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BIOGÁS
O que é?
O biogás é uma mistura gasosa combustível, produzida através da digestão anaeróbia, ou
seja, pela biodegradação de matéria orgânica pela ação de bactérias na ausência de oxigênio.

Esse é um processo natural que ocorre em pântanos, mangues, lagos e rios, e é uma parte
importante do ciclo biogeoquímico do carbono. Produzido, dessa maneira, o biogás não é
utilizado como fonte de energia.

A produção de biogás também é possível a partir de diversos resíduos orgânicos, como


estercos de animais, lodo de esgoto, lixo doméstico, resíduos agrícolas, efluentes industriais e
plantas aquáticas. Nesse caso, quando a digestão anaeróbia é realizada em biodigestores
especialmente planejados, a mistura gasosa produzida pode ser usada como combustível, o
qual, além de seu alto poder calorífico, de não produzir gases tóxicos durante a queima e de
ser uma ótima alternativa para o aproveitamento do lixo orgânico, ainda deixa como resíduo um
lodo que é um excelente biofertilizante.

Composição e propriedades do biogás


O biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de:

metano (CH4): 40 – 70% do volume de gás produzido.

dióxido de carbono (gás carbônico, CO2): 30 – 60% do volume de gás produzido.

traços de outros gases:

– hidrogênio (H2): 0 – 1% do volume.

– sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico, H2S): 0 – 3% do volume.

O poder calorífico do biogás é aproximadamente 6 kWh/m3, o que corresponde a


aproximadamente meio litro de óleo diesel. O principal componente do biogás, quando se
pensa em usá-lo como combustível, é o metano.

Digestão Anaeróbia
A digestão anaeróbia é uma reação bioquímica realizada em basicamente três estágios, por
diversos tipos de bactérias, na total ausência de oxigênio. O grupo de bactérias fundamental
nesse processo é o grupo de bactérias metanogênicas, que atuam na última etapa, formando
o metano (CH4).

Estágio 1
Nesse primeiro estágio, a matéria orgânica é convertida em moléculas menores pela ação de
bactérias hidrolíticas e fermentativas. As primeiras transformam proteínas em peptídeos e
aminoácidos, polissacarídeos em monossacarídeos, gorduras em ácidos graxos, pela ação de
enzimas extracelulares, como a protease, a amilase e a lipase

Depois, bactérias fermentativas transformam esses produtos em ácidos solúveis (ácido


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propiônico e butírico, por exemplo), álcoois e outros compostos. Nessa etapa também são
formados dióxido de carbono (CO2), gás hidrogênio (H2) e ácido acético (CH3COOH).

Estágio 2
Nesta etapa, bactérias acetogênicas transformam os produtos obtidos na primeira etapa em
ácido acético (CH3COOH), hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CO2). Essas bactérias são
facultativas, ou seja, elas podem atuar tanto em meio aeróbio como anaeróbio. O oxigênio
necessário para efetuar essas transformações é retirado dos compostos que constituem o
material orgânico.

Estágio 3
A última etapa na produção do biogás é a formação de metano. As bactérias metanogênicas,
as que formam o metano, transformam o hidrogênio (H2), o dióxido de carbono (CO2) e o ácido
acético (CH3COOH) em metano (CH4) e CO2.

Estas bactérias são obrigatoriamente anaeróbias e extremamente sensíveis a mudanças no


meio, como temperatura e pH.

As bactérias envolvidas na formação do biogás atuam de modo simbiótico. As bactérias que


produzem ácidos geram os produtos que serão consumidos pelas bactérias metano- gênicas.
Sem esse consumo, o acúmulo excessivo de substâncias tóxicas afetaria as bactérias
produtoras de ácidos.

Fatores que influem na produção do biogás


Uma vez que a produção de biogás é toda feita por bactérias, fatores que afetam a
sobrevivência das mesmas irão afetar diretamente a formação do biogás. Alguns dos fatores
mais importantes e que devem ser controlados são:

1. Impermeabilidade ao ar
As bactérias metanogênicas são essencialmente anaeróbias, portanto, o biodigestor deve ser
perfeitamente vedado. A decomposição de matéria orgânica na presença de ar (oxigênio) irá
produzir apenas dióxido de carbono (CO2).

2. Temperatura
As bactérias produtoras do biogás, em especial as que produzem metano, são muito sensíveis
a alterações de temperatura. A faixa ideal para a produção de biogás é de 35o a 45o C
(bactérias mesofílicas). Também se pode obter biogás com biodigestores trabalhando na faixa
de 50o a 60o C (bactérias termofílicas).

O mais importante é que não deve haver variações bruscas de temperatura, pois, do contrário,
as bactérias não sobrevivem e, portanto, a produção do biogás diminui consideravelmente.

3. Alcalinidade e pH
A acidez ou basicidade do meio é indicada pelo pH. A alcalinidade é uma medida da
quantidade de carbonato na solução (proveniente do CO2 produzido durante a digestão
anaeróbia). A alcalinidade é importante, pois, conforme as bactérias produzem ácidos, o que
implica em uma diminuição do pH, o carbonato reage com esses ácidos, o que leva a um
controle da acidez do meio (efeito tampão do carbonato).
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As bactérias que produzem o metano sobrevivem numa faixa estreita de pH (6,5 a 8,0).
Assim, enquanto as bactérias produtoras de ácido (estágio 1 e 2 da digestão anaeróbia)
produzem ácidos, as bactérias produtoras de metano consomem esses ácidos, mantendo o
meio neutro. Entretanto, as reações envolvidas nos estágios 1 e 2 são muito mais rápidas que
a produção do metano, por isso, ao se iniciar a produção do biogás, é necessário que já exista
uma população de bactérias metanogênicas presentes para que o processo seja bem
sucedido.

