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HISTÓ R IA
60 anos de matança
Chamado de “Coca-Cola das armas”, o AK-47 é o mais revolucionário fuzil do século 20
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Armas de mão são pequenas, mas mais imprecisas e de curto alcance. A submetralhadora
também tem alcance curto; o tiro eficaz na maioria delas mal passa de 50 metros. Já o
fuzil peca pelo oposto: alcance exagerado, desnecessário, de até um quilômetro. A
experiência de combate mostra que raramente o soldado dispara contra um inimigo a
essa distância e, quando atira, a chance de acertá-lo é mínima.
Logo, o ideal era uma arma que combinasse as vantagens dos três tipos. Os fuzis de
assalto usados pelos alemães na Segunda Guerra eram exatamente isso. Em vez de
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empregar o cartucho de fuzil tradicional, calibre 7,92 mm x 57 mm (isto é, 7,92 mm de
diâmetro e 57 mm de comprimento), a nova arma usava uma versão curta, calibre 7,92 mm
x 33 mm. Adolf Hitler foi contra o projeto. Os militares conseguiram tocá-lo adiante,
mentindo sobre o nome da arma, chamada de submetralhadora ("M aschinepistole 43").
Depois que o ditador aprovou o programa, o nome passou a ser Sturmgewehr 44 -
traduzido como "fuzil de assalto".
COMO FUNCIONA
Os fuzis AK operam com o gás da explosão dos cartuchos
1>>>Ao apertar o gatilho, o cão da arma faz o percussor detonar a estopilha na base do
cartucho de munição. A explosão impele o projétil para fora do cano
2>>>Feito o tiro, parte do gás do propelente é dirigido por um orifício e empurra um
pistão no cilindro sobre o cano
3>>>O pistão faz girar o ferrolho, que recua, abrindo a culatra e armando o cão para o
próximo disparo
4>>>Com a culatra aberta, o estojo vazio é ejetado. Uma mola atrás do ferrolho é
comprimida pelo recuo e devolve o ferrolho para a posição inicial
5>>>O novo cartucho entra na culatra, que gira e trava. O AK está pronto para outro
tiro, que pode ser automático (rajada) ou semi-automático (um projétil de cada vez)
Kalachnikov quis produzir uma arma assim. Seus motivos eram patrióticos, mas os russos
nunca a usaram para defender o próprio país. A AK foi empregada na intervenção no
Afeganistão, de 1979 a 1989, e virou a arma padrão do bloco comunista e dos
guerrilheiros e terroristas por ele apoiados.
Praticamente nenhuma guerra de 1947 até hoje dispensou o AK. Só nas Américas o fuzil é
menos comum - apesar de ter sido usado na América Central e pelas forças armadas de
Cuba e agora da Venezuela de Hugo Chávez. Todos os países árabes e guerrilhas
palestinas em luta contra Israel usam o AK, assim c omo a maior parte dos governos e
guerrilhas africanos. Poucas dezenas de dólares compram um fuzil AK em países como
Angola ou M oçambique, que colocou o fuzil na própria bandeira do país.
Por falar em África, a cena inicial do filme"O Senhor das Armas", de Andrew Niccol,
mostra uma situação que se repete diariamente ali. Acompanhamos a "história" de uma
bala de fuzil AK-47 desde sua fabricação, embalagem e transporte, até o seu tão comum
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destino final: a testa de um jovem africano.
FICHA TÈCNICA
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