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2009
Anais da Conferência Sul-Americana em Ciência e
Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
CONeGOV 2009
Hugo Cesar Hoeschl, Post. Doc. (org.)
Tânia Cristina D’Agostini Bueno, Dra. (org.)
Sonali Paula Molin Bedin, Msc. (org.)
CONeGOV 2009
Florianópolis
Editora Digital Ijuris
2009
Copyright © 2009 i3G
ISBN 978-85-89587-23-15
ISBN: 978-85-89587-23-15
CDD659.3
————————————————————————————————
editora.digital@i3g.org.br
www.i3g.org.br/editora
E
stes Anais contêm os artigos aprovados para a V CONeGOV – Conferência
Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico,
realizada em Florianópolis, SC, Brasil, em 17, 18 e 19 de novembro de
2009, organizada pelo i3G – Instituto de Governo Eletrônico, Inteligências e
Sistemas em parceria com a UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina,
com apoios da Fundação Boiteux, EGC/UFSC – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa
Catarina, CCJ/UFSC – Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal
de Santa Catarina, Universidade de FASTA, DGov – Diretoria de Governança
Eletrônica do Governo do Estado de Santa Catarina e UDESC – Universidade
do Estado de Santa Catarina e patrocínio do CNPq – Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Capes – Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e Fapesc – Fundação de Apoio à
Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina.
Nossos objetivos se consolidam como foco de disseminação, difusão e
extensão das atividades acadêmicas voltadas para o Governo Eletrônico e tem
como objetivo reunir gestores públicos, cientistas, empresários, estudantes e ci-
dadãos atuantes na indústria ou no Governo para apresentação de aplicações e
soluções avançadas em e-Gov, bem como as tecnologias que as suportam. Além
disso, realizada pelo quinto ano consecutivo, a CONeGOV agregou vários pro-
fissionais que, com dedicação e empenho, colaboraram na realização e sucesso
do evento.
Neste ano a Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada
ao Governo Eletrônico se realiza juntamente com o VII EleGov – Encontro
Íbero-Latino-Americano de Governo Eletrônico e Inclusão Digital. Também
foi introduzido como novidade no evento a apresentação de tutoriais, cujo con-
teúdo programático faz parte destes anais. Ainda, ampliando e rede científica
em torno da temática, o evento conta como convidado especial o Dr. Timothy
Waema, professor da School of Computing and Informatics, University of
Nairobi – Kenia.
Como temática principal da Conferência, as questões relativas às redes
Sociais ultrapassaram o âmbito privado, pois os mecanismos utilizados pelos
cidadãos para a formação das redes Sociais na Internet estão sendo utiliza-
dos pelos gestores públicos como importante ferramentas de e-Gov. A rele-
vância da temática favoreceu a realização desta quinta edição na cidade de
Florianópolis/SC, apoiada no grande interesse das instituições públicas nas
questões discutidas na Conferência. Interesse este que mobilizou também a co-
munidade científica que vislumbra a possibilidade de integração, cooperação e
conversão de conhecimentos imprescindíveis à consolidação e fortalecimento
da região.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
Hugo Cesar Hoeschl, Post Doc. Tânia Cristina D’Agostini Bueno, Dra.
Presidente do Comitê Científico Vice-presidente do Conselho Científico
Presidente do Instituto i3G
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COMITÊ CIENTÍFICO
PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE
Hugo Cesar Hoeschl, Post Doc. Tânia Cristina D’Agostini Bueno, Dra.
i3G, Brasil i3G, Brasil
MEMBROS
Aires José Rover, Dr. Janae Gonçalves Martins, Dra.
UFSC, Brasil UNIVALI, Brasil
Alan March, Dr. Jesus Cardeñosa, Dr.
SADIO, Argentina UPM, Espanha
Américo Ricardo M. de Almeida, Dr. José Leomar Todesco, Dr.
UNIRG, Brasil UFSC, Brasil
Ana Maria Pereira, Dra. Maria Alexandra Cunha, Dra.
UDESC, Brasil PUC, Brasil
Andre Bortolon, Dr. Marzely Gorges Farias, Dra.
i3G, Brasil UDESC, Brasil
Christianne C. de S. R. Coelho, Dra. Michel Menou, PhD.
UFSC, Brasil University College London, Reino Unido
Clara Smith, Dra. Olsen da Veiga, Dr.
UNLP, Argentina UFSC, Brasil
Claudia Marina V. Solórzano, M.Sc. Orides Mezzaroba, Dr.
Somece, México UFSC, Brasil
Dayna Maria Bortoluzzi, Dra. Oscar Anselmo Ruiz, Dr.
SED/SC, Brasil Fundación La Buardilla, Argentina
Divino I. Ribeiro Jr., M.Sc. Osny Taborda, Dr.
UDESC, Brasil UNISUL, Brasil
Eduardo Mattos, M.Sc. Paulo de Tarso Mendes Luna, Dr.
i3G, Brasil FURB, Brasil
Ernesto Cuadros-Vargas. PhD. Roberto Giordano Lerena, Ing.
Universidade Católica San Pablo, Peru Universidad FASTA, Argentina
Fabrício Tadeu Donatti, M.Sc. Sonali Paula Molin Bedin, M.Sc.
i3G, Brasil i3G, Brasil
Fernando Galindo, Dr. Tânia Cristina D’Agostini Bueno, Dra.
UNIZAR, Espanha i3G, Brasil
Gabriel Baum, Dr. Thiago Paulo Silva de Oliveira, M.Sc.
UNLP, Argentina i3G, Brasil
Gregorio Varvakis, Dr. Timothy Moema Waema, Dr.
UFSC, Brasil University of Nairobi, Kenya
Hipólito M. Rodriguez Casavilca, M.Sc.
UNMSM, Peru
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PROGRAMAÇÃO
Terça-feira, 17
V C ONe G OV
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CONeGOV 2009 | PROGRAMAÇÃO
Quarta-feira, 18
8 º E NC ON T RO
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CONeGOV 2009 | PROGRAMAÇÃO
Quarta-feira, 18
V C ONe G OV
Tutorial A
PADRONIZAÇÃO E REUSO DE APLICAÇÕES COM
DEMOISELLE FR AMEWOR K (8 HOR AS)
Antonio Carlos Tiboni
Flávio Gomes da Silva Lisboa
Luciana Campos Mota
Tutorial B
WEB 2.0 APLICADA AO GOVERNO
ELETRÔNICO (4 HOR AS)
Thiago Paulo Silva de Oliveira
Sonali Paula Molin Bedin
Thais Garcia
Tutorial C
CONECTIVIDADE E GESTÃO DA INOVAÇÃO (4 HOR AS)
Marli Dias de Souza Pinto
Sessões Técnicas 1 e 2
Apresentação de artigos
Quinta-feira, 19
8 º E NC ON T RO
Apresentação de trabalhos
V C ONe G OV
Apresentação de Artigos
08:30 – 10:00 Sessão Técnica 3
10:00 – 10:30 Intervalo
10:30 – 12:00 Sessão Técnica 4
12:00 – 14:00 Intervalo
14:00 – 15:45 Sessão Técnica 5
15:45 – 16:00 Intervalo
16:00 – 17:15 Sessão Técnica 6
17:15 – 18:00 Sessão de Encerramento
Hugo Cesar Hoeschl, Post. Doc.
Presidente do Comitê Científico da V CONeGOV
Tânia Cristina D’Agostini Bueno, Dra.
Vice Presidente do Comitê Científico da V CONeGOV
Presidente do Instituto de Governo Eletrônico,
Inteligências e Sistemas-i3G
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Sonali Paula Molin Bedin
Secretária Executiva
Angélica Gorges
Marcos Carlson
Tarcisio Fischer
Vinicius O. Mirapalheta
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SUMÁRIO
FULL PAPERS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
SHORT PAPERS
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TUTORIALS
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FULL PAPERS
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O GOVERNO ELETRÔNICO NO
BRASIL E ALGUMAS INICIATIVAS
DE INCLUSÃO DIGITAL
RESUMO
Este artigo versa sobre as concepções de governo eletrônico e faz uma breve análise
sobre a viabilidade do mesmo no Brasil, onde a utilização dos meios eletrônicos não pode
ser um fim em si mesmo e precisa traduzir resultados que engrandeçam as pessoas e a
cidadania. Também, aborda duas iniciativas de inclusão digital e social: os programas
NAVEGAPARÁ e o REDE PIÁ.
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
This paper presents the concepts of electronic government and makes a brief analysis on its
feasibility in Brazil, where the use of electronic media can not be an end in itself, but it needs
to translate results that enhance people and citizenship. It also points out about two initiatives
concerning digital and social inclusion: the programs NAVEGAPARÁ and REDE PIÁ.
KEYWORDS
1. INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea é comumente denominada de ‘Sociedade da
Informação’. Embora o termo seja impreciso e de caráter ideológico, a expressão
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que o seu alto custo acaba por dificultar a aquisição de TIC (AMARAL e
BOHADANA, 2008).
Por último, a educação é um dos pilares que sustentam as ações voltadas
para que a inclusão digital seja uma realidade, uma vez que parte do processo de
ensino fornece a educação continuada. Percebe-se, então, que a educação é um
processo de real importância e a inclusão digital é elemento fundamental neste
processo.
Através da educação, de uma redistribuição de renda, o acesso às TICs é
permitido e torna o indivíduo incluso no mundo digital, pois esse obtém infor-
mações e passa a ser um agente transformador do ambiente global no qual está
inserido.
Neste processo, a educação configura-se como o principal vetor capaz de
mudar todos os paradigmas no que concerne à inclusão digital, pois a dinâmica
da sociedade da informação exige que o indivíduo não somente acompanhe as
mudanças tecnológicas, mas que tenha a capacidade de adaptação e inovação, a
fim de garantir autonomia (AMARAL e BOHADANA, 2008).
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A proposta do projeto Rede Piá é o de que parte da multa dada pelo Promotor
de Justiça pague alguns equipamentos (como teclado e mouse), além da perda
da máquina em favor do projeto, e também que ela seja usada no custeio da
conversão para compra de teclado e mouse, que custam R$ 14,00 e R$ 10,00,
respectivamente. Ademais, as empresas privadas que desejarem, poderão aderir
ao projeto com seu patrocínio.
No outro extremo do Brasil, no Estado do Pará, o programa Navegapará,
além de otimizar a gestão pública a partir da interligação das principais institui-
ções governamentais, busca garantir a inclusão digital do cidadão paraense à era
do desenvolvimento e da tecnologia.
A partir da implantação dos INFOCENTROS (Centros Públicos de Acesso
à Internet), o Governo Popular disponibilizará, inicialmente, o acesso gratuito
da população à internet e promoverá a capacitação em informática básica, além
de oficinas e outras atividades que objetivam difundir a cultura das diferentes re-
giões do nosso Estado. Os referidos espaços são também um importante instru-
mento de desenvolvimento econômico e social, pois contribuem com a formação
e a qualificação do cidadão.
Os laboratórios de informática garantem a democratização do acesso às
tecnologias de informação e comunicação em espaços públicos, equipados com
microcomputadores e internet, onde é possível o acesso por meio de conexão de
altíssima qualidade.
O programa nasce a partir de dois convênios - com a Eletronorte e a
Metrobel. Três áreas essenciais da gestão pública serão diretamente beneficiadas
pelos convênios: saúde, segurança e educação.
Nesse sentido, o chamado Terceiro Setor vem conquistando seu espaço, até
mesmo como representante de alguns segmentos da sociedade civil organizada.
A participação da comunidade é condição essencial para o sucesso do pro-
jeto. No infocentro, o envolvimento da população ocorre não só através do uso
livre das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e da participação
nos cursos e oficinas, mas também na gestão desse espaço público para sua
preservação.
Segundo o Governo do Pará (2007), o NAVEGAPARÁ possibilitará ao
cidadão do interior o acesso tanto às ações básicas de medicina como às
ações de média e alta complexidade. Será possível, em casos de urgência,
conseguir um segundo diagnóstico à distância, o que salvará vidas, sobretu-
do no interior.
São ações básicas do NAVEGAPARÁ:
- Metrobel – Utilização da rede de fibra óptica Metrobel para interligar, por
internet de alta velocidade, cerca de 300 unidades administrativas. Principais
áreas beneficiadas: segurança, saúde e educação.
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6. CONCLUSÃO
Não se pode negar que as facilidades trazidas pelas novas tecnologias da
informação, aliadas à internet, são ferramentas indispensáveis às vidas das pes-
soas, das empresas e da gestão pública. Não devemos esquecer também que as
eleições no Brasil, através das urnas eletrônicas, é um marco histórico no mun-
do. Mas, ainda falta fazer muito em termos de e-gov.
No caso da gestão pública, é preciso que as ações através do e-government
sejam utilizadas como um instrumento para o exercício da cidadania e para a promo-
ção de ações sociais, não econômicas porque o povo brasileiro já trabalha três meses
e meio somente para pagar impostos e taxas e não tem retorno em benefícios sociais.
O e-government deve servir também para abrir novos espaços para a cidadania.
REFERÊNCIAS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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http://www.acessa.com/gramsci - Nogueira, Marco Aurélio - acesso em 21.05.2009.
http://www socinfo.org.br – Sociedade da informação – acesso em 21.05.2009.
http://www.navegapara.pa.gov.br/ acesso em 21.05.2009.
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ONTOLOGIA PARA COMUNIDADES
INFORMACIONAIS EM
E-GOV, UTILIZANDO A
FERRAMENTA ONTOKEM
RESUMO
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PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A nova economia do conhecimento pautada em um fator de produção mais
abstrato requer mudanças em toda a sociedade e na forma como a informação é
tratada. Os três principais agentes econômicos, as famílias, as empresas e o go-
verno precisam se adequar às novas formas de produção demandas do comércio
após o desenvolvimento das TIC’s (Tecnologias de Informação e comunicação).
Castells (2003) destaca a importância da informação para a nova organização da
sociedade em rede. O conhecimento como fator competitivo nas organizações
requer ação humana, como é trabalhado pelos autores de gestão do conheci-
mento, tais como, Terra, (2001), Davenport, (1998), Sveiby, (2001), Nonaka &
Takeuchi (1997).
Neste trabalho aborda-se a formação de comunidades informacionais, como
opção de governo eletrônico e sua interação com os cidadãos dando dinamicida-
de a estas relações e maior possibilidade de resolução de problemas a partir da
utilização de ciências cognitivas e inteligência artificial em prol da democracia
e do crescimento econômico.
O Governo Eletrônico conceitualmente baseia-se no uso da tecnologia da
informação para auxiliar as ações governamentais em suas diferentes instân-
cias, G2G, G2C, G2B, segundo Hoeschl, (2005) e Rover, (2005). Nesse sentido,
as ações no âmbito do governo para o cidadão encontram-se bastante limita-
das a sites informacionais e prestação de serviços on-line, considerando que as
tecnologias emergentes e disponíveis possibilitam um leque bastante amplo de
aplicações indo ao encontro dos princípios do e-Gov. Nesse contexto, as comuni-
dades informacionais apresentam-se como uma das possíveis formas de captar a
opinião do cidadão. Esta interação objetiva construir informações que embasem
políticas públicas de acordo com os anseios e necessidades dos cidadãos, bem
como a transparência das ações.
As Comunidades Informacionais em e-Gov, são espaços de discussão em
ambientes na web, de acesso gratuito. As comunidades são estabelecidas para
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2. ONTOLOGIAS
O conceito mais amplo de ontologia, segundo Blanc (1998), está relacionado
com a parte da filosofia que estuda a essência dos seres ou entes, ou seja, procura
explicar e caracterizar o ser enquanto ser, transpondo sua intimidade, qualida-
des, e analisa as características que o tornam um ser único ou um ser comum.
Na década de 90 o termo ontologia passou a ser intensamente utilizado na área
de computação, especificamente em Inteligência Artificial. Nesse contexto, a
ontologia é responsável por definir a estruturação básica para a representação de
uma base de conhecimentos, objetivando assim facilitar sua compreensão e per-
mitir seu compartilhamento. No entanto, segundo Moreira (2003), é necessário
que haja uma clara compreensão dos comprometimentos ontológicos, ou seja,
apenas o que é relevante ao domínio de estudo, para que possa ser representado
em uma base de conhecimentos.
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Segundo (LÓPEZ, 1999), metodologias são desenvolvidas para buscar a
sistematização na construção e a manipulação de ontologias. O uso de metodo-
logias é importante, pois evita uma prática comum entre os desenvolvedores de
ontologias que é passar diretamente da fase de aquisição do conhecimento para a
implementação. Com o estudo da literatura, verifica-se que não existe ainda uma
metodologia consensual que crie fases padronizadas para o desenvolvimento
de ontologias, mas já existem várias propostas e métodos com fases e técnicas
próprias que podem ser usados no desenvolvimento de ontologias.
Neste trabalho optou-se por aplicar a metodologia proposta por Noy e
McGuinness (2001), usada na ferramenta ontoKEM (RAUTENBERG et al. 2008).
Na ferramenta ontoKEM, é possível implementar classes, relações e proprieda-
des. Restrições e instâncias, neste trabalho, foram implementadas no ambiente
do Protégé desenvolvido pela universidade de Stanford (GENNARI et al, 2003).
O processo inicial do desenvolvimento da ontologia foi apoiado pela fer-
ramenta ontoKEM. A ontologia foi modelada, suas classes e relacionamentos
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4. RESULTADOS
Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos até o momento. Cabe
ressaltar que este é um trabalho ainda em desenvolvimento, portanto apresenta
resultados preliminares. Na subseção seguinte, a ontologia desenvolvida neste
trabalho é apresentada, utilizando-se os princípios de modelagem das ferramen-
tas ontoKEM (RAUTENBERG et al. 2008) e Protégé (GENNARI et al, 2003).
As perguntas de competência projetadas na modelagem feita no ambiente
do ontoKEM, abrangem questões que abordam os diversos tipos de problemas
a serem discutidos pelas comunidades, que variam de esfera administrativa à
estância de e-Gov. Questões que norteiam os temas das possíveis enquetes, fó-
runs e blogs, também foram inseridas nesta primeira tentativa de construção da
ontologia.
A partir de trinta questões elaboradas inicialmente, estabeleceu-se alguns
termos e relações sugeridas. Entre os mais relevantes podemos destacar as ins-
tâncias de e-Gov: G2G, G2B e G2C, os temas dos fóruns, enquete e plebiscitos,
as esferas de governo: União, Estado e Município, os tipos de assuntos aborda-
dos tais como segurança, saúde meio ambiente. Na construção do vocabulário
alguns termos foram descartados e/ou modificados, buscando-se uma melhor
adequação ao tema proposto.
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Figura3. ontoKEM.
Figura 4. Protégé.
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5. CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou uma proposta de uma ontologia para modelar de
maneira precisa o conhecimento no domínio de comunidades informacionais
para que possa vir a ser consultado ou até mesmo reutilizado em novas aplica-
ções em e-Gov.
A aplicação da ontologia Comunidades Informacionais permitirá o acom-
panhamento das discussões dos problemas de e-Gov em suas várias esferas ad-
ministrativas, possibilitando maior efetividade nas macro-políticas. No contexto
desta pesquisa, a própria ontologia ao descrever o domínio já é um resultado
importante em termos de avanço na área, cumprindo o objetivo inicial proposto,
ou seja, de disponibilizar uma ferramenta computacional que possibilite a orga-
nização do conhecimento sobre o tema de comunidades informacionais, para a
sua aplicação em e-Gov.
Durante o desenvolvimento da ontologia apresentada, observou-se que a
atividade de construção de uma ontologia não é algo trivial, principalmente em
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REFERÊNCIAS
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Pioneer.pdf, Acesso em: Julho 2009.
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45
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DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA SEGURANÇA
DA INFORMAÇÃO ATRAVÉS DA
INTEGRAÇÃO DAS NORMAS ISO/IEC
27001:2006 E ISO/IEC 21827 (SSE-CMM)
Josiane Kroll
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) - Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM)- Santa Maria, RS - Brasil
josi.unc@gmail.com
Marcos C. d’Ornellas
Laboratório de Computação Aplicada (LaCA) – Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM) - Santa Maria, RS - Brasil
marcosdornellas@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
1. INTRODUÇÃO
Há inúmeras razões para se desenvolver sistemas de gestão da segurança
da informação (SGSI), dentre elas garantir a continuidade dos negócios, a boa
reputação, a proteção dos ativos, o cumprimento de leis e regulamentações, o
fortalecimento dos objetivos do negócio, a minimização dos riscos entre outras
(WIANDER, 2007). Sem o SGSI, as organizações podem sofrer as consequên-
cias de violações causadas pela falta de segurança.
A falta de segurança produz o descontentamento tanto dos clientes como
dos próprios funcionários da organização, gerando danos financeiros e morais
que em muitas situações são irreparáveis. Para o desenvolvimento das organi-
zações e de suas soluções, a implementação da gestão da segurança da informa-
ção é um elemento fundamental para o sucesso (BEZERRA; NAKAMURA;
RIBEIRO, 2006).
As organizações que buscam desenvolver um SGSI procuram suporte nas
documentações de segurança. Há várias ferramentas, métodos, checklists e
normas para a construção de sistemas de gerenciamento da segurança da in-
formação (WIANDER, 2007). A norma ISO/IEC 27001:2006 é uma referência
para o desenvolvimento de SGSI e se estabelece como um guia para a organi-
zação (ABNT NBR ISO/IEC 27001, 2006). Outra norma que também é usada
para o desenvolvimento de SGSI é ISO/IEC 21827 (SSE-CMM) que é voltada
ao projeto de engenharia da segurança, sendo de grande valia para implemen-
tação de processos de segurança (SSE-CMM, 2003). Ambas as normas, são
distintas e se desconhece a relação que uma norma de segurança possui com
a outra e como ambas podem contribuir para garantir e fortalecer a segurança
das informações.
Neste artigo serão descritas e analisadas as normas ISO/IEC 27001:2006 e a
ISO/IEC 21827(SSE-CMM) buscando relacioná-las de forma que se possa com-
preender o processo de implementação e estabelecimento de cada uma. O objeti-
vo é verificar como essas normas podem ser integradas para o desenvolvimento
de um SGSI que forneça maiores garantias de proteção. Também será analisada
a abordagem e a estrutura que cada uma fornece para o seu desenvolvimento.
Ainda serão evidenciados os benefícios que podem obtidos através da integração
de normas de segurança.
Este artigo está organizado da seguinte forma: na seção 2, são apresentados
os aspectos de desenvolvimento de um SGSI. Na seção 3, são apresentadas as
normas ISO/IEC 27001:2006 e ISO/IEC 21827 com suas estruturas e abordagens
de implantação. Na seção 4, as normas são analisadas, discutidas e relacionadas.
Na seção 5, é mostrado como as normas descritas podem ser integradas, quais os
benefícios provenientes dessa combinação e também é feita uma discussão sobre
a metodologia definida pela Instrução Normativa GSI Nº 1. Por fim, a seção 6
traz as conclusões obtidas com o desenvolvimento do estudo.
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2. O DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA SEGURANÇA
DA INFORMAÇÃO (SGSI)
A necessidade de garantir a confidencialidade, integridade e disponibi-
lidade das informações faz com que as organizações estabeleçam um SGSI
(HERRERA, 2005). Um SGSI é uma maneira de proteger e de gerenciar as
informações sobre uma abordagem de riscos do negócio, que estabelece, im-
plementa, monitora, revisa, mantém e melhora a segurança da informação
(HANASHIRO, 2007). A coleção de componentes de segurança requeridos
para um sistema ser implementado cuidadosamente, evitando o ataque de ame-
aças e a exposição a riscos, é chamado de SGSI (DEY, 2007).
O desenvolvimento de um SGSI não é uma tarefa fácil (DEY, 2007). As
organizações devem analisar e projetar meios de assegurar a segurança para
manter a continuidade dos negócios. Processos necessários devem ser definidos
para proteger os ativos da informação e políticas e procedimentos de segurança
devem ser estabelecidos.
No desenvolvimento de um projeto de SGSI é aplicado um conjunto
adequado de controles tais como políticas, processos, procedimentos, es-
truturas organizacionais e funções de software e hardware (HANASHIRO,
2007). Esse conjunto de controles de segurança é dado por normas e guias
de segurança.
A efetividade de um SGSI desenvolvido por uma organização está con-
dicionada à efetividade dos controles de segurança da informação disponíveis
(HERRERA, 2007). Sem a implementação adequada dos controles ou sem o
apoio das normas de segurança, um SGSI pode não atender às necessidades de
segurança organizacionais.
3. NORMAS DA SEGURANÇA
As normas de segurança fornecem uma abordagem de gerenciamento siste-
mática adotada para melhoria das práticas de segurança. Elas contribuem para
quantificar um nível aceitável de risco e implementar medidas apropriadas de
segurança que garantam a confidencialidade, integridade e disponibilidade das
informações (DEY, 2007).
Nesta seção serão apresentadas duas normas de segurança, a ISO/
IEC 27001:2006 recomendada pela Instrução Normativa GSI Nº 1 e a ISO/
IEC 21827 indicada para a melhoria dos processos de segurança organi-
zacaionais. Essas normas terão descritos seus propósitos e estruturas de
desenvolvimento.
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Principais Normas
características ISO/IEC 27001:2006 ISO/IEC 21827
Estabelecer, revisar,
Descrever características de
Propósito da norma implementar, acompanhar,
segurança de um processo
manter e melhorar um SGSI
Ferramenta de qualidade PDCA IDEAL
Organização que
Todas Todas
podem fazer uso
Norma de complemento ISO/IEC 17799:2005 Não apresenta
Recursos de Controles da ISO/
Métricas
gerenciamento IEC 17799:2005
Visão de implementação Controles de segurança Processos de segurança
Controles da ISO/
Base de implementação Áreas do Processo (PAs)
IEC 17799:2005
Pré-condição de
Não apresenta Não apresenta
implementação
Fornecimento de um
Melhoria dos processos
Principal característica conjunto de recomendações
de segurança
de segurança
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3. Identificação, Clas-
1. Gestão Estratégi-
Gestão de Riscos
ca da Segurança
iação de Riscos
sificação e Aval-
Segurança nas
4. Análise e Aval-
Organizações
iação de Ativos
8. Segurança em
7. Segurança em
de Segurança
de Segurança
Processo de
5. Tratamento e
cia e Normas
Operacional
Operações –
Operações –
2. Concordân-
Segurança
Aplicáveis
Anormais
6. Gestão da
Normais
A5 (com- A 15.1 A 9.1 A 6.1
A 13
Segurança Fundamental
PA 06
PA 02 A 9.2
PA 07 PA 06
Infraestrutura
PA 10 PA 02 PA 03 PA 03 PA 01 PA 07
Ambiental e
PA 09 PA 10
PA 11 PA 10 PA 04 PA 09 PA 07 PA 09
PA 10 PA 07
PA 02 PA 09 PA 05 PA 10 PA 08 PA 10
PA 11 PA 09
PA 09 PA 11
PA 02
A 11.5
A 12.1 A 11.7
PA 06 A 15.2 PA 02 A 12.4 A 12.6
Disciplinas Funcionais
A 12.2
PA 07 A 15.3 PA 02 PA 03 A 12.5 PA 07 PA 06
Segurança dos
A 12.3
PA 09 PA 10 PA 10 PA 04 PA 01 PA 09 PA 10
PA 03
PA 10 PA 11 PA 05 PA 07 PA 10
Sistemas
PA 11 PA 08
PA 11
PA 06 A 11.4
Comunicações e Redes
PA 07 PA 01
PA 02 A 10.10
PA 09 PA 10 PA 07 PA 06
PA 02 PA 03 PA 07
PA 10 PA 11 PA 03 PA 08 PA 07
Segurança em
PA10 PA 04 PA 09
PA 11 PA 02 PA 11 PA 10
PA 05 PA 10
PA 01 PA 09
PA 08 PA 10
PA 06 A9 A 6.2
PA 02 PA 01
PA 07 (comple- (1,2)
PA 10 PA 03 PA 07 PA 06
Segurança
PA 09 to) PA 03 PA 07
PA 11 PA 04 PA 08 PA 10
PA 10 PA 02 PA 09
Física
PA 05 PA 11
PA 11 PA 10 PA 10
PA 06 A 8.1 A 11.3
A 8.3
PA 07 PA 02 PA 01
Segurança
PA 10 PA 02 A 8.2 PA 07 PA 06
PA 09 PA 03 PA 07
PA 11 PA 10 PA 03 PA 09 PA 10
Pessoal
PA 10 PA 04 PA 08
PA 10
PA 11 PA 05 PA 11
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6. CONCLUSÃO
O presente trabalho discutiu o desenvolvimento de um SGSI através da in-
tegração das normas ISO/IEC 27001:2006 e ISO/IEC 21827. Buscou-se verificar
como essas normas podem ser integradas de modo proporcionar maiores garan-
tias de segurança as organizações.
Pode-se observar que a norma ISO/IEC 27001:2006 fornece uma estrutu-
ra bem definida para a implementação de um SGSI, enquanto a norma ISO/
IEC 21827 pode ser usada para assegurar que os processos de segurança sejam
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS
BATISTA, Carlos F. A., 2007. Métricas de Segurança de Software. Dissertação do
Programa de Pós-graduação em Informática do Departamento de Informática da
PUC-Rio. Universidade Pontifícia Católica, Rio de Janeiro.
BEZERRA, Edson K.; NAKAMURA, Emílio T.; RIBEIRO, Sérgio L., 2006.
Maximizando Oportunidades com Gestão de Segurança e Gerenciamento de
Riscos. Disponível em www.cpqd.com.br/file.upload/6-sic-1-artigoforum-riscos.
pdf. Acessado em junho de 2009.
DEY, Manik, 2007. Information Security Management - A Practical Approach.
AFRICON 2007, 1-6.
FENZ, Stefan; GOLUCH, Gernot; EKELHART, Andreas; RIEDL, Bernhard; WEIPPL,
Edgar, 2007. Information Security Fortification by Ontological Mapping of the
ISO/IEC 27001 Standard. 13th IEEE International Symposium on Pacific Rim
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HANAHIRO, Maíra, 2007. Metodologia para Desenvolvimento de Procedimentos
e Planejamento de Auditorias de TI Aplicadas à Administração Pública
Federal. Dissertação de mestrado em engenharia elétrica. Universidade de
Brasília-UnB.
HERRERA, Sven S. 2005. Information Security Management Metrics Development.
Security Technology, 2005. CCST ‘05. 39th Annual 2005 International Carnahan
Conference , pages 51 – 56.
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E-GOV E A EDUCAÇÃO: O
EXEMPLO DA TV ESCOLA
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
As últimas décadas vêm precedidas por um denominador comum: a mudan-
ça constante e sua valoração positiva. Vive-se um novo conceito de sociedade,
65
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4 Art. 205, CF: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promo-
vida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
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6 De acordo com Rover (2004), o Governo Eletrônico se traduz numa estrutura de co-
municação entre órgãos públicos onde a tecnologia da informação e da comunicação
é usada para melhorar a gestão pública e o atendimento ao cidadão. Em suma, trata-se
de um governo ao alcance de todos, que busca a incrementação da participação cidadã.
7 De acordo com Warschauer, as ferramentas do letramento incluem: “a própria língua,
assim como diversos artefatos físicos, como papiro, códice, livro, lápis, caneta, papel
ou máquina de escrever” (2006, p. 153).
68
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
primeiro, focaliza a educação por via da informática: uma técnica que é muito
questionada uma vez que se baseia apenas no acesso restrito às TICs (disponi-
bilização do equipamento eletrônico: computador, televisão, etc). Já o segundo,
focaliza a educação reforçada pela informática: uma técnica onde o que está em
jogo não é a mera questão da acessibilidade, no sentido de haver um computa-
dor/TV no local, mas sim a capacidade de saber utilizar os instrumentos para
finalidades pessoal e socialmente significativas.
Nas palavras de Silva (2002, p. 23), o papel desses novos recursos é
ligar o que está separado; implica em aprender a lidar com as múltiplas in-
formações, o que significa não ser tragado por elas, mas torná-las conheci-
mento. Em suma, o papel do professor da era digital não se restringe mais a
transmitir o conhecimento de forma linear, dissociando o emissor do recep-
tor, mas sim utilizar das novas tecnologias para a produção e construção do
conhecimento.
Apresentadas as duas escolas do pensamento educacional brasileiro,
bem como a forma como as TICs devem ser absorvidas no contexto edu-
cacional, é chegada a hora de analisar os principais programas e projetos
educacionais no Brasil que envolvem o governo federal, na trajetória da im-
plementação das novas tecnologias no sistema de ensino. Esse é o enfoque
do item seguinte.
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CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
5. A TV ESCOLA
Hodiernamente, em face do atual desenvolvimento tecnológico que vem
alterando as formas e modelos de comunicação, alguns paradigmas são postos
em discussão, dentre eles pode-se citar muitas formas de ensinar que hoje não
se justificam mais.
De acordo com Silva (2002), um típico exemplo desse processo é a nova
geração de adolescentes do mundo digital, que já chegam nas escolas com o
aparelho cognitivo modificado pela tela do computador (que se baseia na lógica
da interatividade). A criança, acostumada com essas interfaces interativas, an-
seia pela participação, pelo papel de ator dentro do processo e não mais de mero
espectador.
Diante disso, o processo de ensino aprendizagem precisou ser repensado,
exatamente pela necessidade de compreender e incorporar novas linguagens,
desvendar os seus códigos. Nas palavras de Moran (1999, p.06): “é importante
educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnolo-
gias, que facilitem a evolução dos indivíduos”.
Nesse sentido, o Governo Federal, com o objetivo de auxiliar no desenvolvi-
mento profissional dos professores e gestores da rede pública de ensino brasilei-
ra, aprimorar a qualidade da educação e incentivar a aproximação entre a escola
e a comunidade, lançou em março de 1996 um canal de educação chamado TV
Escola.
Dedicado a professores e alunos do ensino fundamental e médio, a proposta
da TV Escola é a de contribuir para a melhoria da educação construída nas esco-
las, através do acesso e da utilização de programas e séries de vídeos educativos
transmitidos diariamente.
Segundo Neves (2004), as faixas de programação são orientadas para o cur-
rículo das escolas brasileiras e estão relacionadas a conteúdos para o ensino
fundamental, ensino médio, capacitação dos educadores (Salto para o Futuro),
cursos e uma programação voltada para a comunidade (Escola Aberta).
Para habilitar o ambiente escolar a receber o sinal da programação da TV
Escola, fez-se necessária a instalação de uma infraestrutura denominada de “kit
tecnológico”, composto de uma televisão, um videocassete (para gravação dos
programas) e uma antena parabólica. O sinal está disponível na Sky (satélite),
na antena parabólica residencial padrão ou ainda na internet. Segundo Neves
73
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
(2004), de 1996 a 2000, 57.395 escolas com mais de cem alunos em todos os es-
tados do país foram beneficiadas com a instalação do kit. Atualmente, de acordo
com informações do site14 da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa), o sinal
da TV Escola está presente em pouco mais de 39 mil escolas e transmite 17 horas
de programação diária.
Tendo em vista a formação dos educadores no uso pedagógico da lingua-
gem audiovisual, também em 2000 deu-se início ao curso de extensão a distân-
cia chamado “Tv Escola e os desafios de hoje”, desenvolvido em parceria com
o consórcio de 27 universidades que integram a Universidade Pública Virtual
do Brasil (UniRede). De acordo com Neves (2004), o curso, que equivale a 180
horas e utiliza impressos e vídeos, tem como proposta básica trabalhar a pers-
pectiva da educação apoiada no uso das tecnologias, motivando o educador a
explorar criativamente o potencial da TV Escola e das outras mídias, no projeto
político-pedagógico.
Com o objetivo de facilitar a gravação dos programas e aproveitar a onda
de digitalização sofrida pelas TICs, ao final de 2003, algumas escolas receberam
receptores digitais, através dos quais tornou-se possível a gravação automática
de até 7 dias de programação, Fusco (2003). Dessa forma, os conteúdos pode-
riam ser gravados posteriormente em CD ou DVD para serem assistidos na tele-
visão ou no computador.
6. RESULTADOS PARCIAIS
O programa TV Escola, em sua concepção pelo Ministério da Educação,
apresenta pontos relevantes, tais como:
1. A TV Escola abraça uma iniciativa muito importante de desenvolvi-
mento e aprimoramento da educação nas escolas públicas de ensino. É
de fundamental importância que se invista pesado na estruturação das
condições para o melhor aprendizado dos jovens e das crianças, que
são o futuro do país.
2. A disponibilização da programação via satélite faz com que não haja
pontos de sombra (locais onde o sinal não chegue). O sinal, dessa for-
ma, está disponível em todo e qualquer lugar em que seja possível
“avistar o céu”. Não há barreiras para a chegada do sinal, o que não
impede que em determinadas regiões o sinal seja mais forte do que
em outras, devido a própria curvatura da Terra e ao posicionamento e
cobertura do satélite em questão.
3. O investimento em programas de capacitação para os educadores
é essencial do ponto de vista do esclarescimento sobre os papéis e
responsabilidades dos professores e de como utilizar os conteúdos
74
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
15 De acordo com Silva (2002), a rejeição da televisão entre os educadores é sintomática
e uma dos motivos dessa recusa certamente não é a natureza emissora da TV, mas sua
estética incompatível com a concepção linear de conhecimento centrada na “lógica
convencional”, na relação causa-efeito.
75
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
vezes estão acomodados e não querem ter que mudar seus métodos de
ensino, o que acaba privando os alunos dos benefícios oferecidos pelo
programa. É fato que é preciso um certo tempo para a familiarização
dos educadores com o sistema, mas deve partir deles a vontade de que-
rer incorporar esses recursos a sua sistemática, independente ou não de
ter recebido treinamento.
4. Além disso, os conteúdos audiovisuais apresentam pouca ou nenhu-
ma interatividade16. A grande maioria deles tem caráter meramente
informativo e não abre espaço para que quem assista colabore no apri-
moramento do que está sendo transmitido. A exceção, diz respeito ao
programa de formação de educadores “Salto para o Futuro”. Antes,
conforme informações do portal do Ministério da Educação, os profes-
sores podiam participar em tempo real, em certas ocasiões, de debates
sobre os diversos temas em análise. Para esse fim, o professor precisava
se dirigir a um dos 600 telepostos distribuídos no Brasil para fazer sua
colaboração. Hoje, isso já não é mais feito devido aos altos custos ge-
rados para a realização dessa intervenção ao vivo. A participação dos
educadores se resume a inferências feitas através de emails ou telefone.
5. O sinal da TV Escola é disponibilizado via satélite, que se trata de uma
rede fechada (paga) de transmissão, via internet e via antena parabóli-
ca padrão domiciliar. Os usuários deste último se resumem a 20% da
população. Quando na internet, falamos de 18%. O fato de o sinal da
TV Escola não estar disponível na rede aberta, disponível a 97% da
população, priva a maioria não agraciada pelas tecnologias pagas, de
fazer parte desse contexto de aprendizagem e aproveitar os benefícios
que a programação pode oferecer.
6. Para suprir a falta de acesso ao programa via satélite, devido ao suca-
teamento do parque de antenas instaladas, o Governo tem um projeto
para até o fim de 2010 colocar internet banda larga em todas as esco-
las. Enquanto isso, os programas são gravados diariamente em DVDs
e encaminhados a todas as escolas, que receberam também aparelhos
leitores de DVDs. Apesar de essas mídias auxiliarem na estrutura-
ção de videotecas em cada uma das escolas, os programas já chegam
16 Silva (2003, p. 56-57) destaca que o termo interatividade tem sofrido certa banaliza-
ção, pois tem sido usado para qualificar qualquer coisa, desde estratégias de propa-
ganda de marketing, brinquedos eletrônicos e eletrodomésticos, até computadores e
derivados. Na verdade, em que pese à banalização do termo, esse adjetivo interativo
qualifica a modalidade comunicacional que emergiu no final do séc. XX, apresentando-
se como novo paradigma apto a substituir o modelo de transmissão próprio da mídia
de massa. Assim, é a interatividade o divisor de águas que está redimensionando o
papel de todos os agentes envolvidos com os processos de informação e comunicação,
partindo de uma reforma de base, pois exige a modificação da sala de aula que não raras
vezes é mais unidirecional que a própria mídia de massa.
