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2002 IV ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM


GEOGRAFIA – ANPEGE, USP, São Paulo, Março, 2002.
Publicación. Annais Associação Nacional de Pós Graduando em Geografia. ANPEGE,
USP, São Paulo, 2002.

PLANEJAMENTO E O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO E CONSUMO DE


ESPAÇOS PELO TURISMO.
Álvaro Castroman Polero
Alexandre Henrique de Quadros
Jesús Álvarez Valdés1

RESUMO. O tema central deste estudo é o processo espacial de planejamento


estratégico (PE) das regiões turísticas latino-americanas. A metodologia tem um
enfoque sistêmico do setor. Analisa-se a apropriação e o consumo do espaço,
pelo turismo, em vista de obter o desenvolvimento sustentável regional. A análise
das inter-relações entre o processo de PE, a sustentabilidade do setor e da região,
em um contexto de globalização, foi contemplada com a proposição de um marco
teórico referencial, destinado a fornecer um conjunto de ferramentas e atividades
metodológicas críticas para alcançar a necessária sinergia entre o setor de turismo
e seu meio sócio-ambiental regional.
I- INTRODUÇÃO. Acerenza (1986) nota que o PE do setor de turismo inicia-se ao
final dos anos sessenta. Hoje pode-se notar que o processo de apropriação e
consumo de espaços pelo turismo são totalmente diferentes daqueles presentes
nas últimas três décadas. O setor de turismo latino-americano, no contexto do
novo cenário mundial, está marcado por uma multiplicidade de fatores ambientais
condicionantes como, a grande velocidade da inovação nas inter-relações das
iniciativas privada, não governamental e governamental. Isto provoca uma
reinvenção dos processos do PE dentro do marco institucional do setor.
Manning (1992) destaca que é vital que o PE de cada agente tenha por referência
as linhas gerais do PE do destino turístico onde atuam, podendo assim, estruturar
uma base de convergência dos interesses públicos e privados, da sociedade
integralmente, com o objetivo de que o desenvolvimento seja sustentável. Este PE
consensuado deve ser concebido assim, porque a “indústria” turística não só
explora recursos privados, mas também utiliza e maneja recursos públicos, como
recursos naturais, culturais-históricos e arquitetônicos.
Manning (1992) afirma que a razão pela qual os turistas escolhem um destino está
fortemente influenciada pelo meio cultural e natural do lugar. Os turistas buscam
ambientes seguros, limpos, interessantes e variados. Para o desenvolvimento de o
setor turístico ser viável em longo prazo, será necessário a manutenção das
atrações naturais-artificiais, a identidade cultural-histórica e o valor que a
1
Álvaro Castroman Polero é doutorando no departamento de Geografia Humana da FFLCH-USP alvarocop@usp.br
Alexandre Henrique de Quadros é mestrando do Instituto de Psicologia da USP lexquadros@hotmail.com
Jesús Álvarez Valdés é doutorando na Faculdade de Economia e Administração USP jesus@usp.br

