Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
O coronavírus tem causado grande ansiedade, medo e pouca racionalidade. Os gestores precisam lidar com os impactos financeiros nas
empresas de forma pragmática e objetiva. Não sabemos qual será o comportamento das pessoas e da economia brasileira nos próximos meses e
qualquer comparação com outras economias é exercício de ficção.
Para muitos profissionais a inadimplência com a qual tem se deparado nas últimas semanas tem sido novidade, mas quem trabalha com cobrança
já se deparou com inúmeras situações delicadas semelhantes às vividas nessa crise. Mesmo que os desafios anteriores tenham acontecido em
proporções menores, a postura que precisamos adotar hoje, é a mesma postura que adotamos no passado com clientes de regiões que foram
afetadas por fortes chuvas e enchentes, ou um cliente individual que foi vítima de um assalto, incêndio ou problemas na empresa.
Tivemos que lidar com essas minicrises em algum momento. São situações que afetam a capacidade de pagamento e, ainda mais, o estado
emocional dos nossos clientes. Isso explica porque muitos desses clientes tenham reações impulsivas e tomem decisões equivocadas. A postura
de quem realiza cobranças deve ser sempre muito sensível, humana e equilibrada.
Ações objetivas
Vejamos algumas questões práticas de como lidar com cobranças em momentos de crise:
Foco principal
O que precisamos coibir nesse momento é o oportunismo. Portanto, devemos ser criteriosos, tendo cuidado com clientes que tentam se aproveitar
usando o limite de crédito que por ventura foi estendido nesse momento de crise. Inclusive, tem sido comum também o aparecimento de clientes
inativos (que há muito não compravam das empresas) querendo realizar grandes compras ou serviços, e solicitando crédito estendido. Cuidado
com esse tipo de situação.
Processo de cobrança
Antes de irmos para o processo de cobrança, devemos lembrar que o ideal é que o planejamento financeiro e orçamentário da empresa esteja
atualizado e projetado pelo menos até o fim de 2020. Também é importante pontuar que esses peças financeiras devem ser montadas nos
cenários pessimista, realista e otimista quanto a faturamento e inadimplência.
Recomenda-se o uso de parcelamentos e refinanciamentos de débitos com o intuito de diminuir o impacto financeiro no caixa da empresa.
Estratégia semelhante usada no combate ao Covid-19 onde busca-se achatar a curva de contágio a fim de suavizar os impactos na rede de saúde.
Achatar a curva do impacto financeiro significa manter o fluxo financeiro mesmo que menor e por mais tempo. Será catastrófico para uma empresa
muitos clientes atrasando os pagamentos por completo, de uma só vez. É mais fácil gerenciar efeitos suaves do que efeitos abruptos em finanças
corporativas.
Conclusão
Lembre-se que todos nós estamos enfrentando a mesma crise. Mas nossa empatia e compaixão deve ser compatível com a responsabilidade e
compromisso com nossa empresa. Não romantize a situação.
Perceba também que, apesar de não existir uma fórmula mágica para lidar com essa situação atípica e do caminho ser incerto, é possível
enxergar a crise com positividade e transformar esse desafio em oportunidade para reter clientes e gerar vínculos de negócios muito mais fortes.
Concluindo, lembramos que as empresas não irão sentir os efeitos de forma linear. É importante conseguir dosar os esforços em cada realidade.
Avalie como seu negócio impacta o cliente (bens e serviços essenciais tendem a sofrer menor impacto) e tenha em mente que a velocidade de
implementação das ações é fundamental. É preciso agir e antecipar eventos de atrasos.