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7. CONCLUSÕES
O momento conclusivo desse trabalho não tem a pretensão de apresentar
conclusões definitivas, mas sim, alguns indicadores que encaminhem para novas
investigações na área.
O interesse em estudar os desafios e perspectivas da educação na era tecno-
lógica está baseado na rapidez e facilidade com que as informações são disponi-
bilizadas pelos recursos tecnológicos e meios comunicacionais.
Sendo assim, considerou-se necessária a identificação de importantes ini-
ciativas do Governo Federal tendo em vista contribuir para o aprimoramento da
educação através do uso das tecnologias de informação e comunicação. Neste
sentido, constatou-se que, quando utilizada como ferramenta de apoio, as tecno-
logias podem aprimorar os métodos de ensino e aprendizagem, principalmente
na sala de aula. A geração dos adolescentes virtuais, por seu constante relacio-
namento com as novas mídias, não se contenta mais com a metodologia arcaica,
onde o professor fala e ele ouve, o professor dita, e ele copia. O aluno quer par-
ticipar, que fazer parte, quer ter seu espaço. Talvez, com a disponibilização do
sinal da TV Escola no canal de Educação reservado para o Governo Federal na
Televisão Digital (sinal aberto), essa interação possa ser possível.
A partir disso, foi possível verificar também que a teoria se distancia mui-
to da prática. No caso da TV Escola, apesar de os objetivos delineados para
o programa terem sido os melhores possível, a realidade do funcionamento é
bem diferente. O fator humano infelizmente prejudica o processo, boicota o
uso e priva os alunos de ter contato com novas formas de interação. Como dito
antes, parte dos educadores a vontade de diversificar, de promover a criação
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de fazer um agradecimento especial aos entrevistados do pro-
grama TV Escola, que gentilmente contribuíram para que pudéssemos atualizar
os dados sobre o uso do sistema, além de nos passarem uma visão geral deste
projeto proposto pelo Governo Federal. Estes, apesar de todas as dificuldades
que encontram, são pessoas que acreditam que podemos ter um futuro melhor se
investirmos na educação.
Gostaríamos de agradecer também a CAPES Brasil, por financiar nossas
pesquisas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA. Fernando José. Educação e Informática: os computadores na escola. São
Paulo: Cortez, 1988.
ANDRADE, P.F; LIMA, M. C. M. Programa Nacional de Informática Educativa.
A utilização da Informática na escola pública brasileira. (1970-2004). MEC:
Secretaria de Educação a Distância, 1996.
BRASIL. Ministério Da Educação. Secretaria De Educação A Distância. Capacitação
a Distância de Recursos Humanos para Utilização da TV Escola: Curso TV na
Escola e os Desafios de Hoje. Ano: 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
seed/arquivos/pdf/tvescola/projetoseacoes/unirede.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 29ª ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2000.
GUIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991.
LÉVY, Pierre. A Máquina Universo, criação, cognição e cultura informática. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
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SISTEMA FEDERAL DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR NA MODALIDADE
A DISTÂNCIA: O PAPEL DO
GOVERNO ELETRÔNICO
Edemir Costa
Universidade Federal de Santa Catarina
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do
Conhecimento
ecosta@ccs.ufsc.br
RESUMO
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A modalidade de ensino aplicada através da educação a distância corres-
ponde apenas a uma das ações do Estado que se utiliza do Governo Eletrônico.
A idéia de Governo Eletrônico, embora associada ao uso de tecnologia de
informação no setor público, ultrapassa essa dimensão. Em alguns casos está
vinculada à modernização da administração pública e à melhoria da eficiência
dos processos operacionais e administrativos dos governos. (DINIZ, 2009).
Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Ministério
da Ciência e Tecnologia, o desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico
tem como princípio a utilização das modernas tecnologias de informação e co-
municação (TICs) para democratizar o acesso à informação, ampliar discussões
e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na eficiência e efetividade
das funções governamentais.
De acordo com Sanchez (2003), “o advento e utilização de novas tecnolo-
gias da informação sintetizada na chamada era digital, está modificando a forma
de produzir, de comunicar-se e de relacionar-se entre os agentes sociais”.
O programa de Governo Eletrônico brasileiro visa à transformação das rela-
ções do governo com os cidadãos, empresas e também entre os órgãos do próprio
governo, de forma a aprimorar a qualidade dos serviços prestados, promover a
interação com empresas e indústrias, e fortalecer a participação cidadã por meio
do acesso à informação e a uma administração mais eficiente.
Os níveis de relacionamento sustentados pelo e-gov ressaltam em si mes-
mos categorias de relacionamento entre o governo e a sociedade como um todo,
as quais são caracterizadas por interações do tipo:
a) G2C – Governo para Cidadão: refere-se às iniciativas relacionadas ao
governo eletrônico voltadas para a promoção de informações e servi-
ços aos cidadãos, em que é promovida uma interação entre ambos, com
consequente inclusão digital.
b) G2G – Governo para Governo: destinado às ações na área do governo
eletrônico voltadas para a qualidade da integração entre os serviços
governamentais, envolvendo ações de reestruturação e modernização
dos processos e rotinas do próprio governo.
c) G2B – Governo para Negócios: correspondente às ações no campo do
governo eletrônico destinadas ao provimento de informnações e servi-
ços para investimentos e negócios.
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2. CORPO DO ARTIGO
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
usuário pode obter todas as orientações de uso e navegação do sistema. Por último,
à direita, encontra-se o ícone “Orientações Gerais”, que complementa as informa-
ções necessárias, incluindo o esclarecimento sobre o que é o e-MEC.
Fonte: http://emec.mec.gov.br/
3. CONCLUSÃO
A modalidade de educação a distância é, sem dúvida, uma das formas de
promover a expansão da educação no Brasil.
Com esse objetivo, o Ministério da Educação vem desenvolvendo ações
para que a educação possa democratizar-se, levando o conhecimento àquele ci-
dadão que não tem oportunidade de frequentar cursos e programas de aprendi-
zagem no modelo presencial.
É preciso, no entanto, que essa democratização seja feita de forma respon-
sável, eficiente e com compromisso institucional, a fim de garantir a adequada
formação do cidadão.
92
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
REFERÊNCIAS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS
KDD E DW COMO FERRAMENTAS
DE GESTÃO DO CONHECIMENTO
APLICADAS AO PROCESSO DE
COMPRAS DO GOVERNO ELETRÔNICO
RESUMO
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Um dos pontos de destaque da economia contemporânea tem sido o novo
recurso: o conhecimento. Nas organizações da área pública e da área privada
várias propostas de formas de gestão e tecnologias estão em constante discus-
são. Em especial, nas organizações públicas os mais importantes desafios estão
na capacidade dos governos conseguirem rápida adaptação aos novos cenários,
com o uso de tecnologias emergentes, e resposta de forma eficaz aos novos
desafios de melhor servir aos cidadãos (SOARES JR e QUINTELLA, 2002).
Assim, a motivação deste estudo teve base na dúvida quanto ao efetivo uso de
tecnologias que envolvessem a descoberta de conhecimento para a melhoria dos
serviços públicos.
Este artigo tem por objetivo descrever as contribuições do uso de tecnologias
como ferramentas de gestão do conhecimento aplicadas ao processo de compras do
governo eletrônico. Para a identificação das contribuições foi buscada inicialmen-
te fundamentação na literatura a respeito dos conceitos relativos a gestão do co-
nhecimento, ao uso de ferramentas tecnológicas, aos conceitos de governo eletrô-
nico aplicados aos processos de compras, inclusive a regulamentação brasileira de
compras governamentais. Em seguida foram analisadas as experiências do uso das
tecnologias Knowledge Discovery in Databases - KDD e Data Warehouse - DW,
no caso o modelo de compras governamentais brasileiro – o portal ComprasNet,
permitindo assim o vislumbre de algumas conclusões e recomendações.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
conhecimento pode ser entendida, segundo Drucker (1998), como “um modo ou
sistema usado para capturar, analisar, interpretar, organizar, mapear e difundir a
informação, para que ela seja útil e esteja disponível como conhecimento”. Para
Santos et al (2001) a gestão do conhecimento é o processo sistemático de identi-
ficação, criação, renovação e aplicação dos conhecimentos que são estratégicos
na vida de uma organização. Este autor defende que a administração dos ativos
de conhecimento das organizações permite a elas saberem o que sabem, condu-
zindo-as a tomada de decisão com relação a melhor estratégia a ser adotada em
relação aos seus clientes, concorrentes e ciclos de vida de produtos e serviços;
a saberem identificar as fontes de informações; a saberem administrar dados e
informações; e a gerenciarem seus conhecimentos. Trata-se da prática de agre-
gar valor à informação e de distribuí-la. Por sua vez, Terra (2000) define gestão
do conhecimento como “a capacidade das empresas em utilizarem e combina-
rem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolve-
rem competências específicas e capacidade inovadora, que se traduzem, per-
manentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança
de mercado”. O autor sugere que a gestão do conhecimento requer a criação
de novos modelos organizacionais (estruturas, processos, sistemas gerenciais);
novas posições quanto ao papel da capacidade intelectual de cada funcionário;
e uma efetiva liderança disposta a enfrentar as barreiras existentes ao processo
de transformação.
Conforme Santanna (2006), a gestão do conhecimento, no âmbito do
Programa Brasileiro de Governo Eletrônico, é considerada um instrumento es-
tratégico de articulação e gestão das políticas públicas. Dada a importância do
tema, foi criado o Comitê Técnico de Gestão do Conhecimento e Informação
Estratégica (CT-GCIE), compondo o Comitê Executivo de Governo Eletrônico.
A missão deste comitê técnico é promover a gestão do conhecimento no âmbito
do governo eletrônico na Administração Pública. Parte do pressuposto que o
capital estratégico do Estado reside na experiência dos gestores públicos, o qual
deve ser compartilhado em prol da sociedade brasileira. Para tanto, o comitê téc-
nico atua no sentido de promover o uso dos princípios, conceitos, metodologias,
ferramentas e práticas de gestão do conhecimento na administração pública.
Assim, no âmbito do governo eletrônico, a gestão do conhecimento é compre-
endida como “um conjunto de processos sistematizados, articulados e intencio-
nais, capazes de assegurar a habilidade de criar, coletar, organizar, transferir e
compartilhar conhecimentos estratégicos que podem servir para a tomada de
decisões, para a gestão de políticas públicas e para a inclusão do cidadão com
produtor de conhecimento coletivo”. O autor explica que a gestão do conheci-
mento é fundamental para a difusão das boas práticas do Governo Eletrônico,
pois permite aos funcionários públicos compartilharem práticas melhorando a
relação entre os órgãos públicos, contribuindo para um governo mais transpa-
rente entre si e para a sociedade. Dentre os exemplos de soluções tecnológicas
públicas desenvolvidas por meio de compartilhamento de boas práticas podem
ser destacados: CACIC (Configurador Automático e Coletor de Informações
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Fonte: http://www.comprasnet.gov.br/
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3. A IMPORTÂNCIA DE TECNOLOGIAS
DE GESTÃO DE CONHECIMENTO
PARA A TOMADA DE DECISÃO
Mintzberg e Quinn (1996) contribuem para a compreensão relativa à to-
mada de decisões estratégicas. Os autores defendem o “incrementalismo ló-
gico” entendido como o processo de mudança estratégica numa organização
para afirmar que ela dificilmente ocorre de forma racional e analítica, mas
de forma “fragmentada, evolucionária e intuitiva”. Tal entendimento aponta
que os gestores agem de forma flexível e experimental trabalhando com gran-
des idéias até o comprometimento com ações específicas. Os autores, con-
siderando as decisões estratégicas, estimam a existência de fatores diversos
que devem ser tratados em busca de um resultado. Acrescentam que limites
cognitivos podem existir além dos limites do processo decisório. Estes limites
estariam relacionados, principalmente, ao tempo e a seqüência das ações ao
longo do processo decisório.
Segundo Nonaka & Takeuchi (1997) a gestão do conhecimento inclui a
determinação do que a empresa sabe ou deveria saber para atingir seus obje-
tivos estratégicos. De acordo com os autores, o conhecimento passa a ser um
ativo na organização que, como qualquer outro, necessita ser administrado,
otimizado e utilizado em situações competitivas. Afirmam que na prática o
conhecimento é matéria-prima para apoio às decisões gerenciais ou até mesmo
subsídios para tomada de decisões em relação qualquer situação organizacio-
nal. Sendo assim, é possível perceber a ligação estreita entre dados, informa-
ções e conhecimentos gerados dentro das empresas decorrentes de tecnologias
de gestão do conhecimento e boa gestão organizacional. E, por meio do uso
de tecnologias de gestão do conhecimento para apoio à tomada de decisão, a
organização pode dispor de armazenamento e de processamento de grandes
volumes de dados.
No âmbito da área publica “é preciso vislumbrar a gestão do conhecimento
de forma ampla, já que estamos numa sociedade impulsionada pelas tecnologias
da informação e comunicações”, afirma Santanna (2006). O autor explica que
a informação é vital na construção da base cultural e comportamental de uma
nova sociedade e de um novo modelo de gestão pública. Explica que o papel
do Estado continua fundamental como agente estratégico para atendimento da
demanda de participação direta dos cidadãos e, também, na tomada de decisões
estratégicas. Entende que a transparência e a diminuição da burocracia se devem
ao crescimento das informações em rede, implicando em maior controle social
sobre o Estado, contribuindo para a democratização do processo decisório e efe-
tividade da ação governamental.
O autor também destaca que o desenvolvimento de uma política de Gestão
do Conhecimento implica em conscientizar a alta gerência das organizações
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
para sua incorporação nos processos. As novas tecnologias precisam ser co-
nhecidas pelos tomadores de decisão do governo vislumbrando o potencial
para a adoção de novas práticas que podem ajudar na diminuição da frag-
mentação da informação. Ainda, ressalta que “o Brasil não sabe o que sabe e
é impossível para a sociedade brasileira saber o que o governo deveria estar
informando, se a própria organização não se apropria do seu conhecimento
interno e não o compartilha corretamente”. O autor afirma que ainda há um
longo caminho que requer o desenvolvimento de práticas, gestores capacita-
dos, utilização de ferramentas com eficiência, desenvolvimento de portais e
metodologias que diminuam a fragmentação da informação do Estado, que
aproximem os gestores, que criem comunidades de prática de interesse entre
os diversos órgãos da federação, particularmente da União, e que troquem
informações entre si.
4. MÉTODO ADOTADO
Foi utilizada, para fins de desenvolvimento deste estudo, a estratégia de
estudo de caso com métodos qualitativos para levantamento e análise dos da-
dos tendo sido realizada análise de documentos e entrevistas semi-estrutura-
das, conforme sugere Yin (2001), visando garantir a confiabilidade. O objeto
de pesquisa escolhido foi o processo de compras governamentais incluindo a
solução tecnológica ComprasNet, devido as características de evolução per-
cebidas na literatura disponível. Foram analisadas informações relativas ao
período de 2004 a 2008. O levantamento de dados foi feito em documentos
disponíveis na internet e aqueles recebidos dos entrevistados durante o mês
de abril e maio de 2009. O público entrevistado contou com a participação
de gerentes de nível estratégico e tático-operacional da área de negócio do
SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa pública res-
ponsável pelo desenvolvimento da solução tecnológica ComprasNet. Assim, as
entrevistas semi-estruturadas foram aplicadas a dois superintendentes (atual e
anterior), um gerente e em analista (atuais).
As limitações do estudo incluem o restrito tempo para a realização do le-
vantamento de dados, não tendo sido exaustivo; não reaplicação da técnica de
KDD; realização de entrevista semi-estruturada apenas com os responsáveis
pelas tecnologias adotadas, não tendo envolvido clientes.
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Tecnologias
Contribuições com o uso das tecnologias
adotadas
2004
Identificação de padrões que podem subsidiar um novo modelo de
compras governamentais.
Padrão 1 – Realização de aquisições por dispensa de licitação de um
mesmo fornecedor destacando-se: Inexistência de competitividade;
Favorecimento de fornecedores; Direcionamento de resultados; Não
Técnica
aplicação dos princípios relativos às compras governamentais.
KDD
Padrão 2 – Realização de aquisições por dispensa de licitação de um mesmo
e Data
material várias vezes em um mesmo ano destacando-se: Fracionamento de
Mining
Licitação; Não aplicação dos princípios relativos às compras governamentais.
Padrão 3 – Realização de aquisições por dispensa de licitação de um
mesmo material várias vezes em um mesmo ano de um mesmo fornecedor
destacando-se: Inexistência de competitividade; Favorecimento de
fornecedores; Direcionamento de resultados; Fracionamento de Licitação;
Não aplicação dos princípios relativos às compras governamentais.
2005 e 2006
Melhora da eficiência e fiscalização do governo a partir do cruzamento
de informações que caracterizam irregularidades ou melhores práticas. A
partir da aplicação das tecnologias de Data Mining, Data Warehouse e de
Data
algoritmos bastante inovadores na área de paralelização do processamento.
Warehouse
Adoção do Tamanduá, sistema de inteligência organizacional, com a
utilização do Data Mining em hardware comoditizado de baixo custo e de
alto desempenho utilizando software livre e algoritmos para determinar
regras não explícitas de comportamento.
2007
Implementação de novas funcionalidades que permitem visões de
Compras, Fornecedores, Empenho e Ata do pregão:
Quanto a Compras: visão do governo pelo Sistema SIASG. Foi
contemplada a modalidade de compra Tomada de Preço, além das
demais modalidades já existentes.
Quanto ao Fornecedor: visão das pessoas físicas ou jurídicas
que participam dos processos de compras do governo no papel de
Data fornecedores de material ou serviços.
Warehouse Quanto ao Contrato: visão dos contratos firmados entre o governo
federal e os fornecedores, decorrentes de um processo de compra ou
contratação de serviço.
Quanto ao Empenho: visão dos registros pelas unidades
administrativas (UASGs) interessadas, decorrentes de um processo de
compra ou contratação.
Quanto à Ata do Pregão: visão dos dados relativos ao processo de
compras e/ou contratação de serviços firmados entre o governo federal e
os fornecedores na modalidade pregão.
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2008
Cooperação entre usuários que utilizam soluções livres para tratar
Data problemas.
Warehouse Uso do sistema de inteligência Tamanduá com foco em demonstrar que
as soluções livres possibilitam a cooperação dos usuários na resolução
dos problemas, assim como na evolução qualitativa do sistema.
2009
Análises de informações que apóiam os processos decisórios de políticas
Data
de compras governamentais, fiscalizações e auditorias executadas pelos
Warehouse
órgãos de controle do Governo Federal (SFC, CGU e TCU), bem como
negociações com o comércio exterior regidos pela ALCA e o MERCOSUL.
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6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste estudo foram identificadas importantes contribuições do uso das tec-
nologias Knowledge Discovery in Databases – KDD e Data Warehouse – DW
como ferramentas de gestão do conhecimento aplicadas ao processo de compras
do governo eletrônico. Constatou-se intenso uso dessas tecnologias que propi-
ciam condições para a gestão do conhecimento, especialmente no que se refere
à descoberta de conhecimentos úteis para a tomada de decisão. Assim, os resul-
tados deste estudo incluem: a) identificação de padrões que podem subsidiar um
novo modelo de compras governamentais; b) melhora da eficiência e fiscalização
do governo a partir do cruzamento de informações que caracterizam irregula-
ridades ou melhores práticas; c) novas funcionalidades que permitem visões de
Compras, Fornecedores, Empenho e Ata do pregão; d) cooperação entre usuá-
rios que utilizam soluções livres para tratar problemas; e) análises de informa-
ções que apóiam o processo decisório de políticas de compras governamentais,
fiscalizações e auditorias.
Foi possível verificar que durante o período pesquisado, de 2004 a 2009,
houve evolução no uso de tecnologias cada vez mais refinadas. Observou-se o
uso de técnicas de KDD, incluindo Data Mining e Data Warehouse, que ge-
rou melhorias contínuas no processo de compras governamentais. Outrossim,
observou-se o estabelecimento de parcerias que permitiram o desenvolvimento
de soluções tecnológicas específicas, cuja adoção tem sido fundamental para o
alcance dos objetivos do ComprasNet.
A respeito do governo eletrônico, percebe-se que o Portal ComprasNet tem
um tipo de relacionamento denominado G2BMKT, que se caracteriza por ter
negócios em portal de compras e diretamente com o cidadão, envolvendo for-
necedores. Também se percebe que as contribuições identificadas neste estudo
apóiam o alcance dos objetivos do e-gov, principalmente no que se refere a: a)
simplificação dos procedimentos e diminuição da burocracia; b) transparência e
110
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
REFERÊNCIAS
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YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2ª. edição. Porto Alegre
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A IMPORTÂNCIA DO CZRM PARA
A IMPLANTAÇÃO DO E-GOV
RESUMO
Este artigo objetiva a compreensão do que vem a ser o governo eletrônico e os principais
resultados que se deseja alcançar com a aplicação deste novo modelo de gestão. Esta
tendência de administração pública apóia-se nos recursos tecnológicos disponíveis,
proporcionando novas formas de interação com cidadão. Na busca de se obter
resultados efetivos, é imprescindível a utilização do Citizen Relationship Management
(CzRM). Para que se possa compreender a importância deste recurso, faz-se necessária
a abordagem dos conceitos de Customer Relationship Management (CRM), uma
ferramenta do marketing, empregada no setor privado que, no âmbito governamental,
ganha o nome de CzRM. Ambos visam o melhor relacionamento com os clientes/
cidadãos, proporcionando aos mesmos a prestação de melhores serviços, uma vez que,
conhecendo-os, é possível que empresa/governo trace estratégias para melhor atender
as necessidades de seu público-alvo. Assim, acredita-se que, através desta nova forma
de interação e relacionamento entre governo/cidadão seja possível atingir um modelo
de gestão participativa, democrática, que resolva de modo eficaz, problemas existentes
na sociedade contemporânea.
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
No século XXI, a sociedade presencia um processo de mudança global
do modelo de desenvolvimento, um modelo informacional, constituído de no-
vas tecnologias, de um novo modelo econômico, político, organizacional e de
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2. GOVERNO ELETRÔNICO
O conceito de governo eletrônico é ainda emergente e a literatura ainda
não consolidou o mesmo. Uma das dificuldades apontadas para tal definição e o
caráter extremamente abrangente da prática que, nos dias atuais, é chamada de
Governo Eletrônico (JOIA, 2002).
Os autores Zweers e Planque (2001), explicam que o governo eletrônico tem
por objetivos disponibilizar informações, serviços ou produtos aos cidadãos por
meio eletrônico, para que se possa agregar valor a todos que se relacionam com
a área governamental.
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leais, criando maior satisfação com a marca, proporcionando também alto grau
de proximidade entre as partes como nunca visto anteriormente. Neste contex-
to, e feito um gerenciamento de contato do cliente com a empresa, para que
as respostas, tanto em relação às dúvidas quanto ao atendimento de qualquer
solicitação de compra.
A concorrência do mercado atual tem exigido dos empresários e de toda a
equipe de trabalho, a necessidade de agregar valor a todos os aspectos da em-
presa, tanto para se manter no mercado como buscar novas posições perante os
concorrentes (DIAS e DIAS, 2000). Ainda segundo os autores (p. 17):
O atendimento superior oferece ao cliente uma organização focalizada no
atendimento verdadeiro de suas necessidades e, ainda, proporciona-lhe momen-
tos agradáveis, promovidos por colaboradores bem preparados, através de um
sistema de atendimento planejado... Alem disso, possibilita a empresa um au-
mento do numero de clientes e da fidelidade dos mesmos, ou seja, a organização
passa a ter uma facilidade maior para reter clientes atuais e atrair novos clientes.
Sob a mesma linha de pensamento, Freemantle (1994) afirma que o inves-
timento no atendimento se refere à melhoria da prestação de serviço, mas para
isso, é necessário descobrir como seus clientes vêem a empresa e quais são suas
expectativas e anseios em relação aos serviços por esta oferecidos. Observar
também, quanto tempo, esforço e recursos estão dispostos para este investimen-
to, o que e demonstrado no quadro a seguir. Que segundo o autor, isto significa:
INVESTIR
Incentivo a melhor prestação de
Treinamento serviço, visando atingir os mais altos
padrões de atendimento ao cliente;
Gerente e equipes confiáveis, voltados
Formação (e seleção) para a satisfação das necessidades
dos clientes internos e externos.
Sistemas (informação, faturamento, Para assegurar que os compromissos feitos
controle, distribuição, telefone, etc) aos clientes sejam sempre atendidos.
Pequenos extras (adornos) Que façam os clientes vibrarem.
Para que seja compatível com os altos
Ambiente padrões de serviço que você quer
que o cliente espere de você.
Para que não possam ser igualados
Produtos e serviços por seus concorrentes e que realmente
seja valorizado pelo cliente.
Isto significa investir num nível de recursos adequado (com reserva de capital suficiente)
para efetuar a operação básica do negócio sem atraso ou prejuízo para o cliente.
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Cardoso e Filho (2001) dizem que o operacional e/ou o estratégico devem ter
uma visão geral do cliente dentro da organização, o que ainda não foi atingido.
Os autores definem os principais desafios no oferecimento de um verdadei-
ro e-CRM:
• Consistência para construir uma estratégia de canais interativa e
integrada;
• Equilíbrio entre as interações self-service e os atendimentos pessoais;
• Adoção da tecnologia certa no tempo certo;
• Mudanças no gerenciamento; e
• Avaliação das expectativas dos clientes quanta aos serviços com base
na web.
De acordo com as idéias e conceitos expostos sobre e-CRM, e de vital
importância à adequação das ferramentas de marketing, quanta a interação
com o cliente, de modo a conhecê-lo e adequar os produtos/serviços a suas
necessidades, proporcionando um atendimento personalizado, mais eficien-
te, e faça com que este, mediante sua satisfação, gere inclusive, a captação
de novos clientes.
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5. CONCLUSÃO
Com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), a
sociedade contemporânea tem a oportunidade de realizar, mais do que em qual-
quer tempo anterior da história, o ideal democrático oriundo da Grécia antiga.
É natural que no sistema capitalista, as mudanças ocorram primeiramente
no mercado, impulsionadas pela extrema concorrência que a evolução do siste-
ma econômico impõe as organizações, porem, o Estado, para manter-se eficiente
e eficaz e obrigado a utilizar destas mesmas ferramentas sob pena de não conse-
guir realizar suas funções básicas, como fazia anteriormente.
Se hoje e imprescindível à utilização da ferramenta CRM para as organi-
zações privadas, para que essas possam atrair e reter seus clientes, na esfera
governamental, o CzRM também se mostra imprescindível pois, sem este re-
curso, o governo não conseguira elaborar um planejamento voltado a atender as
necessidades/anseios da população, de forma mais efetiva.
Através do CzRM a implantação de um sistema de e-Gov se apresentara com-
pleto, possibilitando a toda esfera governamental uma total interatividade com o ci-
dadão. Dessa forma, as ações de governo podem ser realizadas seguindo os desejos
e necessidades da população. A gestão dos processos ganha agilidade e confiabilida-
de, tornando transparentes todas as ações realizadas pelos órgãos públicos.
Por tudo isso, fica claro que o CzRM e o e-Gov são duas filosofias que se
completam e que fortalecem o sistema democrático, ou seja, são ganhos funda-
mentais para toda a sociedade.
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CIBERINCUBADORA:
UM MODELO PARA O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Ao focar sua discussão maior na questão da tecnologia da informação e
comunicação dentro do contexto do desenvolvimento regional sustentável, o
presente artigo não deixa de lado posicionamentos e questões importantes desse
tema. Hoje, quando se pensa em desenvolvimento regional, a questão da susten-
tabilidade se apresenta como indispensável e indiscutível. Porém, muitos outros
aspectos são totalmente discutíveis e, por isso estão longe de um consenso, como
por exemplo, qual seria a melhor perspectiva para o desenvolvimento regional
sustentável: endógeno ou exógeno? Outro ponto é a questão da influencia ainda
existente do pensamento que se batizou de porteriano. Apesar das fortes críticas
sofridas nos últimos anos é notório que o pensamento de Michel Porter ainda in-
fluencia e muito o planejamento e a gestão estratégica de organizações públicas
e privadas. Deste modo, ao se planejar a implantação de um projeto junto a um
município, Estado ou país se faz necessário observar esse fator. Ressalta-se que
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
é por esse motivo, que são utilizadas algumas referências mais antigas sobre o
tema, justamente por que se tornaram clássicas nesta discussão.
Dentro desses contextos, o conceito de incubadoras de empresas como
apoio ao desenvolvimento regional sustentável se apresenta já há algum tem-
po como uma solução saudável precisamente por possibilitar o nascimento e
fortalecimento de micro, pequenas e médias empresas. A recente populari-
zação das novas tecnologias possibilitou o surgimento de uma evolução no
conceito de incubadora de empresa que aparentemente ainda se encontra em
um estágio embrionário e que justamente por isso ainda se apresenta com di-
versas roupagens e vertentes, nominadas hora como incubadora digital hora
como incubadora virtual. O artigo discutirá o estado da arte desses conceitos
e também apresentará uma nova visão que nasce com o intuito de ser um novo
instrumento para o desenvolvimento regional sustentável: a ciberincubadora.
Esse novo modelo se utiliza das modernas tecnologias da informação e comu-
nicação disponíveis, assim também como dos diversos e atuais conceitos que
essas tecnologias envolvem.
2. A INOVAÇÃO E O EMPREENDEDORISMO
Tanto o conceito de desenvolvimento regional, quanto o de incubadora de
empresas estão intimamente ligados aos conceitos de inovação e de empreen-
dedorismo. A Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico
(OCDE, 1996), afirma que a inovação se caracteriza pela transformação de uma
idéia em um novo produto, de um processo operacional para a indústria ou para
o comércio, ou ainda, em um novo método social. Schumpeter (1988) é o au-
tor que mais trabalhou o tema e melhor define o conceito de inovação, fazendo
pela primeira vez a distinção desse conceito com o da invenção, que antes era
tradicionalmente usada como sinônimo. Schumpeter ensina que a invenção não
possui um caráter necessariamente ligado ao desenvolvimento econômico ao
contrário da inovação.
Para Schumpeter (1988), a inovação deve ser vista como o impulso funda-
mental que, além de colocar, mantém a engrenagem da economia em movimen-
to. Dessa forma, para esse autor o desenvolvimento econômico somente pode
ocorrer em sua plenitude se existir a inovação como base. Neste mesmo sentido,
o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA (2005) define inovação tec-
nológica como a:
introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) tecnologicamente
novo ou substancialmente aprimorado ou pela introdução na empresa de
um processo produtivo tecnologicamente aprimorado ou novo. A inovação
tecnológica pode resultar de novos desenvolvimentos tecnológicos, de
novas combinações de tecnologias existentes ou da utilização de outros
conhecimentos adquiridos pela empresa.
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17 �������������������������������������������������������������������������������������
Clemente de Nóbrega escreve sobre esse neologismo no artigo “Por que o Brasil é ruim
de inovação?”, na Revista Época Negócios. <http://epocanegocios.globo.com/Revista/
Epocanegocios/0,,EDG79418-8374-8,00.html>
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
3. O DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Desenvolvimento regional está diretamente ligado à elevação da qualidade
de vida de determinada população de determinada localidade, observada com
a elevação da renda, a qual deve ser maior do que o crescimento demográfico.
Contudo, a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita não significa,
automaticamente, melhor distribuição de renda nem garantias para um cresci-
mento futuro de produção.
Dessa maneira, é imprescindível o crescimento sustentável. Isso quer di-
zer que, durante o processo de crescimento e desenvolvimento, cada fase, se-
quencialmente, propicia as condições necessárias à fase seguinte. Oliveira, et al
(2003, p.31) comentam ainda que:
O desenvolvimento deve ser encarado como um processo complexo de mu‑
danças e transformações de ordem econômica, política e, principalmente,
humana e social. Desenvolvimento nada mais é que o crescimento – in‑
crementos positivos no produto e na renda – transformado para satisfazer
as mais diversificadas necessidades do ser humano, tais como: saúde,
educação, habitação, transporte, alimentação, lazer, dentre outras.
Para Haveri (apud BUARQUE, 1999), seguindo o pensamento de Shumpeter,
esse fenômeno está geralmente associado a iniciativas inovadoras, onde as co-
munidades se utilizam de suas características específicas que geram qualidades
superiores para garantir um diferencial em relação a outras regiões e assim, se-
guindo agora Michel Porter, geram uma vantagem competitiva.
Na visão das teorias clássicas, o desenvolvimento regional apresenta a exis-
tência de uma força exógena que possui a capacidade de mover as atividades
econômicas de uma maneira geral e quase incondicionada. Para os autores que
defendem esse conceito, essas forças são oriundas dos pólos centrais de um país
ou região, baseando-se principalmente nas atividades exportadoras, como fun-
damento do crescimento e difusão do desenvolvimento. Dessa forma, as influên-
cias externas seriam maiores e mais decisivas que as forças internas.
Na dialética dessa discussão existem os autores que defendem que as forças
motrizes internas de uma região são capazes de, por si só, possibilitarem um
desenvolvimento econômico que extrapola os limites regionais, causando um
impulso para toda a sociedade local e influenciando outras regiões. São as forças
endógenas colocadas como primordiais para o planejamento do desenvolvimen-
to regional.
Vários autores já discorreram sobre a forte dualidade que a nova economia
ressaltou: o local e o global. Essas forças na verdade não se mostram contradi-
tórias e sim complementares, pois o global só acontece a partir do local. Essa
condição é potencializada através das novas tecnologias da informação e co-
municação, pois elas possibilitam que diferentes processos que acontecem em
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4. O CONCEITO DE INCUBADORAS
Não existe um consenso em relação ao surgimento do conceito de incuba-
dora de empresas, principalmente quando se estuda as transformações que ocor-
reram em seus fundamentos. Porém, pode-se afirmar que elas se desenvolveram
intimamente ligadas aos parques tecnológicos e as universidades. (IMASATO,
2005)
Segundo Barbieri (1994), os chamados parques tecnológicos são derivados
dos ingleses “science parks” ou dos franceses “technopolis” e tem como maior
expoente mundial o caso californiano do Vale do Silício, ligado desde o seu nas-
cimento a Universidade de Stanford.
No Brasil o surgimento da primeira incubadora se deu em no ano de 1987
e se desenvolveu rapidamente chegando em 2006 a 377 unidades, conforme le-
vantamento da Anprotec, organismo que representa as incubadoras de empre-
sas, parques tecnológicos e empreendimentos inovadores no Brasil. Em terras
tupiniquins pesquisadores apontam que mesmo sendo implantado por universi-
dades, na maioria das incubadoras existentes há uma grande lacuna entre esses
projetos, o ensino e a pesquisa.
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18 ������������������������������������������������������������������������������������
Para conhecer mais sobre o conceito da incubadora virtual da Fapesp visite: <http://
iv.incubadora.fapesp.br/portal/sobre/o-que-e-a-incubadora>
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para as artes e/ou a cultura, banco de dados de idéias, como também pode somar
todas essas atividades em uma só incubação, dependendo apenas das especiali-
dades das entidades envolvidas, bem como das potencialidades que sejam bené-
ficas se agruparem dependendo do contexto onde for implantada.
A ciberincubadora estaria baseada em quase sua totalidade na rede mundial
de computadores e ao se utilizar da filosofia web 2.0, torna possível a realização
da maioria de suas atividades através da virtualidade. Para uma melhor visão do
conceito apresentado, destacam-se os seguintes pontos:
• Atividades virtuais: consultoria, desenvolvimento, divulgação, comer-
cialização, planejamento, pesquisa, comunicação, plano de negócios,
gestão, controle, recrutamento, treinamento, capacitação de pessoal e
banco de dados.
• Princípios básicos: inovação, empreendedorismo, desenvolvimento
sustentável, pesquisa aplicada, transferência de tecnologia, ligação
total entre grande grupo de professores pesquisadores e gestores das
empresas incubadas.
• Diferenciais: somatória das forças endógenas e exógenas, planejamen-
to democrático, rompimento das fronteiras regionais tanto na incuba-
ção quanto na comercialização, rompimento das barreiras de tempo e
espaço, construção coletiva, gestão cooperada, cooperação flexível e
transversal, fortalecimento da cultura empreendedora e democratiza-
ção na participação diversos atores.
Para deixar mais claro as possibilidades imaginadas para o conceito de ci-
berincubadora, descrevemos um exemplo regional e que elege como base um
produto que nos últimos anos, adquiriu um grande sucesso comercial, a partir
do Estado do Tocantins: o capim dourado.
Tento sua origem a região do Jalapão, a 180 km da capital Palmas, o
capim dourado conseguiu proporcionar para alguns moradores da região
uma melhor qualidade de vida, oriunda da exploração dessa matéria prima.
Apesar dos apoios já recebidos do SEBRAE/TO, Governo do Estado entre
outros organismos, pode-se perceber que a atividade ainda não possui um
total controle e sofre com atravessadores, com a falta de uma real regulamen-
tação, com um maior profissionalismo, com a baixa qualidade no design e por
uma política de precificação que não considera em sua plenitude a raridade
e a escassez da matéria prima, fator fundamental em se pensando desenvol-
vimento sustentável.
Dentro desse contexto, poderia ser planejada a criação de uma ciberincu-
badora ligada ao Centro Universitário UnirG, na região sul do Tocantins. Essa
ciberincubadora poderia ter um provedor contratado em qualquer outra região
do globo. Mesmo não estando no mesmo município, seria possível se ter incuba-
do nesse sistema, as cooperativas das artesãs das cidades do entorno da região
do Jalapão.
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6. CONCLUSÃO
Buscar alternativas saudáveis para o desenvolvimento regional deve ser
um objetivo constante para todos que atuem nessa área. A proposta da cibe-
rincubadora é uma tentativa de contribuição para essa importante questão
econômico-social.
O estudo realizado encontrou um cenário brasileiro em plena evolução, mas
que necessita de um real aprimoramento e de uma prática mais próxima aos
princípios básicos que fizeram do conceito dos parques tecnológicos e, por con-
seguinte das incubadoras de empresas sucessos em outros países.
Incentivar o nascimento e o crescimento de atividades empreendedoras não
pode jamais se afastar dos princípios da inovação. Para isso, a presença da pes-
quisa acadêmica se mostra fundamental. O envolvimento e a participação aca-
dêmica devem ocorrer de forma contundente e permanente.
A gestão desses organismos deve ser feita através de uma participação de-
mocrática das áreas acadêmicas fundamentais para a boa assessoria e condução
do projeto. Exatamente por que o distanciamento e a falta de densidade de pro-
fissionais envolvidos das áreas acadêmicas das Universidades são aspectos que
aparecem como problemas a serem resolvidos.
Outro grande problema, percebido durante a pesquisa é o justamente o
afastamento dos conceitos originais de inovação e empreendedorismo feito pelo
organismo maior no Brasil: o SEBRAE. Essa questão é delicada e deve ser tra-
tada entre as partes envolvidas e principalmente com base nas discussões dos
resultados obtidos durante esses anos de experiência. Devemos discutir e re-
ver o conceito norte americano de empreendedorismo, hoje aceito e inserido,
sem adaptação em nossa cultura. Temos que perceber os contornos de nossos
ambientes empresariais e difundir as reais concepções do verdadeiro espírito
empreendedor. Caso contrário, estaremos comprometendo e engessando as in-
cubadoras brasileiras e principalmente comprometendo o desenvolvimento da
inovação e da tecnologia. Não podemos nos afastar desses conceitos para real-
mente conseguir construir um mercado competitivo e sustentável de maneira
que atenda as necessidades atuais e viabilizem as futuras.
A necessidade de criação de novos modelos organizacionais, como esse
que hora se apresenta, vem de encontro com a potencialidade do campo virtual.
Dessa forma, acreditamos que a ciberincubadora pode se transformar em uma
boa perspectiva de inserção do Brasil na economia sem fronteiras.
Em busca de algumas dessas soluções e na agregação dos conceitos da ci-
bercultura e das novas tecnologias da informação e comunicação é que a propos-
ta hora apresentada se mostra viável e de aplicação ampla e flexível.
Com a visualização do Efeito Moebius o planejamento do desenvolvimento
regional também adquire novos contornos e deve possibilitar o aproveitamento
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dessas novas condições para que os objetivos definidos possam ser plenamente
alcançados.
