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INTRODUÇÃO
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GESTÃO DE CUSTOS
As empresas estão passando por mudanças cada vez mais intensas, isso significa que,
a busca pela qualidade e aprimoramento é continuo em todas as áreas empresariais.
Os desafios empresariais dos dias atuais estão centrados na melhoria da satisfação dos
clientes em níveis locais e na maximização do seu lucro e redução dos seus custos totais. Para
atingir estes desafios as organizações estão executando processos de Reposicionamento
Estratégico visando aumentar a sua competitividade.
A competitividade está marcada hoje pela habilidade de se atingir de forma eficaz a
relação custo-qualidade-tempo junto ao cliente, não somente dentro de uma empresa, mas
dentro da rede formada pelos seus fornecedores, canais de distribuição e clientes. No entanto,
o novo ambiente vem requerendo das áreas de suporte à informação uma mudança conceitual,
abandonando a administração de custos e implementando a Gestão Estratégica de Custos.
A Gestão Estratégica de Custos, cujo papel é o de suportar a tomada de decisões num
ambiente de concorrência acirrada e mudanças frequentes nos desejos dos clientes, se utiliza
da metodologia ABC - Activity Based Costing como ferramenta para a geração de
informações. Ela é um processo de raciocínio empresarial que busca estabelecer as estratégias
competitivas de acordo com a competitividade dos mercados, clientes, produtos, serviços, da
cadeia de valores da indústria e da logística de suprimentos.
É uma forma mais complexa, uma implantação demorada, que dependendo da
estrutura organizacional, opta pela não adoção do sistema de apuração de custos.Porém , da
uma credibilidade maior em sua apuração.
A gestão estratégica de custos,”foge” da contabilidade de custos tradicional, ela esta
voltada para a analise gerencial dos custos, nossa informação de custos não foi preparada para
suportar a tomada de decisão estratégica pela Alta Administração.
A gestão estratégica faz com que as empresas tornem-se muito mais eficiente e eficaz
em seu custos, apartir do momento que conseguimos identificar os gargalos, que tornam nossa
competitividade deficitária, temos condições de tomar decisões que possam corrigir o rumo.
Quando falamos em Gestão Estratégica de Custos , não da para canalizarmos nosso
trabalho somente para o custo de produção, essa gestão vai muito além, temos que estar
atentos a todos os fatores , sejam eles internos ou externos, sejam Custos Diretos ou Indiretos,
Custos Fixos ou Váriáveis.
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Todo crescimento deve ser sustentado por uma base sólida, para que possamos
alcançar essa solidez as organizações devem estar atentos ao seu custo de “crescer”, quando
as organizações objetivam em crescer a qualquer custo ou qualquer preço sem controle e
resultados, as conseqüências serão danosas. Então , o controle sobre os custos deve ser levado
em consideração em todas as fazes do negócio, visto que, qualquer que seja a movimentação
de aumento ou redução de custos vai impactar na competividade da empresa .
O Conceito que as empresas tinham de que o Preço = Custo+Lucro deixou de existir ,
hoje o conceito é LUCRO = Preço-custo, claro que, muitas empresas não tem o preço ditado
pelo mercado, então , não seguem esse conceito, mas mesmo as organizações que não adotam
essa política , não deixam de preocupar-se com seus custos, pois, são deles que saem as
tomadas de decisões.
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questão,de forma a conhecer exatamente seus limites de atuação, no que diz respeito ao
mercado.”
Temos que estar conscientes de que, para formarmos preços corretos, dependemos de
um bom sistema de informações e de custeio, e para ter preços competitivos, de uma
excelente Gestão de Custos e despesas.
TERMOS
Aqui definirei alguns termos, para que todos possamos ter o correto entendimento de
palavras que para muitos na há diferenciação. Para o adequado uso das informações,
necessitamos ter o discernimento quanto ao significado de cada termo.
Segundo Bernardi(2007), “para muitos,genericamente, tudo é gasto ou custo;para
outros, tudo é despesa.”
Gastos
Tudo o que se desembolsa para atender às finalidades da empresa,por meio de atividades de
produção e vendas, inclusive investimentos nas mesmas,é gasto, do ponto de vista financeiro.
Custos
São gastos direcionados a produção de bens, tudo que esta envolvido a
com a atividade de produzir. (Exemplo: Mão de obra, Matéria prima)
Despesas
Investimentos
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TIPOS DE CUSTOS
Custos Diretos: São todos os custos que podem ser identificados diretamente com a produção
(como o produto ou serviço) ou com a venda (mercadoria) sem que haja a necessidade de
rateio.