4. Teor de água
O teor de água dentro do biodigestor deve variar de 60 a 90% do peso do conteúdo total.

5. Nutrientes
Os principais nutrientes dos microorganismos (bactérias) são carbono, nitrogênio e sais
orgânicos. Uma relação específica de carbono para nitrogênio deve ser mantida entre 20:1 e
30:1. A principal fonte de nitrogênio são as dejeções humanas e de animais, enquanto os
polímeros presentes nos restos de culturas representam o principal fornecedor de carbono. A
produção de biogás não é bem sucedida se apenas uma fonte de material for utilizada.

Ração de cachorros e gatos são um bom exemplo de matéria orgânica que contém uma
relação de C:N de aproximadamente 30:1 e é uma ótima alternativa para o uso de dejetos de
animais em projetos escolares.

O Biodigestor
Uma boa performance do biodigestor dependerá de vários fatores, como:

Condições climáticas da região: no caso de um lugar com baixas temperaturas, deve-se


pensar numa isolação térmica e/ou aquecimento.

Material que será usado na construção: devem ser levados em consideração disponibilidade,
preço e resistência à corrosão.

Quantidade e tipo de matéria orgânica que alimentará o biodigestor: dejetos de animais (gado,
porco, galinha) ou humano, rejeitos de indústria agrícola, rejeitos de agricultura, etc. O mais
adequado é o dejeto de gado, uma vez que ele já contém as bactérias produtoras de metano,
que estão presentes no estômago do animal.

Alimentação do biodigestor: por batelada ou por alimentação contínua.

Por batelada, o biodigestor é alimentado e, após todo o material ter sido digerido, ele é
esvaziado e realimentado novamente.

Por alimentação contínua, o biodigestor é alimentado continuamente (todos os dias, ou a


cada 2 dias, por exemplo) e a mesma quantidade que foi adicionada é retirada; neste caso, a
produção de gás é contínua.

O biofertilizante
Simultaneamente à obtenção do biogás, a digestão anaeróbia de matéria orgânica produz,
como resíduo, uma substância com aspecto de lodo, que, quando diluída, pode ser utilizada
como fertilizante agrícola.

Esse fertilizante, chamado de biofertilizante, apresenta grande quantidade de nitrogênio e de


fósforo (principais componentes dos adubos industrializados), além da grande facilidade de
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imobilização pelos microorganismos no solo devido ao avançado grau de decomposição.

Vantagens e Desvantagens do biogás


Existem várias vantagens em se utilizar a digestão anaeróbia para a produção de biogás.

Podemos citar algumas:

Em termos de tratamento de rejeitos:

1. É um processo natural para se tratar rejeitos (resíduos) orgânicos;

2. Requer menos espaço que aterros sanitários ou compostagem;

3. Diminui o volume de resíduo a ser descartado.

Em termos de energia:

1. É uma fonte de energia renovável;

2. Produz um combustível de alta qualidade e ecologicamente correto (a

combustão do metano só produz água e dióxido de carbono, não gerando nenhum gás tóxico).

Em termos de meio-ambiente:

1. Maximiza os benefícios da reciclagem/reaproveitamento da matéria orgânica;

2. Produz como resíduo o biofertilizante, rico em nutrientes e livres de

microorganismos patogênicos;

3. Reduz significativamente a quantidade emitida de dióxido de carbono (CO2) e de metano


(CH4), gases causadores do efeito estufa.

Em termos econômicos:

1. Apesar do alto custo inicial, numa perspectiva a longo prazo resulta numa grande
economia, pois reduz gastos com eletricidade, transporte de butijão de gás, esgoto, descarte
dos demais resíduos, etc.

Entretanto, algumas pequenas desvantagens devem também ser levadas em consideração:

Sempre há formação de gás sulfídrico (H2S), um gás tóxico.

Dependendo do tipo de resíduo essa quantidade será maior ou menor, o que implica numa
possível etapa de tratamento do gás obtido, dependendo do uso dado ao mesmo.

Escolha adequada do material utilizado na construção do biodigestor, pois há formação de


gases corrosivos, como o H2S, o que a longo prazo implica um custo extra com manutenção.

Biogás e Gás Natural


O gás natural é uma mistura gasosa encontrada, geralmente, junto com o petróleo. A sua
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composição varia de acordo com a região onde é encontrado, mas seu constituinte principal é
sempre o metano. Outros possíveis componentes são: etano, propano, butano, gás carbônico,
gás sulfídrico, o biogás um excelente combustível.

A principal vantagem do biogás em relação ao gás natural é que o último, assim como o
petróleo, não é uma fonte de energia renovável. O biogás, sendo produzido pela degradação
de resíduos orgânicos, é uma fonte de energia renovável e inesgotável.

A principal aplicação do gás natural e do biogás é como combustível e, por sinal, um


combustível muito mais ecologicamente correto do que o carvão, a gasolina, diesel e outros
oléos combustíveis, pois a sua combustão não libera fuligem nem monóxido de carbono.

Os maiores produtores de gás natural são os EUA, a ex-URSS, os Países Baixos e o Canadá.
O Brasil produz muito pouco gás natural e é por isso que foi construído o gasoduto Brasil -
Bolívia, o qual irá aumentar a disponibilidade desse combustível limpo e barato.

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