As discussões apresentadas que versam sobre a criação da ciberincubadora,
é perfeitamente compatível com uma proposta de desenvolvimento sustentável,
em um ambiente favorável às novas idéias, com um serviço prestado de qualida-
de no âmbito das universidades e, conseqüentemente, para a sociedade, permi-
tindo a integração dos demais atores envolvidos em uma visão sistêmica e global
sobre negócios empreendedores.
Por ser uma proposta inicial, baseada em conceitos e no levantamento das
experiências até agora realizada, e principalmente por ainda não ter sido colo-
cada em prática, esse artigo sofre uma limitação natural, porém uma limitação
que deve ser eliminada com a instalação da primeira ciberincubadora, cujo pla-
nejamento já se encontra em curso. Dessa forma, o objetivo central do artigo é
registrar e socializar a idéia para que a partir dela se possa evoluir através da
construção coletiva.
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2009.
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REDES SOCIAIS DE COOPERAÇÃO
INTERORGANIZACIONAL: O
ESTUDO DE CASO DO VALE DA
ELETRÔNICA – MINAS GERAIS
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Uma das características da economia no século XXI é a transição da efici-
ência individual para a eficiência coletiva. A competitividade está cada vez mais
relacionada ao desempenho da cooperação interorganizacional e não a empresas
que trabalham isoladamente (FLEURY; FLEURY, 2007). No ambiente atual de
negócios, percebe-se a tendência de as organizações atuarem de forma conjunta,
associada, compartilhando todos os tipos de recursos a partir da definição de
estratégias específicas.
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2. COOPERAÇÃO
Neste item abordar-se-á primeiramente as motivações das PMEs que, por
meio da cooperação, buscam resultados superiores ao trabalho isolado, apontan-
do os benefícios proporcionados à PME aliada a essa nova configuração organ-
izacional. Em seguida apresentar-se-á as principais tipologias de cooperação e
a forma organizacional de governança estratégica colaborativa. Finalizar-se-á
148
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este item com os resultados que a PME pode alcançar, diante dos desafios do
mercado, utilizando a cooperação como opção de estratégia de competitividade.
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Por outro lado, Woolthuis et al. (2005) destacam três aspectos do contrato
e a influência sobre governança. Primeiramente, o contrato apresenta-se como
inibidor do oportunismo entre as organizações e motivador das oportunidades
de negócios. Em seguida, os autores apresentam o contrato como redutor de
conflitos interorganizacionais, uma vez que ambas as partes firmaram o acordo
e concordaram formalmente com as condições negociadas, não há o que se dis-
cutir. E, em terceiro lugar, o cumprimento do contrato firmado gera satisfação
aos envolvidos e desenvolve a credibilidade entre as empresas, tornando o con-
trato apenas um protocolo da negociação.
A governança informal, pautada na confiança entre as empresas envolvidas
na cooperação, permite interpretações diversas. Para Locke (2001), confiança é
um atributo pessoal; algumas pessoas são confiáveis e outras não. Confiar em
uma pessoa significa acreditar que, uma vez oferecida a chance, ela não se com-
portará de forma a prejudicar o outro. Portanto, segundo o autor, a confiança é
situacional e/ou relacional, algo que se desenvolve entre dois ou mais indivíduos
em um contexto ou relacionamento particular. Adicionalmente, os autores con-
cordam que a confiança está presente nas relações de cooperação e que suas
definições são numerosas e muitas vezes contraditórias.
A ideia da confiança é bastante abordada por Humphrey e Schmitz (1998),
por meio de conceitos de sanções e credibilidade. Trabalhos em conjunto formu-
lam, segundo os autores, condições de relacionamento e cooperação dentro da
rede. Isso torna a discussão sobre cooperação mais real sem partir do princípio
de que os empresários vão preferir um comportamento de lealdade em vez de
um comportamento oportunista. Sanções reduzem os riscos associados à confi-
ança. A traição/deserção não provoca apenas a perda do negócio, mas também
a sanção social.
Mesmo assim, Meyer-Stamer (2001) lembra que é frequentemente o fra-
casso de experiências que tentam estimular a cooperação entre empresas, dado o
problema da falta de confiança. Portanto, para se obter o tipo de comportamento
colaborativo, precisam-se estabelecer sanções desde o nível macro (a partir das
políticas do Estado) até o nível micro (formas de ações conjuntas entre as em-
presas que possibilitem o estabelecimento da confiança baseada em processo).
A combinação dessas sanções, somadas às oportunidades que as empresas
terão de trabalhar em conjunto, levará a um comportamento voltado para o re-
lacionamento na direção de fortalecimento da cooperação em lugar de buscar
comportamentos oportunistas. Espera-se que essa condição de envolvimento de
todos, Estado e sociedade, leve a um círculo virtuoso em que as ações conjun-
tas tragam vantagens na eficiência coletiva, proporcionando o fortalecimento da
confiança para a melhoria coletiva do desempenho.
Balestro (2002) destaca que, quando se tem confiança em uma relação in-
terorganizacional, há uma elevação de investimentos para maximizar retornos
futuros, pois se tem uma predisposição para investir em ativos específicos na
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relação com aquele parceiro, tendo em vista o longo prazo da relação. Afirma o
autor que existem casos de fornecedores que reestruturam todo o seu processo
produtivo a fim de atender a um determinado cliente. A confiança está dire-
tamente relacionada às trocas de informações e à motivação para a solução de
problemas conjuntos, podendo propiciar, em um estágio extremamente negativo,
o oportunismo entre firmas.
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3. METODOLOGIA
O presente artigo responde por um estudo de caso exploratório com dados
qualitativos coletados por meio de entrevistas em profundidade em empresas
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As empresas que compõem o ambiente micro, foco deste artigo, são em sua
maioria PMEs fabricantes de aparelhos eletroeletrônicos. Conforme apresentado
na delimitação da unidade de análise da pesquisa, o ambiente micro foi escol-
hido como foco deste artigo de modo a atender aos objetivos iniciais deste tra-
balho: analisar a forma e os resultados das estratégias de cooperação das PMEs
inseridas no Vale da Eletrônica, polo nacional de produtos eletroeletrônicos, lo-
calizado em Santa Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais.
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5. CONCLUSÃO
Em se tratando de parcerias, percebe-se uma forte influência do espírito
cooperativo, em que a conectividade, os objetivos comuns e a governança carac-
terizam o aglomerado do Vale da Eletrônica. Para o representante do SINDVEL,
essa proximidade das PMEs está relacionada com o ambiente de nascimento do
Vale, principalmente entre as instituições de ensino de Santa Rita do Sapucaí,
representadas pelas incubadoras e as PMEs. Destaca ainda que, em um ambi-
ente concentrado em eletroeletrônica, existem produtos similares em alguns
setores como o de segurança eletrônica, havendo assim a competição. Mas trata-
se de uma competição saudável e respeitosa segundo o representante legal do
SINDVEL.
De modo geral, percebe-se que há colaboração entre as empresas, em que
os produtos são complementares, daí a cooperação. Relações de cooperação
entre as empresas superam as relações de boa vizinhança. Quando uma em-
presa precisa de um determinado material ou produto e não tem tempo hábil
para fabricar, busca-o na empresa vizinha, relata o representante do SEBRAE.
Assim é importante que as empresas mantenham um nível de qualidade
de produto similar para que tenham padrão na negociação e nas trocas de
mercadorias.
Em se tratando da governança, tanto as empresas quanto as instituições
entrevistadas reconhecem uma estruturada governança no Vale da Eletrônica
composta pelos três pilares: público, privado e acadêmico. Conforme estudos
de Provan e Kenis (2003), a governança do Vale está representada por uma en-
tidade administrativa, network administrative organization, conforme ilustrado
na Figura 3.
Entretanto admitem necessitar de lapidação contínua desse “tripé relacio-
nal”, ou seja, o empresário precisa desenvolver uma visão macro do mercado que
o cerca e não apenas focalizar seu negócio. Os setores públicos e acadêmicos
devem desenvolver laços de confiança de forma a solidificar a base da região
vivenciando o verdadeiro polo tecnológico em eletroeletrônica.
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OBSERVATÓRIO DE RESÍDUOS
RECICLÁVEIS E RECICLADOS
DO DISTRITO FEDERAL
Edmar Moretti
Universidade de Brasília – Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e
Sustentabilidade da Universidade de Brasília - LACIS
edmar.moretti@mma.gov.br
RESUMO
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta os resultados obtidos no projeto de pesquisa aplica-
da do Observatório de Resíduos Sólidos Recicláveis e Reciclados (ObsR3DF)
do Distrito Federal (DF). O ObsR3DF faz parte do Plano de Ação propos-
to pelo Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade
(LACIS) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) junto com o
Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília
(UnB) para o fortalecimento da gestão dos resíduos sólidos reciclados e re-
cicláveis no DF.
O LACIS visa à pesquisa, ensino e extensão em diferentes áreas do conheci-
mento e tem como foco a sustentabilidade do ambiente construído, considerando
a inclusão social e a Educação Ambiental com o fortalecimento do sistema de
aprendizado de indústrias, cadeias produtivas e de outras organizações, o qual
se constitui em um laboratório de criação, testes e compartilhamento de tecno-
logias que visam a sustentabilidade do ambiente construído, reunindo talentos e
recursos por meio de pesquisa aplicada, educação ambiental e a constituição de
redes para difusão tecnológica e inclusão social.
O ObsR3DF é um projeto de pesquisa proposto com base nos resultados
de outros dois projetos de pesquisa coordenados pelo LACIS: o Programa
de Integração de Atores Sociais para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
(PROATOS-DF) e a cadeia de valor dos resíduos sólidos recicláveis e reciclados
do DF que faz parte do estudo do Arranjo Produtivo Local (APL) de resíduos só-
lidos reciclados e recicláveis do DF. O projeto do ObsR3DF recebeu apoio finan-
ceiro da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério
de Ciência e Tecnologia (SECIS/MCT).
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2. OS RESÍDUOS RECICLÁVEIS
NO DISTRITO FEDERAL
Um dos maiores desafios da administração urbana atual é a gestão de re-
síduos sólidos. A verificação das estatísticas do volume de resíduos gerados,
os custos do tratamento e da disposição final, o número de pessoas que vivem
como catadores no Brasil impõem que as dimensões econômica, ambiental e
social sejam consideradas na busca de soluções e de minimização de impactos.
Faz-se necessário ainda reconhecer a importância de ferramentas de integração
e disseminação de informação e conhecimento.
No Distrito Federal são gastos, anualmente, em torno de R$300 milhões de
Reais com a gestão de resíduos sólidos. A destinação inadequada desses resídu-
os causa impactos ambientais que potencializam vetores de doenças e poluição.
Implantar o aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos em processos de re-
ciclagem fortalecendo a cadeia produtiva de resíduos reciclados e recicláveis,
implica no fortalecimento dos agentes produtivos locais (como catadores e ca-
tadoras e micro empresas). O que traz como resultados o aumento da inclusão
sócio-econômica, redução dos vetores de doenças, como a dengue e a lepstopi-
rose, e economia de matérias primas retiradas da natureza.
Diferentes agentes no DF, como a UnB e vários de seus departamentos e
faculdades, setores do Governo do DF e do governo Federal, do setor produtivo
e do terceiro setor, vêm desenvolvendo ações e projetos que visam contribuir e
fortalecer a gestão de resíduos sólidos urbanos. A complexidade do problema,
a ausência de instrumentos de planejamento e a falta de integração dos atores
envolvidos no DF exigem o desenvolvimento de programas que fortaleçam e
integrem as ações já existentes.
O observatório é um projeto que resulta da análise do contexto atual da
gestão dos resíduos sólidos no DF e da cadeia produtiva dos resíduos sólidos,
por meio da elaboração e implementação do PROATOS e do APL de Resíduos
Sólidos Reciclados e Recicláveis do DF. O APL de Resíduos Sólidos Recicláveis
e Reciclados do DF (APLRS) teve início a partir das ações desenvolvidas no pro-
jeto Excelência das Empresas Coletoras de Resíduos de Obras do DF, no Geor/
Sebrae-DF.
A parte mais importante dos agentes da cadeia de recicláveis no Distrito
Federal está organizada em três estruturas agregadoras e promotoras do
APLRS/DF: Associação das Empresas Coletoras de Entulho e Similares do
Distrito Federal (ASCOLES), Associação dos Recicladores de Brasília e Entorno
(ARECIBRAS) e Central de Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis
do Distrito Federal e Entorno (Centcoop/DF). O APLRS/DF aglomera agentes
que estão envolvidos em todos os elos da cadeia de recicláveis no DF como:
a coleta, a preparação, a comercialização, a reciclagem, o desenvolvimento de
pesquisa e metodologias que fortalecem o sistema de aprendizado local.
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4. METODOLOGÍA UTILIZADA
Para a criação do ObsR3DF foi utilizado a integração de diversas funcionali-
dades existentes em vários programas livres (técnica de Mashup), entre eles está
a API de mapas do Google, a Interface Integrada para Internet de Ferramentas
de Geoprocessamento (I3Geo) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para a
criação de mapas temáticos e a árvore hiperbólica de conhecimento da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) para a criação da rede das
relações dos agentes cadastrados. Também foi utilizado a linguagem de progra-
mação PHP, base de dados PostgreSQL com PostGIS, e o visualizador de dados
geográficos Mapserver. O ObsR3DF está hospedado em <http://www.resisduos.
reciclaveis.unb.br/obsr3df>.
O projeto da infra-estrutura considerou o fato de que as aplicações seriam
executadas na Internet e utilizadas por usuários de todo o Brasil, sem prejudi-
car os aspectos operacionais da solução proposta que exigiu disponibilidade,
facilidade de uso e agilidade. A plataforma tecnológica utilizada obedeceu os
seguintes requisitos:
• o sistema deve dispensar a instalação de qualquer ferramenta na esta-
ção cliente, ou seja, deverá exigir apenas o browser instalado;
• deve ser desenvolvido nas linguagens HTML, Javascript e PHP
MapScript;
• deve estar em consonância com as políticas e especificações técnicas
constantes nos Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico
– e-PING;
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5. RESULTADOS OBTIDOS
Como resultado da pesquisa do ObsR3DF, confeccionou-se três sistemas
que foram integrados: um sistema para gestão do conhecimento da cadeia de
resíduos recicláveis e reciclados, outro para a criação de mapas temáticos geor-
referenciados (Geo) e, por último, um sistema para a representação da rede de re-
lacionamentos dos agentes cadastrados, que se ocupam da questão dos resíduos
recicláveis e reciclados no Distrito Federal. Os sistemas de georreferenciamento
e de rede de relacionamentos permitem a navegação pelos dados de forma grá-
fica. E o sistema de rede de relacionamento permite a navegação simultânea nos
dados com o sistema de gestão do conhecimento.
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19 ����������������������������������������������������������������������������������������
O mapfile é um arquivo texto que possui os comandos necessários para representar uma ca-
mada de informação georreferenciada, na forma de mapa temático, no programa Mapserver,
o qual interpreta esses comandos gerando uma figura que é exibida no programa I3Geo.
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6. CONCLUSÃO
O ObsR3DF tem como finalidade pesquisar, coletar, analisar, processar, ar-
mazenar, integrar e compartilhar dados, informações, conhecimento e tecnolo-
gias de toda a natureza que tenham correlação com resíduos sólidos recicláveis
e reciclados e, ainda, subsidiem a elaboração de políticas, planos e programas
de inclusão social.
As etapas de concepção e desenvolvimento foram concluídas e a partir de
abril de 2009 passou-se à fase de consolidação e ampliação do ObsR3DF. O que
significa que o primeiro piloto já está em fase de implantação no DF e está pron-
to para ser disseminado para outras localidades do país. Em 2008 desenvolveu-
se o sistema e a infra-estrutura da tecnologia de informação. Neste processo
algumas consideração referentes à dificuldades são relevantes, como:
a) Acessar o conhecimento gerado pelas informações e dados contidos
pelas organizações ligadas ao manejo de resíduos sólidos recicláveis;
b) Convencer os parceiros a compartilhar dados, informações e
conhecimento;
c) Convencer os parceiros a utilizar o observatório como uma ferramenta
informatizada de gestão do conhecimento
A idéia de uma célula de inteligência única que seja capaz de centralizar
informações de várias organizações é inovadora, ousada e requer um processo
de convencimento pela demonstração, uso e experimentação.
Esse trabalho demanda tempo e dedicação da equipe do ObsR3DF e tem
requerido várias visitas às organizações parceiras, contatos contínuos para en-
trevistas, e coletas de dados e informações, que geralmente estão dispersos, ou
não estão publicados. O processo de trazer os parceiros para dentro do ObsR3DF
tem evoluído lentamente.
Por outro lado, todas as vezes que o ObsR3DF foi apresentado houve um
consenso de sua relevância para a gestão dos resíduos sólidos reciclados e reci-
cláveis do DF. Além disso, há o reconhecimento de sua replicabilidade em todo
o país e no exterior.
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AGRADECIMENTO
Agradecemos ao Ministério da Ciência e Tecnologia, na pessoa do Sr.
Joe Carlo Viana Valle - Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão
Social e a toda a sua equipe, pelo apoio recebido para realização da pesqui-
sa do Observatório da Cadeia de Resíduos Recicláveis e Reciclados do Distrito
Federal (ObsR3DF).
REFERÊNCIAS
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pt.wikibooks.org/wiki/I3geo>. Acesso em: 08/07/2009.
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mapas geográficos utilizando softwares livres. In: IV Conferência Sul-Americana
em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico - CONEGOV, Palmas.
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O SOFTWARE LIVRE E A
PADRONIZAÇÃO DE SISTEMAS
NO GOVERNO FEDERAL
RESUMO
Este artigo trata sobre a padronização do desenvolvimento de sistemas utilizados pelo governo
federal do Brasil. Em sua introdução, ele apresenta o cenário do Software Livre no contexto do
governo, ao final da qual aponta a necessidade do uso de padrões. O desenvolvimento do artigo
é o relato da criação de uma estratégia de governo para a área de tecnologia da informação,
e de como isso culminou na criação de uma arquitetura de referência para aplicações e no
desenvolvimento de uma infraestrutura de construção de software (um framework) livre e de
código-aberto. São abordados o histórico do projeto do framework e uma visão geral sobre
sua arquitetura e a das aplicações por ele geradas. A artigo também expõe de forma sucinta
o desenvolvimento colaborativo em comunidade, os projetos relacionados e conclui com as
vantagens oferecidas pelo uso do framework e seu impacto na sociedade.
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Segundo Pinheiro (2008), “o software livre há muito que extrapolou as fron-
teiras da Academia, sendo um dos sistemas preferenciais das grandes indústrias,
devido a utilização de padrões, o reaproveitamento de códigos, a adequação de
ferramentas, além da não necessidade de licença para cada aplicação da ferramen-
ta. No governo federal, a cada dia assume uma posição ainda mais estratégica”.
Para o Estado, o software livre apresenta diversas vantagens, de acordo com
Almeida (2009):
–– garante o domínio sobre a tecnologia, o que é fundamental para o de-
senvolvimento do país, por abrir caminho para a inovação;
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permite que os mesmos estejam acessíveis durante décadas, uma vez que o domínio
da tecnologia proporcionado pelo modelo livre garante a abertura das informações.
A segurança nacional também é atendida, segundo Saleh (2004), pois
“como o software livre é distribuído acompanhado dos códigos fontes, fica fácil
para as organizações governamentais auditá-lo, e garantir que não há seções ma-
liciosas, que poderiam eventualmente transmitir informações sem autorização
ou quebrar dados confidenciais.”
Sendo assim, o software livre parece ser a solução ideal para o desafio
imposto pelos princípios constitucionais que regem a Administração Pública.
Costabile (2003), entretanto, afirma que o software livre traz outro desafio, a
padronização. Segundo ele, “se todo o governo resolver usar software livre sem
padronizar” poderá “ter problemas de comunicação entre os sistemas, inviabili-
zando conquistas anteriores.” Ele ressalta que “não podemos esquecer que o pro-
grama de governo (da administração iniciada em 2003) recomenda a integração
entre os órgãos como meio de se atingir a sinergia.” Ele alerta que “sem padrão
não teremos comunicação, mas aumento da entropia.”
2.1 A estratégia
O alinhamento do governo federal com o movimento de software livre faz
parte da estratégia do mesmo para sua área de tecnologia da informação (TI).
Essa estratégia foi traçada a partir da ciência da diversidade de equipes, clientes,
plataformas, demandas, pessoas e recursos envolvidas no desenvolvimento de
sistemas para governo.
O Serpro, empresa pública de tecnologia da informação do Ministério da
Fazenda, a partir de sua experiência como principal provedor de soluções para
o governo federal, considerou, para o estabecimento da estratégia de TI para
governo os seguintes elementos de decisão:
–– Os atores institucionais dos sistemas de governo (servidor público, fir-
mas e cidadãos) precisam de globalidade, conexão, mobilidade e faci-
lidade de acesso.
–– A implementação de software baseada em conhecimento maduro é
preferível às soluções ad hoc.
–– É necessário promover a integração entre os sistemas de governo, eli-
minando o insulamento provocado pela diversidade (citada anterior-
mente), permitir a busca e recuperação de informação em bases de da-
dos diferentes e preservar a identidade e privacidade dos usuários.
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2.2 A implementação
Os funcionários do Serpro, ao longo dos anos, fizeram várias tentativas de
criar uma plataforma de construção de aplicações padronizada, que servisse
toda a empresa. Mas foi com a entrada do diretor- presidente Marcos Mazoni,
que houve finalmente um patrocínio da diretoria para a concretização dessa
idéia. Oriundo da Celepar, empresa paranaense de informática, da qual era pre-
sidente, Mazoni estabeleceu um intercâmbio entre as duas empresas, focando as
soluções em software livre.
A Celepar já havia criado a sua infraestrutura de aplicações, denominada
Pinhão Paraná. O Serpro estudou a plataforma, para saber se poderia simples-
mente adotá-la, mas chegou a conclusão de que deveria construir a sua própria.
Assim, baseado em sua experiência interna e no compartilhamento de conheci-
mento com a Celepar, o Serpro iniciou em 2008 a construção do seu arcabouço
de software.
A tecnologia Java foi escolhida para constituir a base da plataforma, em
virtude dos recursos oferecidos por ela, da experiência da empresa na mesma, e
na consequente disponibilidade de mão-de-obra especializada.
Em março de 2008, era lançada para consumo interno, a primeira versão
(0.1) do framework JEE (Java Enterprise Edition) do Serpro. Alguns projetos
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3. CONCLUSÃO
O propósito do Demoiselle Framework era criar uma infraestrutura de sof-
tware que padronizasse as aplicações do governo. Para que isso se torne reali-
dade, é necessário que todos os organismos do governo que trabalhem com de-
senvolvimento de TI adotem o Demoiselle como padrão. Também é necessário
que o mercado e a academia adotem a plataforma, e contribua com ela, de modo
que o governo consiga assimilar as experências e inovações trazidas por ambos.
Aqui há um conflito entre a necessidade da padronização e o problema de
impor um padrão. Obrigar o uso do framework não é uma solução satisfatória,
visto que parte do sucesso de um projeto de software livre baseia-se na contri-
buição dos usuários, e se os mesmos forem obrigados a utilizá-lo, certamente
não se sentirão motivados a contribuir.
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AGRADECIMENTO
Queremos agradecer a todos os desenvolvedores do Serpro, cujo trabalho
ao longo de anos culminou com o Demoiselle Framework. Em especial, aos que
integraram o conhecimento de várias pessoas em um único projeto e aos que
patrocinaram o Demoiselle.
REFERÊNCIAS
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201
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202
PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA
NOS WEBSITES DOS CANDIDATOS
A PREFEITO DAS CAPITAIS
DA REGIÃO SUL
RESUMO
O objetivo deste artigo é analisar a presença de espaços destinados à participação dos cidadãos
nos websites dos candidatos a prefeito de Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre nas eleições
de 2008. Norteiam nosso trabalho as seguintes questões: Em que medida estes espaços foram
utilizados pelos candidatos para interagir e se comunicar com os possíveis eleitores? Estes
espaços representam uma ampliação da participação democrática em campanhas eleitorais?
Nossa hipótese de trabalho é que os espaços de participação tais como, chat, fórum, enquetes,
envio de comentários, dentre outros são utilizadas de maneira desigual pelos candidatos em
seus websites, se comparado com outras ferramentas já de utilização mais homogênea.
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO20
O surgimento das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
no final do século XX e seu posterior desenvolvimento e massificação nestes
203
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
últimos anos vem suscitando importantes debates acerca de seu papel nas socie-
dades contemporâneas e, mais particularmente, sobre a participação civil nas
democracias liberais. Teóricos, políticos, governos e imprensa têm disseminado
a idéia de que, essas novas tecnologias, principalmente a Internet, ao abrir canais
de comunicação mais práticos e econômicos, tem modificado a forma como as
pessoas se relacionam. A Política, como parte integrante do conjunto das rela-
ções sociais, também não deixaria de sofrer sua influência.
Refletindo o interesse cada vez maior dos estudiosos sobre os impactos da
internet nos processos de representação política e nos sistemas políticos contem-
porâneos de uma maneira geral, devemos mencionar a existência de uma biblio-
grafia crescente, especialmente nos EUA e no continente europeu, sobre o uso de
websites, blogs e redes sociais na Net nas campanhas eleitorais (DAVIS, 1999;
IRELAND & NASH, 2001; BIMBER & DAVID, 2003; CORNFIELD, 2004;
TRIPPI, 2004; COHEN, 2006; PARKIN, 2007; GAINOUS & WAGNER, 2007).
Também neste sentido, começam a surgir no Brasil alguns estudos dedicados es-
pecificamente a analisar o papel da Internet na organização dos pleitos eleitorais.
Podemos mencionar um primeiro tipo de estudos que partem da ótica da comu-
nicação política, destacando-se a esse respeito os estudos de ALDÉ & BORGES
(2004) sobre o papel das home pages dos candidatos presidenciais às eleições
de 2002 na construção da pauta dos órgãos da grande mídia. BRANDÃO &
BATISTA (2007) analisam o perfil dos eleitores que participaram dos debates
políticos na internet durante a campanha presidencial de 2006, para isso utilizam
os e-mails enviados aos candidatos em seus websites, a troca de mensagens nas
comunidades mais importantes dos candidatos no site de relacionamento Orkut
e também os websites dos candidatos.
Um segundo grupo de estudos vem se desenvolvendo nos últimos anos no
Brasil e influenciou mais de perto a elaboração deste trabalho, ou seja, aquele
que parte da ótica do cientista político interessado nos múltiplos aspectos do
uso da Internet por candidatos nas democracias representativas (FERNANDEZ,
2005; IASULAITIS, 2007; BRAGA et. al., 2007). Essa vertente de estudos visa
à elaboração de estudos mais abrangentes sobre a utilização da web pelos can-
didatos, interessa-se em aprofundar a reflexão sobre as múltiplas dimensões da
atuação política dos candidatos em seus blogs ou websites (navegação, informa-
ção, comunicação, participação, interação, comunicação vertical e horizontal,
dentre outras dimensões), sem possuir necessariamente um viés estritamente
“comunicacional”.
O objetivo deste artigo é empreender uma reflexão no caminho aberto por
essa vertente de estudos. Sendo assim, tem-se por intuito mapear os mecanismos
de participação e interação que os candidatos a prefeito de Florianópolis, Curitiba
e Porto Alegre utilizaram em seus websites durante a campanha eleitoral de 2008.
Esse objetivo de ordem mais geral desdobra-se em dois objetivos específicos: a)
Aplicar uma planilha de análise de conteúdo aos websites dos candidatos a prefeito
da região sul visando avaliar o grau de presença das múltiplas dimensões de sua
204
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2. REVISÃO DE LITERATURA
Com efeito, diversos autores têm procurado analisar os impactos que o uso
das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs)21, especialmente
a internet, provoca e pode provocar sobre a democracia contemporânea. Estes
novos meios possuem potencialidades técnicas de interação mais horizontais,
quando comparados aos meios anteriores como a televisão, o rádio e a imprensa
escrita. Diante deste potencial interativo, haveria agora novas possibilidades de
melhorar a participação do cidadão nos negócios públicos, na tomada de decisão
política e até mesmo, em alguns casos, de fazer com que a própria esfera civil
tome as decisões até então restritas à esfera política (SILVA, 2005).
Em princípio verificamos posições polarizadas entre os autores, que se dividem
entre visões pessimistas, otimistas ou céticas sobre as potencialidades das TICs para
revitalizar as democracias parlamentares e os partidos políticos contemporâneos.
Alguns teóricos chegam a vislumbrar a emergência, por meio da Internet, de uma
nova modalidade de democracia, a “democracia direta eletrônica”, sistema no qual
os cidadãos se encontrariam em um ambiente virtual de deliberação sobre os te-
mas de interesse comum: a “Ágora Virtual” (MORAES, 2000). Outros estudiosos
“cyberpessimistas” ou “cybercéticos” reconhecem que a Internet tem um grande
potencial democratizante, mas sem chegar aos extremos de instaurar, por si mesma,
alguma variante de “democracia deliberativa” ou mesmo uma “democracia partici-
pativa direta” nas sociedades contemporâneas, e nem residiria aí necessariamente
sua principal contribuição ao aperfeiçoamento do processo político.
205
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Cabe destacar aqui os trabalhos de Pippa Norris (2000; 2001), que represen-
ta uma linha de estudos de visão mais moderada sobre as relações entre inter-
net e política. A autora acima rejeita a idéia tanto de autores “cyberotimistas”,
segundo os quais a Internet levará a uma democracia direta virtual ou “delibe-
rativa”, como dos “cyberpessimistas”, que crêem que nada será mudado com a
emergência da web, baseados no argumento de que as TICs apenas irão reforçar
os padrões de comunicação (e de poder) existentes atualmente. As TICs po-
dem, de fato, aproximar elites dirigentes e cidadãos comuns, mas tal fenômeno
ocorrerá dentro dos quadros do modelo democrático representativo parlamentar.
Norris desenvolve o argumento de que há duas principais influências da Internet
sobre as democracias parlamentares modernas: ampliar os canais de informação
pública acessíveis à população e dinamizar a comunicação da sociedade com as
instituições políticas representativas. Cidadãos e grupos de interesse poderão
participar mais ativamente do processo político em virtude das facilidades de
comunicação, partidos políticos terão à frente novas condições para a compe-
tição, a sociedade civil poderá organizar mobilizações de modo mais fácil e a
transparência do poder público será ampliada, devido à difusão de informações
públicas. Os efeitos cumulativos desse processo poderão potencializar a consci-
ência cívica dos cidadãos e eventualmente redundar na criação de “subsistema
político virtual” que fortaleceria as instituições políticas mais relevantes e os
atores políticos mais engajados (cidadãos esclarecidos, imprensa, movimentos
sociais, grupos de interesse, partidos políticos, etc.), sobretudo nas democracias
em processo de consolidação.
Também dentro dessa linha representada por autores “cyberotimistas mo-
derados”, podemos destacar o enfoque de EISENBERG (2002; 2003), que admi-
te que a Internet produzirá impactos sobre a ação política e que poderá promover
a ampliação da democratização nas sociedades contemporâneas, embora consi-
dere precipitada a visão dos otimistas de que a web criará uma “Ágora Virtual”
ou de que será a solução para os problemas da legitimidade da democracia mo-
derna, especialmente de alguns países desenvolvidos, tais como a apatia eleito-
ral e ou o desinteresse de segmentos consideráveis da população em relação à
atividade política. A potencialidade de uma alta capacidade de interação entre
receptor e emissor (o que não era possível ou, ao menos, era muito difícil, por
meio das mídias tradicionais) propiciada pela Internet, é destacada pelo autor
como a principal característica democratizante de tal ferramenta tecnológica,
embora também sublinhe a existência de alguns riscos e aspectos negativos no
uso da Internet, do ponto de vista da emergência de uma cidadania autentica-
mente “republicana”.
Por fim, mais recentemente, acreditamos que vem surgindo outra vertente
de estudos, formada por “cyberpessimistas moderados” que, embora reconhe-
cendo alguns avanços propiciados pela internet no que se refere à ampliação
do fluxo de informação e de comunicação entre os diferentes atores que intera-
gem nos sistemas políticos democráticos contemporâneos, constatam o pouco
206
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
espaço ocupado nos websites por linguagens mais inovadoras, fora dos limites
das mídias tradicionais e do controle estrito dos dirigentes ou elites partidárias.
Sobretudo, esses estudos buscam desafiar a idéia comum de “política como usu-
al” , segundo a qual nada mudou com os impactos das TICs sobre os sistemas
políticos contemporâneos.
Dentro dessa linha podemos destacar a literatura crescente sobre campa-
nhas políticas na internet, onde podemos mencionar os estudos de LUSOLI
(2005a; 2005b) sobre a internet nas eleições parlamentares européias. Este autor
contraria os argumentos de que a internet irá reverter a ignorância, a apatia elei-
toral e o cinismo político; ou que a internet, em virtude de seu caráter descentra-
lizador, necessariamente irá equalizar as disputas de poder entre os produtores
de comunicação política nas democracias européias avançadas: “the ‘potential’
is on display, although on the shelf”. Essa nova tecnologia propicia estruturas
complexas de ação política para um número crescente de atores, mas isso de-
pende de uma série de fatores como: interesses individuais e coletivos, sistema e
recursos organizacionais, cultura política, desenho institucional e eleitoral, de-
senvolvimento tecnológico e anseios políticos dos cidadãos. O autor ainda lem-
bra que a internet não se limita à extensão da infra-estrutura física da campanha,
mas representa um espaço de comunicação política/pública híbrida para uma
gama mais ampla de comunicadores do que simplesmente partidos e candidatos,
onde estratégias inovadoras e campanhas interativas podem ser experimentadas:
“The internet does attract a younger audience and forces politicians to come to
terms with the new medium. It provides structure to the election and to election
issues. The electoral politics enacted through the internet is both ‘Machiavellian’
and discursive, as predicted by Blumler and Kavanagh”. (LUSOLI, 2005, p.160)
Mais recentemente, podemos mencionar outras pesquisas empíricas como
as de Lilleker & Jackson (2009), sobre a utilização das novas tecnologias da Web
2.0 (uso de blogs e sites de relacionamento – SNS) pelos parlamentares do Reino
Unido. Os autores trabalham com o seguinte modelo de análise dos websites:
Como observamos na Figura 1, a interatividade pode ser agrupada em seis
grupos de acordo à direção da comunicação (uma via, duas e três), e pelo nível
de controle que o parlamentar faz das ferramentas de interatividade, ou seja, dos
instrumentos que propiciem uma “entrada” para o internauta. A Internet permite
aos representantes políticos quer entrar em diálogo ou monólogo, dependendo
da forma como eles usam a Internet e quem são os destinatários. O feedback
direto dos visitantes por meio de questionários, sondagens, fóruns de discussão,
petições etc. é um dos elementos centrais para definição do que o autor entende
por interatividade. Na comunicação de duas vias (mutual discourse, responsive
dialogue) se encoraja um retorno ou resposta dos visitantes, isto pode acontecer
quando os internautas deixam comentários em notícias postadas pelos parla-
mentares (responsive dialogue), ou quando o parlamentar responde aos comentá-
rios dos internautas (mutual discourse). A terceira via de comunicação incentiva
uma abordagem mais interativa, em que três ou mais pessoas participam de um
207
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
Além destas visões distintas sobre a potencialidade política das TICs, é pos-
sível ainda localizar diferentes retóricas que disputam o modelo de democracia no
ciberespaço. Como aponta Gomes (2005; 2007), a expressão “democracia digital”
e outras que lhe são próximas ou correspondentes22, é cada vez mais extensiva-
mente empregada por pesquisadores, políticos e militantes sociais e, enfim, pelo
discurso público, no entanto, sem explicitar realmente o que significa “democracia
digital” ou o que entendem pela expressão “democracia”. A questão levantada pelo
autor é que todo o desenho de dispositivos, aplicativos, ferramentas para um portal
ou um site político, pressupõe, antes de tudo, um conceito de democracia digital;
e que por sua vez, por trás dela há sempre um modelo de democracia. Portanto,
quem trabalha com questões da chamada democracia digital precisa levar em con-
ta seriamente os balizamentos teóricos do que se entende por democracia para, a
partir daí, analisar as variadas ferramentas que se encontram disponíveis na web,
como adverte: “Acredito que, numa agenda conseqüente, distinguir entre a idéia de
208
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
23 A bibliografia sobre este tema é bastante vasta, entretanto, por questões de espaço, não
nos será possível entrar extensivamente nesse debate aqui.
209
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
210
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
3. METODOLOGIA
Nossa metodologia estruturou-se no sentido de desenvolver instrumentos
que possibilitassem uma análise comparativa da presença de espaços de partici-
pação e interação nos websites dos candidatos. Assim sendo, podemos dividi-la
em dois momentos básicos: 1) Em primeiro lugar, na avaliação do grau de uso
de cada dimensão especificada abaixo pelos candidatos em seus websites; 2) Em
segundo lugar, a partir do modelo desenvolvido por Lilleker & Jackson (2009),
analisaremos as experiências de participação e interação encontradas nos web-
sites analisados.
Embora nosso objetivo principal seja analisar a presença de mecanismos
de participação e interação nos websites dos candidatos, o rendimento analítico
desse objetivo de ordem geral complementa-se com a necessidade de mapear
outras dimensões que consideramos relevantes na atuação política dos candi-
datos em seus websites e que dizem respeito a aspectos do funcionamento das
instituições democráticas.
Procuramos cumprir o primeiro momento de nossa metodologia através da
elaboração e preenchimento de uma planilha específica com cerca de 60 itens
empregados para a coleta e sistematização de informações sobre diversos aspec-
tos ou variáveis passíveis de ser localizados em sites de candidatos.
Com base na bibliografia pesquisada e através da consulta aos mapas dos
sites de diferentes websites, listamos uma série de elementos presentes e que
consideramos relevantes para os fins e enquadramentos teóricos da presente pes-
quisa. A pontuação máxima corresponde a um website hipotético que, em tese,
conteria todos os itens classificados.
Os elementos mapeados foram reagrupados em cinco categorias:
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
4. ANÁLISE E RESULTADOS
Nosso universo empírico se constituiu em 20 websites de candidatos a
prefeito das capitais da região sul. A pesquisa foi realizada na última semana
de campanha e a través de diferentes programas salvamos os sítios com o in-
tuito de realizar pesquisas mais aprofundadas. Utilizamos como fonte a base
de dados dos websites dos candidatos a prefeitos nas capitais dos estados no
primeiro e no segundo turno da eleição de 2008, organizada pelo Núcleo de
Pesquisa.
A tabela a seguir apresenta a relação de websites analisados:
212
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
Tabela 1. Websites dos candidatos a prefeito da região Sul, eleição 2008 – outubro 2008.
Fonte: NPDIP
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
4.1 Navegabilidade/Acessibilidade
A primeira dimensão da análise trata dos mecanismos de “Navegabilidade/
acessibilidade” disponíveis ao público. Representa uma espécie de “porta de en-
trada” dos sites, onde ocorre o primeiro contato do internauta com os candidatos
na web. Neste tópico, avaliamos as informações que constavam nas páginas ini-
ciais dos websites e que buscavam facilitar e tornar mais atrativa a navegação do
cidadão-internauta, tornando mais acessível seu contato com o candidato. Dentre
os as ferramentas pesquisadas, podemos mencionar: existência de mecanismos de
busca nos sites, existência de mapa do site e aumento/diminuição de letras.
O gráfico a seguir oferece as porcentagens das informações contidas nos
websites examinados sobre o item navegabilidade/acessibilidade.
Fonte: NPDIP
Com efeito, pelo gráfico acima podemos observar que dos itens analisados, o
mecanismo de busca foi o item mais utilizado pelos candidatos (40%), seguido pelo
cadastro para newsletter na página inicial e por link para página inicial, porém outras
variáveis que poderiam facilitar a navegabilidade do cidadão-internauta, propician-
do recursos básicos para uma navegação mais ativa foram quase que inexistentes. A
dimensão de navegabilidade apresentou frequências relativamente baixas, pelo que
nem a metade dos candidatos analisados se muniu destes itens em seus websites.
4.2 Informação
A dimensão “informação” abrange itens utilizados pelos candidatos para
dar a conhecer sua candidatura, ou seja, informações básicas que permitem ao
cidadão-internauta construir uma opinião sobre o candidato.
