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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (NÃO) CLÁSSICO.

“Dar bom dia a cavalo” 1

Esta é uma proposta de leitura e interpretação da entrevista do Senhor


Secretário de Finanças de Guarulhos veiculada no “do Ponto” - A folha do passageiro
ano II, número 80 (25 de novembro a 01 de dezembro de 2010). Abordando o projeto do
IPTU 2011.

Nada de anistia. “O dever do município é, sim, criar mecanismos que ajudem


o bom pagador”. Qual é o mecanismo efetivo que o novo projeto cria? Nada novo foi
apresentado. Será que está nas entrelinhas a adoção de nota fiscal eletrônica de serviços
com descontos no IPTU conforme adotado no município vizinho?

NESTOR CARLOS SEABRA MOURA, “que está na Secretaria de


Finanças, há 10 anos”, diz: “"os últimos 10 anos, não foi colocada em prática
nenhuma ação para se manter ou ampliar a arrecadação.” É um mea culpa? É uma
confissão de inoperância? Qual o motivo de ficar 10(dez) anos sem nenhuma ação e
empurrar ao legislativo, no afogadilho, a aprovação da mudança do IPTU para 2011?
Será que atrás dessa proposta se vela garantir o lançamento do IPTU com base em
foto aérea?

A manutenção da arrecadação em termos de IPTU é garantida por lei, tendo


em vista que o lançamento é de ofício. O IPTU é o imposto real que incide sobre o valor
venal do imóvel. Vez registrada a alíquota e o valor venal, o lançamento é efetuado. A
arrecadação se mantém. SEABRA não sabe o que diz quando fala em “ação” para
manutenção da arrecadação do IPTU. Ação para manutenção e ampliação da
arrecadação do IPTU, depende de uma política efetiva de execução fiscal dos créditos
lançados a título de IPTU; atualização dos valores venais dos imóveis com a correção da
PGV (Planta Genérica de Valores), o que não ocorre há mais de 9 (nove) anos por
omissão2, além do principal: atualização cadastral.

Quando se constrói um edifício novo, uma nova casa, uma nova indústria,
regular ou não, existe uma atualização no Cadastro Imobiliário, momento em que o
“agente cadastrador” apura o fato gerador. Esta é uma “ação” que poderia ser
interpretada como “manter” e “ampliar” a arrecadação e certamente foi feita nestes
últimos 10(dez) anos, principalmente diante do “boom” imobiliário que ocorreu em
Guarulhos. Ou isso não foi feito? Vejamos:“o cadastramento de cerca de novos 100 mil
imóveis, que estão “perdidos” pela cidade e fora do cadastro”. Estamos diante de mais
uma confissão de inoperância? Estamos diante de um factoide meramente criado para

1
Ditado popular, que insiste em equiparar a equino quem muito fala. Ofensa aos equinos. Deveríamos dizer “Dar bom
dia a Contribuintes”, os “muares” que suportam os encargos do Estado.
2
Lei 2.210/77, Art. 17. (...) Parágrafo único. O Executivo publicará, anualmente, “plantas genéricas de valores” que
conterão os valores dos terrenos para efeito de tributação devendo as mesmas, a partir do exercício de 1979, serem
aprovadas pela Câmara Municipal.
1
ofuscar o leitor? A defesa da Anistia de 2004, feita com base em busca de recursos,
também poderia ter sido feita com base na atualização do cadastro do IPTU que ela
gerou. Colocar 100 mil imóveis “perdidos” é um desrespeito com o servidor
“cadastrador de imóveis”, um acinte ao bom pagador do IPTU.

Por falar em omissão, SEABRA contratou a empresa CTAGEO -


ENGENHARIA E GEOPROCESSAMENTO LTDA (PA 27.768/10), para elaborar a
nova PGV, ao custo de R$ 429.500,00. A PGV já está pronta, mas para alívio dos
contribuintes e afronta ao erário municipal, ao que tudo indica, só será corrigida para
2012, juntamente com o recadastramento do IPTU. Como a PGV tem que corresponder
ao valor de mercado, o que não ocorre há 9(nove) anos, os contribuintes vão ter uma
surpresa desagradável em 2012, já que o valor dos imóveis em Guarulhos teve
crescimento superior a 100% nos últimos 5 anos, que, com certeza, refletirá no IPTU.
Mas como 2012 será ano eleitoral, os vereadores terão que dar explicações sobre o
aumento que aprovarão do IPTU, como ocorreu em 2001 com a progressividade do ex-
prefeito Elói Pietá, já que a maioria dos vereadores se limita em ler a exposição de
motivos do executivo.

