças
ocupacionais.
Entende-se amplamente que todas as operações de usinagem no berílio metálico re- metais duros e resistentes. Há equipamentos especiais disponiveis para a retifica
querem ventilação exaustora local para controlar a poeira em suspensão no ar. Menos eletroquimica e execução de pequenos furos.
entendido ainda é o nível de controle necessário para a usinagem de ligas de berilio e Nesta operação o eletrólito é dissociado, hidrogênio é liberado no cátodo e forma-
cobre com teor de berílio de 0,44,0%. E aceito que a retífica de todas as ligas de se uma névoa na superfície do banho, como descrito no Capitulo 13. A magnitude
berilio requer ventilação exaustora local. Um conjunto de coifas de enclausuramento deste problema depende da composição do banho e da densidade da corrente. Deve-se
foi projetado para indústrias fabricantes de berilio. instalar ventilação exaustora local para se assegurar que concentrações de hidrogênio
A aplicação de fluidos de usinagem sob condições de alta carga pode resultar em não se aproximem do limite inferior de inflamabilidade e para retirar a névoa. O equi-
concentrações de névoa em suspensão no ar de fluidos de usinagem que excedem pamento, que em geral trabalha com corrente alta e voltagem dc baixa, não causa,
lmg/m3. Neste caso, deve se levar em consideração o uso de ventilação exaustora normalmente, riscos de lesões por efeitos elétricos. O contato da pele com os compo-
local ou geral. Em fábricas com alta produção usa-se o exaustor geral para renovação nentes tem de ser controlado por práticas de trabalho e equipamento de proteção indi-
e recirculação do ar. Esta abordagem requer um monitoramento do sistema para se vidual.
assegurar que as condições estão dentro dos padrões aceitáveis (ACGIH, 1992). A
abordagem mais eficaz para controlar a névoa de fluido de usinagem é a exaustão
local com coifas de enclausuramento parciais ou totais. O impacto de controles de
engenharia sobre névoas de fluido de usinagem é mostrado na Tabela 9.8 (Hallock et A técnica centelha-intervalo é a base para este procedimento, que é uma técnica popu-
al., 1994). lar de usinagem para trabalhos de grande precisão, tais como rebaixamento de matri-
Quando os sistemas NC e CNC são usados para usinagem de precisão de peças zes ou perfuração de pequenos orifícios em peças complexas. No sistema mostrado na
complexas, é prática comum "testar"inicialmente o ajuste da máquina e da ferramenta Figura 9.7, uma ferramenta de grafite foi usinada para ter o exato tamanho e forma do
de corte, fazendo a usinagem da parte em placas de ensaio de estireno, uretano ou buraco a ser cortado. A peça de trabalho (ânodo) e a ferramenta (cátodo) são imersos
epoxi. Frequentemente, várias tentativas serão feitas com as placas de ensaio para se em um banho de óleo dielétrico e é alimentada por uma fonte de eletricidade de baixa
estabelecer rápida e economicamente que a ferramenta de usinagem aceitará a função voltagem dc (até 300 V). A voltagem através do intervalo aumenta até que o desliga-
estabelecida e usinará a peça de acordo com as dimensões exigidas. O controle da
poeira proveniente destas operações faz-se necessário como limpeza do local, prote-
Coletor de névoa
ção contra incêndio e a saúde do trabaihador. O controle normal de poeira em uma
oficina pequena se faz com um aspirador de pó industrial com a peça de sucção loca- Enclausuramento -, Alimentação ~xaustoy
lizada próxima da ferramenta de corte. Há um método mais eficaz disponível com Voltimetro
base em uma ferramenta de corte com uma haste oca e uma área de corte com frestas
7
para uma exaustão direta usando um sistema de alta velocidade e baixo volume de ar
(LeTarte, 1985).
ço entre a ferramenta e a peça. A medida que a corrente contínua flui, íons metálicos
são retirados da peça e varridos pelo eletrólito. Ao invés de se depositar na ferramenta
F w Termoslato L%:
pressão
(cátodo), as partículas de metal reagem com o eletrólito, em geral, uma solução aquosa
de cloreto de sódio, nitrato de sódio e outros sais para formar hidróxidos insolúveis
que acabam se precipitando, formando uma lama de resíduos. A ferramenta é levada
para dentro da peça para completar o corte. Uma vez que o método ECM é rápido,
produz um bom acabamento da superfície, não produz rebarbas e causa pouco desgas- Figura 9.6 Usinagem eletroquimica. (Cortesia da Chenform Division of KMS Iníiustries -
te na ferramenta, ele é usado amplamente para desbastes de formas irregulares em Divisão Chemform das Indústrias KMS).
160 USINAGEM DE METAIS 9.5 FERRAMENTA DE METAL DURO E RET~FICADE CORTE 161
freqüência
As ferramentas de corte usadas na usinagem de metal têm de ter uma dureza que
Cuba de trabalho
I Filtro
Bomba
1(
dPressostato mais comuns usados nas ferramentas de corte têm como base uma mistura de carbonetos
de metais com um ligante de cobalto. Entre os principais componentes e o teor médio
estão o carboneto de tungstênio (80%), outros carbonetos metálicos (e.g. tântalo, cro-
mo, nióbio e titânio) (10%), e o ligante de cobalto (10%). Para certas aplicações, o
níquel pode ser usado como ligante no lugar do cobalto. Os produtos mais comuns do
carboneto de tungstênio são "enxertos"para a ferramenta, presos ou soldados no local
d e alta
pressão no suporte da ferramenta (Figura 9.1). O processo de manufatura de "enxertos" mos-
trado na Figura 9.8 começa com a preparação do pó (Meyer-Bisch et al., 1989). O pó
do carboneto de tungstênio moído e com tamanho selecionado é revestido com uma
cera de parafina, é secado e compactado na forma desejável. A pesagem, bem como a
Figura 9.7 Usinagem com descarga eletrica (Cortesia da Chentform Division of KMS Indusrries) mistura, são os passos que apresentam maiores chances de exposições; as medidas de
Divisão Chemfom das Indústrias KMS. controle de rotina incluem estações de trabalho equipadas com ventilação exaustora
I
local, embora já exista uma tendência a enclausurar as operações de manuseio do pó.
As peças pré-moldadas podem ser submetidas a uma conformação adicional, por ope-
mento ocorra; há então uma descarga de centelhas através do intervalo que produz rações de esmerilhamento ou de corte, antes de serem pré-sinterizadas a 800°C. A
uma alta temperatura no ponto de descarga. Esta fagulha remove pequena quantidade operação de pressinterização vaporiza a cera e dá ao enxerto uma forma rígida com a
i de metal da peça. O ciclo é repetido a uma frequência de 20CL500 Hz, resultando em consistência do giz. As peças são cozidas em um fomo de oxigênio livre a 1500°C
um corte lento e preciso da peça. para fundir o cobalto; um esmerilhamento final é feito em esmeris automáticos ou
As possibilidades de risco para a saúde deste processo estão associadas com o óleo manuais usando ferramentas de diamante. Os "enxertos" podem receber um jateamento
dielétrico. Em serviços de cortes leves usa-se, comumente, um destilado de petróleo abrasiv0.e serem revestidos através da técnica de sedimentação de vapor químico em
como o solvente Stoddard, enquanto que, em trabalhos grandes, o óleo mineral é o um recipiente fechado usando trióxido de alumínio, tetraóxido de titânio ou dióxido
dielétrico. O óleo dielétrico é pirolisado no ponto de descarga formando hidrogênio, de zircônio. As beças são, então, soldadas aos suportes da ferramenta. Em um proces-
metano, monóxido de carbono, e um número de outros gases. Estes gases são libera- so alternativo para grandes componentes de carboneto de tungstênio, blocos são for-
dos na superficie dos banhos, gerando uma névoa. Os gases e névoas são controlados mados com pó em uma prensa isoestática a quente como se pode ver no fluxo à es-
com ventilação exaustora local usando coifa parcialmente enclausurada. Gradualmen- querda na Figura 9.8. As principais exposições ao cobalto ocorrem durante a pesagem
te, o óleo é contaminado por pequenas esferas ocas de metal escavadas da peça. Assim e mistura dos pós antes da sinterização, o corte e o esmerilhamento dos enxertos de-
como na usinagem convencional, estes metais podem se dissolver no óleo e provocar pois da pressinterização e o esmerilhamento após a sinterização.
casos de dermatites. Um filtro de ultra-eficiência deve ser instalado na linha de
recirculação do óleo para retirar partículas de metal. 9.5.2 Dados de Exposição Ocupacional
Lindstedt e Sollenberg (1 982) afirmam que benzopireno @(a)P] é formado no ba-
nho de óleo do equipamento de EDM. Um óleo novo colocado em um máquina EDM Kaponen et al. (1982) reviu os dados sobre o cobalto no ar, provenientes de cinco
não continha B(a)P (benzopireno); entretanto, depois de 16 e 20 semanas de trabalho, estudos no período de 1947-1978. Entretanto, os autores declaram que os dados po-
o óleo continha 136 e 149 pgllitro de B(a)P. Amostras de ar tomadas diretamente dem estar errados devido às dificuldades envolvidas na realização de análises simultâ-
sobre um banho de Óleo equipado com boa ventilação apresentaram uma concentração neas de tungstênio e cobalto naquele período de tempo. Estudos posteriores oferece-
máxima de 9,l ,ug/m3. Amostras individuais de ar junto aos operadores não apresenta- ram outros dados mais substanciais. Kusaka et al. (1992) concluíram que não haviam
162
0
4
i cARBONO -
USINAGEM DE METAIS
P ó DE CARBONETO DE TUNGSTÊNIO
p ó DE COBALTO
I
-PARAFINA
PRESSINTERIZAÇÁO(8oo0c)
.+
SOLVENTES
ORGÂNICOS
Niquel
65,4
18,O
12,O
45.9
49,6
1,5
Fonie: Adaptado de Kiisaka et ai., 1992.
9.6 CORTE COM JATO DE ÁGUA E A LASER
I CORTE DE
CARBONETO 'MACIO' I carboneto de tungstênio usando esmerilhamento a seco ou úmido de enxertos, as con-
centrações de poeira respirável de cobalto variaram de un nivel não detectável até 4
,ug/m3.A concentração de níquel variou do não detectável até 20,ug/m3TWA (NIOSH,
1988b). O cromo foi detectado apenas em uma amostra com uma concentração de 5 &m3.
Einarsson et al. (1979) afirma que a maioria do cobalto retirado das peças (em
processo) do esmeril ou retífica de corte estará em solução no fluido de esmerilhamento;
a maior concentração de cobalto no fluido foi de 552 ,ug/mg neste estudo. Concentra-
ACABAMENTO DE CARBONETO:'DURO,
ções no ar foram menores do que 0,02 ,ug/m3.Ao estudar as condições em uma fábrica
ESMERILHAMENTO AFIA AO de usinagem de metal duro, Ruane (1989a) encontrou que o sistema de fluido de
TRATAMENTO DA ~ u P E R t i c I i
usinagem, operando com óleo emulsionado, apresentava concentrações de cobalto exce-
dendo 800 ppm; Ruane afirma que a menor concentração que se pode obter está na
Figura 9.8 Processo de produção de metal duro. Fonte: Meyer-Bisch et al. (1989). Reprodu- faixa de 50 ppm.
ção autorizada por BMJ Publishing Gro~ip.
9.5.3 Efeitos na Saúde
concentrações aéreas de cobalto e níquel concomitantes ao término de um programa Muitos trabalhos atestam a incidência de fibrose pulmonar intersticial em trabalhado-
de amostragem extensivo em uma usina de metal duro, baseando-se em amostragens res de fábricas de usinagem expostos a cobalto em suspensão no ar em níveis acima do
individuais de ar de 23 trabalhadores durante 5 semanas consecutivas (Tabela 9.9). TLV de 50 ,ug/m3. Sprince (1992) encontrou uma diminuição da função pulmonar em
Estes dados indicam que o cobalto é o problema mais sério, com base na fração de trabalhadores executando tanto o esmerilhamento a seco como o úmido em ferramen-
amostras que excederam os valores limites limiares para os dois contarninantes. Kusaka tas de carboneto de tungstênio, em comparação com trabalhadores expostos ao carboneto
também determinou que a média geométrica do tamanho da partícula do pó de metal de tungstênio, mas que não haviam executado trabalhos de esmerilhamento. Os auto-
duro é de 2,8 ,UM,com um desvio padrão geométrico de 4,O. Lichtenstein et al. (1975) res sugerem que a toxicidade do cobalto é acentuada por um elemento de exposição
demonstrou que a exposição ao cobalto nas operações de retífica excedia o valor limi- desconhecido e específico do processo de esmerilhamento. Suspeita-se que a ocorrên-
te limiar de 50 ,ug/m3da ACGIH a menos que se usasse um sistema eficiente de venti- cia de asma em trabalhadores executando serviços em metal duro seja causada por
lação exaustora local. sensibilização real ao cobalto.
Um estudo abrangente sobre a exposição de trabalhadores em uma instalação de
carboneto de tungstênio foi feito pelo NIOSH a pedido do sindicato da categoria 9.6 CORTE COM JATO DE ÁGUA E A LASER
(NIOSH, 1988a). Foram colhidas amostras individuais de ar para cobalto junto a tra-
balhadores com o maior potencial de exposição. Um total de 28 trabalhadores foram Dois processos novos para o corte de metal estão surgindo agora nas fábricas de
seguidos por 3 dias consecutivos. As concentraçõestotais de poeira TWA (Time Weighted usinagem - corte a laser e com jato de água. Ambas as técnicas estão sendo avaliadas
Average)-média ponderada no tempo-para o cobalto variou de um nivel não detectável até por sistemas de controle numérico, uma vez que eles cortam uma variedade de metais
145 &m3. Do total de 84 amostras, 5 excederam o TLV (Threshold Limit Value) -Valor e plásticos a uma taxa alta com uma incisão mínima (largura do corte) e baixa distorção.
164 USINAGEM DE METAIS
Os sistemas a laser usam um raio laser Nd:YAG para o cobre, latão e aluininio e um 1 Hallock, M., Srnith, T. J., Woskie, S. R., Hamrnond, S. K., (1994), Am. J. Ind. Med., In press.
raio laser de CO, para o aço e outras ligas (veja Capítulo 10). A carga dos sistemas de Hill, E.C. (1989), Proceedings of a Conference on lhe HeaW Effects of Cuning Oils and Their
CO, variam de várias centenas de watts a vários kilowatts e pode cortar até 0,5 polega- Conrrols, April 28 and 29, 1989, University of Birmingharn, England, pp. 2S30.
da de espessura em aço doce, com velocidade de corte de 20 polegadas por minuto. Os IARC (1987), Mineral Oils, Vol. 33, Intemational Agency for Research on Cancer, pp. 87-168.
riscos a saúde nestes sistemas incluem o raio laser propriamente dito e o fuino produ- I Jarvholrn, B., Bake, B., Lavenius B., Thiringer, G., and Volkrnann, R. (1982), J., Occup. Med.,
zido pela evaporação do metal base. O fumo tem de ser controlado por um sisteina de 24, 473-479.
ventilação exaustora local, o qual sofre degradação quando ar ou oxigênio é usado I Kaponen, M., Gustafsson, T., Kallliomaki, P. L., Lalliomaki, K. and Moilanen, M. (198 I), Ann.
' I
para retirar, com jatos, o metal derretido. As recomendações da ANSI (Arnerican Occup. Hyg., 24, 191-204.
National Standards Institute) - Instituto Americano para Padrões Nacionais 2136.1 Kaponen, M., Gustafsson, T., and Kalliomaki, P. L.
(1982), Am. Ind Hyg. Assoc. J. 43, 6 4 5
1
sobre a segurança para o uso do laser devem ser seguidas rigorosamente no planeja-
1 651.
mento de uma instalação para o corte a laser. Kennedy, S. M., Greaves, I. A., Kriebel, D., Eisen, E. A., Smith, T. J., and Woskie, S. R. (1989),
I
O segundo sistema, corte com jato de água, tem aproximadamente a mesma aplica- Am. J. Ind. Med., 15, 627641.
ção em usinagem de metais que o sistema a laser. Pressões de água até 65.000 psig são . , Kenyon, E. M., Harnmond, S. K., Shatkin, J., Woskie, S. R., Halliock, M. F., and Srnith, T. J.
conseguidas com uma bomba de elevação de pressão alimentando uma outra bomba (1993), AppL Occup. Environ. Hyg., 8, 655661.
I
acionada hidraulicamente, com bomba de pistão de pequeno diâmetro interno. O jato Kusaka, Y., Kumagai, S., Kyono, H., Kohyarna, N., and Shirakawa, T. (1992), Aln. Ind. Hyg.
