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1 a 5 de setembro de 2003
UNICAMP, Campinas, SP
Título do trabalho:
silvanamariano@yahoo.com.br
Fone: (43) 3322-5888/ 3372-4162
Rua Mato Grosso, 937 – apto. 402
86.010-180 – Londrina/Pr.
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RESUMO
O trabalho busca refletir sobre a construção da teoria política feminista – mesmo sabendo que esta
também apresenta diversidades internas – de modo a analisar a forma como este pensamento vem
propondo alternativas políticas para problemas contemporâneos como desigualdade e diferença e suas
tentativas de estabelecer diálogos entre a experiência e os “problemas das mulheres”, com os quadros
mais gerais de interpelação das noções de cidadania e de democracia. Este cenário configura-se
também pelo crescente debate em torno da fecundidade das propostas teóricas oriundas do feminismo
e das inovações apresentadas pelos movimentos de mulheres em suas ações políticas. Considero que
algumas questões são centrais neste debate: suas propostas implicam em refundar ou em reacomodar
a democracia? O quanto suas bandeiras se articulam com demais problemas sociais, visando à uma
certa universalidade que amplie sua legitimidade política? Quais os reflexos gerados no interior do
Estado a partir da criação de novos formatos institucionais propostos pelo feminismo? Neste trabalho
apresenta-se algumas reflexões, visando ao desenvolvimento de pesquisas futuras.
INTRODUÇÃO
A exclusão das mulheres, bem como de outros grupos sociais, na arena pública, a
construção da noção de cidadania no ocidente e suas conseqüências para a formação do modelo de
democracia excludente, formam a condição histórica sobre a qual muitas feministas dirigem suas
críticas, com o propósito de contribuir para a construção de uma democracia inclusiva e pluralista.
A reflexão sobre cidadania e democracia, implicam, contudo, no debate sobre o
Estado, uma vez que este centraliza o poder político e assume a responsabilidade pela orientação das
políticas públicas. Neste caso, o formato institucional da organização do Estado adquire grande
relevância para se pensar na articulação em torno de demandas geradas pela sociedade, onde se inclui
o feminismo em particular e o movimento de mulheres em geral. Tem-se nisto, portanto, um dos pontos
de reflexão, debate, proposição e interferência do movimento de mulheres.
A crítica política feminista, especialmente nas últimas três décadas, apresenta uma
importante contribuição para o debate em torno de questões tratadas pelas teorias políticas. O
desenvolvimento, teórico e político, de uma concepção questionadora das relações sociais de gênero
constitui-se em um fator de questionamento dos pilares da democracia representativa e de promoção
da democracia participativa, o que tem provocado reflexos na organização do Estado.
A busca de novas formas de participação política e de criação de mecanismos que
favoreçam a participação feminina, são estratégias fundamentais na luta contra a desigualdade e na
defesa pela diferença. Para tanto, a teorização sobre gênero constitui-se numa importante ferramenta,
porém não sem dificuldades e desafios que até a atualidade são postos para reflexão.
Este mesmo cenário configura-se também pelo crescente debate em torno da
fecundidade das propostas teóricas oriundas do feminismo e das inovações apresentadas pelos
movimentos de mulheres em suas ações políticas. Algumas questões centrais têm colocado a própria
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demandas por políticas públicas. Nas últimas décadas, no Brasil, o tema das políticas públicas tem
estado no centro dos debates sobre desigualdade (econômica) e injustiça (cultural ou simbólica),
debates estes fomentados sobretudo no interior de movimentos sociais em luta pelo reconhecimento
das formas de diferença, isto é, pelo reconhecimento das minorias. O feminismo e o movimento negro
podem ser apontados como os movimentos pioneiros nisto que podemos chamar de política identitária
ou política da diferença, que marcam o cenário denominado multicultural ou intercultural, dependendo
das orientações teóricas e políticas.
As reivindicações dos movimentos sociais, orientadas para as políticas públicas,
implicam numa concepção de que o Estado desempenha importante papel quanto ao patamar do
acesso das populações à cidadania, assim como representam questionamentos às tradicionais
concepções de democracia e de cidadania.
