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RESUMO

A competitividade tem exigido das empresas a busca contínua em aprimorar a


qualidade em todos os processos e atividades que executam, buscando obter a aceitação dos
seus produtos e/ou serviços e alcançar não apenas a permanência no mercado que atuam, mas
também, outros objetivos desejados.
Alguns dos aspectos que impactam fortemente a obtenção desses objetivos são aqueles
que dizem respeito à análise dos custos e suas influências nas decisões que impactam a
formação do preço de venda.
Estas decisões que objetivam a definição do preço de venda envolvem aspectos muitas
vezes analisados de forma empírica, baseadas em dados e informações históricas ou
subjetivas, apenas com alguma base científica.
Este tipo de análise e decisão não mais atende as necessidades que a competitividade
trouxe, principalmente em períodos recessivos e de crise, quando a demanda cai de forma
relevante, passando a dominar o ambiente a chamada “briga de preços”, fato que permite, por
exemplo, a existência de duas empresas com a mesma estrutura física e de recursos
financeiros, praticando preços muito diferentes.
Percebe-se então que o preço de venda não pode mais ser objeto de decisões
empíricas, mas, sobretudo, objeto de estudo, o que torna necessário conhecer todos os
elementos que o compõem, sejam internos ou externos.
Para conhecer esses elementos que compõem o preço de venda, são necessários
procedimentos organizacionais que informem sobre a estrutura patrimonial, assim como os
relacionamentos sistêmicos que as empresas estabelecem com o ambiente no qual estão
inseridas, pois, qualquer decisão sobre preço de venda poderá provocar alterações em todas as
áreas das empresas e, conseqüentemente, neste relacionamento.

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INTRODUÇÃO

A formação do preço de venda dos produtos é a forma de solidificar uma estratégia


competitiva de grande relevância nas empresas, e destacar-se no mercado.
Em razão desses aspectos apresentados e, entendendo a necessidade de contribuir para
uma melhor clareza por parte das empresas na análise dos custos e na formação do preço de
venda, este trabalho busca comentar sobre alguns pontos relevantes, na forma de gerir os
custos nas empresas.
De forma mais específica, são apresentados os diferentes critérios utilizados na
formação do preço de venda, a partir das diferentes ópticas de custos, e também aqueles
baseados nos preços praticados pelo mercado.

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GESTÃO DE CUSTOS

As empresas estão passando por mudanças cada vez mais intensas, isso significa que,
a busca pela qualidade e aprimoramento é continuo em todas as áreas empresariais.
Os desafios empresariais dos dias atuais estão centrados na melhoria da satisfação dos
clientes em níveis locais e na maximização do seu lucro e redução dos seus custos totais. Para
atingir estes desafios as organizações estão executando processos de Reposicionamento
Estratégico visando aumentar a sua competitividade.
A competitividade está marcada hoje pela habilidade de se atingir de forma eficaz a
relação custo-qualidade-tempo junto ao cliente, não somente dentro de uma empresa, mas
dentro da rede formada pelos seus fornecedores, canais de distribuição e clientes. No entanto,
o novo ambiente vem requerendo das áreas de suporte à informação uma mudança conceitual,
abandonando a administração de custos e implementando a Gestão Estratégica de Custos.
A Gestão Estratégica de Custos, cujo papel é o de suportar a tomada de decisões num
ambiente de concorrência acirrada e mudanças frequentes nos desejos dos clientes, se utiliza
da metodologia ABC - Activity Based Costing como ferramenta para a geração de
informações. Ela é um processo de raciocínio empresarial que busca estabelecer as estratégias
competitivas de acordo com a competitividade dos mercados, clientes, produtos, serviços, da
cadeia de valores da indústria e da logística de suprimentos.
É uma forma mais complexa, uma implantação demorada, que dependendo da
estrutura organizacional, opta pela não adoção do sistema de apuração de custos.Porém , da
uma credibilidade maior em sua apuração.
A gestão estratégica de custos,”foge” da contabilidade de custos tradicional, ela esta
voltada para a analise gerencial dos custos, nossa informação de custos não foi preparada para
suportar a tomada de decisão estratégica pela Alta Administração.
A gestão estratégica faz com que as empresas tornem-se muito mais eficiente e eficaz
em seu custos, apartir do momento que conseguimos identificar os gargalos, que tornam nossa
competitividade deficitária, temos condições de tomar decisões que possam corrigir o rumo.
Quando falamos em Gestão Estratégica de Custos , não da para canalizarmos nosso
trabalho somente para o custo de produção, essa gestão vai muito além, temos que estar
atentos a todos os fatores , sejam eles internos ou externos, sejam Custos Diretos ou Indiretos,
Custos Fixos ou Váriáveis.

