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A primavera brasileira: Existe algo além de atos de

mudança?
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Rio de Janeiro - Manifestante exibe cartaz contra a PEC 37 durante atuação da polícia
Foto: AFP

André Luís Woloszyn


Analista de Inteligência Estratégica

Os protestos que vem ocorrendo em diversos estados brasileiros envolvendo milhões de


participantes e que tomou de surpresa e até de espanto as autoridades constitui-se em
um novo, extraordinário e já histórico movimento de pressão popular. Direcionado,
inicialmente, a problemas pontuais que envolvem grande parcela da sociedade, teve
início, aparentemente, pela insatisfação geral contra a forma com que algumas questões
que envolvem diretamente o cotidiano da população são tratadas pelo poder público a
décadas.
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Além de uma inequívoca demonstração do poder mobilizador das redes sociais na
defesa de um sentimento coletivo latente e da força das massas quando direcionadas
para um objetivo comum, o que mais chama a atenção nestes episódios, é o fato de que,
diferentemente de ações semelhantes ocorridas no passado, esta não envolve os
movimentos sociais ou partidos políticos que, tradicionalmente, eram, até então, seus
maiores e únicos patrocinadores.

As ações tomaram proporções gigantescas repercutindo internacionalmente onde


centenas de pessoas saíram as ruas nas principais capitais europeias em protesto de
apoio ao movimento e as lutas históricas por mudanças sociais que ainda não saíram do
papel, especialmente no que se refere a educação e a saúde.

Os episódios denotam de forma clara que a percepção positiva do Governo Federal


sobre o crescimento econômico e social não é a mesma compartilhada pela maioria da
população.

Mas, ainda é cedo para uma avaliação mais ampla sobre as repercussões sociais deste
fenômeno popular que guarda algumas semelhanças com o que ocorreu em 2010 em
países do Oriente Médio e África que ficou conhecido como a primavera árabe.

A questão da violência

O grande problema deste tipo de ativismo é a infiltração de anarquistas, que envoltos


pela massa, aproveitam-se da situação para realizarem atos de vandalismos, saques,
furtos e depredações, distorcendo o objetivo maior do movimento. Constantes
confrontos com forças de segurança, manifestações públicas violentas e danos ao
patrimônio público e privado são ações típicas de uma situação de rebelião,
tecnicamente a primeira fase de uma guerra civil. A continuidade de ações de violência
pode evoluir para uma segunda etapa, a da insurgência, mais difícil de ser controlada
apenas por forças policiais.

A coordenação

Embora as ações de protestos sejam coordenadas em diversas capitais pelas redes


sociais, existe aparentemente uma coordenação por grupos que atuam em diversos
momentos e locais. A maioria, de forma pacífica que tem como objetivo apenas os
protestos por mudanças sociais. Porém outros grupos, como mostram imagens em
vários pontos do país, atuam com a finalidade exclusiva da prática de vandalismo. Este
modo de atuação pode ser proposital tendo o intuito de dividir as forças de segurança
que por questão de recursos humanos e materiais, não podem estar em diversos locais
com o mesmo grau de eficácia.

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