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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

POLÍCIA MILITAR
DEI CFA

Técnicas e
Tecnologias não-letais

Instrutores:

Maj PM Lamaison Luiz da Silva Silveira


Cap PM Celso Luiz Ferrari
Cap PM Cleber Bongestab
1º Ten PM Charles Souza Silva
1º Ten PM Leonir Evaristo Vulpi Júnior
2º Ten PM Jefferson Pinheiro

2010
I - PREAMBULO HISTÓRICO
Vem de muito longe o emprego de agentes químicos pelo homem em situações
de beligerância. Suas utilizações, das mais variadas, ficam exemplificadas em
diversos relatos da história:

Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.): A rivalidade político-econômica


entre Atenas e Esparta provoca o confronto que se estende por vinte e sete
anos. Atenas, democrática, mercantil e imperialista, baseia sua força em um
imenso poderio naval e agrupa seus aliados na Confederação de Delos.
Esparta, conservadora, agrária e autonomista, dispõe do mais combativo
Exército da Grécia e lidera a Liga do Peloponeso. A vitória de Esparta marca o
fim da hegemonia ateniense.

Sítio de Délio: Durante a Guerra do Peloponeso, por ocasião do Sítio de Délio


em 423 a.C., foi usado pelos espartanos um ancestral dos atuais lança-chamas.
O aparato consistia de um tronco oco de árvore, cuja extremidade inferior era
adaptado um recipiente contendo uma mistura de carvão inflamado, enxofre, pez
e pedaços de tecido. Um tipo de fole lançava a mistura inflamada em forma de
jatos sobre as fortificações inimigas, provocando incêndios, que auxiliavam os
sitiantes na conquista das cidades.

Sítio de Platéa: Ainda durante a Guerra do Peloponeso, parece que o mais


antigo esforço para se vencer um inimigo por meio de gases tóxicos sufocantes,
se deu por ocasião do Sítio de Platéa, em 428 a.C. ARQUIDAMOS, príncipe
espartano, filho de ZEUXIDÁCUOS, rei dos Lacedênios, fez queimar uma
grande quantidade de lenha misturada com enxofre e pez, nos fossos que
circundavam os muros da cidade, contando com um vento favorável que levasse
a fumaça e o fogo ao reduto dos defensores. A operação, todavia não deu
resultado, pois sobrevieram ventos contrários e fortes chuvas que dissiparam e
apagaram o incêndio. ARQUIDAMOS, desmoralizado, licenciou parte de suas
tropas e se retirou.

Alexandre Magno (356 a.C. a 323 a.C.): ALEXANDRE, o maior General da


Antiguidade, costumava mandar lançar, por meio de elementos de sua infantaria
ligeira, cal viva misturada com cinzas sobre as regiões por onde, provavelmente,
passaria a cavalaria inimiga durante o combate. A cal viva levantada pelo galope
da cavalaria penetrava pelas armaduras e couraças dos cavalarianos e em
contato com seus corpos suados, agia como um poderoso VESICANTE,
provocando inúmeras baixas.

Batalha de Yprés: Às 17 horas do dia 22 de abril de 1915, os alemães lançaram


o Cloro (Cl), sobre a junção das tropas coloniais franco-britânicas, nas
vizinhanças de Langemarch, perto de Yprés, Bélgica, utilizando para isso,
cilindros contendo 108 toneladas de Cloro, que foram simplesmente abertos,
cabendo à força impulsiva do vento, o transporte da nuvem de gás até as linhas
aliadas.
A extensão da nuvem era de aproximadamente, seis quilômetros e durou cerca
de oito minutos, tempo suficiente para provocar, no espaço de uma hora, 15.000
baixas, sendo 5.000 fatais.
II - DEFINIÇÃO
O Conceito Não-Letal foi estabelecido simultaneamente nos Estados Unidos e
na Europa no início da década de 1990. Segundo a OTAN, “Armas não-letais
são armas especificamente projetadas e empregadas para incapacitar
temporariamente pessoal ou material, ao mesmo tempo em que minimizam
mortes e ferimentos permanentes, danos indesejáveis à propriedade e
comprometimento do meio-ambiente.
Diferentemente das armas letais convencionais, que destroem principalmente
por meio de explosão, penetração e fragmentação, as armas não-letais
empregam outros meios, que não a destruição física para neutralizar seus alvos.
As armas não letais têm ampla aplicação na área da segurança pública,
especialmente no controle de distúrbios de toda ordem, inclusive no caso de
rebeliões no sistema carcerário, em operações especiais, no policiamento
ostensivo e no caso de graves calamidades públicas, como a causada em
agosto de 2005 pelo furacão Katrina, nos Estados Unidos.
Diante da recente realidade geopolítica do mundo, das ameaças terroristas, dos
constantes alertas de bomba, das ações do crime organizado e do crescente
número de conflitos rurais e urbanos, a adoção de um novo conceito de
segurança se torna imprescindível.
Aspectos culturais que envolvem, por exemplo, mudanças na legislação,
capacitação de agentes da lei e a conscientização de seus comandos serão
aliados na disseminação de um novo conceito fundamentado em atitudes mais
humanas, e que tenha como princípio primordial a preservação da vida.
Essa visão mais humanitária do uso da força foi evidenciada no Oitavo
Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção e Tratamento dos
Delinqüentes, que, nos Princípios Básicos aprovados em 7 de setembro de
1990, recomendou a progressiva adoção de armas não-letais nas ações de
segurança pública, com vistas a reduzir ao mínimo o uso de meios que
provoquem lesões mais sérias ou morte, ou seja, o uso das armas de fogo fica
restrito às situações nas quais os meios não-letais se mostrem insuficientes para
a neutralização do infrator da Lei ou para a própria defesa das forças de
segurança operantes.
Apesar da privilegiada situação brasileira em relação às grandes tensões
internacionais, vivemos um estado marcado por constantes conflitos urbanos e
rurais, decorrentes de uma histórica desigualdade social e da ação de
criminosos ligados ao tráfico de drogas. Nos dois casos, o emprego
convencional da força policial pode ser extremamente danoso, porque pode
conduzir a tragédias, como a que ocorreu em Eldorado dos Carajás ou às “balas
perdidas” que freqüentemente atingem vítimas inocentes.