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Todo crescimento deve ser sustentado por uma base sólida, para que possamos
alcançar essa solidez as organizações devem estar atentos ao seu custo de “crescer”, quando
as organizações objetivam em crescer a qualquer custo ou qualquer preço sem controle e
resultados, as conseqüências serão danosas. Então , o controle sobre os custos deve ser levado
em consideração em todas as fazes do negócio, visto que, qualquer que seja a movimentação
de aumento ou redução de custos vai impactar na competividade da empresa .
O Conceito que as empresas tinham de que o Preço = Custo+Lucro deixou de existir ,
hoje o conceito é LUCRO = Preço-custo, claro que, muitas empresas não tem o preço ditado
pelo mercado, então , não seguem esse conceito, mas mesmo as organizações que não adotam
essa política , não deixam de preocupar-se com seus custos, pois, são deles que saem as
tomadas de decisões.

Segundo Nakagawa(2007), “a Gestão Estratégica de Custos pretende fornecer as


informações necessárias para apoiar adequadamente as decisões estratégicas e
operacionais, para a aquisição e utilização eficiente e eficaz de recursos
produtivos,abrangendo todo o ciclo de vida dos produtos.”

Uma abordagem referente ao assunto gestão de custos é fundamental, quando vamos


tratar de assuntos correlatos, visto que, quando um custo bem determinado ou não, interfere
diretamente na formação do meu preço de venda.
Ter um controle dos custos, significa que a empresa estará ciente de onde esta sendo
deficitária, dessa forma poderá agir e fazer a correção, a ineficiência operacional de um
processo nem sempre poderá refletir um aumento de preço de produto ao cliente. Sem que,
caso haja um consumo de componentes exagerado durante algum processo, com uma boa
gestão de custos a identificação desse desperdício será mensurado, e a tomada de decisão para
melhora desse processo será imediata, pois a transferência do custo pela ineficiência aplicada
a produção do produto não poderá ser repassada ao PRODUTO ACABADO.

Segundo Bernardi(1998), reforça que, “é de importância vital que a empresa conheça


seus custos e despesas minunciosamente,que examine cuidadosamente sua Política e
Formação de Preços e administre de forma harmônica todas as variáveis envolvidas na

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questão,de forma a conhecer exatamente seus limites de atuação, no que diz respeito ao
mercado.”

Temos que estar conscientes de que, para formarmos preços corretos, dependemos de
um bom sistema de informações e de custeio, e para ter preços competitivos, de uma
excelente Gestão de Custos e despesas.

TERMOS

Aqui definirei alguns termos, para que todos possamos ter o correto entendimento de
palavras que para muitos na há diferenciação. Para o adequado uso das informações,
necessitamos ter o discernimento quanto ao significado de cada termo.
Segundo Bernardi(2007), “para muitos,genericamente, tudo é gasto ou custo;para
outros, tudo é despesa.”

Gastos
Tudo o que se desembolsa para atender às finalidades da empresa,por meio de atividades de
produção e vendas, inclusive investimentos nas mesmas,é gasto, do ponto de vista financeiro.

Custos
São gastos direcionados a produção de bens, tudo que esta envolvido a
com a atividade de produzir. (Exemplo: Mão de obra, Matéria prima)
Despesas

São gastos inerentes à obtenção de receitas e administração da empresa,portanto próprios das


atividades de vendas e administração.