: I
de água de alta pressão é direcionado para um bocal safira com um diâmetro de aber- I Assoc. J., 36, 497-507.
tura de 0,0054,002 polegada. Esta água apenas cortará plástico facilmente mas, para ! LaTarte Co.,
(1985), Vac-U-Mill 360, Product Bulletin, LeTarte Co. Srniths Creek, MI., 1985.
cortar metais, introduz-se no jato de água abrasivos como a granada, óxido de alumí- Lee, G. (1989). Proceedings of a Conference on rhe Healrh Effecrs of Curring Oils and Their
nio ou carbeto de silício. O jato abrasivo cortará aço doce com a espessura de 2,5 cm Conrrols, April 28 and 29, 1989, University of Birmingharn, England, pp. 51-56.
na velocidade de 20 crnlmin com urna pressão de 30.000 psig. O principal risco é o Lichtenstein, M., Bartl, F., and Pierce, R. T. (1975), Am. Ind. Hyg. Assoc. J., 36, 879-885.
contato com o jato. A um metro do bico ejetor, o jato é erosivo e causa feridas sérias; Lindstedt, G. and Sollenberg, J. (1 982), Scand. J. Work Environ. Health, 8, 1-1 9.
junto ao bico ejetor, o jato pode amputar membros. Na verdade, o sistema vem sendo McGeough, J. A. (1974), Principies ofElec~rochemicalMachining, Chaprnan an Hall, London.
usado em inúmeros procedimentos cirúrgicos. Meyer-Bisch, C., Pharn, Q. T., Mur, J. M., Massin, N., Moulin, J. J., Teculescu, D., Carton, B.,
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166 USINAGEM DE METAIS
D., and Greaves, I.A. (1994), Am. Ind. Hyg. Assoc. J., 55, 2í%29.
Soldagem a Arco com Eletrodo Metálico Coberto (SMA)
10.2.1 Processo
10.3.1 Processo
10.3.2
Perfil das Exposições
10.4.1 Processo
10.4.2 Perfil das Exposições
10.5.1 Processo
10.6.1 Processo
Soldagem a Laser
10.7.1 Processo
10.9.1 Processo
Processos de ESca~fageme
Corte
10.10.1 Processo
10.10.2 Perfil das Exposições
Brasagem
10.11.1 Processo
10.11.2 Perfil das Exposições
Problemas Especiais Associados com Soldagem
1 0.12.1 Decomposição de Vapores de Hidrocarboneto Clorado
10.12.2 Degradaçào Térmica de Revestimentos
10.12.3 Soldagem em Aço Inox
10.12.4 Tamanho da Particula do Fumo de Soldagem
168 SOLDAGEM
10.13 Controle de Exposições TABELA 10.1 Possíveis riscos a saúde causados pela soldagem"
10.13.1 O Processo de Soldagem e? Equipamento Processos de Soldagem
10.13.2 Preparação do Metal Base e Revestimentos de Superfície
Cone e
10.13.3 Ventilação Hidrogênio Arco solda a
10.13.4 Espaço de Trabalho Confinado Riscos de Danos SMA' Baixo GTA" G M A ~ Subrneno Plasma maçarico
1 0.13.5 Energia Radiante
10.1.3.6 Decomposição de Vapores de Hidrocarboneto Clorado Gases de metal M-A M A E M M-A B A B4vl
Fluoretos B A B B M B B
10.13.7 Equipamento de Proteção Individual
Ozònio B B M A B A B
Referências
Dioxido de nitrogénio B B M M B A A
Monóxido de carbono B B B B, A seco, B B M-A
Decomposiçào do
HC clorado B B M M-A B A B
Energia radiante M M M A M A B A B
Barulho B B B B B A M
Soldagem é um processo para ligar metais no qual a coalescência é produzida pelo
aquecimento do metal a uma temperatura adequada. Estima-se que existam nos Esta- uCódigo dos riscos de danos: A, alto M, medio B, baixo. '~ r c metálico
o coberto.
dos Unidos 185.000 soldadores, além de outros 700.000 trabalhadores que fazem "Arco de gás de tungstènio. o gás metilico.
d ~ r c de
alguma solda como parte de seus trabalhos. Embora não haja dados atuais disponíveis
sobre a distribuição de processos de soldagem nos Estados Unidos, Ulfvarson (198 1) dos com o sistema de soldagem em particular. Uma variedade de gases e vapores
forneceu a distribuição na Suécia como sendo de 58% de soldagem a arco com eletro: incluindo o ozônio e o dióxido de nitrogênio podem ser gerados dependendo do pro-
do metálico coberto, 20% de soldagem sob gás inerte com eletrodo metálico e sob gás cesso de soldagem. .O tamanho da onda e a intensidade da radiação eletromagnética
ativo com eletrodo metálico, 10% de soldagem sob gás inerte com eletrodo de emitida dependem do procedimento de soldagem, do gás inerte e do metal base.
tungstênio, 9% de soldagem a maçarico e 3% de soldagem submersa. A distribuição A Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer classificou os gases de soldagem
em relação ao metal soldado na Suécia é de 64% de aço doce, 22% de aço inox, 9% de no Grupo 2A, ou seja, provável carcinogênico para o ser humano (IARC,1990). Estu-
alumínio e 5% de todos os outros metais. Provavelmente há, nos Estados Unidos, dos têm mostrado a presença de doenças pulmonares em soldadores, além de doenças
menos soldagem a arco coberto com gás inerte e menos trabalho em aço inox do que leves das vias aéreas, bronquite crônica e anormalidades radiográficas. Encontrou-se
na Suécia. Stern (1983) afuma que soldagem a arco com eletrodo metálico coberto, também, em soldadores, uma redução da qualidade do esperma. Entre as condições
soldagem sob gás inerte com eletrodo metálico, e soldagem sob gás inerte com eletro- agudas mais comumente encontradas em soldadores estão o edema pulmonar causado
do de tungstênio em aço doce e aço inox junto com soldagem sob gás inerte com por gás de solda em ambientes confinados, fotoceratite grave devido à exposição aos
eletrodo metálico em alumínio somam 80% de toda a soldagem feita no mundo. raios ultravioletas, causada pela visão do arco de solda sem a adequada proteção para
Processos de soldagem podem ser distribuídos em classes como de pressão, sem os olhos, e febre do fumo metálico proveniente da soldagem e corte de metais revesti-
pressão (mecânica), ou brasagem. As técnicas de soldagem sem pressão demandam dos por cobre e zinco.
uma certa atenção especial porque elas envolvem a fusão ou derretimento conjunto de Quanto as técnicas comuns de soldagem estudadas, considera-se que a soldagem
metais. A Arnerican Welding Society (AWS) - Sociedade Americana de Soldagem - foi executada em aço doce. A natureza do metal base é importante na avaliação da
lista 80 processos de soldagem em uso na indústria em geral. Uma série de 10 técni- exposição ao fumo metálico e, ocasionalmente, tem impacto em outras áreas. Quando
cas de soldagem mais comuns foram escoihidas para serem discutidas neste capítulo, tal impacto for importante, ele será discutido. As informações sobre possíveis riscos a
escolha que se baseou no uso mais generalizado e nos seus potenciais de levar o saude apresentados no texto estão resumidas na Tabela 10.1.
soldador a exposições. Um bom número de processos, incluindo-se os de compressão,
ultrassônico, fricção, percussão, aluminotérmico, eletrônico e explosivo, não serão
discutidos aqui ou porque apresentam pequeno potencial de exposição ou os danos
que eles causam são semelhantes aqueles já descritos. Operações de corte de metal 10.2.1 Processo
selecionadas estão incluídas nesta discussão por serem semelhantes aos procedimentos Este processo, que é um dos processos de soldagem sem pressão ou de fusão mais
de soldagem e apresentarem danos à saúde comparáveis. Dois processos relacionados, comuns, é também chamado de soldagem com vareta ou com eletrodo (veja Figura
pulverização térmica de metal e solda branca serão discutidos nos Capítulos 14 e 22. 10.1). Um arco elétrico é criado entre a vareta de solda e a peça de trabalho, derreten-
Nas técnicas de soldagem sem pressão, o metal é vaporizado e então se condensa do o metal ao longo de urna costura ou uma superfície (Figura 10.2). O metal derreti-
para formar um fumo com medidas de partículas na faixa de 0,01-0,1 ,um que se do da peça e o eletrodo formam uma poça comum que, ao se resfriar, forma a solda e
aglomeram rapidamente. As fontes deste fumo metálico respirável são o metal base, o a cobertura de escória (Figura 10. lb). A escória formada por sobre a solda, feita de
revestimento metálico da peça de trabalho, o eletrodo e os agentes íündentes associa-
* Este processo é também conhecido como Soldagema Arco de Metal Manual (S AMM).
170 SOLDAGEM
SUPORTE
ELETRODD /DO ELETRODO
IAUALHU
FIO CONDUTOR PARA O TRABALHOr
Revestimento do eletrodo
Arame interno
Atmosfera para soldagem Figura 10.2 Uni soldador ;icioiiando uni arco coiii uiii clctrodo coberto. O soldadoi- cstá
vestindo um capacete com placa protetora de solda e roupas de proteção apropriadas.
Corrente do arco
protetor como o dióxido de carbono para assegurar que o ar não entre na bolsa de
solda causando, deste modo, falhas na soldagem. Os carbonatos no revestimento do
Metal base
eletrodo são degradados termicamente no arco para formar dióxido de carbono. Além
disso, o revestimento estabiliza o arco, fornece um produtor de fundente e escória
(b)
para remover o oxigênio da solda, adiciona metais ligantes e controla a viscosidade
Figura 10.1 (a) Soldagem a arco com eletrodo metálico coberto (SMA) (Cortesia de Hobart do metal.
Brothers, Inc.). (b) Seção transversal da área do arco. Um estudo completo sobre a saúde ocupacional em relação a solda a arco metálico
coberto requer uma identificação da vareta e do revestimento. A variedade de compo-
nentes na fumaça oriunda de eletrodos revestidos está mostrada na Tabela 10.2. A
fundentes e impurezas, é removida manualmente com um escavador pneumático.
Eletricidade, CC ou CA, é usada tanto na polaridade direta (eletrodo negativo, traba- composição do eletrodo pode ser obtida pelo número de classificação da AWS im-
lho positivo) como na inversa. A técnica mais comum envolve voltagem CC de 10-50 presso no eletrodo, como mostra a Figura 10.3.
V e uma ampla variedade de correntes de até 2000 A. Embora as voltagens de opera-
A percentagem de massa total de eletrodo que aparece como fumo suspenso varia
ções sejam baixas, sob certas condições podem haver riscos de danos a saúde por de 0,5 a 5%. Pantucek (1971) afirma que o "fumo" gerado de eletrodos revestidos
eletricidade. pode conter óxidos de ferro, óxido de manganês, fluoretos, dióxido de silício e com-
A vareta de solda ou eletrodo pode causar implicações significantes na saúde do ponentes de titânio, níquel, cromo, molibdênio, vanádio, tungstênio, cobre, cobalto,
trabalhador. O eletrodo contém a mesma liga metálica ou similar ao metal base. Os chumbo e zinco. O teor de manganês em fumos de soldagem varia de 3 a 10%. Moreton
três tipos principais de eletrodos são o celulósico (Tio2, areia e silicato de magnésio), e Jenkins (1984) afirmam que o teor de bário em fumos de soldas provenientes de
rutila (Tio,, C a c o 3 mais alguma celulose) e básico (alto teor de carbonato de cálcio eletrodos revestidos de fundente, auto-cobertos, fabricados por uma firma da Grã-
ou fluoreto). Inicialmente, um eletrodo descoberto foi usado para se estabelecer o arco Bretanha, varia de 0,l a 34%. O dióxido de silício é relatado rotineiramente como
e agir como metal para preenchimento. Atualrnente o revestimento do eletrodo pode presente em fumo de soldas, originando-se, aparentemente, dos vários compostos de
conter 20-30 componentes orgânicos e inorgânicos e realizar várias funções. O agen- silício no revestimento do eletrodo. Buck e Dessler (1967 a f m a m que o dióxido de
te ligante que segura o metal extrudado no eletrodo é o metassilicato de sódio. O silício está presente em estrutura amorfa ou como silicatos, e não na estrutura crista-
eletrodo moderno foi desenvolvido na década de 30. Juntou-se amianto aos eletrodos lina. Os elementos em concentrações acima de 1% detectados em um estudo recente
até os anos 50. A principal função do revestimento do eletrodo é a liberação de um gás de um grande número de amostras de fumo estão na Tabela 10.3 (IARC, 1990).
172 SOLDAGEM
TABELA 10.2 Composição do fumo (%) de Solda a Arco com Eletrodo Metálico Cober- TABELA 10.3 Elementos principais (concentração maior do
to com vários eletrodos revestidos que 1%) no fumo gerado por vários processos de solda em uma
Tiuo de eletrodos revestidos variedade de metais
Eletrodos de Eletrodos de MIGIAI AI
Substlncia Eletrodos Eletrodo de Rutilo de Zircônio de MIGINi Ni, Fe
Quimica Básicos Rutilo Alta Recuperação Recuperação Básica MIG-MAGIMS Fe, MN, si
MIG-MAGISS Fe, Mn, Cr, Ni
K20 12-29,2 9,413 7-1 2,2 13,2-19,2 MIGIMS Fe, Mn, Si, K
SiO, 3-7,2 23,>37,9 23,l-29,7 6,9-8,7 MMAINi Ni, Fe, Ba
Na20 < 0,5-4,8 0,8 2-3,8 6,6-26,7 MMAINS Fe, Mn, Ca, K, Si, F, ti
MnO 2,2-5,9 8,4-9,9 6,l-8 44-7.5 MMAISS Fe, Mn, Ca, Si,F, K, Ti, Cr. Ni
FeO (Fe20,) 16,4-40,2 28,7-45,5 3 1,2-43,2 1 %35,6
Tio, 0,4-2,5 3-4,6 435-61 < 0,4
Foiite: Adaptado do IARC ( 1 990)
8,7-2 1,5 0,7-0,8 < 0,4 2,54,7
I-2,2 071 O, 1-0,9 < 0,8
durante a soldagem. Estudos anteriores mostraram que 9% dos fumos de eletrodos de
<I O, 1-0,2 < 0.1 hidrogênio baixo podem ser fluoretos; de 10 a 22% desta quantidade estão na forma
13-1 9.2 o 14-1 9.4
de fluoretos solúveis (Feny, 1953). Fluoretos podem compreender até 20% do total da
Fonte: Adaptado de ASF (Swedish Work Environment Fund- Fundo para o Ambiente de Trabalho Sueco) concentração de fumos, dependendo da espessura do revestimento e do diâmetro da
1974:"Pesquisa sobre solda e novas soluçóes técnicas para um melhor ambiente de trabalho na indústria de parte interna do eletrodo (Paniucek, 1971).
soldas." Já se sugeriu que o fluoreto de cálcio é degradado no arco para hexafluoreto de
silício, o qual por sua vez forma fluoreto de hidrogênio na presença de vapor de água.
Um tipo de eletrodo de grande importância na saúde ocupacional é o eletrodo de Embora o fluoreto de hidrogênio seja encontrado no ambiente de solda com baixo
baixo hidrogênio usado com os sistemas de solda a arco metálico coberto convencio- hidrogênio, não se sabe se o mecanismo hipotetizado está correto.
nais para manter um ambiente de arco livre de hidrogênio para tarefas críticas de
soldagem em certos aços. O revestimento do eletrodo é um sistema de carbonato de
cálcio-fluoreto de cálcio com vários desoxidantes e elementos de ligas tais como o
carbono, manganês, silício, cromo, níquel, molibdênio, e vanádio. Uma grande parte
deste revestimento e de todos os revestimentos de eletrodos ficam em suspensão no ar
I 10.2.2 Perfil das Exposições
Taxa de Geração de Fumos. Estudos feitos pela Arnerican Welding Society - So- máximo de concentração total de fumo foi 13 mg/m3 e a concentração aérea de fluoreto
ciedade Americana de Solda nos anos 70 demonstram dados sobre a geração de fu- foi aproximadamente 1,2 mg/m3.
mos por vários processos de soldagein (AWS, 1973). O desenvolvimento de métodos
I 10.2.2.2 Gases e Vapores. A soldagem a arco com eletrodo metálico coberto tem
padrões para definir a taxa de geração de fumos teve continuidade no Reino Unido e I o potencial de fixar o nitrogênio atmosférico na forma de óxidos de nitrogênio em
nos países escandinavos e dados adicionais sobre taxas já foram publicados. Ulfvarson 1 temperaturas acima de 600°C. Concentrações não são um problema em soldagem em
(1986) afirma que todos os processos de soldagem têm taxas de geração similares, I
I oficina aberta. O autor não identificou, em mais de 100 amostras de soldagem a arco
com exceção da soldagem sob gás inerte com eletrodo de tungstênio, que é
I com eletrodo metálico coberto, uma exposição ao dióxido de nitrogênio, maior que
significantemente mais baixa do que as dos outros. Taxas de gerações observadas I
0,5 ppm, em uma larga variedade de condições de operações. O oxigênio é futado
citadas por Ulfvarson variam de 20 mg por minuto para a soldagem a arco com eletro- I também na forma de ozônio pelo arco, mas ainda assim não é um contaminante
do metálico coberto a 80 mg por minuto para soldagem sob gás inerte com eletrodo I
significativo nas operações de soldagem a arco com eletrodo metálico coberto.
mg/m3 foi ultrapassado em 37% das amostras coletadas em áreas confinadas e em EFEITOS CATAFIATA CATARATAS
13% daquelas coletadas em áreas fechadas e abertas.
