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REVISÃO 2
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
2. ESTRUTURA DOS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO E INFORMAÇÃO ........................... 4
2.1. Sistemas de Automação ..................................................................................................... 5
2.1.1. Sistemas de Instrumentação ......................................................................................... 5
2.1.1.1. Redes de Campo Industriais ..................................................................................... 7
2.1.2. Sistemas de Controle .................................................................................................. 17
2.1.3. Sistemas de Supervisão .............................................................................................. 23
2.1.3.1. Protocolo de Comunicação OPC............................................................................ 31
2.1.4. Sistemas de Otimização ............................................................................................. 34
2.1.4.1. Modelagem Matemática ......................................................................................... 35
2.1.4.2. Controle Avançado................................................................................................. 36
2.1.4.3. Inteligência Artificial ............................................................................................. 37
2.2. Sistemas de Informação ................................................................................................... 39
2.2.1. Sistemas de Gestão Corporativa................................................................................. 40
2.2.2. Sistemas de Execução da Manufatura........................................................................ 41
2.2.3. Sistemas de Gestão da Informação ............................................................................ 42
2.2.3.1. Sistemas de Gestão da Informação da Planta......................................................... 42
2.2.3.2. Sistemas de Gestão da Informação do Laboratório................................................ 44
3. ORGANIZAÇÃO DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS ...................................................... 46
3.1. Plano Diretor de Automação e Informação ................................................................... 46
3.1.1. Objetivos de um PDAI ............................................................................................... 46
3.1.2. Premissas para o desenvolvimento de um PDAI ....................................................... 46
3.1.3. Diretrizes para o desenvolvimento de um PDAI........................................................ 46
3.1.4. Escopo de um PDAI ................................................................................................... 47
3.1.5. Abrangência de um PDAI .......................................................................................... 47
4. ASPECTOS OPERACIONAIS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS ............................... 50
4.1. Ambiente de instalação dos equipamentos .................................................................... 50
4.2. Sistemas de Retaguarda de Energia ............................................................................... 51
4.3. Sistemas de Gerenciamento das Redes de Comunicação ............................................. 52
4.4. Sistemas de Segurança das Redes de Comunicação...................................................... 52
4.5. Estratégias de Redundância ............................................................................................ 53
4.5.1. Redundância física ..................................................................................................... 53
4.5.2. Redundância lógica .................................................................................................... 54
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1. INTRODUÇÃO
A presente disciplina tem como objetivo apresentar ao aluno informações sobre a integração de
sistemas de automação e informação em ambientes industriais, cujos conceitos mais complexos,
podem ser estendidos e aplicados aos demais ambientes, desde que devidamente adequados à
natureza dos processos. Serão apresentadas as principais características desses sistemas, como
infraestruturas, interfaces, arquiteturas e configurações mais utilizadas. A abordagem do tema não
está vinculada a qualquer tipo de produto de mercado, sendo que os conceitos e funcionalidades dos
dispositivos são apresentados em âmbito geral. As figuras apresentadas no texto são de caráter
meramente ilustrativo.
Para usufruir plenamente dos benefícios de sistemas dessa natureza é necessário estabelecer um alto
nível de integração, que deve abranger os seguintes aspectos e atender os respectivos requisitos, na
ordem apresentada:
− Organizacional: planejamento da integração dos sistemas de automação e informação em
todas as unidades da empresa; organização e preparação das equipes de colaboradores;
distribuição das atribuições e responsabilidades; disponibilização de procedimentos, padrões
e normas.
− Estrutural: redes, dispositivos, equipamentos e protocolos de comunicação; interfaces entre
sistemas e usuários; distribuição das tarefas e funcionalidades entre os sistemas.
− Operacional: padronização de procedimentos operacionais, implementação de estratégias
para aumentar a disponibilidade e a confiabilidade dos sistemas.
Entretanto, na prática da evolução dos sistemas industriais, a maioria dos processos é automatizada
isoladamente, dando origem às chamadas “ilhas de automação”. Num estágio seguinte, tais ilhas são
integradas umas às outras, constituindo os sistemas de automação. Num estágio mais avançado,
estes sistemas são integrados aos sistemas de informação, ainda no limite de cada unidade. A
plenitude é alcançada quando todas as unidades da empresa fazem parte de um único sistema de
automação e informação, totalmente integrado.
A organização do material da presente apostila segue a ordem prática e não a ideal relatada
anteriormente. É abordado inicialmente o aspecto estrutural no capítulo 2, para depois abordar os
aspectos organizacional e operacional nos capítulos 3 e 4, respectivamente.
4
A representação piramidal é bastante eficiente para mostrar a divisão hierárquica dos sistemas,
entretanto, em aplicações reais, essa divisão nem sempre é tão clara, como é possível constatar na
figura 2. Em um mesmo local, podem conviver vários sistemas, que utilizam inclusive os mesmos
recursos de hardware.
Não existe, portanto, uma regra que determine onde as tarefas devem ser executadas, quais recursos
devem ser utilizados ou mesmo onde os dados devem ser armazenados. Existe sim, uma
recomendação para que a tarefa seja executada o mais próximo de sua utilização, como será
constatado adiante. Dessa forma, cada sistema deve possuir uma configuração de hardware e
5
software adequada às suas necessidades, estar apto a receber dispositivos de outros fabricantes bem
como prever futuras mudanças e expansões.