“TECNOLOGIAS QUE VISAM INCAPACITAR OU DEGRADAR, PESSOAS,


MATERIAIS E/OU EQUIPAMENTOS, OU SEJA, NÃO TEM COMO OBJETIVO
MATAR, NEM TAMPOUCO CAUSAR INCAPACITAÇÕES PERMANENTES,
MAS SIM DEGRADAÇÕES E INCAPACITAÇÕES MOMENTÂNEAS OU
PASSAGEIRAS, PRIMANDO PELA INTEGRIDADE FÍSICA E PELA VIDA DOS
ALVOS”
III - CLASSIFICAÇÃO
A classificação dos equipamentos não letais está de acordo com o tipo de alvo,
sendo ANTIPESSOAL ou ANTIMATERIAL, ou seja, as tecnologias podem ser
empregadas tanto para incapacitar pessoas como também estruturas e
ambientes.

Elas ainda podem ser classificadas de acordo com a tecnologia empregada:


sendo de NATUREZA FÍSICA, quando funciona por meio de IMPACTO
CINÉTICO, RESTRIÇÃO FÍSICA OU PERFURAÇÃO; de NATUREZA
QUÍMICA, quando opera pela REAÇÃO QUÍMICA ENTRE O AGENTE
QUÍMICO E A PESSOA, OU OBJETO; de ENERGIA DIRIGIDA, quando
funciona por meio da APLICAÇÃO DE ENERGIA ELETROMAGNÉTICA OU
ACÚSTICA SOBRE O ALVO; de NATUREZA BIOLÓGICA, quando opera por
meio de uma REAÇÃO BIOLÓGICA ENTRE O AGENTE E O MATERIAL
OBJETO; de GUERRA DA INFORMAÇÃO, quando BASEADA NA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (INCAPACITANDO MEIOS DE
COMUNICAÇÃO COMO TELEFONE, RADIO, INTERNET, ETC.); de
OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS, quando opera INFLUENCIANDO O
PENSAMENTO E O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO DO INIMIGO.

ANTIPESSOAL

Dentro da classificação de tecnologias não letais antipessoal podemos


classificá-las como FÍSICAS, sendo exemplos os projéteis de borracha/plástico,
o canhão d’água, redes, ar-comprimido; QUÍMICAS quando forem irritantes,
espumas aderentes, calmantes, alucinógenos, agentes nauseantes, agentes
olfativos, corantes (tintura), CN/CS, spray de pimenta (OC); de ENERGIA
DIRIGIDA, sendo de origem eletromagnética, luzes estonteantes, granadas de
luz e som, laser não cegante, armas de atordoamento, luzes pulsantes
(estroboscópicas), microondas, hologramas, e de ORIGEM ACÚSTICA, as
ruidosas e os infra-sons; no que tange as tecnologias de origem BIOLÓGICA,
não há agente antipessoal de natureza não letal.