Dawada e Twano (1968) mostraram que a soldagem de baixo hidrogênio em aço
de baixa ou alta liga produz óxidos de níquel, cromo, molibdênio e cobre, além da-
ADVERSOS
ERITEMA pzcq
DE W A A DA
E NOWRNA
queles normalmente observados como os óxidos de ferro, silício e manganês. Fluoretos QUEIMADURA POR AQUECIMENTO DA PELE
suspensos também estão presentes em concentrações significativas. Em outros estu-
dos não pareceu haver uma correlação entre a percentagem de fluoretos no revesti-
mento do eletrodo e nos fumos da soldagem. A exposição a vários gases, incluindo o
PENETRAÇAO I LINHA DE REFERÊNCIA
F 7
ocorrem de 5 a 6 horas após a exposição ao arco e esta condição desaparece em 24 horas. 10.3.2 Perfil das Exposições
Soldadores, muito provavelmente, experienciam esta condição apenas uma vez e então se As concentrações de fumo de solda na soldagem a arco sob gás com eletrodo de
protegem contra uma recorrência com o uso de capacetes para soldas com o filtro adequado tungstênio são mais baixas do que na soldagem com vareta manual e do que na
e óculos escuros de proteção. Eritema da pele ou envermelhamento pode ser provocado pela soldagem a arco sob gás com eletrodo metálico. Soldagem a arco sob gás com eletro-
exposição a W - C e W - B , como é mostrado na Figura 10.4. do de tungstênio de alta energia produz concentrações de dióxido de nitrogênio na
Dos principaisprocessos, a soldagem sob gás inerte com eletrodo metálico é o que produz posição do soldador; a concentração máxima anotada pelo autor é de 3,O ppm. O
a maior quantidade de radiação W seguida pela soldagem a arco com eletrodo metálico argônio produz maiores concentrações de dióxido de nitrogênio do que o hélio.
coberto, e, por último, asoldagem sob gás inerte com eletrodo de tungstênio (IARC, 1990). A técnica de gás inerte introduziu uma nova dimensão na exposição do soldador a
O fluxo W , a 1 metro do arco (Moss e Murray, 1979) em soldagem a arco com eletrodo radiação eletromagnética oriunda do arco, com energias com ordem de magnitude
metálico coberto é de 0,7-2,5 W/m2. muito maior do que na soldagem a arco com eletrodo metálico coberto. As variações
A densidade típica do fluxo magnético no gerador de soldagem de 60-Hz é de 2-200pT de energia UV-B e -C , especialmente na região de 270 nm, são as radiações mais
(Stuchly e Lecuyer, 1989). Pulsos de até 100.000 A produzem campos magnéticos de até biologicamente eficazes e produzirão eritema dérmico e fotoqueratites. A energia con-
10.000 pT a 0,2-1,Om dos cabos do transformador de soldagem (Stem, 1987).
centrada nos comprimentos de onda abaixo de 200 nm (UV-C) é mais importante na
fixação de oxigênio como ozônio. O procedimento da soldagem a arco sob gás com
10.3 SOLDAGEM A ARCO SOB GÁS COM ELETRODO DE eletrodo de tungstênio produz, realmente, uma ampla distribuição espectral com ener-
TUNGSTENIO (GTA)* gias importantes nestes comprimentos de onda. Kranz (1965) afirma que o espectro
Embora a soldagem a arco com eletrodo metálico coberto usando eletrodos revestidos do ar é dependente do componente principal do metal do eletrodo e que os metais de
seja um modo eficaz de soldar muitos dos metais ferrosos, ela não é prática para liga e os constituintes da cobertura do eletrodo não têm um papel significante na
soldar alumínio, magnésio e outros metais reativos. A introdução do uso de gás inerte definição da distribuição espectral. Dados espectrais na soldagem do aço com uma
na década de 30 para cobrir o ambiente do arco e evitar a intrusão de oxigênio e variedade de eletrodos revestidos e eletrodos cobertos a gás comprovam esta afirma-
hidrogênio na solda trouxe uma solução para este problema. ção (Dahalberg e Myrin, 1971). Na soldagem do aluminio sob gás inerte, o espectro
máximo é estabelecido ser linhas de aluminio. Estudos anteriores feitos por Silverman
10.3.1 Processo e Gilbert (1954) demonstraram que a concentração de ozônio era maior na soldagem
Na soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio (Figura 10.5), o arco é estabele- no aluminio do que no aço por causa da reflexão de W do alumínio, e que o argônio
cido entre um eletrodo de tungstênio não-consumivel e a peça de trabalho produzindo produziu maiores concentrações de ozônio do que o helio devido à sua emissão espectral
o calor para o derretimento das bordas adjacentes do metal a ser soldado. Junta-se mais forte. Demonstra-se, nestes estudos, que a energia espectral é dependente da
argônio e hélio ao espaço anular em volta do eletrodo para manter o ambiente inerte. densidade da corrente. Da discussão anterior toma-se óbvio que a amostragem de ar deve ser
Em geral usa-se uma vareta de enchimento alimentada manualmente. A técnica de conduzida tanto para o ozônio como para o dióxido de nitrogênio quando se está avaliando
soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio é usada rotineiramente em materiais as exposiçdes decorrentesda soldagem a arco sob gás com eletrodo de tungstênio.
com baixo índice de danos como o alumínio e o magnésio somados a um número de Quando o processo de soldagem a arco sob gás com eletrodo de tungstênio foi
ligas, incluindo o aço inox, ligas de níquel, cobre-níquel, latão, prata, bronze e uma introduzido, encontrou-se que a percentagem de óxido de tório desejável para o ele-
variedade de aços de baixa liga que podem ser significativos para a higiene industrial. trodo nãb-consumivel era de 2%. Isso originou uma preocupação em relação ao pos-
sível problema,causado pelos niveis de óxido de tório radioativo suspensos no ar.
* Também conhecido como TIG. Estudos mostraram que, sob corrente normal, o eletrodo foi consumido em uma faixa
de 0 , 1 4 , 3 mglmin (Breslin e Hams, 1952). Os niveis de óxido de tório suspensos na
área de respiração não eram significativos, embora se tenha recomendado o controle
por ventilação na utilização do eletrodo revestido de tungstênio e tório.
A Suporte do eletrodo [II I 10.4 SOLDAGEM A ARCO SOB GÁS COM ELETRODO METÁLICO (GMA)*
Suprimento
de g6e
10.4.1 Processo
Na década de 40 um eletrodo de arame consumivel foi desenvolvido para substituir o eletro-
do de tungstênio não consumível usado no sistema de soldagem a arco sob gás com eletrodo
de tungstênio. Originariamente desenvolvido para soldar placas grossas com boa
) P- de trabalho
>
I
condutibilidadetérmica, este processo de soldagem a arco com gás (Figura 10.6) tem, agora,
aplicação ampla para o alumínio, o cobre, o magnésio, as ligas de níquel, o titânio e ligas de aço.
Figura 10.5 Equipamento para soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio.
* Tanibém conliecida conro Solda MIG (quando o g6.r é inerte) ou Solda MAG (quando o g& é ativo).
10.4 SOLDAGEM AARCO SOB GAS COM ELETRODO METÁLICO(GMA) 179
178 SOLDAGEM
Os investigadores do NIOSH avaliaram uma oficina de solda que fabricou e fez metal a frente do traço do arco, sinterizando escória derretida na forma de uma tampa
consertos de equipamento de aço doce em mineração usando solda a arco sob gás por sobre o metal de solda. O fundente protege o arco, adiciona liga metálica, estabi-
inerte com eletrodo metálico (NIOSH, 1990a). liza o arco e define a fonna de gota da solda. Esta técnica é usada tanto de modo semi-
Embora a ventilação de diluição marginal tenha sido a técnica de controle princi- automático como totalmente automático para a soldagem de seções espessas em aço
pal, as concentrações de contaminantes estiveram, de modo geral, abaixo dos limites carbono ou de baixa liga.
ocupacionais de exposição. Concentrações de fumo de ferro foram de 0,09-0,93 mgl
m3, as concentrações da TWA para o dióxido de nitrogênio variou de 0,08 a 0,38 10.5.2 Perfil das Exposições
ppm, as concentrações de monóxido de carbono foram 1 , 9 1 4 ppin, e concentrações
Como era de se esperar, as concentrações de fumo de metal na solda a arco submerso
de ozònio por periodos curtos foram menores do que 0,05 ppm.
são menores do que aquelas das soldas a arco coberto ou de gás devido ao fundente
agir como cobertura. O arco é mantido sob o fundente sem centelhas, fumaça ou
10.5 SOLDA A ARCO SUBMERSO (SAW)
chispas. Este método produz apenas 118 (um oitavo) de fumo em comparação com
10.5.1 Processo outros procedimentos. Uma análise do fumo da solda a arco submerso mostra concen-
Neste processo (Figura 10.7) a proteção do arco contra a atmosfera é conseguida trações significativas de dióxido de silício, óxido de ferro, fluoretos e manganês.
cobrindo-se a solda com um fundente fusível e granular. O metal de enchimento é um A principal exposição deste processo é ao fluoreto de hidrogênio e partículas solú-
eletrodo de arame sem revestimento; além disso, pode-se usar um arame de enchi- veis de fluoreto liberadas pelo fundente de solda. Uma vez que o fundente elimina a
mento suplementar para a alimentação do arco. O fundente granular é suprido ao radiação direta do arco e suprime a geração do fumo de metal, a solda a arco submerso
não tem merecido por parte da higiene industrial um estudo de maior importância.
Na maioria dos casos, o processo não recebe ventilação exaustora local, confiando-se
apenas na ventilação de diluição.
No enchimento do reservatório de fundente e na coleta de resíduos de fundente há
Depósito do Suprimento de
fundente 7 arame de solda uma exposição que inclui titânio, cálcio, bário, potássio, alumínio, sódio e compostos
Mecanismo de acionamento do fio de cloro.
Controles
O 0
10.6 SOLDAGEM E CORTE A ARCO DE PLASMA (PAW E PAC)
10.6.1 Processo
-
No processo de arco de plasma (Figura 10.8) a ponta do maçarico é projetada para
prover um fluxo de um gás, como o argònio, através de um orificio sob um gradiente
Peça de trabalho
de alta-voltagem,resultando em uma corrente de gás altamente ionizado. Uma intenção
Fonte de eletricidade 4 I complexa de forças eletromagnéticas e mecânicas produz temperaturas de arco maio-
res do que 33.400°C. Esta técnica é amplamente usada para solda e também para
corte e metalização. Os riscos à saúde do processo incluem exposições a barulho,
ozònio, dióxido de nitrogênio e gás metálico.
breve competir com lasers a CO, em muitas das operações das quais eles haviam sido
rfí afastados devido as condições de baixa carga.
Elétrica de Alta 1 Iy ~ ádosOrifício As unidades de C 0 2 trabalham com um comprimento de onda de 10,6 pM tanto no
módulo de ondas continuas como nas de pulso, atualmente com níveis de carga de 6
kW, mas em um futuro próximo prediz-se que se possa atingir níveis de até 45 kW
(Figura 10.9b). Uma vez que o laser a C 0 2 é mais poderoso do que as unidades de
ás de cobertura
YAG, ele pode executar mais operações em velocidades maiores em uma variedade de
materiais. Além de soldar e cortar matéria prima plana ele está, agora, sendo usado
bertura externo para aplicar superfícies de desgaste em lâminas de turbinas, matrizes de usinagem e
ferramenta1 e para aparar peças de metal e de plásticos das operações de moldagem,
estampagem e forjamento (Vaccari, 1992).
Os três componentes principais do sistema de soldagem a laser incluem o laser, a
estação de trabalho, a qual inclui o sistema de liberação,do raio e o equipamento de
Figura 10.8 Equipamento para Solda a Arco de Plasma (PAW). execução do trabalho, e o sistema CNC (Figura 10.10). E frequentemente necessário
-
trações de ozônio e de dióxido de nitrogênio podem facilmente exceder os TLVs (Li-
VISAO SUPERIOR
mites de Tolerância) a menos que haja disponível um sistema de ventilação exaustora. A LÂMPADA DE FLASH
Na avaliação de sete estudos, a concentração de ozônio durante a solda de plasma
variou de um nível não-detectável até 8,3 ppm durante o corte do aço sem ventilação. n
As concentrações de dióxido de nitrogênio atingiram um máximo de 9,6 ppm sob tais U
condições. O nível de ruído na posição do operador pode estar na faixa de 11&120 100% PARCIALMENTE
REFLETOR REFLETOR
dBA. Este núdo é principalmente de origem aerodinâmica, proveniente da corrente
de plasma e é, portanto, difícil de ser controlado. Muitas operações requerem cabines
VlSÃO FINAL
de trabalho enclausuradas para o controle de ruídos com uma bancada de soldagem
equipada com exaustão descendente responsável pela remoção dos contaminantes do ar.
10.7.1 Processo
Tanto o laser gasoso como o sólido vêm sendo utilizados nas instalações de produção. Figura 10.9 (a) Neodimio estado sólido: Laser YAG. Impurezas nas mairizes cilíndricas sóli-
Um laser sólido de amplo uso, granada de ítrio-alumínio lubrificado a neodímio das são ativadas por uma carga capacitiva através de uma ou duas lâmpadas de "flash"(cintilan-
(Nd:YAG), com um comprimento de onda de 1,06 pM,opera no módulo de pulso em te). Esta ativação resulta em uma breve explosão de luz, ou pulso, que é suficiente para a soldagem.
níveis de carga entre 40&500 W(Figura 10.9a). Até recentemente o uso deste laser ( 6 ) Um laser CO,. Uma mistura de C02, hélio e nitrogênio e o gás laser. Cargas elétricas
ativam as moléculas de C02na cavidade de laser. Quando a carga é dissipada, as moléculas de
era restrito a trabalhos de precisão que incluíam a perfuração de pequenos orifícios, CO, são deixadas em um estado metaestável. Como os elétrons nas moléculas vão para o
soldagem e corte de materiais altamente refletores de infravennelho que não podem aterramento, fotons de luz são emitidos. Então espelhos refletem os fotons de volta para a
ser trabalhados comlaser a C02, e seções de metal finas de soldagem a resistência. cavidade, sustentando a reação de modo que o sistema produz ondas contínuas de luz de laser.
Atualmente, estes sistemas estão sendo feitos com capacidade de 2,5 kW e poderão Fonte: Cortesia da Machine Design.
184 SOLDAGEM
fornecer um gás inerte de proteção para prevenir a oxidação da solda (Vandenvert, peça de trabalho . Este sistema requer controle rigoroso para satisfazer as exigências da
1984). ANSI 2136.1 (ANSI, 1993),incluindo proteção para os olhos, anteparos e luvas.
Os danos a pele e aos olhos causados pela operação a laser relacionadas ao raio são Uina questão geral a qual não se deu atenção em aplicações anteriores de laser é a
bem reconhecidos (Sliney e Wolbarsht, 1980). O raio laser focalizado é o de maior contaminação do ar resultante da interação do raio com a peça de trabalho. Se é óbvio
risco potencial, uma vez que ele pode atingir o operador e causar sérios maleficios; que fumos de metais com partículas de dimensões menores do que 0,5 ,UMsão libera-
riscos de danos existem em qualquer local onde o raio está desprotegido, onde há dos, menos conhecidos são os componentes quimicos e a toxicologia dos contaminantes
reflexo especular proveniente de superfícies brilhantes, e durante o acionamento aci- liberados das peças de trabalho que possuam revestimentos orgânicos ou substratos
dental do raio (Hietanen et al., 1992). Além disso, pode ocorrer a disseminação do de plástico. Entre os produtos da decomposição liberados no corte de plásticos estão
raio inicial e ambas as luzes visíveis e UV podem resultar da radiação em feixes vários hidrocarbonetos policíclicos (Rockwell, 1989).
proveniente da interação peça-raio. As exigências para um programa de controle do Hietanen et al. (1992) investigou a exposição de operadores a um raio aberto de
laser para proteger contra tais acidentes são baseados na classificação de laser (ANSI, laser de CO, da Classe 4 na indústria de metal e a comparou com as condições da
1993). As novas regras de segurança da Comunidade Européia para o laser industrial solda convencional. O raio laser IR interagiu com a peça de trabalho para liberar
considera não só os danos causados pelos raios, mas também os danos mecânicos, tanto a luz W como a visível. O raio refletido difuso produziu uma radiação durante
elétricos, ruídos e vibrações, composição do laser, incluindo gases associados, produ- o trabalho normal; o principal problema foi a radiação difusa proveniente de um raio
tos químicos líquidos e contaminantes do ar gerados pela interação do raio com a mal direcionado, a qual resultou em uma radiação de 1,2 mw/m2 com uma saída de
peça de trabalho (Comitê Europeu para Padronização Eletrotécnica, 1990). carga de 2,5 kW. O menor tempo de exposição permissível para W foi de 95 segun-
dos no trabalho com aço inox e 124 segundos em peças de aço carbono. O tempo
10.7.2 Perfil das Exposições recomendável de exposição a luz azul foi de 11 minutos em inox. Esta exposição
exigiu que a proteção para os olhos fosse usada tanto para a luz azul como para a W.