Estações
Gerenciais Sistemas de Gestão Corporativa
Rede Corporativa
Estações de
Sistemas de Execução da Manufatura
Supervisão
Sistemas de Gestão da Informação
Sistemas de Otimização
Estações de
Informação e Sistemas de Supervisão
Execução da
Estações de Manufatura
Otimização
Rede de Controle
Equipamentos
Controladores inteligentes Sistemas de Controle
Programáveis
Rede de Campo
Sensores Dispositivos
inteligentes Sistemas de Instrumentação
Atuadores
A primeira camada, analisando a pirâmide da figura 1 a partir da base, é formada pelos sistemas de
instrumentação. Eles são compostos por:
− Sensores que realizam as medidas do processo com base em fenômenos físicos;
− Transdutores que traduzem estas medidas em sinais elétricos ou conjunto de bits para que
possam ser transmitidas aos dispositivos de controle;
− Atuadores que agem sobre o processo sob o comando dos controladores.
6
É sem dúvida a mais importante das camadas como afirmou Connvell em 1988: "Todo controle
começa com a medição e a Qualidade do Controle não será maior que a Qualidade da Medição".
Esta frase retrata bem a necessidade de um sistema de instrumentação que realmente garanta a
confiabilidade dos sinais das variáveis medidas bem como a precisa atuação dos elementos final de
controle. Constitui assim uma área de interface crítica entre o processo e os demais sistemas, pois o
bom desempenho dos mesmos é totalmente dependente da qualidade dos dados fornecidos pela
instrumentação.
Sistema de Supervisão
Controlador
Instrumentação
Apesar de ainda apresentar algumas limitações, essa tecnologia é bastante promissora para a
implementação de sistemas totalmente integrados.
Links associados:
www.emersonprocess.com.br/
www.br.endress.com/
www.yokogawa.com.br/
www.smar.com.br/
www.honeywell.com/
www.siemens.com.br/
www.ti.com/
As redes de campo industriais, denominadas em inglês pelo termo fieldbus, são redes de
comunicação, bidirecionais, projetadas e utilizadas para interligar instrumentos e equipamentos de
chão de fábrica. Tais redes possuem requisitos específicos, sendo o mais crítico deles, a velocidade
de transmissão dos dados. Entretanto, somente este requisito não é suficiente para uma boa escolha.
Outras questões devem ser consideradas como a facilidade de instalação, configuração e
manutenção, possibilidade de implementação de diagnósticos, segurança na transmissão de dados,
possibilidade de implantação de estratégias de redundância, estratégias de controle, etc.
Cada tipo de rede possui características próprias e é indicada para aplicações específicas. A figura 5
apresenta o domínio de aplicação de alguns tipos de redes de campo.
8
Sensores e Atuadores
A variedade de opções permite ao usuário escolher o tipo de rede com a melhor relação custo-
benefício para a solução de problemas, entretanto, não contribui para a definição de um padrão de
mercado amplo e único. A escolha de um determinado tipo de rede depende fundamentalmente do
nível de complexidade das estratégias de controle e do tipo de dispositivos utilizados. A seguir, são
apresentadas, de forma sucinta, algumas redes de campo industriais.
Introduzida em 1989, a rede HART surgiu com o propósito de facilitar a calibração e a realização de
ajustes em equipamentos analógicos, através de uma rede. Foi o primeiro protocolo digital de
comunicação bidirecional que não afetava o sinal analógico de controle, como mostra a figura 6.
Routers
A rede CAN (Controller Area Network) foi desenvolvida originalmente para aplicações em ônibus e
caminhões. Atualmente, é utilizado na indústria, em veículos automotivos, navios e tratores, entre
outros. O CAN é um protocolo de comunicação serial síncrono. Trabalha baseado no conceito
multi-mestre, onde todos os módulos podem se tornar mestre em determinado momento e escravo
em outro. Uma aplicação da rede CAN em automóveis é apresentada na figura 12.
A rede DeviceNet é um sistema de conexão aberto, de baixo custo, entre os dispositivos industriais
(sensores e atuadores) e dispositivos de nível superior (controladores lógicos programáveis e PC). A
rede DeviceNet usa um protocolo independente do tipo de rede, chamado protocolo industrial
comum (Common Industrial Protocol - CIP), que é responsável pelos recursos de controle,
configuração e coleta de dados da rede. Este processo garante maior flexibilidade graças à
capacidade de trabalhar com dispositivos de diferentes fornecedores, como mostra a figura 13.
O Profibus (Process Field Bus) é um padrão aberto de rede de campo, criado por um grupo de
empresas alemãs para atender inicialmente o segmento de manufatura, estendendo-se
posteriormente para a automação de processos. Seus padrões são estabelecidos por normas EN e
segue as especificações do modelo de camadas OSI. Apresenta três classes distintas de rede: DP -
Periferia Descentralizada, PA - Automação de Processos e FMS - Especificação de Mensagens
Fieldbus (atualmente substituída pela rede ProfiNet), como mostra a figura 15.
O Fieldbus é um padrão aberto de rede de campo, criado por uma organização sem fins lucrativos
(Foundation Fieldbus), liderada por empresas norte-americanas. Consiste em um sistema da
comunicação totalmente digital, em série e bidirecional dedicado à automação de processos e
instrumentação industrial. Seus padrões são estabelecidos por normas IEC e segue as especificações
do modelo de camadas OSI. Apresenta três classes distintas de rede: H1 – Baixa Velocidade, H2 –
Alta Velocidade e HSE – Ethernet de Alta Velocidade. Um exemplo de aplicação da rede Fieldbus
é apresentado na figura 16.