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CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
Fonte: NPDIP
4.3 Accountability
A dimensão “Accountability” abrange os itens utilizados pelos candidatos
para divulgar a relação de gastos de campanha, doações, patrimônio e funcioná-
rios trabalhando na campanha. Como pode ser observado, pelo gráfico abaixo,
foi quase inexistente a presença desses itens nos websites analisados, não supe-
rando a 5% dos candidatos (quando houve alguma informação). Dos itens anali-
sados, somente o candidato Bruno Meirinho (PSOL) de Curitiba possuía em seu
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
Fonte: NPDIP
Fonte: NPDIP
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CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
Com efeito, como pode ser observado pelo gráfico, 90% dos websites pos-
suía arquivos de rádio de campanha, 85% acervo de fotos e 70% as propostas de
políticas governamentais, notícias de campanha e matérias promocionais. Estes
porcentagens revelam a vontade generalizada dos candidatos em disponibilizar
na net a maior quantidade de informações sobre a campanha através de diferentes
recursos. Como constatamos, em termos gerais, o uso dos itens dessa dimensão
pelos candidatos foi bastante homogêneo, com exceção a artigos do candidato
(20%), atualização de links (20%) e programas e ações já desenvolvidas (25%).
24 A candidata Manuela (PCdoB/PA) possuía os links de chat e fórum, porém estes não
funcionavam.
217
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
Fonte: NPDIP
5. PRINCIPAIS EXPERIÊNCIAS DE
PARTICIPAÇÃO NA WEB
Aprofundando a análise dos principais instrumentos de participação políti-
ca nos websites dos candidatos às eleições majoritárias nas cidades observadas,
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CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
podemos partir para uma breve análise de conteúdo de algumas das principais
experiências de participação política por nós observadas, à luz do Lilleker &
Jackson (2009).
Fonte: http://www.amin11.com.br.
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Fonte: http://www.manuela65.com.br/novo.
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Fonte: http://www.mariadorosarioprefeita.com.br.
Fonte: http://www.betoricha45.can.br.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
6. CONCLUSÃO
Retomando os questionamentos que nortearam nosso trabalho, os mecanis-
mos de participação e interação foram pouco utilizados nos websites dos can-
didatos, a exceção de alguns exemplos como ilustramos. Esse dado nos leva em
direção à nossa hipótese inicial, ou seja, a de que os espaços de participação e
interação, tais como bate-papos, fórum, enquetes, envio de comentários, dentre
outros são utilizados de maneira desigual pelos candidatos em seus websites, se
comparados a outras ferramentas de utilização mais homogênea.
Como constatamos, as dimensões de “informação” e “comunicação” foram as
mais utilizadas pelos candidatos. Mostra-se evidente que essas funções, que dizem
respeito ao funcionamento das instituições democráticas representativas e conside-
radas básicas na relação candidato-eleitor, foram atingidas num grau satisfatório.
Porém, outras dimensões-chave não atingiram esse nível, como já foi mencionado, o
que demonstra que apesar das enormes vantagens contidas nestas novas tecnologias,
a comunicação on-line ainda se caracteriza por um via de mão única (monologue),
situando nossa experiência de democracia digital em nível ainda muito elementar.
A partir da amostra analisada, podemos afirmar que os candidatos não utili-
zaram de maneira substantiva os mecanismos da Web 2.0. em seus sítios. Este ter-
mo se popularizou durante a campanha do democrata Barak Obama nos Estados
Unidos (2008) e se relaciona com campanhas na Net que são participativas, na
qual existe uma utilização intensiva de redes sociais, blogs, YouTube, entre outras
ferramentas que disponibilizam interação e participação dos internautas.
O presente estudo se constituiu numa primeira aproximação ao tema, acre-
ditamos que estudos futuros que pudessem conciliar, por um lado, uma quanti-
dade de websites de campanha significativos por regiões, e por outro, mecanis-
mos mais sofisticados de avaliação do uso dos websites viriam a se constituir
em importantes avanços para área de estudo, além de oferecer um panorama do
grau de uso das ferramentas que os políticos do Brasil estão dispostos a utilizar
em seus sítios de campanha.
REFERÊNCIAS
ALDÉ, A; BORGES, J. 2004. Internet, imprensa e as eleições de 2002: pautando notícias
em tempo real. Revista Logos, Rio de Janeiro, v. 21, p. 107-132, 2004.
222
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
224
UNIVERSIDADE CORPORATIVA E
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL:
UMA ANÁLISE CONCEITUAL
Angélica C. D. Miranda
Docente no Instituto de Ciências da Informação, ICHI, Fundação Universidade de Rio
Grande, Rio Grande, RS, Brasil
Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do
Conhecimento. UFSC
angelicam@furg.br
Andréa Steil
Professora no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento-
EGC, na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, FPÓLIS, SC, BRASIL
andrea@stela.org.br
225
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
In this paper we will see the concepts of corporate university and organizational
learning. Showing the relevance of the organizational learning in the process of change
of the organizations, showing the authors’ vision regarding the current literature. The
emphasizes of this companies begin to notice that the knowledge is the competitive
differential. the education begins to have a prominence job in this companies. It shows the
importance in the corporate universities as business strategy. It approaches the existent
relationship among organizational learning and corporate university and the interference
that the corporate university exercises in the learning types. n the final considerations the
authors speaks about the interrelation of the mentioned terms argue.
KEYWORDS
1. INTRODUÇÃO
Diante das inúmeras mudanças que vêm ocorrendo no contexto social e
econômico, as organizações sentem necessidade de se adaptar às novas exigên-
cias, isto é, a realidade atual está exigindo das empresas uma capacidade de
aprendizagem cada vez maior.
No âmbito das organizações, ao longo do tempo, a modernização do sis-
tema produtivo vem requerendo agilidade no processo de qualificação dos pro-
fissionais. Como o sistema educacional tradicional não vem acompanhando na
mesma velocidade o desenvolvimento de novos produtos e tecnologia, as em-
presas têm buscado desenvolver estratégias de aprendizagem organizacional
226
CONeGOV 2009 | FULL PAPERS
2. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
Há concepções diversificadas acerca do que vem a ser aprendizagem orga-
nizacional (AO). Tais variações ocorrem em virtude dos pressupostos dos quais
utilizam os autores.
Para Motta e Vasconcelos (2002), a importância conferida à aprendizagem
no contexto da teoria das organizações não foi sempre tão grande quanto hoje
em dia. Embora os estudos sobre o tema aprendizagem organizacional datem
dos anos 70, quando Schön (1971) e Argyris (1976) lançaram as primeiras ques-
tões sobre aprendizado organizacional, foi a partir da divulgação dos trabalhos
de Peter Senge (1990) sobre as chamadas organizações voltadas para a aprendi-
zagem (learning organizations) que o assunto ganhou destaque, extrapolando o
mundo acadêmico e o campo das ciências da educação.
Dentre as várias definições de aprendizagem organizacional, algumas res-
saltam a necessidade da mudança comportamental para a aprendizagem, outras
apontam para novas formas de pensamento, enquanto outras ainda a descrevem
como um processo que se desenvolve ao longo do tempo e associam-no com
aquisição de conhecimento e melhora de desempenho.
Estudiosos da área organizacional sugerem algumas definições. Para
Argyris e Schön (1978), aprendizagem organizacional é o processo de detecção
e correção de erros. Fiol e Lyles (1985) definem aprendizagem organizacional
como o processo de melhorar as ações por meio do aumento do conhecimento e
da compreensão.
Para Swieringa e Wierdsma (1992), aprendizagem organizacional sig-
nifica a mudança do comportamento organizacional. Já na visão de Dibella
et al. (1996), aprendizagem organizacional é a capacidade (ou processo) de
uma organização que mantém ou aumenta o desempenho baseado na expe-
riência. O conceito inclui a aquisição, o compartilhamento e a utilização do
conhecimento.
Como o atual contexto organizacional tem influenciado as organiza-
ções na busca da aprendizagem, a temática aprendizagem organizacional,
conforme Fleury (1997, p.151), “assume crescente relevância em razão dos
processos de mudanças por que passam as sociedades, as organizações e
as pessoas”. Daí a relevância como um locus possível para o processo de
aprendizagem.
227
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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3. HISTÓRICO DA UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
As Universidades Corporativas tiveram sua origem nos Estados Unidos. Uma
das mais antigas faculdades corporativas nos Estados Unidos foi a General Motors
Institute em 1919. Em 1945 o Conselho dos Regentes do Instituto aprovou uma
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5. A INTERAÇÃO ENTRE
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
E UNIVERSIDADE CORPORATIVA
Apresentamos a seguir uma análise conceitual, ou mais especificamente,
as correlações entre a universidade corporativa e a aprendizagem organizacio-
nal, considerando para esta análise a classificação dos tipos de aprendizagem de
Argyris e Shön (1978), aprendizagem tipo I ou Laço Simples, tipo II ou Laço
Duplo e Tipo III – Deutero (Deutero Learning).
Ao discutir a correlação entre Universidade Corporativa e a aprendiza-
gem organizacional, cabe estabelecer as diferenças de abordagens. A apren-
dizagem organizacional é uma abordagem descritiva, com o objetivo de des-
crever e compreender processos e comportamentos. É a própria teoria. Essa
abordagem trata a aprendizagem organizacional como um tópico de estudo
dos pesquisadores acadêmicos, abrangendo uma visão de que a aprendiza-
gem pode ser boa ou má, ligada ou não à efetiva ação ou aos resultados
desejados.
Já na Universidade Corporativa, a abordagem é prescritiva, não é teoria, é
prático-orientada, comprometida com a agregação de valor.
Analisando os três tipos de aprendizagem de Argyris e Schön (1978) e sua
relação com a Universidade Corporativa, percebe-se que ela utiliza as teorias da
aprendizagem organizacional e vem sendo adotada pelas empresas como uma
estratégia voltada para resultados e alinhada à estratégia de negócio das empre-
sas. Organiza e sistematiza uma política de aprendizagem organizacional volta-
da à realidade de mercado em busca de resultados imediatos e de longo prazo,
capaz de criar uma cultura de educação continuada e permanente, com vistas a
alcançar eficácia organizacional.
Segundo Fialho et al. (2005, p. 81),
as Universidades Corporativas representam um modelo de unidade de
negócio cujo compromisso é o de estabelecer um processo em que funcio‑
nários de todos os níveis estejam envolvidos em um aprendizado contínuo
e permanente para melhorar seu desempenho no trabalho.
Na figura 01, são apresentadas as relações entre a aprendizagem orga-
nizacional e Universidade Corporativa integradora e articuladora desses
conceitos.
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Fonte: Os autores
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aprendizagem organizacional assume crescente relevância em razão do
processo de mudança nas organizações. Na literatura atual, a abordagem concei-
tual da aprendizagem organizacional é considerada como uma vantagem compe-
titiva com foco no desempenho dos negócios das empresas.
Educar não é mais um tema restrito á academia. Na economia atual o suces-
so das empresas está diretamente vinculado à capacidade do conhecimento, de
inovação e de educação continuada. Educar continuadamente deixou de ser uma
ação isolada do profissional, da empresa ou da universidade tradicional, cada vez
mais uma ação conjunta de todos, a fim de formar um dos pilares de sustentação
das vantagens competitivas.
Neste contexto, surgem as Universidades Corporativas, como uma unida-
de de negócio com o objetivo de estabelecer um processo em que funcionários
de todos os níveis estejam envolvidos em um aprendizado contínuo e perma-
nente para melhorar seu desempenho no trabalho. O estudo demonstrou que a
Universidade Corporativa interfere nos tipos de aprendizagem, Tipo I – Laço
Simples (Single Loop Learning), Tipo II – Laço Duplo (Double Loop Learning)
e Tipo III – Deutero (Deutero Learning), à medida que utiliza as teorias, siste-
matiza e organiza a aprendizagem organizacional, utilizando como uma estraté-
gia voltada para resultados alinhados ao negócio das empresas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALPERSTEDT, C. 2001. Universidades corporativas: discussão e proposta de uma
definição. Revista de Administração Contemporânea (RAC). V. 5, n. 3, set/dez./.
ARGYRIS, C., & SCHON, D. 1978 Organizacional learning: A theory of action
research. Reading, MA: Addison-Wesley.
ARGYRIS, C. 1976. . Increasing Leadership Effectiveness. New York, Wiley.
DI BELLA, A.J., NEVIS, E.C., GOULD, J.M. 1996. Understanding Organizational
Learning Capability. Journal of Management Studies, Lancaster, v.33, p.361-379.
EBOLI, Marisa. 1999. Coletânea universidades corporativas – educação para as
empresas do século XXI. São Paulo: Schmukler Editores Ltda.
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A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS
VIRTUAIS PARA A GESTÃO DO
CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL:
O CASO DA EMBRAPA
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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1. INTRODUÇÃO
Na sociedade moderna, o conhecimento tem se constituído em um impor-
tante fator de transformação social, e o principal elemento de geração de valor
(DAVENPORT e PRUSAK, 2003). Relacionado ao conhecimento está o fenôme-
no das redes sociais, cujo estudo pressupõe o entendimento de como se constróem
as relações sociais na atual era do conhecimento. Neste ambiente de complexida-
de, as redes sociais atuam como agentes de geração e disseminação do conheci-
mento, uma vez que constituem múltiplas relações entre indivíduos, grupos e/ou
organizações (TOMAÉL, 2007).
Neste sentido, pode-se afirmar que o conhecimento é construído através da
interação social que constitui as relações de determinado grupo. Isto se funda-
menta no pressuposto de que o conhecimento nasce da colaboração, no contexto
social da comunidade.
Aliado a este cenário, está o fato de que, nos dias de hoje, as relações sociais
têm sido mediadas por tecnologias da informação e têm encontrado um grande
espaço de proliferação na internet, que constitui-se em uma nova forma de inte-
rações sociais da atualidade (UGARTE, 2009).
Assim, é preciso que as empresas também se adaptem aos novos cenários
oferecendo um espaço de colaboração entre seus empregados e parceiros. Este
espaço deve proporcionar a troca de informações, conhecimentos, recursos e
interação, onde as redes sociais passam a contar com o apoio das redes virtuais.
Diante disto, o objetivo deste artigo é identificar de que maneira as redes
sociais virtuais contribuem para a produção e disseminação do conhecimento
nas organizações. Para atender este objetivo realizou-se uma revisão de litera-
tura a respeito do tema e, posteriormente um estudo de caso em uma Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa.
O trabalho está organizado em etapas: discute-se inicialmente a Gestão do
Conhecimento Organizacional e as Redes Sociais Virtuais nas Organizações.
Em seguida, descreve-se os procedimentos metodológicos utilizados para o de-
senvolvimento desta pesquisa. E, por fim, aborda-se o resultado do estudo de
caso realizado na Embrapa onde são identificados exemplos de redes sociais
virtuais que auxiliam no processo de gestão do conhecimento na empresa.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa é caracterizada como um estudo descritivo, na forma de um
estudo de caso, sendo analisada sob uma abordagem predominantemente
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4.1 A Embrapa
A Embrapa é uma Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A Embrapa
atua no Brasil por meio de suas unidades centrais localizadas em sua sede em
Brasília – DF, além de 41 unidades descentralizadas distribuídas nas diversas
regiões do Brasil.
No exterior a empresa atua por intermédio de escritórios de negócios loca-
lizados na África (Gana), Venezuela (Caracas), bem como, laboratórios virtuais
(labex) situados na Holanda, França e Estados Unidos.
Neste contexto, a missão da Embrapa é:
Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação, entendidas
como a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produ‑
tivo ou social, que resultem em novos produtos, processos ou serviços.
A transferência de tecnologia faz parte do processo de inovação, o que
confere aplicabilidade efetiva às tecnologias geradas (EMBRAPA, 2008).
Outro aspecto importante a ser destacado diz respeito aos valores da em-
presa, que, segundo seu V Plano Diretor (EMBRAPA, 2008), compreendem:
247
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4.2 Catir
A utilização do sistema Catir na Embrapa, surgiu em consequência da apro-
vação de um projeto no final de 2004, cujo objetivo principal era de “fomentar o
compartilhamento e a criação de conhecimentos pelos pesquisadores e técnicos,
visando impactar positivamente o processo de geração de inovações tecnológi-
cas da Empresa” (EMBRAPA, 2005).
Uma das metas desse projeto era disseminar a utilização de comunidades
virtuais na empresa, a fim de que pudessem contribuir para a gestão do conhe-
cimento, proporcionando o compartilhamento de experiências, a realização de
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4.3 Compartilhar
Outro exemplo de redes sociais virtuais, encontrado na Embrapa é o
ambiente Compartilhar. Este é um ambiente interno à empresa cujo objetivo
é “organizar os projetos da Embrapa em um único local, com infra-estrutura
adequada para o seu gerenciamento e maior visibilidade da sua produção”
(COMPARTILHAR, 2009).
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5. CONCLUSÃO
O estabelecimento de laços entre as pessoas com objetivo de transformar o
conhecimento pessoal em conhecimento organizacional resulta nos benefícios
da gestão do conhecimento. Porém, esta interação só é evidente quando várias
forças se movem para que ocorra a transferência do conhecimento, o que eviden-
cia a importância das redes sociais nas organizações.
Uma organização, ao ser compreendida como um sistema de significados
compartilhados, pode aprender, mudar e evoluir ao longo do tempo através da
interação social entre seus membros, entre si mesma e o ambiente (NONAKA,
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ESCRITÓRIO DE PROPRIEDADE
INDUSTRIAL: ESTRUTURA
DE APROXIMAÇÃO ENTRE O
TRABALHADOR‑INVENTOR,
O EMPREGADOR E O INPI
Cláudia Pomar
Instituto de Governo Eletrônico, Inteligências e Sistemas – i3G
claudiapomar@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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conhecido por expertise, [...]. Juan Farina26 declara que propriedade intelectual e
direito intelectual são sinônimos.
Outras manifestações da propriedade intelectual, não abrangidas pelos di-
plomas legais anteriormente citados, foram incluídas: as novas variedades ve-
getais ou cultivares27, a proteção a topografias de semicondutores28, os registros
de programas de computador (software)29 e a proteção aos direitos oriundos dos
conhecimentos tradicionais relativos à biotecnologia e à biodiversidade, bem
como as manifestações folclóricas, dentre outros. Com o correr da história, algo
de novo adentra o conteúdo da propriedade intelectual, que é variável no tempo
e no espaço: é a “multiplicidade do uno”.30
Nas conceituações supracitadas, constata-se não ter sido estabelecida
uma necessária distinção: propriedade intelectual e propriedade industrial,
não são sinônimas. A propriedade intelectual é gênero de que são espécies
os direitos autorais e conexos (em tempos remotos, parte do Direito Civil),
e, neste universo, inscreve-se também o direito à propriedade industrial (an-
teriormente, parte do Direito Comercial). As espécies que o constituem, e
que possuíam autonomia, é que se aglutinaram. A convergência dos direitos
autorais e conexos, que em tempos remotos eram parte do Direito Civil, e do
direito à propriedade industrial, anteriormente, parte do Direito Comercial,
em um só megameio, deram origem ao Instituto da Propriedade Intelectual,
acontecimento de grande envergadura que veio agregar valor ao cenário
mundial.
No que concerne aos direitos autorais, há limitações legais, antes que con-
ceitos. Assim, a Lei n.º 9.610/98, ao tratar dos direitos do autor preconiza no
artigo 22 pertencerem ao autor tantos os direitos morais como os patrimoniais
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da obra que criou. E, tratando dos direitos morais do autor, o artigo 24, em
seus incisos, cita os seguintes: o de conservar a obra inédita (inciso III), o de
modificar a obra, antes ou depois de utilizada (inciso V) e o de retirar de cir‑
culação a obra ou mesmo suspender qualquer forma de utilização já autori‑
zada, quando a circulação ou utilização estiverem afrontando sua reputação
e imagem (inciso VII). O artigo 27 da mesma lei, adita: Os direitos morais do
autor são inalienáveis e irrenunciáveis. Acrescente-se o artigo 28, in verbis:
Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária,
artística ou científica.
Tratando-se do perfil conceitual de propriedade industrial, o que transpa-
rece nas análises, também é um enfoque restritivo. Não há, na literatura concer-
nente, discussões teóricas acerca de sua estrutura conceitual. Não há definições.
Os conceitos resumem-se a delimitações do campo de atuação. Neste sentido
delimitativo, a Convenção de Paris31 determinou o conteúdo da propriedade in-
dustrial, prescrevendo, in verbis:
Art. 1.º (...)
A proteção da propriedade industrial tem por objeto as patentes de in‑
venção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as
marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial
e as indicações de proveniência ou denominações de origem, bem como a
repressão da concorrência desleal.
Mas observe-se que este ramo do Direito não se resume às criações in-
dustriais propriamente ditas, aplicando-se também ao comércio, às indústrias
agrícolas e extrativas e a todos os produtos manufaturados ou naturais. Neste
sentido, sua designação é questionada pelo Instituto da Propriedade Industrial
da Argentina32:
Se podrá pensar que la expresión “propiedad industrial” no es estricta‑
mente lógica puesto que, únicamente en lo que respecta a las invenciones,
el principal segmento de la economía que se interesa en ellas es la indus‑
tria. De hecho, en una situación normal, las invenciones se explotan en
plantas industriales. Pero las marcas de fábrica o de comercio, las marcas
de servicio, los nombres y designaciones comerciales, son de interés no
sólo para la industria sino también, y principalmente, para el comercio.
A pesar de esta falta de lógica, la expresión “propiedad industrial” ha
adquirido, al menos en los idiomas europeos, un significado que abarca
claramente no sólo las invenciones sino también todos los objetos que se
acaban de mencionar.
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34 DELGADO, 2009.
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4. CONCLUSÕES
Entendendo que há muito a ser implementado no campo da proteção da
propriedade intelectual, é que se vislumbra a concepção de um Escritório de
Apoio à Propriedade Industrial como estrutura propícia a fomentar a proteção
jurídica de tecnologias inovadoras desenvolvidas no ambiente laboral e a orien-
tar o trabalhador-inventor e seu empregador ou tomador de serviços quanto aos
contratos de trabalho que envolvam direitos de Propriedade Industrial resultan-
tes do capital intelectual auferido no decorrer da relação de trabalho.
Pretende-se que o Escritório conforme-se como ambiente apto a fortalecer
a conexão entre o trabalhador-inventor, o empregador e a proteção jurídica do
capital intelectual gerado nesta ambiência.
Na intenção de confirmar a originalidade da pesquisa, é possível acrescentar
que, destacado número de obras científicas, de evidente cunho teórico, versam
sobre o conteúdo da propriedade intelectual, compondo interessante referencial
deste âmbito. No entanto, tem-se a intenção de estabelecer neste trabalho, além
de interpretações desta ambiência, um projeto concreto no propósito de que a
práxis fundamente-se na teorização e a ultrapasse.
Nestes termos, a presente pesquisa torna-se justa pela intenção diferen-
cial de concentrar uma proposição de natureza concreta, em complementação
à reflexão teórica, e que se consubstancia num projeto de Escritório de Apoio à
Propriedade Industrial abarcante de uma infraestrutura física que se utiliza da
virtual-tecnológica oferecida pelo INPI.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CONTEXTUALIZAÇÃO JURÍDICA
DA EAD NO ENSINO SUPERIOR
Cláudia Pomar
Instituto de Governo Eletrônico, Inteligências e Sistemas – i3G
claudiapomar@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Tendo constatado, no decurso de nossas atividades no Laboratório de
Ensino a Distância (LED) do Programa de Engenharia de Produção (PPGEP) da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma total escassez de referências
bibliográficas no que se refere aos problemas de alcance jurídico e de processos
de instrumentalização de análise no âmbito da temática Educação a Distância,
especialmente no ensino superior, concluímos ser oportuna a elaboração de prévia
contextualização da temática. Demonstramos ainda nossa preocupação com as
instituições de ensino superior que se propõe a investir nesta importante moda-
lidade educacional, uma vez que a dificuldade de acesso a bibliografias especia-
lizadas nesta esfera reflete a inconstância da normatização, e principalmente, a
imaturidade com que o assunto vem sendo tratado no âmbito político, aspectos
que obstacularizam a concretização da Educação a Distância no ensino superior.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO JURÍDICA
DA EAD NO ENSINO SUPERIOR
É a Educação a Distância um fenômeno que por ser constantemente atin-
gido pelos movimentos hipervelozes das novas tecnologias comunicacionais, a
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
cada dia impõe seu espaço e dita novos parâmetros, imprimindo seu ritmo ao
contexto educacional, e neste sentido, uma legislação fixa e rígida não atenderia
aos seus pressupostos.
Na primeira Lei de Diretrizes e Bases para a Educação no Brasil, Lei
4.024/61, a EAD foi apresentada como um paliativo, sendo oferecida através
de cursos supletivos por “rádio, televisão, correspondência e outros meios de
comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos” (art. 25, § 2º).
No entanto, passadas quatro décadas, e após veementes críticas lançadas contra
a LDB, ela retorna repensada junto ao cenário da ordem jurídico-educacional
sob a forma da Lei nº 9.394/96.
Começaria assim a delinear-se a legislação da EAD no Brasil, especial-
mente através do artigo 80 da LDB _ que declarou ser a Educação a Distância
válida e equivalente para todos os níveis de ensino, devendo desenvolver-se e
ampliar-se sob o respaldo do Poder Público _ e que viria a ser regulamentado
pelo Decreto 2.494, de 10 de fevereiro de 1998,o qual teve alterados seus artigos
11 e 12 pelo Decreto 2.561, de 27 de abril de 1998, entremeando-se a estes a
Portaria Ministerial n. 301, de 7 de abril de 1998, onde são indicados os procedi-
mentos para o credenciamento de instituições para a oferta de cursos a distância.
Tais regulamentações tiveram como pontos relevantes a definição de
Educação a Distância, a certificação, a delegação de competência para os conse-
lhos estaduais de educação no que concerne a credenciamento de instituições e
da autorização de programas de EAD para o ensino básico, para a educação de
jovens e adultos e para a educação profissional de nível técnico.
Esta declaração inicial de confiabilidade na EAD foi seguida por especifica-
ções outras que impuseram restrições à autonomia do processo impedindo que o
mesmo se superasse e conquistasse mais espaço, restringindo as possibilidades
para o processo, especialmente nos programas de mestrado e doutorado. Em se
tratando de ensino superior, apenas os cursos de graduação, nas modalidades
bacharelado e licenciatura e de formação de tecnólogos, haviam sido regula-
mentados. Somente com a Portaria n. 301/98, em seu artigo 2º, contemplou-se a
pós-graduação stricto sensu.
Muito embora o Decreto n. 2.494/98, em seu art. 2º §2, determine o creden-
ciamento apenas para instituições do sistema federal de ensino, esta exigência
se estende também aos cursos a distância oferecidos por instituições de ensino
superior dos sistemas estaduais. Quanto aos cursos superiores seqüenciais, de
extensão e pós-graduação lato sensu, não houve exigência expressa de creden-
ciamento específico para EAD, no entanto, as instituições de ensino devem estar
credenciadas pela União para sua oferta.
Finalmente, em abril de 2001 homologou-se a resolução CES/CNE n.
1/2001, a qual especifica que os cursos de pós-graduação stricto sensu, mestrado
e doutorado, presenciais ou a distância, devam ter autorização, reconhecimento
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Tipos de
CERTIFICAÇÃO CURRÍCULO
UNIVERSIDADES
1. Extensão de instituições A mesma da instituição Estável, pode ser mais flexível
tradicionais à qual pertence
2. Particular, centrada na Oficial por região. Foco nas oportunidades
formação de adultos Programas específicos do mercado de trabalho.
ou disciplinas também Orientada para adultos
são certificados
3. Educação a Distância Oficial por região. Currículo mais flexível,
- base tecnológica Muitas ainda sem voltado para competência
reconhecimento formal e desenvolvimento da
força dde trabalho
4. Corporativas Oficial por região. Voltado para as competências
Muitas sem e filosofia da empresa
reconhecimento formal
5. Alianças universidade/ A universidade traz Desenvolvimento
indústria sua certificação para e competência
os programas da força de trabalho
6. Certificação por Oficial por região. Gera o certificado com base na
competência Muitas ainda sem experiência e competência dos
reconhecimento formal alunos, sem oferecer cursos
7. Multinacionais Parcerias com Restrições no currículo.
instituições locais Ênfase em áreas sem
especificidades culturais
Preti (idem) observa ainda que “uma questão permanece sem solução de-
finitiva em todas as opções que não envolvam uma instituição formal ou que
adotem um modelo que busque performances já consolidadas no mercado: a
certificação.” Aduz o autor que o estabelecimento de critérios da avaliação pa-
dronizados seria adequado para a obtenção de aval junto às organizações res-
ponsáveis pela certificação. E ainda, que os critérios devem ser iguais aos do
curso presencial, ou aceitos pelo sistema educacional vigente. E mais, sugere
uma padronização internacional destes critérios.
A determinação da SBPC, em fazer prevalecer uma regulamentação restriti-
va para a pós-graduação scricto sensu a distância no Brasil, está contribuindo para
a abertura do mercado brasileiro às universidades internacionalizadas. Como uma
estratégia de defesa obliterada, argumenta-se que o Ministério da Educação (MEC)
não reconhece as titulações a distância oferecidas por instituições estrangeiras. No
entanto, tal medida não é abrangente: “(...) Na prática, apenas o mercado de contra-
tação de professores está subordinado à chancela do MEC quanto à pós-graduação.
Ou seja, a restrição para a contratação de pós-graduados por universidades de outros
países está limitada ao ambiente acadêmico (Barcia, et alii 1998, p.61)”.
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6. CONCLUSÕES
Em nenhum outro momento da história da política educacional a sensibili-
dade do legislador foi tão exigida para a regulamentação de um instituto como
o tem sido no que concerne a Educação a Distância no Ensino Superior. Neste
sentido, várias questões devem ser rediscutidas no campo jurídico, dentre as
quais a mais evidente é a necessidade de suprimir o credenciamento específico
para que as instituições já autorizadas para atuar presencialmente, possam atuar
a distância. Seria suficiente que se constituíssem mecanismos para o controle
das atividades desenvolvidas neste meio que ao invés de reguladores fossem
regulamentadores.
Esta proposição baseia-se no fato de que o atual quadro normativo da edu-
cação no Brasil, na tentativa de delimitar o escopo da EAD, acabou por restrin-
gir-lhe a abrangência e o sentido, enquanto que seria suficiente que se regula-
mentassem suas especificidades, aquelas inerentes ao seu caráter de desterrito-
rialização e atemporalidade. Tal processo seria determinante na superação das
reticências iniciais, e contribuiria para sua acepção qualitativa.
286
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Paulo, Cultrix, 1964.
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CIBERDIREITO: UMA FORMULAÇÃO
TEÓRICA PARA A LEGITIMIDADE
DO GOVERNO ELETRÔNICO
Antonio J. Roveroni
Mestre em Direito, Centro Unisal – Lorena/SP
aroveroni@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Construído desde os primórdios da civilização por um sistema de valores,
normas e regras, o Direito se consubstancia em uma tecnologia requintada e de
fundamental importância para convivência da espécie política que é a humanidade.
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Buscando suas fontes na Moral, erigindo seus vetores através da Ética Prática e
tendo por objeto o homem na, e pela, sociedade, o Sistema Jurídico garante aos
grupos e indivíduos segurança de conduta frente à alteridade, norteando toda es-
pécie de atos práticos e recobrindo-lhes de garantias através de um sistema de
“normas de ação” comissivas e omissivas (direitos e deveres).
Na perspectiva de que é impossível ignorar o impacto técnico-histórico na
sociedade, em matéria de soluções institucionais, o sistema jurídico é estudado
no presente trabalho como um elemento estrutural do Estado, sob o paradigma
da cibercultura, da sociedade do conhecimento e dos “sistemas inteligentes”,
auxiliares do governo eletrônico.
O objetivo do artigo é propor uma solução institucional para o que podemos
chamar de Ágoras Virtuais, ou Espaços Públicos Estatais de Deliberação, ou
seja: como o governo eletrônico pode produzir suas normas de ação, partindo da
idéia de que o Estado tem uma causa instrumental, que é o direito por ele pro-
duzido e garantido, este mesmo direito que, num efeito de retroalimentação, tem
supremacia sobre o Estado, limitando-lhe o poder e conferindo-lhe legitimidade,
pela participação democrática pluralista.
Isto porque, diferente dos insetos, que formam comunidades que absorvem
seus indivíduos em amálgamas indistintos, a comunidade política humana é for-
mada por seres únicos, livres e iguais, que são capazes de criar universos morais
(verdades), em razão da incidência de vetores éticos construídos pela experi-
ência histórico-cultural de cada um, logo, a exigência civilizada de convivên-
cia pacífica através da busca das condições que devem ser satisfeitas para uma
participação satisfatória em argumentações, bem como a formulação de bases
teóricas para atingir tal desiderato, é a justificativa.
Como recursos, utilizamos a exploração bibliográfica, e o método é o dialé-
tico, buscando a síntese das deduções frutificadas na pesquisa.
Nas conclusões, fazemos proposições e indicamos possíveis vetores de mo-
delização de sistemas especialistas gestores de ágoras virtuais no sentido de o
governo eletrônico poder configurar-se como forma de solução legítima para os
problemas advindos da convivência social de nosso tempo.
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37 O termo ciberespaço, estudado, entre outros, por LÉVY (2004, 2002, 2001 e 1999)
e CASTELLS (2006 e 2003), foi criado pelo escritor William Gibson no livro
Neuromancer (1984), é entendido, para os efeitos deste trabalho, como: espaço-tempo
eletrônico criado pelas redes de comunicação e as interconexões entre seres humanos,
comunidades, dispositivos e computadores multimídia (LQES, 2009).
38 I nteressante notar que temos fatos diários corroborando com esta última afirmação.
Para exemplificar, citamos: (1) as imagens veiculadas, por telefones celulares, sobre a
explosão de violência após as eleições presidenciais no Irã (FOLHA, 2009); e (2) o blo-
queio, pelo governo chinês, ao acesso à Loja Online “iTunes”, da Apple, após a página
de crítica do álbum Songs for Tibet ter atraído intenso debate entre ativistas pró-Tibete
e nacionalistas chineses (BBC, 2008).
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40 Ativismo dos Acionistas (N. dos A.: eventuais traduções do inglês constantes deste
ensaio são feitas pelos A., utilizando o DICIONÁRIO MICHAELIS – UOL [S.d.]).
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Com isso, fica claro que o saber se torna uma infra-estrutura, pois nunca
a prosperidade de nações, regiões, empresas e indivíduos dependeram tanto de
sua capacidade de se adaptar e navegar neste espaço.
Estas relações de comunidades “híbridas” trazem à tona, a necessidade de
se pensar numa nova forma de estruturação do Estado e sua Administração,
com vistas na compreensão da democracia desse novo tempo. Nesse sentido,
ZUGMAN: “no início do século XXI, é inaceitável que as pessoas tenham de
perder horas e dias para fazer, de maneira presencial, o que se pode ser feito a
distância com auxilio da eletrônica” (2006, p. 12).
Neste cenário, o Governo Eletrônico que se diga “Democrático”, na for-
mulação de modelos para seu desenvolvimento, e principalmente na regulação
social, não pode prescindir do Direito, com todo seu arcabouço de normas de
ação e omissão resolutórias de juízos práticos, como elemento estrutural para
alcançar soluções justas e eficientes para os cidadãos.
E todo esse contexto provoca o rejuvenescimento da Teoria Geral do Estado,
principalmente, em suas bases jusfilosóficas, que, no dizer de SOUZA JUNIOR,
abrem em leque os temas de base do direito público, como a posição dos direitos
fundamentais, os valores norteadores do ordenamento, e a institucionalização,
divisão e o controle dos poderes e dos atos das autoridades, porque “as institui-
ções jurídicas não podem ser isoladas do contexto sóciopolítico e cultural de ori-
gem, nem dos fundamentos axiológicos do convívio humano” (2002, p. 18-19).
Conforme deduzimos da afirmação de MIRANDA: “a essência do político
encontra-se, sobretudo, na dialética do grupo humano e do poder”. O grupo hu‑
mano empresta enquadramento ao poder, pelo fator cultural, que modela os ho-
mens que o exercem e, dessa maneira, reconhece legitimidade no poder. Por sua
vez, o poder político gera um modo próprio de agir que, no Estado, chamamos
de “autonomia” – ou poder de mando. Logo, o Estado é a “institucionalização
do poder” (2007, p. 1-3).
Ora, tendo por certo que o modelo de Estado que nos apresentam os tempos
hodiernos da civilização ocidental é o Estado Democrático de Direito41, importa
na conclusão de que o direito assume status de elemento estruturante do Estado,
uma vez que, se este é “comunidade e poder juridicamente organizados”, somen-
te o “Direito permite passar, na comunidade, da simples coexistência à coesão
convivencial e, no poder, do facto à instituição” (MIRANDA, 2007, p. 3).
Reconhecemos que é sobremaneira difícil a apreensão da idéia de Estado,
por isso, socorremo-nos de João Baptista Machado:
41 Entendemos despiciendo citar mais que a “queda do Muro de Berlim”, como marco
histórico para a hegemonia da cultura democrática atual. Sem embargo, na contramão,
há notícias de resistências totalizantes, que tomamos a liberdade de encarar com “rarís-
simas exceções” que sequer gozam da mínima credibilidade entre a diplomacia, q.v. in
Golpe em Honduras 'não vai durar 2 ou 3 meses', diz Amorim (BBC, 2009).
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[...] o Estado não parece ser uma realidade com assento exclusivo na
esfera do cultural, mas representa uma realidade de ordem mediadora
entre dois mundos – entre o mundo ideal da cultura (universo cultural)
e o mundo da faticidade social empírica, o mundo das necessidades, dos
interesses e das forças que impulsionam a sociedade (apud MIRANDA,
2007, p. 3, Nota 10).
Daí forçoso concluir que o homem está imbricado nesse ambiente, sobre-
tudo por consubstanciar-se em um ser político, que depende de uma ordem de
convivência, uma ecologia, “onde todos e cada um encontrem espaços abertos e
seguros para a busca da felicidade pessoal” (SOUZA JUNIOR, 2002, p. 24-25).
E por que o Direito é fundamental nesse processo? Qual sua relação com a
política e, sobretudo, com a ética?
Antes de nos aprofundarmos nessa seara, é importante ressaltar que não
podemos confundir essas três esferas. Inicialmente, temos que a política – em
cuja essência, como vimos, está a relação mando-obediência – ocupa-se primor-
dialmente da realização prática de um “bem comum” erigido pela consciência
ética de uma dada comunidade em um dado momento histórico; para tanto, in-
dubitável requerer – a política – autonomia legítima (a que podemos chamar
justiça) para a criação e manutenção concreta de uma ordem segura de convívio
(direito).
Ensina-nos SOUZA JUNIOR, que vários Autores atribuem a MAQUIAVEL
a descoberta da autonomia do político frente ao ético, ou, mais precisamente,
que há o mundo do Estado e o mundo pessoal, socorrendo-se em FREUND
para sintetizar o pensamento do ilustre Secretário Florentino:
Qual é, então, o papel da ordem política? Não é o de ser, em primeiro
lugar, justa, mas o de ajudar os seres humanos a viver juntos, oferecendo
as condições para que cada um busque realizar aquilo que se sinta capaz.
Importa, pois, que a ordem harmonize as desigualdades, para atenuar
seus efeitos, suscitando o consentimento a outras desigualdades. Nenhum
dos regimes escapa a este destino: diferem entre eles porque transigem,
cada vez, sobre desigualdades diferentes (2002, p. 29, Nota 24).
E, a partir da constatação de que ética e política não podem ser colocadas
no mesmo plano ontológico, SOUZA JUNIOR nos explica que os teorizadores
do Estado e do Direito passaram a contribuir para a construção e renovação de
um consenso político sobre valores éticos; estes, que deveriam ser postos em
uma Constituição, se convertendo, então, em instrumento último e fundamental
para garantir e presidir a supremacia de uma ordem jurídica atenta à governabi-
lidade, sem perder de vista os imperativos éticos revelados pela História: “Deste
esforço vem resultando uma convergência prática impressionante, em torno da
arquitetura tradicional do Estado Democrático constitucional pluralista de nos-
sos dias (2002, p. 35-36).