Exemplos:
Matéria-prima
Mão de Obra Direta (Folha de pagamento dos empregados utilizados diretamente na
produção, conhecendo quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço de sua mão de
obra);
Material de Embalagem.
Depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na produção de um único tipo de produto
não sendo necessário o emprego de rateio;
Energia elétrica das máquinas e equipamentos utilizados na produção de um único tipo de
produto não sendo necessário o emprego de rateio.
Mercadoria (custo da mercadoria vendida): diretamente ligada à revenda de mercadorias.
Custos Indiretos: São todos os custos que não podem ser identificados diretamente com a
produção (com o produto ou serviço) sendo necessário uma forma de rateio (distribuição)
para a sua parcela de participação no processo.
Exemplos:
a) Ordenados e encargos do Pessoal Técnico da Produção.
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e) Depreciação de bens instrumentais e de uso da indústria (idênticos aos do item d).
Custos Fixos: São os custos que se mantêm estáticos (não se alteram) seja qual for o volume
de produção da companhia. Os custos fixos são fixos em relação à produção estabelecida, mas
entretanto, podem variar em função de outros fatores que não dependam da produção.
Exemplo:
aumento ou diminuição de preço de alugueis, salários, impostos, etc.
Os custos fixos existem mesmo que não haja produção.
Custos Variáveis: Estes custos terão seus valores alterados em função do volume de
produção. Os custos variáveis aumentam na medida em que a produção ou a revenda de
mercadorias também aumentam, isto porque, os custos variáveis podem ser considerados
como custos diretos, por variarem na mesma medida que a produção ou que a revenda de
mercadorias, respectivamente.
Exemplo:
Matéria-prima;
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Materiais indiretos consumidos;
Hora máquinas trabalhadas;
Mão de obra e horas extras;
Custo da mercadoria adquirida para revenda;
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
PONTO DE EQUILÍBRIO
Exemplo:
Unidades Custo Custo Fixo Custo Total Receita Lucro
Produzidas Variável R$ R$ R$ R$ R$
0 0,00 60,00 60,00 0,00 (60,00)
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1 3,00 60,00 63,00 15,00 (48,00)
2 6,00 60,00 66,00 30,00 (36,00)
3 9,00 60,00 69,00 45,00 (24,00)
4 12,00 60,00 72,00 60,00 (12,00)
5 15,00 60,00 75,00 75,00 0,00
6 18,00 60,00 78,00 90,00 12,00
No exemplo podemos identificar que o ponto de equilíbrio esta sendo atingido quando se
produz e vende o equivalente a 5 unidades.
Sendo os Custos Totais iguais a: Custos Fixos mais Custo Variável Unitário
multiplicado pela quantidade produzida; e a Receita Total igual ao Preço de Venda Unitário,
multiplicado pela quantidade produzida, temos:
CF + CVu.q = PVu.q
onde:
CF = Custos Fixos
q = Quantidade produzida
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P =CF + CVu.q ou P = CF/q + CVu
q
ou, finalmente:
P = CFu + CVu
PREÇO DE VENDA
Entende-se como preço de venda o valor monetário que a empresa cobra de seus
clientes em uma transação comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a empresa
cubra todos os gastos que foram necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à
disposição do mercado, até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o lucro
desejado ou possível.
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Estes gastos normalmente incluem a aquisição de matérias primas, mercadorias,
serviços, como a mão-de-obra direta e indireta, além dos gastos com estocagem, financeiros,
tributos, e outros.
Bernardi (2007, p.125) diz que “na atualidade,num mercado que tende a ditar o
preço, novas abordagens são necessárias.”
A formação do preço de venda para uma indústria, a partir do momento em que se tem
o custo do produto, ou seja, o custo da produção, segue a mesma metodologia do cálculo do
preço de venda para uma empresa comercial.
Para se chegar ao custo de produção de uma unidade de produto, deve-se agregar
todos os custos diretos e indiretos para sua fabricação. Vejamos:
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1) Custos diretos:
1.1) Mão-de-obra direta
1.2) Matéria-prima
1.3) Material de embalagem
1.4) Material secundário (se for a produção de um único produto)
1.5) Energia elétrica e depreciação (ambas, se for a produção de um único produto).
2) Custos indiretos:
2.1) Mão-de-obra indireta (supervisores, almoxarifes, etc.)
