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Noa Krawczyk,1 Carlos Linhares Veloso Filho, PhD,2 e Francisco I. Bastos, MD, PhD3
1
Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, 624 North Broadway, Baltimore
MD 21205, noa.krawczyk@jhu.edu
2
Instututo de Psiquiatria da UFRJ. Avenida Venceslau Brás, 71 - Fundos – Botafogo,
Autor Correspondente:
Noa Krawczyk
Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health
624 North Broadway, Rm 896
Baltimore MD 21205, USA
noa.krawczyk@jhu.edu
Krawczyk N, Filho CLV, Bastos FI. The interplay between drug-use behaviors, settings,
and access to care: a qualitative study exploring attitudes and experiences of crack
cocaine users in Rio de Janeiro and São Paulo, Brazil.Harm Reduction Journal.
2015;12:24. doi:10.1186/s12954-015-0059-9.
RESUMO
associação com violência e comportamentos sexuais de risco [2-6], bem como altas
relacionados têm sido associados a uma série de fatores [8], mas o uso é comumente
no Brasil, na qual foram entrevistadas mais de 7.300 pessoas usuários de crack em todo
o país, constatou que mais de 80% (valor arredondado para o número inteiro mais
próximo) dos usuários de crack não haviam chegado ao ensino médio e 80%
e 39% nas ruas. Além disso, a vasta maioria dos entrevistados (97%) não tinham
envolvido com atividades ilícitas (como tráfico de drogas, roubos, etc.: 8%). [11%]
tinham utilizado algum tipo de serviço de saúde no mês anterior à entrevista [19].
Baixas taxas de utilização de serviços de saúde entre usuários de droga são comuns e
álcool e droga e a falta de moradia fixa impedem o acesso e a aderência aos serviços e
ao uso do crack: nos Estados Unidos, o uso do crack por pobres e populações
crack seria o único determinante por trás de diversas disfunções sociais e médicas, como
os então denominados "crack babies” (isto é, filhos de usuárias de crack, mais tarde
identificadas como mulheres afetadas por questões como pobreza, subnutrição, sífilis
etc.) [27,28]. No Brasil, a mídia tem insistido recentemente em uma epidemia de crack,
[29]. Além disso, usuários de droga pobres são alvos comuns de violência policial e
discriminação. O Brasil tem uma longa tradição de forças policiais altamente
militarizadas, situação agravada por uma ditadura militar que durou 21 anos (1964-
1985), durante a qual os policiais foram treinados sob a égide de forças militares, tendo
adotado suas práticas estritas de segurança nacional, não raramente violentas [30].
Abusos praticados por membros da polícia têm sido frequentes, mesmo dentre as novas
corporações policiais [31], e apesar de que atos como dormir em áreas públicas ou
possuir pequenas quantidades de drogas para uso pessoal tecnicamente não sejam
considerados crimes no Brasil (de acordo com a legislação federal) [32], a venda de
distinção formal entre uso pessoal e tráfico, a legislação atual continua sendo confusa.
porte [versus tráfico]), as leis são aplicadas sob discricionariedade individual dos
prestação de serviços efetivos que se adequem às suas necessidades. Por meio do SUS,
método para lidar com o uso de drogas e álcool no Brasil, expandindo a rede de clínicas
CAPS III) para o tratamento do uso de álcool e drogas, assim como clínicas itinerantes
comunidades de sem-teto e outras populações de difícil acesso [34]. Ainda assim, esses
serviços são limitados em termos de número e de escopo e atuam em contradição em
reabilitação privadas (como discutido mais adiante). [35]. Tais contradições, associada à
melhor compreender suas histórias individuais, seus padrões de uso e quanto o estigma
serviços e ações de saúde. Tal conhecimento é crucial para planejar estratégias de saúde
cidades [36,37], bem como suas histórias, as políticas públicas direcionadas aos
Enquanto alguns estudos qualitativos têm sido conduzidos com usuários de crack em SP
[3, 42, 43], poucos exploraram as experiências dos usuários no RJ. Este estudo
MÉTODOS
quantitativas com mais de 7.300 usuários de crack recrutados pelo contato boca-a-boca
foram recrutados a partir das mesmas cenas, e, assim, fazem parte do mesmo subgrupo
que atuam na área) que ajudaram a assegurar espaços adequados para a realização de
(não aleatoriamente), com critérios básicos para tentar escolher pessoas de diferentes
participação incluíam ser maior de 18 anos, fazer uso de crack regularmente, tal como
menos 25 dias nos últimos 6 meses) [45] e consentir, por escrito, para participar do
compensados com 20 Reais (para transporte e lanche). Além disso, em todas as cenas de
Oswaldo Cruz, no RJ, dois dos quais são autores deste trabalho. Entrevistas individuais
e grupos focais foram projetados para serem breves e durarem uma média de 30