No que diz respeito à relação entre feminismo e políticas públicas, muito esforço
tem sido dedicado às reivindicações pela incorporação de gênero nas políticas públicas. Segundo
Virginia Guzman,
presentes na concepção liberal. Essa desconstrução provoca abalos em qualquer teoria política
fundada nesses princípios de universalidade.
Uma das questões fundamentais na teorização de gênero encontra-se na
compreensão de que, sendo as desigualdades de gênero socialmente construídas, estas, por
conseguinte, podem ser transformadas (SAFFIOTI, 1994). Disto resulta uma dupla aplicação do
conceito de gênero, como categoria analítica, visando a compreender e explicar as formas de
subordinação das mulheres; e como categoria política, servindo de instrumento para construir
identidades e de arcabouço para propor alternativas de luta que transformem a condição de
subordinação, visando à eqüidade de gênero.
Esta teorização converge para o debate sobre o Estado, uma vez que suas
determinações “alcançam os mais ocultos espaços da vida privada” (SAFFIOTI, 1994, p. 273), como
também a vida pública, e podem, por meio de projetos sociais e políticas públicas, produzir, reproduzir
ou transformar as relações de gênero (GUZMÁN, 2000).
Objetivando alçancar formas objetivas de interferir neste locus privilegiado de
poder, muitas ações feministas foram direcionadas desde a década de 80 para a criação de estruturas
governamentais no interior do Estado, introduzindo com istoalgumas inovações na burocracia estatal.
Penso que há nas experiências de órgãos como conselhos, coordenadorias, assessorias e secretarias
de políticas para mulheres, a potencialidade de novamente questionar a neutralidade do Estado e, com
ela, a noção de sujeito universal. Avaliar a influência exercida, de fato, na orientação das políticas
públicas setoriais, ainda exige a realização de pesquisas que possam apontar em que medida se
concretiza suas influências. Neste sentido, as temáticas relacionadas às políticas públicas adquirem
grande importância nas reivindicações feministas e constituem-se em importante objeto de debate e de
análise.
No decorrer da década de 90, especialmente a partir de 1995, com a realização da
IV Conferência Mundial sobre a Mulher, promovida pela ONU – Organização das Nações Unidas –, o
debate sobre a incorporação de gênero nas políticas públicas ganhou maior notoriedade pública e
apelo político, passando a apresentar-se nos mais variados segmentos sociais, políticos e estatais,
ampliando inegavelmente as influências feministas no conjunto da sociedade. Pode-se dizer que a
ampliação dos campos de influência feminista nas últimas décadas é fruto da teorização de gênero.
A importância da perspectiva de gênero está relacionada à democratização das
relações sociais entre homens e mulheres, partindo do entendimento de que estas são relações de
poder, conforme Joan Scott (SCOTT, 1990), as quais estruturam sistemas de desigualdades sociais.
Para tanto, as proposições de projetos e políticas públicas, quando orientados pela concepção portada
pela categoria “gênero”, implicam em vislumbrar impactos nessa estrutura de poder fundados nos
gêneros, visando, com isso, a promover o empoderamento das mulheres, de forma a abalar as relações
de subordinação.
Portanto, as reivindicações pela incorporação da perspectiva de gênero nas
políticas públicas partem da compreensão de que homens e mulheres ocupam papéis distintos na
sociedade, os quais fundamentam relações desiguais entre os sexos, que são construídas social e
historicamente. Pressupõe o entendimento de que a população não é homogênea e de que as políticas
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Como analisado por Carole Pateman, as versões sobre o contrato social, para
compreender a sociedade moderna, desprezam a questão do contrato sexual, que estabelece o
patriarcado moderno e a dominação dos homens sobre as mulheres. O contrato social apresenta uma
ficção política que funda a liberdade individual e universal, encobrindo a existência do contrato sexual
e do contrato da escravidão; portanto, das formas de dominação e de submissão (PATEMAN, 1993).
Colocando luz sobre a ficção da igualdade liberal, por sua insuficiência enquanto
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igualdade apenas formal, as feministas, assim como outros movimentos, têm apontado a necessidade
e a legitimidade das ações afirmativas, que implicam na luta pelo reconhecimento das diferenças e/ou
desigualdades.