ANTIMATERIAL

Tecnologias não letais antimaterial, temos as FÍSICAS,como redes para


veículos, arames embaraçadores, fibras embaraçadoras, estrepes e tiras de
espetos; as QUÍMICAS temos as de alteração da combustão, entupidores de
filtros, espumas aderentes, agentes de viscosidade, obscurantes, agentes
agressivos (superácidos, cáusticos, solventes, quebradiços, abrasivos e
catalizadores), fibras/partículas metálicas, redutores de fricção e de controle
ambiental; as BIOLÓGICAS como agente degradantes (derivados de petróleo,
metais, plásticos, concreto e explosivos) e as de ENERGIA DIRIGIDA, de
origem eletromagnética, pulsos de energia, microondas de alta-energia, injeção
direta, pulso eletromagnético não nuclear, laser contra sensores, interferidores,
feixes de partículas e de origem ACÚSTICA infra-sons e ultra-sons.
IV - AGENTES QUÍMICOS
Toda substância que, por sua atividade química, produza, quando
empregada para fins militares, um efeito tóxico, fumígeno ou incendiário.

Quanto ao seu Estado Físico: Sólido, líquido ou gasoso.

Quanto à sua Classificação Básica: TÓXICOS Substância nociva ao


organismo e que produz alterações físicas e/ou psíquicas diversas, podendo
causar sérias modificações de comportamento, além de, comumente, gerar
dependência. (Novo Aurélio, O Dicionário da Língua Portuguesa, Século XXI –
Ed. Nova Fronteira), FUMÍGENOS (os que por queima, hidrólise ou
condensação, produzam fumaça ou neblina) e INCENDIÁRIOS (aqueles que
gerando altas temperaturas, provoquem incêndios em materiais combustíveis).

Quanto ao seu Emprego Tático: De acordo com o destino, ou a finalidade à


qual se prendem, podendo ser: CAUSADORES DE BAIXAS (os que, por seus
efeitos sobre o organismo humano, produzem a morte ou incapacitação
prolongada do oponente), INQUIETANTES (agentes de efeitos leves e
temporários, porém desagradáveis, que diminuem a capacidade
combativa/operativa do oponente), INCAPACITANTES (agem sobre as funções
psíquicas do homem, ocasionando confusão mental e desordem muscular),
FUMÍGENOS (podendo ser de Cobertura ou Sinalização) e os
INCENDIÁRIOS.

Quanto à sua Ação Fisiológica: SUFOCANTES (Irritam e inflamam o Sistema


Respiratório), VESICANTES (agem principalmente sobre a pele, causando a
necrose do protoplasma das células), NEUROTÓXICOS (inibidores de
colinesterases, agem sobre o Sistema Nervoso), HEMATÓXICOS (agem sobre
o sangue), VOMITIVOS (chamados pelos alemães de “Maskenbrecker”, atuam
sobre o nariz, garganta e sistema nervoso, causando tosse espasmódica,
espirros, náuseas e vômitos, acompanhado de debilidades físicas e mentais,
que podem durar até três horas), LACRIMOGÊNEOS (agentes que atacam os
olhos e as vias aéreas superiores, causando lacrimejamento abundante e
grande desconforto) e os PSICOQUÍMICOS (os que agem sobre as funções
físicas e mentais do combatente, causando grande confusão mental, perda do
equilíbrio e da coordenação motora).
V - FATORES RELACIONADOS À EFICÁCIA DO AGENTE
QUÍMICO

1. Propriedades físico-químicas dos agentes: A volatilidade é uma


propriedade física especialmente importante para a duração da eficiência do
agente. Outras propriedades físicas como: estado físico da matéria, densidade
do vapor, peso molecular, pontos de fulgor e ignição, temperaturas de
congelamento e ebulição, também podem influenciar na persistência de um
agente químico. O grau de hidrólise*, de estabilidade na armazenagem e a
ação sobre metais e outros materiais, são propriedades químicas que
influenciam no comportamento dos agentes.
*Hidrólise: Reação de qualquer substância química com a água, tendo como
produto, uma ou mais substâncias novas.

2. Método de dispersão: Quando uma munição química explode em contato


com o solo, o sopro da carga de arrebentamento, destinado a romper o
invólucro da granada, dispersa a carga química. Parte desta carga é lançada
para dentro da cratera formada pela explosão, parte é decomposta pelas altas
temperaturas geradas (calor) e pelo “blast” (sopro) e parte é espalhada na
forma de partículas.

3. Quantidade de agente lançado: Obviamente, quanto maior a quantidade de


agente empregado, menor será a quantidade perdida, e conseqüentemente
maior será o período que permanecerá ativo.

4. Temperatura do Ar: Altas temperaturas aceleram o processo de evaporação


dos agentes líquidos, ocorrendo o inverso com baixas temperaturas. Um
mesmo agente terá sua persistência aumentada ou diminuída, conforme a
temperatura abaixe ou diminua. A razão da persistência de um agente químico
num ambiente é inversamente proporcional à temperatura do ar.