roteiro e os grupos obedeceram a uma lista de tópicos de discussão, que explorou tanto
história familiar de uso de drogas; as motivações para iniciar o uso de drogas; normas
[46] com a ajuda do software Atlas.ti®. Ambas as versões em áudio e transcritas, foram
base nas perguntas da entrevista/tópicos de grupos focais, utilizados como guia, sendo
modificados a partir das informações que emergiram das narrativas. Devido à natureza
sentimentos expressos não foram singularizados. Em vez disso, o conteúdo extraído foi
selecionadas foram traduzidas pelos autores para o inglês (por um falante nativo de
RESULTADOS
cada cidade (duas com mulheres e duas com homens), e três grupos focais em cada
cidade (um somente com mulheres, um somente com homens, e um misto; com 3-6
acerca do uso, sensação de abstinência e fissura quando não o estavam usando. Por
eles não fumam ficam ansiosos e desesperados sobre quando irão fumar novamente, e os
desejos prementes de usar o crack de novo. Uma participante do RJ falou que na segunda
semana sem usar crack, ela começou a alucinar sobre usar crack, e começou a cheirá-lo, o
cheiro fez que ela quisesse fumar desesperadamente de novo. Alguns respondentes
descreveram ter perdido outros interesses que tinham em função do uso, e que o crack
afetou a vida pessoal e profissional deles de forma negativa. Vários indicaram ter
continuado a usar apesar de terem tentado reduzir ou parar o uso diversas vezes. Marcos
[os nomes são fictícios aqui e em todas as citações subsequentes] (30, RJ) descreveu como
Respondentes falaram que para adquirir crack, alguns usuários chegam a vender suas
RJ, explicou:
“Então, pra comprar um crack você, ou, a gente que somos usuários, a gente
Renan (22,SP) descreveu que usuários, às vezes, acabam roubando das suas próprias
famílias, e por isso ele decidiu sair de casa para evitar isso:
“sai fora de casa para não fazer ela sofrer, meu, pra mim não roubar dela, não
roubar meus irmãos, porque eu já tava sentindo a fissura a vontade de querer usar
e não tinha dinheiro e tal, aí já pensei antes, falei assim: Vou sair de casa de
minha mãe se não vou acabar aprontando, acabar errando com ela e isso aí eu
Num grupo focal em SP, um respondente falou que alguns usuários ficam tão envolvidos
“É tipo assim, as pessoas quando não se adaptou ou saber usar o crack, ela vai vim
com familiares que usavam drogas. Outros falaram que usaram drogas para ajudar a lidar
“Quando eu usei pela primeira vez eu, o que eu senti toda aquela dor que naquele
amenizada pela dor. Porque o crack na realidade ele tira um pouco dos teus
Outra mulher do RJ começou a usar crack para lidar com diversas experiências
“Roubaram meu filho, mataram meu irmão, perdi meu pai, mataram minha
irmã. O meu foi revolta. O meu, mais revolta porque roubaram meu filho no
meu colo na maternidade, entendeu? Meu irmão, tacaram fogo no meu irmão
vivo, meu irmão era inocente. Entendeu? Meu pai morreu de overdose no meu
colo, no caminho pro hospital. Estupraram minha irmã na favela. O meu foi
experiências traumáticas, outros disseram ter tido uma boa infância e que o uso deles
não guardava relação com essas questões. Alguns atribuíram o uso a terem crescido em
ambientes onde as drogas eram amplamente utilizadas e estavam presentes nos círculos
sociais. Vários mencionaram haver tido contato frequente com drogas em comunidades
lá na cidade alta, entendeu? Então, o contato com a droga, ainda mais a pessoa
Carla (RJ, 26) explicou que a falta de oportunidades para pessoas em comunidades
“Aí você quer o que? Que ninguém roube? Que ninguém trafique? Que ninguém
cuide mais eu? Que ninguém peça na porta do garotinho? Por que? Porque eles
usuários de crack e que a sociedade se referia a eles de forma pejorativa usando termos
“as pessoas que não usa acham que as pessoas que usa crack é nóia. Nóia é
ladrão de varal, fica pedindo coisa na rua... Esse é o nóia, ele o nóia é a pessoa
que faz as coisas errada. Rouba os amigos, rouba a família e o crack se você
não tiver o controle você faz isto irmão, você rouba sua mãe, seu pai e rouba
tudo todo mundo que tiver ao seu redor, você rouba pra usar a droga, é fissura
Outro respondente falou que a discriminação contra usuários estaria associada à sua
“É como a sociedade, ele vê a gente como nóia né, porque não só pelo fato da
droga, como é uma droga viciante a pessoa que é nóia vende o boné, vende a
blusa vende o chinelo, vendo o sapato e quando ela vai se vê, ela tá totalmente
horrível. Sem chinelo com a bermuda rasgada uns nóias mesmo eu não vou dizer
que sou nóia eu sou usuário. e pelo fato das pessoas estarem mal vestidas tipo
horríveis sem tomar banho…a sociedade vê como um lixo, então tem bastante
preconceito.”