A adoção de cotas para mulheres candidatas é um exemplo emblemático de ação
afirmativa no campo do feminismo e é também uma das experiências mais interessantes da
democracia brasileira, pois
Além das cotas para mulheres candidatas, outras ações podem ser citadas como
exemplos de incorporação nas políticas públicas de demandas pela incorporação de gênero, tais como
a recomendação do Ministério da Saúde para se adotar protocolos especiais no atendimento na rede
de saúde à mulher vítima de violência; a recomendação do Ministério de Planejamento para se adotar
critérios de elegibilidade nos programas habitacionais que facilitem a inserção das mulheres chefes de
família; e a prática adotada em muitos programas de transferência de renda, como o bolsa escola, de
se priorizar o atendimento às famílias chefiadas por mulheres.
Quando o movimento feminista (ou parte dele) reivindica ao Estado o atendimento a
questões específicas da mulher, põe em xeque alguns pilares da democracia liberal: o indivíduo como
unidade política; a universalidade das regras; e a neutralidade do Estado. No bojo das reivindicações
feministas, a unidade política passa a ser os grupos sociais, neste caso dividido por sexo; a
universalidade das regras é substituída por direitos especiais a grupos específicos; e a neutralidade do
Estado e das instituições políticas é substituída pela concepção de que este, tendo participado dos
sistemas de reprodução das desigualdades deve, então, absorver demandas para a promoção da
eqüidade entre homens e mulheres, bem como entre outros grupos.
Rompem, assim, com a imagem do Estado neutro e defendem que este é uma
arena de forças políticas que traduz conflitos existentes no seio da sociedade. Com isto o próprio eixo
da democracia é deslocado, em alguns aspectos, da teoria liberal. A experiência política e contribuição
teórica do feminismo contribuem também para a tematização de outras formas de desigualdade e
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exclusão, como, por exemplo, as questões raciais e as relacionadas à pobreza e à desigualdade social
de forma mais gera.
Reivindicações similares às do feminismo compõem o cenário contemporâneo
multiculturalista ou interculturalista de luta por interesses de extração identitária, ora em defesa à
diferença, ora em combate à desigualdade. Neste cenário o feminismo é visto como um dos
precursores na defesa do direito à diferença. Como nos mostra Céli Pinto, estas questões colocam a
democracia frente a um contexto ao mesmo tempo complexo e contraditório:
igualitarismo, enquanto que a luta por reconhecimento denuncia um tipo de injustiça cultural e simbólica
que, para ser superada, deve incluir as diferenças (FRASER, 1997, apud PINTO, 2000).
Fraser propõe uma transformação estrutural da esfera pública, para dar conta das
exclusões e injustiças. Tal proposta está pautada por sua crítica aos princípios sobre os quais se
organiza o modelo liberal da esfera pública. Duas questões norteiam sua crítica. Primeiro entende que
a construção da esfera pública deu-se sobre exclusões, constituindo-se como branca, burguesa e
masculina. Segundo, entende que a esfera pública quando inclui coloca as diferenças entre parênteses
e, tratando todos como se fossem iguais, discrimina os menos poderosos e os diferentes (PINTO,
2000).
Portanto, igualdade e diferença não são absolutamente termos opostos, não se
trata de uma díade. Igualdade se opõe à desigualdade. Diferença se opõe à uniformização. A forma
como o feminismo tem construído novas articulações entre igualdade e diferença, ou diferenciação e
universalismo, é um dos principais pontos em que repousam os desentendimentos com concepções
políticas e teóricas acostumadas a opor igualdade e diferença, em defesa do universalismo.
Iris Young entende que,
“em uma sociedade onde existe o corte entre grupos de oprimidos e de opressores,
abrir mão de interesses particulares em benefício do ponto de vista geral é
reproduzir a opressão. Para superar esta condição, Young propõe o público
heterogêneo:
„Ao invés de uma cidadania universal capaz de gerar generalidade, nós
necessitamos de uma cidadania grupal diferenciada e públicos heterogêneos. Nos
públicos heterogêneos, as diferenças são publicamente reconhecidas e, ao mesmo
tempo, consideradas irredutíveis, o que significa que pessoas que adotam uma
perspectiva histórica não poderão jamais conhecer a adotar o ponto de vista de
pessoas herdeiras de outras perspectivas e histórias‟ ” (YOUNG, 1995, p. 184, apud
PINTO, 2000, p. 141).