Investimentos

São gastos necessários às atividades da produção,da administração e das vendas,podendo se


tornar custos ou despesas , dependendo de sua origem.

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TIPOS DE CUSTOS

Custos Diretos e Indiretos

Custos Diretos: São todos os custos que podem ser identificados diretamente com a produção
(como o produto ou serviço) ou com a venda (mercadoria) sem que haja a necessidade de
rateio.
Exemplos:
Matéria-prima
Mão de Obra Direta (Folha de pagamento dos empregados utilizados diretamente na
produção, conhecendo quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço de sua mão de
obra);
Material de Embalagem.
Depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na produção de um único tipo de produto
não sendo necessário o emprego de rateio;
Energia elétrica das máquinas e equipamentos utilizados na produção de um único tipo de
produto não sendo necessário o emprego de rateio.
Mercadoria (custo da mercadoria vendida): diretamente ligada à revenda de mercadorias.

Custos Indiretos: São todos os custos que não podem ser identificados diretamente com a
produção (com o produto ou serviço) sendo necessário uma forma de rateio (distribuição)
para a sua parcela de participação no processo.
Exemplos:
a) Ordenados e encargos do Pessoal Técnico da Produção.

b) Ordenados e encargos do Pessoal de Supervisão e Controle de Produção.

c) Ordenados, salários e encargos do Pessoal de Apoio à Produção (planejamento

e controle de produção, almoxarifado, movimentação de material, vigilância, limpeza,

portaria, enfermaria, refeitórios, etc).

d) Gastos de manutenção de prédios industriais (equipamentos de operação, formas e


matrizes, aparelhos, instrumentos de medição, ferramentas, veículos de transporte interno,
mobiliário da administração industrial, etc.).

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e) Depreciação de bens instrumentais e de uso da indústria (idênticos aos do item d).

f) Seguro de bens instrumentais e de uso da indústria (idênticos aos do item d).

g) Materiais de consumo e limpeza.


h) Materiais de expediente (para administração industrial).
i) Combustível e lubrificantes.
j) Energia elétrica.
l) Consumo de oxigênio e acetileno.
m) Consumo de água (para fins industriais).
n) Despesa de transporte de pessoal da indústria.
o) Despesas de refeições de pessoal da indústria.
p) Imposto Predial e Territorial (da área industrial).
q) Aluguéis e condomínio de prédios locados para a indústria.
r) Telefones e interurbanos.
s) Portes e telegramas.
t) Peças de reposição para maquinismos, aparelhos e instrumentos, etc.
Observação: Se a empresa produz somente um tipo de produto, todos os seus custos
serão considerados diretos.
Custos Fixos, Custos Variáveis

Custos Fixos: São os custos que se mantêm estáticos (não se alteram) seja qual for o volume
de produção da companhia. Os custos fixos são fixos em relação à produção estabelecida, mas
entretanto, podem variar em função de outros fatores que não dependam da produção.
Exemplo:
aumento ou diminuição de preço de alugueis, salários, impostos, etc.
Os custos fixos existem mesmo que não haja produção.
Custos Variáveis: Estes custos terão seus valores alterados em função do volume de
produção. Os custos variáveis aumentam na medida em que a produção ou a revenda de
mercadorias também aumentam, isto porque, os custos variáveis podem ser considerados
como custos diretos, por variarem na mesma medida que a produção ou que a revenda de
mercadorias, respectivamente.
Exemplo:
Matéria-prima;

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Materiais indiretos consumidos;
Hora máquinas trabalhadas;
Mão de obra e horas extras;
Custo da mercadoria adquirida para revenda;

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

É a diferença entre o preço de venda e o custo variável unitário, destinada à cobertura


dos custos fixos e a remuneração dos Capitais Investidos.
O conceito de margem de contribuição está associado à identificação do custo
imediatamente “emergente” na produção de determinado produto. O custo que varia de
acordo com a produção, ou seja, o que surge em função dela e que se chama “variável” vai
nos possibilitar o cálculo do lucro marginal.