2.2) Depreciação e manutenção de máquinas
2.3) Aluguel da fábrica
2.4) Energia elétrica
2.5) Material secundário
Para o controle da mão-de-obra, é necessário verificar o total de horas que os
operários ou empregados trabalharam no produto, utilizando apontamentos, controles, etc.
A matéria-prima e o material secundário são controlados através de requisições ou
ordens de FABRICAÇÃO de materiais.
A depreciação das máquinas pode ser estimada dividindo-se o tempo de vida útil da
máquina pelo seu valor, e dividindo-se em frações de tempo até chegar ao tempo de utilização
para fabricação do produto .
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* Incidência dos custos fixos = $ total no mês de custos fixos
$ total no mês da M.O.Direta
As alíquotas de ICMS são diferenciadas para compra e venda, variando de região para
região (origem/destino),ou seja, 18% em operações dentro de São Paulo, 12% para os demais
Estados da Região Sudeste e Sul, 7% para o centro-Oeste, Nordeste, Norte. As transações
comerciais de compra e venda é comum,então, significa alíquotas diferentes. Segundo
Bernardi (2007, P.199), essa situação não deveria ser um problema , “uma vez que, pelo
desenvolvimento dos custos e preços, verificou-se que o valor da mercadoria na compra
,para o comércio e para o serviço que é contribuinte do ICMS, assim como o material na
indústria, já exclui o ICMS na compra. Ao formar o preço de venda,inclui-se no Mark-up o
ICMS de venda conforme o percentual a ser aplicado em função do estado e região.
Muitas empresas, cometem o equívoco de calcularem o preço de venda, de forma a
incluir o imposto pelo diferencial de alíquotas entre a compra e venda, ou seja, compra-se
com alíquota de 12% e, para venda no estado adicionam ao preço a diferença de 6% ( 18% -
12%). Em casos de venda a regiões com alíquotas menores, não se utiliza o conceito de preço
diferenciado, acabam por conceder descontos pelo diferencial de alíquotas. Esses hábitos
trazem problemas as empresas, visto que, distorcem a política de formação de preços.
Bernardi, ( 2007, p.200) “ Faz com que a empresa calcule seus preços inadequadamente,
perca vendas interessantes e tenha problemas.
Bernardi, afirma que essa forma de cálculo utilizada pelas empresas é errônea, faz com
que os problemas relacionadas ao preço traga grandes perdas.
Exemplo:
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Mercadoria vendida no estado, ICMS = 18%
Mark-up Usado por hábito seja de 1,80.
R$ 27.500 Compra
X 1,11 diferença de alíquota entre a compra e a venda
R$ 30.525
X 1,80 Mark-up
R$ 54.945 Preço
Martins (2006, P.218), “É preciso que se enfatize novamente que o ICMS da compra será
recuperado, portanto não é custo da mercadoria.”
Cálculo Correto:
Custo R$ 25.000
(-) ICMS R$ 1.750
Custo R$ 23.250
+ IPI R$ 2.500
(-) Pis compra R$ 412,50
Custo R$ 23.337,50
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(1/0,5556) = 1,80
Resultado
Incorreto Correto
Vendas R$ 54.945 R$ 45.607
Custos R$ 27.750 R$ 25.337
ICMS R$ 9.890 R$ 8.343
PIS/Confina R$ 2.555 R$ 2.121
Despesas R$ 5.494 R$ 4.561
Lucro Real R$ 11.256 20% R$ 5.245 11,5%
ESTUDO DE CASO
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É um estudo de caso que esta começando a ser realizado em uma Indústria química,
situada em Vargem Grande Paulista.
Esse é um trabalho que iniciou-se no dia 30 de setembro de 2008, tem como objetivo levantar
a realidade dos processos aplicados na produção de um produto chamado
AZODICARBONAMIDA, um dos principais produtos da Indústria em questão.
Levantar a realidade dos componentes aplicados, ou, produtos diretos relacionados a
linha de produção desse produto, é um estudo que está totalmente direcionado a matéria em
questão, não houve uma conclusão desse estudo, porém já foi apurado muitas divergências no
processo, isso nos leva a um única conclusão, a importância da excelência de uma gestão de
custos.
Em razão ser um indústria de produtos químicos, existem as reações químicas , é
exatamente nesse momento quando ocorrem as perdas de processo já consideradas no
processo.