5. Velocidade do Vento: Ventos fortes aceleram o processo de evaporação


dos agentes líquidos e as nuvens de gás são rapidamente dissipadas quando a
velocidade do vento é alta.

6. Vegetação: Os terrenos cobertos por vegetação são mais propícios ao


emprego de agentes do que os terrenos limpos. Um gás disseminado em um
bosque denso, tende a permanecer por mais tempo do que aquele disseminado
em um bosque aberto.

7. Natureza do Solo: A umidade, o grau de permeabilidade e a dureza do solo


são fatores preponderantes na persistência de um agente químico. Terrenos
pedregosos ou arenosos tendem a absorver com mais facilidade as munições
no estado líquido. Os úmidos manterão presas as partículas sólidas do agente
empregado. Já os terrenos secos e duros, como aqueles cobertas por manta
asfáltica, não permitirão uma perda apreciável da carga empregada.

8. Topografia do Terreno: As nuvens de gás fluem através do terreno


ondulado, descendo para os vales, penetrando em cavidades, terrenos baixos e
depressões, tendendo a rodear os obstáculos ou terrenos elevados. O terreno
irregular retarda o movimento da nuvem de gás, enquanto que o liso e plano,
proporciona um movimento constante e suave. Por essa razão, quanto mais
acidentado for o terreno, tanto maior será a persistência do agente empregado.
VI - TIPOS DE AGENTES
CLOROACETOFENONA:
1. Símbolo: CN.
2. Histórico: Descoberto em 1869 por Graebe.
3. Odor: Botões de macieira.
4. Produtos da hidrólise: Ácido clorídrico e hidroxilmetilfenilcetona.
5. Ação sobre o organismo:
Dosagem letal média – 14.000 mg/min - m3
Dosagem média de incapacitação – 20 mg/min - m3
6. Pouco solúvel em água.
7. Período de descontaminação: 20 minutos.
8. Proteção: Máscara contra gases.
Trata-se de um sólido branco com odor de flor de macieira e foi desenvolvido
em 1923 nos Estados Unidos. Mesmo sendo classificado como agente
lacrimogêneo, o CN em concentrações adequadas possui muitos efeitos tóxicos
além da lacrimação. Em altas concentrações pode se tornar vesicante. O CN é
muito mais tóxico que o agente CS, sendo mais provável os efeitos
permanentes nos olhos e na pele. Por este motivo, para uso em treinamento
está sendo substituído pelo CS, que, além de ser muito menos tóxico, é dez
vezes mais potente.
A toxicidade do CN está em seus fortes efeitos na pele e olhos. Quando em
contato com a pele repetidamente torna -se alergênico. Em indivíduos expostos
ao spray, as lesões se desenvolvem em dois estágios: primeiramente,
vermelhidão e sensação de queima; no dia seguinte, aparecem edemas com
secreções. Na ausência de tratamento as feridas se infeccionam.

ORTOCLOROBENZILMALONONITRILO:
1. Símbolo: CS.
2. Histórico: A sigla CS identifica o agente químico empregado no
controle de tumultos em maior evidência nos últimos anos. É formado pelas
iniciais de dois cientistas, B.B. Carson e R.W. Stoughton, que o sintetizaram
pela primeira vez em 1928. Por sua eficácia, substituiu com vantagem, os
demais agentes lacrimogêneos (tais como o CN e o Bromoacetato de Etila).
Desde 1959, é o agente padrão para controle de distúrbios do Exército
Americano, que o empregou com sucesso, nas operações de combate no
Vietnã (o CS foi largamente empregado pelos soldados americanos, nos túneis
utilizados como esconderijos pelos norte-vietnamitas, a fim de dificultar sua
reocupação pelo inimigo).
3. Odor: Lembra a pimenta.
4. Produto da hidrólise: Ácido clorídrico, demais desconhecidos.
5. Ação sobre o organismo:
Dosagem letal média – 25.000 mg/min - m3
Dosagem média de incapacitação – 10-20 mg/min - m3
6. Ação sobre os olhos: 1 à 5 mg - min/m3.
7. Efeitos Fisiológicos: Os efeitos do CS são fisiologicamente
marcantes, mesmo em baixas concentrações. Seus efeitos inquietantes são
sentidos imediatamente e perduram por 5 a 10 minutos, após o indivíduo
exposto ter sido conduzido para local descontaminado. Durante esse período, a
capacidade combativa do oponente é diminuída sensivelmente, em virtude do
grande desconforto físico causado pela exposição ao agente, que se traduz em
contração involuntária das pálpebras, lacrimejamento abundante, corrimento
nasal e ardência nas partes úmidas do corpo, além ainda de náuseas, vômitos,
tonturas e torpor, quando de exposições severas. OBSERVAÇÃO: Pelos
efeitos ora descritos, conclui-se que o agente não deve ser utilizado nas
proximidades de hospitais, escolas ou asilos.
8. Insolúvel em água e solúvel em cloro metileno.
9. Período de descontaminação: 5 à 10 minutos.
10. Proteção: Máscara contra gases, capuz e luvas de borracha.