Fórmula = Margem de Contribuição = Preço de Venda – Custo Variável

Na verdade este lucro marginal só se converterá em lucro propriamente dito depois


que forem deduzidos os custos fixos que, dependendo do seu valor, irá determinar o resultado
final.

PONTO DE EQUILÍBRIO

No contexto do planejamento e controle empresarial, a análise do equilíbrio entre


receitas e despesas merece destaque por tratar-se diretamente com o cumprimento de metas
especial voltadas para a maximização de lucros.
O Ponto de Equilíbrio constitui o ponto da atividade da empresa no qual não há lucro
nem prejuízo, onde a receita se iguala ao custo total.
O chamado break-even-point.

Exemplo:
Unidades Custo Custo Fixo Custo Total Receita Lucro
Produzidas Variável R$ R$ R$ R$ R$
0 0,00 60,00 60,00 0,00 (60,00)

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1 3,00 60,00 63,00 15,00 (48,00)
2 6,00 60,00 66,00 30,00 (36,00)
3 9,00 60,00 69,00 45,00 (24,00)
4 12,00 60,00 72,00 60,00 (12,00)
5 15,00 60,00 75,00 75,00 0,00
6 18,00 60,00 78,00 90,00 12,00

No exemplo podemos identificar que o ponto de equilíbrio esta sendo atingido quando se
produz e vende o equivalente a 5 unidades.

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE EQUILIBRIO

Sendo os Custos Totais iguais a: Custos Fixos mais Custo Variável Unitário
multiplicado pela quantidade produzida; e a Receita Total igual ao Preço de Venda Unitário,
multiplicado pela quantidade produzida, temos:

CF + CVu.q = PVu.q

onde:
CF = Custos Fixos

CVu = Custo Variável Unitário

q = Quantidade produzida

PVu = Preço de Venda Unitário

Calculando-se o valor de “q” temos:


CF
q= PVu - CVu

onde “q” representa a quantidade produzida no Ponto de Equilíbrio, ou seja, a produção


mínima necessária para cobrir os custos da empresa.
Igualmente podemos determinar o preço de equilíbrio que seria:

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P =CF + CVu.q ou P = CF/q + CVu
q

ou, finalmente:

P = CFu + CVu

Notamos que a margem de contribuição (PVu - CVu) é o denominador da fração que


determina a produção no Ponto de Equilíbrio, isto é:

q= CF mas PVu - CVu = MC (Margem de Contribuição)


PVu - CVu

FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

PREÇO DE VENDA

Entende-se como preço de venda o valor monetário que a empresa cobra de seus
clientes em uma transação comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a empresa
cubra todos os gastos que foram necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à
disposição do mercado, até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o lucro
desejado ou possível.

Bernardi (2007, p.123) define “preço é um valor definido para um produto


(perspectiva interna),portanto um piso, enquanto valor é o preço que o mercado
(perspectiva externa) esta disposto a pagar pelo beneficio percebido,ou seja, o limite.
Encontrar,pois, um ponto de equilíbrio entre preço e valor é o principal objetivo da política
de preços de uma empresa.

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Estes gastos normalmente incluem a aquisição de matérias primas, mercadorias,
serviços, como a mão-de-obra direta e indireta, além dos gastos com estocagem, financeiros,
tributos, e outros.

Bernardi (2007, p.125) diz que “na atualidade,num mercado que tende a ditar o
preço, novas abordagens são necessárias.”

A formulação de preços em ambientes competitivos, deve haver muita análise por


parte dos gestores, visto que, hoje temos que analisar quanto que o mercado está disposto a
pagar por nossos produtos. Porém , a atenção quanto a esse método tem que ser em dobro,
pois, temos que estar em perfeita sintonia com os custos da empresa e do produto,no entanto,
essa informação, por si só embora seja necessária, não é suficiente. Segundo Martins (2006,
p.218), “além dos custos, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços, de
produtos concorrentes, os preços de produtos substitutos, as estratégia de marketing da
empresa.”
Os preços podem ser fixados, com base no custos, com base no mercado ou com base
numa combinação de ambos.