Rocwell e Moss (1983) estudaram tanto a radiação em feixes como a dispersa prove- A solda a laser produziu menos fumo metálico do que a solda a arco convencional; no
nientes de laser da Classe 4 Nd: YAG em uma aplicação de solda e encontraram que
corte de aço inoxidável a taxa de geração de fumo foi a mesma para a solda a arco sob
a reflexão do raio pode produzir condições de risco. A radiação em feixes para níveis
gás inerte com eletrodo metálico.
de carga até 0,3 kW apresenta pequenos riscos. Os autores recomendam proteção
mínima para os olhos com densidade Ótica de 6 em 1,06 ,UMe uma densidade ótica de
1 para luz azul para o controle de ambas as radiações diretas e indiretas. Em um
trabaiho posterior, Rocwell e Moss (1989) examinaram os danos Óticos de um laser Na solda a resistência (Figura 10.11) uma corrente elétrica passa por peças mantidas
CO, de 1,5 kW projetado para a solda metálica. Os autores concluíram que o raio laser
juntas por pressão. Há um aquecimento localizado nas superfícies de contato devido a
de CO, de alta carga produzia luz UV significante e visível resultante da interação com a
resistência de contato e a coalescència dos metais . Vários métodos de soldagem
incluindo a solda de costura, a pontilhada, a de projeção e a autógena são baseados
nesta técnica. Neste processo, não há a adição de fimdentes ou de metal de enchimento.
A solda a resistência é usada de modo amplo para a montagem de peças fabricadas
com folhas de metal leves. De fato, os danos a saúde são mínimos; a Única reclamação
que surge desta operação está ligada a peças para soldagem com óleo residual na superfície,
Figura 10.10 O sistema integral de laser consistindo do próprio laser que inclui os opticos e
o mecanismo de posicionamento, e o controle numérico por computador. Fonte: Cortesia da
Machine Design. t
Figura 10.11 Dois tipos de solda de resistència: solda por pontos e solda por pontos com cilindro.
186 SOLDAGEM 10.9 SOLDAGEM E CORTE A MAÇARICO 187
o qual se degrada durante a soldagem, formando aldeideos, que elicitam por parte dos solda- Válvula do Medidor de Medidor da
dores reclamações de imitação nos olhos e nas vias respiratórias e olfativas. maçarico de
oxigenio 1 pressão de
trabalho 7 r pressão do
cilindro
Em um estudo de uma operação de soldagem a resistência na montagem de prate-
leiras de fio metálico a concentração de ozônio avaliada de uma posição fixa com um
instrumento de leitura direta excedeu, com frequência, o ACGIH TLV (no teto) de 0,l
ppm (NIOSH, 1990a). Não foram detectadas as concentrações de aldeídeos, indican-
do que o fio metálico houvera sido adequadamente limpo antes da soldagem. A con-
centração de dióxido de nitrogênio foi menor do que um décimo do ACGIH TLV. As
concentrações de fumos estiveram abaixo dos limites permissíveis para exposições
ocupacionais.
eficácia e um cartucho de gás ácido. A amostragem de ar para fumos de chumbo em soldagem e gases associados foram avaliados através de amostragem individual em
várias operações deram resultados de TWAs, em turno integral, variando de 141 a zonas de respiração em processos de soldagem variados, em indústrias alimentadas
307 ,ug/m3.Concentração a curto prazo variou de 27 a 42 ,ug/m3no esmerilhamento, pela combustão de carvão mineral (McFeters e Saint, 1984). Como esperado, as mais
280-390 ,ug/m3 no estanhamento e 2 15-307 ,ug/m3 durante a queima de chumbo. A altas concentrações estavam associadas com a eliminação de rebarba por chamas,
amostragem biológica mostrou valores desprezíveis para o sangue, variando de 11 a com as concentrações de TWA durante um turno completo, variando de 4,3 a 23 mg/
77 ,ug/m3 em todo o sangue amostrado, com dois trabalhadores excedendo 50 pg/ m3; a média geométrica da concentração foi de 10,3 mg/m3. A concentração máxima
100g em todo o sangue amostrado. O nível de ruído excedeu 90 dBA e um programa para solda a arco sob gás inerte com eletrodo de tungstênio foi de 7,4 mg/m3 e para a
de conservação de audição se fez necessário. Indices de sobrecarga térmica não foram solda a arco com eletrodo metálico coberto foi de 10,5 mg/m3. Embora se tenha medi-
registrados, mas antecipa-se que os limites ocupacionais de exposição apropriados do o monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e ozônio, apenas o monóxido de
seriam ultrapassados. carbono apresentou um nível de exposição significante.
Os caldeadores de chumbo empregados por este prestador de serviço viajam de
trabalho para trabalho e tipificam o especialista industrial itinerante, que é exposto a 10.11 BRASAGEM
uma situação de trabalho nova a cada nova tarefa. Em tarefa tão perigosa como o
10.11.1 Processo
caldeamento de chumbo, uma análise de danos ocupacionais se faz necessária para se
assegurar que o trabalhador não esteja sujeito a riscos. Esta técnica para se unir metais tem muito em comum com as operações de solda
branca, mas é identificada como um processo de soldagem pela American Welding
Society. A brasagem é definida como uma técnica para se unir metais que são aqueci-
10.10 PROCESSOS DE ESCARFAGEM E CORTE (BISELAGEM) dos a temperaturas superiores a 430°C (800°F), enquanto que a solda branca é reali-
10.10.1 Processo zada abaixo deste limite. A temperatura da operação é da maior importância, uma vez
Várias técnicas vêm sendo desenvolvidas para cortar placas de aço, remover o que é ela que determina a pressão do vapor dos metais que são aquecidos e, conse-
alimentador e sistema de canais de alimentação nas peças fundidas, eliminar metal qüentemente, a concentração de fumos metálicos aos quais o operador está exposto.
excedente das peças fundidas e remover a carepa da superfície dos tamgos. Um destes Técnicas de brasagem são amplamente usadas na fabricação de refrigeradores, pro-
processos (Arcair) utiliza um eletrodo de grafite-boro revestido de cobre, em um su- dutos eletrônicos , joalheria e componentes aeroespaciais na união de metais simila-
porte manual com uma fonte integral de ar comprimido para retirar o metal derretido res ou distintos. Embora a junção frnal pareça semelhante as uniões feitas com solda
da poça a medida que ele se derrete. Os diâmetros dos eletrodos variam entre 3,2 a branca, ela é de uma resistência superior e requer muito pouco acabamento.
25,4 mrn (118 a 1 polegada) e opera a 50-2200 A para remover até 0,9 kg (2,O lb) de Um fundente é escolhido para evitar oxidação do metal base e não para preparar a
metal por minuto. Um outro processo, queima de pó, se baseia em um maçarico de superfície, como é o caso na solda branca . Os fundentes comuns têm como bases o
oxigênio-acetileno com a adição de pó de ferro para criar uma chama de alta tempe- fluor, o cloro e compostos de fósforo, e apresentam os mesmos riscos a saúde que os
ratura que cortará através de aço bem espesso. fundentes usados na solda branca: são corrosivos para a pele e podem causar imitação
das vias respiratórias. Uma variedade de metais para enchimento são usados como
10.10.2 Perfil das Exposições mostra a Tabela 10.4, e inclui o fósforo, a prata, o zinco, o cobre, o cádmio, o níquel
O principal risco proveniente destas operações é a exposição ao fumo metálico. Em , o cromo, o berilo, o magnésio e o lítio. Esta seleção do metal mais apropriado para
um estudo destes processos, uma série de amostras coletadas em zonas de respiração enchimento é a chave da qualidade da brasagem.
dentro do capacete de proteção de um operador de queima de pó apresentou uma A brasagem de quantidades de pequenos serviços que não requerem controle de
média de 3 1,l mg/m3 sem ventilação exaustora local. Em uma operação Arcair, a média das temperatura acurado é feita, rotineiramente, com um maçarico. Operações mais críti-
amostras dentro do capacete de proteção foi de 21,5 mg/m3, mas caiu para 3,3 mg/m3 quando cas de alta produção são conseguidas através de técnicas de mergulho em banhos de
a exaustão local estava em funcionamento.Os autores do estudo declaram que o trabalhador sal em fusão, em fomos de brasagem, usando tanto uma atmosfera rica em amônia
estaria exposto aos fumos metálicos de manganês, níquel, cobre e cromo, além de monóxido como em hidrogênio, ou por aquecimento por indução.
de carbono, óxidos de nitrogênio e ozônio (Sentz e Rakow, 1969).
Em um estudo realizado no Reino Unido, Sanderson (1968) estudou operações de 10.11.2 Perfil das Exposições
eliminação de rebarba a arco, em ambientes abertos, semi-fechados e fechados e en- As temperaturas de brasagem definem os riscos relativos as várias operações. Por
controu que, em operações ventiladas, os riscos principais eram os fumos de óxido de exemplo, o ponto de fusão do cádmio é aproximadamente 140°C (280°F). A pressão
ferro e de cobre, oriundos do metal duplex no eletrodo. As concentrações de cobre no de vapor do cádmio e as concentrações de fumos no ar aumentam drasticamente com
ar foram 14 vezes o ACGIH TLV. Em operações em ambientes fechados, as concen- o aumento da temperatura, como mostra a Tabela 10.5. Portanto, os metais de enchi-
traçdes de chumbo, cobre e óxido de ferro foram altas, e as concentrações de ozônio e mento, com as temperaturas mais altas da brasagem, causarão a mais severa exposi-
monóxido de carbono excederam os respectivos ACGIH TLVs. ção ao cádmio. A exposi$ão a novos fumos de cádrnio durante a brasagem de aços de
Tanto o TWA de um t u n o completo como os picos de exposições de fumos de
190 SOLDAGEM 10.12 PROBLEMAS ESPECIAIS ASSOCIADOS COM SOLDAGEM 191
TABELA 10.4 Materiais de enchimento na Brasagem veram um modelo para predizer a concentração de fosgênio no ar. Concentrações
Metal base a Metais de enchimento para brasagem Técnica de perigosas de fosgênio foram anotadas no campo próximo ao arco, embora as concen-
ser soldado (DesimiacãoAWSASTM) Biasaaem trações dos dois solventes no ar estivessem abaixo dos valores de tolerância de expo-
Aços inoxidiveis Ligas de prata (BAg) Maçarico sição ocupacional. Os autores realmente acharam que o dicloroacetilcloreto era tam-
Ligas de cobre (BCu, BCuP, BCuZN) Fomo, hidrogènio seco bém formado no campo U, e era um agente de alerta da presença do fosgênio devido
Aluminio Ligas de alumíniosilicio Fomo aos seus efeitos lacrimogênicos. O trabalho foi estendido por Andersson et al. (1975)
(BAISi) Indução
Imersão em uma investigação sobre o destino das baixas concentrações do vapor do solvente
Magnésio Ligas de magnésio (BMg) Maçarico percloroetileno no campo da solda. Neste estudo, o modelo para a predição foi bastan-
Imersão te eficaz para a solda a arco sob gás inerte com eletrodo metálico, mas menos eficiente
Cobre Cobrefósforo (BCuP) Todas as Técnicas para a solda a arco com eletrodo metálico coberto. Os pesquisadores encontraram que
Cobre-zinco (BCuZn)
Ligas de prata o vapor de percloroetileno também se degradaria para formar o fosgênio, com a for-
mação coincidente de tricloroacetilcloreto. Neste caso, entretanto, o tricloroacetilcloreto
Níquel Ligas de prata (BAg) Todas as Téciiicas não foi um alerta adequado da presença do fosgênio.
Ligas de cobre (BCuP, BCuZn)
identificada. Formaldeidos e aldeidos deverão ser amostrados, uma vez que eles são A concentração de anidrido ftálico variou de 0,03 a 0, 13mg/m3 tendo o nivel máximo
produtos da degradação térmica de tintas soldáveis: o anidrido ftálico é liberado de sido atingido na operação de desmontagein de navios. A concentração média de
tintas soldáveis a base de ésteres modificados alquidicos e de epóxi, e deverão ser acroleina foi de 0,07 mg/m3 com um nível máximo de 1,4 mg/m3 durante o desmonte
amostrados. do navio. O bisfenol A, o produto principal da degradação das tintas a base de epóxi,
O objetivo de um estudo contínuo feito por Henriks-Eckerman et al. (1990) foi o estava presente em uma concentração média máxima de 0,22 mg/m3 na construção de
estabelecimento de métodos de amostragens e análise de produtos da degradação de um casco novo.
tintas sobrecarregada por processos de soldagem. Placas de aço tiveram um dos lados A importância da exposição a produtos da degradação térmica da pintura em sol-
revestidos com tintas-bases náuticas e tintas de acabamento escolhidas para represen- das sobre superfícies pintadas foi identificada por Sjogren et al. (1991), o qual apre-
tar os principais agentes ligantes. O outro lado da placa foi submetida a chamas sentou um estudo de caso sobre soldadores que sofreram febre e redução da função
diretas para se colocar a superfície pintada a uma temperatura de 350°C. Uma "sopa" pulmonar depois de soldarem em aço revestido de polímero de laca contendo cloro.
complexa de 100-200 espécies de produtos químicos foram encontrados provenientes Embora o agente patogênico especifico não tenha sido identificado, a exposição pro-
da pintura (Tabela 10.7) As exposições principais a que se submeteram os soldadores vavelmente incluiu ácido clorídrico, óxido de zinco, hexaclorociclo-pentadieno e
foram os irritantes dos sentidos e os sensibilizadores. anidrido trimelitico.
Os métodos descritos por Henriks-Eckerman et al. (1990) foram em seguida a- Na discussão sobre contaminantes oriundos do revestimento de metais degradados
plicados na investigação das exposições de soldadores em um estaleiro realizando termicamente durante os processos de soldagem, o Instituto de Soldas do Reino Uni-
novas construções, reparos e desmontagem de navios. O estudo incluiu a soldagem, do declara que os pigmentos residuais na pintura formam óxidos de chumbo, cromo,
corte com chamas e desempeno de seções de aço através da aplicação direta de cha- bário, estanho, cobre, antimônio e zinco (TWI, 1986). O veiculo, incluindo a resina,
mas (Engstrom et al., 1990). Como se suspeitava, as operações de reparos e de se degrada formando monóxido de carbono, dióxido de carbono e substâncias orgâni-
desmontagens de navios representaram os maiores riscos de exposições a todos os cas complexas. Em circunstâncias incomuns, o substrato de metal pode ter sido
contaminantes, devido, provavelmente, tanto ao ciclo de serviço pesado, como ao metalizado com um número de substâncias, como referido no Capitulo 14, e o proces-
grau de enclausuramento. A concentração de fumos de soldagem foi extremamente so de soldagem formará óxidos destes compostos.
alta, com uma concentração média de 24 mg/m3 na construção de novos cascos, 13
mg/m3 no aparelhamento de uma nova construção, 16 mg/m3 no reparo e valores 10.12.3 Soldagem em Aço Inoxidável
maiores do que 90 mg/m3 na desmontagem de navios. Na maioria dos casos, as con-
centrações dos produtos da degradação térmica orgânica foi menor do que os valores Setenta por cento da solda feita em aço inox é feito por solda a arco com eletrodo
de tolerância das exposições ocupacionais, mas ainda podendo apresentar imitação metálico coberto com eletrodos revestidos com liga de cromo-niquel ou com solda a
respiratória nos soldadores. arco sob gás inerte com eletrodo metálico com arame de cromo-níquel sem revesti-
mento (Becker et al., 1985). Diversos laboratórios têm conduzido estudos extensivos
TABELA 10.7 Produtos da degradação térmica de tintas soldáveis para obter o teor total de cromo em fumos provenientes da solda em aço inox usando
vários processos de soldagem, a percentagem de cromo hexavalente e o desmem-
Sistema de pintura Principais produtos da degradação
bramento do cromo hexavalente em espécies solúveis e insolúveis. Investigadores
Tinta Epoxi Feno1 encontraram que a solda a arco sob gás inerte com eletrodo metálico no aço inox
Bisfenol A apresenta altas concentrações de cromo no global, mas a quantidade que está na for-
Amônia
Aminas aromáticas/alifaticas ma do cromo hexavalente é nenhuma. Solda a arco com eletrodo metálico coberto em
Tinta Polivinil Butirato Butiraldeído aço inox dá origem a um fumo com uma grande fragmentação na forma do cromo
Acido butírico hexavalente solúvel. Neste caso, imagina-se que o teor de metal alcalino da capa
Tinta Alquena Acidos orgânicos alifáticos extrudada contribui para o alto teor de cromo hexavalente no fumo. A modificação
Aldeídos dos eletrodos com a substituição por um material diferente reduziu significativamen-
Anidrido ftálico te o conteúdo de cromo hexavalente no fumo (IARC, 1990).