Em 1959, o exército americano passou a adotar o agente CS para treinamento


de combate e para controle de crises. O agente CS foi considerado seguro e
eficaz especialmente em treinamentos, em baixas concentrações. Pode ser
disseminado em granadas, como aerossol de partículas sólidas ou em solução
com cloreto de metileno ou acetona. Trata-se de um sólido branco cristalino,
com odor de pimenta. O agente CS é pouco solúvel em água, mas apresenta
solubilidade moderada em álcool e boa em solventes orgânicos como hexano,
acetona, clorofórmio, diclorometano, acetato de etila e benzeno. A nuvem do
agente é branca no momento do lançamento e alguns segundos depois. Mesmo
não sendo muito persistente, o CS pode aderir a superfícies rugosas como
roupas de onde é eliminado lentamente. É necessário aproximadamente uma
hora de aeração para remover o CS destes materiais após exposição.

OLEORESINA DE CAPSAÍCINA:
1. Símbolo: OC.
2. Histórico: Descoberto na década de 80/EUA-CANADÁ.
3. Produtos da hidrólise: desconhecidos.
4. Ação sobre o organismo:
Dosagem letal média – desconhecida.
Dosagem média de incapacitação – desconhecida.
5. Insolúvel em água fria e parcialmente solúvel na água morna,
sendo, entretanto livremente solúvel em éter, benzeno, clorofórmio,
álcool, óleos e gordura.
6. Período de descontaminação: 45 minutos.
7. Proteção: Máscara contra gases, capuz e luvas de borracha.
O princípio ativo que causa o "calor" das pimentas é um alcalóide cristalino
denominado de capsaicina. Ele é produzido por glândulas localizadas na junção
da placenta e a parede do fruto. A capsaicina se espalha por todo o interior do
fruto mas é mais concentrado no tecido placentário. Portanto, se quiser comer a
pimenta mais suave, retire as sementes, isto ajuda a tirar grande parte do
alcalóide.
A capsaicina é um alcalóide incrivelmente poderoso e estável, aparentemente
não afetado pelo frio ou calor, e retém seu potencial original, a despeito do
tempo, cozimento ou congelamento. Por não possuir sabor, odor ou cor, é um
dos compostos mais "pungentes" (picantes) até agora conhecidos, detectado no
palato (céu da boca) em diluições de 1 para 17 milhões. É ligeiramente solúvel
em água, mas muito solúvel em álcoois, gorduras e óleos. Vale dizer que
quando comer uma pimenta e arder muito na boca e língua, o melhor é tomar
uma pequena dose de vodka ou um copo de leite para amenizar, ao invés de
tomar água.
As aves não têm a mesma sensibilidade à capsicina que os mamíferos. De fato,
as pimentas são uma das suas comidas favoritas e elas contribuem para a sua
disseminação. Por outro lado, na África, muitas vezes se plantam pimentas à
volta das casas e campos cultivados, não só para a sua utilização e venda, mas
principalmente para evitar ataques de macacos e outros animais.
VII - MÉTODOS DE DISPERSÃO

• Por combustão;

• Por espargimento;

• Por explosão;

• Por volatilização.
VIII - GRANADAS

Existe uma variedades de granadas para todas as funções muito bem definidas.
Nosso objetivo é citar algumas, comentando sua aplicabilidade.

a) Granada Indoor explosiva de efeito moral especial - Para utilização em


ambiente fechado, tendo como característica principal corpo fabricado
inteiramente em borracha e o retardo de 1,5 segundos (própria para ações de
adentramento), são equipadas com sistema de iniciação duplo estagio que
permite a ejeção do corpo do acionador antes da explosão da carga principal.
Referencia: GB – 704

b) Granada explosiva de efeito moral (duplo estagio) – Produto


manufaturado em borracha sintética na cor branca, de formato cilíndrico
equipado com seguro acionador de plástico, que é ejetado segundos antes da
detonação do explosivo, impedindo a perigosa projeção do conjunto de
iniciação (EOT), garantindo dessa forma a segurança do operador e dos
manifestantes quando lançados ao alvo, possui grande efeito atordoante
provocado pela carga explosiva.
A granada explosiva de efeito moral causa um efeito atordoante, devido a
detonação da carga explosiva associada a nuvem de um pó branco, que causa
um efeito psicológico nos agressores, sem nenhuma agressividade química.
Referencia: GL – 304