É, no mesmo sentido, a constatação de HABERMAS:
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43 Logo, não se confundindo, scricto sensu, com os sentidos técnicos de governo e admi-
nistração – e muito menos com a simplória gestão administrativa via implantação de
sistemas leitores de bancos de dados do Estado Tecnoburocrático.
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Sob este prisma, e considerando tudo o que foi colocado até agora, sobre-
tudo com relação à idéia de um homo ciberneticus legislador, podemos afirmar
que a norma legítima será aquela que garante a cada ser social as mesmas liber-
dades. Assim como leis morais, que, em sua essência, possuem essa condição,
não obstante, as normas jurídicas precisam ser assim constituídas pelo legislador
político sem negligenciar o princípio democrático.
Dessa maneira, as leis criadas por estes novos legisladores devem procurar
alcançar a vontade dos indivíduos, que as aceitam por estarem de acordo com
suas necessidades, uma vez que o legislador tem a função política de representar
a vontade do povo, assim como afirmava ROUSSEAU: “O indivíduo é livre, não
somente porque a lei o protege contra arbitrariedades de vontades individuais,
mas sobretudo porque ele mesmo passa a desempenhar o papel de autor das leis”
(apud OLIVEIRA, 2000, p. 84).
Para isso, esse novo legislador deve ser capaz de encontrar a verdadeira
função da comunicação pela linguagem, que é produzir o entendimento mais
universal possível, abstendo-se de agir como um ente privado que busca seu
sucesso pessoal, conforme postulado de HABERMAS: “[...] os legisladores não
são autorizados a agir na posição estratégica de sujeitos privados que buscam
seu próprio sucesso [...]” (apud LUCHI, 2009, p. 57).
E há várias vantagens para que a ação humana seja norteada por regras, má-
xime porque estas são “normativas” conforme, na esteira de WITTGENSTEIN,
nos esclarece HABERMAS (2002b, p. 94):
a) “coagem” a vontade, de modo que os sujeitos agentes procuram evitar
possíveis choques com elas (seguir uma regra significa a abstenção a
uma “transgressão”);
b) quem segue uma regra pode cometer erros e se expõe à crítica sobre
possíveis erros (em oposição ao conhecimento prático, o modo como se
segue uma regra exige o juízo a respeito de se um dado comportamento
está correto, um saber explícito da regra);
c) fundamentalmente, aquele que segue uma regra deve poder justificar-
se perante uma crítica;
d) com isto, ninguém pode seguir uma regra solipsisticamente, apenas
para si (o domínio prático de uma regra significa a capacidade de par-
ticipação social em uma prática familiar, na qual os sujeitos já se en-
contram, tão logo mutuamente se certifiquem reflexivamente de seu
conhecimento intuitivo em relação aos objetivos da justificação).
Além disso, para o universo epistêmico do governo eletrônico, pensar em
comportamento segundo regras é usar a linguagem binária do direito, que é tam-
bém a da tecnologia digital (0 e 1), conforme podemos deduzir do filósofo de
Frankfurt:
Wittgenstein esclarece a generalidade de sentido de Frege com a “concor‑
dância” já mantida dos participantes em uma prática comum. Por aí se
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45 O mundo vivido (lebenswelt) é o lugar das relações sociais espontâneas, das certezas pré-re-
flexivas, dos vínculos que nunca foram postos em dúvida. Ele tem três componentes estrutu-
rais: cultura, sociedade e personalidade. A cultura é o estoque de saber da comunidade, que
contém os conteúdos semânticos da tradição, onde os indivíduos se abastecem dos modelos
de interpretação necessários ao convício social. A sociedade, stricto sensu, é composta dos
ordenamentos legítimos pelos quais os membros da comunidade regulam suas solidarie-
dades. A personalidade é um conjunto de competências que qualificam um indivíduo para
participar da vida social (ROUANET apud MOREIRA, 2004, p. 44-45, Nota 50).
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46 Convém lembrar que Norbert Wiener (1968, p. 15), criou o termo cibernética, derivan-
do-o do grego kubernetes (piloto do navio), esta mesma que chegou até nossos dias
como raiz da palavra “governador”.
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AGRADECIMENTO
Entendemos por bem deixar registrados nossos sinceros agradecimentos
aos Profs. Mscs. Gomercindo Tadeu Silveira e Adriano Fernandes Moreira, pelo
sempre renovado incentivo na busca pelo conhecimento e por nos fornecer o
trabalho do Prof. Dr. Cezar Saldanha de Souza Junior, que deitou luzes sobre
nossas idéias, quando ainda embrionárias.
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(Traduzido por Flávio Beno Siebeneichler). 2. ed. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro.
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NIT VIRTUAL DO APL
MADEIRA‑MÓVEL DO ALTO VALE
DO RIO NEGRO: UM MODELO
DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
BASEADO NA PROTEÇÃO DA
PROPRIEDADE INTELECTUAL
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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1. INTRODUÇÃO
Desde a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil
em 1988 iniciou-se o processo de reforma político-administrativa, na qual o
Estado central, que historicamente concentrou competências e funções, começa
a devolvê-las aos governos locais. Nesse novo cenário, uma nova forma de ges-
tão pública descentralizada vem sendo construída em um intenso processo de
transformação.
Para acompanhar a modernização da administração pública, os Núcleos de
Propriedade Intelectual e de Transferência de Tecnologia (NITs) deixaram os
limites das fundações públicas, consolidando a atividade de pesquisador pú-
blico, concedendo assim, direitos a proteção de suas criações. Amparado pela
política Nacional de Inovação e de Desenvolvimento Tecnológico os Núcleos de
Inovação Tecnológica (NIT) vem sendo criados para ser um elo profissional nas
interações universidade – empresa - governo, observando a tríplice hélice do
Manual de Oslo48, que é a principal fonte internacional de diretrizes para coleta e
uso de dados sobre atividades inovadoras da indústria.
A Lei de Inovação federal 10.973/2004 e a Lei do estado de Santa
Catarina 14.328/2008; e o Decreto 2.372/2009, tratam de promover uma po-
lítica de incentivo ao desenvolvimento tecnológico e econômico de interesse
social no país. Atendendo a este objetivo, criaram-se algumas diretrizes para
identificação de resultados de pesquisas que podem ser protegidos dando
os encaminhamentos necessários para a efetivação dessa proteção. Nesse
contexto, a consolidação do NIT instalado em São Bento do Sul, vem ao
encontro dos anseios da Política Nacional de Inovação e de Desenvolvimento
Tecnológico, cujos objetivos, organizar as instituições públicas e privadas de
pesquisa para se integrarem mais efetivamente com os Arranjos Produtivos
Locais – APLs.
Assim, na intenção de atender as indicações supracitadas, e consideran-
do a importância do papel do NIT nesse processo e resultados, se faz presente
identificar resultados de pesquisas que podem ser protegidos dando os encami-
nhamentos necessários para a efetivação dessa proteção. Tais encaminhamentos
têm como principal motivador o acelerado processo de internacionalização da
economia em que se encontra o País, resultante da eficiência e da velocidade da
inovação tecnológica.
Esta produção encontra respaldo na Propriedade Industrial, que se confi-
gura na garantia da segurança jurídica e econômica das tecnologias desenvol-
vidas através dos serviços prestados pelo sistema nacional ou internacional,
como pedidos de patentes, registros de marcas, contratos de transferência de
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA DA
INOVAÇÃO E PROPRIEDADE INTELECTUAL
Mas o que é afinal a inovação? Ela é realmente necessária para a manuten-
ção da competitividade empresarial? Conforme a Lei de Inovação nº 10.973/
2004 em seu art. 2º, inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento
no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou
serviços.
Traduzindo o conceito, inovação está vinculada não apenas na produção de
conhecimento científico, mas principalmente na sua conversão em tecnologia
útil para a sociedade e para o setor produtivo. A empresa para se tornar líder em
seu setor ou mesmo conseguir sobreviver nesta economia globalizada precisam
desenvolver a capacidade de inovar - diferenciar seus produtos (bens e serviços)
e beneficiar-se de processos produtivos mais eficientes e também, criar novos
mercados, exportar e empreender novos negócios.
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51 HOESCHL, Hugo C. et. al. Núcleo catarinense de tecnologia da informação: uma es-
tratégia de aproximação entre universidades e mercado. Disponível em: www.cori.
unicamp.br/.../Nucleo%20Catarinense%20de%20Tecnologia%20da%...> Acesso em:
22 abr. 2009.
52 OENNING, Gláucia, et al. SERPI - sistema de registro de produção de propriedade
industrial. Disponível em: <http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscale-
gis/article/view/6290/5859> ou Anais CONEGOV 2004. Acesso em: 23 abr. 2009.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O primeiro Núcleo de Inovação Tecnológica da UDESC foi criado para ser
um elo profissional nas interações universidade – empresa - governo, observan-
do a tríplice hélice do Manual de Oslo.
Na UDESC, a coordenadoria de Propriedade Industrial Intelectual, desde
2006, tem por objetivo estabelecer uma rede de relacionamentos com a socieda-
de para incrementar as atividades de pesquisa, ensino e avanço de conhecimen-
to. (UDESC. Relatório de gestão. 2008). A UDESC vem cumprindo plenamente
sua missão institucional e apoiando, de forma decisiva, o aprimoramento dos
setores produtivos: público e privado, e colaborando conseqüentemente, para o
desenvolvimento do APL Madeira-Móvel do Alto Vale do Rio Negro fortalecen-
do o estado de Santa Catarina no cenário nacional.
O NIT Virtual veio consolidar a interação das ICTs com as empresas do
Arranjo Produtivo Local madeira móvel do Alto Vale do Rio Negro, através da
gestão da informação estruturada pelo NIT da UDESC.
Essa ferramenta virtual associada ao presencial integra ainda mais o conglo-
merado das indústrias do APL Madeira móveis, possibilitando principalmente a me-
lhoria da produtividade e a recuperação da competitividade das empresas do ramo
madeira móveis da região do Alto Vale do Rio Negro no mercado global de móveis.
BIBLIOGRAFIA
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EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA:
UMA PERSPECTIVA DE
INCLUSÃO SÓCIO-DIGITAL
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
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KEY WORDS
1. INTRODUÇÃO
A dinâmica do fluxo de informações nos dias atuais, através da acessibili-
dade por novas mídias, fenômeno da sociedade contemporânea, entendido por
“globalização”, remete a uma constante busca pelo aprimoramento dos conhe-
cimentos nas mais diversificadas áreas de concentração do conhecimento. A
velocidade em que os meios de comunicação avançam, transformam o cotidia-
no dos indivíduos e promovem mudanças de comportamento e padrões sociais
pré-estabelecidos.
Com a evolução das contradições modernas entre o desenvolvimento tec-
nológico e as relações humanas, a educação em seus diferentes níveis, tem um
papel de fundamental importância, compreender, e, visando diminuir as adver-
sidades, incluir tanto alunos e suas famílias, quanto professores a esta nova era,
de maneira que oportunize e promova uma aliança propositiva e positiva entre
as novas tecnologias e a prática pedagógica docente.
Percebe-se claramente a necessidade de não se ignorar a presença positiva
do novo “homem virtual” e conseqüentemente a tecnologia trazida por ele, in-
clusive para a educação. Mas paralela a esta posição, a dificuldade de aceite nas
escolas para o uso de novas tecnologias ainda é, sobremaneira, proporcionada
pela impotência diante das máquinas. Professores e alunos enfrentam diaria-
mente dificuldades, por um lado, suas restrições financeiras, que acabam impe-
dindo o uso direto dos equipamentos aos quais somente a escola é sua porta de
acesso, por outro se deparam com sério agravante, inevitavelmente encontram
àqueles que dominam fácil e habilmente as ferramentas e este conflito torna
ainda mais complexa a integração de alunos e professores ao processo, pois se
sentem à deriva, incapazes frente ao computador, seja por desestímulo de ordem
pessoal ou falta de capacitação e atualização profissional.
Esta realidade está presente nos bancos escolares.
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Assumir uma postura ética e justa em um âmbito coletivo não é tarefa fácil,
discutindo e refletindo neste aspecto ELIAS (1994, p. 17) afirma:
“Na vida social de hoje, somos incessantemente confrontados pela
questão de se e como é possível criar uma ordem social que permita uma
melhor harmonização entre as necessidades e inclinações pessoais dos
indivíduos...”.
Como resistir ao sedutor mundo da informação que envolve a sociedade
num estímulo constante pelo consumo, criando necessidades artificiais, detur-
pando mentes em busca incessante pelos apelos da mídia do “belo” da “perfei-
ção”, situação esta perigosa, mas real e extremamente tentadora no mundo vir-
tual. O cenário globalizado é um fenômeno da sociedade contemporânea e que
atinge diretamente o dia-a-dia dos indivíduos, modificando relações e abrangen-
do praticamente todas as áreas: a economia, as finanças, a ciência, a tecnologia,
as comunicações, a política e é claro, afetando diretamente a educação.
Citando a educação, já mencionado anteriormente seu papel, é relevante
acrescentar, que segundo AGUILAR (2003, p.10) “conhecimento é nada, ou
quase nada se não soubermos usá-lo adequadamente, apropriadamente e cor-
retamente nas mais variadas situações da vida pessoal e profissional”, portanto,
encontrar meios que promovam a qualificação do ensino é o desafio constante
dos educadores, que comprometidos a sua função, buscam atualmente nas TIC
uma maneira de aperfeiçoar o processo e garantir competência no exercício de
suas funções.
Neste aspecto, SANCHO aborda que, “as escolas devem integrar os novos
meios para todos os alunos em todos os aspectos do currículo (...) é preciso
revisar as visões sobre o currículo, assim como nossas convicções sobre como
propiciar os melhores processos de ensino e aprendizagem”. (SANCHO, 2006,
P. 28)
Introduzir as TIC num ambiente educacional favorável às necessidades
emergentes, e não como uma disciplina isolada, é um dos grandes desafios da
educação, a inserção de um programa de Inclusão Digital no coletivo requer um
minucioso trabalho investigativo e incentivador, porque não é possível prever
as reações e/ou aceitações no cotidiano social, visto que, as intenções podem
não estar voltadas aos interesses de toda uma comunidade, ao qual muitas vezes
desconhece os benefícios dos recursos tecnológicos.
Segundo DANTAS, “Os diferentes modelos de cidade digital – inteiramen-
te público, inteiramente privado ou mediante parcerias público-privadas (PPP)
– têm se multiplicado pelo país, com resultados surpreendentes em alguns ca-
sos.” (2008, p.11). E ancorando aos mais diversos exemplos já existentes, afigu-
ram-se muitas dificuldades, entre elas: são inteiramente inclusivos?; atendem
as necessidades específicas de toda população?; transforma em sua totalidade
informação em conhecimento?; maximizam o processo ensino-aprendizagem?;
garantem a sustentabilidade e continuidade?
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3. CONCLUSÃO
Percebendo a partir dos pilares já conhecidos – aprender a conhecer, a fazer,
a conviver, e a ser – que um novo conceito desponta e vem quebrando estruturas
e rompendo paradigmas educacionais pré-estabelecidos, o “aprender a empreen-
der”, remete a uma nova discussão no ambiente educacional, onde o professor
deve contribuir como gestor do conhecimento, mediando o processo sendo o
facilitador cognitivo.
A proposta apresentada neste trabalho foi, de fazer uma revisão da literatu-
ra, procurando descrever os aspectos a respeito das TIC, a relação entre a gestão
do conhecimento, as mídias, e ensino-aprendizagem no processo cognitivo, e
a atuação das mesmas frente às modificações e exigências ao novo processo
educativo.
A partir dessa revisão fica clara a relação entre esses temas no que tange a
necessidade de buscar instrumentos facilitadores que promovam uma mediação
significativa. As instituições educacionais são responsáveis pelo estímulo aos
indivíduos, pois só a partir deste, é que, o processo de criatividade remete ao
desenvolvimento da cognição. Mesmo sabendo que se pode aprender individu-
almente, a aprendizagem é maior nos contextos sociais, pensados e defendidos
aqui no âmbito da inclusão digital.
Assim sendo, elucidamos que o tema não se esgota aqui, que a pesquisa
bibliográfica nos remete a identificação do quanto é vasto o campo do estudo
da aceleração do processo de ensino-aprendizagem numa perspectiva cognitiva
tecnológica, objetivando impulsionar e potencializar o desenvolvimento do pro-
cesso de interiorização e posterior partilha do conhecimento.
Neste contexto percebendo a relevância da discussão sobre o tema apre-
sentado, o artigo visa provocar uma reflexão de forma a nortear o estudo, per-
cebendo a atual conjuntura, ampliando a ótica educacional, onde, os segmentos
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AGRADECIMENTO
Agradeço sinceramente ao PPGEGC, pela luz irradiada, ao qual tem me
oportunizado viajar no mundo do conhecimento.
Aos meus dois amores, meu companheiro Walter e meu filho Arthur, pela
paciência, amor e carinho.
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COMMONKADS PARA CONSTRUÇÃO
DE SISTEMA DE CONHECIMENTO:
UMA SOLUÇÃO PARA SEGURANÇA
PÚBLICA DE SANTA CATARINA
RESUMO
O problema de criminalidade se faz presente na maior parte do globo e afeta todas as
classes sociais. A maneira de atuar no controle, na prevenção e no combate para coibir
seus malefícios é que vai ditar as regras para cercear suas ações e seu crescimento. Para
que ocorra esse cerceamento os governos devem seguir as mais modernas formas para
seu enfrentamento. A sociedade do conhecimento propicia através da engenharia e gestão
do conhecimento as técnicas e métodos necessários. Entretanto é de vital importância
seguir uma metodologia para realizar a explicitação do conhecimento humano através
de sistemas de conhecimento. A metodologia CommoKads é utilizada, neste artigo, pois
está na vanguarda das metodologias, focando primordialmente nos sistemas intensivos de
conhecimento. Neste artigo, ela é utilizada para auxiliar o desenvolvimento de um sistema
de conhecimento para a Segurança Pública do Estado de Santa Catarina.
PALAVRAS-CHAVE
Segurança Pública. Interoperabilidade. Modelagem de Conhecimento. CommonKads.
Governo Eletrônico.
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1. INTRODUÇÃO
A criminalidade não é um problema exclusivo dos países em desenvolvi-
mento, como pode parecer à primeira vista, mas sim um fenômeno global que
toma, cada vez mais, grandes proporções. A capacidade de organização e es-
truturação das facções criminosas aliadas ao seu grande poder econômico tem
favorecido sobremaneira a prática de crimes tidos como tradicionais e também o
surgimento de novas formas de ação.
Como forma de aplacar as ações dos criminosos, o poder público se volta,
aos poucos, à utilização de tecnologias pautadas em um novo paradigma da so-
ciedade do conhecimento, que busca utilizar de forma eficiente a tecnologia a
serviço do cidadão.
Esta nova sociedade, exposta a todo tipo de desenvolvimento, se moderni-
zou e globalizou em todos os aspectos, exigindo que uma eficiente defesa social
seja apoiada em estratégias eficazes, que garantam a segurança pública. Estas
estratégias, por sua vez, devem utilizar todos os recursos tecnológicos disponí-
veis, além de priorizar análises técnicas e cruzamento de dados e informações
para produzir conhecimento.
A adoção de sistemas inteligentes se configura em aplicação de premissas
de governo eletrônico, onde as tecnologias da informação (TI) são postas a ser-
viço do cidadão, neste caso, para contribuir para a sua segurança pública.
Para fazer frente a esta nova realidade, a Secretaria de Segurança Pública
(SSP) de Santa Catarina tem se empenhado em modernizar suas instituições,
garantindo aos órgãos atuantes tecnologias inteligentes para uso e aplicação em
todas as esferas.
Assim, este artigo pretende discorrer sobre o assunto segurança e a utili-
zação da TI como forma de produzir conhecimento para subsidiar a tomada de
decisão dos agentes públicos, visando à prevenção e o combate à criminalidade.
Para isso, pretende-se dar primeiramente um contexto organizacional, com ado-
ção de uma metodologia para buscar uma visão holística da organização em es-
tudo e suas atividades. Assim, será utilizada a conceituação de sistemas apresen-
tada por BUNGE [3], através de seu modelo CESM (Composition – Environment
– Structure – Mechanism) e, para uma modelagem mais descritiva, os processos
da metodologia CommonKads. Aplicando conceitos de governo eletrônico e re-
cursos de engenharia do conhecimento, juntamente com a utilização da metodo-
logia referenciada para a representação da temática, pretende se demonstrar que
é possível o desenvolvimento de um sistema de conhecimento com o cruzamento
das informações das instituições da Secretaria de Segurança Pública. Também
pretende se evidenciar como a integração das bases de dados com suporte de
ferramentas computacionais e técnicas de engenharia auxilia no processo de
busca através da criação de ontologias em um domínio, por facilitar a análise e
interpretação das informações e posterior estratégia de ação.
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2. GESTÃO DO CONHECIMENTO
NA SEGURANÇA PÚBLICA
Gerir as informações produzidas em larga escala se configura como um
grande gargalo em todas as áreas governamentais. Além de serem dotadas de
confiabilidade, estas informações devem ser precisas e corretas para garantir a
sua utilização. Nos projetos de políticas públicas ou privadas, há consenso que
os melhores recursos estratégicos são as informações produzidas [11].
No caso da SSP, a tomada de decisão ou a modelagem de uma estratégia de
ação é imperativamente definida a partir da análise dos dados disponíveis. E,
sob este aspecto, pelo bem do cidadão, não é possível errar ou falhar. Importante
lembrar que podem ocorrer problemas com a geração de um número muito gran-
de de informações, pois a utilização sem os cuidados devidos no armazenamen-
to pode inviabilizar o acesso e o reaproveitamento.
Aprimorar as tecnologias existentes não é tarefa fácil, pois a utilização das
tecnologias de informação não garante, por si só, o sucesso e o alcance dos ob-
jetivos, mas sim a combinação inteligente com base nas competências organi-
zacionais, ou seja, a excelência nos processos de trabalho; dinâmica na relação
com a comunidade; valorização e motivação do capital humano; simplificação
dos métodos gerenciais; conhecimento do domínio de atuação; conhecimento
dos processos organizacionais; das atividades intensivas de conhecimento e dis-
seminação rápida dos conhecimentos que irão fomentar as estratégias, além de
trazer benefícios para o governo e para a sociedade como conseqüência. Rocha
[14] menciona que Estados e Municípios não alcançarão seu inteiro desenvolvi-
mento se não usarem informações precisas, atualizadas e de forma rápida sobre
os melhores meios de otimizarem os recursos gerados em sua sociedade.
Sob este aspecto, é sabido que os obstáculos enfrentados na gestão da segu-
rança pública são cada dia mais complexos. Segundo Melo [11]: “A criminalida-
de do fim do século se caracteriza por ser complexa; e é este o atributo que vai
direcionar a forma precisa e eficiente de combatê-la ou controlá-la”.
Podemos perceber que há uma necessidade clara da utilização de um
sistema intensivo de conhecimento para dinamizar o processo de análise das
informações, mas não parece ser uma tarefa simples. O filósofo Argentino,
Mário Bunge [3], afirma que qualquer sistema pode ser modelado através
da quádrupla do modelo CESM (Composition – Environment – Structure
– Mechanism). Ele acredita que para se conceber um sistema é necessário
saber a composição (coleção de todas as partes do sistema), ambiente (co-
leção de itens que não pertencem ao sistema e atuam ou sofrem a ação por
algum ou todos os componentes do sistema), estrutura (coleção de relações,
em particular ligações (bonds), entre os componentes do sistema ou entre es-
ses e seu ambiente) e mecanismo (coleção de processos que fazem o sistema
se comporta da maneira que tem de se comportar). Apresentamos a seguir o
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prevenir a criminalidade.
* Dar suporte financeiro as suas instituições para realizar suas missões
constitucionais.
* Criar as políticas necessárias para nortear as ações das instituições da SSP.
* Realizar os convênios necessários para alcançar a finalidade de suas
instituições.
* Planejar as macro ações de segurança pública.
* Acompanhar os índices criminais e os apresentar mensalmente para o
Governo Federal e publicar em diário oficial do estado.
* Observar os preceitos legais.
* Realizar a interoperabilidade dos sistemas das instituições da SSP para
ter uma visão mais abrangente das informações contidas nos sistemas.
* Fomentar o planejamento com base no cruzamento das informações
(Inferências) das instituições, como forma de alcançar um retorno das
ações mais eficiente.
Soluções
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Capacidade crítica e
Análise das
Diretorias analítica de informações
informações para
da SSP e multifacetadas das instituições
5 traçar políticas Sim
assessores do através das inferências
públicas de
secretário dos analistas e geração do
segurança
conhecimento fundamental
Utilização das Consultar nos bancos de dados
informações de de outras instituições e ter a
outras instituições Servidor capacidade de análise para
6 Sim
para solucionar Público cruzar as informações e extrair
problema em soluções para problemas
sua instituição específicos na instituição.
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Com base na análise da planilha, podemos escolher uma tarefa que acreditamos
necessária antes da aplicação das inferências (cruzamento) das informações para
gerar o conhecimento. Podemos perceber que, como há um grande número de infor-
mações recebidas nos sistemas, umas das dificuldades encontradas pelos analistas e,
sem sobra de dúvidas, as recuperações das informações dos sistemas transacionais
das instituições da SSP. Servidores com diferentes perfis, executando atividades
distintas e em situação heterogenias utilizam jargões diferentes, ou seja, as informa-
ções nos bancos de dados podem ter conteúdo semântico diferente, embora a única
diferença seja a sua representação. Assim, a utilização da engenharia de ontologia,
técnica da engenharia do conhecimento, pode auxiliar no processo de obtenção dos
dados relevantes para analise dos especialistas. Outras inferências se fazem neces-
sárias no sistema pretendido, mas por hora vamos nos concentrar nas ontologias.
4. MODELO DE COMUNICAÇÃO
NO CONTEXTO DA SSP
Uma exemplificação simples de interdependência das ações no universo da
segurança pública está no estabelecimento de linha hierárquica de ação que deve
abastecer a base com soluções, procurando aumentar a eficiência. Contudo, para que
ocorra o fornecimento destas soluções, a base deve alimentar a equipe de comando
com informações relevantes das demandas a serem sanadas. Assim, acontece um
processo de realimentação constante do fluxo das informações que são usadas em
prol da instituição, a fim de atenuar possíveis erros de concepção na gestão da infor-
mação e na conversão desta, em conhecimento reutilizável. Esse fluxo hierárquico
de informação pode ser denominado como sendo o modelo de comunicação.
O conhecimento produzido ou a informação devem ser transferidos para ou-
tras partes que os utilizam na realização de sua própria tarefa. Assim, o modelo
de conhecimento especifica procedimentos de troca de informação para realizar a
transferência de conhecimento entre agentes. A Figura 4 apresenta o processo de
comunicação entre os níveis dentro das instituições. Entretanto, o retorno deveria
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ser dado através das inferências (cruzamento) das informações dentro dos sistemas
das instituições, coisa que acontece muito precariamente devido a falta de processos
de engenharia e gestão do conhecimento dentro de muitas instituições públicas.
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5. MODELO DE CONHECIMENTO
O sistema de gestão do conhecimento na SSP consiste na seleção dos dados
relevantes nos vários sistemas das instituições que a integram por um grupo de coor-
denação do processo, sendo armazenado em uma base de estagiamento e tratamento
das informações. Essa Base de estagiamento foi adotada devido a disparidade de
tecnologias encontradas nas instituições, onde algumas dificultavam o acesso direto
às informações. Outro ponto importante é que o acesso direito às bases de dados dei-
xaria, de certa forma, engessada a evolução dos sistemas, pois qualquer mudança da
estrutura na base de dados seriam necessárias alterações na base de inferências (cru-
zamento) das informações. Assim podemos optar pela transferência de um arquivo
de texto (XML) e a leitura automatizada das informações pelo sistema, e realizar a
carga de dados para a base. Na base, as informações são armazenadas em tabelas
do banco de dados e o sistema realiza o tratamento das inconsistências, organizando
os dados para posterior consulta. Devido à disparidade encontrada nas tecnologias
existentes, como mencionado, alguns sistemas foram desenvolvidos e outros rees-
truturados para se moldar à filosofia da gestão do conhecimento adotada.
Para garantir a segurança no processo, a Diretoria de Informação e
Inteligência gerencia o processo de gestão do conhecimento e os disponibiliza
inter instituições e realiza o controle nos acesso as informações, valendo-se da
legislação vigente da atividade de inteligência.
O sistema realiza a leitura na base de dados de acordo com a solicitação,
pois esta pode ser uma solicitação estática ou dinâmica, ou seja, o conhecimento
pode ser acessado simultaneamente das várias instituições ou necessitar de cru-
zamentos (inferências) entre as instituições para alcança o conhecimento pre-
tendido. Assim, se faz a apresentação dos dados de forma organizada, gerando
valor agregado às informações que são cruzadas entre as instituições.
O sistema evita que um analista de segurança tenha que entrar em vários
sistemas e realize o cruzamento dos dados de forma manual. Tudo é realizado
de forma automatizada graças as inferências que foram incutidas no sistema e
fazem com que apenas as informações relevantes para o emprego na tomada de
decisão sejam cruzadas, já que metodologia de cruzamento das informações foi
modelada com base no conhecimento dos analistas.
A visualização pode ser feita através de relatórios, redes de relacionamen-
tos, mapas geo-estatísticos, relatórios gráficos e uma série de formas de repre-
sentação do conhecimento. A Figura 6 apresenta uma idéia sucinta. Para facilitar
a interoperabilidade das informações foram desenvolvidos os alicerces necessá-
rios que são três os pilares (Figura 7):
a) Índice de pessoas;
b) Índice de logradouros;
c) Padronização de dados.
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Por ser mais flexível e passível de avaliação constante, seus recursos acom-
panham o desenvolvimento dos SRIs (Sistemas de Recuperação de Informação)
e das expectativas dos usuários, agregando as evoluções lingüísticas correntes.
Bedin [1]
Tradicionalmente, quando se pretende definir ontologia, busca-se na
Filosofia que diz “o estudo do ser enquanto ser” ou a “teoria do ser”, e estuda as
coisas como elas existem ou como são. Pode-se dizer que as ontologias favore-
cem ou permitem o entendimento de como as ligações se estabelecem no mundo.
Sua adaptação para a Ciência da Computação adiciona ao termo taxonomia
às especificações das relações entre as entidades mais um conjunto de regras
automáticas de inferência e ações associadas. Parreiras [13]
Na Gestão do Conhecimento, Guillén, Moreno e Badaya [6] afirmam que:
[...]as ontologías se encasillana dentro de las LISTAS RELACIONADAS,
como tipo de sistema de ORGANIZACIÓN DEL CONOCIMIENTO. Una
ONTOLOGÍA define el vocabulario de un área mediante un conjunto de
términos básicos y relaciones entre dichos conceptos, así como las reglas
que combinan términos y relaciones
[...]La GESTIÓN DEL CONOCIMIENTO está desarrollando ontologías
como modelos de conceptos específicos. Pueden representar relaciones
complejas entre los objetos, e incluyen las reglas y los axiomas que faltan
en los tesauros.
Na Inteligência Artificial (IA), as ontologias se apresentam como lingua-
gens ou formas de representação do conhecimento que possibilitam a comu-
nicação entre os SRI e os usuários, além de favorecer o entendimento dos con-
teúdos pelo compartilhamento do conhecimento, representado nos termos ou
expressões construídos com base nos conceitos. É uma forma de representar e
organizar, considerando os princípios semânticos.
Voltados para a estruturação e representação do conhecimento, Swartout
[20] se refere a ontologia como um conjunto de termos estruturados que descre-
vem algum domínio e são a estrutura para uma base de conhecimento.
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8. CONSIDERAÇÕES
É inquestionável a importância de um sistema de conhecimento para ser uti-
lizado nas atividades de inteligência das instituições da SSP, desta forma, os siste-
mas devem ter inteligência incorporada para subsidiar a área de segurança pública,
voltadas ao combate da criminalidade e garantia da segurança ao cidadão.
As funcionalidades modeladas para o SISP trazem em seu escopo a condi-
ção de permitir o intercâmbio de dados, informações e conhecimento de todas
as instituições que compõem a segurança pública catarinense.
O sistema pretende a partir de uma base de conhecimento única de todas as
atividades praticadas pelas equipes das instituições, subsidiar análise e desen-
volvimento de estratégias pela equipe de inteligência e as autoridades da SSP.
Aqui se pretendeu mostrar uma iniciativa de Governo Eletrônico que se
consolida em um sistema voltado a otimizar e garantir a qualidade da gestão da
informação em uma área tão sensível atualmente. O sucesso da adoção sistemá-
tica desta prática, pioneira no país por iniciativa do governo do Estado de Santa
Catarina, poderá ser replicado em todos os estados brasileiros.
O caso apresentado pretendeu apresentar também, sob a temática da ne-
cessidade de interação entre usuário e sistemas, uma alternativa de modelagem
de linguagem de representação dos conteúdos, a partir de conceitos de amplo
conhecimento dos agentes de inteligência envolvidos nos processos de análise.
Por fim, a partir da demonstração das funcionalidades do sistema, se espera
que novos estudos sejam empreendidos na tentativa de ampliar conhecimento de
gestão inteligente na área de Segurança Pública e ações de e-Gov, objetivando o
bem estar do cidadão.
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PROPOSTA DE MELHORIA NOS
SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE TI
COM APLICAÇÃO DO COMMONKADS
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
O TJRO (Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia) tem como objetivo
geral a prestação jurisdicional de forma célere, eficaz e eficiente. Nesse contexto,
ao longo dos quase 30 anos de existência do Poder Judiciário de Rondônia, os
investimentos em ações para atender tal finalidade tem contribuído para destacá-
lo no cenário nacional.
Em uma vertente dessas ações estão os investimentos em tecnologia. Desde
1997 a alta administração do TJRO tornou a equipe de informática indepen-
dente de fornecedores de mercado no tocante a conduta dos seus sistemas de
informação.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
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3. METODOLOGIA
O TJRO tem uma representatividade substancial junto à sociedade, por-
tanto urge a necessidade da construção de um Poder Judiciário mais célere
e condizente com os anseios da população que deposita neste, sua confiança
na solução das questões mais complexas da sociedade democrática em que
vivemos.
Nessa conduta durante dois anos consecutivos o TJRO tem o reconhecimen-
to do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) como o tribunal estadual com a menor
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4. PROPOSTA
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Modelo
Aspectos organizacionais variados (OM-2)
organizacional
Estrutura
Processos
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante ressaltar que este estudo alinha o fluxo de informação à GC
tendo como suporte a metodologia CommomKADS. Pretendeu-se a criação de
um modelo para melhoria nos serviços de atendimento de TI do TJRO, focan-
do para a GC. Portanto, o esforço principal, ao propor um modelo conceitual
de fluxo de informação voltado para o ambiente de TI do Poder Judiciário, foi
delinear e estabelecer a convergência entre os dois tópicos de estudo visando a
implementação do modelo. Um dos resultados desse esforço foi a estruturação
do fluxo de informação no ambiente de TI da organização.
Para o efetivo sucesso desse trabalho, algumas ações deverão ser implemen-
tadas no futuro, tais como: avaliação periódica e ajustes do modelo (em especial
o modelo de comunicação), disseminação e replicação do modelo para outras
unidades do TJRO.
REFERÊNCIAS
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– eletrônica, V-1, N-1. Disponível em: <http://www.rae.com.br/eletronica>. Acesso
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BEAL, A, 2004. Gestão Estratégica da Informação: Como transformar a informação e
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BERGERON, P, 1996. Information Resources Management. Annual Review of
Information Science and Technology, v.31, p.263-300.
BIO, S.R, 1989. Sistemas de Informação – Um enfoque gerencial. Atlas, São Paulo.
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SHORT PAPERS
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O GOVERNO ELETRÔNICO COMO
EVOLUÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA:
POLÍTICA PÚBLICA PARTICIPATIVA
COM OS OBSERVATÓRIOS DE
SEGURANÇA PÚBLICA
RESUMO
Este artigo procura abordar e a evolução da gestão pública na sociedade brasileira e apresentas
suas diferenças ou longo do processo de maturidade administrativa governamental.
Mostra o governo eletrônico como uma possível forma de atingir e manter a tão esperada
maturidade na gestão pública, através dos seus componentes que evoluíram e estão cada
vez mais procurando uma maior interação com o cidadão e o governo. Expõe os resultados
de uma pesquisa bibliográfica e análise da pesquisa exploratória em site da internet para
evidenciar como a sociedade está se mobilizado para participar na constante melhoria e
aperfeiçoamento da segurança pública, com a criação dos observatórios de segurança. Frisa
que esses observatórios procuram coletar, armazenar e difundir conhecimentos e boas
práticas de segurança pública e realizar vários estudos para pontuar os problemas e procurar
as melhores soluções com a participação dos cidadãos. Por fim, fomenta a utilização, por
parte do governo das tecnologias de informação e comunicação para receber informações e
produzir conhecimentos profícuos para as políticas de segurança pública.
PALAVRAS-CHAVE
Governo Eletrônico; Segurança Pública; Gestão pública; Políticas Públicas.
1. INTRODUÇÃO
A gestão pública brasileira passou e vem passando por grandes transforma-
ções, essas transformações visam, sobretudo, aumentar a eficácia, a eficiência e a
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
efetividade nos serviços prestados ao cidadão, que galga a prerrogativa de ter seus
anseios satisfeitos, através de uma boa prestação de serviço pelos órgãos públicos.
Entretanto para se chegar a este nível de maturidade, que estamos procu-
rando atingir hoje, ocorreu uma enorme escalada para mudar a forma de admi-
nistrar a coisa pública.
Pode se fazer uma pequena verificação em algumas formas de gestão pú-
blica que foram empregadas em nossa sociedade. Não vamos fazer aqui juízo de
valor, tampouco versar sobre quão certo ou errado foi sua utilização, mas vamos
apresentar a evolução da visão do administrador público ao longo do tempo.
Claro que os tipos de gestão estão intrinsecamente ligados ao momento histórico
que a sociedade vivia. Entretanto, apenas com uma análise criteriosa da gestão
pública, vamos evoluir para alcançar a primazia na oferta dos serviços públicos
de qualidade e fugir dos erros do passado. Fazendo assim, que estas antigas for-
mas de gestão pública não floresçam de forma dissimulada.
Como forma de análise foi utilizada a pesquisa bibliográfica e através de
consultas a site da internet. Com uma verificação empírica nos sites, vislum-
braram-se as formas de interessam entre o governo e a sociedade pautada em
ferramentas tecnológicas.
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governos. É caso dos observatórios que estão ganhando terreno nos estados. O
verbo que dá origem a palavra em si vem do latim: observare; que no nosso idio-
ma gerou o verbo observar que adquiriu vários sentidos os quais necessariamen-
te teremos de compreender para definir o significado correto de um observatório
- local de onde se observa: O primeiro deles é examinar minuciosamente; olhar
com atenção; estudar.
Portanto um Observatório deverá possuir instrumentos que permitam exa-
minar minuciosamente a realidade que cerca os fatos e atos da órbita do objeto
a que se destina.
Outro significado para observar é espiar, espreitar; ver sem ser visto é um
atributo da observação que é complementar ao seu próprio sentido, quem ob-
serva não interfere naquilo que observa, pois necessita compreender o fato para
entendê-lo.
Também é significado de observar cumprir ou respeitar as prescrições ou
preceitos de alguma instituição ou acordo; obedecer a estas prescrições; praticar
o que foi estabelecido entre as partes. Um observatório deverá constituir um pro-
tocolo claro de ações para cumprir com as partes envolvidas no procedimento
de observar.
Mas observar também é notar, advertir alguém ou alguma organização ou
instituição por uma falha cometida ou por um procedimento errado ou inade-
quado. Esta interpretação do sentido de observar pode produzir uma sensação de
incoerência entre ver sem ser visto e a ação de advertir. Porém neste sentido não
existe aí contraditório, trata-se de temporalidade, só pode advertir aquele que
observou com atenção, que ponderou os pesos e medidas do ato ou fato e pode,
assim, exarar sua advertência.
Os observatórios pesquisados neste artigo são referentes a segurança públi-
ca, abaixo estão os links de acesso as páginas web. As informações disponíveis
vão desde noticias de jornais, denúncias, noticias da mídia e apresentação de
entrevistas e vídeos.