Por falar em “cadastrador de imóveis”, em 1991 o Departamento de Receita


Imobiliária contava com aproximadamente 100 (cem) desses servidores, mas passados
20 anos são por volta de 60 (sessenta), já que alguns se aposentaram, outros pediram
exoneração, além de não ocorrer concurso desde 1994. Mas quantos estão exercendo sua
competência? Menos de 25(vinte e cinco), mas por que se preocupar com isso?
Acabaram de contratar a MILLE"IO - SERVICOS TEC"ICOS LTDA (PA 24.673/09),
por R$ 9,3 milhões3, para ilegalmente fazer a parte de lançamento tributário que é de
competência exclusiva de Estado e privativa do “cadastrador de imóveis”. Já
imaginaram se os contribuintes resolverem impugnar os lançamentos do IPTU que
serão procedidos pela Millenio por não observância do Art. 142 do Código Tributário
,acional?

SEABRA promete “desconto de até 5% para quem tenha árvores na


calçada”, “vamos fiscalizar. Quem não cuidar das árvores, perde o direito ao
benefício.” Será que o Município dispõe de Fiscais suficientes para fiscalizar quem
cuida de árvores? Lembrando que, caso fosse competência destes, Guarulhos dispõe de
apenas 52 (cinquenta e dois) Fiscais para cuidar de toda fiscalização de posturas, licença
de funcionamento e publicidade. Registramos que no último concurso para o cargo de
Agente de Fiscalização nos idos de 2002, ocorreu admissão de apenas um. Ao invés de
fiscalizar quem não cuida de árvores, não seria melhor atualizar o cadastro incluindo os
100 mil imóveis “perdidos” sem ter que recorrer à questionáveis terceirizações
(introduzindo, iniciativa privada, lucro em atividade exclusiva de Estado)? Será que esta

3
Esse valor está sendo custeado com verbas próprias, mas poderia ser reduzido pela metade do valor, se a prefeitura
usasse verbas do PNAFM - PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E
FISCAL(http://www.ucp.fazenda.gov.br/guarulhos-lanca-pagina-na-internet-para-o-acompanhamento-do-pnafm;
http://www.guarulhos.sp.gov.br/pnafm/). Mas como a fiscalização do CGU, diferente da dos vereadores, não é
condescendente...
2
redução de apenas 5%(cinco por cento), não é um engodo, não se perfaz em mero
factoide?

O que certamente será bem executado será desconto de 20% para grandes
empresas ou residências luxuosas que tenham “duas de nove medidas ambientais, entre
as quais, aquecimento solar, capitação de água de chuva, re-uso da água, coleta
seletiva de lixo, sistema natural de iluminação, construção com material sustentável e
telhado verde (gramado)”, já que tais medidas ambientais são de custo elevado. Ficando
evidente que o desconto do IPTU será acessível aos imóveis de maior valor venal,
garantindo aos ricos a possibilidade de se esquivar dos impostos.

Os pobres, proprietários de imóveis simples, não estarão beneficiados com a


expressiva redução de 20%(vinte por cento). Estarão isentos imóveis com IPTU no valor
de até 75 UFG4, qual é o valor venal do imóvel correspondente? Considerando a alíquota
de 0,6% o valor venal do imóvel isento é de cerca de R$ 25.000,00. Esta informação de
isenção não está clara. Por que não informar claramente como em São Paulo? Lá estão
isentos os imóveis com valor venal de até R$ 75.000,00, redução de R$ 37.500,00 no
valor venal até R$ 185.000,00. Uma simples “navegada” nos sites da Prefeitura de São
Paulo dá para notar o quão obtusa (mascarada) é colocada esta informação em
Guarulhos. Qual é a mais séria maneira de informar o Contribuinte? A de São Paulo5 ou
a de Guarulhos? Agravando este ponto surge aqui outra pergunta: num mesmo terreno
um ou vários prédios são divididos em “blocos” e “sub-blocos”, quando todos os
lançamentos do IPTU forem iguais ou menores de 75 UFG, a isenção será estendida a
todos blocos e sub-blocos?

Continua a lógica perversa de onerar milhares de pobres, com impostos altos,


beneficiando ricos. O pequeno proprietário de imóveis em Guarulhos sabe que paga
mais IPTU que os pequenos imóveis em São Paulo6 (imóveis com valores de mercado
equivalentes).