1
organização da comunidade lhe possa agregar. A existência do turismo sobre o
meio ambiente pode pressionar ao máximo a capacidade de utilização do meio.
Informes da OMT(2000) e da SECTUR (2000) revelam que na América Latina, na
atual etapa de desenvolvimento do turismo, investe-se sem um planejamento
integral, ou seja, há investimentos em atividades muito específicas e lucrativas a
curto prazo, que não contribuem à consolidação de um processo turístico integral
e diferenciado. Fica, assim, que o processo de apropriação e consumo de espaços
deve ter práticas de gestão responsáveis e participativas de todos os agentes do
ciclo turístico e deve integrar-se sinergicamente com a de outros setores
econômicos.
O presente trabalho tem por objetivo contribuir para o estudo do tema, utilizando
uma abordagem teórico-conceitual, mediante a elaboração de :
1- diretrizes referenciais que possibilitem aos estudiosos, técnicos e
agentes do setor identificar e caracterizar as principais variáveis
integrantes do sistema de turismo e avaliar seus impactos no
desenvolvimento sustentável do setor;
2- roteiro metodológico das atividades críticas do PE para os agentes do
setor, permitindo delinear e aprimorar o processo de gestão, no
contexto da globalização.
II- PROCESSOS ESPACIAIS NA GLOBALIZAÇÃO. Santos (2000) nota que os
países menos ricos para agradar e implantar o processo socioeconômico da
globalização aceitam três tipos de pobreza: 1- incluída; 2- marginal; 3- estrutural.
Trata-se esta última, ao contrário das duas anteriores, de uma pobreza perversiva,
generalizada, permanente e legitimada pelos atores do processo de globalização.
Os pobres não são incluídos nem marginalizados, eles são excluídos, segregados
do processo sócio-econômico da globalização.
Esta segregação é fruto da racionalidade da globalização. Lozato-Giotart (1990),
Manning (1992), Ribeiro (1997) e Yázigi (2001) concordam que é cada vez mais
evidente que a atividade turística está degradando as bases sobre as quais
repousa sua prosperidade; o meio ambiente, cultura e identidade regional.
Destaca Yázigi (2001) que algumas vezes, a atividade turística, nasce abortada.
Chega-se a segregar e excluir sua população anfitriã do local, não a incluindo no
processo socioeconômico. Fica mais exposto ao que Santos (2000) define de
“hegemonia da competitividade e do consumo”, só que no caso da atividade
turística além de mais evidente, é mais rápida e irreparável o efeito de
autodestruição.
Cruz (1999), Toledo et al. (2001) analisam mediante estudo de regiões turísticas
que na maioria dos casos latino-americanos existe um processo espacial
conduzido pela competitividade depredatória dirigidas por um ineficiente
planejamento, onde as sociedades e empresas esgotam recursos naturais-
culturais e éticos para poder “capturar” aos turistas.
Turismo e processo de apropriação e consumo de espaços. Considerando-se
a má distribuição da renda latino-americana, sabe-se que o turismo representa em
média nos países latino-americanos 9 % do PIB, 8% do trabalho direto e 7% das
divisas. Sachs (1986) salienta sobre a utilidade e capacidade do turismo em poder
colocar o social no centro do desenvolvimento, isto é, de reafirmar a finalidade
social do desenvolvimento.

2
O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (2001) analisa que antes dos
anos 90, alguns governos e organizações internacionais trataram o tema turismo
com uma perspectiva de conseqüências negativas, com as precárias condições de
emprego, a exploração e prostituição infantil, a degeneração das tradições e
valores culturais e a deterioração ambiental nos territórios turísticos. Este conselho
afirma que estes efeitos ambientais têm suas origens no consumo descomedido
dos recursos, e aponta que o turismo pode aportar benefícios econômicos às
comunidades receptoras e servir de instrumento para atenuar a pobreza e
conservar entre outras, as riquezas naturais e culturais, sempre com planejamento
adequado visualizando em longo prazo.
Toledo et al. (2001) agregam que para algumas regiões geográficas da América
Latina, o turismo devidamente planejado pode colaborar entre outras atividades:
• ser gerador de divisas;
• respeitar e melhorar o meio ambiente;
• melhorar a paisagem e o espaço urbano;
• exigir maior cultura, tecnologia e infra-estrutura para o espaço local;
• redistribuir a riqueza e informações das regiões mais ricas às mais pobres;
• permitir uma distribuição mais eqüitativa dos seus resultados;
• capacitação dos recursos humanos,
• permitir e incentivar a participação capacitada da comunidade.
III- METODOLOGIA. Aplica-se a Teoria de Sistemas para analisar os elementos e
inter-relações do setor de turismo, pois permite a análise de situações complexas
em ambientes dinâmicos, possui um enfoque interdisciplinar e uma concepção
Figura 1: Sistema de Turismo (SISTUR). Modelo Teórico Referencial
integral de conteúdo
multidisciplinar. Os
sistemas abertos, como
Conjunto de relações ambientais RA

Ecológico Social é o caso do Sistema de


Tecnologia
Turismo, pressupõem a
inter-relação do sistema
Econômico Cultura estudado com o
ambiente externo, de tal
Conjunto da Organização Estrutural OE

