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Obediência e Prosperidade.

Acompanhando as regiões mais povoadas do Rio de Janeiro, sem


muito rigor, percebe-se uma grande diversidade entre as igrejas
Protestantes, centros de Umbanda e Candomblé, e até outras religiões
menos conhecidas pelo vulgo. Este fenômeno é cada vez mais comum na
Baixada Fluminense, e isto desde a primeira metade do século XX.

Ouvimos sempre falar que somos um país majoritariamente católico,


que seguimos com veemência a tradição dos nossos colonizadores, que
mais extraíram riquezas do que propriamente povoaram esta região em
ritmo de colônia, mas na verdade somos uma diversidade imensa de
religiões, crenças e hábitos religiosos, que seguimos uma lógica cristã
católica acompanhado pela conjuntura mundial.

O interesse por preservação do que é de costume nos eleva ao posto


de tradicionais, e isso na parte mais significante do tempo, ou seja,
passamos grande parte do tempo de nossas vidas seguindo regras que
nada nos acrescentam, mas sim nos limitam a viver na escuridão da
caverna. E a parte mais degradante de tudo isso é que gostamos de seguir
à risca a trilha traçada, sem desviar, ou simplesmente fomos acostumados a
gostar , "educados" a gostar. Mas se somos ensinados a permanecer em
inércia, por que não podemos ser ensinados a participar do que antes nos
fora privado? Essa é uma das questões mais intrigantes que nos leva a
pensar em uma obediência voluntária, que intimida cada pessoa através de
métodos totalmente eficazes que, por incrível que pareça, se baseiam na
negação ao que a modernidade conquistou, no que se esclarece com o
iluminismo e rompe com o marco da religiosidade do medievo.

Nesses anos novecentos, o distanciamento da Igreja católica das


periferias deixou um espaço para o preenchimento desta necessidade de
suprir os problemas sociais à todo custo. Com o descaso das elites à
situação dos pobres, como diria o Bispo D. Adriano Hypólito, os mesmos
ficam cada vez mais à margem da população, cabendo a eles recorrerem
com violência a uma solução, ou simplesmente na forma de busca espiritual
por uma saída desta situação desumana que o próprio ser humano, seu
semelhante, proporciona à sua raça. Neste ultimo caso, a proposta de
prosperidade nas quais as instituições Protestantes e religiões afro se
baseiam, é o que mais atrai a classe marginalizada, mesmo que essa
proposta custe algumas arestas de suas liberdades, e mesmo que não mude
nada em seu momento de vida, a promessa de vida próspera após a morte
alivia a falta de condições básicas na vida na terra.

O iluminare que deu origem ao Protestantismo não mais habita nas


mentes dos praticantes, que trocam suas liberdades por promessas de vida
próspera, seguindo uma vida de preservação de prestígios das elites,
trazendo um olhar crítico aos pobres, de modo que abstraia um
entendimento de que aquele que é pobre, que não segue ao seus "preceitos
cristãos", não tem salvação e é merecedor do sofrimento.
Não obstante, o que se espera é sempre uma vida com conquistas
materiais, desde que haja submissão à doutrina pré-estabelecida, de acordo
com cada denominação (tratando aqui em específico o caso protestante,
entendendo que há outros aspectos diversificados para o propósito de
prosperidade das religiões afro). Entende-se que se há uma falta de
prosperidade é porque não há uma entrega efetiva ao que diz respeito à
proposta divina deturpada pelos que pregam prosperidade. O modo que há
de fazer a manutenção da autoridade é inteiramente estabelecido por
pressão, conforme a rendição do fiel à prática com sua obediência
voluntária, sempre aguardando o dia em que Deus cumpriria a promessa de
prosperidade. Sem levar em conta que sua liberdade fica retida a seguir
uma filosofia de vida que pouco se compara ao que Cristo sonhou como
liberdade para o ser humano. Ora, se preso ao conforto material é ser feliz,
jamais validaria a proposta de viver bem tão sonhada pelos gregos da
antiguidade e propriamente a origem da religião cristã.

Os teólogos da libertação, sendo grande parte formada por católicos,


e uma pequena parte por protestantes, foi o que houve de contrário ao
domínio das elites pela religião. Seguindo as elites, as tendo como
responsáveis pela ligação entre os homens e Deus, ao instalarem a
obediência voluntária em cada membro de sua denominação evangélica,
comprometem-se, estes fiéis, a respeitar a autoridade do líder. Com todo
esse poder fica evidente que se incorpora certo interesse em crescimento,
seguindo a lógica mundial do capitalismo, por outro lado, fica muito longe
do verdadeiro sentido de ser cristão.

Michael Lövy, cita Bloch em sua obra "Marxismo e Teologia da


Libertação", o qual diz que a possibilidade dessa anulação de autoridade é
formar um possível "ateu religioso", que permitiria uma rendição à causa
cristã de origem inquestionável, uma causa pelos pobres, e tiraria toda a
autoridade dos que se pré-dispõem a liderar um grupo de pessoas
alienando-as de forma a oprimi-las, em busca de um ideal que está longe de
ser um ideal cristão de busca pela LIBERDADE e contra a legitimação da
autoridade pela proposta de prosperidade.

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