Fórmula no conceito tradicional


Preço = custo + lucro , paradigma do mero repasse.
Fórmula atual
LUCRO = Preço – custo
Isso significa que, quem define o PREÇO é o mercado, então, quanto menor meus
custos, maior será meu lucro.

FORMAÇÃO DE PREÇO NA INDÚSTRIA

A formação do preço de venda para uma indústria, a partir do momento em que se tem
o custo do produto, ou seja, o custo da produção, segue a mesma metodologia do cálculo do
preço de venda para uma empresa comercial.
Para se chegar ao custo de produção de uma unidade de produto, deve-se agregar
todos os custos diretos e indiretos para sua fabricação. Vejamos:

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1) Custos diretos:
1.1) Mão-de-obra direta
1.2) Matéria-prima
1.3) Material de embalagem
1.4) Material secundário (se for a produção de um único produto)
1.5) Energia elétrica e depreciação (ambas, se for a produção de um único produto).

2) Custos indiretos:
2.1) Mão-de-obra indireta (supervisores, almoxarifes, etc.)
2.2) Depreciação e manutenção de máquinas
2.3) Aluguel da fábrica
2.4) Energia elétrica
2.5) Material secundário
Para o controle da mão-de-obra, é necessário verificar o total de horas que os
operários ou empregados trabalharam no produto, utilizando apontamentos, controles, etc.
A matéria-prima e o material secundário são controlados através de requisições ou
ordens de FABRICAÇÃO de materiais.
A depreciação das máquinas pode ser estimada dividindo-se o tempo de vida útil da
máquina pelo seu valor, e dividindo-se em frações de tempo até chegar ao tempo de utilização
para fabricação do produto .

FÓRMULAS DE CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA

a) Considerando o Custo Fixo em relação às vendas:


PV = Custo do Produto (matéria-prima + M.O.Direta)
1-[(% lucro + % C.fixo + % comissão + % impostos)/100]

b) Considerando a Mão-de-obra direta com o Custo Fixo:

PV2 = Custo do produto (MP + M.O.Direta + Custos Fixos*)


1-[(% lucro + % C.fixo + % comissão + % impostos)/100]

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* Incidência dos custos fixos = $ total no mês de custos fixos
$ total no mês da M.O.Direta

DIFERENÇAS DE ALÍQUOTAS - ICMS

As alíquotas de ICMS são diferenciadas para compra e venda, variando de região para
região (origem/destino),ou seja, 18% em operações dentro de São Paulo, 12% para os demais
Estados da Região Sudeste e Sul, 7% para o centro-Oeste, Nordeste, Norte. As transações
comerciais de compra e venda é comum,então, significa alíquotas diferentes. Segundo
Bernardi (2007, P.199), essa situação não deveria ser um problema , “uma vez que, pelo
desenvolvimento dos custos e preços, verificou-se que o valor da mercadoria na compra
,para o comércio e para o serviço que é contribuinte do ICMS, assim como o material na
indústria, já exclui o ICMS na compra. Ao formar o preço de venda,inclui-se no Mark-up o
ICMS de venda conforme o percentual a ser aplicado em função do estado e região.
Muitas empresas, cometem o equívoco de calcularem o preço de venda, de forma a
incluir o imposto pelo diferencial de alíquotas entre a compra e venda, ou seja, compra-se
com alíquota de 12% e, para venda no estado adicionam ao preço a diferença de 6% ( 18% -
12%). Em casos de venda a regiões com alíquotas menores, não se utiliza o conceito de preço
diferenciado, acabam por conceder descontos pelo diferencial de alíquotas. Esses hábitos
trazem problemas as empresas, visto que, distorcem a política de formação de preços.
Bernardi, ( 2007, p.200) “ Faz com que a empresa calcule seus preços inadequadamente,
perca vendas interessantes e tenha problemas.
Bernardi, afirma que essa forma de cálculo utilizada pelas empresas é errônea, faz com
que os problemas relacionadas ao preço traga grandes perdas.
Exemplo:

Compra-se determinada mercadoria por R$ 25.000,00, cm ICMS de 7% e um IPI de 10%.