Tinta emborrachada clorada Cloreto de Hidrogênio Tem havido certa dificuldade para se delinear uma amostragem válida e métodos
Primer Epoxi Feno1 analíticos para a determinação do total de cromo, níquel e cromo hexavalente no gás
Biesfenol A resultante da soldagem. Gray et al. (1983) identificaram o sazonamento de fumo de
Metacrilatos
Primer alqueno modificado cromo no ar como, primeiramente, um aumento no teor de cromo hexavalente e, em
Acido orgânico alifatico
Aldeídos um segundo plano, como um declínio parcial no seu conteúdo. Os autores compara-
Anidridos ftálicos ram os resultados em ambos os métodos de amostragem com filtros e em meio úmido
Tinta de silicato de etil Etanol e descobriram que o último método apresentou concentrações cinco vezes maiores do
Fonte: Adaptado de Henriks-Eckerrnanet al. (1990). que o método de amostragem a seco. Moreton et al. (1983) propuseram novos proce-
dimentos para a amostragem destes contaminantes do ar. A discussão sobre a valida-
194 SOLDAGEM 10.13 CONTROLE DE EXPOSIÇÕES 195
I
TABELA 10.9 Distribuição por elemento do tamanho d e partículas d e vapor d e solda
(Solda a arco com eletrodo metálico coberto com revestimento básico)
Diâmetro da Partícula, ,um
estabilidade do cromo hexavalente no ar ao longo do tempo. Pedersen et al. (1987) ! Elemento <0,25 0,25-0,5 0,5-1 ,O 1 ,O-2,0
I
citam tanto a super-relação como a sub-relação dependendo do meio de colèta do I
Nanogramas coletados de amostras de ar em 30 sec
cromo e do método analítico.
Em um estudo da valência do cromo no fumo de solda oriundo de uma liga conten- F 300 1640 1730 55
do 1 6 2 0 % de cromo, 8,5-14% de níquel e pequenas porcentagens de manganês e K 290 1400 1650 65
molibdênio, van der Wal(1985, 1900) encontrou que o fumo de cromo proveniente da Ca 230 970 925 29
solda a arco com eletrodo metálico coberto estava, principalmente, no cromo Ti 9*14% 39 44 1,6 * 25%
Mn 72 375 340 9
hexavalente solúvel mas que, na solda sob gás inerte tanto com eletrodo de tungstênio Fe 280 1520 1230 31
como eletrodo do metal, o fumo continha cromo no estado insolúvel de valência Cr I11 Cu - 1,2 I37% *
1,0 48% -
sem qualquer presença de cromo hexavalente. Em todos os 3 processos as concentra- Zn 1,3 * 37% *
5,4 15% *
4,3 17% 1,O * 37%
ções de níquel foram insignificantes. Fonte: Adaptado de Johanson et al. ( 1 986)
A exposição dos soldadores ao cromo e ao níquel foi identificada por van der Wal
(1985) através de amostras individuais de ar na zona de respiração coletadas dentro 10.13 CONTROLE DE EXPOSIÇÓES
dos capacetes dos soldadores. Como se vê naTabela 10.8, a percentagem de cromo
hexavalente foi mais alta no processo de solda a arco com eletrodo metálico coberto; 10.13.1 O Processo de Soldagem e o Equipamento
obviamente este percentual excedeu ao ACGIH TLV apenas neste processo. As expo- Na década passada, Hewitt e colaboradores do Reino Unido investigaram os mecanis-
sições de níquel excederam os limites de exposições ocupacionais propostos de 50 pgí mos de geração de fumos na soldagem, para melhor entender os mecanismos
m3 em vários processos. operacionais com a esperança que modificações no processo de soldagem pudessem
levar a reduções dos riscos de exposições a poluentes do ar a que se submetem os
10.12.4 Tamanho da Partícula do Fumo de Soldagem soldadores. Hewitt e Hirst (199 1) propuseram que o fumo metálico oriundo da solda a
Um estudo detalhado da distribuição do tamanho da partícula do fumo proveniente da solda arco sob gás inerte com eletrodo metálico é gerado por quatro mecanismos: (1) vapo-
com baixo hidrogênio com eletrodo básico foi executado por Johannson et al. (1986) utili- rização do metal da bolha homogênea, (2) vaporização de metal proveniente de parti-
zando a analise da emissão de raio X por particula induzida. Os dados mostrados na Tabela culas de diâmetros pequenos, quentes, respingadas perfazendo uma grande área glo-
10.9 são uma descrição da complexidade do fumo de solda e mostra que a maioria dos fumos bal de superfície, (3) vaporização do metal oriundo da bolha formada por material
tem um diâmetro aerodinâmico médio de massa menor do que 2 ,um. parcialmente derretido misturado com quebras de superficies ocorrentes, e (4) fumo
Glinsrnann e Rosenthal(1985) afirmam que 90% das particulas de fumos de solda são inicial sob reação que modifica sua pressão de vapor e, portanto, sua taxa de vapori-
menores do que 1 pM. Os dados da AWS (1979) indicam que, em estudos feitos em estalei- zação. Os autores declaram que o mecanismo (1) gerará um fumo fracionado, sendo
ros sobre fumos de solda, 60% das partículas são menores do que 0,25 ,uM e desta fração, que a composição da fração é distinta da liga base. Como exemplo, os autores decla-
90% são menores do que 0,05 ,uM. Os dados sobre tamanhos de partículas nos fumos de ram que uma liga, manganês com uma alta pressão de vapor resultaria em uma con-
solda coletados por outros autores foram listados em resumo pelo IARC (1990) e estão mos- centração altamente desproporcional no fumo. Mecanismos (2) e (3) resultam em um
trados na Tabela 10.10. O tamanho pequeno das parh'culas dos fumos de solda assegura que fumo com a mesma composição da liga base. ,
tungstênio (Monel)
1.3-5 - 330 Fonte: IARC (1990)
Corte de plasma 1,0-7.5 140 C10-260 " MMAD, mass median aerodynamic diameter(diâmetr0aerodinâmicoda massa media).
Solda de plasma 0,2-1 , I C1
1-20
Fonte: Adaptado de van der Wal(1985).
196 SOLDAGEM 10.13 CONTROLE DE EXPOSIÇÓES 197
Na solda de aço inoxidável, o teor da liga não é importante para se definir o nível para o melhoramento da usinabilidade, e a solda sobre este material requer um con-
de exposição a que se submete o soldador; o contribuinte principal na formação do trole rigoroso. O mesmo caso acontece com o manganês, usado nas ligas de aço para
fumo é o eletrodo. A solda a arco com eletrodo metálico coberto no aço inoxidável dá a melhoria das propriedades metalúrgicas. O berílio, provavelmente o metal ligante
origem a exposições mais altas de cromo hexavalente do que a solda a arco sob gás mais tóxico, é adicionado ao cobre e garante um controle rígido durante as operações
inerte com eletrodo metálico; o eletrodo com revetirnento alcalino gera mais cromo de solda e de brasagem.
do que outros eletrodos. Uma mudança do ligante de silicato de potássio para silicato A solda ou o corte em peças que têm revestimento metalico podem ser especialmente
de sódio reduz significativamente as taxas de geração de fluoreto solúvel em soldas de nocivos. Tintas a base de chumbo são comumenteusadasem componentes marinhos e estru-
baixo hidrogênio. turais. A solda nestas superfícies durante consertos ou demolições de embarcações gera con-
Esteiras são usadas amplamente para proteger o equipamento de respingos e para centrações altas de fumo de chumbo. Na experiência do autor, o corte e a solda no aço de
isolar termicamente as peças de trabalho que são aquecidas para alívio de tensão estrutura revestido de tinta a base de chumbo resultaram em concentrações maiores do que
durante a soldagem. Até a década de oitenta, estas esteiras eram frequentemente fei- 1,O mg/m3
- em ambientes externos bem ventilados; concentrações maiores do que 10 mg/m3
tas de amianto; desde então tem havido uma mudança para vidro ou materiais a base podem ocorrer em espaços fechados com ventilação pobre.
de cerâmica. Watennan et al. (1990) investigaram a habilidade destes materiais para O aço é galvanizado através do mergulho no zinco quente. Pesques (1960) en-
suportar a sobrecarga física causada pelo local de execução da solda e a concentração controu que a concentração de zinco no ar durante a solda no aço galvanizado e no
de fibras liberadas pelas esteiras durante a ação do trabalho. Três tipos de esteiras aço pintado com silicato de zinco variou de 3 a 12 vezes o ACGIH TLV sob precárias
protetoras, identificadas no Reino Unido como almofada para brasagem, tipo A, teci- condições de ventilação. O autor notou que as concentrações eram menores nos traba-
do de vidro tipo B, e esteira de cerâmica resistente ao calor tipo C, deram origens a lhos com maçarico de oxigênio-acetileno do que no corte a arco. Quando se instalou
concentração de fibras na área de trabalho de menos do que 0,01 fibralml. uma boa ventilação, o ACGIH TLV para o zinco raramente foi ultrapassado.
O dano advindo da queima e da solda de canos revestidos com silicato rico em
10.13.2 Preparação do Metal Base e Revestimento de Superfície zinco pode ser suavizado de dois modos. Uma vez que os canos são unidos extremida-
Nas discussões de processos de solda individuais, assumiu-se que a peça de trabalho de com extremidade, a recomendação principal é cobrir com fita as pontas dos tubos
era o aço doce e, portanto, o fumo metálico poluente predominante era o óxido de antes de se pintá-los. Havendo a necessidade de se pintar canos, após a pintura destes,
ferro. Deve-se considerar também as exposições a fumo que ocorrem durante a solda deve-se retirar a pintura através de limagem manual, escovação mecânica ou
de ligas de aço, metais não ferrosos, e ligas de cobre. Revestimentos de metal e eletro- esmerilhamento, raspagem ou esmerilhamento abrasivo. Se o material não puder ser
dos de soldas também contribuem para a criação de exposições a fumo metálico. A retirado, é obrigatório o uso de proteção respiratória adequada; em muitos casos há a
Tabela 10.1 1 mostra a ampla variação de concentrações de fumo metalico encontra- necessidade de se usar respiradores de ar mandado.
das no processo de soldagem. O recente interesse na possível carcinogenicidade dos Como se apontou na Seção 10.12.2, estudos sobre tintas soldáveis já mostraram
fumos de cromo e níquel gerou uma atenção especial para estas exposições durante a que concentrações significantes de irritantes respiratórios ocorrem oriundos dos pro-
solda, como se discutiu na Seção 10.12.3. O chumbo tem sido usado como uma liga em aços dutos decorrentes da degradação térmica da pintura. Onde possível, uma preparação
inicial com silicato de etil deve ser feita, uma vez que este produto tem um potencial
TABELA 10.11 Variacão da concentracão de fumo de solda em vários orocessos" irrelevante de liberação destes irritantes (Engstrom et al., 1990). Não sendo possível,
o revestimento da superfície do metal a ser soldado deverá ser removido até aproxi-
Gas de metal madamente 2,5 cm e, para queimas, de 5 a 10 cm.
Poluente Metal coberto Gas de metal Miolo do fundente Gás
Fumos (rng/ri13) 10.1 3.3 Ventilação
.por total 1-25 1-30 1-25 2-25
Oxido de Ferro 0,2-1 O 1-1 O 0,25-15 1-10
A solda a arco convencional (solda a arco com eletrodo metálico coberto) em metais
Cobre 0,01-0,15 0,01-0,5 0,01-0,2 0,O1-0,05 ferrosos em áreas abertas, em geral, podem ser feitas com segurança na presença de
Manganês 0,Ol-1 0,O1-0,05 0,02-2 0,O1-0,05 ventilação de diluição; entretanto, solda em área fechada sempre exigirá exaustão
Fluoreto 0,O1-3
0,Ol 0,02-5 0,Ol local. Pode não ser adequado confiar sempre na ventilação exaustora em ambientes
fechados para se fazer o controle de fumo de solda. Ulfvarson (1986) notou que a
Gases ( P P ~ ) eficácia reduzida da ventilação exaustora geral na fase de aquecimento resultou em
Dióxido de Nitrogênio 0,l-3 O,1-5 - 0,Ol-1,5(60)
Monóxido de Carbono 1-1 5 1-20 - 5-1 O
um aumento das concentrações no ar da ordem de duas a três vezes àquelas da fase
Ozónio 0,Ol 0.01-0,4 - - sem aquecimento.
A ventilação local exaustora é também necessária quando se usa a solda a arco sob
Fonte: Adaptado de TWI (1986).
diluição ou por exaustão local convencional (NIOSH, 1988; Burgess et al., 1989; ACGIH,
1992). Um sistema exaustor com baixo volume de ar e alta velocidade foi avaliado em várias
aplicações de soldas com resultados variados.
O problema de controle mais dificil é o de soldar em espaços fechados como a bordo de
embarcações. Nos anos quarenta, desenvolveu-se uma unidade portátil de exaustão para ser
usada na solda em embarcações, com um filtro integral para partículas poluentes para a
remoção de fumo metálico com recirculação direta. Um sistema semelhante com um filtro
para particulas poluentes e um sistema de absorção para a remoção de gases foi introduzido
na Dinamarca e pode ser aplicávelem operações onde não se pode utilizar sistemas de exaustão
locais.
Considerando-se que o ozônio é formado no campo de UV-C (mais eficientemente por
ondas de comprimentos menores do que 200 nm), o revestimento do arco pode ser eficaz.
Como foi mencionado anteriormente, em muitos casos a cobertura mecânica do arco não é
viável e o Único meio de controle é a ventilação exaustora. Concentraçõesperigosas de dióxido
de hidrogênio podem ser geradas em espaços fechados em pequenos periodos de tempo e,
portanto, demandam uma ventilação exaustora eficaz. Brief et al, (1961) propuseram ticni- VENTILAÇÃO NENHUMA MÉDIA~ BOA ]NENHUMAIMÉDIA~ BOA NENHUMAI
MEDIAI BOA
TABELA 10.12 Guia para os números do sombreamento 10.13.6 Decornposiçáo de Vapores de Hidrocarboneto Clorado
Número de Como se notou na Seção 10.12.1, a decomposição dos vapores do solvente de
Tamanho Sombreamento sombreamento
hidrocarboneto clorado ocorre no campo UV em volta do arco, e não no arco em si. O
do eletrodo Corrente de proteção sugerido"
Operação 1/32 pol. (inm) do arco (A) minimo (Conforto)
controle mais positivo é evitar que os vapores do solvente entrem na área da solda. Só
manter a concentração do solvente abaixo do ACGIH TLV não é satisfatório. Se os
Soldagem a arco Menor que 3 (2,s) Menos que 60 7 - vapores não podem ser excluídos do local de trabalho, o campo UV deveria ser redu-
c/ eletrodo metálico 3-
5 (254) 60-1 60 8 1O
coberto 5 4 ( 4
6 4 )
zido a um mínimo através do revestimento do arco. O vidro Pyrex R é um protetor
160-250 1O 12
Maior que 8 (6,4) 250-550 II 14 eficaz que permite ao soldador ver o seu trabalho. Um revestimento rigoroso do arco
é frequentemente possível em locais com estações fixas de trabalho, mas pode não ser
Soldagein a arco sob
gás C/
eletrodo metálico viável em operações de solda no campo.
e solda a arco de
gás C/
eletrodo de respingos quentes oriundos da solda e a placa instalada nele oferece proteção para os
tungstcnio olhos contra a radiação de UV. O capacete deve ser usado em conjunto com óculos
150-500 com proteção lateral para a proteção dos olhos quando o capacete estiver levantado.
ARCAR (Leve) Menos que 500 10 Além de sua função primordial, o capacete também r e d u z a concentração de
ARCAR (Pesado) 500-1 O00 II contaminantes do ar. Uma série de estudos no final da década de sessenta indicou que
Solda a arco
o capacete para soldar reduzia a exposição a fumos numa proporção de 3-15. Em um
de plasma
estudo mais recente realizado por Goller e Paik (1985) sobre soldadores construindo
estruturas de locomotivas com solda a arco com eletrodo metálico coberto, corte com
ARCAIR e corte com maçarico, o capacete reduziu a concentração externa de 3671%.
Corte a arco (~eve)" Menos que 300 8
Como componentes da Avaliação de Riscos Potenciais a Saúde, os investigadores
de plasma
(~édio)" 30(t400 9 do NIOSH avaliaram o programa de proteção a respiração em uma fábrica produtora
(pesado)" 400-800 1O de autoclaves de aço inox (NIOSH, 1990b). A companhia havia fornecido máscaras
com alimentação de ar para o trabalho dentro do tanque onde haviam altas concentra-
Brasagem
com maçanco
ções de ozônio. Os resultados de uma entrevista sobre a aceitação do equipamento são
esclarecedores. Do grupo de 13 operadores, 8% usaram o equipamento todo o tempo,
Solda a arco
23% usaram-no só quando estavam soldando dentro do tanque, 46% usaram as más-
de Carbono
-
Expessura da lâmina
Média 118 a
112 3.2 a
12.7 O desenho das roupas de proteção aos soldadores refletem os riscos em relação aos
Pesada Acima de
112 Acima de 12.7 respingos de material quente . As roupas são projetadas com um número minimo de
Corte a
maçarico
boisos, punhos e certamente qualquer ponto que poderia reter uma fagulha. A roupa
Leve Abaixo de I Abaixo de 25 deve fornecer cobertura contínua das áreas do corpo e devem ser usadas de modo que
3 ou 4
Média
la6 25 a 150
4ou5 as mangas se sobreponham as luvas e que as pernas das calças se sobreponham aos
Pesada Acima de 6 Acima de 150 5 ou 6
sapatos. Luvas resistentes a chamas, capas, mangas e perneiras devem ser feitas de
Fonte: ANSl(1988) material pesado adequado a seus usos.