Contar com várias opções de escolha pode interessante. Entretanto, no caso das redes de campo, o
excesso de alternativas e a indefinição quanto ao melhor padrão, ocasionou dúvidas nos usuários
finais, que não foram capazes de definir quando usar, como usar e porque usar uma tecnologia.
Diante de tal cenário, diversos fabricantes do setor de automação decidiram investir em pesquisas
para o desenvolvimento de um padrão universal. O padrão Ethernet foi escolhido como plataforma,
por ser o mais popular e já utilizado nas demais camadas do ambiente industrial e empresarial,
como descrito a seguir:
Ethernet é um padrão aberto de rede criado pela Xerox para, inicialmente, atender as necessidades
de interligação de equipamentos em escritórios. Entretanto, devido ao sucesso do padrão, houve
uma evolução significativa de sua utilização bem como de seus padrões de hardware, topologia e
velocidade.
Como os equipamentos de escritório não atendiam as necessidades das redes de maior porte, houve
uma evolução significativa na tecnologia dos dispositivos repetidores e distribuidores (hubs,
switches, bridges e routers) que passaram a utilizar softwares de gerenciamento de rede. O uso
destes dispositivos microprocessados, com capacidade de realizar a comutação de mensagens,
aliados ao modo de comunicação full duplex em substituição half duplex, promoveram ganhos
significativos de desempenho na comunicação. Por sua vez, a velocidade inicial de 2,94 Mbps
passou para 10 Mbps, em seguida para 100 Mbps e 1 Gbps.
Entretanto, a rede Ethernet apresenta limitações para utilização no chão de fábrica. O problema
fundamental em se aplicar a Ethernet como rede de campo industrial está no mecanismo CSMA/CD
(Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection), através do qual a Ethernet define o
compartilhamento do meio físico e corrige erros de colisão dos dados. Este mecanismo é
fundamentalmente não-determinístico, o que pode ser um empecilho para aplicações em tempo real.
Outras limitações ainda podem ser relacionadas à robutez e configuração do hardware, e também às
topologias disponíveis.
Dessa forma, diversas empresas uniram-se para trabalhar no sentido de superar as limitações da
Ethernet convencional e evoluir para um padrão industrial, a Ethernet Industrial.
(a) (b)
(a) (b)
Superadas as limitações da rede Ethernet para o ambiente industrial, ela será instituída como o
padrão de rede para todos os níveis institucionais, interligando desde o chão de fábrica até os níveis
corporativos.
Links associados:
www.smar.com/
www.schneider.ind.br/
www.moeller.com.br/
17
www.phoenixcontact.com.br
www.lonmark.org/
www.rockwell.com.br/
www.controlnet.org/
www.odva.org/
www.profibus.org/
www.fieldbus.org/
www.iebmedia.com/
www.hirschmann.com
Os controladores programáveis, por sua vez, são computadores dedicados que executam diversas
tarefas em tempos da ordem de milisegundos. Apresentam configurações compactas, com limitada
capacidade de expansão, ou modulares, que podem ser especificados de modo a atender as
necessidades do processo a ser controlado. A figura 24 ilustra as duas modalidades.
(a) (b)
Sistemas de controle de médio e grande porte utilizam arquiteturas distribuídas, como exemplifica a
figura 26. Nesta arquitetura a unidade principal (CPU) é instalada próximo à sala de operação. Na
CPU é processada toda a lógica de controle, sequenciamento e intertravamento do processo.
Através de uma rede de comunicação, a CPU é interligada a várias unidades terminais remotas
(RTU). As RTU não possuem CPU e são instaladas em salas elétricas próximas às áreas do
processo, a fim de facilitar as conexões dos instrumentos de campo. Caso uma RTU esteja a uma
distância muito grande, a ponto de comprometer os requisitos de processamento em tempo real para
controle e segurança, é recomendado instalar uma CPU para processamento local.
CHÃO-DE-FÁBRICA
CHÃO-DE-FÁBRICA
Coexistem no mercado, três soluções de sistemas de controle, baseadas nas seguintes tecnologias:
CLP (Controlador Lógico Programável) + interface gráfica SCADA (Sistema de Supervisão
e Aquisição de Dados);
SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído);
Sistema híbrido.
O CLP teve suas origens na indústria automobilística (manufatura) e é indicado para processos com
predominância de variáveis discretas. Está presente nos segmentos industriais de mineração,
alimentício, têxtil, cimento, energia, etc. Abaixo, seguem ilustrações de equipamentos de CLP.
O SDCD teve suas origens na indústria petroquímica (transformação) e é indicado para processos
com predominância de variáveis analógicas. Está presente também no segmento de papel e celulose,
cujo produto apresenta alto valor agregado. A figura 28 ilustra os equipamentos de SDCD.
Dessa forma, com base no critério de dominância de variáveis, é possível estabelecer a relação:
Predominância de Variáveis
Analógicas
Discretas
Tecnologias
SDCD Sistema Híbrido CLP
Na prática, grande parte dos segmentos que poderiam utilizar os Sistemas Híbridos não o faz,
devido ainda a seu alto custo, dando preferência ao CLP e agregando, quando necessário, sistemas
de otimização tradicionais.
A seguir, são apresentadas as principais características das três tecnologias, que comumente estão
presentes nos produtos de maior penetração no mercado. Eventualmente poderão ser notados alguns
desvios com relação a produtos existentes.