Segundo SEABRA, será procedido “Mudança no sistema de enquadramento


dos imóveis, que agora serão avaliados em apenas seis categorias (rústico, econômico,
simples, médio, superior ou fino).” Como será feito tal “avaliação”? Na realidade
deveríamos entender como cadastramento em seis categorias, posto que avaliação é
atribuição do valor venal. Que enigma resta ser revelado caso se mantenha a Planta
Genérica de Valores, e mesmas alíquotas? Como se dará o aumento do IPTU? Como se
dará a alteração de cadastramento de todos os imóveis de 27/12/2010 até 01/01/2011?
Como farão o novo enquadramento para 2011? Será que não se atentaram de que o IPTU
é um imposto real, cuja base de cálculo para lançamento é o somatório do valor do
terreno mais o valor da área predial, e que nesta última existe avaliação do custo de

4
O valor da UFG(Unidade Fiscal do Município de Guarulhos) de 2010 é R$1,9877.
5
Não tenho nenhuma simpatia com o prefeito de São Paulo, política ou “ideológica”.Apenas faço referência em
virtude da proximidade geográfica, e porte do Município, tendo em vista que Guarulhos é o segundo maior município
do Estado.
6
Novamente citamos a Capital Paulista simplesmente pela proximidade geográfica e única cidade possível de
comparação a Guarulhos (segunda maior cidade do Estado de São Paulo).

3
reprodução do prédio corrigido pelo fator de depreciação, portanto, precede de prévio
levantamento in loco? Procederão o reenquadramento com base do “Ctrl C” e “Ctrl V”?
Será que esqueceram que, com o advento da progressividade, 30 mil processos
administrativos de revisão foram protocolados e tal situação poderá se repetir só que
agora em proporção geométrica? Imaginem agora com os contribuintes cientes dessas
ilegalidades?

Qual processo de modernização abarca reenquadramento imediato em seis


categorias de 343.330 imóveis e não inclui os 100 mil imóveis “perdidos”? Noutros
termos, quase 30% (trinta por cento) dos imóveis do município não estão cadastrados?
Estamos diante de um factoide? De uma renúncia fiscal velada? De uma confissão de
improbidade administrativa?

Inadimplência causa prejuízo? Desde quando a Prefeitura Municipal tem que


ter lucro? Quando dizemos que alguém tem prejuízo é porque ela deixou de ter lucro.
Prejuízo é oposto de lucro. Jamais poderia utilizar esta expressão em termos de tributos.

A impontualidade no recolhimento do IPTU tem levado os contribuintes a


serem ameaçados de inscrição no Serasa e outros serviços de proteção ao crédito.
Mesmo sabendo que não se trata de relação de consumo, afeto ao Código do
Consumidor. Não se trata de relação creditícia. O Município dispõe de célere processo
de execução fiscal e de um excelente quadro de Procuradores. Existem duas Varas da
Fazenda Pública em Guarulhos cuja competência legal é conduzir as execuções fiscais.

Segundo dados coletados na última greve dos servidores do judiciário, 80%


dos “funcionários” das Varas de Execução Fiscal são “emprestados” pela Prefeitura e
estão em desvio de função. Auxiliando o Juízo no trâmite dos processos e colocando em
cheque a imparcialidade de julgamento. Como um Juiz pode julgar contra a Prefeitura se

4
80% dos “serventuários” de seu Ofício são “emprestados” pela Prefeitura? Os
contribuintes de Guarulhos sabem disso?

Mesmo assim, com esta facilidade que é a execução privilegiada, o Secretário


SEABRA quer inverter as coisas, colocar culpa nas costas dos Contribuintes,
escondendo sua inoperância com a questão. Sugere quatro formas de combater a
inadimplência:

1) “Procurar não exorbitar o aumento da a carga tributária”, Confessa que


é exorbitante? Temos inadimplência e (in)atuação por dez anos; Discurso
muito estranho diante de uma proposta de lei que trará aumento real da
carga tributária;
2) “cobrar imposto justo, onde todos vão querer pagar”. Diante da
inadimplência, esta declaração confessa que a carga tributária é injusta.
Em suas próprias palavras, estando 10 (dez) anos diante do cargo e
registrando tal observação contradiz a si próprio. (Cerca de 30 % não
estão inadimplentes). Nefasto discurso para um Secretário de Finanças.
Está pressupondo que muitos não pagam por não querer pagar, na
realidade é porque o imposto é injusto e esbarra na capacidade
contributiva do contribuinte, quanto esse senhor não tomou os devidos
cuidados quando da implantação do IPTU progressivo, ignorando a
capacidade contributiva dos contribuintes.
3) “aplicar de forma correta e transparente e sempre em benefício da
cidade”. Porque está sugerindo que isto não está sendo feito até agora?
Está confessando que o tributo está sendo utilizado nos redutos eleitorais
do partido político da situação? Isto estaria levando os contribuintes a
uma espécie de “insurreição civil” não querendo pagar o IPTU?
Francamente, perdeu-se a noção do ridículo. Estão acreditando que tudo
está “mil maravilhas” e que os inadimplentes estão assim porque não
querem saldar seus débitos.
4) “cobrar administrativamente uma dívida”. Diz isto como se não o
praticasse, inclusive com ameaças de “negativação” do nome do
contribuinte no SERASA. E também com todos os programas de
parcelamento dos tantos “REFIS”. Está sugerindo que se deve abandonar
a Execução Fiscal perante o Judiciário?