Tal concepção vai ao encontro da leitura feita por Boaventura de Souza Santos, ou
seja, a reivindicação feminista busca “uma forma de igualdade sem mesmidade, compatível com a
afirmação da diferença original da humanidade entre masculino e feminino” (SANTOS, 1995, p. 20).
Para resolver o falso dilema entre igualdade e diferença, o autor propõe um princípio segundo o qual
“As pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os
inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”
(SANTOS, 1997 apud SCHERER-WARREN, 2000, p. 34).
priva de toda e qualquer referência mútua. Não são todas as diferenças que irão gerar benefícios aos
seus portadores. Muitas diferenças podem, na verdade, reforçar sistemas de dominação cultural, como,
por exemplo, a divisão do trabalho por gênero. Afirmar um tipo de diferença em que os homens são
tomados como provedores e as mulheres como mantenedoras, ou, em que os homens ocupam as
profissões mais bem reconhecidas e as mulheres o trabalho desqualificado, seria perpetuar o sistema
de subordinação e dominação entre os gêneros.
Da forma como tem se dado sua história, podemos afirmar que não interessa ao
movimento feminista reivindicar uma forma de diferença que implique no aprisionamento da mulher à
esfera privada e aos lugares determinados pela tradicional divisão do trabalho por gênero. Qual
diferença então será bem aceita e defensável pelas e para as mulheres? Não se trata de um problema
teórico que pode ser respondido a priori. Somente a práxis política do movimento de mulheres pode
responder – e de fato tem respondido – com a contribuição da produção teórica feminista. Apreender
esse fenômeno tão matizado é fundamental para a formulação de políticas públicas com a ótica de
gênero.
Assim, as reivindicações pela incorporação de gênero nas políticas públicas
continuam sendo uma estratégia privilegiada de inclusão das diferenças na cidadania. Contudo, essa
inclusão não se dá apenas por adição, mas principalmente por revisão dos fundamentos tradicionais da
democracia (MOUFFE, 1996 e VARIKAS, 1996). A própria noção de cidadania passa a ser
problematizada na contemporaneidade a partir de sua capacidade de realizar tal inclusão. Como
propõe Ilse Scherer-Warren,
“A construção da cidadania (...) somente poderá ser concretizada na medida em
que se associarem os princípios de responsabilidade e de solidariedade com os
princípios de inclusão e interação social aberta a todos os tipos de minorias, de
reconhecimento público das diversidades culturais e de legítima e igualitária
possibilidade de participação de todos nas esferas públicas referentes que lhes
dizem respeito” (SCHERER-WARREN, 2000, p. 45).
1
Sobre os “novos movimentos sociais” ver: SCHERER-WARREN, Ilse e KRISCHKE, Paulo (orgs.).
(1987) Uma revolução no cotidiano? São Paulo: Brasiliense; e SADER, Eder. (1988) Quando novos
personagens entraram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São
Paulo 1970-1980. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
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Esta posição da mulher fez com que, historicamente, sua participação na esfera
pública como sujeito político fosse marcada pela luta por sua inclusão. Conforme Anna Rossi-Doria, a
própria concepção de esfera pública e de cidadania no Ocidente foi construída com base na exclusão
da mulher, o que não representava seu esquecimento, mas seu encerramento nas funções domésticas
entendidas como seu dever e destino. Assim, a dicotomia construída entre esfera pública e privada se
associava à dicotomia masculino/feminino, representando a exclusão da mulher da esfera pública e sua
opressão na esfera privada (ROSSI-DORIA, 1995).
Na tradição ocidental, dicotomias como público/privado, produção/reprodução
e masculino/feminino serviram como elementos fundadores da relação de subordinação da mulher ao
homem, ou, em outros termos, de dominação da mulher pelo homem (BONACCI e GROPPI, 1995).
Assim, teóricas feministas construíram uma problemática de análise da articulação entre relações de
gênero, democracia e cidadania.