O estudo inicio-se , sendo realizado o acompanhamento de todo o processo, para
identificação o fluxo do processo , os passo que os operadores faziam para o carregamento
dos REATORES,as entrevistas foram bem direcionadas, inicialmente, dispensei o auxilio do
laboratório químico, pois não pretendia obter explicações técnico-químicas para determinados
procedimentos adotados.
Produto:
AAA
Matérias Primas:
Analisando as citações acima, podemos concluir que, a nossa realidade esta assim:
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Nessa primeira faze já notamos que há uma distorção entre o teórico e a real, ou seja , o
produto ABC esta 130,99 % acima do teórico e o produto XYZ 77,98% acima.
Esse é um produto conhecido como intermediário, ou seja, ele esta entre a matéria prima e o
produto acabado final, tudo que ocorre nesta fase vai refletir no teu produto final, mas isso
não quer dizer que, todos os meus custos devam ser acrescidos no meu produto final, a gestão
de custos, nos direciona para tomada de decisão em ajustar os processos produtivos.
Depois desse produto reagido, ele transforma-se em um outro produto intermediário, que
depois de terminado esse processo, ele para outras fazes até chegar ao processo final. No
entanto, é nessa faze que determina-se o seu custo total com matéria matéria prima.
Nessa fase identificamos vários pontos críticos, que não citarei , porém, ficou evidente, que
existem falhas graves no processo de produção da principal linha de produção dessa Indústria
Quimíca.
Em estudo foi constato um fato muito relevante, que impacta diretamente na formação do
preço de venda, pois , é baseado na formulação padrão que o preço de venda é determinado.
Veja Quadro abaixo:
Fómula Padrão:
Para 1200 Litros do produto BBB
Então, por ser padrão, não se mudava a quantidade de matéria prima adicionada, ou seja,
quando carregávamos o REATOR COM 1200 LITROS ou 1000 LITROS, estávamos
utilizando quantidades iguais de matérias primas, foi adotado essa forma de trabalho e não
trabalho a questão custo para formação de preço de venda.
Com esse estudo, em andamento, tomamos uma decisão em conjunto com o departamento
técnico, mudamos a configuração da FORMULAÇÃO.
Com isso, chegamos a uma conclusão, veja quadro a abaixo:
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Quadro - 1
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Veja o quadro abaixo. QUADRO - 2
COMPOSIÇÃO DO CUSTO - PRODUTO FINAL -- RENDIMENTO – 2,03 - 1.230 Kgs Final
16.000.135--------- 600 Kgs
16.000.142--------- 1.500 Kgs
16.000.500--------- 1.527,80 Lts
16.000.731--------- 520 Kgs
16.000.120--------- 0,15 Kgs
16.000.175--------- 1,66 Kgs
16.000.309--------- 409,50 Kgs densidade 0,700
Isso significa que para o custo deveríamos estar considerando 555,10 Kgs, e na verdade
estamos considerando 409,50 Kgs de produto sólido.
Esse estudo inicial nos levou a essa descoberta, porém , isso foi constado em 2 testes de
produção, não chegamos a uma conclusão final. O fato é que, considerando como verdadeiro
essa hipótese, estamos tendo um sério problema em nosso preço de venda, pois estamos
utilizando 145,60 Kgs de matéria prima a mais do considerado na formação de preço.
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CONCLUSÃO FINAL
Conclui-se que, para formação de PREÇO desse produto em estudo, deveríamos analisar os
seguintes produtos:
RESULTADO APURADO
16.000.500--------- 1.527,80 Lts ----------------------------------- 1925 Litros
16.000.175--------- 1,66 Kgs ------------------------------------- 1,416 Kgs
16.000.309--------- 409,50 Kgs ------------------------------------- 555,10 Kgs
Resultado Apurado
Esse estudo comprova a importância de uma boa gestão de custo, com uma simples e rápida
demonstração de um caso real, identificamos uma série de problemas, que exigirá uma
reestruturação de processos,e talvez um ajuste de preços, embora seja uma caso que ainda esta
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em estudo, fica evidente a existência de um problema pela falta de critérios, na adoção de
mudanças de processos produtivos.
BIBLIOGRAFIA
Nakagawa, Masayuki
Gestão estratégica de custos: conceitos, sistemas e implementação / Masayuki
Nakagawa 1. Ed – 8. Reimpr. – São Paulo : Atlas, 2007.
Martins, Eliseu
Contabilidade de Custos – 9. Ed. – 6. Reimpr. – São Paulo : Atlas, 2006.
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