Como habitualmente se procede?

Custo R$ 25.000 + R$ 2.500 de IPI = R$ 27.500

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Mercadoria vendida no estado, ICMS = 18%
Mark-up Usado por hábito seja de 1,80.
R$ 27.500 Compra
X 1,11 diferença de alíquota entre a compra e a venda
R$ 30.525
X 1,80 Mark-up
R$ 54.945 Preço

Presume-se, erroneamente, que o ICMS é custo de mercadoria, além do que embute-se a


diferença de alíquotas, além do Mark-up.

Martins (2006, P.218), “É preciso que se enfatize novamente que o ICMS da compra será
recuperado, portanto não é custo da mercadoria.”

Cálculo Correto:
Custo R$ 25.000
(-) ICMS R$ 1.750
Custo R$ 23.250
+ IPI R$ 2.500
(-) Pis compra R$ 412,50
Custo R$ 23.337,50

Markup = 1,80 para formar preço

ICMS Venda 18%


PIS/Cofins 4,65%
Despesas 10%
Lucro 11,79
Total 44,44%

(100-49,04) / 100 = 0,5556


Preço = 1,80 x R$ 25.337,50 = R$ 45.607,50

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(1/0,5556) = 1,80
Resultado

Incorreto Correto
Vendas R$ 54.945 R$ 45.607
Custos R$ 27.750 R$ 25.337
ICMS R$ 9.890 R$ 8.343
PIS/Confina R$ 2.555 R$ 2.121
Despesas R$ 5.494 R$ 4.561
Lucro Real R$ 11.256 20% R$ 5.245 11,5%

Podemos observar que, dependendo da forma adotada para o cálculo do preço de


venda , teremos uma lucratividade muito maior , porém podemos comprometer uma venda
em potencial.

ESTUDO DE CASO

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É um estudo de caso que esta começando a ser realizado em uma Indústria química,
situada em Vargem Grande Paulista.
Esse é um trabalho que iniciou-se no dia 30 de setembro de 2008, tem como objetivo levantar
a realidade dos processos aplicados na produção de um produto chamado
AZODICARBONAMIDA, um dos principais produtos da Indústria em questão.
Levantar a realidade dos componentes aplicados, ou, produtos diretos relacionados a
linha de produção desse produto, é um estudo que está totalmente direcionado a matéria em
questão, não houve uma conclusão desse estudo, porém já foi apurado muitas divergências no
processo, isso nos leva a um única conclusão, a importância da excelência de uma gestão de
custos.
Em razão ser um indústria de produtos químicos, existem as reações químicas , é
exatamente nesse momento quando ocorrem as perdas de processo já consideradas no
processo.
O estudo inicio-se , sendo realizado o acompanhamento de todo o processo, para
identificação o fluxo do processo , os passo que os operadores faziam para o carregamento
dos REATORES,as entrevistas foram bem direcionadas, inicialmente, dispensei o auxilio do
laboratório químico, pois não pretendia obter explicações técnico-químicas para determinados
procedimentos adotados.

Produto:
AAA
Matérias Primas:

16.000.135 --------------------- 600 Kgs ABC = 833,34


16.000.142 -------------------.. 1500 Kgs
16.00000.5 ------------------... 900 Lts XYZ = 66,65

Analisando as citações acima, podemos concluir que, a nossa realidade esta assim:

16.000.135 --------------------- 600 Kgs


16.000.142 -------------------.. 1500 Kgs

16.00000.5 ----.. 900 + 34,86 = 934,86 ABC= 865,61+660+400 = 1.925 Lts

XYZ = 69,23 + 49,40 = 118,63 Lts

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Nessa primeira faze já notamos que há uma distorção entre o teórico e a real, ou seja , o
produto ABC esta 130,99 % acima do teórico e o produto XYZ 77,98% acima.
Esse é um produto conhecido como intermediário, ou seja, ele esta entre a matéria prima e o
produto acabado final, tudo que ocorre nesta fase vai refletir no teu produto final, mas isso
não quer dizer que, todos os meus custos devam ser acrescidos no meu produto final, a gestão
de custos, nos direciona para tomada de decisão em ajustar os processos produtivos.