Respondentes falaram que várias vezes eles são tratados pela sociedade como
criminosos, doentes ou pessoas “sem valor”. Alguns, como Adriana (30, SP) sofreram
“Violência é entre o pessoal, assim a gente vai muitas vezes, a gente chega num
lugar as pessoas quer bater na gente…Eu mesma, a primeira vez que passei por
isso, eu fui pedir R$0,50 para um homem no meio da rua, esse homem falou pra
mim que eu fosse trabalhar vagabunda, começou a me xingar, a toda veio pra
sabe? Me pegaram assim com força,”[...] “eu sou só mais uma usuária de crack,
não tenho crédito, não tenho valor, não tenho palavra, sabe? Embora eu sei
que tenha dentro de mim, mas para sociedade em si não tenho, não tenho vida
hoje.”
serviços públicos de saúde. A maioria tinha sofrido discriminação por parte dos
expressões de nojo:
“pra mim, todo lugar, UPA, esses lugares assim, são horríveis. Quando o
doente chega lá, se tiver doente pra morrer, já morre sentado. Segundo, que os
médico não vê nem direito sua cara, entendeu? Também vem tratando a pessoa
com nojo. sabe por que? Porque, tipo assim, a gente, só porque nós usa essa
droga, essa maldita, esse crack... Eles tem preconceito com nós. Aí é por causa
disso, que eles tem nojo de tocar em nós. Igual eu falo: “nós é ser humano igual
Por outro lado, em SP, a maioria dos respondentes falou terem tido boas experiências
excelente atenção e cuidado. Muitos tinham um bom conhecimento dos serviços que são
oferecidos nos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) e nas clínicas de saúde sexual,
e falaram que têm contato constante com agentes de saúde. Porém, outros observaram
experiências negativas com funcionários. Apesar da maioria falar que sabiam aonde
podiam encontrar serviços de saúde, muitos falaram que só procuram esses serviços em
“Aqui há vários agente de saúde passando, andando e não tão nem aí, não dão
doente Quando passa a pessoa o agente de saúde: “Oh moço posso falar com
você?” Não! Não! Não para ai que eu tô fumando meu crack aqui, e não dá
atenção.”
do crack afetou a vida deles. Alguns, como Marco (30, RJ), expressaram que sentem
voltar:
“descia com minha filha pra ir na praça, pra poder ter um momento de lazer,
também. E hoje, o que é que eu sou hoje? Tá entendendo? Pô, tem dia que eu
“Eu trabalho pro crack. Eu engraxo pro crack. Eu manipulo pro crack. O pior
Uma mulher no grupo focal do RJ repetiu uma noção sobre usuários de crack que tinha
“Porque o crack tá fazendo até matar mãe e pai. Filho, mãe, vó, avô. O crack.
escutando sobre a cocaína? Tem alguém estuprando pela cocaína? Pra comprar
cocaína. Tem alguém estuprando, matando pra usar cocaína? Mas pelo crack...
com base em fatores como classe social, estado de saúde, aparência, onde moram e em
que havia bastante crime e manipulação entre usuários. Ao mesmo tempo, muitos
também falaram dos hábitos sociais relacionados ao uso de crack: a maioria disse que
usavam crack em grupos e entre amigos. Um homem do RJ falou que o crack une
“não tem, não tem classe social, média, não tem classe alta, nem baixa. É... ta
em geral, entendeu? Geral. Já fumei com advogado, já fumei com juiz, juíza. Já
fumei crack, mesmo. [?] Até com jogador de futebol profissional.”
recuperar o estilo de vida que tiveram antes (quando seu cotidiano não estava focado em
procurar e adquirir crack). Vários respondentes disseram que queriam parar ou reduzir o
uso do crack no futuro, mas que nesse momento não estavam prontos para mudar o
estilo de vida deles. Quase todos os respondentes já tinham participado de algum tipo de
ayahuasca. Alguns indicaram haver tido boas experiências com o tratamento e ter
parado de usar por até sete anos; outros disseram que haviam falhado nas suas tentativas
sentido de reduzir o uso de crack. Além das várias opiniões sobre estilos de tratamento,
a maioria falou que desejo pessoal e suporte familiar seriam elementos críticos para a
“vou largar porque tem gente que me ama, porque a pior coisa do usuário de
crack é quando você é rejeitado, porque você não precisa ser rejeitado, você
precisa de alguém que te ame, ter alguém que te dê incentivo que fale: Cara não
faz isso[...] O crack é assim mesmo se a gente não tiver uma pessoa que apoia a
gente, que a gente vê que ama a gente, que nos incentive a sair naquilo a gente
quanto mais! Quanto mais! Rejeitam a gente mais a gente que usa mais a gente
que.”
