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Curso de Especialização em
Ensino Especial
2004/2005
1 48
«Compreensão das Dificuldades de
Aprendizagem»
Um enfoque cognitivo
de referência
2 48
Introdução:
Este trabalho aborda várias questões gerais relacionadas com dificuldades
de aprendizagem. Tem por objectivo fornecer um plano no qual as questões
práticas de avaliação e de intervenção possam ser mencionadas às
pesquisas teóricas das bases cognitivas das dificuldades de
aprendizagem. Serão consideradas a ocorrência e a variedade das D.A.,
como também métodos de classificação e uma série de questões críticas a
respeito dessa mesma classificação.
Aborda também a tarefa, a criança e o ambiente como os três elementos de
um esquema para compreensão das D.A. A maioria das pesquisas e das
técnicas práticas abordam a tarefa pela interacção da criança. Pode-se
abordar esta questão considerando o processamento de informações exigido
pela tarefa e as capacidades cognitivas apresentadas pela criança.
O sistema cognitivo da criança também é aqui discutido, tendo em conta os
níveis da arquitectura cognitiva, do conhecimento da representação, do
processo de tarefas e do processo de execução.
As D.A. exigem avaliação e intervenção. A base de ambas
deve ser o desempenho actual da criança nas tarefas cognitivas.
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Dificuldades de aprendizagem
ESPECÍFICA GERAL
A criança Faz-se uma
apresenta aprendizagem
dificuldades na mais lenta do
leitura e na que o normal na
Matemática maioria das
matérias
Para identificar __________ Fazer Avaliação Para que a avaliação seja
fiável e válida o profissional tem
que estar consciente das
Análise de Resultados variáveis que influenciam o
desenvolvimento da criança
Para transformar a avaliação em
Programa de Intervenção intervenções eficientes o profissional
tem que desenvolver um programa
PREOCUPAÇÃO
- linguagem
- leitura
- matemática
- como a criança lida com esse processo
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Na Ilha de Wight, Rutter efectuou-se um estudo em 2000 crianças com idades
compreendidas entre os 6 e os 11 anos, concluindo-se que 16% dessas
crianças apresentaram algum tipo de dificuldade que impediram o seu
processo educacional.
Também…
No Relatório de Comité de Pesquisa para a educação de crianças e jovens com
dificuldades de aprendizagem (Warnock, 1978) – concluiu-se que na Grã-
Bretanha que uma entre 6 crianças vai precisar de apoio especial – com
dificuldades temporárias, ou persistentes e mais longas.
Ainda…
Nos EUA, no estudo efectuado em 1987 com crianças entre os 3 e os 21 anos
12% receberam serviços de educação especial. As maiores dificuldades
registaram-se a nível da fala, distúrbios ou aprendizagem, atraso mental,
distúrbios emocionais, perdas auditivas ou mesmo múltiplas deficiências.
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É de grande importância a separação entre dois tipos de sistema de
classificação etiológica:
Casos de causa identificada Casos de causas «hipotetizadas»
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MODELO DE ANÁLISE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Deve ser analisada * È aquela que está envolvida Contexto externo no qual
de modo a que as com a dificuldade de se manifesta a dificuldade
competências implícitas, realização da tarefa. da criança.
necessárias para um * É importante ter métodos
desempenho com sucesso, de avaliação das suas
sejam compreendidas. capacidades cognitivas
juntamente com qualquer
outro atributo psicológico
importante.
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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM:
ÁREAS DE DOMÍNIO
Dificuldades Dificuldades
com a Dificuldades com a
linguagem com a matemática
leitura
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As dificuldades de aprendizagem ocorrem devido a várias razões:
48 17
Exemplo deste modelo analítico
Dificuldade de aprendizagem da
Susan (criança)
escrita do próprio nome (tarefa)
O ambiente da estimulação
anterior não conseguiu dar-lhe as
experiências apropriadas e o
ambiente escolar posterior
mostrou-se insensível às suas
necessidades.
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QUE FAZER?
Análise das exigências da tarefa
(subdivisão da tarefa nas suas componentes básicas)
Determinar até que ponto é que uma criança com dificuldades pode
realizar cada uma das “subtarefas”
Programa de intervenção
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Exemplo da análise da tarefa da escrita das letras do alfabeto
48 21
Nem todas as tarefas são fáceis de serem analisadas.
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Exemplo: testar a hipótese de que a causa de uma dificuldade de leitura é o
reconhecimento fonológico deficiente da estrutura das palavras
•Processos de execução
Regulam o sistema cognitivo
•Processos de motivação
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O MEIO
Contexto (mundo externo, físico e social) no qual
a criança e a tarefa interage
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Apresentação gráfica das funções do meio em relação à intervenção
Bronfenbrenner (1979) propôs o modelo de 4 partes em que se pode discutir o
meio que envolve a criança
MICROSISTEMA MESOSISTEMA EXOSSISTEMA MACROSSISTEMA
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(Fonte: Garbarino, 1982)
MICROSISTEMA
(um ambiente determinado)
«…um padrão de actividades, funções e relações
interpessoais experienciadas no tempo pela pessoa
em desenvolvimento em determinadas situações com
características físicas e materiais particulares.»