A luta pela cidadania da mulher implicou, neste aspecto, em ressignificar as noções
de democracia e de cidadania (SILVEIRA, 1999). A radicalidade necessária para politizar questões
relacionadas à situação das mulheres implicou também no questionamento das delimitações
estabelecidas tradicionalmente entre esfera pública e esfera privada. Segundo Annarita Buttafuoco,
mais do que uma redefinição, buscava-se a constituição de uma osmose entre público e privado e,
portanto, entre esfera masculina e esfera feminina (BUTTAFUOCO, 1995).
Nos termos colocados por Céli Pinto,
gênero está estreitamente ligada a uma outra trajetória que é a do privado para o
público em duas vertentes: tanto na apropriação do espaço público clássico, o
espaço do político, como na redefinição do privado enquanto espaços de luta e,
portanto, espaço público” (PINTO, 1994, p. 196).
“Parece não ser exagero afirmar que é neste período que o sujeito mulher
surge no país. As mulheres começam a falar a partir de sua condição de
mulher, condição esta que é constituída a partir do reconhecimento da opressão, do
reconhecimento da história pessoal e coletiva, de constituição de interesses e lutas
próprias” (PINTO, 1994, p. 195).
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“Novo feminismo” é uma expressão empregada na literatura sobre o movimento de mulheres para
se referir ao período posterior à década de 60, marcado pela maior radicalidade das feministas em lutas
contra a opressão feminina. Tamém é utilizada para o mesmo fim a denominação de “segunda onda” do
feminismo. Ver, entre outras: TOSCANO, Moema e GOLDENBERG, Mirian. A revolução das
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contra as várias formas de desigualdades sociais e exclusão política. Essas características marcam
mais objetivamente a preocupação do feminismo para com um certo universalismo em termos de
igualdade e inclusão das diferenças, sendo este universalismo compreendido com base em outras
referências, que incluem as diferenças, portanto fundado no pluralismo. Contudo, a busca por esse
universalismo continua como um desafio permanente para o feminismo, considerando que precisa ser
sempre construído, redefinido e articulado em cada contexto político.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
_____. A democracia desafiada: a presença de direitos multiculturais. In: AVRITZER, Leonardo e DOMINGUES,
José Maurício (orgs). Teoria social e modernidade no Brasil. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.
ROSSI-DORIA, Anna. Representar um corpo: individualidade e “alma coletiva” na luta pelo sufrágio. In:
BONACCI, G. e GROPPI, A. (orgs). O dilema da cidadania: direitos e deveres das mulheres. São
Paulo: Ed. Unesp, 1995. pp. 109-128.
SAFFIOTI, Heleieth I. B.. Pósfácio: Conceituando o gênero. In: SAFFIOTI, Heleieth I. B. e MUÑOZ-VARGAS,
Monica (orgs.). Mulher brasileira é assim. Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1994. p.271-283.
SANTOS, Boaventura de Souza.. Subjetividade, cidadania e emancipaçào. In: ___. Pela mão de Alice: O social e o
político na Pós-Modernidade. São Paulo: Cortez, 1995. p.235-280.
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SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos em cena... e as teorias por onde andam? In: SCHERER-WARREN, Ilse;
LEIS, Hector; COSTA, Sérgio; et al. Cidadania e multiculturalismo: a teoria social no Brasil contemporâneo.
Lisboa: Socius, 2000. p.23-51.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 16, n 2,
p.5-22, 1988.
SILVEIRA, Maria Lúcia da. Contribuições da perspectiva de gênero para o esboço de alternativas emancipatórias
da sociedade. In: BATISTA, D. et al (org.). Cidadania e subjetividade. São Paulo, Imaginário, 1997. p. 161-180.
TOSCANO, Moema e GOLDENBERG, Mirian. A revolução das mulheres: um balanço do feminismo
no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1992.
VARIKAS, Eleni. Refundar ou Reacomodar a Democracia? Reflexões críticas acerca da paridade entre
os sexos. Revista Estudos Feministas, v. 4, n.1, p. 65-94, Rio de Janeiro: CIE/ECO/UFRJ, 1996.