Superestrutura maneira que se produz


Conjunto das Ações Operacionais AO

MERCADO
OFERTA DEMANDA
entre eles uma série de
input output intercâmbios.
Beni (2000), define o
Produção Consumo
Sistema de Turismo
Infra-estrutura (SISTUR) toda sua
Distribuição amplitude, complexidade
Fonte: Modificado de Beni (2000) e multicausalidade,
mediante um esquema
sintetizador dinâmico que ressalta as combinações múltiplas de forças e energias.
Propõe um modelo teórico referencial do sistema do turismo no qual sugere a
análise e o estudo da integração dos seguintes elementos, conforme pode ser
observado na Figura 1: A- as relações ambientais, envolvendo os subsistemas
ecológico, social, econômico, tecnológico e cultura; B- a organização estrutural,
que abrange a super-estrutura e a infra-estrutura; C- as ações operacionais, que

3
envolvem, no mercado, oferta e demanda, relacionadas com produção e consumo,
respectivamente, dependendo ambas do sistema de distribuição.
IV- PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. O agente turístico deve encontrar
condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores intervenientes, de modo
que possa exercer algum tipo de influência sobre eles. A estratégia, supondo uma
situação ambiental em que o futuro tende a ser diferente do passado, pressupõe-
se, para tanto, a necessidade de um processo contínuo de decisões, acionado
dentro de um contexto ambiental interdependente e mutável.
Na conceituação de estratégia para o setor de turismo, a abordagem alemã de
wetanschaung, já que a interpretação do ciclo turístico pode ser representa a
forma diferente de conceber as coisas, dos modelos mentais, da visão e da
aprendizagem do grupo, de como é a concepção do mundo na perspectiva dos
integrantes dessa região. É a partir da visão dos integrantes da região, de como o
mundo funciona, em conjunção com seus aspectos éticos, culturais e ideológicos,
que será escolhida a estratégia regional.
O PE é o processo que estabelece os grandes eixos do desenvolvimento turístico.
Acerenza (1986) o define como "o processo destinado a determinar os objetivos
gerais do desenvolvimento, as políticas e as estratégias que guiarão os aspectos
relativos aos investimentos, ao uso e ao ordenamento dos recursos utilizáveis com
este fim". O autor propõe um esquema metodológico destinado a orientar o
processo de PE em turismo, que na prática, implica tomar decisões quanto a três
aspectos básicos:
a) definição dos objetivos e formulação da política;
b) determinação da estratégia de desenvolvimento;
c) especificação dos programas de ação.
De acordo com o esquema proposto por Acerenza (1986), o desenvolvimento do
processo de PE do turismo deve obedecer a uma determinada seqüência,
compreendendo as fases descritas a seguir:
Fase A: análise da situação passada;
Fase B: avaliação da posição do turismo: avaliação do turismo sob o
aspecto de prioridades de desenvolvimento; avaliação da atitude da
comunidade; avaliação das expectativas do setor turístico;
Fase C: formulação da política turística, levando em conta aspectos como
satisfação do turista, proteção ao ambiente natural, retorno para os
investidores e a sociedade anfitriã;
Fase D: determinação da estratégia indutora do desenvolvimento;
Fase E: especificação dos programas de ação;
Fase F: coleta de dados, avaliação e controle dos resultados operacionais.
O PE se completa com o planejamento operacional, o qual se refere a questões
inerentes à execução dos diferentes programas destinados ao fomento e ao
desenvolvimento do turismo, estando, pois, estreitamente ligado a aspectos
orçamentários.
Planejamento e sustentabilidade. O turismo deve produzir desenvolvimento
sustentável. Como destaca Manning (1992), tem a capacidade para ser líder por
ser multissetorial e dada sua alta sensibilidade de distribuição de vários benefícios
em toda a comunidade anfitriã. Este desenvolvimento pode ser entendido como a
conjugação de crescimento econômico com melhoria progressiva das condições