Bases de Dados de Tempo Real Bases de Dados de Tempo Real Bases de Dados de Tempo Real
no nível de supervisão e dos localizadas no nível dos localizadas no nível dos
controladores, o que dificulta a controladores, o que facilita a controladores, o que facilita a
construção e manutenção da construção e manutenção da construção e manutenção da
consistência e da confiabilidade consistência e da confiabilidade consistência e da confiabilidade
dos dados cadastrados. dos dados cadastrados. dos dados cadastrados.
Conforme mencionado anteriormente, a maioria dos segmentos da indústria utiliza os CLP devido a
seu baixo custo, bom desempenho, alta disponibilidade e confiabilidade. Mesmo as empresas que
Dessa forma, é o equipamento estudado na maioria das instituições de ensino, uma vez que os
alunos terão maiores chances de trabalhar com ele em sua vida profissional. Além dos aspectos
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tratados acima, é necessário destacar a norma IEC 61131-3, que trata da programação de
controladores industriais. A norma apresenta cinco divisões, listadas a seguir:
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www.siemens.com.br/
www.schneider-eletric.com.br/
www.br.rockwellautomation.com.br/
www.gefanucautomation.com/
www.altus.com.br/
www.invensys.com.br/
www.yokogawa.com.br
www.abb.com.br/
www.emersonprocess.com/
Os sistemas de supervisão são responsáveis por desempenhar a interface gráfica entre usuário e
processo. Essa interface pode ser bastante simples, como uma botoeira, um pouco mais elaborada
como as interfaces humano máquina (IHM) ou complexa como os sistemas de supervisão. A figura
32 mostra tais modalidades.
(a) (b)
(c)
Figura 32 – Interfaces com o usuário: (a) Botoeiras (b) IHM (c) Tela de um Sistema de Supervisão
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Os dispositivos mais simples, como as botoeiras, são limitados a indicar o estado de equipamentos e
possibilitar comandos básicos.
Abaixo, as funcionalidades dos sistemas de supervisão são descritas brevemente. Elas podem variar
na forma de apresentação e configuração, de acordo com o fabricante, sendo mais, ou menos
amigável, e consequentemente menos, ou mais aberta. Em geral, a facilidade de configuração da
tarefa é inversamente proporcional à sua abertura.
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Driver de Comunicação
O termo driver é utilizado para denominar a interface de comunicação entre as estações de operação
e os controladores, cuja configuração é ilustrada na figura 36. A quantidade de drivers suportada
por cada software de supervisão difere de acordo com o fabricante. A priori, é possível realizar a
comunicação de uma estação de operação com mais de um tipo de controlador. Ao configurar o
driver de comunicação, deve ser observada a distribuição dos dados na base de dados em tempo real
do controlador, para adequar a periodicidade de leitura à característica temporal dos grupos de
variáveis. As leituras podem ser realizadas por tempo ou por exceção. Uma configuração adequada
do driver pode resultar em ganhos significativos de tempo na comunicação.
A comunicação entre equipamentos e sistemas, no chão de fábrica, não é tarefa simples. Fabricantes
diferentes, apesar de adotar o padrão Ethernet para comunicação, não disponibilizam funções que
permitem o intercâmbio de dados, diretamente entre equipamentos. Essa limitação pode ser
superada a partir da utilização de drivers que utilizam o protocolo de comunicação OPC,
apresentado em 2.1.3.1.
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Para o cadastramento dos dados na BDTR, deve ser realizado um levantamento de todas as
variáveis envolvidas na tarefa de supervisão e controle, suas características, atributos e
propriedades.
Interface gráfica
Os sistemas de supervisão possuem ambientes de desenvolvimento de telas gráficas que permitem
construir a interface do processo com o usuário, como mostra a figura 38.
A configuração das telas do sistema deve atender a alguns princípios de ergonomia, como a cor de
fundo, que deve ser selecionada de modo a não fatigar o usuário que passará horas diante do
monitor. Outro ponto a ser observado é o emprego de cores muito claras desgastam com maior
rapidez a tela do monitor.
Os desenhos dos objetos devem, sempre que possível, seguir um padrão. Desta forma, em qualquer
área atendida pelo supervisório, equipamentos da mesma espécie são representados pelo mesmo
símbolo. Os softwares de configuração de sistemas supervisórios geralmente possuem bibliotecas
de objetos que podem ser exploradas, como mostra a figura 40.
Os recursos gráficos do software devem ser explorados ao máximo. São eles: cópia, duplicação,
eliminação, seleção de objetos, seleção de cores, facilidades para confecção de textos e figuras,
recursos de ampliação, grid, alinhamento de objetos, recursos de multimídia, etc.
Alarmes
A tarefa de Alarme é responsável pela sinalização de ocorrências e defeitos nos equipamentos.
Cada tela deve conter, no rodapé ou cabeçalho, uma faixa destinada aos alarmes correntes,
denominada banner, como ilustra a figura 41.
Deve ser construída também, uma tela destinada aos alarmes ativos e outra aos alarmes históricos,
como mostra a figura 42.
A tela de alarmes ativos deve conter todos os alarmes do sistema durante um período definido. Os
alarmes devem ser diferenciados por cores, modo piscante e emissão sonora (definidos no padrão),
para facilitar a identificação do defeito ou ocorrência. O conteúdo desta tela deve ser configurável,
com a possibilidade de separação dos alarmes por classes, categorias ou outras chaves de seleção.
Deve também apresentar recursos para paginação, seleção, reconhecimento e eliminação de
alarmes, direcionamento para impressora ou arquivo, habilitação/desabilitação de alarmes sonoros.