REAÇÃO PRODUTO BBB

Depois desse produto reagido, ele transforma-se em um outro produto intermediário, que
depois de terminado esse processo, ele para outras fazes até chegar ao processo final. No
entanto, é nessa faze que determina-se o seu custo total com matéria matéria prima.
Nessa fase identificamos vários pontos críticos, que não citarei , porém, ficou evidente, que
existem falhas graves no processo de produção da principal linha de produção dessa Indústria
Quimíca.
Em estudo foi constato um fato muito relevante, que impacta diretamente na formação do
preço de venda, pois , é baseado na formulação padrão que o preço de venda é determinado.
Veja Quadro abaixo:

Fómula Padrão:
Para 1200 Litros do produto BBB

Adicionamos as seguinte Matérias primas

A--------------------- 0,500 Kgs


16.000.5------------- 500 Lts
C--------------------- 308 Lts
D-------------------- 0,050 Kgs

Então, por ser padrão, não se mudava a quantidade de matéria prima adicionada, ou seja,
quando carregávamos o REATOR COM 1200 LITROS ou 1000 LITROS, estávamos
utilizando quantidades iguais de matérias primas, foi adotado essa forma de trabalho e não
trabalho a questão custo para formação de preço de venda.
Com esse estudo, em andamento, tomamos uma decisão em conjunto com o departamento
técnico, mudamos a configuração da FORMULAÇÃO.
Com isso, chegamos a uma conclusão, veja quadro a abaixo:

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Quadro - 1

TABELA DE FÓRMULA REVISADA X FORMULA ANTERIOR

Formula Revisada Anterior Diferença Formula Revisada Anterior Diferença


Reator 1 Qtde Um.Med. Reator 2 Qtde Um.Med.
BBB 1200 L 1200 0 BBB 1200 L 1200 0
A 0,5 Kg 0,5 0 A 0,5 Kg 0,5 0
16.000.5 500 L 500 0 16.000.5 500 L 500 0
C 280 L 308 -28 C 280 L 308 -28
D 0,05 Kg 0,05 0 D 0,05 Kg 0,05 0

Formula Revisada Anterior Diferença


Reator 3 Qtde Um.Med.
BBB 1000 L 1200 -200
A 0,416 Kg 0,5 -0,084
16.000.5 420 L 500 -80
C 233 L 308 -75
D 0,05 Kg 0,05 0

A mudança imediata refletiu em uma redução de consumo de matéria prima de 16 %, em


relação ao método que estava sendo adotado, talvez por uma praticidade , estávamos tendo
um custo adicional desnecessário.
Significa que a empresa terá uma redução de R$ 75,04 por lote produzido
Isso não implicará em nada nas característica físico químicas do material, e muito menos na
qualidade do produto.
O rendimento do material não será prejudicado, visto que essa matéria prima em questão não
afeta o rendimento e sim a reação química do material, ou seja, ele poderá reduzir ou
aumentar o tempo de reação do material.
Mesmo com essa redução, ainda observamos que, as considerações realizadas para formação
do preço de venda ainda estão totalmente prejudicadas.

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Veja o quadro abaixo. QUADRO - 2
COMPOSIÇÃO DO CUSTO - PRODUTO FINAL -- RENDIMENTO – 2,03 - 1.230 Kgs Final
16.000.135--------- 600 Kgs
16.000.142--------- 1.500 Kgs
16.000.500--------- 1.527,80 Lts
16.000.731--------- 520 Kgs
16.000.120--------- 0,15 Kgs
16.000.175--------- 1,66 Kgs
16.000.309--------- 409,50 Kgs densidade 0,700

Ao chegamos a conclusão que, mesmo reduzindo o percentual da matéria prima C utilizada


no processo, estamos com uma sistema de custo completamente fora da realidade.
O produto C da tabela de Fórmula revisada é igual ao produto 16.000.309, porém o primeiro
é liquido e o segundo é sólido, para sabermos o quanto estamos utilizando no produto final de
produto sólido, temos que adotar o seguinte critério:
Total do produto C x a densidade do produto(solido), então teremos:

793 litros x 0,700 densidade = 555,10 de produto sólido.