"Como regra geral, comece com um sombreamentoque seja escuro demais para se vera zona de solda. Vá O controle de operações de brasagem, obviamente, deve ter como base.a identifica-
entào para um sombreamento mais claro que ofereça visão suficiente da zona de solda sem estar abaixo do ção da composição do metal base. Controle por ventilação local se faz necessário nas
minimo. Em solda ou corte com oxigênio e outro gás que nfio o acetileno, onde o maçanco produz uma luz
arnarela intensa, é desejável o uso de lentes que absorvam a linha amarela ou de s a i o na luz visível (espectro) operações onde há a produção de fumos tóxicos de metal proveniente dos componen-
da operaçào. tes da brasagem ou de peças revestidas com cádmio ou outro metal tóxico. No USO de
h Estes valores se aplicam onde o arco real é visto claramente. A prritica tem mostrado que filtros mais leves fundentes comuns, deve se evitar o contato com a pele por causa de suas capacidades
podem ser usados quando o arco estiver escondido pela peça de trabalho. de corrosão e fornecer ventilação exaustora para o controle de produtos suspensos
oriundos da degradação térmica liberados durante as operações de brasagem.
202 SOLDAGEM
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i pp. 133-136. resistência e dureza, tanto das ligas de metais ferrosos como daquelas dos não ferrosos.
I Esta discussão se limita ao tratamento térmico do aço, uma vez que esta é, de longe, a
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~ . 30, 153-16 1. do equipamento, dos materiais e dos possíveis riscos a saúde da maioria das operações
van der Wal, J. F., (1990), Anu. Occup. Hyg., 34, 45-54. de tratamento térmico. As instalações de tratamento térmico são operadas ou por com-
Vandenvert, T. L., (1984), Mach. Des.. May 10, 1984, 96-100. panhias independentes especializadas no trabalho por tarefas ou por instalações fixas
Waterman, L. S., Purnell, C. J., and Anderson, R W. R (1990), Ann. Occtlp. Hyg., 34, 97-99. que podem ser parte integrante de um processo completo de fabricação. Não há núme-
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Welding Ftrn7es nnd Gases. R. M. Stern, A. Berlin, A. C. Fletcher, and J. Jarvisalo, Eds., mo um estudo epidemiológico abrangente da condição de saúde de tais trabalhadores.
Excerpta Medica, Arnsterdarn, pp. 133-1 36. A base metalúrgica do tratamento ténnico não será coberta, aqui, uma vez que estas
informações estão disponíveis em outra fonte (Unterweiser et al., 1992). Para nossos
intentos será suficiente dizer que quaisquer mudanças na estnitura cristalina do metal
o fará endurecer. Para se proceder tal mudança há, na indústria, duas práticas efetivas.
Se uma peça de aço de médio carbono for aquecida acima da temperatura crítica,
ocorrerá uma mudança de fase, e, ao ser resfriada, haverá o desenvolvimento de m a
nova estrutura com resistência e dureza aumentadas. Em uma segunda técnica, peças
de aço de baixo carbono podem ser endurecidas pela adição de carbono ou nitrogênio
205
11.2 CEMENTAÇÁO 207
a superfície do metal em um fomo de atmosfera controlada. Estes átomos "alienígenas" TABELA 11.1 Atmosferas de forno no tratamento térmico
mudam a estrutura cristalina e aumentam a habilidade do aço de endurecer. Classe No. Técnica de geração Coniposição tipica %
Embora haja a disponibilidade de processos de tratamento térmico para o endureci-
1 O0 Combustão de hidrocarbonetos no ar 7&80% N,
mento de toda a massa da peça, normalmente isto não é exigido. Os processos comuns complemento CO, CO,, H,
apenas endurecem a superfície da peça; este processo é chamado de cementação. As 200 Remove CO, e água da Classe 100 97% N,
temperaturas e condições ambientais necessárias para o tratamento térmico são obti- 300 Reação parcial de gás combustivel 40% N2%
das de uma variedade de banhos e fomos. Além das técnicas de endurecimento, vários e ar com aquecimento catalizador 20% C 0
processos de amaciamento são usados para o refinamento do grão do metal e para se para craquear o hidrocarboneto 40% H,
conseguir a uniformidade de suas propriedades metalúrgicas. O mais comum destes 400 Ar passado sobre carvão 65% N,
processos, também feito nos ambientes de fomos e banhos, são agrupados sob a deno- incandescente 35% C 0
minação de recozimento. A remoção de calor ou resfriamento da peça tratada como 500 Queima de gás combustível e ar -
remove o vapor d'água, converte
parte do processo de endurecimento e de recozimento é critica para a definição das
CO, em C 0
propriedades finais do metal. Um número de técnicas de resfriamento usando ar, gás e
600 NH, CN, NH3 dissociado, ou NH, 75% H,
meios fluídos é usado nas oficinas de tratamento térmico. queimado 2 5 9 9 % N,
A cementação, produção de uma superficie dura ou capa na peça a ser tratada, é nor- 11.2.12 Carbonetação em Caixa. Na carbonetação em caixa a peça a tratar é colo-
malmente conseguida pela difusão do carbono ou nitrogênio na superfície da mesma. cada em uma caixa de metal e coberta comum componente de carbonetação orgânico. A
A espessura da capa endurecida pode ser de 2,5 a 6,4 mrn. O processo pode ser feito ao caixa é vedada com uma tampa de vedação a gás e levada a processo através de um fomo
ar, em fomos com atmosfera controlada, ou em banhos de sais usando-se uma varieda- a uma temperatura desejada. O material carbonáceo se degrada termicamente para produ-
de de métodos de carbonetação e de cianetação. Os processos podem ser aplicados em zir uma caiada de cobertura de gás de monóxido de carbono o qual se difunde na peça de
lotes ou em módulos contínuos e podem levar de 1 a 20 horas para se completarem metálica em tratamento. As partes são então resfriadas para completar o processo de endu-
dependendo do metal, do processo, e da espessura desejada da capa. recimento. A carbonetação de retorta é semelhante a carbonetação de caixa, excetuando-
se apenas o fato de que o combustivel carbonáceo não está em contato direto com a peça.
11.2.1 Carbonetaçáo 11.2.1.3 Carbonetação Líquida. A carbonetação liquida é conseguida pela imersão
11.2.1.1 Carbonetação a Gás. Há vários processos de carbonetação para a adição da peça em um banho de sal fundido (Figura 11.1) contendo cianeto ou cianato de sódio ou
de carbono a superfície do aço. Em todas estas técnicas a peça é mantida em um fomo de potássio, cloreto de sódio ou de potássio, e cloreto de bário como descrito na Tabela
contendo altas concentrações de monóxido de carbono, a fonte de carbono difuso, a 11.2 (WHTC, 1981). Uma vez que este processo adiciona algum nitrogênio a superiicie
temperaturas de 870-980°C. As atmosferas de fomos para tratamento térmico usadas além de carbono, ele não é estritamenteum processo de carbonetação. Uma pequena linha
na carbonetação a gás estão classificadas na Tabela 11.1. Uma atmosfera de fomo a de banho operando com um guincho suspenso para transporte de material é mostrado na
gás endotérmica (Classe 300) é formada em um craqueador a gás através da mistura de Figura 11.2.
ar com gás natural ou propano sobre um catalizador aquecido para formar uma mistura 11.2.1.4 Possíveis Riscos a Saúde.O principal risco ocupacional na carbonetação
de nitrogênio 40%, monóxido de carbono 20% e hidrogênio 40%. Em um outro processo a gás é a exposição ao monóxido de carbono. Uma vez que as concentrações de monóxido
de craqueamento a gás, um gás exotérmico Classe 100 é gerado através da passagem de carbono no fomo podem ser tão altas quanto 40%, pequenos vazamentos resultam em
de uma mistura de gás e ar parcialmente queimada sobre um catalizador. O gás formado significantesexposições no ambiente de trabalho. Na experiência do autor ocorrem concen-
no fomo tem em sua composição 1.2% de hidrogênio, 10% de monóxido de carbono, trações de monóxido de carbono acima de 100 ppm nas instalaçõesde carbonetação.Ainda
5% de dióxido de carbono e o complemento de nitrogênio. As atmosferas normalmente mais, se as peças não estiverem limpas, materiais voláteis irão exalar no fomo e gerar
usadas na carbonetação a gás são das classes 100, 300, 400, 500. O monóxido de poluentes tóxicos do ar que podem vazar para o ambiente de trabalho. As técnicas de
carbono deve ser regulado com precisão para se conseguir concentrações que permitam banho de sais para a carbonetação envolvem uma série de importantes possibilidades de
a difusão do carbono, mas que não desfigurem ou produzam carepa no aço. Após o danos a saúde que estão discutidos na Seção 11.2.3.
processamento no fomo, a concentração de carbono na capa de uma peça de aço doce
11.2.2 Nitmtação a Gás. A nitretação a gás é um meio comum de cementação através
pode aumentar do valor original de 0,1% para 1,2%, fazendo-se em seguida o
resfi-iamentobrusco na temperatura apropriada para se conseguir a dureza desejada. A da difusão do nitrogênio na superiicie do metal. Este processo usa um fomo com atmosfera
operação segura dos fomos de tratamento térmico é discutida em outro local. (FM, de amônia da Classe 600 operando a 5 10-570°C, como é mostrado na Tabela 11.1. Amônia
anidrica passa por sobre um catalizador em uma unidade de craqueamento; a amônia se
1991; NFPA, 1991).
dissocia, liberando 25% de nitrogênio e 75% de hidrogênio os quais formam a atmosfera
do fomo. Esta operação pode ser bem lenta com tempo de operação de 10-20 horas.
TABELA 11.2 Composição dos banhos de sais
- -
RECOZIMENTO
1 1 -3
Recozimento é um termo geral usado para denominar muitos ciclos de aquecimento e
resfriamento projetados para modificar as propriedades metalúrgicas da peça traba-
lhada. A sequência do recozimento é frequentemente caracterizada pelo resfriamento
lento. Há disponíveis vários banhos de sais. Os banhos de sais de baixa temperatura
operando na faixa de 538"C, são uma mistura de nitrato de potássio, nitrito de sódio, e
nitrato de sódio (Tabela 11.2). Banhos neutros de alta temperatura contendo cloreto de
sódio e de potássio e nitrito de bário são usados para o aço. Os banhos são identifica-
dos como neutros se não acontece nenhuma reação química e o banho apenas serve
para dar as peças metálicas a temperatura devida. Para o recozimento de aço inoxidá-
vel e de ligas de niquel-cromo há banhos de cloreto de sódio e de potássio com cloreto
de bário operados a uma temperatura de 844-1 177°C
Armazenamento rigoroso e precauções quanto ao manuseio são necessários em
Figura 11.2 Linha de banho de sal típica. Fonte: Cortesia do Centro de Tratamento Térmico relação aos banhos de sais de nitrato uma vez que estes sais são agentes oxidantes
Wolfson, Birmingham, Inglaterra. poderosos. Sais de nitratos se decompbem a uma temperatura de 400°C; a uma tempe-
ratura de 650°C a decomposição pode ser violenta, com a liberação de óxidos de nitro-
diluição são aplicadas a este processo, embora padrões não tenham sido propostos. O gênio. Mesmo o recipiente do banho pode ser destruido sob tais condições, liberando
manuseio de sal de cianeto exige os mesmos cuidados como os descritos no Capitulo os componentes para o ambiente do trabalho com incêndio catastrófico e risco de
13, incluindo armazenarnento seguro e, seco, isolamento para ácidos, e eliminação explosão se os sais de nitrato quentes entrarem em contato com materiais orgânicos
planejada de resíduos (WHTC, 1981). E preciso ter cuidado com o manuseio dos li- tais como carbono ou graxa.
quido~ de resfriamento brusco uma vez que resíduos de sal de cianeto nas peças conta-
minarão, com o tempo, o líquido de resfriamento. Se o tanque de resfriamento brusco 11.4 TÊMPERA
for um tanque para várias funções, podem ocorrer contaminações cruzadas. O resulta-
do mais sério de contaminação cruzada é a introdução de ácido no tanque contamina- O resfriamento controlado ou o resfriamento brusco é necessário após os processos de
do com sal de cianeto, resultando na formação de ácido cianídrico. banho de sal ou de permanência no fomo. Os banhos de têmpera podem ser água, óleo,
sal fundido, ar liquido, ou salmoura. Os óleos comerciais de resfriamento são constitu-
11.2.4 Carbonitretação ídos a base de óleos minerais refinados ou óleos gordurosos animais ou vegetais com
a adição de emulsionantes, aceleradores e antioxidantes. Agitadores mecânicos de tan-
No processo de fomo tanto o carbono como o nitrogênio são adicionados a superficie
que têm de ser usados para se conseguir uma temperatura de têmpera uniforme e,
da peça a ser tratada. Um gerador de gás é usado com a adição de 5% de gás natural
conseqüentemente, um resfriamento bem equilibrado. Trocadores de calor são
como fonte de carbono e 5% de amônia como fonte de nitrogênio.
frequentemente exigidos nos tanques de têmpera nas linhas de alta produção para li-
11.2.5 Outros Processos mitar o aumento de temperatura. Deve-se seguir as práticas de trabalho semelhantes
àquelas realizadas nos tanques de lavagem em ga!vanoplastia para se minimizar o
Pequenas peças especiais, como engrenagens, podem ser tratadas termicamente atra- arrasto para fora do tanque do agente refrigerante. Oleos de resfriamento podem cau-
vés de chama direta usando um maçarico de oxiacetileno ou metilacetilen~ropadieno sar contaminação do ar originada de névoas geradas termo ou mecanicamente ou da
incidindo sobre a área selecionada para ser endurecida. Aquecimento por indução é decomposição térmica do Óleo. Existe o risco de incêndio devido ao baixo ponto de
também amplamente usado para alta produção de pequenas peças com geometria de fulgor dos óleos e por causa de respingos provenientes de banhos de sais em alta
superficie bem definida. A peça é aquecida por corrente secundária induzida na peça, temperatura. Toma-se necessário o uso de ventilaçãoexaustora nos tanques de resfiamento
a óleo.
11.5 CONTROLE DOS POSS~VEISDANOS A SAÚDE 213
Tanques de têmpera em água ou em salmoura são usados com aditivos comerciais in- retiradas elas formam respiradouros que liberam gases quando a temperatura do ba-
cluindo-se os nitratos, nitritos, hidróxidos e inibidores de corrosão. Líquidos resfriadores nho é novamente elevada. Se isto não acontecer e o gás ficar ocluso no banho, pode
de polírnero aquoso têm sido usados largamentecomo alternativas paraoleos comuns para haver explosões. Todas as peças de trabalho devem estar limpas e secas antes da imersão
se eliminar os riscos de incêndios. Estes materiais também têm sido usados como diluentes no banho de nitrato uma vez que resíduos de graxa, pinturas e óleos podem causar
nos tanques convencionais de tèmpera a água para melhorar a uniformidade do resfriamento. explosões. Peças a base de ligas que contenham mais do que uma pequena percenta-
Os quatro polimeros orgânicos solúveis em água usados na têmpera são os álcoois de gem de magnésio não devem ser processadas nestes banhos. O estoque de sal de nitra-
polivinil, pirrolidinas depolivinil, acrilatos, e polímeros de glicol polialquileno;sendo que to deve ficar em um local trancado, que seja seguro, seco e livre de matéria orgânica.
o Último é um dos mais comumente usados nos Estados Unidos. Estes materiais são usados Uma variedade de poluentes do ar podem ocorrer em locais de trabalho com banhos de
em tanques abertos para a têmpera de aço e recozimento especial de arames de aço e sais (Tabela 11.3); os banhos podem demandar o uso de ventilação exaustora local,
barras. Em fábricas de fibra de vidro, há a prevalência de asma ocupacional, devido, apa- embora não existam dados de projetos disponiveis. Onde se usa o sistema de aspersores
rentemente, a alta concentração de endotoxinas presentes na água de lavagem a qual se (splinkers) deve-se instalar coberturas sobre os banhos de sal, óleo e metal para preve-
toma suspensa na forma de névoa. As condições de operações no tratamento térmico são nir o derramamento de água sobre eles. Qualquer trabalhador que estivesse próximo a
semelhantes, sugerindo que as concentrações de endotoxina na água de resfriamento e na um banho quente quando atingido pela água estaria em sério perigo. ,
névoa suspensa deveriam ser avaliadas. Uma série excelente de folhetos sobre tratamento térmico foi editado pelo Centro
Algumas operações de têmpera devem ser realizadas em espaço fechado com gases de Tratamento Térmico Wolfson no Reino Unido (WHTC 1981, 1983, 1984). Estes
inertes circulando (i.e. hélio, argônio, e nitrogênio). Têmpera a gás inerte, sob pressão, folhetos oferecem informações detalhadas sobre os riscos de segurança e de saúde
é a preferida para trabalhos que requerem taxas de resfriamento lentas, deste modo referentes a cada processo de trabalho, as exigências para se estocar e manusear os
minimizando distorções; além disso, elimina a necessidade do desengraxamento. Os sais, e a seleção de equipamento de proteção individual, bem como informações vali-
riscos nestas operações são aqueles associados a todos os ambientes inertes e incluem osas tanto para o operador como para o especialista em segurança e saúde.