A tela de histórico de alarmes deve possibilitar o resgate dos alarmes ocorridos, a partir da data
corrente até uma determinada data. O conteúdo desta tela também deverá ser configurável, com a
possibilidade de separação dos alarmes. Deve também apresentar recursos para paginação, seleção e
eliminação de alarmes, direcionamento para impressora ou arquivo.
30
Relatórios
Os relatórios do sistema devem ter seu conteúdo e formatação definidos previamente à
configuração, como exemplifica a figura 43. A tela de relatórios deverá apresentar a relação de
relatórios emitidos pelo sistema e botões para comandar geração destes.
É desejável que o usuário possa visualizar o conteúdo do relatório antes de solicitar a impressão,
bem como realizar alterações e adicionar comentários. Deve ser prevista ainda, a possibilidade de
direcionamento do conteúdo do relatório para arquivos.
Tendência
Os gráficos de tendência apresentam o comportamento dinâmico de variáveis em períodos definidos
pelo usuário, como mostra a figura 44.
Os gráficos devem possibilitar a seleção das variáveis apresentadas, seleção da cor da pena, seleção
do período e escala de apresentação, bem como recursos de deslocamento no tempo, ampliação,
congelamento, barra de valores instantâneos, etc.
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Receitas
Receita é um conjunto de parâmetros pré-definidos do sistema para ser enviado ao CLP. Esta tarefa
é de grande utilidade em processos em batelada (lotes de produção).
A tarefa deve ser configurada de forma a possibilitar o envio da receita ao CLP sem interrupção da
operação, modificar parâmetros durante a operação e resgatar o conjunto de parâmetros modificado
como uma nova receita. A figura 45 ilustra a tarefa de receitas.
Segurança
Deve ser estabelecida uma estratégia de segurança operativa implementada através de senhas com 2
(dois) níveis de restrição: permissão de acesso do usuário somente às áreas permitidas, e acesso do
usuário somente aos comandos permitidos. Uma tela de login é mostrada na figura 46.
Além da funcionalidade fundamental de prover uma Base de Dados em Tempo Real (BDTR), o
servidor OPC ainda pode disponibilizar dados sobre alarmes e eventos (OPC Alarms and Events
Specification), dados históricos (OPC Historical Data Access Specification), dados de processos em
batelada (OPC Batch Specification), entre outros.
A organização dos dados no servidor segue uma estrutura de grupos, como mostra a figura 50. Cada
grupo de dados pode ter características diferentes, como por exemplo, a periodicidade de
atualização. Um grupo pode ser ativado ou desativado a qualquer momento. Os aplicativos de telas
gráficas, receitas, relatórios, etc., podem usar um ou mais grupos de dados.
Uma forma de organizar os dados no servidor OPC é mostrada na figura 51. É criada uma estrutura
de diretório (pasta) para armazenar dados de todos os equipamentos, no caso, controladores
programáveis. Sob essa estrutura, são criadas subpastas referentes às CPU dos controladores. Sob
cada CPU, são criadas pastas referentes aos grupos de variáveis da base de dados do controlador.
Finalmente, em cada pasta, armazenadas as variáveis do processo. Cada variável é um objeto OPC
que proporciona uma conexão com uma entrada física de dados. A variável fornece ao cliente OPC
informação de: valor, time stamp, qualidade do dado e tipo de dado. É possível definir um vetor de
objetos como uma única variável.
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www.invensys.com.br/
www.abb.com.br/
www.opcfoundation.org/
34
O conceito de otimização está relacionado à melhoria de índices de uma planta industrial, a partir da
modernização dos recursos instalados, adoção de estratégias de controle avançado e de mudanças de
caráter operacional. A utilização das técnicas de otimização tem se mostrado uma alternativa muito
interessante para ultrapassar os limites usualmente alcançados somente com a automação dos
processos, como ilustra a figura 52.
Dessa forma, a otimização de um processo passa pela identificação dos índices de desempenho e
das técnicas que permitem maximizá-los ou minimizá-los. Entretanto, alguns índices podem ser
concorrentes em determinadas situações, como por exemplo, “redução de custos” versus “aumento
da quantidade produzida”. Cabe então, às estratégias de otimização, conciliar e indicar/decidir, a
cada momento, qual a melhor alternativa.
Antes de apresentar algumas das técnicas de otimização, é importante entender como funciona um
sistema de otimização, independente da plataforma utilizada: CLP+SCADA+Otimização, SDCD ou
Híbrido. O sistema de otimização opera em conjunto com o sistema de automação tradicional, no
modo definido pelo usuário (Desativado ou Ativado, com ou sem poder de decisão), como mostra a
figura 53.
Em modo desativado, os set-points do processo devem ser definidos pelo operador, que possui em
sua mente as regras e estratégias para atender as metas e condições estabelecidas pela produção.
Ocorre que, na maioria das vezes, estes set-points permanecem fixos ou sofrem poucas alterações
ao longo do turno de serviço do operador. Sem entrar no mérito da questão, é possível imaginar que
devem haver outras combinações de set-points, além das usadas pelo operador, que proporcionam
melhor desempenho.
Quando o sistema de otimização é ativado, os set-points do processo passam a ser calculados por
ele. O sistema de otimização busca, a todo instante, a melhor combinação de set-points a fim de
obter os melhores rendimentos para o processo. O operador então deve decidir em adotar ou não as
sugestões apresentadas pelo sistema. Pode ainda, atribuir autonomia ao sistema para tomar decisões
sem a sua autorização.
Sistemas de otimização podem utilizar diversas tecnologias, das quais podemos relacionar as mais
utilizadas:
− Modelagem Matemática;
− Inteligência Artificial;
− Controle Avançado.