4
econômicas, culturais e sociais do conjunto da população. Essa melhora deve vir
acompanhada de uma certa estabilidade e perspectiva de sustentabilidade desse
processo considerando o meio ambiente.
Para Lozato-Giotart (2000) o ciclo turístico deve garantir e assegurar os
componentes dos diferenciais turísticos, mediante o processo racional de
exploração dos recursos ambientais naturais e de caráter histórico-cultural e
temático-artificial. De acordo com esse conceito, no processo de ocupação
espacial e de exploração dos recursos naturais deve-se assegurar a preservação
máxima das características originais do meio ambiente. Na exploração dos
recursos de caráter históricos-culturais requer que haja manutenção e
restauraração da integridade patrimonial e cultural, assim como, permanente
aproveitamento social. No desenvolvimento de recursos de caráter temático-
artificial é necessário haver flexibilização do tratamento dos temas e
aproveitamento do espaço com estrita observância da legislação ambiental.
Lozato-Giotart (2000) ressalta que a maioria dos conceitos desenvolvidos sobre
turismo sustentável compreende definições limitadas, porque só contemplam
recursos ambientais e econômicos, deixando de analisar a origem e a
transformação do valor turístico intrínseco e sua conversibilidade em renda por
meio de produção, distribuição e consumo. Do mesmo modo, esses conceitos
limitados não consideram a participação da população residente no processo
produtivo, razão pela qual, em geral conduz a modelos limitados de gestão do
sistema.
Variáveis que determinam a sustentabilidade do setor de turismo. Os
impactos do turismo se referem a uma gama de modificações ou seqüências de
eventos provocados pelo processo de desenvolvimento turístico nas regiões
receptoras. As variáveis que provocam impactos no meio ambiente têm natureza,
intensidade, direção e magnitude diversas, apesar dos resultados interagirem e
serem geralmente irreversíveis. A complexidade das interações do fenômeno
turístico quase sempre impossibilita medir o impacto total da atividade, devido às
dificuldades metodológicas de seleção de indicadores assim como da escolha das
variáveis a serem levadas em consideração. Atualmente devem ser consideradas:
1- Qualidade e perfil do consumidor. O consumidor de hoje e o do futuro
não serão mais os mesmos sob o aspecto de sua qualificação. Como
destaca Beni (2000), ele buscará a qualidade mais do que a forma.
2- Hospitalidade do espaço. Implicaria uma visão limitada, na concepção
de Lozato-Giotart (2000), falar de PE ou simplesmente de gestão no setor
de turismo, sem o conceito de hospitalidade do espaço, que inclui os
elementos e inter-relações do ambiente natural, artificial e a própria
sociedade anfitriã.
3- Novas legislações ambientalistas. Manning (1992) considera que a
partir da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
de 1987, Agenda de Rio 92, entre outras, tem-se começado a divulgação do
"desenvolvimento sustentável" como um objetivo para a sociedade humana.
Tanto o processo de apropriação e consumo do espaço com o PE estão
altamente relacionados com o de ciclo de vida da região turística. O PE tratará o
destino como um tudo em seu ciclo de vida. Se não se praticar um PE adequado
surgirão impactos: 1-físicos, como a alteração do meio natural e o problema de