as precauções necessárias para se entrar em espaços fechados . Banhos de chumbo usados para operações de resfriamento especial (i.e. patenteamento)
O patenteamento, um processo especial de recozimento para peças de secção fina são frequentemente operados a temperaturas entre 540°C e 820°C, requisitando deste modo
tais como arames, usa um banho de chumbo fundido a uma temperatura de 250-330°C. ventilação exaustora local. Exposições significativas ao chumbo podem ocorrer durante a
A temperaturas mais baixas a pressão de vapor de chumbo fundido resulta em uma operação e ao se remover a oxidação da superfície ou a borra flutuante no chumbo fundido.
saturação de 0,18mg/m3; a 330°C é de 11,3mg/m3 ou por volta de 200 vezes os atuais Tanques de têmpera a óleo são frequentemente ventilados para remover a fumaça
Valores de Limites de Tolerância(TLV). Elkins (1959) confirmou o potencial de risco irritante que se desprende durante o uso destes. Alguns tanques possuem serpentinas
à saúde desta operação. de resfriamento para controlar a temperatura do óleo e reduzir tanto a produção da
fumaça como os riscos de incêndio. Não há padrões de ventilação publicados para
11.5 CONTROLE DOS POSS~VEISRISCOS A SAÚDE estas operações. Exaustão geral é sempre necessária para lidar com perdas evasivas
Os principais problemas em operações de tratamento térmico são devidos aos ambien- oriundas do equipamento e para conter a carga de calor.
tes de fomos especiais, principalmente aqueles com atmosferas com base no monóxido Os riscos físicos no tratamento térmico são aqueles vistos com os processos de
de carbono, e OS riscos à saúde especiais advindos do manuseio de materiais de banhos fomos e de estufas, ou seja, sobrecarga térmica devida tanto ao dispêndio energético
de nitrato e de cianeto. Apesar das possibilidades de doenças serem significantes nes- quanto a carga de radiação, além de mído oriundo de equipamento mecânico e combustão
tas operações, há poucos dados disponiveis. Nos únicos dados publicados disponiveis ao ar. Os níveis de ruído nas oficinas de tratamento térmico variam de 85-95 dBA. As
sobre contarninantes de ar no recozimento de metais e nas operações de endurecimen-
to, Elkins (1959) observou a presença de concentrações perigosas de monóxido de TABELA 11.3 Poluentes do ar ~rovenientesdos banhos de sais
carbono em 19 das 108 instalações, e 59 das 167 amostras de ar para a detectação de Poluentes Origem
chumbo excederam em 0,20mg/m3. Sulfeto de hidrogênio Contaminação cruzada entre banhos de decapagem a ácido
Para controlar emissões fugitivas das operações de carbonetação, os diversos pro- Cloreto de metila Regeneração de banhos de sais
cessos de combustão devem ser rigorosamente controlados, os fomos devem ser man- Névoa de óleo Oleo de têmpera, resíduo de fluidos de usinagem,
tidos bem regulados, exaustores para remover vazamentos livres devem ser instala- revestimento preventivo anti-corrosão.
dos, e os fomos devem receber cortinas de chamas nas portas para a contenção de Tetracloreto de Silício Regeneração de banhos de sais
gases que escaparem. As instruções de operações devem determinar o uso de aparato Nitrato de Sódio Banhos de sais a baixa temperatura
completo para respiração para as operações de manutenção (NFPA, 1991). Nitrato de Potássio Banhos de sais a baixa temperatura
Hidróxido de Sodio Banhos de sais a baixa temperatura
Os controles de temperatura nos banhos de sal devem ser confiáveis e o banho deveser Contaminação ácida de banhos de nitratc-nihito
Dióxido de Nitrogênio
equipado com um sistema de desligamento automático. Antes de se trazer as barras a
uma temperatura ambiente, estas devem ser inseridas no banho. Quando as barras são Fonte: Adaptado de WHTC (1 98 1)
principais fontes incluem ventiladores, compressores, bombas e equipamentos de trans-
porte. Um programa de preservação da audição deve ser implantado nestas dependên-
cias. A sobrecarga térmica ocorrente nas áreas de tratamento térmico é determinada
pelo tipo de equipamento em uso, a densidade do equipamento, e a carga de trabalho.
Avaliações para diagnósticos são necessárias para se identificar a contribuição relativa
das cargas metabólicas, de transporte e de radiação. Se a radiação for um contribuinte
significativo, então um escudo protetor pode ser um controle eficaz. Ensaios Não Destrutivos
superfície. Estas podem ser detectadas pela radiografia porque a radiação, ao passar
pela seção do metal fundido que contém porosidade, será atenuada para um grau me-
nor do que a radiação que passa através de uma seção sólida do metal fundido, como
mostra a Figura 12.1. Esta diferença na intensidade da irradiação resulta em diferenças
na densidade ótica do filme processado.
O risco principal na radiografia industrial é a exposição a irradiação ionizante. Esta
seção lida com as precauções mínimas de segurança projetadas para a exposição do
trabalhador as fontes de irradiação (raios X e raios gama).
-
25 MeV). Nestes mecanismos, os raios X também são produzidos pela aceleração de
elétrons. Entretanto, os métodos usados para a aceleração destes elétrons variam de
acordo com os mecanismos. Aceleradores de Van de Graaf são relativamente freqüen-
, r
tes na radiografia industrial, embora sejam bem menos comuns do que os geradores
I
1
/ / I convencionais.
w Devido ao tamanho, peso e servíços exigidos, é dificil posicionar geradores e acele-
Áreas mais escuras / radores de raios X convencionais para a realização de radiografia em áreas externas.
Conseqüentemente, estes mecanismos são usados com mais frequência em instalações
fixas como salas com blindagem protetora ou em cabines especialmente projetadas.
Figura 12.1 Processo radiográfico básico.
218 ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 12.2 RADIOGRAFIA INDUSTRIAL 219
Nos Estados Unidos os projetos e fabricação dos geradores de raio X industrial são
regulados pelo Centro para Mecanismos e Proteção Radiológica da Administração de
Alimentos e Drogas (FDA, 1988). O Instituto de Padrões Nacionais Americanos de-
senvolveu um padrão para o projeto e fabricação destes equipamentos (ANSI, 1989).
Estes padrões especificam as intensidades máximas de irradiação permitida fora do
feixe de raios em uso. Há a exigência de luzes de alerta tanto no painel de controle
como no cabeçote do tubo para indicar quando os raios X estão sendo gerados.
O uso de geradores de raios X é regulamentado pelo OSHA. Adicionalmente, mui-
tos estados (nos Estados Unidos) possuem suas próprias legislações sobre o uso de
geradores de raios X industriais. As áreas nas quais há o uso de radiografia devem ter
cartazes com o símbolo de representação de irradiação com dizeres de alerta (Figura
12.3). O acesso a estas áreas deve ser controlado e permitido apenas ao pessoal autori-
zado. Há casos eventuais, de pessoas não pertencentes à equipe de radiografia, que se
expõem a irradiação porque entram, inadvertidamente, nas áreas de radiografia. Quando
a radiografia é realizada em áreas fabris abertas, é essencial que outros trabalhadores
sejam instruídos quanto a identificação e significado dos sinais de alerta para que se
possa minimizar estas ocorrências. Figura 12.3 Colocação de cartazes em área de radiografia.
Técnicos de radiografia devem usar instnimentos de monitoramento para medir a
magnitude de suas exposições a irradiação. Os instrumentos típicos são cartões de
filmes, dosímetro termoluminescente e dosímetro de bolso de leitura imediata. É, tam- 12.2.2 Fontes de Raios Gama
bém, aconselhável o uso, por parte dos operadores de radiografia, de dosímetros com
alarme sonoro ou "chirpers". Estes aparelhos emitem um sinal quando expostos a radi- Os raios gama usados na radiografia industrial são produtos da desintegração espontâ-
ação. A frequência do sinal depende da intensidade da radiação. Eles são úteis para nea de material radioativo. Os principais radioisótopos usados na radiografia industri-
avisar operadores que entram, sem saber, no campo de radiação. al são o irídio-192 e cobalto-60. Outros radioisótopos, como o itérbio-169 e tulio-170,
Os operadores devem ser treinados a usar instrumentos de avaliação de irradiação são muito menos comuns, mas têm uma certa aplicação, ainda que limitada. As fontes
para monitorar os níveis de irradiação a que eles se expõem e para assegurar o desliga- de radioisótopos produzem raios gama com energias distintas em contraposição ao
mento das fontes de raios X após a conclusão da operação. Existe uma ampla varieda- espectro contínuo de energias produzido por geradores de raios X. Devido a degenera-
de de instrumentos de avaliação de irradiação para uso na radiografia industrial. Quan- ção da radioatividade, a atividade das fontes de radioisótopos diminuem exponen-
do do uso de geradores de raio X industriais, especialmente aqueles de energia relati- cialmente com o tempo. Em conseqüência, as intensidades de irradiação destas fontes
vamente baixa, é imperativo que o instrumento tenha uma faixa de sensibilidade apro- diminuem de modo semelhante. A Tabela 12.2 traz uma lista dos parâmetros físicos
priada para a medição da energia de irradiação. tipicos destas fontes. Fontes radiográficas tipicas contêm até 200 Ci de irídio-192 e até
A exposição a irradiação não é o único risco em potencial associado a geradores de 1000 Ci de cobalto-60.
raio X industriais. Eles são alimentados por alta tensão para a produção de raios X e Em contraste com os geradores de raios X, as fontes de radioisótopos não exigem
alguma atenção deve ser dada aos riscos associados a eletricidade durante o uso destes uma fonte extema de energia, o que faz o seu uso atraente para a realização de radio-
equipamentos. grafia em locais remotos, como nas linhas de tubulação. Como elas não são energizadas
por uma fonte de energia extema, estas fontes não podem ser "desligadas", e elas
emitem raios gama continuamente. Por este motivo, devem ser tomados cuidados ex-
tras com a segurança.
220 ENSAIOS NÁO DESTRUTIVOS 12.2 RADIOGRAFIA INDUSTRIAL 221
dosímetro de alarme sonoro pode alertar o operário quanto a níveis de irradiação anor-
mais. Além disso, alguns dos atuais tipos de instrumentos de exposição radiográfica
trazem incorporados indicadores da posição de fontes que mostram um sinal visual se
a fonte não estiver armazenada adequadamente. O uso destes equipamentos pode re-
duzir a frequência de incidentes por exposição a irradiação. A Notificação Provisória
da Comissão Nuclear Regulamentadora (NCR, 1987) fornece um excelente sumário
das responsabilidades de um responsável por um programa de segurança de irradia-
ção. Se uma firma independente for contratada para conduzir certas inspeções no lo-
cal, a empresa contratante deve:
PARTE CINCO
ACABAMENTO D E METAIS
Figura 12.6 Iiispcçào por soluçào pciictnintr tluorcscciitc. C'oiresi;~da Magiiatlux Corporation,
Chicago, IL.
ANSI ( 1989), Radiological Safefy Standard for the Design of Radiographic and Fliroroscopic
Indirstrial X-ray Equipmenl,(NBS) 123), ANSI N 43.5-1976 (R 1989), Arnerican National
Standards Institute, New York.
FDA ( 1 989), State Regulations for the Control of Radiation (SSRCR), Center for Devices and
Radiological Health, US Food and Drug Administration, Washington, DC, 1988.
NCR (1 987), Interim Notice 8 7 4 5 , US Nuclear Regulatory Cornmision, September, 25, 1987.
Galvanoplastia (Eletrodeposiçáo)
13.1 Introdução
13.2 Técnicas de Galvanoplastia
13.3 Poluentes do Ar
13.4 Controle
Referências
ÂNODO CATODO
I
i
Na última década houve um grande aumento na eletrodeposição de peças de plásti-
cos utilizando-se o conhecimento técnico acumulado pela indústria nos processos de
galvanoplastia de peças de metal. A galvanoplastia sem eletricidade de um revesti-
mento de base no plástico é um primeiro passo necessário no processo. A galvanoplastia
ELETROLITO,
I
!
sem eletricidade não exige uma fonte externa de corrente contínua, mas ao invés, o
metal é depositado na peça de trabalho através de uma reação catalítica do banho
(Swanson, 1985). Diversos tipos de plásticos incluindo o nylon e o policarbonato são
SAL DE CROMO adequados para a galvanoplastia sem eletricidade. O níquel, o cobre, o cobalto, o paládio
SOLÚVEL
e o ouro podem ser aplicados a peça de trabalho de plástico. Primeiro, a superficie da
I
I
peça de plástico é atacada para se conseguir uma superfície microscopicamente aci-
dentada, que permitirá uma união mecânica entre o plástico e o metal. Por exemplo,
uma peça de estireno butadieno de acrilonitrila pode ser atacada com uma solução de
ácido de cromo ou sulfúrico para produzir uma superfície escavada que propicie uma
METAL INERTE(Pb)
justaposição mecânica das moléculas do metal de revestimento com o plástico. O pro-
PEÇAA SER GALVANOPLASTIZADA
cesso de ataque também forma a base para uma união química. Após a neutralização
alcalina, a peça é tratada com uma solução de ácido hidroclorídrico de sais de paládio
Figura 13.3 Esquema de um tanque de eletrocromação. e de estanho. O hidrossol de estanho e paládio que se forma é tratado com um acelera-
dor para remover os íons de estanho, resultando em uma superficie plástica rica em
Um número de outros processos especiais são encontrados na eletrodeposição. A paládio. Esta superfície é a base para a galvanoplastia sem eletricidade de níquel que
aplicação por escova é usada amplamente para consertar peças de metal, para corrigir se segue oriunda de um banho de sal de níquel e um agente redutor. Este revestimento
peças galvanoplastizadas com defeitos e em aplicações especiais que não são facil- pode ser galvanoplastizado por qualquer sistema de eletrodo convencional.
mente realizadas por outros processos (Orenstein, 1983). A peça a ser consertada é o Em operações de galvanoplastia em processos produtivos, peças individuais ou
cátodo, e uma forma de grafite coberta por uma camada absorvente é o ânodo. O prateleira com pequenas peças são penduradas manualmente na barra de cátodo. Se
sistema é operado por corrente contínua de baixa tensão. A solução de galvanoplastia houver muitas peças pequenas para serem galvanoplastizadas, as peças serão coloca-
é aplicada na interface entre a peça e o ânodo de grafite e os íons metálicos são das em um barril de plástico perfurado com contato elétrico com a barra de cátodo
eletrodepositados na peça de trabalho. Este processo é frequentemente feito manual- mergulhando-se o barril no banho. As peças são movimentadas para se obter um re-
mente, um de cada vez, embora possa ser automatizado se a produção assim justificar. vestimento uniforme.
Os possíveis riscos são os contatos com a pele durante a preparação e manuseio das Em pequenas operações, as peças são transferidas manualmente de tanque para
camadas absorventes saturadas quimicamente, e a rnisturg inadvertida de ácidos e os tanque de acordo com o tipo de galvanoplastia. A complexidade desta operação é
produtos químicos à base de cianeto. exemplificada pelos muitos passos na galvanoplastia por cromo decorativa (Figura
13.5). O pré-tratamento extensivo nesta sequência inclui o desengraxamento para a
eliminação de graxa e óleo, a decapagem para a remoção de carepa grossa, limpeza
anódica alcalina para a remoção de sujeiras e, finalmente, uma imersão em ácido para
a remoção de carepa leve e para ativar a superfície para a galvanoplastia. Em oficinas
com alta produção, uma unidade de transferência automática é programada para circu-
lar as peças de tanque a tanque; o trabalhador só é exigido para carregar e descarregar
as prateleiras ou as cestas. Esta operação automática de galvanoplastia permite ao
engenheiro da fábrica projetar coifas de exaustão internas nos tanques para obter um
controle maior dos poluentes do ar. A exposição aos poluentes do ar é também limita-
da nas linhas de galvanoplastia automática porque o trabalhador é colocado estacioná-
rio em uma posição de carga e descarga distante do processo e, portanto, não fica
diretarnente exposto aos poluentes do ar liberados nos tanques.
O GOTAS
DO JATO
PEL~CU- O
ENVOLTORIA GOTAS
ESPUMA
SUPERF~CIE
ELETROLITICA
6 Banho de cianeto convencional 190 gás de hidrogénio é também liberado por muitas destas operações
7 Exceto o banho coiivencional de cianeto 20 A taxa mais alta é associada coni o valor mais alto na faixa de temperatura
8 Albaloy, speckwhite, bonwhite (ligas do cobre, estanho, zinco) 21 Banhos operados em temperaturas acima de 60°C com uma densidade de
9 Usando âoodos insolúveis comente elevada acima de 5OOMn' e com a agitação do ar terá uma taxa de
I O Aeima de 32OC
desenvolvimento mais alta
I I Banlio ácido orgânico suave
22 Ventilação exaustora local pode ser desejável para controlar o vapor e o
12 Banho de sulfato vapor de água.
A roupa de proteção mínima deve incluir luvas de borracha, aventais, botas, óculos
para manuseadores de produtos químicos e mascaras de proteção facial. Os aventais
devem se estender até abaixo da parte superior das botas. Todo o pessoal deve ter uma
troca de roupa disponível no local de trabalho. Uma estação de lavagem dos olhos e
um chuveiro com água tépida deve estar disponível. O manuseio, de modo geral, de
uma ampla gama de produtos quimicos, sem dúvida, expõe o operador ao risco de
sérias dermatites; assim, o contato com a pele deve ser evitado. O níquel é um Pulverização térmica de metais
sensibilizador da pele e pode causar uma imitação que se desenvolve para uma erup-
ção com ulcerações da pele. Se as roupas de trabalho forem respingadas com soluções,
estas devem ser retiradas, a pele lavada e o trabalhador deve vestir roupas limpas. As 14.1 Introduçâo
mãos devem ser lavadas frequentemente e comer, beber ou fumar devem ser proibidos 14.2 Técnicas de Aplicação
na área de trabalho. 14.2.1 Pulverização por Combustão (Chama)
Um resumo dos riscos de danos a saúde encontrados na oficina de galvanoplastia e 14.2.2 Pulverização por Arco Térmico (TAS, Fio)
os controles apropriados estão descritos na Tabela 13.5. 14.2.3 Plasma
14.2.4 Detonação
14.3 Possíveis Riscos a Saúde
14.4 Controle
Referências
ACGIH (1 992), Industrial Venrilarion, A Manual of Recommended Pracrice, 21sr ed. ACGIH,
American Conference of Governmental Industrial Hygienists, Cornmittee on Industrial
Ventilation, Cincinnati, OH.