Entre as informações disponíveis, podemos destacas as melhores práticas
de segurança, que são focos de alguns destes sites.
Alguns dos sites disponibilizam espaço para interação com o cidadão e
procuram montar uma base sólida para aprofundar análise sobre vitimização e
ações de segurança.
Verificamos os seguintes observatórios de segurança:
• Observatório Interdisciplinar de Segurança Pública do Território
Bahia;
• O Observatório das Violências Policiais-SP;
• O Observatório de Segurança Pública da UNESP – OSP; e
• O Observatório de Favelas;
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora haja a preocupação e se procure evoluir e melhorar a gestão pública
há sempre pessoas que não achem que a adoção de novas formas de atuação pe-
rante problemas pontuais, como o caso da administração pública e mais precisa-
mente falando da segurança pública. Estas ações devem ficar a cargo apenas dos
administradores públicos e políticos numa espécie de monopólio administrativo
e político. No Brasil, as ações para separar a máquina pública de interesses pes-
soais, vêm sendo desenvolvidas ao longo das décadas e atingiu pontos inimagi-
náveis, mas ainda está um pouco longe o ideal.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: Uma
Discussão Conceitual. Dados vol. 40 nº 2. Rio de Janeiro. 1997. ISSN
0011-5258. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0011-52581997000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> Acesso
em: 09/-2/2009.
DINIZ, Eduardo. Relatório Final Governo Digital. v. 22, 170p, 09/2002.
GREGÓRIO, Álvaro. BOLLIGER, Sérgio. Ferramentas Colaborativas em Governo:
Recomendações e alternativas de uso no serviço público eletrônico. Congresso
CONSAD de Gestão Pública. 2008.
HOESCHL, Hugo C., et. al. O governo eletrônico respondendo às propensões da
presença da administração pública no ciberespaço. Ciberética, 2003.
DURANTE, Marcelo Ottoni; ZAVATARO, Bruno. Limites e Desafios da Evolução
da Gestão em Segurança Pública no Brasil: a importância do uso de indicadores
de avaliação de desempenho. Disponível em <http://webmail.egc.ufsc.br/
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MELO, Ronidalva Andrade de. Repressão à Violência de Proteção de Direitos. Junho,
1999.
Observatório do Território da Bahia. Disponível em: <http://www.
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Observatório das Violências Policiais-SP. Disponível em: <http://www.ovp-sp.org/>.
Acesso em 09/02/2009.
Observatório de Segurança Pública da UNESP – OSP. Disponível em: <http://www.
observatoriodeseguranca.org/quemsomos>. Acesso em 09/02/2009.
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REDES SOCIAIS NO GOVERNO
ELETRÔNICO
Gisele Dziekaniak
Professora do Instituto de Ciências Humanas e da Informação da Universidade Federal
do Rio Grande
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do
Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina
giseledziekaniak@yahoo.com.br
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
As denominadas tecnologias de informação e comunicação (TICs) oportu-
nizaram e possibilitaram novos formatos de comunicação e trocas simbólicas
entre indivíduos. Barreiras geográficas foram rompidas e serviços on-line 24/7
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(vinte quatro horas por dia durante os sete dias da semana) estão a cada dia mais
comuns e de uso corrente.
Grandes mudanças ocorreram na sociedade contemporânea, as quais trou-
xeram consigo o emblema de uma nova sociedade, a sociedade do conhecimen-
to. Contudo, sabe-se que esta mudança não se deu, nem se dá de forma homogê-
nea em todos os continentes do mundo nem mesmo dentro de um mesmo país. O
Brasil, por exemplo, apesar de contar com grandes pesquisas de ponta, conside-
ráveis investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento), e sediar empresas
nacionais que operam com grande volume de exportação, ainda falta muito para
se caracterizar como sendo uma sociedade do conhecimento.
O que mais chama a atenção na promessa da sociedade do conhecimento é
o axioma defendido quanto ao crescimento do conhecimento quando comparti-
lhado. Este novo paradigma, obscurecido pelo ideal capitalista de acúmulo de
conhecimento para geração de riqueza, vem à tona nos discursos dos defensores
desta nova ideologia de sociedade. As atividades humanas, na promessa desta
nova sociedade, deixam de ser individualizadas e passam a ser colaborativas em
um devir acerca do ofertar para receber. No entanto, grande parcela de sua popu-
lação permanece alheia à informação e principalmente alheia ao conhecimento.
Paradoxalmente, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), por meio da Pesquisa TIC Domicílios
2007, mais da metade da população brasileira já teve acesso a computador e,
cerca de 40% possui pelo menos um em sua residência. A pesquisa revela que
cerca de 34% da população afirmou ter navegado na internet nos últimos três
meses à época da pesquisa.
Diante desta realidade, se percebe a capacidade que o país possui e, que
comportaria, de melhor direcionar os serviços públicos através da internet, fa-
cilitando o atendimento das demandas da sociedade por permanente interação
e comunicação 24/7 entre os cidadãos e o Estado (G2C) e, gerando canais de
comunicação entre os próprios cidadãos (C2C).
Isto, porém, não vem acontecendo com a devida intensidade, deixando de
responder a um dos novos modus operandi de comunicação entre as pessoas: as
redes sociais.
Esta nova tendência facilitadora da comunicação em tempo real e sem fron-
teiras gera nos cidadãos a perspectiva de ser cada vez mais possível ter voz e
vez, independente do lugar em que se esteja. E, quando se fala em “lugar”, não
está se referindo somente à localização geográfica espacial, mas principalmente
acerca do lugar social, político, cultural e econômico que o indivíduo ocupa na
sociedade.
Outra característica que as redes sociais possibilitam e fomentam diz res-
peito à capacidade de tomada de decisão em diversos fóruns de discussões e opi-
niões espalhados pelo ciberespaço. Ambientes que vêm se consolidando e que
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se que as redes sociais eletrônicas podem contribuir para fomentar
a sociedade do conhecimento, a e-participação e a e-cidadania no cenário do
governo eletrônico. Entretanto, a realidade social aponta lacunas existentes na
comunicação Estado-Sociedade. Por conta disto o texto procurou, além de de-
fender a possibilidade de trabalhar com o foco no desenvolvimento social atra-
vés das redes sociais, buscou igualmente apontar alguns fatores que estão difi-
cultando o amplo acesso às redes sociais com fins políticos-sociais pelo cidadão
comum, em busca do diálogo governo-sociedade.
Em contrapartida não defende que as redes sociais sejam a única saída para o
exercício da cidadania ou da e-cidadania, uma vez que a cidadania possui dimen-
sões complexas e não necessariamente proporcionais, à medida que, a liberdade
de expressão concedida, pelas redes sociais, não abona à priori, a garantia a outros
direitos sociais como é o caso do direito à segurança ou ao voto consciente.
As reflexões propostas pretenderam possibilitar a identificação das redes
sociais como facilitadoras, as quais podem permitir, facilitar e instrumentalizar
o cidadão ao exercício da democracia direta, aquela em que cada um tem voz e
vez, sem a habitual total representatividade que ocorre no cenário político das
sociedades contemporâneas.
Sem dúvida ainda há carência de estudos acerca das melhores práticas sobre
redes sociais eletrônicas e sobre as demandas sociais e as soluções que essas
redes já proveram e atenderam. Bem como interessante seria elaborar estudos
sobre o prisma de uma rede das redes sociais a fim de identificar uma matriz
sobre elas e diagnosticar a realidade acerca de sua implementação no âmbito
governamental uma vez que ainda há quem não faz uso deste importante instru-
mento político, educativo e social, além do que, este mapeamento teoricamente
demonstraria o perfil destas redes bem como suas características.
Ao mesmo tempo em que a grande parcela da população não possui acesso
à internet, por outro lado têm-se os governos omitindo-se da responsabilidade
em prover acesso a ela, uma vez que, ao conceber a existência, ou pelo menos
uma tendência à sociedade do conhecimento, marcada pela ampla disseminação
da informação e o seu acesso sem fronteiras é preciso oportunizar aos cidadãos
comuns, ofertas de acesso a esta informação, para que a sociedade do conheci-
mento não seja o que hoje representa apenas a parcela dos indivíduos envolvidos
com o governo, o ensino e a iniciativa privada.
Quanto à disponibilização de acesso à informação, essa pode se constituir pela
criação de novos e muitos terminais conectados à rede (telecentros), ou pelo acesso
gratuito a sites de ensino, do governo e de redes sociais via aparelho celular ou ainda
através de terminais de auto-atendimento bancário, onde se pode aproveitar a estru-
tura de conexão já existente para promover acesso a informações que instrumentali-
zem e capacitem o cidadão a ser um agente atuante em canais sociais.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS
BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Blog do Planalto. Disponível em: <http://
blog. planalto.gov.br> Acesso em: 02 jun. de 2009.
BRASIL. COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. Núcleo de Informação
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CARVALHO, M. C. B. 2007. Ação em Rede. Disponível em: <http://www.
cenpec.org.br/modules/xt_conteudo/index.php?id=214> Acesso em: 17 jan.
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CARVALHO, J. M. de. 2008. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira.
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A ATITUDE DOS DISCENTES NO
ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA
Joni Fusinato
Professor do CEDUP
jfusinato@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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1. INTRODUÇÃO
Com a revolução das tecnologias de comunicação e informação a modali-
dade de educação a distância cresceu significativamente. Dependendo das ca-
racterísticas do acadêmico envolvido neste processo temos resultados de maior
interação ou não.
Este artigo descreve os resultados obtidos de uma pesquisa exploratória
que investigou as atitudes dos discentes com relação a um curso de gradua-
ção à distância. Os discentes estavam matriculados na disciplina de Finanças
Internacionais de uma universidade privada do sul do Brasil. A pesquisa teve
como objetivo encontrar elementos que sugerissem a aderência ou não à pro-
posta de ensino a distância por parte dos discentes, assim como colaborar com a
inclusão de novas informações a pesquisas similares.
O artigo está dividido em três partes: em primeiro lugar se apresenta
um marco contextual para situar o leitor sobre os conceitos no qual se baseia
o artigo tais como: ensino à distância e atitude dos discentes. Na seqüência
será apresentado o questionário e as tabelas usadas para a coleta de dados.
Para finalizar são apresentadas as respostas dadas pelos discentes e con-
siderações feitas pelos autores dessa pesquisa partindo dos questionários
que foram respondidos e auxiliados pela literatura especializada sobre o
assunto.
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
412
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1ª Geração – final do século XIX até meados do ano de 1970, tem como
característica principal o material impresso, normalmente um guia de estudos,
com tarefas e outros exercícios enviados pelo correio. No Brasil ficaram popula-
rizados e conhecidos os cursos do Instituto Universal Brasileiro.
2ª Geração – Compreendido entre os anos de 1970 e 1990, destacam-se
nesse período a transmissão de cursos com aulas via televisão, complementadas
por material impresso, rádio, fitas de áudio e vídeo. A interação é basicamente
via telefone e/ou carta. No Brasil a Fundação Roberto Marinho reformula os
modelos de telecurso desenvolvidos desde 1978 e lança o Telecurso 2000 e em
1996 entra em operação o canal da TV Escola.
3ª Geração – Evidencia-se a partir do ano de 1990, sendo fortemente ca-
racterizada pelo uso intensivo de tecnologias da informação e comunicação de
base digital, Internet e videoconferência. Para Spanhol (2008) alguns marcos
importantes dessa geração no Brasil foram: a oferta de cursos de pós-graduação
a distância com uso de sistema de videoconferência, na UFSC (1996), a criação
do projeto Virtus, na UFPE, para uso de Internet na EAD (1996), cursos de ex-
tensão em Turismo, Marketing e Administração, via Internet, pela Universidade
Anhembi-Morumbi (1997); cursos de graduação a distância oferecidos pela
Unisul com tutoria somente on-line (2006) e os cursos do sistema Universidade
Aberta do Brasil (UAB) oferecido pela UFSC (2007).
Portanto a idéia de educação a distância é basicamente: professores e alu-
nos estão em locais diferentes durante todo ou em grande parte do tempo em
que aprendem e ensinam. Estando em locais distintos, eles dependem de algum
tipo de tecnologia que permita a mediação e/ou interação entre eles (Dohmen,
1967; Peters, 1973; M. Moore, 1973; Keegan, 1991; Moore e Kearsley, 2007,
entre outros).
Os avanços tecnológicos e entre eles, os dos meios de comunicação
ocorridos nas últimas décadas, assim como a crescente necessidade por mão
de obra qualificada e o acirramento da competitividade tanto entre organi-
zações como entre profissionais formam um cenário favorável à educação
continuada. Entre as possibilidades de educação continuada, a educação à
distância, particularmente a de 3ª geração, apresenta características que per-
mitem conciliar satisfatoriamente a crescente demanda por formação conti-
nuada aos diversos níveis de educação com as limitações oriundas do campo
profissional e/ou pessoal. São características dessa modalidade de ensino:
flexibilidade de tempo dedicado ao estudo, formas de interação síncrona e
assíncrona entre professor/aluno e aluno/aluno através de diferentes meios
de comunicação, economia de tempo com idas menos freqüentes a institui-
ção de ensino se comparado a um curso presencial, o que em cidades com
trânsito lento devido aos constantes engarrafamentos podem representar um
substancial aproveitamento do tempo para outras atividades, entre outras.
Essa possibilidade de conciliar estudos e trabalho tem sido considerada mais
413
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
dinâmica e flexível por parte dos discentes do que as encontradas nos cursos
presenciais fazendo com que um número crescente de estudantes optem pela
EAD e estimulam a criação de novos cursos em diferentes níveis de edu-
cação na modalidade a distância no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD, 2008) 2,5 milhões
de brasileiros estudaram em cursos dos mais diversos níveis com metodolo-
gias a distância só no ano de 2007. No que tange especificamente os cursos de
graduação de acordo com os dados do Censo (INEP, 2007), 97 instituições
ofereceram, em 2007, cursos de graduação a distância, sendo 19 instituições
de ensino superior (IES) a mais em relação às registradas no ano de 2006.
Comparado ao ano de 2006, foram criados 59 novos cursos a distância, re-
presentando um aumento de 16,9% no período. O número de vagas ofereci-
das em 2007 chegou a quase o dobro das oferecidas em 2006, com um au-
mento de 89,4%, ou seja, uma oferta de 727.520 vagas a mais. Esse fenômeno
também tem sido observado em diversos países, entre eles, Estados Unidos,
Inglaterra e México (Rodrigues, 2008).
As inovações que foram introduzidas na Educação a distância de 3ª geração
despertou o interesse de muitos pesquisadores buscando compreender as atitu-
des de estudantes e professores frente à adoção de inovações educacionais (Steil,
Pillon, Kern, 2005, Berge, 2002, McGorry, 2002). A atitude pode ser entendida
como “disposições mentais para avaliar um objeto psicológico, expressas em
dimensões de atributos, como bom/mau, agradável/desagradável, etc.” (Steil, et
al. 2005, p. 254). Para os autores Alexander (2001) e Valenta (2001) respostas
rápidas ( feedback) e a facilidade de interação entre alunos e professores estão
entre os atributos que afetam positivamente as atitudes dos alunos para com o
ensino a distância.
Da mesma forma que a educação mediada pela tecnologia permite a adoção
de novas estratégias de ensino-aprendizagem e a oferta de cursos à distância,
para o discente concluir um curso a distância também é necessário atitudes tais
como: assumir a responsabilidade em administrar o seu horário de estudo, se-
guir os prazos estabelecidos para as atividades propostas, adquirir hábitos de
estudo que minimizem as distrações e saber trabalhar de maneira assíncrona.
Moore e Kearsley (2007) apontam como sendo os hábitos e as aptidões de estu-
do dos alunos que determinam, em grande parte, o sucesso das aulas, caracte-
rísticas essas encontradas com freqüência no público adulto. Para os referidos
autores: “Alunos que planejam seu tempo de estudo e estabelecem horários para
concluir o curso têm maior possibilidade de obter sucesso na educação a distân-
cia (Moore e Kearsley, 2007, p. 187)”.
Finalizando pode-se inferir que os cursos de ensino a distância favorecem
discentes que buscam autonomia nos seus estudos, maduros e dispostos a en-
frentar desafios na busca pelo conhecimento mediado por ambientes de apren-
dizagem que facilitem a interação entre os atores envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem.
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Tabela 1. Atitudes dos alunos pesquisados com relação à categoria professor (tutor).
Questões Média CV
1. De maneira geral, o professor tem auxiliado
3,77 0,23
efetivamente o grupo a aprender.
2. O tutor tem encorajado a aprendizagem dos alunos por
3,78 0,23
meio de questionamentos, desafios e críticas.
3. O tutor tem promovido um ambiente de
3,54 0,26
aprendizagem agradável e estimulante.
4. O tutor tem respondido às questões encaminhadas por e-mail ou
3,24 0,41
pelo ambiente de aprendizagem on-line em, no máximo, 24 horas.
416
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
outros aspectos levantados, isso pode ser motivado pelo fato que nem todos os
entrevistados tenham precisado de auxilio via ferramenta tutor ou via e-mail, o
que impossibilitaria a avaliação por parte de alguns.
Estes resultados estão de acordo com estudos que apontam para valorização
dos alunos no que tange um feedback rápido e o auxilio do professor no proces-
so de ensino aprendizagem assim como facilitação da interação entre alunos e
professores afeta de forma positiva as atitudes dos alunos para com o ensino a
distância. Então apesar da quase neutralidade quanto ao tempo de resposta do
professor tutor pode-se inferir que as atitudes dos alunos são positivas quando
destacam o auxilio e o encorajamento do professor tutor em seu aprendizado.
Questões Média CV
5. O fato do curso ser a distância faz com que eu
4,42 0,20
possa aprender em meu próprio ritmo
6. O curso na modalidade a distância está sendo conveniente
4,72 0,10
para mim, pois aumenta a minha flexibilidade.
Questões Média CV
7. O ambiente de aprendizagem on‑line é estável e de fácil utilização 4,16 0,20
8. Eu posso acessar o curso de qualquer lugar onde
4,75 0,11
tenha um computador e acesso à internet
9. Os chats têm auxiliado a minha aprendizagem. 2,96 0,36
10.O ambiente de aprendizagem on-line facilita a
3,31 0,29
integração com o professor e com os colegas
417
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Tabela 4. Atitudes dos alunos pesquisados com relação à categoria material didático.
Questões Média CV
11. O material didático on-line está adequadamente
4,04 0,20
formatado para o estudo a distância.
Tabela 5. Atitudes dos alunos pesquisados com relação à categoria dinâmica do grupo no
fórum.
Questões Média CV
12. O formato da disciplina tem facilitado a minha
2,88 0,33
interação com os meus colegas de sala
13. A discussão do grupo no fórum tem auxiliado
3,31 0,30
a minha compreensão da disciplina
14. Eu contribuo regularmente nas discussões do fórum 3,09 0,34
15. Eu aprendi com outros alunos durante as discussões no fórum 3,18 0,35
418
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3. CONCLUSÃO
De maneira geral podemos destacar que os resultados das tabelas de 1 a
5 mostram que os discentes pesquisados possuem uma atitude positiva diante
da maioria das categorias investigadas e os resultados obtidos se somam a ou-
tras pesquisas e estudos publicados usados como referência (Alexander, 2001;
Valenta, 2001, Steil, Pillon e Kern, 2005; Moore e Kersley 2007). Contudo, a
tabela 5, referente às “Atitudes dos alunos pesquisados com relação à categoria
dinâmica do grupo no fórum” apresenta média próximo ao neutro (3). Esse resul-
tado diferiu do que é apresentado na literatura especializada. Possíveis motivos
para divergência encontrada podem ser que a participação nos fóruns não fazem
parte da avaliação nesse curso ou que as técnicas de ensino usada pelo professor
não enfatizaram o uso do fórum ou ainda que esse não se fez necessário median-
te a estratégia de ensino adotada.
A flexibilidade de horário e de local proporcionados pelas tecnologias in-
formacionais impulsionam o ensino a distância, atendendo um público cada vez
maior que encontra nessa modalidade a possibilidade de formação e estudo que
de outra forma dificultaria ou mesmo impossibilitaria sua continuidade. Essa
flexibilidade demanda, por parte do aluno, uma autonomia e disciplina em seus
estudos e, por parte da instituição que oferece os cursos, um planejamento rigo-
roso das atividades e investimentos em tecnologias.
Finalizando, recomenda-se um estudo focado na questão de “dinâmicas do
grupo no fórum”, nesta instituição de ensino, para investigar como o fórum po-
deria ser usado de maneira mais efetiva do que está sendo usado até o presente
momento.
REFERÊNCIAS
ABRAEAD - Associação Brasileira de Ensino a Distância. Consulta realizada em
19/06/2009 disponível no site <http://www.abraead.com.br/noticias.cod=x1.asp>.
Alexander, S.(2001) E-learning developments and experiences. Education + Trading, 43(4/5).
BARBETTA, P. A.(2003) Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis: UFSC.
419
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
420
POLÍTICA PÚBLICA DE INCLUSÃO
DIGITAL: AMPLIANDO OS
HORIZONTES NO MEIO RURAL
DE SANTA CATARINA
RESUMO
421
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Na história da humanidade alguns adventos contribuíram para a ideia de
que uma das saídas para as crises sociais e econômicas passa, necessariamente
pela adoção de medidas que visem oportunizar aos excluídos acesso à informa-
ção e ao conhecimento. Nesse início de século XXI, o acesso ao conhecimento,
por meio do domínio das tecnologias da informação e comunicação (TICs) ca-
racteriza um importante diferencial competitivo individual e coletivo.
Antes de outras linhas, que sejam feitas algumas perguntas a fim de susci-
tar reflexões: Quantos excelentes profissionais não conseguem colocação devido
à exclusão digital? Quanto de conhecimento perdeu-se pela exclusão social e
digital? Quanto de informações o setor público deixa de agregar às suas ações
pela inexistência de canais de comunicação tão próximos dos cidadãos? Quanta
solução criativa e tecnologicamente consistente seria encontrada se tivéssemos
uma ampla e inclusiva rede de comunicação disponível à sociedade?
Levy (1993) argumenta que novas maneiras de pensar e de conviver estão
sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. As relações
entre as pessoas, o trabalho, a própria inteligência dependem da metamorfo-
se incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Para Waiselfisz
(2007), o atual momento da sociedade mundial é caracterizado pela relação mui-
to próxima entre as atividades humanas e as tecnologias digitais, onde os margi-
nalizados encontram-se na periferia do conhecimento.
Castells (2003) argumenta que pensar em desenvolvimento sem a internet
seria o equivalente à industrialização sem eletricidade na era industrial. É por
isso que a declaração frequentemente ouvida sobre a necessidade de se começar
com os problemas reais do terceiro mundo, designando com isso: saúde, edu-
cação, água, eletricidade, dentre outros, antes de chegar à internet, revela uma
profunda incompreensão das questões atuais relativas ao desenvolvimento, por-
que sem uma economia e um sistema de administração baseados na internet,
qualquer país tem poucas chances de gerar recursos necessários para suprir suas
necessidades de desenvolvimento num terreno sustentável.
O analfabetismo digital a que estão submetidas atualmente as famílias do
campo é um importante fator de exclusão social. A inclusão digital dos cidadãos
422
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
2. INCLUSÃO DIGITAL
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
424
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
3. PROGRAMA DE INCLUSÃO
DIGITAL BEIJA‑FLOR
A necessidade das organizações do setor público agrícola catarinense
em levar ao agricultor familiar, informações, foi o embrião que fez nascer o
Programa de Inclusão Digital Beija-Flor. Feliciano (2004) recomendava a es-
sas organizações, que tornassem parceiras de iniciativas de projetos de inclusão
digital no meio rural, com o objetivo de dinamizar seus processos de acesso e
disseminação de informações, fazendo com que seus clientes, os agricultores,
passassem à acessá-las com maior facilidade.
Com o início das atividades em 2004, a Secretaria de Estado da Agricultura
e Desenvolvimento Rural – SAR instalou a primeira unidade de inclusão digital,
das 129 em atividade. Abrangendo 44% dos municípios do Estado Catarinense,
o Programa Beija-Flor, por meio de suas ações, visa garantir, dentre outros, a
universalização do acesso às TICs, e a qualificação permanente do trabalho hu-
mano no processo de formação de uma nova geração de agricultores, valorizan-
do e fortalecendo as relações econômicas e sociais no meio rural, ampliando
os horizontes de atuação por meio do acesso ao conhecimento, permitindo um
canal para produção e disseminação de conhecimentos produzidos nas comuni-
dades rurais de Santa Catarina.
É importante destacar que o Programa Beija-Flor atua na perspectiva
dos telecentros comunitários, cujos princípios são os seguintes: Participação
Comunitária, Consolidação de uma Visão Social, Gestão e Utilização de
Tecnologias Apropriadas, Formação e Capacitação Permanente. A prática des-
ses fatores consolida e diferencia as ações de inclusão digital.
O Programa Beija-Flor procura estimular seus facilitadores ou monitores,
que atuam nos telecentros, no oferecimento de atividades buscando chamar a
atenção da comunidade para as várias possibilidades de uso do espaço de inclu-
são digital. Dessa forma, orienta e oferece material didático-pedagógico para
desenvolvimento de ações, tais como: cursos de informática básica, utilização da
internet no agronegócio, gestão informatizada de pequenas propriedades rurais,
ações de governo eletrônico; oficinas culturais; conceitos básicos em empreen-
dedorismo; práticas empreendedoras, dentre outras. Com relação às práticas de
gestão do conhecimento, o Programa Beija-Flor adota as seguintes: lista de dis-
cussão e melhores práticas. Por se tratar de uma iniciativa recente, por não con-
tar com orçamento próprio e possuir uma equipe técnica reduzida, o Programa
Beija-Flor busca continuamente mecanismos e processos que dinamizem suas
operações, bem como, promovam a adequada administração informacional ca-
paz de gerar melhor desempenho e agregar valor às tomadas de decisão. Nesse
sentido, seus gestores optaram por adotar práticas de gestão do conhecimento
por entender que são capazes de criar condições favoráveis à captura e registro
do conhecimento existente nas comunidades rurais.
426
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
3.1 Resultados
Os resultados apresentados a seguir, compõem parte de uma pesquisa rea-
lizada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, ges-
tora e principal executora do Programa de Inclusão Digital Beija-Flor, feita com
multiplicadores do conhecimento, que atuam nos telecentros. Tendo como obje-
tivo, obter informações de contexto e gerenciais, além de uma posição sobre as
demandas das comunidades, dentre outros aspectos. Os resultados da pesquisa
apontam para novas formas de atuação para o setor público agrícola catarinense,
sobretudo no que tange aos processos de acesso e disseminação de informações
por parte de seus clientes. Por outro lado, mostram os impactos nas comunidades
rurais que percebem no espaço de inclusão digital, uma significativa oportuni-
dade de comunicação, uso de informações à distância, relacionamentos, dentre
outros.
Com relação ao entendimento da definição de inclusão digital, 14% das res-
postas afirmaram entender a inclusão digital a partir de atividades promotoras
do desenvolvimento social, enxergando nesse processo oportunidades signifi-
cativas para que os usuários formem e/ou ampliem suas redes de relacionamen-
to, promovendo e facilitando o empreendedorismo nas comunidades, elemen-
tos importantes para a efetiva participação social e política. Cabe destacar que
para 23% das respostas, os multiplicadores do conhecimento afirmaram que os
telecentros contribuem positivamente no combate ao êxodo rural. As demais
respostas ressaltam a importância do espaço de inclusão digital como local para
contato com uma nova tecnologia e com a internet, que projeta o indivíduo para
fora de seu meio, contudo, nessas respostas, há implicitamente uma vinculação
excessiva do entendimento da inclusão digital ao uso restrito das TICs.
Com respeito aos aspectos relacionados à motivação para debates comuni-
tários no espaço e por meio do telecentro, 61% responderam que tais atividades
427
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
não são desenvolvidas. Em 39% dos casos são promovidas atividades que moti-
vam as pessoas, usuárias do espaço de inclusão digital, a discutir os problemas
comunitários. São promovidas palestras, encontros comunitários, reuniões de
grupos (jovens, terceira idade, etc), dentre outras, que caracterizam a impor-
tância do telecentro o debate comunitário. Esse é mais um importante aspecto,
pois atua na direção do aculturamento sobre os debates coletivos, mostrando,
por um lado, a importância do positivo exercício da cidadania e seus prováveis
impactos sobre a produção de conhecimento e por outro, que as TICs possuem
papel social relevante.
No tocante ao destino dado aos resultados das atividades desenvolvidas no
telecentro, a distribuição das respostas é a seguinte: 23% afirmaram que são
objeto de discussão pelo grupo de usuários, 15% afirmaram que os trabalhos
são publicados em outros meios de comunicação, com exceção da Internet, 12%
responderam que os trabalhos são devolvidos aos usuários. Conforme 10% dos
multiplicadores do conhecimento os trabalhos são publicados na Internet. Cabe
ressaltar que a SAR, a partir de junho de 2007, disponibilizou espaço no site
do Programa Beija-Flor para que cada telecentro tenha sua página na internet e
publique seu próprio conteúdo, fato encarado com importante diferencial, pois
fortalece a rede dos telecentros, aumenta a auto-estima dos que publicam, dentre
outros fatores que contribuem para a consolidação das ações de inclusão digital.
Quando questionados sobre a contribuição do projeto na produção de in-
formações e conhecimentos, sem objeções, não resta dúvida para os multiplica-
dores do conhecimento de que as ações de inclusão digital contribuem positiva-
mente para a produção ou o consumo de informações nas comunidades. Para a
equipe de acompanhamento pedagógico, os resultados apresentados nos eventos
“Melhores Práticas”, apontam nessa direção. Consideram que apesar de ainda
muito explorados os processos de formação técnica em informática, o acesso à
internet proporciona um canal de consumo e produção de informações até então
inexistente nas comunidades. A produção é constatada, principalmente nas es-
colas, onde os trabalhos e pesquisas de alunos e professores contam com dados e
informações postados na internet. Outro aspecto relevante diz respeito à produ-
ção de informações de interesse comunitário, por meio de boletins informativos
ou jornais comunitários.
No que diz respeito à identificação dos impactos do projeto de inclusão
digital sobre os usuários e a comunidade, foi solicitado que os entrevistados
apontassem: quais impactos se houve aumento na conscientização social, maior
participação política e espontaneidade para discutir temas comunitários? As res-
postas apresentadas mostram que os impactos são positivos, no entanto ainda
superficiais. De forma geral, os telecentros ainda mantêm os cursos de infor-
mática básica, pelo fato de haver um elevado índice de excluídos digitais. Por
outro lado, há uma parcela de telecentros que promovem debates sobre temas
de interesse comunitário. Evidentemente que, abrindo-se um importante canal
de comunicação, como o é a internet e em se criando condições para debates,
428
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelo apresentado, pode-se inferir que o Programa Beija-Flor está criando
condições e permitindo acesso ao conhecimento e o uso cidadão de ferramentas
de TICs, pouco acessíveis às remotas comunidades rurais de Santa Catarina. O
fato de a comunidade manter contato com instrumentos tecnológicos, até então
inexistente em seu meio, representa grande benefício. Outro aspecto relevante
diz respeito ao fator comunicação, haja visto que muitos dos locais onde estão
instalados os telecentros não possuem infra-estrutura de telefonia. Do ponto de
vista do conhecimento, seu uso e reuso produz mais conhecimentos, num ciclo
benéfico à sociedade.
Perceber que a tecnologia disponível nos telecentros é meio para acesso e
não consiste em um fim em si mesmo é importante ao discernimento acerca das
possibilidades de relacionamentos no mundo virtual e para o próprio desenvol-
vimento de atividades no espaço de inclusão digital. Um telecentro comunitário
prima pelo relacionamento pessoal, pelos debates, enfim, que a tecnologia seja
potencializada, principalmente em comunidades geograficamente isoladas fo-
cando seu desenvolvimento econômico e social. Deve também ser considerado
que as políticas públicas são desenvolvidas para os cidadãos, dessa forma, o
contato entre o agente público e seus clientes não pode se resumir em bytes. As
organizações públicas devem encarar essas ações como investimentos e procu-
rar potencializar seus resultados em novas pesquisas, produtos e/ou serviços.
A criação de uma rede virtual para telecentros, que permita o intenso com-
partilhamento de dados e informações e que agregue conhecimento das e às
práticas locais, auxilie no desenvolvimento econômico e social local/regional,
consiste numa boa oportunidade para que os programas/projetos de inclusão
429
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
digital/social atuem de forma integrada e com base em informações por eles ge-
radas, pautadas na realidade onde atuam. Por outro lado, os programas/projetos
de inclusão digital ganham em escala na medida da integração, que buscam na
adoção de práticas de gestão administrativa e do conhecimento, potencializar
ações, recursos financeiros e capital humano, além de criarem condições para
sua expansão e significativa contribuição à sociedade.
Estar inserido na sociedade do conhecimento não significa ter optado por
ela, dessa forma, dispor minimamente infraestrutura para que a sociedade des-
frute de ferramental tecnológico visando o exercício da exploração e constru-
ção do próprio conhecimento significa reconhecer que o amplo desenvolvimen-
to econômico e social reside no conhecimento. Nesse sentido, os programas/
projetos de inclusão digital tendem à contribuição relevante, já que concentram
uma variedade de atividades que buscam gerar melhores condições de vida às
pessoas e consequente equidade social, além de oportunidades mercadológicas,
sobretudo aos empreendedores, que por vezes, pela falta de informações e/ou
oportunidades, não conseguem espaço.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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consumo e a produção de informação em centros públicos de acesso à Internet no
Brasil. 210 f. Tese (Doutorado) Departamento de Jornalismo e Editoração. Escola
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CASTELLS, Manuel, 2003. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os
negócios e a sociedade. Jorge Zahar, Rio de Janeiro.
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2008. São Paulo: Disponível em <http://www.cetic.br>. Acesso em: 27 abr
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DE MASI, Domênico, 2000. O Ócio criativo. Sextante, Rio de janeiro.
FELICIANO, Antonio Marcos; BORCHARDT, Ilmar; PEREIRA, Danilo; et al 2004.
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FERREIRA, Vânia Regina Barcellos. 2007. A Utilização de práticas de gestão do
conhecimento em organizações da sociedade civil que trabalham com projetos de
inclusão digital: um estudo de caso. Dissertação (mestrado) Universidade Federal
de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do
Conhecimento, Florianópolis.
430
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
432
ADVERTMAPS: UM MASHUP
DOS DADOS DE ÓBITOS COM UM
APLICATIVO DE MAPAS PARA APOIO
AO GOVERNO ELETRÔNICO
RESUMO
433
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇAO
O desenvolvimento tecnológico tem influenciado o cotidiano das pessoas
em qualquer parte do mundo, principalmente com o uso da internet. As novas
maneiras de relacionamento pessoal através de e-mails e chats, de organização
em grupos de interesse e de consumo, trabalho colaborativo e comércio eletrô-
nico, trazem muitas facilidades às demandas sociais. Neste sentido, a adminis-
tração pública também precisa se apropriar das novas tecnologias e oferecer à
sociedade um melhor canal de comunicação de informações. Com isto, poderá
qualificar seus serviços, aproveitando a emergência das idéias do capital intelec-
tual da sua população que vive a era da internet. A democratização das informa-
ções contidas nos bancos de dados, até então restritos às repartições públicas,
poderá dar à sociedade, e em especial aos gestores públicos, com o uso do gover-
no eletrônico (e-gov), uma nova dinâmica para a satisfação dos anseios públicos.
O governo eletrônico tem sido definido como o uso intensivo da Tecnologia
da Informática e Comunicação (TIC) para promover um governo mais eficiente
e efetivo. Isto é: para facilitar a acessibilidade ao serviço governamental, atra-
vés de um maior acesso público à informação e para fazer um governo mais
prestador de contas aos cidadãos. (BUSQUETS, 2006) Vários sistemas infor-
matizados, que consistem de informações e serviços, podem ser abrangidos pelo
governo eletrônico, tipificados aqui, quanto ao seu alcance:
• G2G, governo para governo;
• G2C, governo para cidadão; e
• G2B, governo para negócio (business).
As esferas governamentais podem ser em nível do governo federal, estadual
e municipal. O poder executivo, quase sempre o mais desenvolvido na questão
do governo eletrônico, vem seguido pelo judiciário e daí pelo legislativo.
O fluxo das informações pode acontecer nos dois sentidos de comunicação
e em volumes que variam nas diversas esferas governamentais. Neste contexto
de globalização, tanto o Brasil quanto os demais países da América Latina e
do mundo, investem com maior ou menor intensidade no governo eletrônico.
Conforme Busquets (2006) o grau de desenvolvimento do governo eletrônico
pode ser avaliado sobre os seguintes aspectos: serviços on-line, serviços eletrô-
nicos, política de privacidade, política de segurança, qualidade informática do
site, modalidades de financiamento e alcance público de interação. Para ele o go-
verno eletrônico pode também aprimorar a democracia (eletrônica), permitindo:
• Incrementar a transparência do processo político;
• Elevar o envolvimento direto e participativo dos cidadãos; e
434
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
2. OS ATESTADOS DE ÓBITO
Em meio às adversidades da vida, onde os compassos e descompassos são
inerentes a determinadas áreas, quer sejam por condições naturais ou impos-
tas pelos mecanismos econômicos e sociais que as propiciam, faz-se necessário
levantar dados sobre as condições de ocorrência das mortes no Brasil. Estes
registros, ao serem analisados e geograficamente avaliados podem servir de
apoio às ações das autoridades governamentais para estipular políticas públicas.
No Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde
os óbitos são informados de acordo com o CID106 (cadastro internacional de
doenças) mesmo que tenham sido mortes naturais ou mortes consideradas vio-
lentas (homicídio, suicídio, acidentes de trânsito). Ainda que as mortes violentas
tenham tido algum controle nos últimos anos, o governo e o CONASS (Conselho
Nacional de Secretários de Saúde) classificam o problema como “epidemia”. A
avaliação, de que essas cifras têm dimensões epidêmicas, resultou na organiza-
ção de uma série de encontros para discutir propostas de enfrentamento à violên-
cia no país, com apoio de cinco agências da ONU, entre elas o PNUD7(Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
Atualmente o Ministério da Saúde coordena o trabalho de orientação e pre-
enchimento do atestado de óbito, que é um documento que atesta as circuns-
tâncias em que uma morte ocorreu. Pode-se tipificar estes eventos em mortes
“naturais” e mortes “violentas”. Os eventos que mais causam impacto social são
as mortes violentas, dando-se ênfase ao homicídio. O atestado de óbito é preen-
chido por um médico legista, que quase sempre atua no ambiente do Instituto
Médico Legal, fazendo uma autópsia técnica. Ele também informa no atesta-
6 Disponível em http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/cid10.htm
7 Disponível em http://www.pnud.org.br/home/
435
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
8 Disponível em http://www.craigslist.org
9 Disponível em http://chicago.everyblock.com/crime/
436
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
10 Disponível em http://www.getmobio.com/learn/cheapgas/
11 Disponível em http://maps.google.com
12 Disponível em http://www.chicagocrime.org
13 Disponível em http://www.incidentlog.com
14 Disponível em http://www.housingmaps.com
15 Disponível em http://www.craigslist.org
16 Disponível em http://www.cellreception.com
17 Disponível em http://www.google.com/apis/maps/signup.html
437
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
requeira algum esforço de programação Java. O Google Maps API deve ser aces-
sado diretamente do servidor Google Maps. Para que um endereço seja plotado
no mapa, o programador passará para a API a latitude e a longitude de um ende-
reço. O Google Maps também tem capacidade de localizar, de forma aproximada
(e sujeito a erros), um endereço geográfico informado.
Como foi visto, um mashup é um aplicativo na web que combina uma fonte
de dados com uma API (Interface de Programação de Aplicativos). Para Brian
Lamb18, da University of British Columbia, o mashup envolve o reuso, ou “re-
mix”, de trabalhos de arte, de conteúdo e/ou dados para propósitos não comuns
ou jamais imaginados pelos criadores originais. Para ele o termo mashup de
dados descreve um site na web ou aplicação que combina os dados e a funciona-
lidade de múltiplos sites da web numa experiência integrada. Isto pode ser enten-
dido que o usuário irá ver na frente do computador, informações reorganizadas
e apresentadas de forma ainda não vista.