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capacidade de carga; 2- humanos, como a falta de identidade cultural ou
despreparo dos empregados para atender aos requisitos de hospitalidade; 3- de
marketing, como impossibilidade de explorar novas oportunidades ou inadequada
imagem do destino; 4- organizacionais, como a pouca cooperação entre os
diferentes agentes econômicos individuais; 5- outros, como a falta de atrações
suficientes em carteira ou a baixa ou deteriorada qualidade da infra-estrutura, dos
equipamentos e dos serviços.
A visão da SECTUR (2000), é que o setor do turismo impacta de modo relevante
ao processo de desenvolvimento sustentável de uma região, pelo qual sempre se
deve avaliar seu custo/beneficio, principalmente por consumir recursos naturais,
produzir desperdícios de vários tipos, importar materiais e tecnologias forâneas à
região, trazer cargas numerosas de turistas com identidade cultural diferente à
anfitriã, edificar em áreas vulneráveis e gerar assentamentos humanos de suporte
à atividade turística.
V-CONSIDERAÇÕES E PROPOSTAS.
O estudo do setor turístico, sob o enfoque sistêmico, e o exame detalhado do
processo de PE dos agentes turísticos, permitem asseverar que, na era da
globalização, para uma atuação estratégica bem sucedida, é indispensável que se
incorporem novos elementos ao estudo e à prática do turismo, como:
desenvolvimento sustentável, análise do comportamento dos turistas (atuais e
potenciais), métodos de distribuição dos benefícios, cultura e identidade da
sociedade anfitriã.
Compartilha-se a idéia de Sachs (1986) que o planejamento do desenvolvimento
envolve a elaboração de políticas no intuito de moldar ou, pelo menos, influenciar
a ação do homem em relação à “natureza” e a si mesmo, no processo de
utilização do meio natural. O planejamento turístico deve ser para cada
“ecorregião” e insistir nas soluções específicas de seus problemas particulares.
Deve levar em conta os dados ecológicos da mesma forma que os culturais, as
necessidades imediatas como também aquelas a longo prazo. Valls (1996) afirma
que são dois os requisitos essenciais de todo o PE em turismo deve ser
sustentável e deve ser consensual.
Divide-se em 4 módulos as diretrizes e atividades críticas a serem desenvolvidas
por uma região turística, no processo de apropriação e consumo de espaços pelo
turismo, para o desenvolvimento sustentável:
Módulo i- Roteiro metodológico:
1- Identificar todos os participantes (atores) ativos e passivos no processo de
desenvolvimento;
2- Determinar os critérios, explícitos ou implícitos que sustentam as posições
dos atores;
3- Determinar os problemas de cada um dos atores em função de suas
necessidades e aspirações (prioridades);
4- Determinar diretamente ou por inferência os problemas, metas e objetivos
de cada um dos atores (hierarquia);
5- Inventário, avaliação e diagnóstico físico e socioeconômico dos âmbitos
territoriais e funcionais onde se pretende alcançar os objetivos. Análise da
sustentabilidade ambiental;

6
6- Identificar as restrições técnicas, políticas, legais, econômicas, financeiras,
organizacionais, funcionais, culturais, educacionais, comerciais, e outras
que obstaculizem ou impeçam os objetivos. Hierarquia;
7- Gerar as opções de solução para superar as restrições previamente
identificadas e hierarquizadas as soluções, Selecionar;
8- Delinear as estratégias para por em prática as soluções e ações de caráter
descontínuo (projetos de investimentos) e contínuo (serviços, sistema de
produção e outros);
9- Programar as ações (programas, projetos, atividades e tarefas) sob a base
das soluções e as estratégias selecionadas, execução das atividades de
controle e seguimento dos resultados obtidos;
10-Materializar as ações programadas em cada âmbito. Controle sistemático
dos objetivos e da sustentabilidade ambiental. Manejo ambiental;
11-Reiniciar o ciclo em níveis progressivamente mais detalhados e precisos.
Módulo ii- Articulação da iniciativa pública, privada e a sociedade civil.
1- O nível Intitucional setorial, deve ser quem guia as diretrizes e políticas para
criar o marco institucional. É conduzido pelos ministérios, secretarias,
organizações de classe e outras identidades centrais que têm a responsabilidade
de criar o devido marco legal e institucional, para que esta atividade tenha um
desenvolvimento econômico com uma distribuição mais eqüitativa. Deve respeitar
o meio ambiente, cultura e identidade local e facilitar a articulação das redes
regionais com as redes internacionais como são organismos mundiais (OMT, BID,
PNUD, entre outros);
2- O nível de grandes empresas, destinado a manter o turismo de uma região
em longo prazo, preservando e atualizando os investimentos e financiamentos,
Figura 2: Fases para a elaboração de um planejamento estratégico do setor turístico tecnologias, e
melhores práticas
de gestão.
Ciclo do planejamento Ajudam a cadeia
Hierarquia Condicionantes de valor das
dos niveis de estructurais Formulação Programação Orçamento
planejamento Estratégica Estratégica operacional e pequenas
estratégico empresas;
Nível Setorial 3- O nível de
0 13 13 13 redes pequena e
Grandes médias
Empresas 1 2 6 9 12 empresas, que se
circunscreve à
Redes de Pe-
empresa do ciclo
quenae/ mé- 3 4 turístico regional
diasempresas 7 10
ONG’s
e compreende as
Academia
atividades
5 8 11 relativas ao
(Controle)
gerenciamento
estratégico e
atendimento do turista, mão de obra, hospitalidade do espaço e desenvolvimento
local;