35
(a) (b)
(c)
Figura 53 – Modos de operação de um sistema de otimização (a) Desativado (b) Ativado sem poder
de decisão (c) Ativado com poder de decisão
entrada saída
Função de
Transferência
(a)
entrada 1 saída 1
FT 11 FT 12 ... FT 1M
entrada 2 saída 2
FT 21 FT 22 ... FT 2M
. . ... .
. . . .
. . .
entrada N saída M
FT N1 FT N2 ... FT NM
(b)
Figura 55 – Modelos (a) Monovariáveis e (b) Multivariáveis
Em determinados sistemas de controle, alguns parâmetros não são constantes ou variam de uma
maneira não conhecida. Há formas de minimizar os efeitos de tais contingências projetando um
controlador para sensibilidade mínima (sensível a pequenas variações). Se, entretanto, as variações
dos parâmetros são grandes ou muito rápidas, pode ser desejável projetar um controlador com a
capacidade de identificar estas variações continuamente e ajustar seus parâmetros de sintonia (Kp, Ti
e Td) de modo que os critérios de desempenho estabelecidos para o sistema sejam sempre
satisfeitos. Esta técnica é denominada controle adaptativo. A figura 56 mostra um diagrama em
blocos de um sistema de controle adaptativo.
Identificação e
Ajustamento dos
Parâmetros
Figura 56 – Diagrama de blocos de um sistema em malha fechada com controlador PID adaptativo
Modelo
Matemático
Figura 57 – Diagrama de blocos de um sistema em malha fechada com controlador PID preditivo
As técnicas de Inteligência Artificial podem ser utilizadas como alternativa ou mesmo apoio aos
sistemas de automação, em procedimentos de diagnóstico, tomada de decisão e estimação de
variáveis.
A base de um sistema de otimização que utiliza Inteligência Artificial pode ser um Sistema
Especialista (Expert System), sobre o qual podem ser inseridos módulos de Lógica Nebulosa (Fuzzy
Logic) e Redes Neurais Artificiais (Artificial Neural Networks). Nesta configuração, o Sistema
Especialista contemplará as regras operacionais e as estratégias de otimização e utilizará as
variáveis recebidas do processo para desempenhar suas tarefas. O bom desempenho do Sistema
38
Figura 58 – Diagrama de blocos de um sistema em malha fechada com controlador PID preditivo
A Lógica Nebulosa é uma técnica que possibilita trabalhar com o conhecimento incerto e impreciso,
permitindo que se realizem inferências sobre situações que não dominamos completamente. Ela
possui uma estrutura que incorpora alguns dos mecanismos de inferência humanos, sendo muito
adequada ao desenvolvimento de sistemas de controle inteligentes, pois permite que o
conhecimento de peritos possa ser traduzido de maneira direta em um algoritmo de controle e
decisão. A figura 59 exemplifica um sistema de inferência nebuloso.
que resultam em saídas gráficas. A resultante gráfica é então transformada para o domínio real e
enviada ao atuador.
As Redes Neurais Artificiais (RNA) são estimadores universais capazes gerar valores
aproximadamente corretos a partir de entradas relacionadas a um padrão. O elemento básico de uma
RNA é um modelo matemática do neurônio humano (figura 60 a). Quando interligado a outros
neurônios forma uma rede (figura 60 b).
(a)
(b)
Figura 60 – (a) Modelo matemático de neurônio humano (b) Rede Neural Artificial
As RNA precisam ser previamente treinadas com uma massa de valores que representam, com
qualidade, o padrão a ser estimado. Durante o treinamento, é realizado o ajuste dos pesos associados
às entradas de acordo com a importância e a repetibilidade dos dados, considerando uma saída
padrão fixa, que deve ser estimada pela função de ativação. Após o treinamento e em operação, as
entradas são ponderadas, e, atingido o valor de polarização, é disparada a função de ativação para
gerar a saída.
As RNA podem ser utilizadas para substituir modelos matemáticos, filtros e estimadores de modo
geral. São utilizadas em aplicações de Controle de processos, Controle de qualidade,
Reconhecimento de voz, escrita e caracteres, etc.
Links associados:
www.siemens.com.br/
www.invensys.com.br/
www.abb.com.br/
www.emersonprocess.com/
www.mintek.co.za/
www.metso.com.br/
Por motivos estratégicos, a abordagem dos sistemas de informação será realizada na ordem
hierárquica inversa da pirâmide da figura 1, ou seja, enquanto a sequência de apresentação dos
sistemas de automação partiu da base para o topo, a apresentação dos sistemas de informação será
feita do topo para a base, culminando no encontro dos dois segmentos (automação e informação),
considerada também, uma área crítica de integração.
ERP é uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações entre todos os departamentos
da empresa e suas atividades, tais como fabricação, logística, finanças e recursos humanos. É um
sistema amplo de soluções e informações. A figura 61 mostra o conceito de integração ERP, onde
um banco de dados único operando em uma plataforma comum interage com um conjunto integrado
de aplicações consolidando todas as operações do negócio em apenas um ambiente computacional.
A implantação de um sistema ERP pode, contudo, ser bastante complexa e sujeita a turbulências
caso não esteja adequada ao ambiente da empresa, em razão das mudanças provocadas. Algumas
mudanças podem ser necessárias na organização como:
− Redesenho dos processos;
− Eliminação das funções em duplicidade e fluxos de informação mal definidos;
− Desenvolvimento de um sistema adicional para estabelecer a interface com o nível de chão
de fábrica.
