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07/01/2011 Galileu - EDG ARTIGO IMPRIMIR - 60 a…

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HISTÓ R IA

60 anos de matança
Chamado de “Coca-Cola das armas”, o AK-47 é o mais revolucionário fuzil do século 20

R ICAR DO BO NALUME NETO

Há uma dúzia de palavras idênticas em todas as línguas e


conhecidas de todos, do camponês chileno ao operário
japonês, do citadino inglês ao montanhês afegão. Entre
elas estão 'táxi', 'rádio', 'Coca-Cola' e 'Kalachnikov'. O nome
russo mais pronunciado não é Lênin, Stálin ou
Gorbatchev, e sim Kalachnikov [ou AK-47, como é
conhecido seu fuzil mais famoso]", diz a jornalista Elena
Joly. Ela é co-autora de um livro de memórias de um
soldado russo nascido em 1919, ferido na Segunda Guerra
e criador do mais revolucionário fuzil do século 20, M ikhail
Timofeievitch Kalachnikov.

Como atesta o nome dado à arma, AK-47 ou "Automática


Desde cedo: com apenas 4 anos
Kalachnikov", ela surgiu em 1947. Foi modificada desde
de idade, o palestino Hussein
então, gerando versões como a AKM , um pouco
Jar boo segur a um AK-47 dur ante
melhorada, ou a AK-74, usando uma munição de menor um pr otesto contr a EUA e Isr ael
calibre. M as manteve sempre as características que em Gaza. Na faixa em sua cabeça
fizeram mais de 60 milhões delas serem produzidas em está escr ito: "Amigo dos
már tir es"
vários países.

Apesar de ser uma arma russa, o conceito por


trás dela foi "popularizado" em combate pelos
alemães na Segunda Guerra, com o uso intenso
dos primeiros fuzis de assalto. Na época, as
armas individuais eram basicamente de três
tipos. Havia as de mão, como revólveres e
pistolas, com cartuchos curtos e projéteis em
geral rombudos. O mesmo tipo de munição foi
empregado nas submetralhadoras ou
metralhadoras de mão, que disparavam rajadas. Or dem e pr ogr esso: Moçambique colocou o
As submetralhadoras ficaram famosas no cinema fuzil em sua pr ópr ia bandeir a
por serem empregadas pelos gângsteres. A
terceira arma usada nos exércitos pelo combatente individual era o fuzil, disparando um
cartucho mais comprido e com mais propelente (a sua "pólvora"), dotado de um projétil
pontiagudo. M unição semelhante, de calibres iguais e maiores, é usada nas metralhadoras
propriamente ditas (armas coletivas e mais pesadas, empregadas por mais de um soldado).

EXEMPLOS DE CARTUCHOS DE MUNIÇÃO

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1>>>Calibre 6,35 mm (ou 0,25 polegada)


Típico de várias pistolas e revólveres, como vários modelos da
italiana Beretta
2>>>Calibre 7,65 mm
Típico de várias pistolas e revólveres, como a pistola alemã
Luger Parabellum
3>>>Calibre 7,92 mm x 57 mm
Exemplo de cartucho de fuzil tradicional. Empregado pelos
fuzis alemães M auser
4>>>Calibre 5,56 mm x 45 mm NATO
Cartucho padrão da aliança ocidental Otan, empregado pelo
fuzil de assalto americano AR-15 (conhecido como M -16 pelo
exército dos EUA)
5>>>Calibre 7,62 mm x 39 mm
Conhecido como calibre 7,62 "curto", é o cartucho empregado
pelos fuzis de assalto russos da série AK
6>>>Calibre .50 (0,5 polegada = 12,7 mm)
M unição típica de metralhadoras pesadas, das quais a
Browning americana é o modelo clássico e pioneiro
7>>>Calibre .30 ou 7,62mm x 63 mm
Utilizado em fuzis ou em metralhadoras leves como a americana
M 1919 Browning
8>>>Calibre .45 (0,45 polegada = 11,43 mm)
Usado na famosa pistola americana Colt M 1911. Também é
empregado em submetralhadoras como a norte-americana
Thompson e uma versão da israelense UZI

Armas de mão são pequenas, mas mais imprecisas e de curto alcance. A submetralhadora
também tem alcance curto; o tiro eficaz na maioria delas mal passa de 50 metros. Já o
fuzil peca pelo oposto: alcance exagerado, desnecessário, de até um quilômetro. A
experiência de combate mostra que raramente o soldado dispara contra um inimigo a
essa distância e, quando atira, a chance de acertá-lo é mínima.