A situação física e o
relacionamento social da criança
com a família pode determinar o Quanto mais formas de
sucesso ou o fracasso das intervenção forem desenvolvidas nas
actividades que ocorrem nesta “habilidades” das crianças, mais
situação. possibilidades terão estas em
interagir com outros microsistemas
A intervenção directa com as com bom êxito e eficácia.
dificuldades de aprendizagem dá-se
em situações específicas, como numa
sala de aula, por um período limitado O sucesso da intervenção
de tempo. depende dos processos que ocorrem
As crianças muitas vezes deparam-se em mais do que um meio.
com vários microsistemas durante a
execução das suas actividades da vida
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diária. 30
MESOSISTEMA
(relaciona 2 ou mais sistemas do microsistema, como a relação entre família e escola)
Bronfenbrenner usa o termo As diferentes tentativas de
mesosistema para descrever as intervenção num determinado
situações nas quais o comportamento microsistema são mais sucedidos
ocorre em função de eventos que quando acompanhados por
decorrem em mais do que um meio. exercícios realizados num outro
microsistema.
As intervenções nas D.A deveriam
ser designadas como modelos de Desvantagem: se um
mesosistemas. microsistema não conseguir
O programa de intervenção deveria complementar o outro, então a
eficácia da intervenção pode ser
reconhecer a interacção entre os
reduzida.
microsistemas e planear exercícios
para cada um dos diferentes sistemas.
QUANTO MAIS FORTES FOREM OS LAÇOS ENTRE OS CONTEXTOS,
MAIS PODEROSA SERÁ A INFLUÊNCIA DOS MESOSISTEMAS
RESULTANTES NUM DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.
É IMPORTANTE CONSIDERAR A VARIEDADE TOTAL DE AMBIENTES EM
QUE A CRIANÇA VIVE, POIS ACONTECE QUE OS MICROSSISTEMAS
QUE NÃO ESTÃO AO ALCANCE DOS PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO
48 PODEM TER EFEITOS SIGNIFICATIVOS PARA O SUCESSO OU 31
FRACASSO DE TODO O PROGRAMA.
EXOSSISTEMA MACROSSISTEMA
(Não engloba a criança, mas influencia-a) (o mais geral)
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Sistema cognitivo
4 níveis:
- arquitectura cognitiva
- representações mentais
- processos de tarefas
- processos de execução
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Arquitectura cognitiva
→ é a estrutura básica do sistema
cognitivo, que fornece os componentes
necessários para a viabilização da
aprendizagem.
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Tradicionalmente → o sistema envolvia dois tipos de
memória
Memória imediata
Memória de longo prazo
“habilidade” limitada
Estrutura passiva
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Baddley e Hitch (1974) Memória imediata / Memória de longo prazo
Memória imediata
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Representações mentais
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Conhecimento Básico
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Processos de tarefas
Input externo
processos de tarefas – processar o input
em
interno Sistema cognitivo
Método automático de processamento
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Desenvolvimento da criança → Uso de → intencional
estratégias
Agora deixa de responder
ao meio para resolver
problemas sobre o meio
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Processos de execução/conhecimento metacognitivo
Conhecimento metacognitivo
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Conhecimento metacognitivo Crianças com dificuldade de
aprendizagem
É o conhecimento sobre o nosso
próprio sistema cognitivo e o seu
funcionamento.
Sucesso
48 de intervenção 45
Conclusão
As D.A. afectam um número substancial de crianças na nossa sociedade. Estas
dificuldades heterogéneas, podendo ser leves, moderadas ou graves, gerais ou
específicas, de curta ou longa duração. Para os profissionais, estas dificuldades
exigem avaliação e intervenção.
As D. A. podem ser classificadas de variadas formas. A classificação mais relevante
é relacionada à base cognitiva subjacente a uma dificuldade pois a intervenção
procura afectar o funcionamento cognitivo. Portanto, a avaliação deve apresentar
um perfil das potencialidades e necessidades das crianças dentro dos domínios
relevantes do funcionamento cognitivo.
Ao desenvolvermos um modelo para a compreensão das D.A. devemos levar em
consideração as “demandas” de processamento da tarefa e a função do meio em
relação às “habilidades” que a criança possui. A principal contribuição da análise
cognitiva das D.A. é compreender a tarefa pela interacção da criança. O modelo
normal de desenvolvimento para a aquisição de habilidades cognitivas fornece a
fundamentação essencial para a análise das demandas de processamento de uma
tarefa e a forma pela qual as “habilidades” de processamento se desenvolve. O
desenvolvimento dessas “habilidades” pode ser compreendido em mais detalhes
em termos da arquitectura cognitiva, das representações mentais, dos processos
de tarefa e dos processos de execução.
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Bibliografia
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Trabalho realizado por:
Ana Cláudia Amaral nº 40223
Catarina Manuel Marques nº 40221
Manuela Caetano Vieira nº 40211
Maria Luísa Tavares Valente nº 40222
Rosa Maria Calado nº 40216
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