Este último item, em particular, pode ser bastante trabalhoso, uma vez que o ERP é pouco flexível
no que se refere à comunicação com outros sistemas. Como o número de sistemas entre o nível
corporativo e o chão de fábrica é grande, como ilustra a figura 62, pode ser necessário o
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Planejamento da Produção
Gestão do
Patrimônio
Gestão Planejamento Gestão da
das Receitas Informação
Gestão da Assistência à Simulação
Manutenção Operação
Otimização
Modelagem
Controle Avançado
Gestão da
Gestão de Segurança Execução do Controle
Dispositivos
A natureza das funcionalidades desempenhadas pelo MES dependerá das regras de negócio e
estratégias de informatização da organização, como mostra a figura 63. O MES pode ser orientado
para o negócio da empresa (vendas e serviços) ou para a produção (qualidade e valor agregado).
(a) (b)
Figura 63 – MES orientado para (a) Negócio da empresa (b) Produção
Além de estabelecer essa interface, o MES desempenha outras tarefas como o sincronismo do
trabalho, máquinas, ferramentas e recursos. Baseado em informações atuais e históricas do
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processo, os gerentes de produção definem os procedimentos e os recursos que serão utilizados para
atender as ordens de produção, vindas do ERP, em tempo, quantidade e qualidade requerida.
As principais funcionalidades de um MES foram definidas por uma associação chamada MESA -
Manufacturing Execution Systems Association, e são listadas abaixo:
1. Alocação de recursos;
2. Planejamento detalhado da operação;
3. Gestão do fluxo produtivo;
4. Controle de documentos;
5. Aquisição e armazenamento de dados;
6. Gestão de serviços;
7. Gestão da qualidade;
8. Gestão do processo;
9. Gestão da manutenção;
10. Genealogia e rastreamento do produto;
11. Análise de desempenho.
Explorados os diversos recursos do PIMS para a construção do MES, todos os níveis de todas as
unidades da empresa ganham um ilimitado acesso às informações em tempo real, ajudando a tomar
melhores decisões de negócios, como ilustra a figura 65. Embora o PIMS tenha sido usado
principalmente em indústrias de processos, sua flexibilidade e sofisticação de recursos fazem dele
um ativo valioso em qualquer lugar onde informações importantes necessitem ser gerenciadas com
precisão.
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A integração dos sistemas de automação e informação não é uma tarefa simples, tão pouco rápida,
pois mesmo no ambiente interno de uma unidade podem existir sistemas de fabricantes diferentes
com características e padrões distintos. Ultrapassando as fronteiras de uma unidade, o desafio é
ainda maior, para integrar as demais unidades existentes. É necessário, portanto, realizar um amplo
planejamento de integração de modo a atender os projetos emergenciais, bem como orientar os
projetos de novos investimentos.
Planos diretores podem apresentar abrangências diferentes, como por exemplo, a apresentada a
seguir:
Sistemas de Instrumentação
Sistemas de Controle
Sistemas de Supervisão
Levantamento de campo incluindo a verificação de todos os requisitos técnicos acerca dos sistemas
existentes e realização de entrevistas com o corpo técnico e usuários finais.
Sistemas de Otimização
Levantamento de todos os sistemas de informação usados para coletar, armazenar e tratar dados a
fim de auxiliar os sistemas de gestão do processo e da produção, explicitando suas funções e
aplicações.
Com a integração dos sistemas de automação e informação, os usuários passam a contar com
informações valiosas e funcionalidades importantes no auxílio e suporte de suas atividades. Por
outro lado, como em toda atividade suportada por sistemas computacionais, os usuários passam a
ser dependentes dos sistemas e, de certa forma, incapazes de trabalhar sem eles. Sendo assim,
aumenta a responsabilidade de manutenção e funcionamento ininterrupto dos sistemas. Tais
exigências estão associadas ao conceito de disponibilidade, discutido neste capítulo.
O MTBF representa o tempo médio entre falhas em um sistema e deve ser maximizado. São ações
que favorecem o MTBF:
− Uso de hardware industrial;
− Uso de sistemas de retaguarda de energia;
− Uso de entrada e saídas isoladas galvanicamente;
− Uso de redes em fibra ótica;
− Adoção de estratégias de redundância.
Alguns cuidados devem ser tomados antes, durante e depois da execução de projetos de modo a
garantir a obtenção de índices compatíveis com a finalidade de cada sistema. A seguir, são
relacionadas algumas questões relevantes.
O ambiente de instalação dos equipamentos deve ser previamente inspecionado por um especialista
em segurança do trabalho, que classifica o grau de risco da área em questão. O grau de risco é um
parâmetro de fundamental importância para a elaboração de projetos e permite determinar os
requisitos de segurança a serem atendidos pelas soluções propostas. Dessa forma, os equipamentos
ou invólucros (caixa, painel, etc.) no qual estão contidos devem obedecer às condições construtivas
e operacionais definidas por norma para não apresentar nenhum desgaste excessivo e/ou risco às
pessoas e ao ambiente.
Como exemplo, a figura 66 mostra as imagens de dois transmissores de pressão. O primeiro trata-se
de um dispositivo comum para operação em área não classificada. O outro, para operação em área
classificada, é envolto em um invólucro à prova de explosão, suporta temperaturas intensas e
atmosfera com particulados.