c) Granada explosiva de luz e som (duplo estagio) - Produto manufaturado


em borracha sintética cor preta de formato cilíndrico, equipado com um seguro
acionador EOT de plástico que é ejetado segundos antes da detonação do
explosivo, impedindo a perigosa projeção do conjunto de iniciação (EOT),
garantindo dessa forma a segurança do operador e dos manifestantes quando
lançados ao alvo, possui grande efeito atordoante provocado pela detonação da
carga explosiva, associada a luminosidade intensa que ofusca a visão dos
agressores por alguns segundos, permitindo uma eficiente ação policial. Um
bom exemplo é na utilização em ambientes fechados, onde se deseja desalojar
pessoas confinadas. Referencia: GL – 307

d) Granada explosiva de luz e som – indoor - Especiais para utilização em


ambiente fechado, corpo fabricado inteiramente em borracha e o retardo de 1,5
segundos (própria para ações de adentramento) sistema de iniciação de duplo
estagio, Referencia GB – 707

e) Granada de emissão lacrimogênea - Características: Comprimento: 122


mm, Diâmetro: 80 mm, Formato: esférico que permite o lançamento por
rolamento no solo, Peso: 287 g, Tempo De Retardo: 1,5 s, Material Do Corpo:
borracha maleável, Acionamento: manual por acionamento tipo espoleta e/ou
EOT, com argola, grampo de segurança e alça, Funcionamento: produz intensa
nuvem de fumaça contendo agente lacrimogêneo -
ORTOCLOROBENZALMALONONITRILO, Características Adicionais: munição
não-letal Referencia GB – 705

f) Granada explosiva de lacrimogênea (duplo estagio) - Produto


manufaturado em borracha sintética na cor branca, de formato cilíndrico
equipado com seguro acionador de plástico, que é ejetado segundos antes da
detonação do explosivo, impedindo a perigosa projeção do conjunto de
iniciação (EOT), garantindo dessa forma a segurança do operador e dos
manifestantes quando lançados ao alvo. Sua utilização causa um grande efeito
atordoante provocado pela detonação da carga explosiva, associado a uma
carga química de agente de lacrimogêneo (CS). Sua aplicabilidade é no
controle de distúrbios, devendo ocorrer a explosão a uma distância mínima de
10 metros dos cidadãos infratores.
Referencia: GL – 305

g) Granada explosiva com gás de pimenta – Sua aplicabilidade se dá quando


o uso do espargiador não é eficaz. É importante destacar que deverá ser
lançada a uma distância mínima de 10 metros dos infratores, visto que existe a
possibilidade de projeção de particulares, oriundas da fragmentação do corpo
plástico da granada. O efeito atordoante é causado pela detonação da carga
explosiva e aliado a carga química de agente de pimenta, faz com que os
manifestantes se retirem do local. Referencia: GB – 708

h) Granada identificadora – Possui um grande efeito atordoante provocado


pela detonação da carga explosiva, associado ao efeito da emissão de
particular de gel de cor vermelha e não tóxica. Seu objetivo é marcar os
infratores para posterior identificação. Referencia: GB – 706

i) Granada lacrimogênea de movimentos aleatórios – Atua por saturação do


ambientes, por intermédio de geração de intensa nuvem de agente
lacrimogêneo. Durante a emissão lacrimogênea a granada se movimenta
aleatoriamente no terreno, o que amplia a área gasada e impossibilita sua
devolução contra a tropa. Referencia: GL – 310

Observação:
1) Não é recomendável o transporte coletivo de granadas explosivas em
bornais ou sacolas, sob o risco do grampo ou alça de uma granada prender-se
à argola de outra. Com a movimentação do homem, isto pode provocar um
acionamento acidental.
2) As granadas devem ser utilizadas apenas por pessoal especialmente
treinando em operações com granadas.
3) Quando da utilização de qualquer produto, é necessário verificar o prazo de
validade.
Descrição das peças de uma granada:
Exemplos de granadas da CONDOR:
IX - ESPARGIDORES

São artefatos usados para dispersar agentes químicos no ambiente. É utilizado


principalmente na defesa pessoal. Sua ação é imediata, provocando o
fechamento involuntário dos olhos e intensa sensação de queimadura nos
olhos, boca, nariz e garganta.

Descreveremos dois exemplos de espargidores bastante utilizados:

Espargidor de Agente Lacrimogêneo GL 108 ou 109(CS ou OC)


Aplicações: Desenvolvido para utilização em ações de auto defesa, controle de
pequenos distúrbios e saturação de ambientes. Deve-se respeitar uma distância
mínima de utilização de 1(um) metro entre o espargidor e o agressor.