DISCUSSÃO
crack nas duas maiores cidades brasileiras. Muitos participantes declararam ser
imediato da droga, sua curta duração, e sua tendência de ser utilizado de forma
repetitiva em breves períodos [47], já foram relatados diversas vezes por usuários de
negativo do uso do crack, mas indicou que apesar de querer, não era capaz de
interromper ou reduzir seu uso. Ao longo dos relatórios ficou claro que em muitas das
influência de fatores sociais, alienação e rebeldia [9]. Violência e conflitos são comuns
elevada [53]. Algumas das participantes do RJ descreveram usar drogas para aliviar a
dor de traumas emocionais, ainda que isso se mostre associado a uma situação de
prostituição sofram violência perpetrada por clientes, parceiros e/ou policiais, além de
pertencerem a grupos sob maior risco de infecção pelo HIV e outras infecções/doenças,
usuários de crack não têm controle sobre suas próprias ações, mesmo quando relataram
casos em que claramente tinham noção do que faziam, como no caso de Renan (22
anos/ SP), que deixou sua família para evitar machucá-la. É possível que até a
negligência com a higiene pessoal descrita por alguns participantes possa ocorrer como
uma forma de internalização do preconceito e da humilhação sofridos pelos usuários.
podem estabelecer um núcleo social comum. Essa exclusão também é descrita por
usuários de outras drogas, que muitas vezes escolhem se isolar para fugir às
existência dos serviços públicos, optava por não utilizá-los. Esse fenômeno, segundo os
entrevistados, pode ser explicado por dois fatores: a redução da vontade de cuidar de
sua própria saúde, em decorrência do uso do crack, bem como experiências negativas no
São Francisco, Bourgois explica que mesmo os médicos mais dedicados se frustram
desconsideram os esforços daqueles que tentam ajudar [25]. No Brasil, tais frustrações
nível de treinamento das equipes de saúde pública. Malta et al. apontaram que os
para trabalhar com usuários de drogas e não priorizam as populações vulneráveis [57].
Horto et al. revelaram que os profissionais de saúde que trabalham com usuários de
desrespeito e de humilhação por parte das equipes de saúde. Os participantes de SP, por
regular a saúde pública em nível federal, cada estado e prefeitura gozam de autonomia
considerável para implementar suas próprias políticas e para alocar fundos nos
governos, com diferentes visões políticas, apoiam com maior ou menor intensidade um
redução de danos, de serviço social e de clínicas itinerantes nas áreas de uso pesado de
crack, incluindo o programa “De Braços Abertos”, que fornece alojamento, colocação
serviços têm se concentrado nos arredores de um dos polos de uso de crack em SP, de
onde os participantes deste estudo foram recrutados, o que pode também explicar por
menos participantes neste estudo tiveram contato com tais serviços. Além disso, durante
apoiou uma série de medidas de ocupação policial em áreas pobres [31], em paralelo à
internacional, pelas violações aos direitos humanos [60]). Além de contribuir para
forma mais adequada o seu uso de crack, mas não havia unanimidade quanto a que tipo
sensação de fracasso expressa pelos usuários que recaíram por ocasião dos tratamentos
melhoria do bem-estar geral dos usuários de crack, aceitando as recaídas como parte do
atividades que aliviam o desejo de usar o crack [3,42]. Podemos aprender com tais
atenção voltadas para atender às demandas e desejos dos usuários, incluindo o já citado
programa De Braços Abertos, em SP [59], que oferece uma gama de serviços sociais e
baseados em ações do tipo “Housing First” (iniciativas de moradia) para grupos de sem-
teto, minorias étnico-raciais e pessoas com doenças mentais [62, 63]. Outros exemplos
assistência social nas ruas, embora sua influência seja ainda restrita pelo treinamento
Este estudo qualitativo é, por sua própria natureza, limitado e não podemos
asseverar, nem queremos sugerir, que essas atitudes e experiências são representativas
CONCLUSÕES
usuários de crack que não podem ser obtidos a partir de dados de larga escala e
substâncias e de criar alternativas para as pessoas que vivem em comunidades sob alto
da aplicação da lei, bem como a melhoria das condições nos estabelecimentos de saúde
com os padrões de uso do crack e a dependência e devem ser utilizados para informar
lugares.
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