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4- O nível social de participaçao da sociedade civil, que estabelece mediante
sua participação, capacitação e controle das ações necessárias para alcançar os
objetivos propostos no PE. São decisões que integram a temas referentes ao
desenvolvimento ambiental e econômico-cultural da própria sociedade.
Módulo iii- Perspectiva e análise da informação.
Em vista do exposto, a estruturação e o funcionamento descrito para um PE deve
ser integrado e incluir as seguintes premissas:
iii.1- Uma análise do turismo precisa ser tratada mediante enfoque sistêmico, pela
forte inter-relação de todos os elementos, agentes e forças que compõem o
sistema. As iniciativas públicas, privadas e sociais são subsistemas a serem
articulados.
iii.2- Estimular o desenvolvimento do pensamento sistêmico pelos
administradores, de forma a integrar três níveis de pensamento no delineamento
das estratégias de atuação, a saber:
• Primeiro nível: planejar, com base nos eventos ocorridos in loco. Geralmente,
como explica Senge (1998), é com base nos eventos que as pessoas explicam
situações, razão pela qual as ações são reativas, não obstante tais eventos
serem evidências de padrões de comportamento dos elementos da realidade
descrita.
• Segundo nível: analisar as tendências de longo prazo e avaliar suas
implicações. Neste nível, é avaliado o comportamento passado das variáveis,
buscando-se evidências que permitam prever seu comportamento futuro, o que
pode ser feito com o recurso de indicadores. Neste caso, as ações figuram
como resposta às tendências detectadas.
• Terceiro nível: procurar a compreensão estrutural da situação em questão,
investigando as causas dos padrões de comportamento e buscando explicar a
influência recíproca dos agentes do sistema. Este nível é o mais preciso e
criativo já que permite as melhores intervenções para antecipar e delinear as
estratégias.
iii.3- Variáveis a serem contempladas. Observa Acerenza (1986), que dada a
grande quantidade de variáveis, freqüentemente se levantam muitos dados para
concluir-se algo sem encadeamento lógico de valor estratégico para os agentes.
Na análise sistêmica dos fenômenos complexos, como o setor de turismo, existem
vários critérios para determinar as variáveis críticas aqui foi utilizado o método,
propostos por Senge (1998), como:
1) Definir a situação complexa e suas inter-relações;
2) Apresentar a trajetória histórica do objeto estudado;
3) Identificar as variáveis críticas presentes no sistema;
4) Delinear o comportamento das variáveis críticas;
5) Identificar a influência das variáveis críticas e suas inter-relações;
6) Identificar modelos e padrões de comportamento;
7) Transformar os padrões em elementos do sistema modelado;
8) Desenvolver arquétipos que definam e tornem operacional o sistema;
9) Modelar por computador;
10) Reprojetar o sistema.