GL 108 ou 109(CS ou OC)MAX – Espargidor de Agente Lacrimogêneo.


Aplicações: Ação rápida na dispersão de aglomerações a distâncias a partir de
5 (cinco) metros, agindo seletivamente contra os manifestantes.
X - MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO

São munições que utilizam a tecnologia física e, por meio de impacto de baixa
energia cinética, provocando hematomas e fortes dores. O projétil possui alto
poder de intimidação psicológica. São utilizadas em operações de controle de
graves distúrbios e combate á criminalidade.

Alguns produtos:

1)

OPERAÇÃO
Pode ser disparado por qualquer arma cal. 12 de alma lisa, sem “choke”, ou
pelo lançador CONDOR AM-402. É importante que o cano da arma esteja
limpo.
O disparo deve ser feito apontando-se a arma para as pernas dos infratores da
lei. Não atirar contra a cabeça e o baixo ventre. O disparo não deve ser
realizado a distâncias inferiores a 20 m.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
O cartucho é composto de estojo de plástico com base de metal, espoleta de
percussão, carga de projeção e projétil(s) de elastômero macio na cor preta.
2)

OPERAÇÃO
Deve ser disparado pelo Lançador CONDOR AM-600 ou por lançador de
mesmo calibre da munição. É importante que o cano da arma esteja limpo.
O disparo deve ser feito apontando-se a arma para as pernas dos infratores da
lei. Não atirar contra a cabeça e o baixo ventre. O disparo não deve ser
realizado a distâncias inferiores a 20 m.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
O cartucho é composto de estojo de alumínio, espoleta de percussão, carga de
projeção, bucha de papelão e projetis de elastômero macio na cor preta.

3) BEAN BAG

Uma munição bastante comum em diversas


forças policiais é a chamada " bean bag", ou
bolsa de feijão, onde um cartucho calibre 12
é carregado com um apequena bolsa sintética
contendo uma determinada quantidade de
grãos de feijão.
A Bean Bag Ammunition transfere
aproximadamente 85 libras/pé de energia em
uma área 2 x 1 3/4 de polegada (versão de
baixo impacto) ou 123 libras/pé (versão de
alto impacto).

4) BOLO

Outro cartucho existente é o chamado "bolo",


que consiste em três esferas de borracha de
calibre .27, conectadas entre si com um fino
cabo sintético de cerca de dois metros. O
cartucho pode ser disparado contra as pernas
de um fugitivo, para entrelaçá-las. O fabricante
recomenda que alcance de uso esteja entre 20
e 40 jardas(18,29 e 36,58m). A menos de 20
jardas as cordas não tem têm tempo para se
expandir.
5) FOGUETE

M ais recente é o projétil de borracha


estabilizado, tipo "foguete", inicialmente
apenas disponível para o Departamento
de Defesa Norte Americano, mas agora
disponível também para a polícia dos
EUA.
Consiste em um projétil singular de 112
grains(7,26g), estabilizado por
"barbatanas", lançado a uma velocidade
de 450 fps(137,16 m/s), que produz 50.3
libras/pé de energia cinética.

Equipamento para lançamento das munições de impacto


controlado

a) Cassetete projetor

Fabricante: CONDOR S/A


Nomenclatura: AM 402
Nome comum: Cassetete projetor
Emprego: Munição GL 101, GL 102, GL 103, AM 403, AM 403 A
b) Lançador Federal - M 201/z

Fabricante: “FEDERAL”
Nomenclatura: Lançador Federal – M 201/z
Nome comum: Cassetete projetor
Emprego: Munição GL 201, GL 202, GL 203L, AM 04, AM 404/12 E

c) Espingarda cal 12

Fabricante: CBC
Nomenclatura: Espingarda Cal 12
Capacidade: 7 tiros (6 +1)
Emprego: Somente munição GL 103, AM 403, AM 403 A
XI - PROTEÇÃO PARA OS AGENTES LACRIMOGÊNEOS

Máscara contra gases e roupas de campanha (uniformes) que protejam a pele


exposta. No caso de manuseio principalmente do CS deverá usar luvas de
borracha.
A sensação de ardência causada pelas pimentas pode ser aliviada pela
ingestão de leite (de preferência bochechando-se o leite na boca) ou
consumindo miolo de pão. O efeito do leite parece se dar pela interação da
capsaicina com a caseína, uma fosfoproteína presente no leite.
O pessoal atingido pelo CS ou CN deve dirigir-se para o ar fresco
permanecendo com o rosto voltado para o vento, separar-se e não esfregar os
olhos. Em caso de contaminação pesada, o pessoal atingido deve remover a
roupa e imediatamente banhar o corpo com copiosa quantidade de água.