Isso significa que para o custo deveríamos estar considerando 555,10 Kgs, e na verdade
estamos considerando 409,50 Kgs de produto sólido.
Esse estudo inicial nos levou a essa descoberta, porém , isso foi constado em 2 testes de
produção, não chegamos a uma conclusão final. O fato é que, considerando como verdadeiro
essa hipótese, estamos tendo um sério problema em nosso preço de venda, pois estamos
utilizando 145,60 Kgs de matéria prima a mais do considerado na formação de preço.

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CONCLUSÃO FINAL
Conclui-se que, para formação de PREÇO desse produto em estudo, deveríamos analisar os
seguintes produtos:
RESULTADO APURADO
16.000.500--------- 1.527,80 Lts ----------------------------------- 1925 Litros
16.000.175--------- 1,66 Kgs ------------------------------------- 1,416 Kgs
16.000.309--------- 409,50 Kgs ------------------------------------- 555,10 Kgs

Custo Matéria Prima


Resultado Anterior
16.000.135--------- 600 Kgs
16.000.142--------- 1.500 Kgs
16.000.500--------- 1.527,80 Lts Preço Custo Matéria Prima R$ 8,2276
16.000.731--------- 520 Kgs
16.000.120--------- 0,15 Kgs
16.000.175--------- 1,66 Kgs
16.000.309--------- 409,50 Kgs

Resultado Apurado

16.000.135--------- 600 Kgs


16.000.142--------- 1.500 Kgs
16.000.500--------- 1.925 Lts Preço Custo Matéria Prima R$ 8,5251
16.000.731--------- 520 Kgs
16.000.120--------- 0,15 Kgs
16.000.175--------- 1,416 Kgs
16.000.309--------- 555,10 Kgs
Variação

R$ 0,2975 p/Quilos = 3,6159%

Produção Mensal 200 Toneladas

Significa uma perda de R$ 59.500,00

Esse estudo comprova a importância de uma boa gestão de custo, com uma simples e rápida
demonstração de um caso real, identificamos uma série de problemas, que exigirá uma
reestruturação de processos,e talvez um ajuste de preços, embora seja uma caso que ainda esta

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em estudo, fica evidente a existência de um problema pela falta de critérios, na adoção de
mudanças de processos produtivos.
BIBLIOGRAFIA

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Gene Morris; tradução José Carlos Barbosa dos Santos; revisão técnica Luciano Sabóia – São
Paulo:Makron Books, 1994.

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Nakagawa 1. Ed – 8. Reimpr. – São Paulo : Atlas, 2007.

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Manual de formação de preços: políticas, estratégicas e fundamentos / Luiz Antonio
Bernardi. – 3. ed. – 2. reimpr. – São Paulo : Atlas. 2007.

Borges, Humberto Bonavides


Planejamento Tributário : IPI, ICMS, ISS e IR : economia de impostos, racionalização
de procedimentos fiscais, relevantes questões tributárias, controvertidas questões tributárias,
complexas questões tributárias, questões tributárias avançadas no universo da governança
tributária – 9. Ed. Ver. E atualizada – 2. reimpr. – São Paulo : Atlas, 2008.

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Contabilidade tributária – 6. ed. – São Paulo : Atlas, 2000.

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Contabilidade de Custos – 9. Ed. – 6. Reimpr. – São Paulo : Atlas, 2006.

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Política e formação de preços : uma abordagem competitiva sistêmica e integrada – 2. Ed. –
São Paulo : Atlas, 1998.

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