Logo, o ideal era uma arma que combinasse as vantagens dos três tipos. Os fuzis de
assalto usados pelos alemães na Segunda Guerra eram exatamente isso. Em vez de

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empregar o cartucho de fuzil tradicional, calibre 7,92 mm x 57 mm (isto é, 7,92 mm de
diâmetro e 57 mm de comprimento), a nova arma usava uma versão curta, calibre 7,92 mm
x 33 mm. Adolf Hitler foi contra o projeto. Os militares conseguiram tocá-lo adiante,
mentindo sobre o nome da arma, chamada de submetralhadora ("M aschinepistole 43").
Depois que o ditador aprovou o programa, o nome passou a ser Sturmgewehr 44 -
traduzido como "fuzil de assalto".

COMO FUNCIONA
Os fuzis AK operam com o gás da explosão dos cartuchos

1>>>Ao apertar o gatilho, o cão da arma faz o percussor detonar a estopilha na base do
cartucho de munição. A explosão impele o projétil para fora do cano
2>>>Feito o tiro, parte do gás do propelente é dirigido por um orifício e empurra um
pistão no cilindro sobre o cano
3>>>O pistão faz girar o ferrolho, que recua, abrindo a culatra e armando o cão para o
próximo disparo
4>>>Com a culatra aberta, o estojo vazio é ejetado. Uma mola atrás do ferrolho é
comprimida pelo recuo e devolve o ferrolho para a posição inicial
5>>>O novo cartucho entra na culatra, que gira e trava. O AK está pronto para outro
tiro, que pode ser automático (rajada) ou semi-automático (um projétil de cada vez)

Kalachnikov quis produzir uma arma assim. Seus motivos eram patrióticos, mas os russos
nunca a usaram para defender o próprio país. A AK foi empregada na intervenção no
Afeganistão, de 1979 a 1989, e virou a arma padrão do bloco comunista e dos
guerrilheiros e terroristas por ele apoiados.

A robustez e a confiabilidade da série AK fizeram dela uma arma extremamente popular.


Precisava de pouca manutenção e podia operar em extremos como a neve, floresta
tropical ou deserto. O próprio inimigo a usava. É o caso dos americanos quando
capturavam um dos guerrilheiros vietnamitas.

Praticamente nenhuma guerra de 1947 até hoje dispensou o AK. Só nas Américas o fuzil é
menos comum - apesar de ter sido usado na América Central e pelas forças armadas de
Cuba e agora da Venezuela de Hugo Chávez. Todos os países árabes e guerrilhas
palestinas em luta contra Israel usam o AK, assim c omo a maior parte dos governos e
guerrilhas africanos. Poucas dezenas de dólares compram um fuzil AK em países como
Angola ou M oçambique, que colocou o fuzil na própria bandeira do país.

Por falar em África, a cena inicial do filme"O Senhor das Armas", de Andrew Niccol,
mostra uma situação que se repete diariamente ali. Acompanhamos a "história" de uma
bala de fuzil AK-47 desde sua fabricação, embalagem e transporte, até o seu tão comum

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destino final: a testa de um jovem africano.

FICHA TÈCNICA

Fuzil AKM (AK-47 modificado e melhorado)


Comprimento: 0,87 m
Calibre: 7,62 mm cartucho curto
Sistema de operação: gás
Peso carregado: 3,9 kg
Cadência de tiro: 600 por minuto
Alcance efetivo: 400 metros
Carregador: 30 cartuchos
Velocidade do projétil: 715 metros por segundo

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