Blair, D. R. (1972), Principles of Meral Surjâce Trearmenr and Prorecrion,Pergarnno Press,
Oxford.
Burgess, W. A., Ellenbecker, M. E., and Treitman, R. D. (1989), Venrilarionfor Conrrol of The
Se um pó de metal de reticulação fina ou um arame for derretido em uma pistola de
Work Environmenr, Wiley, New York.
aplicação e as partículas forem projetadas sobre uma peça de trabalho em alta veloci-
Guilliman, M. P. and Berode, M. (1978), Ann. Occup. Hyg.,ll, 101-1 12.
dade, eles irão se congelar e se aderir a superfície da peça de trabalho. Uma técnica
Hama, G., Frederick, W., Millage, D., and Brown, H. (1954), Am. Ind. Hyg. Assoc. J., 15,21 1.
prática para tal pulverização de metal derretido foi inventada na década de 20 e tem
Henning, H. F. (1972), Ann. Occztp. Hyg., 15, 93-97.
sido útil na aplicação de metais, cerâmicas e pó de plástico nas peças de trabalho para
Kerby, R. C. and Jackson, H. E. (1979), "Use of Proteins in Electrowinning and Electrorefining
( I ) protegê-las contra corrosão, (2) reconstruir peças corroídas ou desgastadas, (3)
of Metals," ACS Symposium, Washington, DC, September.
melhorar a resistência ao desgaste, (4) reduzir custos de produção e (5) decorar super-
NIOSH (1 985), Conrrol Technology Assessment; Meral Plaling and Cleaning Operations, DH HS
fícies. Em anos recentes uma variedade de materiais tem sido pulverizada, como
(NIOSH) Publ. N V 85-102, National Institute for Occupational Safety and Health, Cincinnati,
mostra a Tabela 14.1. Os riscos de danos a saúde oriundos da pulverização térmica de
OH.
metais foi observada primeiramente em 1922 no Reino Unido quando operadores
Orenstein, G. L. (1983), Mach. Des., July 21, 1983, 91-92.
sofreram intoxicação por chumbo.
Swanson, R. (1985), Mach. Des., Sept. 12, 1985, 67-71.
Van Dusen, J. and Smith, J. W. (1989), Am. Ind Hyg. Assoc. J., 50, 252-256.
TABELA 14.1 Materiais d e pulverização
Metais Tungstênio, niquel, crõmio, tântalo, alumínio,
zircônio, irídio, cadmio, chumbo, rnolibdênio
Ligas Nicromo, aço inox, babit (metal branco), bronze
Cerâmica Alumina, zircónia, berília, espinélio, zircónio, vidro .
Componentes
intermetalicos Aluminídio de níquel, disulfeto de molibdênio
Componentes
intersticiais Carbeto de titânio, diboreto de zircônio,carbeto de cromo
Foiire: Lyman ( 1 964).
242 PULVERIZAÇÃOTÉRMICA DE METAIS
metal é suprido a câmera, e as explosões dirigem O pó derretido para a peça de traba- Uma série de ligas de fios foi empregada nos testes. A amostragem de ar em loca-
lho em velocidade de aproximadamente 760 mfseg (150.000 pés por minuto). São lização fixa foi realizada durante a pulverização. Embora as concentrações de ar não
aplicados com esta técnica o carbeto de tungstênio, O carbeto de cromo e o óxido de possas ser comparadas com os limites de exposições ocupacionais, os dados demons-
aluminio. A aplicação desta técnica é limitada. tram que é muito fácil exceder os limite minimos da ACGIH para o cromo hexavalente,
cobre e óxido de ferro, mesmo em uma câmara de pulverização bem planejada.
Os principais riscos oriundos das operações de pulverização térmica de metais inclu- 14.4 CONTROLE
em os vapores de metais, gases fixados pela energia da pistola, barulho e radiação não
ionizante. A exposição principal a vapores de metais tóxicos é comum a todas as O principal controle de poluentes do ar gerados durante a pulverização térmica de
técnicas. A alta concentração de vapores de metais no ar pode existir, uma vez que os metal é a ventilação exaustora local (Hagopian e Bastress, 1976; AWS, 1973). Metais
processos geram uma pulverização densa de partículas muito pequenas com ampla de baixa toxicidade podem ser exauridos com uma coifa aberta suspensa livremente
área de superfície; a pressão do vapor do metal na temperaturã de aplicação é aita, com uma velocidade de face de 1,02 mfseg (200 pés por minuto). O operador deve
levando a vaporização de metal e a oxidação subsequente para a formação de vapores. também usar um respirador com suprimento de ar com pressão positiva enquanto
Se o metal for superaquecido devido a um defeito ou ajuste irregular da pistola, este metalizando com metais tóxicos. Deve-se considerar também a exposição de outros
problema pode ser acentuado. trabalhadores na área, uma vez que sistemas com eficiências de deposições de 50%
A eficiência de deposição, isto é, a percentagem de metai pulverizado que é depo- representam uma fonte significante de poluição geral.
sitada na peça de trabalho, varia de acordo com as técnicas de aplicação e-o metal de Todas as técnicas de pulverização resultam em exposições a ruídos significativas e
revestimento. Para a pulverização por combustão com fios, a eficiência de deposição requerem programas eficazes de conservação da audição. Pulverização por combus-
varia de 90% para o alumínio a 55% para o chumbo; a técnica de arco de plasma varia tão representam as mais baixas exposições, enquanto que exposições maiores do que
de 50% para o carbeto de cromo a até 90% para alumina-titania. 120 dBA resultam da pulverização com plasma (Tabela 14.2) Uma redução de ruido
A eficiência de deposição, certamente, tem um impacto maior nas concentrações apreciável pode ser alcançada pela troca de características de operações do equipa-
do ar no ambiente de trabalho. Uma vez que a concentração aérea varia com o tipo de mento de pulverização. Na pulverização térmica a arco e pistolas de pó, o nível de
metal pulverizado, a técnica de aplicação, os parâmetros de operação, e a ferramenta- ruído pode ser reduzido 3-5 dBA através da diminuição da taxa do fluxo de ar ou de
geometria da peça de trabalho, é impossível estimar o nível de contaminação que gás. A amperagem reduzida em pistolas de pulverização com plasma e pistolas térmi-
pode ocorrer em uma dada operação. Há poucos estudos na literatura sobre exposi- cas a arco é eficaz na redução de ruído nestes equipamentos. Os resultados dos estu-
ções durante a pulverização de metal. Por este motivo, se um metal tóxico for pulve- dos citados anteriormente dão suporte para esta recomendações. Entretanto, a redução
rizado, amostras de ar devem ser coletadas para definir o nivel de exposição do
traba-
TABELA 14.2 Níveis típicos de ruído nos equipamentos de pulverização com chama
ihador.
. Um estudo abrangente da pulverização térmica a arco foi realizado pelo NIOSH a Faixa de Nível
pedido de um fabricante de equipamento (NIOSH, 1989). Este estudo ofereceu aos Equipamento Operação de Ruido (dBA)
investigadores uma rara oportunidade de reavaliar as exposições a irradiação, baru- Maçarico a gás Oxigénio-acetileno 88-89
lho e vapores de metais em circunstâncias normais e simuladas usando uma varieda- Pistola dè pulverização de pó Acetileno 88-89
de de condições de operação. A ênfase principal deste estudo foi a investigação das Acetileno com jato de ar a 50 psi 110
exposições a irradiações óticas. Os níveis máximos observados em uma série de 12 Hidrogênio 100-101
operações diferentes foram os seguintes: irradiação actínica (20&3 15 nM), 22
pW/ Pistola de combustão de fios Acetileno 114
(fios de 118 e 3116 pol.) Propano 118
cm2; irradiação visível,
16,7 cd/cm2; e irradiação infra vermelha, 170 pWlcm2. Os
Propadieno metilacetileno 118
niveis máximos observados de todos três tipos de irradiação ótica nestas operações Pistolas de arco eletrico 24 V, 200 A 11 1
excederam as recomendações da ACGIH. Este relatório do MOSH seria útil a um 35 V, 500 A 116
especialista em saúde ocupacional que estivesse planejando e conduzindo um estudo Pistola de pulverização Nitrogênio 12510 fluxos, 600 A 134
completo de irradiação visível e UV proveniente de operações de pulverização de metal. com chama e plasma Nitrogénioihidrogênio 75115 fluxos, 600 A 133
A exposição ao ruído na curva de compensação A das 12 operações variaram de Argônio 20010 fluxos, 1000 A 128
um mínimo de 107 a um máximo de 119 dBA. Análises de faixas de oitavas revela- 26010 fluxos, 800 A 131
ram que a principal energia está concentrada nas faixas de oitavas de 2000 a 4000 Hz Argõnioihidrogênio 80115 fluxos, 600 A 132
e são emitidas pela liberação de ar comprimido pelo bocal. Uma redução de 3 dBA foi 15015 fluxos, 600 A 127
notada quando o ar comprimido caiu de 100 para 20 psig; uma redução similar foi Fonte: Metco Inc. (1978).
encontrada quando a corrente foi reduzida de 250 para 100 A.
246 PULVERIZAÇÃO TÉRMICA DE METAIS
'
NIOSH (1 989), Health Hazard Evaluation Report 88-136-1 945, Miller Thermal Technologies, Referências
Inc., Appleton, WI, National Institute for Occupational Safety and Health, Cincinnati, OH.
15.1 INTRODUÇÃO
Processos de pintura são usados amplamente na indústria para se conseguir um reves-
timento de superfície, protegendo contra a corrosão, aparência, isolamento elétrico,
proteção anti-chama e para outros fins especiais. A aplicação ampla desta tecnologia,
de oficinas de reparo a pintura automatizada de automóveis, inclui mais de meio
milhão de trabalhadores nos Estados Unidos. Deste número, 200.000 trabalhadores
estão empregados nas oficinas de lanternagem de carros.
Embora o estado de saúde dos pintores ainda não tenha sido bem definido, os
estudos já concluídos sugerem efeitos agudos e crônicos no sistema nervoso central,
complicações hematológicas e excessiva mortalidade por câncer. Além disso, pode
248 PINTURA 15.2 SISTEMAS DE PINTURA 249
ocorrer sensibilização respiratória nas formulações que utilizam epoxi e ésteres do TABELA 15.1 Componentes da tinta
ácido carbâmico (uretano) e sensibilização dérmica pode ser causada pela amina do Componente
catalizador em pinturas por pulverização. ~rinci~al Com~onentes Finalidade
Preocupações com o meio ambiente e regulamentações nos Estados Unidos resul- Veículo Ligante Resina para a formação de filme
taram em mudanças importantes nos sistemas de pinturas. Em 1985 um porta-voz de Solvente Dissolvente para ajuste da viscosidade
uma indústria declarou que as novas tintas em pó e tintas insolúveis somavam 40% Massas Massas em geral Capacidade de cobertura, encorpamento, cor
do mercado industrial, enquanto que o mercado de revestimentos industriais tradici- Pigmentos Opacidade, cor
onais a base de solventes declinava 5% a cada ano (Anon., 1985). Naquela época, o Dilatadores Massas para o encorpamento
setor manufatureiro estava defasado em relação ao setor de construções quanto ao Aditivos Secadores Aceleração da secagem ou da cura
ritmo de substituição pelos sistemas mais recentes. Uma década mais tarde esta situ- Biocida Prevenção do crescimentode mofo ou fungos
ação mudou e as fábricas apresentam um crescimento acelerado na substituição de Agentes planificadores Proporcionar pouco lustro
tintas a base de solventes. Estabilizadores Proteger contra calor e radiação UV
Anticrosta Evitar a formacão de crosta na lata
15.2 SISTEMAS DE PINTURA
O termo tinta é usado comumente para identificar uma variedade de revestimentos das técnicas de pinturas. Sistemas de tintas em pó (baixo solvente) representam a
orgânicos incluindo tintas, vernizes, esmaltes e lacas. A tinta convencional é a mistu- contribuição para a redução da exposição a solvente.
ra de um pigmento inorgânico disperso em um meio que consiste de um ligante (resi- Historicamente, as massas de encorpamento, incluindo pigmentos e dilatadores,
I na) e um solvente, além de massas especiais para encorpamento e aditivos. O verniz têm sido considerados um risco significativo a saúde no processo de pintura (Tabela
é um produto sem pigmentos a base de óleo e resina natural em solvente, que se seca 15.3). Entre os pigmentos brancos comuns inclui-se a betonita e a porcelana, o talco,
primeiro pela evaporação do solvente e então pela oxidação da resina ligante. Exis- o dióxido de titânio e o óxido de zinco. Entre os pós de mineraisusados como dilatadores
tem também disponíveis vernizes com base em resinas sintéticas. Um verniz para controlar a viscosidade, textura e brilho inclui-se o talco, a argila, o carbonato de
pigmentado é chamado esmalte. Lacas são revestimentos nos quais os solventes eva-
poram, deixando uma camada fina que pode ser redissolvida no solvente original. TABELA 15.2 Resinas para pinturas
A formulação mais recente para tinta ein pó a seco contém alta quantidade de tinta
em pó e baixa quantidade de solvente. O pó, que representa a formulação completa da Resina Métodos de fabricação
tinta incluindo resina, pigmento e aditivos, é transportado de um reservatório para a Acrilica Compostos de polivinilideno derivados de ésteres de acrílico e ácido
1 pistola de pulverização por pressão de ar comprimido. Na pistola, uma carga elétrica metacrílico. Uma resina comum é polimetilmetacrilada.
é aplicada a cada uma das partículas da tinta. Este pó seco é soprado suavemente Alquidica Interação entre um ácido policarboxilico ou de gordura ou seu anidrido
(e.g., anidrido ftálico), um álcool polihidrico (e.g., glicerol e um óleo
sobre a peça de trabalho aterrada eletricamente e, após o revestimento, as partes são vegetal ou seu ácido gorduroso.
levadas a estufa para a fusão da camada de pó resultando em um revestimento contí- Amina Formada pela condensação polimerização de um aldeido com uma amina
nuo (AFP, 1990). Esta técnica oferece um acabamento de alta qualidade e ao mesmo ou a m i d w s resinas principais são uréia-formaldeída e polimeros
tempo elimina a exposição do trabalhador aos solventes. Resinas de aplicação térmi- formaldeido-melamina.
ca, usadas para decoração e revestimento de proteção, tém como base o epoxi, o poli- Epoxi Produzida pela condensação polimerização entre epicloridrina e difenilol-
éster e resinas acrilicas. Em locais críticos, aplica-se camadas espessas de resinas propano (bisfenol A).
termoplásticas. Fenólica Resinas de baixo peso molecular formadas quando um componente
aromático com um grupo hidroxila agregado ao núcleo do benzeno reage
com um aldeido como o formaldeido na presença de um catalizador.
15.2.1 Sistemas de Tinta Liquida Poliuretano Polimeros formados pela reação de isocianatos. com compostos hidroxi.
15.2.1.1 Tintas B Base de Solventes. As tintas convencionais a base de solventes Se um diisocianato reage com um alifático glicol (diol) forma-se um
consistem de um veiculo, massa e aditivos (Tabela 15.1). O veículo representa o total polímero linear. Um polimero conectado transversalmenteé formado quando
do conteúdo líquido da tinta e inclui o ligante e o solvente. O ligante, que é o ingredi- o diisocianato reage com água e polióleos como os óleos vegetais,
poliésteres e poliéteres.
ente de formação da película, pode ser um óleo natural ou uma resina, incluindo o
óleo de linhaça e materiais óleo-resinosos ou um material sintético como as resinas Vinil Um hidrogênio de etenos monosubstituidos (i.e., etileno) substituído pelo
alquidicas (Tabela 15.2). Os sistemas de solventes são variados e complexos. Os hidroxil-cloreto, acetato ou outros grupos. Os principais ligantes de tintas
solventes orgânicos mais comuns incluem os hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, são o cloreto de polivinil e acetato de polivinil. Copolimeros são também
cetonas, álcoois, glicóis e éteres/ésteres glicóis. Estes solventes têm pressão de vapor usados como ligantes.
alta e representam o componente mais crítico de exposição do trabalhador na maioria