Produtos usados para descontaminação


XII - O CHOQUE ELETRICO E SUAS APLICAÇÕES
a) Conceitos Básicos

Os efeitos fisiológicos da corrente elétrica se traduzem pelos choques elétricos.


A conseqüência de um choque elétrico varia muito de pessoa para pessoa. Os
cientistas analisaram o comportamento do organismo humano exposto à uma
corrente alternada de freqüência igual a 60 Hz (a corrente elétrica de nossas
residências), fluindo através do corpo de uma mão à outra, com o coração no
caminho. Concluíram que, em geral, existe uma variação intermediária de
corrente, de cerca de 0,1 a 0,2 A que é provavelmente fatal, pois neste intervalo
ela é capaz de produzir fibrilação ventricular (o cessar das contrações normais
dos músculos do coração). Acima desse intervalo, a corrente tende a fazer com
que o miocárdio se contraia fortemente, mas que pode voltar a bater por si só
cessada a fonte do choque. Daí, a intensidade da corrente nem sempre
determina a intensidade da lesão e muitas correntes altas podem não ser tão
danosas quanto as de baixa intensidade. Para uma descarga de relâmpago, os
danos poderão ir de morte à seqüelas insuportáveis. Veja a tabela que associa
os prováveis efeitos da corrente elétrica com sua intensidade.

Corrente elétrica (A) Efeitos fisiológicos


10-3 a 10-2 Princípio da sensação de choque
10-2 a 10-1 Ponto em que um estímulo é suficiente para
produzir um efeito doloroso; paralisia muscular, dor
severa dificuldade respiratória; parada cardíaca
10-1 a 2x10-1 Fibrilação ventricular normalmente fatal se não
houver intervenção
2x10-1 a 1 Parada cardíaca, recuperação possível desde que o
choque seja terminado antes da morte
1 a 10 Queimaduras graves e não fatais, a menos que os
órgãos vitais tenham sido atingidos

A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seca, uma resistência à


passagem da corrente elétrica de 100.000 Ohms. Quando molhada, porém,
essa resistência cai para apenas 1.000 Ohms. A energia elétrica de alta
voltagem, rapidamente rompe a pele, reduzindo a resistência do corpo para
apenas 500 Ohms. Veja estes exemplos numéricos: os 2 primeiros casos,
referem-se à baixa voltagem (corrente de 120 volts) e o terceiro, à alta
voltagem:
a) Corpo seco: 120 volts/100000 ohms = 0,0012 A = 1,2 mA (o indivíduo leva
apenas um leve choque)
b) Corpo molhado: 120 volts/1000 ohms = 0,12 A = 120 mA (suficiente para
provocar um ataque cardíaco)
c) Pele rompida: 1000 volts/500 ohms = 2 A (parada cardíaca e sérios danos
aos órgãos internos).

b) TASER

A TASER é constituída basicamente por uma bateria acoplada a uma pistola


que dispara dois dardos munidos de elétrodos. Estes elétrodos são
semelhantes a anzóis e podem penetrar até uma profundidade de cinco
centímetros no corpo. Estão preparados para se espetarem na pele ou nas
roupas do atingido sem se soltarem. São disparados através de um sistema de
ar comprimido a uma velocidade de 180 metros por segundo e permanecem
ligados à arma através de fios. A arma pode também ser usada à queima roupa
como se de um bastão elétrico. Através dos elétrodos são descarregados
50000 volts de eletricidade durante cinco segundos e a descarga pode ser
repetida enquanto houver vontade. Esta descarga elétrica de alta voltagem
provoca contrações musculares violentas e incontroláveis, dor generalizada e o
colapso instantâneo do indivíduo. Os espasmos podem ser de tal forma
violentos que chegam a provocar fraturas ósseas. Um indivíduo que seja
submetido a várias descargas pode ficar inconsciente e sofrer queimaduras.
Segundo a empresa carioca Ability, representante da marca no Brasil, as
pistolas foram classificadas pelo Exército nacional como de uso restrito das
polícias e das guardas municipais. Ainda segundo a Ability não há problemas
nem mesmo para quem tem problemas cardíacos ou usa marcapasso. Apesar
da alta voltagem - 50 mil volts - a Taser tem uma baixa amperagem (0,0036), o
que elimina qualquer risco.
XIII – REFERÊNCIAS

APOSTILA DA CONDOR S.A, Insdustria Química: Considerações sobre os


produtos fabricados pela Condor, Rio de Janeiro, 1998.

CONDOR S. A . Insdustria Química: Tecnologias Não-Letais. Folders

CURSO DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS, Espírito Santo: Polícia Militar


do Espírito Santo, Vitória, 2007.

Links relacionados:

http://www.condornaoletal.com.br

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