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(a) (b)
Figura 66 – Transmissores de pressão, (a)Comum (b)Para operação em área classificada
Outro exemplo remete ao uso de hardware industrial para computadores em salas de operação, no
passado. Na prática, ficou evidenciado que investir na educação dos hábitos de higiene dos usuários
e na climatização das salas é muito mais vantajoso que utilizar um hardware especial para este fim,
como ilustra a figura 67.
(a) (b)
Figura 67 – (a)PC industrial (b)PC comercial em sala climatizada
As redes de comunicação são compostas por uma grande variedade de dispositivos que devem se
comunicar e compartilhar recursos. Na maioria dos casos, a eficiência dos serviços prestados está
associada ao bom desempenho dos sistemas da rede. Para gerenciar esses sistemas e as próprias
redes, um conjunto eficiente de ferramentas de gerenciamento é necessário, sendo fundamental a
utilização de técnicas padronizadas para a correta representação e o intercâmbio das informações
obtidas.
O gerenciamento de rede pode ser definido como a coordenação de recursos materiais e/ou lógicos,
fisicamente distribuídos na rede, assegurando, na medida do possível, disponibilidade,
confiabilidade, tempos de resposta aceitáveis e segurança das informações.
Além do bom desempenho das redes de comunicação, uma questão preocupa cada vez mais as
corporações: a segurança de seus sistemas. A necessidade de segurança vem transcendendo o limite
da produtividade e da funcionalidade. Enquanto a velocidade e a eficiência em todos os processos
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significam uma vantagem competitiva, a falta de segurança nos meios de comunicação pode resultar
em grandes prejuízos.
Como a violência urbana, a violência digital evolui continuamente na forma de ataques a sistemas
computacionais executados por hackers, seja por interesses financeiros ou pelo simples prazer de
causar prejuízos. Ataques cada vez mais originais levam ao desenvolvimento de novas formas de
proteção, formando assim, um ciclo vicioso. Os criminosos agem livremente, pois ainda não existe
uma legislação eficiente e rígida para coibir tais atos. Não bastasse a ameaça externa, as empresas
também têm sofrido com ataques que acontecem a partir da sua própria rede, ou seja, os ataques
internos.
A princípio, as medidas de proteção visavam isolar o ambiente corporativo das redes públicas.
Entretanto, a evolução dos empreendimentos para ambientes cooperativos, formados a partir de
conexões entre as unidades da empresa, fornecedores, parceiros comerciais, distribuidores,
vendedores ou usuários móveis, resultaram na necessidade de um novo tipo de abordagem quanto à
segurança. Nesse novo ambiente, o objetivo é justamente o contrário: disponibilizar cada vez mais
serviços e permitir a comunicação entre sistemas de diferentes organizações, de forma segura.
Nesse sentido, técnicas e tecnologias de defesa como as indicadas abaixo, devem ser avaliadas e se
necessário, implantadas:
− Políticas de segurança;
− Instalação de Firewalls;
− Sistema de detecção de intrusão;
− Sistemas de criptografia;
− Implantação de redes virtuais;
− Sistemas de autenticação.
No nível físico, a redundância pode ser estabelecida pela multiplicação dos recursos essenciais do
sistema, como por exemplo, comunicação, processamento e armazenamento de dados. A figura 69
exemplifica algumas possibilidades de redundância.
Servidor de Dados
BD
BD
BDTR BDTR BD
BD
BDTR
BDTR
Controlador
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A multiplicação dos recursos físicos é uma estratégia interessante, porém pode sobrecarregar o
sistema, uma vez que promove a multiplicidade de dados armazenados, dados processados e dados
trafegados na rede.
Na configuração acima, por exemplo, cada Servidor de Aplicação hospeda uma Base de Dados em
Tempo Real, alimentada por drivers que realizam leituras na Base de Dados em Tempo Real
(BDTR) do controlador. O controlador também hospeda duas BDTR. Dessa forma, o tráfego de
dados é duplicado, requisito não necessário para a operação do sistema. Inconvenientes dessa
natureza podem ser sanados através da implementação de estratégias de redundância lógica.
No nível de comunicação, a redundância pode determinar que apenas uma das redes opere ou todas
operem simultaneamente distribuindo o fluxo de dados. Em caso de falha em uma das vias, a
comunicação permanece através das outras. É recomendável que os cabos de cada via sejam
lançados em trajetórias distintas para que o motivo de uma falha não atinja todos.
No nível de supervisão, a redundância lógica pode estabelecer que apenas um servidor opere por
vez, enquanto a outra exerce o papel de cliente.
Algumas estratégias de redundância lógica são detalhadas a seguir, para o nível de servidores de
aplicação. Essas estratégias são também aplicáveis a outros níveis.
Na estratégia Hot Stand By, apenas um servidor opera por vez. Os demais servidores permanecem
em espera, operando como clientes. Em caso de falha no servidor ativo, o software gerenciador
detecta o problema e realiza a comutação entre servidores. Esta transição é automática e
transparente para o usuário.
Em complemento, a estratégia Hot backup faz com que o servidor ativo envie os dados locais para
os servidores em espera, replicando o conteúdo previamente estabelecido. Esta estratégia garante o
sincronismo e a consistência das informações entre todos os servidores.
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Voter
Na estratégia Voter, vários servidores devem operar em paralelo, com o objetivo de aumentar a
confiabilidade. Antes da tomada de qualquer decisão, os servidores realizam uma votação. Não
havendo discordância na decisão a ser tomada, a mesma é efetivada. Se houver discordância, a
decisão poderá ser validada pela maioria ou abortada. Em ambas as situações, um alerta deverá ser
anunciado ao operador do sistema.