Como esta nova metodologia de integração está se aperfeiçoando, os prin-
cipais players do mercado, como eBay, Google, Amazons, Sap, Yahoo! Pipes
e a própria IBM estão disponibilizando kits de ferramentas para acesso aos seus
dispositivos. Esta ferramentas vêm com orientação de uso e muitas vezes não
precisam de programação (java por exemplo), mas somente a passagem de parâ-
metros entre aplicativos (como se fosse uma função).
4. O ADVERTMAPS
Dentro do escopo das idéias descritas é possível unir as informações dispo-
nibilizadas pelos Atestados de Óbito do Sistema de Informações sobre Mortes
(SIM) do Ministério da Saúde e Índice de Desenvolvimento Humano do IBGE
por município; e usar conceitualmente um mashup, plotando estes dados no
mapa através da API Google Maps, transformando assim os dados em infor-
mações que poderão ter além de uma medida estatística a visão geográfica onde
acontecem os problemas.
Este AdvertMaps proposto será desenvolvido por um órgão governamental
ou outro programador independente. Ele poderá ser um programa na linguagem
Java e em ambiente web, rodando num browser (Explorer, Mozilla). Outra opção
é utilizar as próprias ferramentas do Google, como a planilha ou o banco de
dados, restringindo-se aos seus limites da interface.
A tela de consulta do AdvertMaps apresenta os seguintes campos de pesquisa:
• Unidade da Federação (UF);
• Município;
• Bairro;
18 Disponível em http://weblogs.elearning.ubc.ca/brian/
438
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
• Logradouro;
• Código do CID10;
• Data inicial; e
• Data final.
O resultado desta pesquisa será totalizado, sendo apresentado somente o
número total e não os registros individuais que o compõe. O IDH do município
será apresentado ao lado do nome do município. O usuário terá a opção de plotar
os resultados no Google Maps. A Figura 1 mostra um exemplo de como os regis-
tros serão plotados no mapa.
Figura 1.
439
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
usuários poderão conhecer bases de dados que até então não estavam disponíveis
com certa facilidade. O cidadão poderá escolher a região geográfica que melhor
lhe interesse para morar ou trabalhar. As empresas (G2B) tendo esta consulta do
AdvertMaps como referência, poderão avaliar melhor seus investimentos.
Os próprios órgãos governamentais (G2G) terão melhores informações para
fazer investimentos pontuais em políticas públicas para tentar evitar epidemias e
principalmente as mortes violentas (homicídio, suicídio e acidentes de trânsito).
A própria população (massa crítica), sendo abastecida por informações apre-
sentadas de forma qualificada pelo AdvertMaps poderá sugerir soluções para
problemas em determinados fóruns apropriados através da internet. Haverá um
aumento do interesse pelo assunto/problema e com isto, surgirão sugestões de
resolução de problemas. Como o interesse pela base de dados de Atestados de
Óbito aumentará, haverá a necessidade de aprimorar a consistência da base de
dados e da velocidade de acesso com melhoria da infra-estrutura de TIC (tecno-
logia de informação e comunicação).
Algumas desvantagens podem ocorrem. Por exemplo, o governo, por uma
opção política pode bloquear a liberação das fontes de dados. O AdvertMaps
poderia ficar desacreditado, por não disponibilizar o “prometido”. Para resolver
esta questão, o desenvolvedor ou seu financiador teriam que fazer parcerias com
os órgãos governamentais que detêm os repositórios de dados.
Outro problema é que novos aplicativos com as mesmas funções do
AdvertMaps poderiam ser criados facilmente, o que poderia desestimular o in-
teresse criativo do autor inicial. O mashup não dá dividendos de direitos intelec-
tuais ao seu autor. O grande uso do sistema também seria inicialmente um pro-
blema, pois havendo muitas consultas do sistema por parte do cidadão usuário,
o sistema poderia se tornar lento. Neste caso teria que ser feito investimento em
infra-estrutura por um parceiro financiador.
Quanto à colaboração do cidadão, no sentido dele fazer muitas sugestões
através do fórum de participação, o governo talvez não tenha como dar respostas
rápidas às sugestões dadas, mesmo que elas tenham sido apontadas a partir de
análise técnicas.
Considerando as plataformas abertas, é uma vantagem para a empresa que
disponibiliza APIs a inovação e criatividade por baixo custo e com rapidez. Já
para o parceiro que cria soluções (mashup), este poderá alavancar infra-estru-
turas de primeira classe por uma fração do valor e do tempo que gastaria para
desenvolvê-las sozinho.
Já uma desvantagem das plataformas abertas para a empresa é a diminuição
do valor intelectual de produção das APIs, pois antes eram cobradas e agora são
gratuitas. Já para o parceiro, pode ocorrer que desenvolvedores concorrentes
terão acesso às mesmas APIs. Com a grande difusão da metodologia mashup,
poderá ocorrer uma obsolecência rápida das aplicações.
440
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
4. CONCLUSÃO
Como foi mostrado, este artigo explora a possibilidade de criação do
AdvertMaps: um mashup que combina bases de dados de atestados de óbito
e o índice de desenvolvimento humano (IDH) dos municípios brasileiros com
o aplicativo de mapas Google Maps. Esta ação de governo eletrônico pretende
disponibilizar, de maneira inovativa e analítica, informações contidas nestas ba-
ses de dados. Isto, para que o cidadão (G2C), as empresas (G2B) e as próprias
instâncias do governo (G2G) consigam considerar a tipificação dos óbitos que
acontecem em sua jurisdição, para avaliar onde morar, onde investir, e para de-
finir políticas públicas pontuais a aplicar nos locais mais problemáticos. Uma
preocupação seria diminuir principalmente os óbitos considerados violentos
(homicídio, suicídio, acidentes de trânsito).
441
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS
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Watt, Sthephen. Mashups - The evolution of the SOA, Part 2: Situational applications
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Zakas, Nicholas C. Introduction to the Google Maps API. CodeGuru, 2006. Disponível
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c11879/#more Acesso em 31/05/2008.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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DEMOCRACIA ELETRÔNICA NO
BRASIL: PRINCÍPIOS E PERSPECTIVAS
DO USO DAS TICS PELO CIDADÃO
PARA PARTICIPAÇÃO NO GOVERNO
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre novas perspectivas para a democracia
brasileira a partir do fenômeno do governo eletrônico com o uso das tecnologias da
informação e da comunicação (TICs) pelos cidadãos para sua participação mais efetiva
no governo, dissertando sobre os princípios de implementação da democracia eletrônica
no Brasil, a necessidade de potilizar a sociedade e a perfectibilização de uma democracia
eletrônica voltada à consolidação dos direitos fundamentais dos cidadãos na era digital
visando, assim, o fortalecimento do Estado Democrático de Direito.
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A democracia se encontra em uma encruzilhada nesta sociedade contem-
porânea que vivenciamos. Ela tem como meta ser uma garantia de que as so-
ciedades sejam capazes de solucionar seus problemas de uma maneira menos
traumática que no século passado. O impacto que as tecnologias podem fazer
está apenas em seu início e a revolução da informação e do governo eletrônico
começa a ter sentido.
Neste contexto, os órgãos governamentais passam a exercer um papel fun-
damental na organização e gerenciamento das tecnologias da informação e da
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
comunicação (TICs) para que estas sejam feitas da forma mais homogênea e
igualitária possível a toda a população.
Disto resulta uma sistemática para poder politizar a sociedade de manei-
ra uniforme. Todo este paradigma que está sendo imposto tem por objetivo a
expansão, no entanto, a vida cotidiana de uma parcela relevante da população
pode estar compelida a permanecer em uma sociedade digitalmente analfabeta.
Com a utilização das TICs, objetiva-se um avanço no desenvolvimento social,
econômico, tecnológico e sustentável, com o surgimento de novas perspectivas e
possibilidades para perfectibilizar uma democracia eletrônica abrangendo toda a
sociedade. Para que isso aconteça, torna-se necessária a participação de agentes
com disposição e compromisso para gerar e disseminar a informação no sentido
de produzir o conhecimento almejado.
O principal objetivo da disseminação da tecnologia é desenvolver formas
práticas, legais, tecnológicas e mecanismos politicamente corretos que assegu-
rem, de maneira global, a toda a sociedade, o acesso às TICs como pressuposto
básico para a democracia eletrônica e consolidação de direitos fundamentais na
era digital. O rápido crescimento e o avanço tecnológico são inerentes à vontade
dos cidadãos. Desta forma, a adoção de medidas que contemplem o número má-
ximo de indivíduos possível de uma sociedade se faz necessária a fim de melhor
articular as idéias de democratização da educação tecnológica. Todavia, esta
nova modalidade de educação passa por meandros que necessitam ser transcor-
ridos de forma a proporcionar treinamento dos trabalhadores do conhecimento e
a criação de uma sociedade baseada no conhecimento.
Cada idéia dessa leva consigo um enorme número de inovações, políticas e
práticas a ela atinentes. Sendo assim, existe um grande desafio, ao qual estamos
diante, de explorar a aprendizagem ao longo da vida, no contexto dessas diversas
e fundamentais noções de desenvolvimento na civilização humana contemporâ-
nea, em face dos desafios de globalização. Estes é um pequeno índice de como
as Novas Tecnologias da Informação e das Comunicações então modificando em
todo o mundo a sociedade, a cultura e a política (PIANA, 2006, p. 116).
Com o advento das TICs, e principalmente com a Internet e o crescente
desenvolvimento do governo eletrônico (e-Gov), surgem novas perspectivas,
como, por exemplo, a possibilidade de criação de novos institutos democráti-
cos ou mesmo a sua adequação à democracia eletrônica, que deve ser entendida
em todas as suas dimensões tanto teleologicamente, de cima para baixo, bem
como examinada a partir da emergência da Internet e da participação direta do
cidadão na política mediante o uso das novas tecnologias. (RAMOS JUNIOR,
BRAGA & MIRANDA, 2007, p. 36-37)
Desta forma, pretende-se estudar a democracia eletrônica apresentando al-
guns pressupostos e princípios para a sua implementação no Brasil, fazendo
comentários sobre modelos de democracia eletrônica e trazendo algumas pers-
pectivas para a consolidação da democracia eletrônica em nosso país.
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3. GOVERNO ELETRÔNICO E
PRINCÍPIOS DE IMPLEMENTAÇÃO
DA DEMOCRACIA ELETRÔNICA
O uso das TICs pelo cidadão adquire grande relevância nos tempos ho-
diernos em que nos deparamos diante da realidade do governo eletrônico que
se destaca como um fenômeno importante para a consolidação da democracia e
prestação de serviços públicos de forma mais eficiente. Pode-se definir o gover-
no eletrônico como sendo “a contínua otimização da prestação de serviços do
governo, da participação dos cidadãos e da administração pública pela transfor-
mação das relações internas e externas através da tecnologia, da Internet e dos
novos meios de comunicação” (FERGUSON, 2002, p. 104).
No entanto, verifica-se a existência de alguns desafios que precisarão ser en-
frentados, pois o problema do governo eletrônico em si não é simplesmente o fato
de ser “eletrônico”, mas, principalmente, por ser um “governo” e, por isto mesmo,
dotado de características subjetivas e influências políticas que muitas vezes não
levam em consideração o real interesse da coletividade e do bem comum.
Outro aspecto é que a informação se destaca como uma riqueza pública, e o
governo precisa gerir melhor as informações e o conhecimento das organizações
públicas para prestar melhores serviços ao cidadão, tais dificuldades se nota em
razão da própria complexidade das estruturas burocráticas da Administração
Pública (GARCÍA-PELAYO, 1996). Hoeschl, Nicolini e Barcia (2004) advertem
que “como o governo eletrônico é fenômeno que não vai parar e tendo em vista
que as tecnologias avançam exponencialmente é necessária uma reflexão dos
governantes mundiais para que as disparidades sejam amenizadas e a tecnolo-
gia seja utilizada de forma ética e coerente, respeitando as diferenças etnicas e
econômicas dos países”.
Mesmo diante de tais desafios, o governo eletrônico aparece como uma al-
ternativa viável para possibilitar a implementação de uma democracia eletrônica
que seja mais participativa e direta no Brasil. Assim, o governo eletrônico trata
de implementar os seguintes princípios de democracia eletrônica: 1) Todos ou
pelo menos a grande maioria dos cidadãos devem participar da tomada de de-
cisões; 2) Importante interação entre os cidadãos e assistência mútua; 3) Toda
a informação necessária deveria ser acessível à sociedade; 4) Todo o benefício
obtido deve ser dividido igualmente entre os cidadãos; 5) Haveria de tratar de
conseguir a decisão mediante o consenso e persuasão; 6) Depois da tomada de
decisão se espera a colaboração de todos os cidadãos na implementação da deci-
são. (PETRAUSKAS, 2006, p. 89-90).
Enfatiza-se aqui a necessidade da participação dos excluídos, que compõem
a grande maioria da parcela da sociedade brasileira, para que todos ou o maior
número possível de cidadãos participem das tomadas de decisões. É neste senti-
do que todo o indivíduo deve participar sem que haja discriminação quanto à sua
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etc) podem ser realizados através de meios eletrônicos com o uso das novas tec-
nologias pelo cidadão desde que sejam respeitados os pressupostos básicos de
identificação e segurança das partes envolvidas no processo.
Por último, com o intuito de pôr fim à crise de representação política no país,
seria importante também criar instrumentos que possibilitem à sociedade brasilei-
ra exigir dos representantes eleitos o cumprimento de suas promessas ou mesmo
a sua responsabilidade civil por aquilo que prometeram e não cumpriram durante
o mandato eletivo, sendo fundamental a mudança de paradigma do governo ele-
trônico que deve ir além da adoção de políticas de inclusão digital para construir a
democracia eletrônica, porém não poderá olvidar a necessidade de efetivar os de-
mais direitos fundamentais do cidadão nesta sociedade cada vez mais complexa.
5. CONCLUSÃO
Diante do estudo realizado, foi possível constatar que existem diversos
desafios para o governo eletrônico na tentativa de implementar a democracia
eletrônica no Brasil mediante a participação dos cidadãos através do uso das
TICs, dentre eles, identificou-se como um dos mais significativos a necessidade
de assegurar a participação dos excluídos neste processo, sem olvidar os demais
direitos fundamentais do cidadão, já que é a participação dos excluídos, que são
a maioria em nosso país, que confere legitimidade ao governo, fazendo com que
este seja verdadeiramente um Estado Democrático de Direito.
A participação de todos os cidadãos é pressuposto para a democracia ele-
trônica, mas além de incluir o cidadão no mundo digital e habilitá-lo para lidar
com as novas tecnologias, é importante promover a sua educação para que tenha
consciência da importância de sua decisão para ajudar na construção de um país
melhor e mais democrático, inclusive, criando novas formas de participação a
partir do seu maior envolvimento com o governo através das TICs, sendo que é
preciso que o governo também adote políticas de inclusão digial e que crie ins-
trumentos que contribuam para tornar esta interação possível.
Destaca-se também que a informação constitui uma riqueza pública e que
é preciso que o governo saiba gerir melhor as informações e o conhecimento
das organizações públicas para prestar melhores serviços ao cidadão. Apesar
dos desafios e incertezas quanto aos impactos do uso das TICs, acredita-se que
o governo eletrônico poderá atingir os seus objetivos desde que continue tendo
como foco central o cidadão e, principalmente, a humanização das tecnologias
para a efetividade dos demais direitos fundamentais.
Há alguns pressupostos e princípios de implementação da democracia ele-
trônica que foram evidenciados ao longo deste estudo e que, se forem observa-
dos, contribuirão certamente para uma maior eficácia da democracia eletrônica
com uma participação mais consciente do cidadão na tomada de decisões.
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REFERÊNCIAS
BONAT, D. “A crise de representação clássica: em busca de novos mecanismos de
participação”. In: Revista Discente. Ano 2. n.2. jul. 2003. Florianópolis: Fundação
Boiteux, 2003. pp. 29-43.
BONAVIDES, P. A Constituição aberta. 3.ed. São Paulo: Malheiros, 2004. 526
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Disponívvel em: <http://www-01.ibm.com/industries/government/ieg/pdf/e-
democracy%20putting%20down%20roots.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2009.
CLIFT, S. E-Democracy, E-Government and Public Net-Work. Disponível em: <http://
www.publicus.net/articles/edempublicnetwork.html>. Acesso em: 23 jul. 2009.
COLEMAN, S.; GOTZE, J. Bowling together: Online Public engagement in Policy
Deliberation. Disponível em: <http://bowlingtogether.net/bowlingtogether.pdf>.
Acesso em: 23 jul. 2009.
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PROYECTO GUÍA DE
RECOMENDACIONES PARA
USUARIOS DE BIENES Y
SERVICIOS INFORMATICOS
ABSTRACT
Los problemas que sufren los consumidores de bienes y servicios informaticos casi a
diario dieron origen al planteamiento del estudio del tema en profundidad mediante un
trabajo de investigación con la finalidad de redactar una guia de recomendaciones que
sirva al momento de concretar una contratación conociendo las circunstancias que la
rodean y derechos que asisten a los consumidores.
1. INTRODUCCIÓN
El proyecto surgió como consecuencia de analizar las necesidades del mer-
cado de bienes y servicios informaticos donde los usuarios y consumidores se
encuentran en una situación de evidente desigualdad frente a los proveedores
que poseen todos los conocimientos sobre la materia que los ocupa.
Frente a esta situación y siendo que la ley de Defensa del consumidor 24240
poco o nada refería sobre este tema, se pensó en elaborar el presente proyecto,
realizado en forma interdisciplinaria entre abogados e ingenieros.
Las conclusiones arribadas luego del estudio de campo efectuado apartir
de encuestas a proveedores y clientes, permitieron el armado de una guía de
recomendaciones que seria deseable siguiera el consumidor de bienes y servi-
cios informaticos en sus contrataciones ya sean presenciales o virtuales a fin de
evitar situaciones no queridas.
Por último, se brindaron las indicaciones a seguir para la confección de un
contrato tipo que contenga las cláusulas que se consideran mínimas para otorgar
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2. GUÍA DE RECOMENDACIONES
1) Se recomienda la realización y firma de contratos escritos que brinden
un marco de formalidad a las contrataciones. Es reconocido por los en-
trevistados el nivel de informalidad asociado muchas veces a la adqui-
sición de bienes y servicios informáticos, indicada ésta modalidad tanto
por parte del cliente como del proveedor. Es importante, por lo tanto,
concientizar al cliente, el eslabón más débil en ésta relación, respecto a la
necesidad de exigir algún tipo de documento escrito que le permita luego
defenderse en caso de sentir vulnerados sus derechos como usuario o
consumidor. El contrato regirá la relación comercial entre las partes que
lo llevan adelante basadas en la autonomía de la voluntad en tanto no
vulneren la legislación vigente, de allí la importancia de que sea lo mas
completo posible teniendo en cuenta las situaciones que puedan ocurrir.
2) Se recomienda poner énfasis en el deber de información respecto de
los distintos aspectos que hacen a la contratación. Se observa que exis-
te mucho desconocimiento de parte del cliente en cuanto a los siguien-
tes puntos: código fuente, requerimientos y manuales. – sobre todo en
el caso del software-. Independientemente del tipo de contratación que
se establece entre el cliente y el proveedor, solo el 62,07% de los clien-
tes indicó recibir información sobre los productos que adquiere. Tal
como lo menciona la ley en su art. 4: “El proveedor está obligado a
suministrar al consumidor en forma cierta, clara y detallada todo lo
relacionado con las características esenciales de los bienes y servicios
que provee, y las condiciones de su comercialización. La información
debe ser siempre gratuita para el consumidor y proporcionada con
claridad necesaria que permita su comprensión.”
3) Se recomienda en base a lo indicado en el punto anterior solicitar in-
formación respecto de los requerimientos funcionales y no funcio-
nales, análisis y diseño de sistemas y pedir la entrega de los manu-
ales de usuario. La importancia de brindar información radica en el
hecho de que el consumidor comprenda porqué adquiere determinado
producto y saber que el mismo se ajusta a sus necesidades. Hay que
considerar que el cliente no siempre conoce la terminología, el funcio-
namiento y las características técnicas que le permitan comparar entre
productos similares como para tomar una decisión, por lo tanto, sue-
le guiarse por lo que pueda aconsejarle el vendedor. La información
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CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO PARA SUSTENTAÇÃO
DO MODELO DE ASSISTÊNCIA
À SAÚDE IMPLEMENTADO NO
MUNICIPIO DE CURITIBA
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS), desde 1998, vem
implementando um ambicioso projeto que tem como objetivo alcançar a
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2. CORPO DO ARTIGO
Modelo de Sistema que o Município de Curitiba concebeu e imple-
mentou, constitui-se, basicamente, de duas grandes redes de atenção, uma
voltada ao atendimento das demandas de natureza ELETIVA e outra vol-
tada ao atendimento das demandas caracterizadas como de URGÊNCIA/
EMERGÊNCIA.
As redes em questão, foram concebidas e implementadas considerando
pressupostos organizacionais que definiram, para cada estabelecimento de saú-
de que as integram, suas atribuições e competências. Esses pressupostos fun-
damentaram ainda a normalização dos processos e fluxos de interação entre os
estabelecimentos de saúde integrantes das redes. Informatizando, através do
“Cartão Qualidade Saúde”, todos os processos e fluxos que sustentam o Modelo
implementado, a SMS teve exponencialmente aumentada a sua capacidade de
acompanhar e, se necessário intervir, no desenvolvimento da produção de servi-
ços em todos os seus pontos de atenção.
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3. CONCLUSÃO
O sistema informatizado, denominado CQS, determinou mudanças impor-
tantes nos processos de gestão da SMS visto que, dispensando seu corpo técnico
de atividades passíveis de serem automatizadas, permitiu que este concentrasse
seus esforços em suas atividades fim (atenção à saúde) e em “intelligentsia”. A
habilidade para produzir, coletar e organizar dados, de transformá-los em infor-
mações, de analisar as informações obtidas, gerando conhecimento e produtos
capazes de mudar a realidade, desenvolveu-se em um significativo contingente
de usuários do CQS, fenômeno que fez crescer, exponencialmente, a capacidade
da Instituição de inovar e evoluir, positivamente, na gestão do seu negócio.
REFERÊNCIAS
FANCHIN, Rosane T.; SCHNEIDER, Ana Luiza. Central Informatizada de
Procedimentos Subsistema Integração – Monitoramento da Integralidade da
Atenção a Saúde a Usuários do SUS/Curitiba. In 1ª Expogest: Mostra Nacional
de Vivências Inovadoras de Gestão do SUS: Premio Eleutério Rodriguez Neto:
Eixo1: Organização da Atenção Integral em Saúde/Ministério da Saúde, Secretaria
Executiva, Departamento de Apoio à Descentralização - Brasilia, 2006.
MENDES, Eugenio V. Os sistemas de serviços de saúde:oque os gestores precisam saber
sobre estes Sistemas Complexos. Escola sa Saúe Pública do Ceará.Fortaleza,2002.
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CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA DE
INFORMAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO
DE UM BANCO DE DADOS APTO A
GERAR INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS
PARA A ÁREA DA EPIDEMIOLOGIA
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A informação como instrumento para a tomada de decisão é uma consta-
tação sem dúvida. As influencias que uma informação pode ocasionar nas de-
cisões de um gestor estão diretamente ligadas aos seus fatores qualitativos e
quantitativos.
A quantidade de informação, que um sistema pode oferecer, tem impor-
tância no sentido de apropriar o gestor quanto ao tamanho dos problemas, a
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2. OBJETIVOS
Listar os agravos mais diagnosticados por Grupo do CID10, na rede de UMS
distribuídos por gênero e faixa etária, no período de janeiro a abril de 2009.
Cruzar essas variáveis entre si georeferenciando-as à Unidade Municipal de
Saúde do domicilio sanitário do usuário e/ou a do atendimento realizado.
Identificar o perfil de morbidade no período.
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3. METODOLOGIA
Utilizando a ferramenta de mineração do BI, selecionar as variáveis de pe-
ríodo de tempo e de localização geográfica dos diagnósticos realizados e com os
recursos disponíveis exportá-las para o Microsoft Excel em forma de planilhas.
Estruturar essas planilhas em tabelas e gráficos distribuídos conforme as
variáveis de freqüência dos CID’s desagregadas por gênero e faixas etárias.
Disponibilizá-las aos gestores das UMS como subsídio para analise de ce-
nário do território no que se refere ao perfil de morbidade encontrado.
Telas do Business Inteligent (BI).
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4. CONCLUSÃO
A utilização da ferramenta de mineração (BI) proporcionou ao autor a pos-
sibilidade de “garimpar” os diagnósticos efetuados nos atendimentos das uni-
dades municipais de saúde de Curitiba criando um banco de dados específico.
Com este banco à disposição e com essa ferramenta de agregação possibilitou os
cruzamentos das variáveis correlacionadas aos atendimentos nos quais foi defi-
nido o diagnóstico com código do CID10 e desagregá-los desde sua classificação
por grupo até em nível de subcategoria.
A distribuição das freqüências pôde ser vinculada geograficamente ao esta-
belecimento de saúde que realizou o atendimento e à Unidade de Saúde respon-
sável pelo domicílio sanitário do usuário. Nesta adstrição territorial foi possível
identificar e correlacionar as freqüências também ao Distrito Sanitário aonde se
vincula a Unidade de moradia do usuário.
Com o leque de possibilidades de cruzamentos e com a facilidade de ex-
portação destes dados para o Microsoft Excel foi possível criar tabelas, gráficos
que puderam expor as diferentes realidades correlacionadas aos perfis de mor-
bidade e com esse panorama disponibilizados aos gestores locais, distritais e da
administração central, do sistema de saúde do município, fomentar as análises
necessárias para a tomada de decisão e as medidas cabíveis para cada uma das
situações encontradas.
A ferramenta de mineração (BI) mostrou-se extremamente efetiva para ser
utilizada na agregação de variáveis sendo na concepção do autor viável como
instrumento oficial de formatação dos relatórios do sistema de informação em
saúde para o município de Curitiba.
REFERÊNCIAS
CHAHIN, Ali et alii . A próxima revolução brasileira, São Paulo: Editora Pearson -
2004.
SCHNEIDER, Ana Luiza; MARGARIDA, Alexandre e DUCCI, Luciano.
Informatização dos Processos de Trabalho em Curitiba - A História do Cartão
Qualidade-Saúde de Curitiba in Curitiba a saúde de braços abertos – Rio de
Janeiro: pg 43 a 62, CEBES - 2001.
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ABORDAGEM DESIGN CENTRADO
NO USUÁRIO PARA INTERFACE
DIGITAL DE E-GOV
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A proposta deste artigo vem de encontro aos estudos recentes na área de
Design voltados a aplicação de e- Gov, na qual a investigação muitas vezes está
restrita às práticas projetuais no âmbito do processo cognitivo do usuário na
execução de uma tarefa de interface digital. Não abordando o processo emo-
cional enquanto aspecto integrado aos níveis de processamento da informação,
verificados na abordagem da neurobiologia. Baseando-se na teoria de Antônio
Damásio (1998), que utiliza o estudo neurobiológico com a investigação psico-
lógica, numa abordagem integrativa das emoções e da razão, verificam-se os
conceitos emoção, razão, cérebro, e como o processo de tomada de decisão está
diretamente ligado à emoção.
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indivíduo não escolhe somente pelos elementos da forma e função, mas também
pelo significado, que surge pela interação, pelo gosto ou memória à atribuída ao
objeto. E que independe muitas vezes do resultado planejado do Design, ou seja,
os designers não conseguem controlar o que emerge da interação, ou mesmo
controlar, quando o indivíduo recorda um dado objeto, um rosto ou uma cena.
Para Damásio (1998) quando ocorre a recordação não se obtém uma reprodução
exata, mas antes uma interpretação, uma nova versão reconstruída do original.
Mais ainda, à medida que a idade e experiência se modificam, as versões da
mesma coisa evoluem, afirma o autor.
O Design é uma atividade prática e criativa, cujo objetivo final consiste
em desenvolver interfaces digitais que ajude os usuários a atingir suas metas.
Subjacente a um bom Design está abordagem do Design Centrado no Usuário,
isto é, uma abordagem que consiste em vê-los no processo de concepção de
interfaces digitais. Design é um plano ou esquema concebido na mente, com o
intuito de ser posteriormente executado. Para que se possa vir a ser executado,
deve-se ter fundamentalmente o conhecimento sobre seu uso e domínio-alvo,
bem como o de restrições práticas quanto ao material, custo e viabilidade, afir-
ma Preece et al. (2005). Nesta abordagem significa que as preocupações dos
usuários direcionam a concepção, mais do que as preocupações técnicas. Pode-
se então afirmar que as interfaces digitais precisam ser concebidas, captadas e
avaliadas pelos usuários.
Design Centrado no Usuário é uma abordagem multidisciplinar que incor-
pora fatores humanos, conhecimento de ergonomia e técnicas com o objetivo de
aumento da eficácia e eficiência, melhorando as condições humanas de trabalho,
segurança, desempenho e evitar possíveis efeitos contra a saúde do homem. Faz
referência ao contexto da qualidade em uso, ou seja, da usabilidade, que não é
uma característica intrínseca do produto, só pode ser analisado com relação ao
seu uso dentro de um contexto específico (ISO 9241). A qualidade em uso é a vi-
são do usuário sobre a qualidade de uma interface digital e é medida em termos
de resultados de utilização da interface e não em função de suas propriedades
(BEVAN, 1999).
Entende-se por usabilidade a qualidade de uma aplicação sob uma pers-
pectiva de uso, tradicionalmente relacionado a cinco atributos: facilidade de
aprendizado, eficiência, facilidade de reter o conhecimento sobre a aplicação
obtido em usos anteriores (memorização), baixo índice de erros, e satisfação
dos usuários (Nielsen, 2008). Pode-se resumir o conceito de usabilidade como à
facilidade de uso, ou seja, o quão fácil é utilizar um determinado uma interface
digital, podendo oferecer diversas funcionalidades e informações. A eficácia de
uma interface digital depende, porém, da capacidade que tem o usuário de lidar
com ela.
Nesta perspectiva Rubin (1994) destaca que o Design Centrado no
Usuário representa a utilização de técnicas e métodos que busquem trazer
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se observar que a interface digital é projetada no entendimento da in-
ter-relação emoção e cognição na Interação Homem-Computador. Interferindo
na forma como se pensa, ou seja, fazendo com que o sistema emocional con-
duza o funcionamento do sistema cognitivo. Essa inter-relação conduz á uma
experiência estética entre usuário e a interface digital associando um significado
próprio, entendendo o conceito de interação. Permitindo que o usuário (re) pro-
jete o Design na evolução da interação, constante na adequação da concepção
projetual da interface digital.
Neste aspecto, a implementação da abordagem do Design Centrado no
Usuário na concepção de interfaces digitais de e-Gov, pode trazer vantagens no
que diz respeito à compreensão de certos padrões de processamento cerebral. E
também para o entendimento das respostas comportamentais na escolha de in-
terface digital e na experiência vivenciada pelos diferentes tipos de personalida-
de, especialmente, na compreensão da forma como o usuário “vê” um produto,
quais a emoções que lhe provoca e como reage a este, ou seja, estabelecendo um
diálogo emocional entre o usuário e a interface digital.
Deve-se, portanto utilizar a tríade Design, TICs e usuário, enquanto par-
ticipação eletrônica, para constituir uma nova forma de Interação Homem-
Computador e fortalecer a relação com o Estado por meio das aplicações de
e-Gov. Oferecendo para isso interfaces digitais com melhor usabilidade, objeti-
vando ampliar a cidadania, ou seja, aumentar a participação eletrônica no desen-
volvimento de programas políticos mais direcionados aos cidadãos estabelecen-
do o conceito de e-Democracia.
495
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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497
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
498
PROTEÇÃO JURÍDICA AO
TRABALHADOR-INVENTOR
E AO EMPREGADOR DE
PARQUES TECNOLÓGICOS
Cláudia Pomar
Instituto de Governo Eletrônico, Inteligências e Sistemas – i3G
claudiapomar@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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499
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
500
PROPOSTA DE USO DE RBC NA
GESTÃO DE RISCO DE ACIDENTES
DE TRÂNSITO NA MALHA
VIÁRIA CATARINENSE
Evilásio Garcia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento - PPEGC
Universidade Federal de Santa Cataria - UFSC
evilasiorg@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Acidentes de trânsito no Brasil são responsáveis por grandes custos sociais e
econômicos. Todo e qualquer acidente em via de alta velocidade gera danos, que po-
dem ir desde somente perdas materiais até perdas humanas. A complexidade e a gra-
vidade dependem de múltiplos fatores. As perdas por morte e a invalidez temporária
ou permanente dos feridos são os produtos mais trágicos dos acidentes de trânsito.
501
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
2. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Afim de que se possa aplicar de maneira satisfatória o uso de Raciocínio
Baseado em Casos (RBC) para a gestão de risco na malha viária catarinense é
necessário, conhecer o ambiente onde esse se aplicará. Após o entendimento do
probelma a ser tratado, passa-se então objetivamente ao estudo do que é RBC e
como este foi efetivamente utilizado.
502
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
503
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
504
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
um caso na base de casos é calculada para cada atributo. Esta medida deve ser mul-
tiplicada por um fator peso. A somatória de todos os atributos é calculada e per-
mite estabelecer a medida de similaridade entre os casos da base de casos e o caso
alvo. A fórmula para o cálculo da técnica do vizinho mais próximo é a seguinte:
onde:
T é o caso alvo
S é um dos casos da base de casos
n é o número de atributos em cada caso
i é cada atributo individual variando de 1 a n
f é a função de similaridade para o atributo i no caso T e S
w é o peso relativo ao atributo i
Portanto, após enteder como a técnica de RBC funciona, conclui-se que a
utilização de RBC no contexto da gestão de risco mostra-se uma possibilida-
de promissora. Memorizar quilômetros de rodovias onde um grande número de
acidentes ocorreram no passado e, evidenciar ocorrências do mesmo problema
em outros quilômetros para que se possa aplicar a mesma ação de prevenção de
acidente que comprovadamente resolve o problema, deixa de ser um desejo e
passa a ser uma possibilidade real e passível de ser executada.
505
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
506
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
3. CONCLUSÃO
Analisar causas de acidentes de trânsito, e propor ações de prevenção a fim
de reduzir o seu volume ou até mesmo eliminá-lo; simplificar e sistematizar a
análise da malha viária; memorizar quilômetros de rodovias onde um grande
número de acidentes ocorreram no passado e, evidenciar ocorrências do mesmo
problema em outros quilômetros para que se possa aplicar a mesma ação de pre-
venção de acidente que comprovadamente resolve o problema; trazer de maneira
rápida é pratica aos gestores possíveis soluções de graves problemas; investir
mais energia na execução de soluções do que na sua concepção, mostram cer-
tamente o potencial benéfico do uso de RBC na gestão de riscos de acidentes.
507
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil.
509
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
510
UM ENSAIO SOBRE AS
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA
A DISSEMINAÇÃO DE AÇÕES DE
GOVERNO MÓVEL NO BRASIL
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
O uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas diversas es-
feras do governo brasileiro vem crescendo consideravelmente nos últimos anos.
O Estado vem paulatinamente explorando diversos canais eletrônicos para se
relacionar com cidadãos e empresas e para elevar a eficiência e seu patamar
de gestão. Nesse processo algumas ações de governo móvel já demonstraram o
quanto podem gerar impactos positivos e propiciar maior comodidade e conve-
niência para os usuários.
Como em vários países no mundo a privatização do setor de telecomu-
nicações no Brasil provocou uma massificação de acesso aos serviços desse
segmento econômico. No caso brasileiro, a telefonia fixa foi considerada ser-
viço público universal e as operadoras assinaram um contrato com obrigações
enquanto que a telefonia móvel foi definida como serviço privado e avançou
significativamente apenas após regulação da modalidade pré-paga. Segundo
511
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
Lima (2008) a telefonia móvel se tornou mais importante que a telefonia fixa e
vem atingindo todas as camadas da população. Todavia, até o presente, apenas
as cidades com mais de 30 mil habitantes recebem o Serviço Móvel Pessoal
(SMP), pois, ele está disponível somente em áreas de maior concentração
populacional.
Assim, cada vez mais se confirma que o principal recurso tecnológico da
população brasileira é o celular mas, até o presente, poucas sãos as aplicações
públicas disponibilizadas à sociedade por esse canal eletrônico. Diante disto,
este trabalho pretende identificar as principais barreiras para a disseminação de
ações de governo móvel no Brasil.
O primeiro tópico deste artigo denominado “contextualização e justificativa
da investigação” descreve o potencial dos dispositivos móveis em especial dos
celulares sua densidade e capilaridade no Brasil. Para isto, se expõe o cresci-
mento mundial do setor, o posicionamento do Brasil e a massificação dos dispo-
sitivos no país.
Em seguida será dedicado um tópico aos “problemas do estudo” que aponta
o objetivo da pesquisa. Após este será redigido um tópico para “metodologias e
procedimentos” onde será apresentado o Método de abordagem e a delimitação
do estudo, o universo e a amostra, os tipos e a coleta de dados.
Posteriormente será descrito o marco teórico com a evolução conceitual
entre o governo eletrônico e o governo multicanal e a construção do concei-
to de governo móvel. Por fim, este artigo demonstrará os resultados mais
significativos da pesquisa e as “conclusões” do mesmo.
2. CONTEXTUALIZACAO E JUSTIFICATIVA
DA INVESTIGACAO
512
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
3. PROBLEMAS DO ESTUDO
A proposta principal da investigação foi identificar as principais barreiras
que impedem ou limitam a disseminação de ações de governo móvel no Brasil.
Para tanto foi realizado uma pesquisa exaustiva das dificuldades encontradas
pelos diversos entes envolvidos no desenvolvimento de tais ações.
O objetivo deste trabalho foi estudar as barreiras encontradas em todas as
esferas de governo, junto as operadoras de serviços de telecomunicações e aos
principais provedores de conteúdo, que limitam a exploração de serviços gover-
namentais por meio de canais móveis.
4. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS
513
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CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
5. MARCO TEÓRICO
515
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
6. ANÁLISE DE DADOS
Iniciando a análise de dados cabe destacar que foram respondidos 57 ques-
tionários que visaram identificar entre os respondentes de todas as esferas de
governo, das operadoras de serviços de telecomunicações e dos principais pro-
vedores de conteúdo quais as principais dificuldades que limitam a exploração
516
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
podem ser uma alternativa para ações de governo móvel. Esses pesquisadores
apontam que a ação “Informa Fácil” do governo do estado do Piauí tem um custo
acessível uma vez que na consulta o trafego de 1,5 mil caracteres sai por menos
de R$ 0,10 ao passo que o SMS ultrapassa o triplo desse valor. Se ressalte que
alguns planos permitem a contratação de mensagens de texto em pacotes onde o
custo se torna mais acessível e pode chegar entre R$ 0,06 a R$ 0,10 enquanto a
tarifa normal cobrada pelas operadoras é R$ 0,36.
Os dados coletados demonstraram que os respondentes que consideraram o
SMS como a melhor tecnologia para entregar serviços portáteis 39% compreen-
deram que o pagamento compartilhado entre governo e iniciativa privada (divisão
de despesas) é a melhor opção para o desenvolvimento da ações de governo móvel.
Por fim, a pesquisa indagou aos respondentes sobre como os diversos atores
poderiam colaborar no desenvolvimento ou manutenção de ações de governo
móvel. Entre as sete alternativas apresentadas 87,72% apontaram a cobrança
menor pela infra-estrutura/tráfego de dados, se a demanda for alta, como a mais
adequada. Em seqüência 84,21% consideraram a necessidade de que o Governo
Federal defina uma política pública de entrega de serviços por múltiplos canais,
inclusive canais móveis.
7. CONCLUSÕES
No presente estudo se concluiu que ao contrário do que apontam especialistas
os principais motivos que impactam no desenvolvimento de ações de governo móvel
são a falta de vontade política, de liderança, de conhecimento por parte dos gestores
entre outros motivos ao invés do modelo de negócio. Se percebe que algumas destas
barreiras ocorrem da mesma forma que em ações de governo eletrônico.
A pesquisa confirmou que a burocracia, desafios culturais, perda de poder,
a integração da arquitetura e dos sistemas legados, a padronização de sistemas,
questões orçamentárias e financeiras são os principais limitadores de ações de
governo móvel.