Este ponto deveria ser mais bem trabalhado, pois é um verdadeiro “tapa na
cara do bom pagador”. Veicula-se nos bastidores que o Município estaria disposto a
“bancar” com dinheiro do munícipe guarulhense mais “duas” Varas da Fazenda Pública
(de competência do Judiciário Estadual). Ou seja, quer o Município “doar”, “dar”
dinheiro do munícipe para o Estado de São Paulo para “aparelhar a máquina” de cobrar
o imposto do munícipe inadimplente. O munícipe está equipando uma “arma” contra si.
E o Tribunal de Contas certamente achará isto “legal”. Não queremos dizer que não deva
existir mais Juízos da Fazenda para promover execução fiscal em Guarulhos,

5
simplesmente deveriam não ser financiados pelo dinheiro da Prefeitura posto que
compromete a imparcialidade do Juízo.

A falta de seriedade não tem limites. No mesmo Jornal, SEABRA afirma


que o Município tem uma Dívida Ativa de 1 bilhão e 800 milhões, grande parte dela é
constituído de créditos podres. Quem mantém “créditos podres” é a municipalidade e
não a INFRAERO. A nota acima leva ao leitor/eleitor a impressão de que a INFRAERO
não “colabora” com Guarulhos. Isto não é verdade. A INFRAERO retém o ISSQN de
seus prestadores e repassa para os cofres do Município.

SEABRA sugere que “SE ABRA” o capital da INFRAERO, ou seja, que se


“privatize” a autarquia que hoje está afeta ao Ministério da Aeronáutica. Interessante
sugestão, num momento em que se propala aos quatro ventos que não se privatizará a
PETROBRÁS. Retirar a INFRAERO da AERONÁUTICA e passá-la aos cuidados do
“mercado” como uma “empresa estatal” é muito perspicaz.

Talvez acredite que para ganhar alguns trocados de IPTU ou ISSQN em


Guarulhos, queira mudar a atividade Estatal que a Aeronáutica exerce na INFRAERO
(em todo o Brasil). Quer dar uma tratativa de serviço privado ao Ministério da Defesa.
Talvez a mesma tratativa que dá à fiscalização do ISSQN (GISS ON LINE) e do IPTU
(MILLENIUM) em Guarulhos. Tratativa que retira a atividade de Estado do servidor
público passando para empresas do setor privado que supostamente é eficiente. Tal (in)
eficiência é manifesta no seu discurso. Como o texto já está deveras extenso, não
comentarei a indecência que é a dependência da prefeitura de programas de
computadores na área tributária, seja o GISS ON LINE(ISSQN) E SIRF/SIADEM-
GIAP(IPTU), todos de empresas terceirizadas.

Sendo um munícipe mais atento ou, no meu caso, um ex-servidor daquela


Secretaria, que bem conhece o Secretário SEABRA, sabe que foi o “boom econômico”
dos últimos 8(oito) anos, com seu acréscimo natural de receita própria somados às
gigantescas transferências de receitas estaduais e federais que ocultou a inoperância de
SEABRA, que, em 10(dez) anos a frente da Secretaria, confessa que nada fez para
aperfeiçoar ou melhorar o sistema próprio de arrecadação do município, o que estará
evidente no período de “vacas magras”.

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Nem mesmo resolveu questões administrativas menores; como solucionar o
“burburinho” entre Inspetores Fiscais de Rendas e Agentes de Fiscalização lotados no
DRM - Departamento de Receita Mobiliária, enveredou por imputar a estas questões
menores, as mazelas da Pasta pela qual é (ir)responsável, e agora quer também atribuí-
las ao Contribuinte!

Contribuinte! SEABRA lhe dá bom dia, melhor fosse aos cavalos, os equinos
não pagam a conta, você sim. Espere seus próximos “carnês” de IPTU (2011/2012) e
entenderá melhor o que queremos dizer.

Guarulhos, em 26 de dezembro de 2010.

Elson de Souza Moura


RG 18.837.146 SSPSP
Pq. Continental 3

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