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As variáveis críticas do Quadro I tiveram por base a revisão da literatura, e foram
seguidas as linhas de análise dos estudos de Acerenza (1986), Manning (1992),
Sachs (1986), Santos (2000), OMT (2000), SECTUR (2000), Yázigi (2001).
Quadro 1: Variáveis de impacto e principais indicadores a levantar no
planejamento participativo do turismo no processo espacial da globalização.
Variável de impacto Indicadores
X1- Macroeconomia: X11- PIB, X12- Recursos disponíveis, X13- Desenvolvimento
da infra-estrutura, X14- Desenvolvimento de outras
indústrias relacionadas, X15- Estrutura de empregos, X16-
Regulamentação estatal e incentivos para o fomento, X17-
Sistema tributário, X18- Desenvolvimento do setor de
serviços, X19- Desenvolvimento do setor turístico existente,
X110- Balança turística, X18- Organismos internacionais.
X2- Meio ambiente X21- Recursos hídricos, X22- Recursos da flora e da fauna,
natural/artificial X23- Recursos históricos, X24- Recursos artificiais para
atender o turista.
X3- Estrutura e X31- Processo, X32- Orientação e objetivos gerais, X33-
PE Recursos, X34- Programa de ação e prazos.
X4- Supra-estrutura X41- Sistema nacional de turismo, X42- Ordenação jurídico-
e infra-estrutura administrativa, X43- Serviço de apoio à comunidade, X44-
Sistemas de acesso e transportes, X45- Sistemas de
comunicações, X46- Sistemas de segurança.
X5- Tecnologia X51- Definição da estratégia, X52- Orientação e objetivos
gerais, X53- Tecnologia de Recursos Humanos, X54 Prazos
do planejamento de gestão tecnológica, X55
Posicionamento tecnológico pólo-cliente.
X6- RH e o sistema X61- Hospitalidade da população receptora, X62- Nível de
social instrução da população receptora, X63- Índices de emprego
da população, X64- Renda per capita, X65- Capacitação da
força de trabalho para desenvolver o setor.
X7- Mercado X71- Oferta (produto turístico), X72- Perfil da demanda do
país emissor), X73- Empresas, X74- Canais de distribuição.
X8- Turista Z81- Base de dados para relacionamento com o turista,
Z82- Tipos de turistas, Z83- Orientação da estrutura
empresarial para o turista, Z84- Mensuração da satisfação
do turista, Z85- Valor agregado ao turista, Z86- Flexibilidade
para o turista, Z87- Segurança, Z88- Identidade cultural.
Variável do PE Indicadores
Z1-Qualidade / Z11- Ambiente acolhedor, Z12 - Normas de Qualidade, Z12-
hospitalidade Amizade, Z13- Hospitalidade, Z14- Atenção individualizada,
Z15 - Ajuda, Z16-Comodidade, Z17 Identidade cultural do país
emissor.
Z2- Tecnologia Z21- Estratégia tecnológica, Z22- Tecnologia orientada para
(tangível/intangível) o cliente, Z23- Tecnologia orientada para o processo, Z24-

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Tecnologia do país emissor.
Z3- Recursos Z31- Capacitação, Z32- Motivação, Z33- Orientação para o
Humanos cliente,
Z4- Posicionamento Z41- Segmentação, Z42- Posicionamento de mercado, Z43-
no mercado Posicionamento psicológico, Z44- Valor percebido pelo país
emissor.
Z5-Impacto Meio Z51- Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Z52- Relatório do
Ambiente Impacto Meio Ambiente (RIMA) , Z53- Capacidade e manejo
de carga turística, Z54- Controle de flutuações da
demanda .
Z6- Recursos Z61- Orçamento, Z62- Análise de sensibilidade, Z63-
financeiros Parcerias, Z62- Relação Custo-benefício.
iii.4 Atividades que o marco institucional deve controlar no processo de
apropriação e consumo de espaços pelo turismo. Além de propiciar o
planejamento participativo da sociedade deve determinar para cada projeto:
1. Examinar cuidadosamente todos os efeitos significativos a montante e
jusante das atividades do projeto;
2. Identificar para cada efeito os atores sociais envolvidos;
3. Saber seu posicionamento (ameaças, oportunidades). Hirarquizar-los;
4. A partir dos conflitos elaborar soluções comprometidas e consensuadas
para as prioridades a curto e longo prazo da região;
5. Fazer conhecer as soluções. Recomeçar uma nova análise mais detalhada.
VI- BIBLIOGRAFIA.
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Nordeste do Brasil. Departamento de Geografia Humana, FFLCH-USP,
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Lozato-Giotart, J. Géographie du tourisme. Masson, Paris, 1990.
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Turismo. OMT, Madrid, 2000.
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Senge, P. La quinta disciplina en la práctica .Juan Granica, Barcelona, 1998.

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Perspectivas, Buenos Aires, 2001.
Valls, J. Las claves del mercado turístico: como competir en el nuevo
entorno. Deusto, Bilbao, 1996.
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