A análise dos resultados demonstrou limitações no método e no instrumento
de coleta de dados. Embora o questionário tenha sido testado várias vezes a cole-
ta apontou falhas de interpretação ou de formulação do instrumento. Outra limi-
tação é que o estudo não permitiu inferências estatísticas generalizadas devido
ao tipo de amostragem bem como, a amostra na qual foi aplicado o questionário.
Sabe-se que no momento o Governo Federal brasileiro está elaborando uma
Agenda Brasil Digital o que representa uma oportunidade para que o Estado
re-avalie sua política de entrega de serviços públicos e de relacionamentos do
governo. Tal como constatado neste estudo e descrito na análise de dados deve
haver uma política pública federal por múltiplos canais de entrega, inclusive por
canais móveis.
520
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
Outra questão a ressaltar é que as ações de governo móvel devem ser cons-
truídas e consolidadas como projetos de Estado e não de governo para evitar
problemas de continuidade, confiabilidade e credibilidade. Para Rossel, Finger
& Misuraca (2006) o governo móvel deve ser considerado como objetivo estraté-
gico tal como consideram os governos pioneiros de Malta, Dubai, Reino Unido,
o estado de Idaho - USA, entre outros.
Todavia, além de disponibilizar serviços é necessário que seus usuários os
conheçam e saibam utilizá-los. Assim, como expõe Antovski & Gusev (2005) as
ações de governo móvel devem contemplar campanhas publicitárias que apre-
sentem claramente os benefícios e os procedimentos do uso de tais serviços.
Vale esclarecer que 38,60% dos respondentes do questionário apontaram barrei-
ras educacionais e culturais do público-alvo como um dificultador.
Não se poderia deixar de referenciar o problema da carga tributária. Sobre
este assunto o parlamento brasileiro vem debatendo uma proposta de simpli-
ficação tributaria federal, de redução de alíquota de impostos estaduais e de
unificação de impostos. Caso isso se conforme, diversos setores econômicos
dentre eles o de Telecom serão consideravelmente desonerados e o custo de ma-
nutenção das aplicações móveis será impactado. Segundo especialistas do por-
tal Teleco (http://teleco.com.br/default.asp) os governos da China e da Filipinas
provocaram uma explosão de crescimento do uso de SMS ao reduzirem a tarifa
do serviço.
Concluindo, se afirma que mesmo diante de tantas barreiras elencadas e
estudadas ao longo deste trabalho compartilhamos o pensamento de Kushchu &
Kuscu (2004) segundo o qual o governo móvel é inevitável devido aos avanços
tecnológicos nas áreas de Internet móvel, os benefícios da adição de valor a
partir de modelos de negócios propiciados pelas aplicações móveis e as expec-
tativas dos cidadãos para acessarem melhores e mais convenientes serviços de
governo. Esses pesquisadores apontam também que a penetração de dispositivos
móveis, a convergência de redes de telecomunicações sem fio e da Internet e o
movimento em direção a terceira geração de serviços possibilitará altas taxas de
transferência de dados. Contudo, no Brasil, esta realidade se encontra ainda, em
fase embrionária e cabe ao Governo Federal coordenar ações entre os diversos
atores para que haja uma gestão de resultados mais efetiva e para que a prestação
de serviços públicos propicie a melhor experiência possível com a maior adição
de valor visando atingir patamares de excelência.
AGRADECIMENTO
À Deus por me permitir produzir este artigo. À memória de meu pai e a
minha mãe que me ensinaram a ser perseverante e por sempre me incentivarem
em meus estudos. À minha esposa por ser compreensível nas horas de estudo e
por me estimular a finalizar meu mestrado. À memória de meu irmão que me
521
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
inspirou na infância a gostar de estudar. Aos professores Dr. José Ignácio Porras
Martínez e Evelyn Karina Arraigada Oyarzún por me orientarem no proces-
so de desenvolvimento deste estudo. Ao professor Dr. Murilo Bastos Cunha da
Universidade de Brasília por colaborar na elaboração do instrumento de coleta
de dados. A Senhora Lúcia Porto chefe de gabinete da Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
que sempre me incentivou profissionalmente e me auxiliou para obtenção da
bolsa para o mestrado. Ao meu chefe Msc. João Batista Ferri de Oliveira Diretor
do Departamento de Governo Eletrônico da Secretaria de Logística e Tecnologia
da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão por
colaborar na realização deste estudo e aos colegas de trabalho da que colabora-
ram direta o indiretamente para realização da investigação.
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CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
523
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
524
AVALIAÇÃO DO ALINHAMENTO
ESTRATÉGICO DE TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
RESUMO
A Tecnologia da Informação tem-se tornado uma área cada vez mais necessária na
estratégia de negócios de uma organização; o alinhamento estratégico, apoiado em
práticas de governança efetivas, poderá inserir e situar a organização em posição
diferenciada da concorrência nos competitivos cenários da realidade atual. O objetivo
do trabalho é apresentar os conceitos e aplicação do instrumento elaborado por
LUFTMAN (2000) selecionada para avaliar o nível de maturidade do alinhamento
Negócios e Tecnologia da Informação para uma organização, oferecendo elementos
para a formulação de ações de melhorias. Aplicou-se uma pesquisa baseada no estudo
do autor em uma empresa, prestadora de serviços de desenvolvimento de software,
abrangendo empregados perfis diversos e lotados em áreas distintas. Os dados foram
tabulados e organizados e, a partir das médias e dos desvios padrões, concluiu-se que
é possível identificar o nível de maturidade da organização, obter diagnóstico mais
preciso da situação atual e definir uma proposta de ações que colaborem para a evolução
do nível de maturidade da organização e possibilitem um melhor posicionamento
estratégico no cenário competitivo atual.
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
A Tecnologia da Informação (TI) tem deixado de ser uma área somente de
suporte e passe a ocupar uma posição cada vez mais estratégica nas organiza-
ções. O presente trabalho visa investigar em que estágio uma empresa de de-
senvolvimento de software se encontra na maturidade do alinhamento estraté-
gico Negócios com a Tecnologia a Informação. A abordagem apresentada pode
ser estendida para as organizações de forma geral e ser utilizada como apoio
na avaliação da maturidade das práticas de governança das organizações. A
525
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
2. ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DA
TECNOLOGIA INFORMAÇÃO
O objetivo da avaliação do para o alinhamento estratégico de T.I. é iden-
tificar o quanto a Tecnologia da Informação está em harmonia com o negócio
(visão, missão e as estratégias de negócio da organização) e como o negócio está
em harmonia com a T.I.
Identificamos as etapas na aplicação da metodologia que pode ser estendido
para as demais organizações e relacionamos abaixo:
2.1 Conceituação dos critérios de maturidade nas áreas propostas por
LUFTMAN (2000).
2.2 Conceituação do nível de maturidade na avaliação do alinhamento es-
tratégico de T.I.
2.3 Fatores propiciadores e inibidores do alinhamento estratégico de
T.I.
2.4 Metodologia aplicada ao estudo de caso e resultados obtidos (pesquisa,
perfil, apresentação dos resultados obtidos).
2.5 Percepção do Nível de Maturidade a partir dos resultados obtidos.
2.6 Análise dos pontos de melhorias na organização.
2.7 Algumas ações de Melhorias identificadas.
2.8 Comparação dos resultados da pesquisa com Ciclo de Planejamento
Estratégico.
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CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
• Negócios entende de TI
• TI entende de negócios
• Aprendizagem organizacional estabelecida
• Flexibilidade de protocolos
• Compartilhamento do conhecimento
• Vínculos TI e negócios efetivos
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
Tabela 1.
2.4.1 Pesquisa
A pesquisa composta de 30 questões foi divulgada para uma amostragem
de gerentes, analistas e programadores da empresa alocados em algumas das
unidades regionais.
Após a divulgação da pesquisa houve um total de 39 questionários preenchidos.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
Tabela 2.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
3. CONCLUSÃO
A partir da análise dos resultados da pesquisa, na percepção dos profis-
sionais em, conclui-se que a Empresa X possui alinhamento entre TI e negó-
cios com focos estabelecidos, consistentes com os objetivos de negócio. Em
534
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
REFERÊNCIAS
JUNIOR, F. Teixeira, Vera Maria Rodrigues, Alinhamento Estratégico: Estudo
Comparativo das Percepções dos Executivos de Negócios e de TI, ENAMPAD
2004.
LUFTMAN, Jerry. Assessing Business IT Alingment Maturity, Communications of
AIS, Volume 4, Article 14, 2000.
MATUS, Carlos. O Método PES: roteiro de análise teórica. São Paulo: FUNDAP, 1997.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Luiz Antônio Jóia, professor do MBA de Gestão Estratégica de
Tecnologia da Informação da FGV/SP pela orientação.
À Maria José S. Dias, educadora e irmã, pela revisão e a toda a minha famí-
lia pelo carinho e incentivo.
Às pessoas do SERPRO que me fazem acreditar que:
Se você quer construir um navio, não reúna as pessoas só para tarefas e
trabalho: ensine-as a almejar a infinita imensidão do mar. (Saint-Exupéry)
535
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
536
VISÃO SISTÊMICA NA
INTEROPERABILIDADE DOS SISTEMAS
PARA SEGURANÇA PÚBLICA: ESTUDO
DO CASO DE SANTA CATARINA
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
1. INTRODUÇÃO
Muitas preocupações envolvem a sociedade nesta era, pesando sobre ela
a tradicional condição de organização sistêmica em que ações se desenvolvem
interagindo entre si e sendo interdependentes. Entretanto, uma tem gerado pre-
ocupação maior pela força com que determina, sob aspectos psicológicos, um
novo ordenamento do cidadão: a segurança.
A criminalidade não é um problema exclusivo de países em desenvolvimen-
to, como pode parecer à primeira vista, mas sim um fenômeno global que avança
em proporções intoleráveis.
Como forma de aplacar as ações dos criminosos, o poder público busca, aos
poucos, através da utilização de tecnologias pautadas em um novo paradigma da
sociedade da informação, utilizar de forma eficiente recursos que a serviço do
cidadão revertam em seu benefício.
Segundo o artigo 144 da Constituição Federal [3], a segurança pública é de-
ver do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Segundo especialistas convocados pela Organização das Nações Unidas
(ONU) em Tashkent, em 1990, segurança se define como: “Uma condição pela
qual os Estados consideram que não existe perigo de uma agressão militar, pres-
sões políticas ou coerção econômica, de maneira que podem dedicar-se livre-
mente a seu próprio desenvolvimento e progresso” [6].
Nesta perspectiva, a integração de esforços para garantir o bom andamento
das relações dos cidadãos entre si e com o meio onde se inserem, tem norteado
esforços dos governos em todas as esferas.
A proposta aqui é intensificar a noção de que o ingresso na era da infor-
mação passa primordialmente pelo G2G (Governo para Governo) com a ado-
ção de sistemas inteligentes de governo eletrônico [16]. Segundo HOESCHL
[8] “o conceito de governo abrange a gestão do poder público em seus três
poderes e três esferas (municipal, estadual e federal)”, enquanto que “ele-
trônico” refere-se aos “qualificativos digitais”. Assim, temos que governo
eletrônico é “um governo qualificado digitalmente, por ferramentas, mídias
e procedimentos...”.
Este artigo pretende discorrer sobre o assunto segurança com a utilização
das tecnologias da informação e comunicação (TICs) como forma de subsidiar
a tomada de decisão dos agentes públicos visando à prevenção e o combate à
criminalidade.
Partindo da visão sistêmica da segurança, conceitos de governo eletrônico
e tendo como objetivo o emprego das TICs na integração das bases de dados
das instituições da Secretaria de Segurança Pública (SSP), buscando evidenciar
538
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
2. A INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÕES
GARANTINDO UMA VISÃO SISTÊMICA
Na contemporaneidade, falar de informação caiu no “lugar comum”.
Inconteste a necessidade de introduzir massivamente no desenvolver diário das
atividades, recursos informacionais de toda ordem. Como recursos se enqua-
dram livros, compêndios, relatórios, registros em diversos suportes, bancos e
bases de dados, sistemas de informação, dentre outros.
Segundo LAUDON & LAUDON [9]: “Um sistema de informação (SI) pode
ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando
juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com
a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o
processo decisório em empresas e outras organizações.”
Assim, é possível perceber que os sistemas de informação (SI) são con-
cebidos com objetivo de, a partir de análises apuradas, construir uma ampla
visão do ambiente foco de aplicação. Fazendo a análise das informações co-
letadas, é possível estabelecer, por exemplo, padrão de ações de determinado
grupo, perfil de grupos da sociedade, linhas de evolução de comportamento,
dentre outros.
Considerando a sociedade como um sistema onde há a interação dinâmica
de todos os seus elementos, os SI se inserem como fatores essenciais para estru-
turação e visualização dos relacionamentos estabelecidos. Segundo ALVES [1],
chama-se sistema “o todo que emerge a partir da organização de seus compo-
nentes”. Esta organização, historicamente, se estabelece em níveis hierárquicos
formando subsistemas autônomos em suas características e padrões de compor-
tamento, interferindo, entretanto, no desenvolver de ações do sistema onde se
inserem.
Incluindo os SI na visão sistêmica da sociedade, LAUDON & LAUDON
[9] afirmam que “os sistemas de informação contêm informação sobre pessoas,
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
3. INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÕES
DE SISTEMAS DE GOVERNO
Segundo estabelece o Livro Verde da Sociedade da Brasileira da
Informação [2], o governo, nas suas três instâncias – municipal, estadual
e federal - tem o papel de assegurar o acesso universal às tecnologias de
informação e comunicação a seus benefícios, independentemente da locali-
zação geográfica e da situação social do cidadão, garantindo níveis básicos
de serviços.
A utilização de informações nas áreas governamentais para subsidiar as
tomadas de decisões pelos agentes públicos configura uma forte arma para com-
bater a má utilização da máquina pública. É sabido que essas informações de-
vem ser geradas de forma correta, confiável e com precisão, pois do contrário,
podem vir a inviabilizar a sustentação necessária para estratégias fundamentais
para a gestão.
A tomada de decisão se configura em ação presente tanto na esfera pública
como privada, mas a objetividade e celeridade por parte dos órgãos públicos
acontecem ainda de forma insatisfatória em decorrência da pouca tradição do
governo em inovar seus métodos de administração. Observando, podemos per-
ceber que a absorção das técnicas adotadas no setor privado é vagarosamente
incorporada na gestão pública.
Muitas vezes, os grupos criminosos se antecipam e utilizam métodos
e técnicas como menciona SILVA: “Com os avanços espantosos das tecno-
logias nas áreas mais significativas da esfera global, os grupos de crimino-
sos utilizam as novas formas de comunicação e transporte. Saindo assim
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6. GESTÃO DA INFORMAÇÃO NA
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA
O sistema de gestão da informação na SSP consiste na seleção dos dados rele-
vantes nos vários sistemas das instituições que a integram, como apresentado, por
um grupo de coordenação do processo, sendo armazenado em uma base de esta-
giamento e tratamento das informações. Na base, as informações são armazenadas
em tabelas do banco de dados e o sistema realiza o tratamento das inconsistências,
organizando os dados para posterior consulta. Devido à disparidade encontrada nas
tecnologias existentes nas organizações, alguns sistemas foram desenvolvidos e ou-
tros reestruturados para se moldar à filosofia da gestão de informação adotada.
Para garantir a segurança no processo, a Diretoria de Informação e
Inteligência gerencia o processo de gestão das informações, disponibiliza as
informações inter instituições aos órgãos e controla os acesso as informações,
valendo-se da legislação vigente da atividade de inteligência.
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7. PLANEJANDO A UTILIZAÇÃO
DA INFORMAÇÃO
O planejamento na utilização da informação passa por uma série de estraté-
gias que devem seguir algumas premissas:
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CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
e informação entre sistemas faz com que sejam gerados novos conhecimentos
oferecendo uma visão holística do arcabouço analisado.
O sistema de inteligência auxilia na exploração e análise das informações
gerenciais e táticas das instituições públicas e privadas. Sem produzir novas
informações, mas criando visões ou perspectivas administrativas e operacionais
diferenciadas para aplicações e atuações eficientes.
O sistema de inteligência agiliza o acesso aos dados, gerando rapidez para
coordenação por não haver necessidade de utilizar muitos sistemas para obter as
informações necessárias, possibilitando uma análise mais consistente dos dados
obtidos. Em conseqüência, o gestor da informação pode agir de maneira mais
confiável com auxílio da tecnologia, como enfatiza DINIZ: “[...] uma das prin-
cipais formas de modernização do estado é resultado do uso estratégico e inten-
sivo das tecnologias de informação e comunicação (TIC), nas relações internas
dos próprios órgãos de governo e também das relações do setor público com os
cidadãos e as empresas [...]” [5].
Dentro desse processo de informatização das instituições, através da ado-
ção de um sistema que possibilite o cruzamento dos dados é fundamental res-
peitar as autonomias tecnológicas dos setores, órgãos ou instituições. Haja vista
que uma das vantagens proporcionada pela nova era do conhecimento é a possi-
bilidade de integrar as mais variadas bases de dados às diversas tecnologias do
mercado.
Com um bom estudo é possível cruzar as informações com base nas
inferências dos analistas fazendo com que os resultados sejam exibidos de
forma dinâmica aos usuários finais. A figura 03 representa a arquitetura do
sistema.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
8. CONCLUSÃO
Como apresentado, a SSP tinha em suas instituições sistemas que reali-
zavam o armazenamento das rotinas diárias dos serviços prestados à comuni-
dade. Mas com a nova visão, pautada na difusão e utilização do conhecimento
e na gestão da informação, a secretaria dá um salto de qualidade realizando a
integração de suas informações através da utilização de um sistema de traba-
lho, realizando cruzamento das informações com relacionamento através de
redes. Esta tecnologia auxilia na visualização das informações e na análise do
cruzamento.
Os sistemas de segurança têm em suas premissas captar e armazenar infor-
mações essenciais para garantir a segurança da sociedade. Neles devem constar,
além de dados individuais, dados que quando cruzados e analisados, indiquem
552
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
REFERÊNCIAS
ALVES, J. M. Bosco. Teoria Geral de Sistemas. Preprint 2006.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade da informação no Brasil – livro
verde. Brasília, 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação: economia, sociedade e
cultura. v. 1; 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
DINIZ, Eduardo. Relatório Final Governo Digital. v. 22, 170p, 09/2002.
FREITAS, Newton. Sistema De Segurança Pública Disponível em http://www.newton.
freitas.nom.br/artigos.asp?cod=335 acesso em 01 ago 2008.
HOESCHL, Hugo Cesar. Aplicações Inteligentes para Governo Eletrônico. 2003.
(Relatório de Pós-Doutorado).
HOESCH, Hugo C., et. al. O governo eletrônico respondendo às propensões da presença
da administração pública no ciberespaço. Ciberética, 2003.
LUDON, Kenneth C., LAUDON, Jane Price. Sistemas de Informação com Internet. 4.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999
MÁXIMO, Alexandre A.. A importância do mapeamento da criminalidade utilizando-se
tecnologia de sistema de informação geográfica para auxiliar a segurança pública
553
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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MUNICÍPIO 2.0: USO DE FERRAMENTAS
COLABORATIVAS PARA PARTICIPAÇÃO
POPULAR E TRANSPARÊNCIA PÚBLICA
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
1. INTRODUÇÃO
O crescente uso das tecnologias propõe uma nova relação entre governo e
cidadãos. O Governo Eletrônico conceitualmente baseia-se no uso da tecnologia
da informação para auxiliar as ações governamentais em suas diferentes instân-
cias, G2G (governo para governo), G2C (governo para cidadão), G2B (governo
para negócios). Acompanhando a literatura corrente, é possível identificar que
estudos recentes têm demonstrado a importância da descentralização das ativi-
dades do Estado e os benefícios que podem advir desta descentralização.
Apoiado em estruturas bastante formais e rígidas, o Estado se categoriza
em três esferas que tem padrões próprios e relações diferentes com o cidadão.
Estas relações tanto podem estar voltadas à prestação de serviços como à intera-
ção, permitindo maior participação do cidadão na tomada de decisão.
Apesar do crescente uso da tecnologia no suporte às ações governamentais
com foco na sociedade brasileira, verifica-se que poucas são as soluções voltadas
especificamente para a interação entre governo e cidadãos e para o pleno exercí-
cio da cidadania, além do aumento da transparência pública.
As ações no âmbito do governo para o cidadão encontram-se bastante limi-
tadas a sites informacionais e prestação de serviços on-line geralmente ligados
ao pagamento de tributos, considerando que as tecnologias emergentes e dispo-
níveis possibilitam um leque bastante amplo de aplicações indo ao encontro dos
princípios do e-gov.
Por essa razão, pautados nos conceitos da WEB 2.0, e buscando fortalecer
os laços de cidadania entre o governo e o cidadão, governos locais, predomi-
nantemente em países desenvolvidos, investem em tecnologias que facilitam a
interação entre o gestor e o cidadão.
Nesta perspectiva, o uso de ferramentas tecnológicas, em especial aquelas
desenvolvidas para a internet, permitem maior aproximação do gestor público
com o cidadão, pois além do acesso a informações e serviços, a rede mundial
de computadores também permite a realização de debates com vista a proposta
de ações e programas, fornecendo informações estratégicas para a tomada de
decisão pública.
A participação do cidadão através de ferramentas online é definida
como democracia eletrônica (e-Democracia), pois o cidadão intervém em
processos decisórios através da internet, ou sistemas online. As principais
ferramentas utilizadas pelos gestores são baseadas em serviço de email,
redes de relacionamento, blogs e fórum, permitindo amplo debate entre os
gestores e o cidadão.
Este artigo pretende avaliar o potencial uso de ferramentas colaborativas
por gestores públicos locais na tentativa de promoção da participação popular e
aumento da transparência das ações e contas públicas.
556
CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
2. GOVERNO ELETRÔNICO
Ainda dando seus primeiros passos, o governo eletrônico vem se consoli-
dando através de iniciativas de sucesso quanto à utilização dos recursos tecno-
lógicos disponíveis na web.
No âmbito das aplicações na administração pública, várias iniciativas têm
sido tomadas nas três esferas de governo, sendo que independem entre si. Esta
polaridade de ações vem comprovar a imobilidade do Estado em relação à te-
mática, notadamente oposta às ações da iniciativa privada no que se refere a
utilização das tecnologias de informação e comunicação.
A definição de governo eletrônico ainda carece de consolidação conceitual.
Comumente entende-se como a utilização da tecnologia da informação para o
acesso do cidadão aos serviços e melhorar o fornecimento destes para os cida-
dãos. HOESCHL (2002, pag. 8) teoriza que “governo eletrônico” não se resume
nem a portais nem ao poder executivo. Para o autor, diversos são
os efeitos positivos do governo via bits: melhoria da qualidade, segurança
e rapidez dos serviços para o cidadão; simplificação dos procedimentos e
diminuição da burocracia; avanço da cidadania; democracia da informa‑
ção; transparência e otimização das ações do governo; educação para a
sociedade da informação; facilidade de acessar o governo; integração das
informações para o cidadão; geração de empregos na iniciativa privada;
otimização no uso e aplicação dos recursos disponíveis; integração entre
os órgãos do governo; aproximação com o cidadão; desenvolvimento do
profissional do serviço público; aperfeiçoamento dos modelos de gestão
pública; universalização do acesso da informação.
Para Pacheco, Kern e Steil (2007), o governo eletrônico é o instrumento
que habilita a transição do governo da era industrial para o da sociedade da
informação.
Iniciativas de governo eletrônico têm fornecido subsídios para ampliação
das práticas democráticas necessárias à modernização das organizações públicas
e a transparência nas ações do Governo. Estas aplicações de e-gov concretizam
a democratização do poder público e garantem o pleno exercício da cidadania.
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problema, onde a própria administração pública local poderia ser parceira, e não
única executora.
O debate entre o gestor público e o cidadão, além do debate entre os pró-
prios cidadãos, permite que o gestor identifique agentes divergentes e conver-
gentes com as suas ações, facilitando o debate entre as partes antes da execução
de um programa ou ação. Além dos debates, o Fórum permite a criação de en-
quetes, auxiliando na motivação dos debates e na análise quantitativa dos ideias
dos cidadãos.
Porém, o gestor não deve ter como única preocupação a motivação dos
debates, pois as informações debatidas devem ter total consonância com
o tema do Fórum. Sendo assim, o gestor precisa utilizar outros serviços
WEB 2.0, visando concentrar documentos e informações relacionadas com
o tema.
A Wiki é uma alternativa, pois ela é um serviço de edição coletiva de
documentos, onde o gestor e os recursos humanos da administração pública
local podem inserir informações sobre um determinado projeto ou ação, e o
cidadão poderá acessar informações antes de fazer um comentário no Fórum.
A Wiki não permite apenas a inserção de textos, ela também permite anexar
documentos. Como a Wiki será utilizada para informar os cidadãos sobre os
projetos e ações, ela tem papel fundamental na transparência das contas públi-
cas, pois os gestores devem criar uma página que informe todo o cronograma
financeiro do projeto.
Em caso de projetos em elaboração, ela pode servir como meio de publi-
cação de editais e informações preliminares sobre o projeto, haja vista que,
muitas vezes, a administração pública local divulga essas informações em
meios de comunicação pouco utilizados pelos cidadãos. No que diz respeito
aos projetos em fase de elaboração, os próprios participantes do Fórum podem
propor medidas de alteração para torná-lo mais convergente com a realidade
do município. Aqui, cidadão, pode ser caracterizado, inclusive, como empre-
sas que tem interesse em prestar determinado serviço para a administração
pública local.
Além da Wiki, o gestor público pode utilizar o Twine para disponibilizar
as informações ao cidadão. A Wiki deve servir como documento base para o
início do debate e o Twine poderia agregaria informações e documentos dispo-
nibilizados na web, ou até mesmo matérias de jornais e revistas sobre o assunto
debatido.
A ideía, é que o Twine forneça um serviço mais dinâmico, pois sua base de
informação cresce a medida que novas informações sobre o tema são postadas
na internet. Importante lembrar que, incialmente, o gestor público deve ter a
preocupação em formar uma base, após sua formação, o serviço irá propor in-
formações relacionadas ao tema.
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Um caso prático, por exemplo. Com relação ao reinício das aulas em agosto
e a questão da gripe A. O gestor público poderia fazer nota da questão em seu
Blog e criar um Fórum para debater o tema com os cidadãos. O tema princi-
pal seria: “As escolas públicas municipais devem reiniciar as aulas no prazo
normal?”
O gestor público faria uma postagem no Blog, com motivos a favor e contra
o adiamento do reinicio das aulas e, a partir do texto base, levaria o debate, com
os cidadãos, para o Fórum. No Fórum, os cidadãos se posicionariam de acordo
com base no exposto pelo gestor público, e motivariam o debate com documen-
tos na internet e notícias na WEB. Esses documentos e notícias seriam postados
no Wiki, pelo gestor público, e no Twine, pelo gestor e pelos cidadãos.
Na Wiki, por exemplo, o gestor poderia inserir documentos relacionados
ao status da gripe A no município, bem como as medidas de combate a doen-
ça estabelecidas pela gestão local. Além, de um possível calendário caso haja
necessidade de adiar o reinício das aulas. O Twine poderia ser utilizado para
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CONeGOV 2009 | SHORT PAPERS
5. CONCLUSÃO
Como reflexo do desenvolvimento tecnológico, é evidente, nos últimos
anos, à expansão da presença do governo em ações no espaço digital, nas suas
diversas esferas e níveis, constituindo-se no chamado governo eletrônico, com
implicações significativas para a sociedade e o cidadão.
Embora o governo eletrônico compreenda uma vasta gama de aplicações
tecnológicas no âmbito dos processos governamentais, uma de suas faces mais
visíveis e com maior possibilidade de interação com o cidadão está na Web.
O que antes eram simples sites institucionais, hoje são complexos portais que
oferecem uma amplitude de informações e serviços públicos, cujo acesso foi
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS
BELANGER, F.; HILLER, J. S. A framework for e-government: privacy implications.
Business Process Management Journal, v. 12, n. 1, p. 48-60, 2006.
BOYD, Ovid Pacific. What Are the Future Possibilities of eDemocracy? A Discussion
Paper. In M.A. Wimmer, H.J. Scholl, and A. Grönlund (Eds.): EGOV 2007, LNCS
4656, pp. 401–411. Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2007.
CDG. DECENTRALIZATION AND DEMOCRATIC LOCAL GOVERNANCE
PROGRAMMING HANDBOOK. Disponível em < www.usaid.gov/our_work/
democracy_and_governance/publications/pdfs/pnach300.pdf > Acessado em 23 de
maio de 2008.
DAVIES, Johm. DUKE, Alistair. SURE, York. OntoShare - An Ontology-based
Knowledge Sharing System for virtual Communities of Practice. In Journal of
Universal Computer Science, vol. 10, 2004.
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571
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RESEARCH ABSTRACTS
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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SISTEMAS SOCIAIS, TECNOLOGIAS
DE CONTROLE E CIBERESPAÇO: UM
OLHAR PELA TEORIA DE SANTIAGO
Alexandre Pesserl1
Universidade Federal de Santa Catarina
pesserl@gmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
O crescente uso das tecnologias da informação no âmbito governamen-
tal, tanto para a entrega dos produtos e serviços do Estado aos cidadãos
quanto no conhecimento dos seus processos internos, traz consigo uma
ref lexão sobre as consequências e resultados das escolhas tecnológicas
realizadas.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
3. CIBERESPAÇO E CONTROLE
Esta é uma apertada síntese de como a visão abrangente da teoria dos sis-
temas vivos descreve os sistemas sociais humanos. Um de seus aspectos fun-
damentais é sua resposta às situações de double bind, de contradição aparen-
te: assim como células realizando sua autopoiese em troca cultural se tornam
tecidos, e este se tornam órgãos, que por sua vez se tornam organismos, que
formam sociedades, cada vez que a complexidade se verticiza em atratores ela
“sobe de nível” e é passível de exame por uma “subida de nível” correspondente
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CONeGOV 2009 | RESEARCH ABSTRACTS
4. CONCLUSÕES
Como visto, devido ao caráter conservador de todo sistema social, toda ino-
vação social é, ao menos inicialmente, resistida e, às vezes, de maneira extre-
ma. O ciberespaço, que apesar de nascido num contexto de tecnologia militar
ofereceu a seus primeiros frequentadores a promessa de um brave new world
libertário, em pouco tempo demonstrou sua capacidade de se tornar o espaço
perfeitamente regulado.
Aplicando o pensamento de Maturana, vemos como a inovação social se
impõe. Some-se ao fato de que as mudanças na arquitetura, ainda que não di-
retamente ligadas à alterações no comportamento de seus usuários, certamente
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
influenciam tais alterações; que tais alterações se dão no código, e que este per-
tence ao domínio da linguagem; e temos um mundo no qual, caso não se inter-
venha politicamente nos processos de regulamentação privada hoje em curso,
se verificará uma rigidez condutual máxima,. Nessa perspectiva, o papel do go-
verno deve ser a intervenção, em escala mínima, quando atos privados tenham
consequências públicas negativas; quando ações miópicas possam causar danos
de longo prazo, e quando a não-intervenção corroa valores constitucionais e di-
reitos individuais. E tais intervenções devem ser sempre no sentido de garantir o
espaço para escolhas individuais.
O paralelo traçado entre a teoria dos sistemas complexos e a cibernética é
possível porque as comunicações humanas, assim como a mente, funcionam de
modo similar a ecossistemas; se fugirmos ao imperativo da ética, da aceitação
do outro em sua totalidade e em condições de igualdade a nós, o que resta é um
cenário desolador, palco de tecnologias totalizantes e desumanas.
REFERÊNCIAS
LAFONTAINE, Céline. O Império Cibernético – Das máquinas de pensar ao
pensamento máquina. Instituto Piaget: 2007.
LESSIG, Lawrence. Code and other laws of cyperspace. Basic Books: New York, 1999.
LESSIG, Lawrence. Code version 2.0. Basic Books: New York, 2006.
MATURANA, Humberto. Biologia do Fenômeno Social, in Da Biologia à Psicologia.
Artes Médicas: Porto Alegre, 1998. 3a. ed.
578
ONTOLOGY GRAPHICAL
EDITOR FOR MULTILINGUAL
DOCUMENT SEARCH SYSTEM
ABSTRACT
This research does a comparison between two methods for ontology creation and its
corresponding tools. The main objective is the implementation of a graphical editor for
ontology construction, based on software usability criteria. This comparison shows which
methods used in anterior tools will remain inside the new editor, and which new tools
can be developed to improve the ontology management process, that was done by the
old ontology editor. The Ontojuris Project is described inside this document. The project
is a multilingual information system for legal information retrieval, together with an
ontology editor, called Knowledge Management System. It accepts queries in a given
language, and allows information retrieval based on similarity between documents,
written in many languages. The multilingual ontology editor works with the concept of
universal words (UW´s) which are universal representations of objects and things, and are
developed inside the UNL Project (Universal Networking Language) and allows the query
expansion to domains on many idioms, improving the searching process, required by the
user, including additional terms which have more significations for the original query. In
this research, the Ontojuris group proposes a new expansion method which is based on
domain ontologies and UW´s, to reach a better performance for an information retrieval
system. This Project was created with the intention to facilitate access in legal areas about
Intellectual Property, Consumer Rights, and Informatics Law, inside a consortium formed
by researchers in Brazil, Chile, Spain, and Argentina.
REFERÊNCIAS
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
580
CONeGOV 2009 | RESEARCH ABSTRACTS
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581
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
582
TRABALHADOR-INVENTOR
E EMPREGADOR E A
GESTÃO DA INOVAÇÃO
Cláudia Pomar
Instituto de Governo Eletrônico, Inteligências e Sistemas – i3G
claudiapomar@gmail.com
RESUMO
No limiar do novo milênio aporta uma nova sociedade, com instituições e nações
moldadas na propriedade e no controle do conhecimento e da inovação. Sucede um novo
instituto da propriedade intelectual, revisto frente às revoluções tecnológicas que ora se
apresentam, e que ainda está sendo remodelado. Neste mesmo passo, emerge uma nova
relação de trabalho, baseada em contratos abarcantes das novas posições jurídicas frentes
aos direitos de propriedade intelectual do trabalhador-inventor, do empregador e do
tomador de serviços. Emerge neste novo tempo um novo trabalhador, com capacidade de
se renovar e, na mesma medida, modernizar seu ambiente profissional, o setor produtivo
em que se encontra inserido, e de forma mais ampla, o mundo que o cerca.
PALAVRAS-CHAVE
583
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2009.
584
GESTÃO DE CONTAS DE USUÁRIOS E
DOMÍNIOS DE REDE DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE CURITIBA
RESUMO
585
Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS
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PREGÃO ELETRÔNICO E TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO: FERRAMENTA
RELEVANTE EM TEMPOS
MODERNOS DE GESTÃO PÚBLICA
Amauri Domakoski
a.domakoski@hotmail.com
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
1. INTRODUÇÃO
Até o ano de 1967, as compras públicas eram formalizadas para atendi-
mento a Lei Complementar 4.320/64. O Decreto Lei 200/67 regulamentava as
compras públicas, a contabilidade pública e outras atribuições.
A partir de 1993 as compras públicas foram regulamentadas pela Lei de
Licitações e Contratos Administrativos 8.666/93, que contempla cinco modali-
dades de licitação: convite; tomada de preços; concorrência; concurso; e leilão.
Já o pregão eletrônico, que se divide em presencial e eletrônico, denomina-
do, a sexta modalidade de compras públicas, foi instituído pela MP 2.026/2000,
convertida na Lei 10.520/2002, e posteriormente, o pregão eletrônico foi regula-
mentado pelo Decreto Lei 5.450/2005.
Apesar de um tema recente, contratações públicas por meio da tecno-
logia da informação, em especial por meio do pregão eletrônico, pode ser
considerado um aprimoramento dos procedimentos de compras públicas.
Esta nova modalidade, o pregão eletrônico, pode possibilitar o incre-
mento da competitividade entre os licitantes interessados e a ampliação das
oportunidades de participantes nas licitações, contribuindo para a redução
de custos de aquisição por parte dos órgãos públicos.
O pregão eletrônico também pode permitir agilidade nas aquisições, ao
desburocratizar os procedimentos para a habilitação dos licitantes interessa-
dos e respectivos processos pertinentes.
A informação é um recurso efetivo e inexorável para as organizações, prin-
cipalmente quando planejada e disponibilizada de forma personalizada, com
qualidade inquestionável e preferencialmente antecipada para facilitar as deci-
sões (REZENDE, 2007, p. 18).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E
METODOLOGIA DO TRABALHO
A fundamentação teórica versa sobre: pregão eletrônico; bens e serviços
comuns; modalidades tradicionais (concorrência pública; tomada de preços;
convite; concurso; e leilão).
Esta pesquisa se caracterizou por um estudo de caso. A amostra está di-
recionada para a Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré, localizada na
Região Metropolitana, porção norte de Curitiba.
588
CONeGOV 2009 | RESEARCH ABSTRACTS
4. CONCLUSÃO
A adoção das contratações por meio da tecnologia da informação, na
Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré, vem suprindo parte das dificul-
dades existentes na lei de licitações e contratos administrativos que oferece as
modalidades tradicionais, como por exemplo, do excesso de burocracia, baixo
índice de economicidade, de competitividade, e transparência, entre outros. As
licitações auferidas por meio da tecnologia da informação, “o pregão eletrôni-
co”, é a melhor opção no que se refere às compras do município de Almirante
Tamandaré para bens e serviços comuns. Visa à diminuição da corrupção até a
sua total extinção, por mais que pareça uma realidade distante na nossa Nação.
Deve-se, focar com determinação todas as pessoas envolvidas na administração
pública, que acreditam na justiça, e em um futuro digno e respeito pelos atores
sociais, em especial, por aqueles menos favorecidos, em Almirante Tamandaré,
ou seja, os munícipes.
A economia proporcionada pelo pregão eletrônico, constitui uma vantagem
considerável aos cofres públicos do município, proporcionando oportunidade de
novos investimentos em outros projetos pelo gestor municipal, em atendimento e
melhoria da qualidade de vida da sociedade em geral. Outro benefício crucial do
pregão eletrônico é a agilidade nos processos. Em Almirante Tamandaré, a pre-
sente pesquisa indica que um processo licitatório tradicional, demora em torno
de 60 a 120 dias, enquanto que as licitações realizados por meio da tecnologia da
informação aquela de forma eletrônica reduz para em média 60 (sessenta) dias,
embora não seja o ideal, pois estudos indicam que deveriam demorar em média
apenas 30 (trinta) dias.
O pregão eletrônico, considerado por muitas como sendo a sexta modali-
dade de licitação, constitui-se em uma inovadora e jovem modalidade de com-
pras, que acontece por meio da tecnologia da informação, oferecendo, condições
e instrumentos que desburocratizam os procedimentos de licitações públicas,
tornando-as ágeis, eficazes, transparentes, competitivas, incluindo a possibili-
dade de inibição de formação de cartel e fraude. Rende discussões no que diz
respeito à quebra de paradigmas, nunca antes evidenciados ou aceitos na história
da administração pública das contratações públicas. O pregão eletrônico está
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
REFERÊNCIAS
Livros, artigos, leis e pesquisa de campo.
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TUTORIALS
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PADRONIZAÇÃO E REUSO
DE APLICAÇÕES COM
DEMOISELLE FRAMEWORK
Roadmap do projeto
Criação e expansão da comunidade Demoiselle, sua estrutura e modelo de
governança.
Duração
8 horas.
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Anais da V Conferência Sul-Americana em Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico
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WEB 2.0 APLICADA AO
GOVERNO ELETRÔNICO
Thais Garcia3
Roadmap do projeto
Apresentar aos participantes novos métodos e formas de organizar o conhe-
cimento através de serviços Web 2.0, com especial ênfase ao governo eletrônico.
Duração
3 horas e 30 minutos.
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CONECTIVIDADE E GESTÃO
DA INOVAÇÃO
Roadmap do projeto
Capacitação e atividades de apoio para a construção de modelos de gestão
da informação para o desenvolvimento tecnológico do APL Madeira Móveis do
Alto Vale do Rio Negro.
Duração
3 horas e 30 minutos.
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ÍNDICE DE AUTORES
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